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ESCALAS DE ELETRONEG. Linus Pauling introduziu o conceito de para descrever as energias de ligação. Pauling reconheceu que as ligações polares tem mais energia de ligação do que as ligações apolares formadas a partir dos mesmos elementos. Por exemplo, ele observou que a energia de ligação do HCl (432 kJ.mol–1) era muito maior do que a média das energias de ligação de H2 (436 kJ mol–1) e Cl2 (243 kJ mol–1). Ele relacionou a diferença entre as energias de ligação real e média à diferença na eletronegatividade entre os elementos envolvidos. A tabela abaixo resume as abordagens usadas para uma variedade de escalas de eletronegatividade. Na maioria dos casos, os diferentes métodos dão valores de eletronegatividade semelhantes, algumas vezes com exceção aos metais de transição. Lembrando que a definição de eletronegatividade é a medida da capacidade de um átomo de atrair elétrons de um átomo vizinho ao qual ele está ligado. Ela determina também a disposição dos átomos externos ao redor de um átomo central e na compreensão dos ângulos de ligação. Uma crítica a todas as escalas de eletronegatividade, e particularmente a de Pauling, e que cada escala não pode ser aplicada com sucesso para todas as situações. Todas essas escalas tem deficiências baseadas nos cálculos específicos utilizados em seu desenvolvimento. A eletronegatividade dos gases nobres pode ser calculada mais facilmente a partir das energias de ionização do que pelas energias de ligação. Como os gases nobres tem energias de ionização mais elevadas do que os halogênios, os cálculos sugerem que a eletronegatividade dos gases nobres possa ultrapassar a dos halogênios. Os átomos de gás nobre são um pouco menores que os átomos de halogênio vizinhos – por exemplo, o Ne é menor do que o F – como consequência uma maior carga nuclear efetiva. Essa carga, que é capaz de atrair fortemente os elétrons do gás nobre em direção ao núcleo, também é suscetível a exercer uma forte atração sobre os elétrons de átomos vizinhos. Portanto, a alta eletronegatividade prevista para os gases nobres é razoável. ELETRONEG. E OS ÂNGULOS DE LIGAÇÃO Pela abordagem da RPECV, as tendências em muitos ângulos de ligação podem ser explicadas pela eletronegatividade. Por exemplo no caso das moléculas PF3 (97,8°), PCl3 (100,3°) e PBr3 (1010°), à medida que a eletronegatividade do halogênio aumenta, o halogênio exerce uma atração mais forte nos pares de elétrons que compartilha com o átomo central. Esse efeito reduz a concentração de elétrons perto do átomo central, diminuindo um pouco a repulsão entre os pares ligantes próximos ao átomo central e permite que o par isolado tenha mais impacto para comprimir os ângulos do halogênio – átomo central – halogênio. Consequentemente, as moléculas com os átomos externos mais eletronegativos, como PF3 e OSF2, tem ângulos menores. Se o átomo central continuar o mesmo, as moléculas que possuem maior diferença nos valores de eletronegatividade entre seus átomos central e externo terão ângulos de ligação menores. O átomo com maior eletronegatividade atrai os elétrons compartilhados em direção a si mesmo e para longe do átomo central, reduzindo assim o efeito repulsivo desses elétrons. O par isolado exerce um efeito relativamente maior e produz ângulos de ligação menores, à medida que a eletronegatividade do átomo externo aumenta. Uma possível explicação para essa tendência é o tamanho: à medida que o tamanho do átomo externo aumenta, o ângulo de ligação também aumenta. Quando o átomo central se torna mais eletronegativo, atrai mais fortemente elétrons em pares ligantes em direção a si mesmo, aumentando a concentração de elétrons próximos a ele. O efeito é o aumento nas repulsões par ligante – par ligante próximas do átomo central, que vai aumentar os ângulos de ligação. Nessas situações, a molécula com o átomo central mais eletronegativo tem os ângulos maiores. Podemos prever também as tendências de ângulos com base no tamanho atômico, por exemplo quanto menor um átomo, mais eletronegativo ele será. No caso de um grupo externo menor e menos eletronegativo do que