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04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 1/63 (https://www.tecconcursos.com.br) MENU Administração Pública (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205) Planejamento e Estratégia no Setor Público Introdução A partir de meados do século XX, a administração burocrática se apresenta inviável de ser aplicada em sua integralidade no âmbito público, já que na sua concepção original, esse modelo é cercado pelo determinismo, linearidade e previsibilidade. O mundo integrado a mudanças constantes e imprevisíveis aos avanços tecnológicos passa a exigir maior agilidade, descentralização e controle de resultados, ambiente favorável a uma administração pública gerencial. Assim, considerando que um dos maiores desafios do setor público é de natureza gerencial, buscou-se um modelo de excelência em gestão focado em resultados e orientado para o cidadão. Esse modelo foi concebido a partir da premissa de que a administração pública tem que ser excelente sem deixar de considerar as peculiaridades inerentes à sua natureza, ou seja, ser excelente sem deixar de ser pública. Resumo do capítulo: Introdução Quadro Sinóptico Tópico Planejamento e Estratégia no Setor Público Introdução - Modelo de excelência em gestão focado em resultados e orientado para o cidadão. - Concebido a partir da premissa de que a administração pública tem que ser excelente sem deixar de considerar as peculiaridades inerentes à sua natureza, ou seja, ser excelente sem deixar de ser pública. Estratégia e Novas Tecnologias Aplicadas no Setor Público O conceito de estratégia é usado de maneira ampla no campo da gestão, associado a práticas diversas ou como forma de qualificar e aumentar a importância de uma ideia ou conceito. Sua origem advém do termo grego “strategos”, significando a arte dos generais. Ainda, a evolução do termo é associada à força do (10279?exercicio=1) (10278) (10280) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10278 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10280 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 2/63 pensamento de inúmeros filósofos, que utilizaram ferramentas e palavras para influenciar a evolução histórica, contribuindo significativamente para a concepção do planejamento e das estratégias. Segundo o artigo “Parcerias Estratégicas Flexíveis: Concepção e Fundamentos da Teoria”, de José Matias- Pereira, os responsáveis por esses avanços foram os pensadores econômicos das teorias clássicas, James Stewart, Adam Smith, Karl Marx, dentre outros. Posteriormente, a esses autores se agregaram os pensadores das teorias neoclássicas, que influenciaram fortemente o processo histórico dos sistemas de planejamento do micro e macroambiente. Abre-se um parêntese para o registro de que a estratégia é elemento de todos os níveis da organização, ou seja, presente em qualquer planejamento, seja ele estratégico, tático ou operacional. Dentre as diversas teorias de planejamento estratégico, a teoria desenvolvida por Hax e Majluf (1996)[1] merece destaque. Para esses autores, a estratégia organizacional pode ser analisada a partir de três perspectivas: da corporação, do negócio e da função. Esses três níveis de estratégia formam uma espécie de hierarquia, ajustando-se mutuamente com o objetivo único de proporcionar vantagem competitiva para as organizações: Estratégia Corporativa: determina, de forma ampla, os negócios em que a organização participará (materiais, mercado, tecnologia, etc) e também as aquisições que a empresa pretende fazer. Estratégia de Negócio: além de fornecer suporte para a realização da estratégia corporativa, especifica a missão e objetivos individuais de cada unidade de negócio, bem como define os meios pelos quais as unidades vão buscar adquirir vantagem competitiva. Estratégia Funcional: determina a maneira pela qual cada função (finanças, pesquisa e desenvolvimento, gestão pessoal, etc) contribui para um melhor apoio dos objetivos estratégicos do negócio. A gestão pública atravessa um processo de quebra de paradigmas, consequência da necessidade de reformulação das práticas de trabalho e da introdução de estruturas gerenciais mais flexíveis e https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10278 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10280 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10278 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10280 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 3/63 descentralizadas, que sejam capazes de lidar melhor com o ambiente institucional atual. Com isso, diversas ferramentas e inúmeros mecanismos são adaptados da gestão privada para aplicação no ambiente governamental. De um lado, a sociedade exige do poder público maior capacidade administrativa e prestação de serviços mais ágil, assim como espera que os gestores exerçam o seu papel com espírito público, através do comprometimento, ética e responsabilidade. Por outro lado, a legislação requer uma gestão cada vez mais profissionalizada. Os limites fiscais dos governos, as severas e frequentes críticas ao desperdício na área governamental, reforçados pela demanda populacional de maiores e melhores serviços de utilidade pública, têm centralizado a atenção dos profissionais na necessidade de maior eficiência, eficácia e efetividade na administração pública. Não podemos negar que os governos enfrentam alguns problemas em virtude da necessidade de implantação desses modelos de gestão que tentam romper o modelo burocrático tradicional e adotar princípios de gestão mais flexíveis, sem transgredir os parâmetros legais que regem a estrutura e o funcionamento das organizações públicas. Vejamos algumas das principais tecnologias gerenciais que vêm sendo aplicadas na Administração Pública. Reengenharia O termo foi concebido pelos americanos Michael Hammer e James Champy, sendo revisado posteriormente pelo indiano Coimbatore Krishnarao Prahalad, professor da Universidade de Michigan e consultor de empresas como Kodak, At St, Gargill e Colgate-Palmolive, e Gary Hamel, membro do corpo docente da London Business School, onde atua como professor de gestão estratégica e internacional. A expressão reengenharia é o ato de repensar e reprojetar de forma radical a estrutura de uma organização, considerando tudo aquilo que lhe diz respeito. As ferramentas básicas da reengenharia, segundo seus idealizadores, são: uma folha de papel em branco e uma mente aberta. É um processo de criação com resultados indefinidos. Os autores (Hammer & Champy) definem a Reengenharia como “o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais, que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho como custos, qualidade, atendimento e velocidade”. Daí temos quatro (4) palavras chaves: Fundamental: ao praticar a Reengenharia precisam-se formular questões básicas a respeito da empresa e seu funcionamento: “Por que fazemos o que fazemos?” e “Por que fazemos dessa forma?” 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 4/63 Essas perguntas nos forçam a examinar as suposições subjacentes à forma como as atividades são conduzidas, pois a Reengenhariaignora o que existe e se concentra no que deveria existir. Radical: significa desconsiderar todas as estruturas e procedimentos e inventar formas completamente novas de realizar o trabalho. É a reinvenção das empresas; não é melhoria, aperfeiçoamento ou modificação. Drástica: a Reengenharia não diz respeito à melhorias marginais ou de pequenas quantidades, mas de saltos quânticos de desempenho. Dessa forma, melhorias drásticas requerem destruição do antigo e sua substituição por algo novo. Processos: é a palavra chave mais importante e também a que traz mais problemas, já que muitos homens de negócios não estão voltados para os processos e sim para as tarefas, serviços, pessoas ou estruturas. A implantação da reengenharia no Serviço Público não pressupõe apenas o enxugamento da máquina administrativa. Um programa de racionalidade e competitividade na Administração Pública passa, essencialmente, pelos seguintes pontos: Centralização no órgão máximo das políticas e diretrizes de caráter estratégico, bem como a coordenação das atividades de acompanhamento, avaliação e de controle; Descentralização das ações operacionais, permitindo maior agilidade para decisão e execução; Desenvolvimento, de forma integrada, de todos os segmentos aplicados na operacionalização; Melhora da eficiência operacional, notadamente nos segmentos de atendimento ao público e da prestação de serviços; Racionalização da estrutura organizacional com eliminação de níveis hierárquicos, tornando-a ágil e competitiva; Prioridade das atividades voltadas para o atendimento ao público; Redução das despesas operacionais; Implementação de programas de incentivo à aposentadoria, bem como de demissões voluntárias; Privatização das empresas públicas consideradas ineficientes e deficitárias; Terceirização de serviços meios; Conscientização dos administradores quanto à sua responsabilidade no desempenho de suas atividades para realização do bem-estar da coletividade. Gestão por processos (Business Process Management - BPM) O processo pode ser entendido como um conjunto estruturado de atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes externos e internos da empresa. Em geral, os processos, provocam mudanças nas organizações, o que deve ser considerado um procedimento contínuo. A partir das mudanças efetuadas, novos problemas devem surgir, o que exigirá novas soluções e novas posturas de atuação dos gestores (OLIVEIRA, 2007)[2]. