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Parasitologia - Classe Insecta e Classe Arachnida

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC 
Alice Periz, Giulia Viguini, Jamile Rodrigues e Yasmim Ewerlly 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TE DE PARASITOLOGIA 
(Classe Insecta e Classe Arachnida) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2019 
Alice Periz, Giulia Viguini, Jamile Rodrigues e Yasmim Ewerlly 
 
 
 
 
 
 
 
 
TE DE PARASITOLOGIA 
(Classe Insecta e Classe Arachnida) 
 
Projeto de Trabalho de Conclusão de 
Período apresentado ao Centro 
Universitário do Espírito Santo, no Curso 
de medicina veterinária, sob orientação do 
Professor Bruno Spalenza, como requisito 
para a obtenção de nota. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2019 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4 
1 JUSTIFICATIVA E BENEFÍCIOS..........................................................................................5 
2 OBJETIVO.............................................................................................................................6 
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................6 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICO.................................................................................................6 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO................................................................................7 
4 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................8 
4.1 PULGAS.....................................................................................................................9 a 10 
4.2 ÁCAROS...................................................................................................................11 a 12 
4.3 CARRAPATO...........................................................................................................13 a 15 
4.4 PIOLHO....................................................................................................................16 a 17 
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esses dias quentes são ótimos para se divertir com os animais de estimação. 
Porém, o calor e a umidade característicos deste período podem facilitar para que os 
pets tenham contato com ectoparasitas como pulgas, carrapatos, ácaros e piolhos. 
 Esses parasitas podem ser classificados de acordo com o local que 
parasitam, nesse caso temos dois tipos: os Endoparasitas, que são seres que 
parasitam o interior do corpo do hospedeiro, e temos também, os Ectoparasitas, que 
são organismos que parasitam a parte exterior do corpo do hospedeiro, e é sobre 
eles que falaremos neste trabalho. 
 
 
 
 
 
1 JUSTIFICATIVA E BENEFÍCIOS 
 
 Os sinais clínicos de uma infecção parasitária dependem da natureza e 
espécie do parasita externo presente na pele do animal, mas os sinais mais comuns 
são coceiras, verminoses, anemia, queda de pelo e piodermatites (infecção 
bacteriana da pele). Pode acontecer de o animal estar parasitado e não apresentar 
sintomas, por isso é importantíssimo o acompanhamento médico veterinário que 
pode confirmar através de exames a presença desses ectoparasitas. 
 Portanto é de fundamental importância a observação e o estudo desses 
parasitas, para compreender quais os prejuízos que eles podem trazer ao 
hospedeiro, e para saber tratar adequadamente em cada situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Abordar tipos de espécies de ectoparasitas diferentes, para entender e analisar 
os tratamentos, profilaxias, medicamentos e as doses a serem administradas a cada 
caso apresentado, conhecendo assim um pouco sobre as doenças que podem ser 
causadas por estes. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Relacionar as doenças a cada parasita 
 Estabelecer métodos profiláticos 
 Caracterizar os tipos de tratamentos 
 Classificar medicamentos a serem administrados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Esse projeto de pesquisa foi elaborado com natureza básica, seus objetivos 
são voltados para o modo explicativo, e para o exploratório, tendo em vista um 
melhor aprofundamento do assunto. 
Na confecção deste trabalho foram realizadas pesquisas em artigos científicos 
como técnica de coleta de dados. Esta pesquisa foi realizada por estudantes de 
medicina veterinária a fim de promover uma base mais ampla sobre o assunto que já 
foi discutido em aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
4.1 PULGAS 
 
As pulgas são insetos achatados lateralmente, sem asas, pertencentes ao Filo 
Arthropoda, à classe Insecta e à ordem Siphonaptera (FORTES, 2004). Estes insetos 
podem ser vistos a olho. O terceiro par de pernas é bem mais largo e facilita o incrível 
potencial de salto. Na medicina veterinária, as pulgas são comumente encontradas em cães 
e gatos, entretanto, elas também vivem em uma variedade de outros animais domésticos e 
pequenos selvagens (SLOSS et al., 1999). 
 
