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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC Alice Periz, Giulia Viguini, Jamile Rodrigues e Yasmim Ewerlly TE DE PARASITOLOGIA (Classe Insecta e Classe Arachnida) COLATINA 2019 Alice Periz, Giulia Viguini, Jamile Rodrigues e Yasmim Ewerlly TE DE PARASITOLOGIA (Classe Insecta e Classe Arachnida) Projeto de Trabalho de Conclusão de Período apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo, no Curso de medicina veterinária, sob orientação do Professor Bruno Spalenza, como requisito para a obtenção de nota. COLATINA 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4 1 JUSTIFICATIVA E BENEFÍCIOS..........................................................................................5 2 OBJETIVO.............................................................................................................................6 2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICO.................................................................................................6 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO................................................................................7 4 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................8 4.1 PULGAS.....................................................................................................................9 a 10 4.2 ÁCAROS...................................................................................................................11 a 12 4.3 CARRAPATO...........................................................................................................13 a 15 4.4 PIOLHO....................................................................................................................16 a 17 5 CONCLUSÃO......................................................................................................................18 INTRODUÇÃO Esses dias quentes são ótimos para se divertir com os animais de estimação. Porém, o calor e a umidade característicos deste período podem facilitar para que os pets tenham contato com ectoparasitas como pulgas, carrapatos, ácaros e piolhos. Esses parasitas podem ser classificados de acordo com o local que parasitam, nesse caso temos dois tipos: os Endoparasitas, que são seres que parasitam o interior do corpo do hospedeiro, e temos também, os Ectoparasitas, que são organismos que parasitam a parte exterior do corpo do hospedeiro, e é sobre eles que falaremos neste trabalho. 1 JUSTIFICATIVA E BENEFÍCIOS Os sinais clínicos de uma infecção parasitária dependem da natureza e espécie do parasita externo presente na pele do animal, mas os sinais mais comuns são coceiras, verminoses, anemia, queda de pelo e piodermatites (infecção bacteriana da pele). Pode acontecer de o animal estar parasitado e não apresentar sintomas, por isso é importantíssimo o acompanhamento médico veterinário que pode confirmar através de exames a presença desses ectoparasitas. Portanto é de fundamental importância a observação e o estudo desses parasitas, para compreender quais os prejuízos que eles podem trazer ao hospedeiro, e para saber tratar adequadamente em cada situação. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Abordar tipos de espécies de ectoparasitas diferentes, para entender e analisar os tratamentos, profilaxias, medicamentos e as doses a serem administradas a cada caso apresentado, conhecendo assim um pouco sobre as doenças que podem ser causadas por estes. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Relacionar as doenças a cada parasita Estabelecer métodos profiláticos Caracterizar os tipos de tratamentos Classificar medicamentos a serem administrados 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esse projeto de pesquisa foi elaborado com natureza básica, seus objetivos são voltados para o modo explicativo, e para o exploratório, tendo em vista um melhor aprofundamento do assunto. Na confecção deste trabalho foram realizadas pesquisas em artigos científicos como técnica de coleta de dados. Esta pesquisa foi realizada por estudantes de medicina veterinária a fim de promover uma base mais ampla sobre o assunto que já foi discutido em aula. 