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 5/63 O funcionamento adequado de uma organização implica na existência de um modelo de gestão definido. Em uma organização orientada por processos, as pessoas passam a trabalhar no processo e não mais com foco nas áreas funcionais. A gestão por processos organizacionais difere da gestão por funções tradicionais por pelo menos três motivos: empregam objetivos visando ao cliente, aos empregados e os recursos são agrupados para produzir um trabalho completo. A gestão de processos proporciona a sustentação necessária a um processo de competitividade, e no caso do setor público, este precisa servir a todos igualmente, independente da capacidade de pagar pelo serviço prestado ou da demanda por esse serviço. É uma gestão que deve estar interligada com outros instrumentos administrativos, tais como planejamento estratégico, estrutura organizacional, qualidade total, logística, relatórios gerenciais, sistema de participação e comprometimento dos colaboradores em todos os níveis hierárquicos e decisórios. Benchmarking O benchmarking é um processo de aprendizagem que resulta da comparação do desempenho entre setores, departamentos e organizações. É um processo sistemático e contínuo de comparação de práticas de uma organização com organizações similares no âmbito dos processos e dos resultados, como meio de identificar oportunidades para melhorar o desempenho dos serviços e/ou reduzir custos. No setor público, o benchmarking torna-se um importante instrumento de melhoria do desempenho das organizações, de redução de custos e de melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Aplicado aos serviços públicos, apresenta como vantagens o fato de pressionar a concorrência entre serviços, promovendo a identificação e disseminação de boas práticas, maior disciplina, transparência e responsabilização, além de promover o aumento dos padrões de referência individuais. Downsizing A técnica de downsizing consiste no combate ao excesso de burocracia, para “enxugar” a organização e sua estrutura hierárquica. Não se confunde com a reengenharia, que é a reforma radical de toda a estrutura organizacional. O downsizing tem como resultado imediato uma espécie de “horizontalização” da estrutura organizacional. A política de downsizing é considerada como um dos pilares que sustentam as estratégias de reforma do Estado, baseado no modelo gerencial. As políticas de downsizing, ou redução do número de funcionários públicos, como estratégia de reforma da Administração Pública, têm sido um dos componentes das reformas gerenciais no mundo desenvolvido e em desenvolvimento. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 6/63 A política de downsizing no setor público brasileiro se fragmentou, principalmente depois da extinção do MARE (Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado), em 1998. Análise de Oportunidades e Ameaças (Matriz SWOT) Trata-se de um poderoso instrumento para que os gestores públicos possam ter uma percepção da realidade da Administração. Uma vez conscientes dessa realidade, é possível escolher uma estratégia adequada para que os objetivos possam ser atingidos. A análise é útil para revelar pontos fortes que ainda não foram plenamente utilizados e identificar pontos fracos que ainda podem ser corrigidos. A contraposição das informações sobre o ambiente com o conhecimento das capacidades permite à Administração formular estratégias realistas. Oportunidades: são forças ambientais incontroláveis pela organização que podem favorecer sua ação estratégica, desde que conhecidas e aproveitadas satisfatoriamente enquanto perduram. Ameaças: são forças ambientais incontroláveis pela organização que criam obstáculos à sua ação estratégica. Pontos fortes e fracos: são características internas que diferenciam a gestão do ponto de vista competitivo. Essa ferramenta de gestão é mais detalhada no tópico “Planejamento”. Gestão da Qualidade Também conhecida como Gestão da Qualidade Total, trata-se de um modelo que visa à plena satisfação do cliente. Aplicada à gestão pública, considera o bem-estar da população de forma geral. O conceito de qualidade total vem dos anos 50, quando Armand Feigenbaum definiu TQM (Total Quality Management) como “um sistema eficaz para integrar esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais econômicos da operação e que atendam plenamente à satisfação do consumidor”. Apesar de haver diversas correntes de pensamento e de abordagens metodológicas sobre o tema, a figura do cliente/cidadão é o assunto central de todas elas. William Edwards Deming, um dos maiores precursores e estrategistas dos programas de qualidade, foca esses programas em alguns pontos. São eles: 1. Criar uma constância de propósitos para a melhoria dos produtos e dos serviços: Definir a missão e a visão da qualidade. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 7/63 Definir a política da qualidade, os objetivos e os padrões. Desenvolverplanos de longo prazo. Identificar o nível de engajamento e responsabilidade contínua da administração no tocante à qualidade. Desenvolver liderança em qualidade. Instituir treinamento contínuo. Destinar recursos para pesquisas, educação e manutenção de equipamentos. Inovar e constantemente melhorar o projeto do produto. Constância de propósito e dedicação. 2. Adotar a nova filosofia: Realizar transformações na gestão e aceitar o desafio para fazer a coisa certa logo da primeira vez. Rever e analisar constantemente os sistemas e os procedimentos relacionados com a qualidade. Substituir supervisão inadequada por liderança. Ensinar, desenvolver habilidades e abandonar a mentalidade que permite um nível aceitável de deficiências. 3. Pôr fim à dependência da inspeção para alcançar a qualidade: A qualidade não pode advir da inspeção; deve surgir na fabricação. Reduzir a dependência da inspeção massificada para a obtenção da qualidade. Obter qualidade por meio do controle de processos. Produzir certo logo da primeira vez. 4. Melhorar constantemente e continuamente cada processo: Procurar constantemente áreas e processos a serem melhorados: aquisição, projeto, produção, coleta de dados, sistema de medição, satisfação do cliente, envolvimento dos colaboradores, etc. Melhorar constantemente o sistema de produção e serviços.Usar o ciclo de melhoria contínua da qualidade: PDCA (Plan, Do, Check, Act), em português: planejar, fazer, verificar, agir. Compreender a variação e suas causas. Usar métodos estatísticos de controle de processo para eliminar as deficiências e melhorar os processos. 5. Instituir o treinamento na tarefa: Instituir métodos modernos de treinamento na função/tarefa. O treinamento aplica-se a todos os níveis da organização. Não deixar de considerar a possibilidade de que os melhores instrutores podem ser os próprios colaboradores. Procurar oferecer oportunidades de treinamento em técnicas novas e eficazes. Estabelecer um cronograma para treinamento contínuo. 6. Adotar e instituir lideranças: Liderança emana de conhecimento, perícia, habilidades interpessoais; não do nível de autoridade. As qualidades da liderança não são mais mistérios distantes e inatos - elas podem ser aprendidas. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 8/63 Cabe ao novo supervisor garantir que, em todas as áreas que têm impacto sobre a qualidade, estejam sendo realizadas ações para ela. 7. Banir os receios: Criar um ambiente de gestão em que as pessoas se sintam seguras, confiantes, responsáveis e satisfeitas. Todos da organização devem ser capazes de expressar suas idéias e opiniões, fazer perguntas e sugestões quanto a deficiências e melhorias de sistemas, além de ter orgulho de seu trabalho. Criar um clima de confiança e abertura. 8. Derrubar as barreiras entre as áreas: Romper as barreiras nos departamentos e entre os departamentos. Estabelecer uma interface interfuncional para incentivar a comunicação. Instituir um enfoque participativo de equipe. Tentar eliminar ou minimizar barreiras psicológicas ou emocionais no desempenho das funções, tais como: ciúmes, ambição, medo, conflitos de personalidade, medo de mudança, etc. 9. Eliminar slogans, exortações e alvos para a força de trabalho: Eliminar metas e slogans arbitrários. Não julgar os desempenhos por números. Em vez disso, incentivar as pessoas a serem produtivas e inovadoras. Não estabelecer objetivos que possam fazer com que os trabalhadores façam concessões e sacrifiquem a qualidade. 10. Eliminar cotas numéricas para a força de trabalho e objetivos numéricos para o gerenciamento: Eliminar os padrões de trabalho que prescrevam cotas numéricas. Eliminar as metas e os objetivos que atrapalhem o desempenho. Aprender, ensinar e instituir métodos de melhoria de processo. 