 Ctenocephalides canis (Pulga do cão) 
Dipylidium caninum, a tênia mais comum encontrada nos exames de rotina dos 
animais de estimação, esta tênia em forma de fita, habita no intestino delgado de cães e 
gatos. Porém, como todos os parasitas, elas necessitam de um hospedeiro intermediário 
para completar o seu ciclo. Bem, geralmente é a pulga da espécie Ctenocephalides canis. É 
curioso que um parasita externo, por sua vez, carregue em si, um parasita interno, que 
termina o seu ciclo quando a pulga é ingerida pelo cachorro enquanto se lambe. Nem todas 
as pulgas abrigam um cisticerco interno, que é a forma infecciosa da tênia. No entanto, 
muitas pulgas se tornam hospedeiras intermediárias ao ingerir os embriões desse parasita 
no ambiente. Dentro das pulgas é onde ocorrem todas as transformações, até atingir o 
estágio de "cisticerco". Depois que o cão ingere a pulga, o cisticerco será lançado no trato 
digestivo e começará a sua evolução para uma tênia adulta. 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? É simples e eficaz! Embora, não seja 
descartado que todos os parasitas desenvolvam, com o tempo, certa resistência aos 
antiparasitários convencionais. O praziquantel é o medicamento preferido devido a 
sua segurança, o preço reduzido e a alta eficácia contra cestoides. Uma única dose 
pode ser insuficiente. Algumas vezes, é aconselhável repetir o tratamento contra a 
tênia em cães, após 3 semanas. Desse modo, o principal fator no tratamento da 
tênia em cães consiste em eliminar as pulgas, usando um dos seguintes produtos: 
- Comprimidos antipulgas (afoxolaner, fluranaler, spinosad). 
- Pipetas à base de selamectina ou imidacloprid+permetrina. 
- Coleiras à base de imidacloprid e flumetrina, ou deltametrina e, ainda, controlar o ambiente 
onde vive o cão. 
 
 
 
 
 
 xenopsylla cheopis (pulga do rato) 
 
Pelas fezes, essas pulgas transmitem tifo murino, doença infecciosa aguda causada 
pela Rickettsia tiphi, uma zoonose própria dos ratos, mas que eventualmente atinge o 
homem quando trabalha em locais infestados por ratos. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento desse tipos de tifo consiste na 
utilização de antibióticos (clorafenicol e tetraciclina) e em cuidados de suporte para 
aliviar os sintomas. Nos casos de doença avançada, pode ser necessário administrar 
medicamentos à base de cortiscosteroides. O medicamento mais utilizado é a 
Doxiciclina que deve ser administrada 1 dose 1 vez ao dia (durante 7 dias). A 
melhor forma de prevenção consiste em adotar medidas sanitárias e de higiene para 
controle dos insetos vetores que transmitem a infecção e para conter a proliferaçãodescontrolada dos animais que servem de reservatório para a bactéria.] 
 
 
 xenopsylla cheopis (pulga do rato) 
 
A X. cheopis é o principal responsável pela transmissão da peste bubônica (entre ratos 
e desses para o homem). O agente etiológico da peste é o bacilo gram-negativo Yersinia 
pestis, transmitido ao homem pela picada da pulga do rato previamente infectado. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A peste negra é uma doença perigosa que 
exige tratamentos imediatos. Se tratada logo que descoberta, é possível não 
desenvolver suas formas mais graves. São usados para o tratamento com 
antibióticos fortes, fluidos intravenosos e oxigênio. 
Medicamento: Estreptomicina 
Dose: 
Adultos e Adolescentes 
• Dar 2 g, por via intramuscular profunda, uma vez ao dia, por 3 meses, ou 
• 2 ou 3 vezes na semana; dose máxima: 1 a 1,5 g. 
Crianças 
• Até 20 kg: 20 a 40 mg/kg/dia, por via intramuscular profunda, diariamente ou 2vezes na 
semana, por 3 meses; ou 25 a 30 mg/kg, por via intramuscular profunda, 3 vezes na 
semana, por 3 meses; dose máxima: 1 g. 
• De 20 a 35 kg: 500 mg/dia. 
• De 35 a 45 kg: 2.000 mg/dia. 
• Mais de 45 kg: dose de adulto. 
 