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 PULGAS As pulgas são insetos achatados lateralmente, sem asas, pertencentes ao Filo Arthropoda, à classe Insecta e à ordem Siphonaptera (FORTES, 2004). Estes insetos podem ser vistos a olho. O terceiro par de pernas é bem mais largo e facilita o incrível potencial de salto. Na medicina veterinária, as pulgas são comumente encontradas em cães e gatos, entretanto, elas também vivem em uma variedade de outros animais domésticos e pequenos selvagens (SLOSS et al., 1999). Ctenocephalides canis (Pulga do cão) Dipylidium caninum, a tênia mais comum encontrada nos exames de rotina dos animais de estimação, esta tênia em forma de fita, habita no intestino delgado de cães e gatos. Porém, como todos os parasitas, elas necessitam de um hospedeiro intermediário para completar o seu ciclo. Bem, geralmente é a pulga da espécie Ctenocephalides canis. É curioso que um parasita externo, por sua vez, carregue em si, um parasita interno, que termina o seu ciclo quando a pulga é ingerida pelo cachorro enquanto se lambe. Nem todas as pulgas abrigam um cisticerco interno, que é a forma infecciosa da tênia. No entanto, muitas pulgas se tornam hospedeiras intermediárias ao ingerir os embriões desse parasita no ambiente. Dentro das pulgas é onde ocorrem todas as transformações, até atingir o estágio de "cisticerco". Depois que o cão ingere a pulga, o cisticerco será lançado no trato digestivo e começará a sua evolução para uma tênia adulta. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? É simples e eficaz! Embora, não seja descartado que todos os parasitas desenvolvam, com o tempo, certa resistência aos antiparasitários convencionais. O praziquantel é o medicamento preferido devido a sua segurança, o preço reduzido e a alta eficácia contra cestoides. Uma única dose pode ser insuficiente. Algumas vezes, é aconselhável repetir o tratamento contra a tênia em cães, após 3 semanas. Desse modo, o principal fator no tratamento da tênia em cães consiste em eliminar as pulgas, usando um dos seguintes produtos: - Comprimidos antipulgas (afoxolaner, fluranaler, spinosad). - Pipetas à base de selamectina ou imidacloprid+permetrina. - Coleiras à base de imidacloprid e flumetrina, ou deltametrina e, ainda, controlar o ambiente onde vive o cão. xenopsylla cheopis (pulga do rato) Pelas fezes, essas pulgas transmitem tifo murino, doença infecciosa aguda causada pela Rickettsia tiphi, uma zoonose própria dos ratos, mas que eventualmente atinge o homem quando trabalha em locais infestados por ratos. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento desse tipos de tifo consiste na utilização de antibióticos (clorafenicol e tetraciclina) e em cuidados de suporte para aliviar os sintomas. Nos casos de doença avançada, pode ser necessário administrar medicamentos à base de cortiscosteroides. O medicamento mais utilizado é a Doxiciclina que deve ser administrada 1 dose 1 vez ao dia (durante 7 dias). A melhor forma de prevenção consiste em adotar medidas sanitárias e de higiene para controle dos insetos vetores que transmitem a infecção e para conter a proliferaçãodescontrolada dos animais que servem de reservatório para a bactéria.] xenopsylla cheopis (pulga do rato) A X. cheopis é o principal responsável pela transmissão da peste bubônica (entre ratos e desses para o homem). O agente etiológico da peste é o bacilo gram-negativo Yersinia pestis, transmitido ao homem pela picada da pulga do rato previamente infectado. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A peste negra é uma doença perigosa que exige tratamentos imediatos. Se tratada logo que descoberta, é possível não desenvolver suas formas mais graves. São usados para o tratamento com antibióticos fortes, fluidos intravenosos e oxigênio. Medicamento: Estreptomicina Dose: Adultos e Adolescentes • Dar 2 g, por via intramuscular profunda, uma vez ao dia, por 3 meses, ou • 2 ou 3 vezes na semana; dose máxima: 1 a 1,5 g. Crianças • Até 20 kg: 20 a 40 mg/kg/dia, por via intramuscular profunda, diariamente ou 2vezes na semana, por 3 meses; ou 25 a 30 mg/kg, por via intramuscular profunda, 3 vezes na semana, por 3 meses; dose máxima: 1 g. • De 20 a 35 kg: 500 mg/dia. • De 35 a 45 kg: 2.000 mg/dia. • Mais de 45 kg: dose de adulto. Idosos acima de 60 Anos • Dar 500 mg/dia, por via intramuscular profunda; dose máxima: 750 mg/dia. Ajuste de dose em insuficiência renal • DCE acima de 50 mL/minutos: intervalo de 24 horas • DCE entre 10 e 50 mL/minutos: intervalo de 24 a 72 horas. • DCE inferior a 10 mL/minutos: intervalo de 72 a 96 horas (Imagem representativa de uma pulga) 4.2 ÁCAROS Os ácaros são animais invertebrados com membros rígidos e articulados, semelhantes aos carrapatos, e pertencem à classe dos aracnídeos. Muito encontrados na natureza, eles estão também dentro das casas. Um metro quadrado de um tapete em uma residência pode conter até 100 mil ácaros. Os chamados ácaros domésticos são bem pequenos, invisíveis a olho nu, e medem cerca de 0,5 milímetro. Otodectes cynotis (SARNA DE OUVIDO) A sarna otodécica, popurlamente conhecida como “sarna de ouvido”. Na prática veterinária, infecções por ácaros da orelha em cães e gatos podem se apresentar como uma doença que causa coceira intensa em uma ou ambas as orelhas, que por sua vez desencadeia arranhões na orelha afetada. Uma cera de ouvido de cor estranhamente escura (cerume) também pode ser produzida. Os ácaros da orelha se espalham rapidamente e podem ser transmitidos até mesmo de um contato físico breve com outros animais. Em animais de estimação, ácaros da orelha mais comumente afetam gatos, furões e, em menor grau cães. Os seres humanos raramente podem ser infectados com ácaros da orelha. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento consiste no uso de parasiticidas, além de preparados otológicos que englobam parasiticidas, fungicidas e antibióticos geralmente são suficientes no tratamento. Alguns medicamentos recomendados são: - Mectimax 12 mg por 1 vez ao dia a cada 7 dias sendo de 2 a 4 administrações. - Sarnarrex Topico 5% uso tópico diário até a cura, de 2 a 5 gotas no local; - Gel Auricular 0,5 a 1ml por ouvido por 5 a 10 dias. Demodex Canis (sarna demodética) A espécie demodex canis vive predominantemente no cão doméstico, mas ocasionalmente pode infectar seres humanos. Devido ao seu habitat ser nas profundezas da derme, a transmissão só é normalmente possível através do contato direto e prolongado, como a cadela transmite aos filhotes durante a lactação. Como resultado, os locais mais comuns para o aparecimento precoce de lesões demodicódicas são o rosto, o focinho, as patas dianteiras e as regiões periórbitas (ao redor dos olhos). A demodicose pode se manifestar com lesões de dois tipos: carcinoma que provoca alopecia seca e espessamento da pele, e demodicose pustulosa, a forma mais grave, causando infecção secundária (geralmente por Staphylococcus aureus), resultando no vermelho característico, numerosas pústulas e enrugamento da pele. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A terapia deve-se incluir uma tricotomia parcial ou generalizada, administração de imunomoduladores, ivermectina, deve-se ter cuidado tanto com o animal quanto com o proprietário e não deve ser utilizado em fêmeas gestantes ou lactantes e nem em filhotes com idade inferior a doze meses. Nos casos graves é possível aplicar a droga Amitraz para a pele. A melhoria da alimentação e também ajuda a resolver qualquer possível doença imunossupressora. A infecção bacteriana secundária associada com demodicose pustular requer tratamento com antibióticos. Sarcoptes scabiei É um artrópode que parasita tanto animais domésticos quanto o homem, causando uma doença conhecida como escabiose no homem, e sarna sarcóptica nos animais. Sua distribuição é cosmopolita e é totalmente democrática em sua escolha das vítimas. A prevalência é global é de aproximadamente 300 milhões de casos. Os principais sinais e sintomas da sarna são: Coceira, muitas vezes grave e que geralmente piora à noite. Presença de pápulas, que são lesões de pele que surgem principalmente nas dobras da pele, especialmente entre os dedos das mãos, nas axilas, ao redor da cintura, nos pulsos, cotovelos, solas do pé, nádegas e joelhos. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Cães acometidos e todos seus contatantes devem ser tratados com um acaricida. De forma tópica, pode ser utilizado xampu antimicrobiano a cada três ou sete dias. No tratamento sistêmico podem ser utilizados medicamentos, como Selamectina, ivermectina, doramectina, milbectina, moxidectina. Uma das medidas profiláticas é manter o ambiente higienizado e tratado com produtos acaricidas e água quente. (Imagem representativa de um ácaro) 4.3 CARRAPATO Os carrapatos são artrópodes ectoparasitas (parasitas externos), ou seja, vivem na superfície do corpo de um hospedeiro, e são também hematófagos, se alimentam do sangue. Sendo assim, possuem uma grande importância como vetores de agentes patogênicos, como protozoários, bactérias e vírus, entre outros. O seu formato vai depende se o parasita está ingurgitado (cheio de sangue) ou não. Quando está neste estado, ele apresenta-se em um formato quase oval, enquanto que antes de sugar o sangue do seu hospedeiro, ou quando sugou pouco sangue ainda, o corpo do animal apresenta-se plano. Rhipicephalus sanguineus (carrapato marrom) No cão a espécie mais comum de carrapato é o Carrapato Marrom. Eles sobem no animal, fixam-se na pele e podem transmitir doenças. Quando essa situação ocorre é preciso buscar tratamento o mais rápido possível, pois se o carrapato estiver infectado, pelo protozoário do Babesia canis, irá transmitir a Babesiose, que é uma doença transmitida pela picada de um carrapato infectado. Ela invade os glóbulos vermelhos dos cães e se multiplica, rompendo-os. Febre e anemia são os principais sintomas, a Babesiose, se não tratada, pode ser mortal. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento da babesiose vai abranger duas questões: o combate ao parasita e a correção dos problemas que foram causados por este parasita (como a anemia e a insuficiência renal, por exemplo). Atualmente, os veterinários possuem à sua disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é indispensável, consiste, por exemplo, na cura da insuficiência renal (por diferentes meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas as demais complicações da doença. A melhor maneira de prevenir essa doença é evitando os temíveis carrapatos. É importante desparasitar frequentemente o local onde o cão vive e o próprio cão também. Amblyomma cajennense (carrapato estrela) Febre maculosa brasileira é uma doença transmitidapelo carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte, cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara (o maior de todos os reservatórios naturais), a bactéria cai na circulação e causa vasculite. Os primeiros sintomas aparecem na imensa maioria dos casos, sete dias depois da picada. A doença começa com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? tem cura desde que o tratamento com antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito. Atualmente não existe nenhuma vacina eficaz contra a Febre Maculosa, mas é possível adotar algumas medidas para prevenir a doença. Evite o contato com carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que eles possam existir, tome as seguintes precauções: - Examine seu corpo do animal cuidadosamente - Use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos; - Coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano mais alto nas áreas que possam estar infestadas por carrapatos; - Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado na pele. Ixodes ricinus A doença de Lyme é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, mas a transmissão se dá por meio de carrapatos. São eles que carregam essas bactérias e que podem transmiti- las para os seres humanos por meio de picadas. Para transmitir a doença, os carrapatos devem ficar aderidos à pele do hospedeiro por 36 a 48 horas no mínimo. Quanto menor o carrapato, maiores são as chances de eles transmitirem a doença de Lyme, pois são mais difíceis de serem detectados. Quando são transmitidas, as bactérias entram na pele através da picada e invadem a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo. Alguns sintomas são o surgimento de uma protuberância avermelhada na região em que houve picada, a erupção, denominada eritema migrans, é uma das características da doença de Lyme (algumas pessoas desenvolvem esta erupção em mais de um lugar do corpo). Sintomas gripais, como febre, calafrios, fadiga, dores no corpo e dor de cabeça pode acompanhar a erupção cutânea. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A principal abordagem para tratar doença de Lyme é o uso de antibióticos, que pode ser ministrado tanto de forma oral quanto intravenosa, em doses que deverão ser decididas pelo médico os remédios mais comuns receitados são: Ceftriaxona Dissódica, Ceftriaxona Sódica, Clordox e Prednisona. Algumas pessoas, mesmo após o tratamento, podem apresentar alguns sintomas específicos, como dores musculares e fadiga. A causa destes sintomas é desconhecida. Alguns especialistas acreditam que certas pessoas que têm a doença de Lyme estão predispostas a desenvolver uma resposta autoimune que contribui para o surgimento desses sintomas. Se você for viajar para regiões em que ainda há grandes infestações de carrapatos, certifique-se de tomar os devidos cuidados. Você pode, por exemplo, fazer uso de repelentes de insetos e usar roupas compridas, que não deixem sua pele exposta. (Imagem representativa de um carrapato) 4.4 PIOLHO Os piolhos são insetos pequenos com cerca de 3 mm, sem asas e aparelho bucal do tipo picador-sugador. As pernas são fortes e formam uma pinça com a qual os insetos ficam agarrados ao pelo. Os ovos são colocados aderidos ao pelo e são denominadas lêndeas. Chama-se pediculose a infestação por piolhos sugadores. Pediculus humanus corporis O piolho do couro cabeludo é um inseto que se alimenta do sangue das pessoas e reproduz-se com rapidez. Transmitido de uma pessoa para outra, ele se instala no folículo piloso, ou seja, na base do cabelo, onde deposita seus ovos (as lêndeas ), fáceis de serem reconhecidos e que diferem da caspa porque ficam grudadas no pelo. Os piolhos se alimentam injetando no couro-cabeludo um pouco de saliva, que tem propriedades vasodilatadoras e anticoagulantes, permitindo que o piolho sugue uma pequena quantidade de sangue a cada poucas horas. As picadas provocam: coceira intensa no couro cabeludo, feridas causadas pelo ato de coçar, marcas visíveis deixadas pelas picadas de insetos e aparecimento de ínguas e infecções secundárias nos casos mais graves de infestação, o piolho não pula nem salta, ele se arrasta, por isso só é transmitido por meio de contato direto entre a pessoa infectada e a não infectada. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? É feito à base de inseticidas piretroides de uso local. Depois da aplicação, o medicamento deve permanecer na cabeça protegida por uma touca durante algumas horas. A aplicação deve ser realizada durante cinco dias consecutivos e repetida de sete a dez dias depois para atacar os ovos que ainda não haviam eclodido na fase inicial do tratamento. Já existem também medicamentos por via oral contra a pediculose. Depois do tratamento, continue examinando a cabeça das crianças por 2 ou 3 semanas para se certificar que a infestação foi de fato controlada. Pediculus humanus (febre das trincheiras) Este tipo de piolho é vetor e pode transmitir a doença conhecida como febre das trincheiras, o termo “doença das trincheiras” provém da Primeira Guerra Mundial, quando muitos soldados nas trincheiras contraíam a infecção. Os seres humanos são o único reservatório dessa infecção por Bartonella. B. quintana é transmitida ao homem quando as fezes dos piolhos infectados são atritadas na pele irritada ou na conjuntiva. O início da febre das trincheiras é súbito com febre, fraqueza, vertigem, cefaleia (com dor atrás dos olhos), congestão conjuntival e dor intensa nas costas e nas pernas (febre tibial). A febre pode alcançar 40,5°C e persistir durante 5 a 6 dias. Em aproximadamente metade dos casos, a febre recorre de uma a oito vezes, com intervalo de 5 a 6 dias. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Embora a recuperação seja geralmente completa em 1 a 2 meses e a mortalidade desprezível, a bacteriemia pode persistir durante meses após a recuperação clínica, possivelmente, e pode ser necessário tratamento prolongado (maior que 1 mês) com doxiciclina ou macrolídeos. Os pacientes recebem doxiciclina, 100 mg, VO, 2 vezes/dia, por 4 a 6 semanas mais, se houver suspeita de endocardite, gentamicina 3 mg/kg/dia IV nas 2 semanas iniciais. Pediculus humanus (febre recorrente) Febres recorrentes transmitidas por piolhos são raras nos EUA e endêmicas apenas em regiões da África central e oriental e no Andes, na América do Sul. Febre recorrente transmitida por piolhos tende a ocorrer em epidemias, sobretudo nas regiões afetadas por guerra e em campos de refugiados. O piolho é infectado ao se alimentar de um paciente febril; seres humanos são o único reservatório. Se o piolho é esmagado em um hospedeiro novo, são liberadas Borrelia que podem entrar na pele por meio de lesões ou picadas. Piolhos intactos não transmitem a doença. A taxa de mortalidade é < 5%, mas pode ser consideravelmente mais alta em pessoas muito jovens, em gestantes e idosos, em pessoas desnutridas ou debilitadas, ou durante epidemias de febre transmitida por piolhos. Os pacientes têm calafrios súbitos, febre alta, cefaleia intensa, vômitos, dor musculare articular e, frequentemente, delirium e/ou rash cutâneo no tronco ou nas extremidades; mais tarde, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, miocardite e insuficiência cardíaca. QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Diagnosticar por meio de microscopia de campo escuro ou esfregaços de sangue espessos e finos com coloração de Giemsa ou Wright; sorologias não são confiáveis. Tratar com tetraciclina, doxiciclina ou eritromicina. Pacientes não tratados têm 2 a 10 recorrências em 1 a 2 intervalos por semana; as recorrências se manifestam com retorno súbito da febre e frequentemente artralgia e todos os sinais e sintomas anteriores. (Imagem representativa de um piolho) 5 CONCLUSÃO O estudo dos ectoparasitas é de fundamental importância para a medicina veterinária e para medicina humana, pois estabelece critérios sobre o estudo de animais que são vetores de doenças que podem, ou não, serem contagiosas, apresentando significância no contexto de saúde publica. Para prevenir infestações e enfermidades transmitidas por esses vetores, é necessário a adoção de medidas físicas e químicas de controle. O controle ambiental deve ser feito através da higienização local e da aplicação de inseticidas capazes de matar pulgas e carrapatos nas casinhas dos cães, frestas, paredes (...). O processo de aplicação deve ser repetido a cada 15 dias e realizado no mínimo de três a quatro vezes, para interferir no desenvolvimento e ciclo de vida do parasita. Além disso, fazer alternância das bases dos produtos utilizados dificulta o desenvolvimento de resistência por parte do parasita.
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