11. Remover as barreiras que roubam das pessoas a satisfação no trabalho. Remover fatores/barreiras (físicos, ambientais, psicológicos, emocionais, etc.) que inibam a melhoria da qualidade e da produtividade: Envolver e habilitar as pessoas a realizarem bem suas funções. Remover barreiras que se interponham entre os trabalhadores e seu orgulho pelo trabalho, principalmente a classificação anual por mérito. 12. Instituir um vigoroso programa de educação e automelhoria para todos: Identificar as necessidades de treinamento e instituir um programa vigoroso de educação, auto- aperfeiçoamento e autodesenvolvimento. Enfatizar e incentivar oportunidades educacionais. Criar um clima de crescimento e realização pessoal. 13. Colocar todos da organização trabalhando para realizar a transformação: A transformação é trabalho de todos. Criar uma estrutura de gestão que permita e incentive a participação de todos para assegurar o êxito da transformação. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 9/63 Criar uma cultura da qualidade. Tornar as pessoas responsáveis e orgulhosas do seu trabalho. Reconhecer o desempenho. Fazer da qualidade uma preocupação de todos. Balanced Scorecard (BSC) É uma ferramenta de gestão que passa pela definição da estratégia organizacional, da gerência do negócio, da gerência de serviços e da gestão da qualidade, implementados por meio de indicadores de desempenho. Pode-se dizer que o BSC é uma metodologia de gestão que auxilia as organizações e os seus gestores a traduzirem a estratégia em objetivos operacionais, direcionando comportamentos e desempenhos mensuráveis. O BSC foi apresentado inicialmente como um modelo de avaliação e desempenho empresarial; porém, a aplicação em empresas proporcionou seu desenvolvimento para uma metodologia de gestão estratégica. Os requisitos para definição desses indicadores tratam dos processos de um modelo da Administração de serviços e busca da maximização dos resultados baseados em quatro perspectivas que refletem a visão e a estratégia da gestão pública: financeira, cidadãos, processos internos e aprendizado e crescimento. Na Administração Pública, essa ferramenta pode ser adaptada, tendo-se por objetivo a busca do equilíbrio de funções estatais, como nas áreas da saúde, educação, geração de emprego e renda, dentre outras. Essa ferramenta de gestão é mais detalhada no tópico “Planejamento”. Gestão por Competências É o modelo de gestão de pessoas que busca a aquisição de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA), por parte do servidor, para o exercício das funções públicas de sua responsabilidade. O governo federal, por meio do Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2005, instituiu a política e as diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, na qual está inserida, em seu artigo 2º, inciso II, a gestão por competências. A vantagem desse modelo está em buscar novas competências por parte dos servidores como estratégia de desenvolvimento. No caso do desempenho das funções públicas, existem competências que devem estar presentes em todos os servidores como, por exemplo, espírito público, visão de Estado, ética, flexibilidade, cortesia, entre outras. Para tanto, é necessário a implantação de programas de capacitação, no sentido de qualificar o corpo funcional. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 10/63 Essa qualificação pode passar por diversos tipos de capacitação com vistas à sensibilização para o trabalho em equipes, para a melhoria da qualidade, para a consciência do espírito público, para o atendimento à população, entre outras ações, em especial, o preparo dos gerentes da Administração Pública. Adhocracia Adhocracia é um modelo focado em simplificação de processos, em oposição ao modelo burocrático, que dava ênfase ao seguimento derotinas rígidas). A adhocracia possui foco na solução de problemas e na obtenção de resultados. Segundo Chiavenato (2008)[3], a adhocracia é o oposto da burocracia e significa uma forma organizacional livre e solta, totalmente descentralizada e que utiliza equipes e estruturas horizontais dentro das quais as pessoas trabalham juntas ou em grupos interfuncionais cruzados. É indicada para organizações que dependem de inovação contínua, para o sucesso em ambientes complexos, dinâmicos e altamente mutáveis. Enfatiza as relações laterais entre as pessoas e elimina o papel da hierarquia. Nela, não existem distinções de linha e de sta�, e os seus membros trabalham estreitamente juntos com um relacionamento baseado no conhecimento e na competência, e não na autoridade. Ciclo PDCA A fim de se coordenar os esforços para obter qualidade, é importante termos em mente a sequência de um processo, ou seja, um conjunto de meios para se chegar a um fim. Considerando que o processo é uma sequencia de passos (ações) que norteiam as atividades a ser desenvolvidas, portanto, conhecer e controlar o processo pode conduzir à localização de problemas e agir sobre a causa fundamental. Nesse contexto é que surge o Ciclo PDCA, composto de quatro fases, conforme a percepção de Campos (1992) [4]: - O termo P (PLAN) significa planejamento e consiste em estabelecer metas sobre os itens de controle e estabelecer a maneira para se atingir as metas propostas. O processo de planejamento é estruturado da seguinte forma: Identificação do problema: como um problema é o resultado indesejável de um trabalho é necessário definir claramente o problema e reconhecer a sua importância, por meio de diretrizes gerais como qualidade, custos, atendimento, etc. Em seguida verifica-se o histórico do problema através de sua frequência e modo de ocorrência. O passo seguinte é verificar as perdas atuais e os ganhos viáveis, priorizando-se os temas e estabelecendo-se as responsabilidades por indivíduo ou por grupo e propor uma data limite para ter o problema solucionado. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 11/63 Observação: investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sob vários pontos de vista, tais como, local, tipo, indivíduo, etc. Faz-se necessário descobrir as características do problema através de observação no local para coletar informações que não podem ser obtidas na forma de dados numéricos. Em seguida deve-se elaborar um cronograma para referência, que pode ser utilizado em cada processo, estimar um orçamento e definir uma meta a ser atingida. Análise: descobrir as causas fundamentais. Devem-se escolher as causas mais prováveis e, em seguida, analisar e testá-las. Com base nos resultados, será confirmada ou não a existência de relação entre o problema (efeito) e as causas (hipóteses). Em seguida, é necessário realizar o teste de consistência da causa fundamental, verificar se é possível bloquear essa causa, ou se o bloqueio não causará efeito colateral. Plano de Ação: elaborar uma estratégia de ação para bloquear as causas fundamentais. As ações devem ser tomadas sobre as causas fundamentais e não devem produzir efeitos colaterais. - O termo D (DO) significa execução; consiste em executar as tarefas exatamente como prescritas no plano e coletar dados para verificação do processo. O processo de execução é realizado da seguinte forma: verificar quais ações necessitam da ativa cooperação de todos e dar especial atenção a elas, por meio da divulgação do plano de ação para todos em reuniões participativas. Em seguida, deve-se executar a ação com base no plano e no cronograma. Todas as ações e resultados devem se registrados com a data que foram tomadas. - O termo C (CHECK) significa verificação, na qual a partir dos dados coletados na execução comparam-se os resultados alcançados com a meta planejada. O processo de verificação ocorre da seguinte forma: comparação dos resultados, utilizando-se os dados coletados antes e após à ação do bloqueio para verificar a efetividade da ação e o grau de redução dos resultados indesejáveis. Os efeitos secundários devem ser listados, pois toda a alteração do sistema pode provocar efeito secundário positivo e negativo. Verifica-se a continuidade ou não do problema através de gráficos sequenciais. Verifica-se se o bloqueio foi efetivo, ou seja, se a causa fundamental foi efetivamente encontrada e bloqueada. - O termo A (ACTION) significa atuação corretiva; é a etapa onde se detectou o desvio e se atuará no sentido de fazer correções definitivas, de tal modo que o problema nunca volte a ocorrer. O processo da atuação corretiva ocorre da seguinte maneira: Padronização: elaboração ou alteração do padrão, estabelecer um novo procedimento operacional ou rever o antigo. Conclusão: analisar os resultados e as demonstrações gráficas, fazer uma análise das etapas executadas e recapitular todo processo de solução do problema para trabalho futuro. Desenvolvimento Organizacional O desenvolvimento organizacional está intimamente ligado à gestão de mudanças. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 12/63 A tendência natural de toda organização é crescer e desenvolver-se. O desenvolvimento é um processo lento e gradativo que conduz ao exato conhecimento de si próprio e à plena realização de suas potencialidades. A eficiência da organização relaciona-se diretamente com sua capacidade de sobreviver, de adaptar-se, de manter sua estrutura e tornar-se independente da função particular que preenche.Segundo Boog (1999)[5], “o desenvolvimento organizacional inclui mudanças estruturais e técnicas, mas o seu foco principal está em mudar as pessoas, a natureza e a qualidade de suas relações no trabalho”. Empowerment (empoderamento) O empowerment (empoderamento) em Administração significa a descentralização de poderes pelos vários níveis hierárquicos da organização, o que se traduz em incentivos para a tomada de iniciativas em benefício de todos. O empoderamento (atribuir poderes a alguém) vai além do simples alargamento e enriquecimento de cargos. Começa com a transferência de atividades de planejamento, organização e controle, de um gestor para um colaborador ou para uma equipe. Assim, o colaborador ou a equipe tornam-se autogeridos, absorvendo parte das atribuições da gerência. O Empoderamento compreende o aumento das competências do empoderado, por meio de programas de capacitação contínua, de modo a assegurar a eficácia no desempenho de suas atribuições, agora ampliadas. São consideradas vantagens do empoderamento: Aumenta o envolvimento e comprometimento dos colaboradores com as decisões tomadas; Fomenta a confiança recíproca; Estimula a cooperação; Os conflitos podem ser tratados com abertura e sinceridade; São utilizadas estratégias “ganha-ganha” nas relações interpessoais; As organizações que dão poder aos colaboradores para agirem de acordo com a sua própria iniciativa são as mais bem posicionadas para competir a longo prazo. Gestão do Conhecimento O valor do conhecimento revela-se nos resultados econômicos. Para Stewart (1998)[6], o valor de uma empresa é determinado mais pelo seu capital intelectual do que por seu capital financeiro. Segundo o autor, Capital Intelectual é a soma de 3 capitais: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 13/63 1. capital humano: inclui conhecimento e competências individuais dos funcionários (refere-se ao valor que a empresa perde quando funcionários vão embora); 2. capital estrutural: inclui conhecimento ou competência coletiva, como processos, know-how, marcas e patentes, documentos (é o valor que fica quandofuncionários vão embora); 3. capital do cliente: inclui conhecimento e vantagens advindas dos clientes (é o valor que se ganha com relacionamentos com clientes). A Gestão do Conhecimento é a área preocupada com a administração do capital intelectual da organização de modo que esta possa aprender e crescer. Existem basicamente dois tipos de conhecimento: tácito e explícito (Nonaka e Takeuchi, 1997)[7]. O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos. Já o conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias. Nonaka e Takeuchi (1997)[8] identificaram 4 modos de conversão entre conhecimento tácito e explícito, apresentados na figura abaixo. O processo de externalização é a transformação do conhecimento tácito em explícito. A internalização, por sua vez, é a transformação do conhecimento explícito em tácito. Já a combinação é o processo de interação entre conhecimentos explícitos para geração de novos conhecimentos. Por fim, a socialização é a interação entre conhecimentos tácitos. DESTINO Tácito Explícito O R I Tácito Socialização Externalização G E M Explícito Internalização Combinação [1]HAX, A. C.; MAJLUF, N. S.. The Stategy Concept and Process – A Pragmatic Approach. New Jersey: Prentice Hall, 1996. [2]OLIVEIRA, D. de P. R. de. Administração de Processos: conceitos, metodologia, práticas. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 14/63 [3]CHIAVENATO, I.. Administração geral e pública. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. [4] CAMPOS, V. F.. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japones). Rio de Janeiro: Bloch, 1992. [5] BOOG, G.. Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 1999. [6] STEWART, T. A.. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. [7] NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997. [8] Ibid. Resumo do capítulo: Estratégia e Novas Tecnologias Aplicadas no Setor Público Quadro Sinóptico Tópicos Planejamento e Estratégia no Setor Público Estratégia É elemento de todos os níveis da organização, ou seja, presente em qualquer planejamento, seja ele estratégico, tático ou operacional. Níveis de Estratégia Estratégia Corporativa: determina, de forma ampla, os negócios em que a organização participará (materiais, mercado, tecnologia, etc) e também as aquisições que a empresa pretende fazer. Estratégia de Negócio: além de fornecer suporte para a realização da estratégia corporativa, especifica a missão e objetivos individuais de cada unidade de negócio, bem como define os meios pelos quais as unidades vão buscar adquirir vantagem competitiva. Estratégia Funcional: determina a maneira pela qual cada função (finanças, pesquisa e desenvolvimento, gestão pessoal, etc) contribui para um melhor apoio dos objetivos estratégicos do negócio. Novas Tecnologias Aplicadas no Setor Público Reengenharia Ato de repensar e reprojetar de forma radical a estrutura de uma organização, considerando tudo aquilo que lhe diz respeito. As ferramentas básicas da reengenharia, segundo seus idealizadores, são: uma folha de papel em branco e uma mente aberta. É um processo de criação com resultados indefinidos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 15/63 Gestão por processos (Business Process Management - BPM) Proporciona a sustentação necessária a um processo de competitividade, e no caso do setor público, este precisa servir a todos igualmente, independente da capacidade de pagar pelo serviço prestado ou da demanda por esse serviço. Deve estar interligada com outros instrumentos administrativos e haver o comprometimento de todos os níveis hierárquicos e decisórios. Benchmarking Processo de aprendizagem que resulta da comparação do desempenho entre setores, departamentos e organizações. É um processo sistemático e contínuo de comparação de práticas de uma organização com organizações similares no âmbito dos processos e dos resultados, como meio de identificar oportunidades para melhorar o desempenho dos serviços e/ou reduzir custos. Importante instrumento de melhoria do desempenho das organizações, de redução de custos e de melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Downsizing Consiste no combate ao excesso de burocracia, para “enxugar” a organização e sua estrutura hierárquica. Não se confunde com a reengenharia, que é a reforma radical de toda a estrutura organizacional. O downsizing tem como resultado imediato uma espécie de “horizontalização” da estrutura organizacional. Análise de Oportunidades e Ameaças (Matriz SWOT) Trata-se de um poderoso instrumento para que os gestores públicos possam ter uma percepção da realidade da Administração. A análise é útil para revelar pontos fortes que ainda não foram plenamente utilizados e identificar pontos fracos que ainda podem ser corrigidos. A contraposição das informações sobre o ambiente com o conhecimento das capacidades permite à Administração formular estratégias realistas. Gestão da Qualidade Também conhecida como Gestão da Qualidade Total, trata-se de um modelo que visa à plena satisfação do cliente. Aplicada à gestão pública, considera o bem-estar da população de forma geral. São seus princípios: 1. Criar uma constância de propósitos para a melhoria dos produtos e dos serviços. 2. Adotar nova filosofia. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 16/63 3. Pôr fim à dependência da inspeção para alcançar a qualidade. 4. Melhorar constantemente e continuamente cada processo. 5. Instituir o treinamento na tarefa. 6. Adotar e instituir lideranças. 7. Banir os receios. 8. Derrubar as barreiras entre as áreas. 9. Eliminar slogans, exortações e alvos para a força de trabalho. 10. Eliminar cotas numéricas para a força de trabalho e objetivos numéricos para o gerenciamento. 11. Remover as barreiras que roubam das pessoas a satisfação no trabalho. Remover fatores/barreiras (físicos, ambientais, psicológicos, emocionais, etc.) que inibam a melhoria da qualidade e da produtividade. 12. Instituir um vigoroso programa de educação e automelhoria para todos. 13. Colocar todos da organização trabalhando para realizar a transformação. Balanced Scorecard (BSC) Metodologia de gestão que auxilia as organizações e os seus gestores a traduzirem a estratégia em objetivos operacionais, direcionando comportamentos e desempenhos mensuráveis. Na Administração Pública, essa ferramenta pode ser adaptada, tendo-se por objetivo a busca do equilíbrio de funções estatais, como nas áreas da saúde, educação, geração de emprego e renda, dentre outras. Gestão por Competências É o modelo de gestão de pessoas que busca a aquisição de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA), por parte do servidor, para o exercício das funções públicas de sua responsabilidade. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 17/63 Adhocracia Adhocracia é um modelo focado em simplificação de processos, em oposição ao modelo burocrático, que dava ênfase ao seguimento de rotinas rígidas). A adhocracia possui foco na solução de problemas e na obtenção de resultados. Ciclo PDCA Ferramenta que possibilita conhecer e controlar o processo, conduzindo à localização de problemas para açãosobre a causa fundamental. - O termo P (PLAN) significa planejamento e consiste em estabelecer metas sobre os itens de controle e estabelecer a maneira para se atingir as metas propostas. - O termo D (DO) significa execução; consiste em executar as tarefas exatamente como prescritas no plano e coletar dados para verificação do processo. - O termo C (CHECK) significa verificação, na qual a partir dos dados coletados na execução comparam-se os resultados alcançados com a meta planejada. - O termo A (ACTION) significa atuação corretiva; é a etapa onde se detectou o desvio e se atuará no sentido de fazer correções definitivas, de tal modo que o problema nunca volte a ocorrer. Desenvolvimento Organizacional A eficiência da organização relaciona-se diretamente com sua capacidade de sobreviver, de adaptar-se, de manter sua estrutura e tornar-se independente da função particular que preenche. Empowerment (empoderamento) O empowerment (empoderamento) em Administração significa a descentralização de poderes pelos vários níveis hierárquicos da organização, o que se traduz em incentivos para a tomada de iniciativas em benefício de todos. O Empoderamento compreende o aumento das competências do empoderado, por meio de programas de capacitação contínua, de modo a assegurar a eficácia no desempenho de suas atribuições, agora ampliadas. Gestão do Conhecimento A Gestão do Conhecimento é a área preocupada com a administração do capital intelectual da organização de modo que esta possa aprender e crescer. O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos. Já o conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 18/63 exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias. - Processo de externalização: transformação do conhecimento tácito em explícito. - Processo de internalização: transformação do conhecimento explícito em tácito. - Processo de combinação: interação entre conhecimentos explícitos. - Processo de socialização: interação entre conhecimentos tácitos. Processo Organizacional Para entendermos o planejamento no setor público, devemos conhecê-lo na sua raiz; assim, precisamos analisar suas origens como parte integrante de um processo maior denominado Processo Organizacional. O Processo Organizacional é um conjunto de várias funções administrativas, ou seja, envolve diversos recursos utilizados por uma organização a fim de atingir objetivos estabelecidos. Apresenta-se em uma visão sistêmica de distintas funções interdependentes, agindo umas sobre as outras e se influenciando mutuamente. Como era de se esperar, autores divergem sobre as funções que compõem o Processo Organizacional. No entanto, é possível a afirmação de que foi a Teoria Clássica da Administração, por meio de seu idealizador, Henry Fayol, que deu notoriedade a essas funções. Para ele a Administração dividia-se em cinco funções: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Portanto, a partir dessa fórmula original, os autores criaram, modificaram e incrementaram outras funções. Ainda assim, vamos considerar o Processo Organizacional sob seis perspectivas: Planejamento, Organização, Direção, Comunicação, Controle e Avaliação. Para Chiavenato (2008)[1], planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-lo adequadamente. A organização, como função administrativa, é a ação de estruturar, integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles. A direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do gestor com os seus subordinados. A comunicação repousa sobre o conceito de informação, significado e compreensão de uma pessoa para outra. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 19/63 O controle é o processo pelo qual são fornecidas as informações e a retroação para manter as funções dentro das suas respectivas trilhas. É a atividade integrada que aumenta a probabilidade de que os resultados planejados sejam atingidos da melhor maneira. Por fim, a avaliação é a função administrativa através da qual se procura verificar e analisar se o determinado ou o estabelecido atingiu os objetivos esperados. (ESAF/AA-DNIT/2013) O processo administrativo é composto pelas seguintes funções: 1) planejamento. 2) organização. 3) direção. 4) controle. A seguir, têm-se os conceitos de cada uma das funções administrativas: a. manter o pessoal em atividade em toda a empresa, reunir, unificar e harmonizar toda a atividade e esforço. b. examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo. c. cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as orientações. d. montar uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento. Assinale a opção que apresenta a correta relação entre a função administrativa e seu conceito. a) 1 a – 2 b – 3 c – 4 d b) 1 c – 2 a – 3 d – 4 b c) 1 d – 2 c – 3 b – 4 a d) 1 b – 2 c – 3 a – 4 d e) 1 b – 2 d – 3 a – 4 c 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 20/63 Comentários A questão baseia-se na formação Planejamento, Organização, Direção e Controle (PODC). O Planejamento (1) examina o futuro para fins de plano de ação (b), definindo objetivos e decidindo sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-lo adequadamente. A Organização (2) estrutura e integra os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles. Ou seja, monta uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento (d). A Direção (3) se refere ao relacionamento interpessoal do gestor com os seus subordinados, reunindo, unificando e harmonizando toda a atividade e esforço (a). O Controle (4) é a atividade integrada que aumenta a probabilidade de que os resultados planejados sejam atingidos da melhor maneira. Assim, cuida para que tudo se realize de acordo com os planos e as orientações (c). Gabarito: E [1]CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Resumo do capítulo: Processo Organizacional Quadro Sinóptico Tópicos Planejamento e Estratégia no Setor Público Processo Organizacional O Processo Organizacional é um conjunto de várias funções administrativas, ou seja, envolve diversos recursos utilizados por uma organização a fim de atingir objetivos estabelecidos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 21/63 Perspectivas do Processo Organizacional O Planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas necessários para alcançá-lo adequadamente. A organização, como função administrativa, é a ação de estruturar, integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles. A direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do gestor com os seus subordinados. A comunicação repousa sobre o conceito de informação, significado e compreensão de uma pessoa para outra. O controle é o processo pelo qual são fornecidas as informações e a retroação para manter as funções dentro das suas respectivas trilhas. A avaliação é a função administrativa através da qual se procura verificar e analisar se o determinado ou o estabelecido atingiu os objetivos esperados. Planejamento 1. Introdução Planejar é definir objetivos e decidir sobre os recursos e tarefasnecessárias para alcançá-los adequadamente. Ou seja, é a busca pelo equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de organizações e atividades humanas. O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. OLIVEIRA, D. P. R.. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e Prática. São Paulo: Atlas, 2004. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 22/63 Os grifos acima, não presentes no original, servem para demonstrar que o planejamento não tem somente função de prever as ações do futuro, mas também de direcionar as atitudes da instituição por meio de uma avaliação da situação atual da própria organização. São características do planejamento público: parte integrante da administração; presença em todos os níveis e setores de atividade; deve ser flexível para atender às contingências, garantindo a continuidade dos empreendimentos; não trata apenas do futuro, implicando fixação de prazos determinados para realização de objetivos. Considerando-se os níveis hierárquicos das organizações, são definidos três tipos de planejamento: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional. 2. Planejamento Estratégico O planejamento estratégico é uma técnica administrativa que permite à organização perceber as oportunidades e ameaças dos pontos fortes e fracos para o cumprimento de sua missão, determinando a intenção que esta deverá seguir. Diante disso, busca, por meio de inúmeras atividades, definir de forma clara a missão da organização, o estabelecimento de seus objetivos e o desenvolvimento de estratégias que possibilitem o sucesso das operações no seu ambiente. Diz-se que o planejamento estratégico está voltado para a eficácia (ênfase nos fins). De forma resumida, o planejamento estratégico envolve o próprio planejamento, a implementação e o controle; logo, seus componentes básicos ou fases podem assim ser definidos: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 23/63 Na conexão com o planejamento estratégico deve estar a intenção estratégica, traduzida na determinação do negócio, da missão, da visão, dos objetivos, das metas e dos princípios (ou valores). Vamos à análise de cada item. O negócio representa o ramo de atividades no qual a instituição atua (área de competência), indicando o foco dos benefícios que ela gerará para sua clientela. Em outras palavras, responde à seguinte questão: “o que fazemos?”