Idosos acima de 60 Anos 
• Dar 500 mg/dia, por via intramuscular profunda; dose máxima: 750 mg/dia. Ajuste de 
dose em insuficiência renal 
• DCE acima de 50 mL/minutos: intervalo de 24 horas 
• DCE entre 10 e 50 mL/minutos: intervalo de 24 a 72 horas. 
• DCE inferior a 10 mL/minutos: intervalo de 72 a 96 horas 
 
 
 
 
 
 
 
(Imagem representativa de uma pulga) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2 ÁCAROS 
Os ácaros são animais invertebrados com membros rígidos e articulados, semelhantes 
aos carrapatos, e pertencem à classe dos aracnídeos. Muito encontrados na natureza, eles 
estão também dentro das casas. Um metro quadrado de um tapete em uma residência pode 
conter até 100 mil ácaros. Os chamados ácaros domésticos são bem pequenos, invisíveis a 
olho nu, e medem cerca de 0,5 milímetro. 
 
 Otodectes cynotis (SARNA DE OUVIDO) 
 
A sarna otodécica, popurlamente conhecida como “sarna de ouvido”. Na prática 
veterinária, infecções por ácaros da orelha em cães e gatos podem se apresentar como uma 
doença que causa coceira intensa em uma ou ambas as orelhas, que por sua vez 
desencadeia arranhões na orelha afetada. Uma cera de ouvido de cor estranhamente 
escura (cerume) também pode ser produzida. Os ácaros da orelha se espalham 
rapidamente e podem ser transmitidos até mesmo de um contato físico breve com outros 
animais. Em animais de estimação, ácaros da orelha mais comumente afetam gatos, furões 
e, em menor grau cães. Os seres humanos raramente podem ser infectados com ácaros da 
orelha. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento consiste no uso de parasiticidas, 
além de preparados otológicos que englobam parasiticidas, fungicidas e antibióticos 
geralmente são suficientes no tratamento. Alguns medicamentos recomendados são: 
- Mectimax 12 mg por 1 vez ao dia a cada 7 dias sendo de 2 a 4 administrações. 
- Sarnarrex Topico 5% uso tópico diário até a cura, de 2 a 5 gotas no local; 
- Gel Auricular 0,5 a 1ml por ouvido por 5 a 10 dias. 
 
 
 
 Demodex Canis (sarna demodética) 
 
A espécie demodex canis vive predominantemente no cão doméstico, mas 
ocasionalmente pode infectar seres humanos. Devido ao seu habitat ser nas profundezas da 
derme, a transmissão só é normalmente possível através do contato direto e prolongado, 
como a cadela transmite aos filhotes durante a lactação. Como resultado, os locais mais 
comuns para o aparecimento precoce de lesões demodicódicas são o rosto, o focinho, as 
patas dianteiras e as regiões periórbitas (ao redor dos olhos). A demodicose pode se 
manifestar com lesões de dois tipos: carcinoma que provoca alopecia seca e 
espessamento da pele, e demodicose pustulosa, a forma mais grave, causando infecção 
secundária (geralmente por Staphylococcus aureus), resultando no vermelho característico, 
numerosas pústulas e enrugamento da pele. 
 
 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A terapia deve-se incluir uma tricotomia 
parcial ou generalizada, administração de imunomoduladores, ivermectina, deve-se 
ter cuidado tanto com o animal quanto com o proprietário e não deve ser utilizado 
em fêmeas gestantes ou lactantes e nem em filhotes com idade inferior a doze 
meses. Nos casos graves é possível aplicar a droga Amitraz para a pele. A melhoria 
da alimentação e também ajuda a resolver qualquer possível doença 
imunossupressora. A infecção bacteriana secundária associada com demodicose 
pustular requer tratamento com antibióticos. 
 