um grupo maior, sendo este último ligado a um átomo central. Neste caso, poderíamos prever por RPECV que os grupos CF3 mais eletronegativos levariam a um menor ângulo de ligação, porque puxariam os elétrons mais fortemente do que os grupos CH3. O ângulo de ligação em N(CF3)3 é na verdade sete graus maior do que em N(CH3)3 sugerindo, neste caso, que o tamanho seja o fator mais importante, com os grupos CF3 maiores exigindo mais espaço. N(CH3)3 110,9 N(CF3)3 117,9 ÁTOMOS DO GRUPO PRINCIPAL TENDO UM NÚMERO ESTÉREO = 5 Para átomos do grupo principal tendo um número estéreo 5, é instrutivo considerar os comprimentos de ligação relativos para as posições axiais e equatoriais. Por exemplo, em PCl5, SF4 e ClF3, as distâncias do átomo central-axial são maiores que as distâncias para os átomos s equatoriais. Esse efeito tem sido atribuído a maior repulsão dos pares isolados e ligantes com átomos em posições axiais (três interações de 90°) do que com átomos em posições equatoriais (duas interações de 90°). Além disso, há uma tendência para grupos menos eletronegativos ocuparem posições equatoriais, semelhantes aos pares isolados e aos átomos com ligações múltiplas. Por exemplo, em compostos de fósforo com átomos de flúor e de cloro, em todos os casos os cloros ocupam posições equatoriais. A mesma tendência e mostrada em compostos com formulas PF4CH3, PF3(CH3)2 e PF2(CH3)3, com os grupos CH3 menos eletronegativos também equatoriais. É possível vislumbrar a densidade de elétrons da ligação P – A, em que A é o átomo menos eletronegativo, sendo concentrado mais perto do fosforo nesses casos, levando a uma preferência por posições equatoriais por semelhante raciocínio aplicado aos pares isolados e as ligações múltiplas. Os efeitos relativos sobre os ângulos das ligações por átomos menos eletronegativos, no entanto, normalmente são menores do que para pares isolados e ligações múltiplas. Por exemplo, o angulo de ligação para posições equatoriais opostas ao átomo de Cl em PF4Cl é apenas ligeiramente inferior a 120°, em contraste com a maior redução dos ângulos comparáveis em SF4 e SOF4. Prever estruturas em alguns casos e um desafio. Compostos de fosforo contendo átomos de flúor e grupos CF3 fornecem um exemplo intrigante. CF3 é um grupo retirador de elétrons cuja eletronegatividade foi calculada como sendo comparável a dos átomos halogênios mais eletronegativos. CF3 favorece as posições equatoriais mais fortemente do que F? São conhecidos compostos de fósforo trigonais bi piramidais contendo números diferentes de F e grupos CF3 com grupos CF3 tanto axiais quanto equatoriais. Quando dois ou três grupos CF3 estão presentes, explicar as orientações é realmente um desafio: esses grupos são axiais em PF3(CF3)2, mas equatoriais em PF2(CF3)3. Em ambos os casos, a estrutura mais simétrica, com grupos equatoriais idênticos, é a preferida. ELETRONEG. DE GRUPO Como é o caso de átomos individuais, várias abordagens foram adotadas para estimar a capacidade de atração de elétrons de grupos como CH3, CF3 e OH, que podem ser ligados a átomos centrais. Exemplos em ordem decrescente de eletronegatividade do grupo incluem os seguintes: CF3 > CHF2 > CH2F > CH3 CF3 > CCl3 CH3 > SiH3 F > OH > NH2 > CH3 > BH2 > BeH Pergunta: Os ângulos podem ser classificados com segurança usando as diferenças de eletronegatividade para um conjunto de moléculas relacionadas, que contenham tanto grupos quanto único átomo ligado ao átomo central? Resposta: Considere as moléculas na figura abaixo. A ligação S – F tem a maior diferença de eletronegatividade, e o angulo F – S – F em SO2F2 e, como esperado, o mais agudo dos ângulos X – S – X. A eletronegatividade média aproximada do grupo OH (3,5), CF3, (3,1) e CH3 (2,6) em comparação com Cl (2,869 unidadesde Pauling) sugere que o ângulo X – S – X em SO2(OH)2 e SO2(CF3)2 deveria ser mais agudo do que em SO2Cl2. Na verdade, o ângulo correspondente em SO2Cl2 é mais agudo do que nas moléculas anteriores, uma prova da importância de se considerar o tamanho ao prever os ângulos de ligação. Embora a ordem dos ângulos de ligação para SO2(OH)2 < SO2(CF3)2 < SO2(CH3)2 seja compatível com a