. A missão é a razão de ser da organização. Além disso, a missão esclarece o compromisso e dever desta com a sociedade e, ainda, estabelece o que a organização realiza dentro de sua área de atuação. A declaração de missão deve responder à seguinte questão: “por quê ou para quê existimos?”. A visão é um modelo mental claro de um estado ou situação altamente desejável pela organização, ou seja, uma realidade futura e possível, descrita de forma simples e objetiva, partilhada por todos os seus membros. A visão de futuro deve responde à seguinte questão: “onde queremos chegar?”. Os objetivos se consubstanciam nos resultados futuros que se pretende atingir, de acordo com a visão de futuro. São alvos que a organização seleciona e busca atingir em um período pré-determinado. As metas são desdobramentos dos objetivos e refletem uma posição no futuro. Relacionam-se ao tempo e a valores, exigindo desses fatores para se tornarem objetivos quantificados. Em suma, metas são as formas que aplicamos para atingirmos os objetivos. Os princípios ou valores orientam a convivência dos membros de uma organização e o processo de tomada de decisão e do comportamento no cumprimento da sua missão e na busca da visão de futuro. Conforme Matos e Chiavenato (1999)[1], o planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 24/63 O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. Ou seja, sujeito à incerteza a respeito dos eventos ambientais. Por se defrontar com a incerteza, tem suas decisões baseadas em julgamentos e não em dados concretos. Reflete uma orientação externa que focaliza as respostas adequadas às forças e pressões que estão situadas do lado de fora da organização. O planejamento estratégico é orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo é o longo prazo. Durante o curso do planejamento, a consideração dos problemas atuais é dada em função dos obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um almejado lugar no futuro. O planejamento estratégico é compreensivo. Ele envolve a organização como uma totalidade, abarcando todos os seus recursos, no sentido de obter efeitos sinergísticos de todas as capacidades e potencialidades da organização. A resposta estratégica da organização envolve um comportamento global, compreensivo e sistêmico. A participação das pessoas é fundamental nesse aspecto, pois o planejamento estratégico não deve ficar apenas no papel, mas na cabeça e no coração de todos os envolvidos. São eles que o realizam e o fazem acontecer. O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso. Devido à diversidade dos interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o planejamento deve oferecer um meio de atender a todos na direção futura que melhor convenha para que a organização possa alcançar seus objetivos. Para isso, é preciso aceitação ampla e irrestrita para que o planejamento estratégico possa ser realizado através dessas pessoas em todos os níveis da organização. O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional. Por estar orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o planejamento constitui uma tentativa constante de aprender a ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e suscetível a mudanças. 2.1. Tipos de Planejamento Estratégico Uma concepção de planejamento estratégico bastante cobrada em provas é a formulada por Carlos Matus[2]. O autor, ao analisar o Planejamento Público Tradicional, também chamado de normativo, enfatiza seis pressupostos desse modelo de elaboração do planejamento governamental: 1 – o sujeito e o objeto planejado são independentes; 2 – existe apenas uma verdade para o diagnóstico; 3 – o objeto planejado contém atores com comportamento previsíveis; 4 – o poder não é um recurso escasso; 5 – o planejamento tem por referência o desenho de um contexto previsível; 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 25/63 6 – o plano refere-se a um conjunto de objetivos próprios e a situação final é conhecida. No contexto do planejamento estratégico tradicional, o planejador conjectura que os objetivos do plano devem ser cumpridos exatamente como foram desenhados a priori, isto é, as metas estabelecidas pressupõem um fim em si mesmo, não considerando as possibilidades de um futuro diferente do previsto pelo plano. Desse modo, essa crítica o levou a formular o denominado Planejamento Estratégico Situacional ou Triângulo de Governo – PES, igualmente considerando uma antítese do pressupostos anteriores destacados, a saber: 1 – o ator que planeja não tem assegurada sua capacidade de controlar a realidade, porque isso dependerá da ação de outros atores; 2 – existe mais de uma explicação paraa realidade, em função dos vários atores; 3 – vários atores sociais se enfrentam, com objetivos conflitantes; 4 – o poder é escasso e o planejamento deve sistematizar o cálculo político e centrar sua atenção na conjuntura; 5 – a incerteza é predominante; 6 – o governante lida com problemas no tempo, e com solução aberta à criação e ao conflito. Segundo o autor, a denominação Triângulo de Governo se dá pelo fato de que governar é um processo complexo que envolve três variáveis interdependentes: 1. o projeto de governo, ou seja, o que fazer; 2. a governabilidade, entendida como sua força para agir, ou seja, a relação entre as variáveis de poder que estão dentro ou fora de controle do ator que planeja; e 3. a capacidade de governo, ou seja, a capacidade para fazer, a experiência de gestão, o conhecimento, os métodos, as técnicas, as habilidades, o controle de meios e os recursos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 26/63 Em síntese, afirma-se que enquanto o planejamento tradicional possui uma visão técnica, o planejamento estratégico situacional apresenta-se como uma visão tecnopolítica. O quadro[3] abaixo retrata as diferenças entre os dois modelos: PLANEJAMENTO TRADICIONAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL Segregação entre planejamento e execução: quem pensa não executa, quem executa não pensa. O órgão de planejamento pensa, as demais unidades executam. Integração planejamento/implementação: todos pensam e executam em diferentes proporções. Todas as unidades planejam e executam. Sequência planejamento/implementação: primeiro se planeja, depois se executa e se avalia. Monitoramento, formulação, ação e avaliação estratégicas são momentos lógicos concomitantes, não sequenciais. Enfoque racional formal: previsibilidade, durabilidade e rigidez dos objetivos. Enfoque oportunista incremental: imprevisibilidade e volatilidade dos objetivos. Flexibilidade e abertura à improvisação. Endógeno: avaliações internas sobre o contexto e seus atores. Exógeno: visões e avaliações de atores internos e externos. Baseado em planos: planejar é fazer planos que devem ser seguidos. Baseado em pensamento estratégico: as pessoas devem pensar estrategicamente. A Lei regula e estabelece os planos. A liderança proporciona uma visão. A estratégia é o resultado do plano. A estratégia emerge da “luta estratégica”, lidando com as estratégias emergentes. Isolacionista e segregatório: focado nos interesses de alguns e negligência de outros públicos interessados. Pluralista e transacional: visão abrangente e comunicação permanente com múltiplos públicos de interesse. O desempenho baseado em ações: bom desempenho é cumprir os planos. O desempenho baseado em resultados: alcance de padrões desejáveis de eficiência, eficácia e efetividade das políticas públicas. Ocasional: realizado em intervalos regulares ou motivados por crises. Contínuo: motivado pela construção de um futuro desejável. Reprodutivo: reproduz a ordem atual, reforça o status quo. Generativo: promove inovação, construção de futuros desejáveis/possíveis em bases inovadoras. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 27/63 (CESPE/APF/2000) De acordo com os princípios ideais do planejamento governamental contemporâneo, ele é especializado por fases: uns planejam, outros implementam; quem planeja não implementa, quem implementa não planeja. Comentários Conforme demonstra o quadro acima, essa é uma característica do planejamento tradicional; no modelo contemporâneo, há a integração planejamento/implementação: todos pensam e executam em diferentes proporções, todas as unidades planejam e executam. Gabarito: Errado (ESAF/AFC-CGU/2008) Entre as modernas abordagens do planejamento destaca-se o Planejamento Estratégico Situacional – PES. Considerando as características do PES, analise os enunciados abaixo e depois selecione a resposta correta. 