 Sarcoptes scabiei 
 
É um artrópode que parasita tanto animais domésticos quanto o homem, causando 
uma doença conhecida como escabiose no homem, e sarna sarcóptica nos animais. Sua 
distribuição é cosmopolita e é totalmente democrática em sua escolha das vítimas. A 
prevalência é global é de aproximadamente 300 milhões de casos. Os principais sinais e 
sintomas da sarna são: Coceira, muitas vezes grave e que geralmente piora à noite. 
Presença de pápulas, que são lesões de pele que surgem principalmente nas dobras da 
pele, especialmente entre os dedos das mãos, nas axilas, ao redor da cintura, nos pulsos, 
cotovelos, solas do pé, nádegas e joelhos. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Cães acometidos e todos seus contatantes 
devem ser tratados com um acaricida. De forma tópica, pode ser utilizado xampu 
antimicrobiano a cada três ou sete dias. No tratamento sistêmico podem ser 
utilizados medicamentos, como Selamectina, ivermectina, doramectina, 
milbectina, moxidectina. Uma das medidas profiláticas é manter o ambiente 
higienizado e tratado com produtos acaricidas e água quente. 
 
 
 
 
 (Imagem representativa de um ácaro) 
 
 
4.3 CARRAPATO 
Os carrapatos são artrópodes ectoparasitas (parasitas externos), ou seja, vivem na 
superfície do corpo de um hospedeiro, e são também hematófagos, se alimentam do 
sangue. Sendo assim, possuem uma grande importância como vetores de agentes 
patogênicos, como protozoários, bactérias e vírus, entre outros. O seu formato vai depende 
se o parasita está ingurgitado (cheio de sangue) ou não. Quando está neste estado, ele 
apresenta-se em um formato quase oval, enquanto que antes de sugar o sangue do seu 
hospedeiro, ou quando sugou pouco sangue ainda, o corpo do animal apresenta-se plano. 
 
 Rhipicephalus sanguineus (carrapato marrom) 
 
No cão a espécie mais comum de carrapato é o Carrapato Marrom. Eles sobem no 
animal, fixam-se na pele e podem transmitir doenças. Quando essa situação ocorre é 
preciso buscar tratamento o mais rápido possível, pois se o carrapato estiver infectado, pelo 
protozoário do Babesia canis, irá transmitir a Babesiose, que é uma doença transmitida pela 
picada de um carrapato infectado. Ela invade os glóbulos vermelhos dos cães e se 
multiplica, rompendo-os. Febre e anemia são os principais sintomas, a Babesiose, se não 
tratada, pode ser mortal. 
 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? O tratamento da babesiose vai abranger duas 
questões: o combate ao parasita e a correção dos problemas que foram causados 
por este parasita (como a anemia e a insuficiência renal, por exemplo). Atualmente, 
os veterinários possuem à sua disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes 
de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é 
indispensável, consiste, por exemplo, na cura da insuficiência renal (por diferentes 
meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas 
as demais complicações da doença. A melhor maneira de prevenir essa doença é 
evitando os temíveis carrapatos. É importante desparasitar frequentemente o local 
onde o cão vive e o próprio cão também. 
 
 Amblyomma cajennense (carrapato estrela) 
 
Febre maculosa brasileira é uma doença transmitidapelo carrapato-estrela infectado 
pela bactéria Rickettsia rickettsii, esse carrapato hematófago pode ser encontrado em 
animais de grande porte, cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara (o 
maior de todos os reservatórios naturais), a bactéria cai na circulação e causa vasculite. Os 
primeiros sintomas aparecem na imensa maioria dos casos, sete dias depois da picada. A 
doença começa com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre 
alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas 
manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as 
maculopápulas. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? tem cura desde que o tratamento com 
antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três 
dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras 
doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, 
consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, 
como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das 
lesões vasculares e levar ao óbito. Atualmente não existe nenhuma vacina eficaz 
contra a Febre Maculosa, mas é possível adotar algumas medidas para prevenir a 
doença. Evite o contato com carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que 
eles possam existir, tome as seguintes precauções: 
 
- Examine seu corpo do animal cuidadosamente 
 
- Use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos; 
 
- Coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano mais alto nas áreas 
que possam estar infestadas por carrapatos; 
 
- Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado na pele. 
 