ordem de eletronegatividade do grupo, a pequena diferença entre esses ângulos (1,3°) e surpreendente, com base na variação relativamente grande (~0,9 unidade) na eletronegatividade do grupo. Em contraste, a diferença de eletronegatividade entre F e Cl (1,324 unidades de Pauling) é apenas um pouco maior. No entanto, o resultado é uma diferença grande, de 4,2° nos ângulos X – S – X. A previsão do ângulo de ligação depende claramente de vários fatores. O tamanho e a possível formação de ligação de hidrogênio entre átomos externos e grupos também podem afetar os ângulos e distâncias. POLARIDADE MOLECULAR Quando átomos com diferentes eletronegatividades são ligados, a molécula resultante tem ligações polares, com os elétrons da ligação concentrados, talvez muito ligeiramente, no átomo mais eletronegativo. Quanto maior for a diferença de eletronegatividade, mais polar será a ligação. Experimentalmente, a polaridade das moléculas é mensurada indiretamente por meio da medição da constante dielétrica, que é a relação entre a capacitância de uma célula preenchida com a substancia a ser medida com a capacitância da mesma célula com um vácuo entre os eletrodos. A orientação das moléculas polares no campo elétrico anula parcialmente o efeito do campo e resulta em uma maior constante dielétrica. Medições em diferentes temperaturas permitem o cálculo do momento dipolar para a molécula, definido como μ = Qr, onde r é a distância entre os centros de carga positiva e negativa e Q é a diferença entre essas cargas. Momentos dipolares de moléculas diatômicas podem ser calculados diretamente. Em moléculas mais complexas, a adição de vetor dos momentos dipolares da ligação individual dá o momento dipolar molecular líquido. No entanto, geralmente não é possível calcular os dipolos moleculares diretamente a partir de dipolos de ligação. Moléculas com momentos dipolares interagem eletrostaticamente umas com as outras e com outras moléculas polares. Quando os dipolos são grandes o suficiente, as moléculas se orientam com a extremidade positiva de uma molécula, em direção a extremidade negativa da outra e o resultado são pontos de fusão e ebulição mais elevados. Por outro lado, se a molécula tiver uma estrutura altamente simétrica, ou se as polaridades das ligações diferentes cancelarem umas às outras, a molécula como um todo poderá não ter um momento dipolar líquido, mesmo que as ligações individuais forem completamente polares. Moléculas tetraédricas como CH4 e CCl4, moléculas e íons trigonais como SO3, NO3- e CO32− e moléculas tendo átomos externos idênticos para números estéreos 5 e 6 como PCl5 e SF6 são todas apolares. A ligação C – H tem polaridade muito pequena, mas as ligações em outras moléculas e íons são bastante polares. Em todos estes casos, a soma de todas as ligações polares é zero. Moléculas apolares participam de atrações intermoleculares. Pequenas flutuações da densidade de elétrons em tais moléculas criam pequenos dipolos com tempo de vida extremamente curto. Esses dipolos, por sua vez, atraem ou repelem os elétrons em moléculas adjacentes, induzindo a formação de dipolos nelas também. O resultado é uma atração global entre as moléculas. Essas forças de atração são chamadas forças de London ou forças de dispersão, e tornam possível a liquefação dos gases nobres e das moléculas apolares – como hidrogênio, nitrogênio e dióxido de carbono. Como regra geral, as forças de London se tornam mais importantes à medida que o número de elétrons aumenta em uma molécula. Geralmente, uma contagem crescente de elétrons aumenta a blindagem da carga nuclear, tornando a nuvem de elétrons mais polarizada e sensível a perturbação de dipolos externos. CARÁTER IÔNICO Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os elementos, maior será o caráter iônico da ligação (é pra não falar “ligação iônica”) formada entre os seus átomos. Por exemplo: no cloreto de sódio (NaCl), a eletronegatividade do cloro é 3,16 e a do sódio é 0,93. Assim, a diferença de eletronegatividade é 3,16 – 0,93 = 2,23 e o caráter iônico da ligação, de aproximadamente 70%.
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