1. A premissa principal do Planejamento Estratégico Situacional é a complexidade e conflituosidade da realidade social, na qual coexistem atores com objetivos contraditórios e perspectivas diferenciadas quanto ao contexto em que atuam. 2. O Planejamento Estratégico Situacional baseia-se na análise das relações entre causa e efeito e entre antecedentes e consequentes dos fenômenos sociais, de maneira a desvendar a lógica que preside a sua complexidade. 3. De acordo com o Planejamento Estratégico Situacional, nenhum ator social ou político tem hegemonia para controlar todas as variáveis da realidade, sendo o planejador mais um ator num processo interativo. 4. O Planejamento Estratégico Situacional é uma ferramenta de governo, que rejeita a concepção do planejamento como monopólio do Estado ou de qualquer força situacionalmente dominante. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 28/63 c) Somente o enunciado 1 está incorreto. d) Somente o enunciado 2 está incorreto. e) Somente os enunciados 1 e 3 estão corretos. Comentários 1. Conforme exposto, no PES o objeto planejado contém atores com comportamento previsíveis. Enunciado correto. 2. Essa é uma característica do planejamento tradicional, que tem por referência o desenho de um contexto previsível. Enunciado incorreto. 3. No PES, o ator que planeja não tem assegurada sua capacidade de controlar a realidade, porque isso dependerá da ação de outros atores. Enunciado correto. 4. Na análise do PES, diz-se que o poder é escasso e o planejamento deve sistematizar o cálculo político e centrar sua atenção na conjuntura. Enunciado correto. Gabarito: D (CESPE/EAP-DEPEN/2013) Há uma tendência atual em resgatar o planejamento tradicional ou normativo, segundo o qual a noção de estratégia é absorvida para que se imprima sentido político à gestão pública. Comentários O planejamento que imprime sentido técnico político à gestão pública é o planejamento estratégico situacional; além disso, não é correta a afirmação de que exista tendência atual em retorno ao modelo de planejamento normativo. Gabarito: Errado 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 29/63 Em concurso da Controladoria-Geral da União (AFC), elaborado pela banca ESAF no ano de 2012, questionou-se sobre uma possível limitação da adoção de estratégias competitivas pela Administração Pública. A questão possuía a seguinte redação: Nos moldes atuais, a adoção de estratégias competitivas, pela administração pública como um todo, afigura-se tarefa pouco sustentável uma vez que a) é impensável supor a possibilidade de concorrência entre órgãos públicos. b) sua aplicabilidade se restringe às empresas públicas. c) os serviços públicos entregues aos usuários não podem ser diferenciados. d) a administração pública carece de uma contabilidade de custos efetiva. e) sua aplicabilidade se restringe às empresas públicas e às sociedades de economia mista. De antemão, informamos que a alternativa correta é a letra D. Isso porque a questão analisa o atual sistema de contabilidade pública adotado no Brasil. Desde a edição da Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), há a imposição legal de que se estabeleça um “sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial”. No entanto, essa apuração efetiva de custos, na prática, não ocorreu de forma generalizada. Apenas como exemplo, citamos que a Lei 4.320/1964 determina o uso do método de escrituração das partidasdobrada, o mesmo instituto que previa o primeiro ordenamento jurídico da contabilidade pública brasileira, datada de 28 de junho de 1808. Não obstante o reconhecimento de que esse sistema como método de escrituração seja eficiente, por si só não descreve a complexidade das contas governamentais. O processo de planejamento concebido por Carlos Matus ocorre através de quatro momentos fundamentais, não se confundindo, porém, com etapas. Isso porque a ideia de momento sinaliza uma circunstância de um processo contínuo, sem início, meio e fim determinado. Assim, nenhum desses momentos está isolado dos demais. São eles: o momento explicativo, o momento normativo, o momento estratégico e o momento tático-operacional. O momento explicativo é aquele onde se está indagando sobre as oportunidades e problemas que enfrenta o ator que planeja e buscando, antes de tudo, explicar suas origens e causas. Relaciona-se a compreensão do que foi e do que tende a ser a realidade. Sintetizando: é um diagnóstico que busca identificar, selecionar, descrever e explicar problemas. É caracterizado pela análise do ator que planeja (limites e potencialidades, ambiente interno e externo), identificação e seleção de problemas estratégicos, montar os fluxos de explicação dos problemas com as cadeias causais respectivas, seleção das causas fundamentais – chamadas de "nós críticos" como centros práticos de ação, construção da "árvore de resultados" a partir de uma "Situação-Objetivo" definida pelo grupo. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 30/63 O momento normativo corresponde ao desenho de como deve ser a realidade, permitindo estabelecer as operações que, em diferentes cenários, levam à mudança da situação inicial em direção à situação objetivo. Sintetizando: é o desenho do “deve ser”, a definição de como deve ser a realidade. Nesse momento, é necessário desenhar ações ou projetos concretos sobre cada "nó crítico" – as chamadas "Operações do Plano", definir para cada operação necessária os recursos necessários, os produtos esperados e os resultados previstos, construir cenários possíveis onde o plano será executado, analisar a trajetória do conjunto das operações em cada cenário e, a partir disto, tentar diminuir a vulnerabilidade do Plano. O momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e, portanto, aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo. Está centrado na identificação do “que pode ser”. Sintetizando: os obstáculos que devem ser superados para transformar o desenho do momento normativo em realidade. Considerando o termo “estratégia” como um conjunto de procedimentos práticos e teóricos para construir viabilidade para o plano, para garantir sua realização com máxima eficácia, vale a pena ressaltar dois instrumentos-processos: a análise de cenários e a análise criteriosa dos demais atores sociais ou agentes. Os cenários representam distintas reflexões, limitadas pela qualidade da informação disponível, sobre possíveis “arranjos” econômicos, institucionais, políticos, sociais, etc., capazes de influenciar positiva ou negativamente a execução das ações planejadas. Ao permitir a simulação sobre as condições futuras os cenários permitem a antecipação das possíveis vulnerabilidades do plano e a elaboração de planos de contingência necessários para minimizar os impactos negativos. Já a análise dos demais agentes envolvidos no espaço do problema-alvo do plano é imprescindível para identificar o possível interesse e motivação de cada um e o tipo de pressão que é (ou será) exercida em relação às ações planejadas. A elaboração de cenários e o “estudo do outro” tem como objetivo desenhar as melhores estratégias para viabilizar a máxima eficácia ao plano. O momento tático-operacional é “fazer” - é o momento decisivo do planejamento situacional. Já que o planejamento é concebido como cálculo que precede e preside a ação, as possibilidades ou o alcance do processo de planejamento se darão pela capacidade desse cálculo alterar, conduzir, orientar as ações presentes. Sintetizando: quando o plano se completa na ação, pois somente a ação muda a realidade e este agir faz parte do plano. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 31/63 Nesse momento, é importante debater o sistema de gestão da organização e até que ponto ele está pronto para sustentar o plano e executar as estratégias propostas. Para garantir uma resposta positiva será preciso acompanhar a conjuntura detalhadamente e monitorar não só o andamento das ações propostas, mas também a situação dos problemas originais. Deve-se reavaliar criticamente todo o processo interno de tomada de decisões, como os sistemas de informações, devem ser revistos e reformulados. Outros temas vitais neste momento são a estrutura organizacional, o fluxo interno de informações, a coordenação e avaliação do plano, o sistema de prestação de contas, as ferramentas gerenciais existentes e necessárias e finalmente a forma, dinâmica e conteúdo da participação democrática na condução do plano. Nesse momento se debate sobre as formas organizativas, a cultura organizacional, de modo a garantir a execução do plano. Neste momento devem ser encaminhados os seguintes temas: funcionamento da agenda da direção, sistema de prestação de contas, participação dos envolvidos, gerenciamento do cotidiano, sala de situações e análise sistemática da conjuntura. (ESAF/ATPS-MPOG/2012) Problemas administrativos, econômicos e sociais exigem métodos e planejamentos que contemplem as suas complexidades. Para tanto, o economista Carlos Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional, compreendendo os momentos explicativo, normativo, o estratégico e o tático-operacional como fundamentais. Em relação a esses quatro momentos, pode-se afimar