 
 Ixodes ricinus 
A doença de Lyme é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, mas a transmissão se 
dá por meio de carrapatos. São eles que carregam essas bactérias e que podem transmiti-
las para os seres humanos por meio de picadas. Para transmitir a doença, os carrapatos 
devem ficar aderidos à pele do hospedeiro por 36 a 48 horas no mínimo. Quanto menor o 
carrapato, maiores são as chances de eles transmitirem a doença de Lyme, pois são mais 
difíceis de serem detectados. Quando são transmitidas, as bactérias entram na pele através 
da picada e invadem a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo. Alguns sintomas são 
o surgimento de uma protuberância avermelhada na região em que houve picada, a 
erupção, denominada eritema migrans, é uma das características da doença de Lyme 
(algumas pessoas desenvolvem esta erupção em mais de um lugar do corpo). Sintomas 
gripais, como febre, calafrios, fadiga, dores no corpo e dor de cabeça pode acompanhar a 
erupção cutânea. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? A principal abordagem para tratar doença de 
Lyme é o uso de antibióticos, que pode ser ministrado tanto de forma oral quanto 
intravenosa, em doses que deverão ser decididas pelo médico os remédios mais 
comuns receitados são: Ceftriaxona Dissódica, Ceftriaxona Sódica, Clordox e 
Prednisona. Algumas pessoas, mesmo após o tratamento, podem apresentar 
alguns sintomas específicos, como dores musculares e fadiga. A causa destes 
sintomas é desconhecida. Alguns especialistas acreditam que certas pessoas que 
têm a doença de Lyme estão predispostas a desenvolver uma resposta autoimune 
que contribui para o surgimento desses sintomas. Se você for viajar para regiões em 
que ainda há grandes infestações de carrapatos, certifique-se de tomar os devidos 
cuidados. Você pode, por exemplo, fazer uso de repelentes de insetos e usar roupas 
compridas, que não deixem sua pele exposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Imagem representativa de um carrapato) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4 PIOLHO 
Os piolhos são insetos pequenos com cerca de 3 mm, sem asas e aparelho bucal do 
tipo picador-sugador. As pernas são fortes e formam uma pinça com a qual os insetos ficam 
agarrados ao pelo. Os ovos são colocados aderidos ao pelo e são denominadas lêndeas. 
Chama-se pediculose a infestação por piolhos sugadores. 
 
 Pediculus humanus corporis 
O piolho do couro cabeludo é um inseto que se alimenta do sangue das pessoas e 
reproduz-se com rapidez. Transmitido de uma pessoa para outra, ele se instala no folículo 
piloso, ou seja, na base do cabelo, onde deposita seus ovos (as lêndeas ), fáceis de serem 
reconhecidos e que diferem da caspa porque ficam grudadas no pelo. Os piolhos se 
alimentam injetando no couro-cabeludo um pouco de saliva, que tem propriedades 
vasodilatadoras e anticoagulantes, permitindo que o piolho sugue uma pequena quantidade 
de sangue a cada poucas horas. As picadas provocam: coceira intensa no couro cabeludo, 
feridas causadas pelo ato de coçar, marcas visíveis deixadas pelas picadas de insetos e 
aparecimento de ínguas e infecções secundárias nos casos mais graves de infestação, o 
piolho não pula nem salta, ele se arrasta, por isso só é transmitido por meio de contato 
direto entre a pessoa infectada e a não infectada. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? É feito à base de inseticidas piretroides de uso 
local. Depois da aplicação, o medicamento deve permanecer na cabeça protegida 
por uma touca durante algumas horas. A aplicação deve ser realizada durante cinco 
dias consecutivos e repetida de sete a dez dias depois para atacar os ovos que 
ainda não haviam eclodido na fase inicial do tratamento. Já existem também 
medicamentos por via oral contra a pediculose. Depois do tratamento, continue 
examinando a cabeça das crianças por 2 ou 3 semanas para se certificar que a 
infestação foi de fato controlada. 
 
