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PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA - EEL0112 A história da humanidade é marcada pela luta por direitos, e isso se fortaleceu ainda mais depois que os direitos humanos passaram a ser pautas de diversos movimentos sociais. Sabe-se que qualquer sociedade é composta de pluralidades, uma vez que há diferenciação social, seja ela econômica, racial, de gênero ou geopolítica. Observando a diversidade em diversas democracias, sabe-se que há conflitos de interesses que precisam ser discutidos, por isso a importância das políticas públicas. No Brasil não é diferente do contexto mundial, pois ao longo dos anos conquistaram-se direitos relacionados a educação, que passaram a ser adquiridos com ajuda das políticas públicas. Dentre os que mais se apresentaram como relevantes na minha vida e de meus amigos e familiares pode-se citar o Programa Universidade para Todos (PROUNI); Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES); Sistema de Seleção Unificada (SISU). Neste sentido, o presente texto aborda cada política pública e suas inferências na minha existência enquanto mulher trabalhadora. O PROUNI, segundo o Ministério da Educação, foi um programa criado em 2004, com força da Lei nº 11.096/2005. Objetivou-se conceder bolsas de estudos integrais e parciais para estudantes de cursos acadêmicos em instituições privadas de educação superior (MEC, 2020). O PROUNI se inseriu em um conjunto das políticas públicas conhecidas como políticas de ações afirmativas, e visivelmente modificou a vida de muitas pessoas do meu bairro, uma vez que trabalhadores viram ampliadas as possibilidades para os estudantes de baixa renda. Muitas pessoas que não conseguiam concorrer em universidades públicas, mas também não tinham condições financeiras para acessar o ensino privado, conseguiram adquirir um diploma. Dentre estes muitos, cito um de meus vizinhos, que conseguiu se tornar professor, alcançar um padrão de vida melhor e também oferecer melhores condições materiais para os filhos. O FIES foi outro programa muito conhecido entre meus familiares, vizinhos e amigos, uma vez que várias pessoas acessaram a faculdade com a ajuda do mesmo. Segundo o MEC, o programa nasceu a partir da Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, que buscou proporcionar um financiamento a estudantes em cursos superiores nas faculdades particulares (MEC, 2020). Desde a fundação, o FIES passou por mudanças, passando a se chamar Novo FIES, para oferecer diversas condições de uso e financiamento (MEC, 2020). Minha prima foi beneficiária do programa entre 2008 e 2012. Ela conseguiu pagar um curso de enfermagem, se formar, entrar no mercado de trabalho e alcançar uma vaga de funcionária pública. Por se tratar de uma família de trabalhadores, o programa modificou profundamente o meio, uma vez que todos os integrantes do grupo familiar viram no cotidiano os benefícios de tal política pública. É muito importante, especialmente para uma mulher trabalhadora periférica, a independência financeira adquirida a partir da qualificação profissional, porque ela consegue romper a dependência do marido, que a coloca em lugar de subalternidade. Sendo assim, o FIES é fundamental para todos os brasileiros, principalmente mulheres. Por fim, o último programa que realizou profundas transformações em meu bairro foi o SISU. O MEC (2020) explica que se trata de um sistema informatizado do Ministério da Educação, onde instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos com melhor classificação são selecionados a partir de suas notas na prova. O SISU foi importante porque todos passaram a discutir sobre cotas, percebendo- se que aqueles com melhor poder aquisitivo eram os que saíam nas melhores colocações. Com o passar dos anos, os mais desfavorecidos começaram a conseguir entrar nas universidades públicas. Além de vários vizinhos, que jamais sonharam em acessar as universidades do governo, terem conseguido acessar um ensino público, o SISU foi importante por automatizar todo o sistema de seleção, porque o aluno acompanha o processo virtualmente. Deve-se lembrar também que o governo passou a não cobrar taxas de inscrição, o que possibilitou a mim e várias outras pessoas realizarem uma prova sem arcar com custos que “fazem diferença” nas vidas das famílias brasileiras. A partir do explanado, conclui-se que PROUNI, FIES e SISU foram fundamentais na minha família e comunidade, uma vez que são programas advindos de políticas públicas que priorizaram os pobres, negros, mulheres e pessoas menos favorecidas. Apesar de atualmente verificar que o FIES perdeu “força”, devido a instabilidade econômica, percebo que é importante que os cidadãos lutem por uma educação mais democrática, pois é ela que pode fazer com que os trabalhadores melhorem sua qualidade de vida e de seus familiares.
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