que: a) o momento tático-operacional precede todos os demais momentos. b) devem ser considerados como momentos que se confundem com etapas, para efeitos do planejamento. c) devem ser considerados como parte de processo contínuo que tem início e fim determinados e conhecidos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 32/63 d) apesar de não haver uma hierarquia entre eles, o momento estratégico assume importância constante e situacional. e) o momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo. Comentários a) O momento que precede aos demais, considerando o seu próprio conceito, é o momento explicativo. Alternativa incorreta. b) e c) Os momentos do planejamento proposta por Carlos Matus não se confundem com etapas, já que sinalizam circunstâncias de um processo contínuo, sem início, meio e fim determinado. Alternativas incorretas. d) É o momento tático-operacional que estabelece a relação capaz de alterar, conduzir e orientar as ações presentes considerando a situação vivenciada. Alternativa incorreta. e) O momento estratégico está centrado na identificação do “que pode ser”, ou seja, os obstáculos que devem ser superados para transformar o desenho do momento normativo em realidade. Alternativa correta. Gabarito: E 2.2. Diagnóstico Estratégico 2.2.1. Introdução O diagnóstico estratégico, também chamado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que de alguma forma influenciam e afetam direta ou indiretamente uma organização. As ferramentas utilizadas para esse diagnóstico são importadas de gestão privada. Assim, ressalta-se que esses modelos não são totalmente adequados aos órgãos da Administração Pública, sendo necessárias adaptações que justifiquem a natureza e a finalidadedo seu uso. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 33/63 2.2.2. Balanced Scorecard (BSC) O BSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que, traduzida, significa “Indicadores Balanceados de Desempenho”. Assim, sua missão é fornecer a visão de conjunto das diferentes dimensões do desempenho sob quatro perspectivas: financeira; dos clientes; dos processos (negócios) internos; e do aprendizado e crescimento. A perspectiva financeira utiliza o retorno sobre investimento e o valor econômico agregado, por exemplo, como medidas genéricas desta perspectiva. Permite tornar os objetivos financeiros explícitos, e ajustar os objetivos financeiros às unidades de negócios nas diferentes fases de seus ciclos de vida e crescimento. A perspectiva dos clientes considera a visão destes em relação à organização e como ela pode atendê-los da melhor maneira possível. Os indicadores devem mostrar se os serviços prestados estão de acordo com a missão da organização. A perspectiva dos processos (negócios) internos considera a qualidade, o tempo de resposta, o custo e o lançamento de novos produtos como exemplo de medidas genéricas. Passa, necessariamente, pela identificação dos processos mais críticos para a realização dos objetivos. A perspectiva do aprendizado e crescimento é a que está na base do Balanced Scorecard. Assim, satisfação dos funcionários e disponibilidade dos sistemas de informação são exemplos de medidas genéricas desta perspectiva. A capacidade de alcançar metas ambiciosas nas perspectivas financeiras, dos clientes e dos processos internos depende das capacidades organizacionais para o aprendizado e o crescimento. Segundo Kaplan e Norton (2004)[4], o Balanced Scorecard reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho. Este conjunto abrangente de medidas serve 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 34/63 de base para o sistema de medição e gestão estratégica por meio do qual o desempenho organizacional é mensurado de maneira equilibrada sob as quatro perspectivas acima destacadas. Em concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Espírito Santo, elaborado pela banca CESPE no ano de 2011, afirmou-se corretamente sobre o alinhamento do Balanced Scorecard com a missão e estratégia das organizações, considerando o conjunto amplo de indicadores de que dispõe essa ferramenta estratégica. A questão possuía a seguinte redação: (CESPE/AJ-TRE-ES/2011) O balanced scorecard traduz a missão e a estratégia das organizações em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica que visa evitar a dispersão de ações e recursos empreendidos. A estrutura do BSC apresenta alguns componentes fundamentais para a sua elaboração, quais sejam: o mapa estratégico, que descreve a estratégia através dos objetivos relacionados entre si e distribuídos entre as quatro perspectivas; os temas estratégicos, que são aglomerações de objetivos em busca da visão da organização; os objetivos estratégicos, que definem aquilo que a organização quer alcançar; os indicadores, que têm a função de medir e acompanhar o sucesso da estratégia organizacional; as metas, que se referem ao nível de desempenho ou a taxa de melhorias que tem que ser realizadas para que os objetivos sejam alcançados; e o plano de ação, também chamado de iniciativas estratégicas, que relata as ações práticas necessárias para que se alcancem os objetivos estratégicos organizacionais. 1) Mapa Estratégico: na medida em que o Balanced Scorecard era implantado nas organizações, Kaplan e Norton conscientizaram-se da necessidade de ligação entre os objetivos e as suas relações de causa e efeito. Essa diagramação originou o que chamamos de Mapa Estratégico. O mapa estratégico fornece uma representação visual dos objetivos estratégicos da empresa, bem como suas relações de causa e efeito entre eles, que conduzem ao desempenho desejado. No BSC, as perspectivas são organizadas intencionalmente em camadas hierarquizadas, sendo que a dimensão financeira é situada na parte superior. Em seguida, alinham-se as camadas correspondentes às vistas do cliente, os quais por sua vez, são condicionados aos objetivos da dimensão dos processos internos e da aprendizagem e inovação. Para os seus idealizadores, o mapa estratégico deve se basear em alguns princípios: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 35/63 A estratégia equilibra forças contraditórias: equilibrar e articular os objetivos financeiros de curto prazo de redução de custos e de melhoria de produtividade com o objetivo de longo prazo e aumento lucrativo da receita. Cria-se valor por meio de processos internos: os gestores que definem a estratégia devem identificar aqueles processos de proposição de valor diferenciados aos clientes, ou seja, os temas estratégicos. A estratégia compõe-se de temas complementares e simultâneos: ao identificar os temas estratégicos para reforçar os processos em todos as quatro perspectivas, a empresa agrega benefícios que se manifestam com o passar do tempo, gerando crescimento sustentável no valor para os acionistas. O alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis: a quarta perspectiva do mapa estratégico trata desse tópico, o valor desses intangíveis decorrerá do grau em que tais recursos contribuirão para realização da estratégia e não deverá ser medido de forma separada e independente, tendo que ser inter-relacionada com os demais componentes do mapa estratégico. 2) Temas Estratégicos: a organização, no desempenho de suas atividades, executa, literalmente, diversos processos simultâneos; como consequência, cada gerente de processo possui identificação mais fortemente com algumas áreas do planejamento estratégico, perdendo assim, a visão holística organizacional. Nesse contexto, surgem os temas estratégicos, alicerçando diversas questões estratégicas dentro da organização. 3) Objetivos Estratégicos: os objetivos do BSC, dentro de um tema estratégico, são interconectados, numa relação de causa x consequência (efeito). Isto quer dizer que os objetivos da perspectiva de Aprendizagem e Crescimento serão base para o sucesso dos da perspectiva de Processos Internos, que contribuirão para a execução dos objetivos da perspectiva dos clientes, que, então, contribuirão para o alcance dos objetivos da perspectiva financeira. Portanto, os objetivos traçados dentro de um BSC, ou seja, em suas diversas perspectivas, devem fazer sentido tanto ao tema estratégico adequado, quanto ao objetivo traçado à perspectiva posterior. 4) Indicadores: são os elementos que informam como é medido e acompanhado o sucesso de cada objetivo. Um bom balanceamento dos indicadores de desempenho deve ser uma combinação adequada de resultados (indicadores de ocorrências) com impulsionadores do desempenho (indicadores de tendências) ajustados à estratégia da organização. Os indicadores de ocorrência mostram o desempenho de ações passadas, enquanto os indicadores de tendência indicam os prováveis resultados futuros. Os indicadores são instrumentos de gestão essenciais nas atividades de monitoramento e avaliação das organizações, assim como seus projetos, programas e políticas, pois permitem acompanhar o alcance das 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/205/capitulos/10279 36/63 metas, identificar avanços, melhorias de qualidade, correção de problemas, necessidades de mudança
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