 Pediculus humanus (febre das trincheiras) 
 
Este tipo de piolho é vetor e pode transmitir a doença conhecida como febre das 
trincheiras, o termo “doença das trincheiras” provém da Primeira Guerra Mundial, quando 
muitos soldados nas trincheiras contraíam a infecção. Os seres humanos são o único 
reservatório dessa infecção por Bartonella. B. quintana é transmitida ao homem quando as 
fezes dos piolhos infectados são atritadas na pele irritada ou na conjuntiva. O início da febre 
das trincheiras é súbito com febre, fraqueza, vertigem, cefaleia (com dor atrás dos olhos), 
congestão conjuntival e dor intensa nas costas e nas pernas (febre tibial). A febre pode 
alcançar 40,5°C e persistir durante 5 a 6 dias. Em aproximadamente metade dos casos, a 
febre recorre de uma a oito vezes, com intervalo de 5 a 6 dias. 
 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Embora a recuperação seja geralmente 
completa em 1 a 2 meses e a mortalidade desprezível, a bacteriemia pode persistir 
durante meses após a recuperação clínica, possivelmente, e pode ser necessário 
tratamento prolongado (maior que 1 mês) com doxiciclina ou macrolídeos. Os 
pacientes recebem doxiciclina, 100 mg, VO, 2 vezes/dia, por 4 a 6 semanas mais, se 
houver suspeita de endocardite, gentamicina 3 mg/kg/dia IV nas 2 semanas iniciais. 
 
 Pediculus humanus (febre recorrente) 
 
Febres recorrentes transmitidas por piolhos são raras nos EUA e endêmicas apenas 
em regiões da África central e oriental e no Andes, na América do Sul. Febre recorrente 
transmitida por piolhos tende a ocorrer em epidemias, sobretudo nas regiões afetadas por 
guerra e em campos de refugiados. O piolho é infectado ao se alimentar de um paciente 
febril; seres humanos são o único reservatório. Se o piolho é esmagado em um hospedeiro 
novo, são liberadas Borrelia que podem entrar na pele por meio de lesões ou picadas. 
Piolhos intactos não transmitem a doença. A taxa de mortalidade é < 5%, mas pode ser 
consideravelmente mais alta em pessoas muito jovens, em gestantes e idosos, em pessoas 
desnutridas ou debilitadas, ou durante epidemias de febre transmitida por piolhos. Os 
pacientes têm calafrios súbitos, febre alta, cefaleia intensa, vômitos, dor musculare articular 
e, frequentemente, delirium e/ou rash cutâneo no tronco ou nas extremidades; mais tarde, 
icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, miocardite e insuficiência cardíaca. 
 
 QUAL A FORMA DE TRATAMENTO? Diagnosticar por meio de microscopia de 
campo escuro ou esfregaços de sangue espessos e finos com coloração de Giemsa 
ou Wright; sorologias não são confiáveis. Tratar com tetraciclina, doxiciclina ou 
eritromicina. Pacientes não tratados têm 2 a 10 recorrências em 1 a 2 intervalos por 
semana; as recorrências se manifestam com retorno súbito da febre e 
frequentemente artralgia e todos os sinais e sintomas anteriores. 
 
 
 
 
(Imagem representativa de um piolho) 
 
5 CONCLUSÃO 
 
O estudo dos ectoparasitas é de fundamental importância para a medicina veterinária 
e para medicina humana, pois estabelece critérios sobre o estudo de animais que são 
vetores de doenças que podem, ou não, serem contagiosas, apresentando significância no 
contexto de saúde publica. 
 Para prevenir infestações e enfermidades transmitidas por esses vetores, é 
necessário a adoção de medidas físicas e químicas de controle. O controle ambiental deve 
ser feito através da higienização local e da aplicação de inseticidas capazes de matar pulgas 
e carrapatos nas casinhas dos cães, frestas, paredes (...). O processo de aplicação deve ser 
repetido a cada 15 dias e realizado no mínimo de três a quatro vezes, para interferir no 
desenvolvimento e ciclo de vida do parasita. Além disso, fazer alternância das bases dos 
produtos utilizados dificulta o desenvolvimento de resistência por parte do parasita.

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