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AD1 2020 2 Diversidades dos seres vivos

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Nascido em 1° de Agosto de 1744, Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet Lamarck é um dos principais nomes na história da ciência, apesar de seu reconhecimento ter sido apenas após sua morte em 1829. Lamarck ingressou no exército francês e após sua saída em 1768, foi estudar Medicina em Paris, porém descobriu sua paixão pela Botânica. 
Depois de anos estudando tal ciência, teve publicado seu primeiro trabalho “Flore Française” que lhe rendeu reconhecimento e prêmios na comunidade científica francesa. Porém foi entre 1815 e 1822 que Lamarck foi realmente notado, e de maneira negativa, pelos acadêmicos. Com o lançamento do seu mais famoso trabalho “Histoire Naturelle des Animaux sans Vertèbres”, teorizou sobre a Evolução orgânica, dizendo que descentes poderiam herdar de seus progenitores adaptações adquiridas durante sua vida. Tais características surgiriam pelo uso e desuso imposto pelo ambiente. Podemos dizer que a Lei do Uso e Desuso é valida como podemos ver no estudo de Fenótipos na genética, porém a Lei da Herança de Caracteres Adquiridos não se provou verdadeira, sendo o motivo do descaso e ridicularização deste cientista que teve papel imprescindível no estudo da Evolução.
O conceito de espécie é amplamente discutido e possui diversas vertentes, algumas delas sendo: do Ponto de vista Biológico(CBE) indivíduos capazes de se intercruzarem e gerarem descendentes férteis seriam considerados da mesma espécie. Este conceito teve extrema influência no estudo da “Síntese Evolutiva” e é até hoje um dos mais utilizados, porém foi questionado pela falta de aplicação prática, entre outros motivos, pelo chamado Ponto de vista Filogenético(CFE), que define a espécie como sendo distinguida através da análise das linhagens, contribuindo para o estudo da Especiação, entre outros. Porém tem como ponto negativo a tendência de uma inflação taxonômica, assim teriam mais espécies ameaçadas, mais necessidade de recursos. Unificando estes conceitos, Queiroz(1998) criou o Conceito Filético Geral de Espécies(CFGE), que aborda a espécie como sendo “seguimentos de linhagens evolutivas de nível populacional”, permitindo o estudo de espécies e suas barreiras de diferentes perspectivas. Tendo isso em vista, é de consenso geral que as espécies são a base para o estudo da diversidade e conservação biológica.
Referencias Bibliográficas
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entre continuidade e operacionalidade: uma proposta de 
normatização de critérios para o reconhecimento de espécies 
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