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Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas Sistema Complemento • O sistema complemento é composto por muitas proteínas que são ativadas numa determinada sequência. • O complemento pode se ligar em receptores do complemento na superfície bacteriana, opsonizando para a fagocitose. • Algumas proteínas do complemento podem atuar como quimiocinas, recrutando fagócitos para o ponto de inflamação. • Componentes da via final de ativação do complemento podem danificar bactérias pela formação de poros na superfície. • Nomenclatura: os componentes do complemento são numerados de acordo com a ordem de sua descoberta (C1, C4, C2, C3, etc.). Os produtos de clivagem (fragmentos) das moléculas do complemento levam uma letra minúscula, ex. o C3 é clivado em C3a e C3b. • O sistema complemento é constituído por uma “cascata” enzimática que ajuda na defesa contra infecções. Muitas proteínas do sistema complemento ocorrem no soro como precursores enzimáticos inativos (zimógenos); outros são encontrados nas superfícies celulares. Esse sistema faz uma “ponte” entre a imunidade inata e a adquirida por. • Aumentar a resposta por anticorpos (Ac) e a memória imunológica • Lisar células estranhas • Remover imunocomplexos e células apoptóticas • As proteínas do sistema complemento possuem várias funções biológicas (p. ex., estimulam a quimiotaxia e a desgranulação dos mastócitos independente da IgE). • Existem três tipos de ativação do complemento: • Clássico: A via clássica é mais frequentemente desencadeada por anticorpos que se ligam aos microrganismos ou outros antígenos e é, portanto, um componente da via humoral da imunidade adaptativa. • Lectinas: É ativada quando uma proteína plasmática ligadora de carboidratos, a lectina ligadora de manose (MBL; do inglês, mannose-binding lectin), liga-se aos resíduos terminais de manose na superfície das glicoproteínas dos microrganismos. Essa lectina ativa as proteínas da via clássica, mas, uma vez iniciada por um produto microbiano na ausência de anticorpos, é considerada um componente da imunidade inata. • Alternativa: É desencadeada quando algumas proteínas do complemento estão ativadas nas superfícies microbianas e não podem ser controladas, porque as proteínas reguladoras do complemento não estão presentes nos microrganismos (mas estão presentes nas células hospedeiras). A via alternativa é um componente da imunidade inata. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • • Moléculas do sistema do complemento ligam-se aos receptores celulares. Os principais receptores de complemento são: • CR1: liga C3b e C4b (opsoninas); expresso nas APCs (fagocitose), polimorfonucleares, eritrócitos. • CR2: liga C3b, vírus Epstein-Barr (EBV, causa a mononucleose infecciosa); expresso em linfócitos B e células dendríticas. • C1qR: liga C1q; expresso em linfócitos B, macrófagos, plaquetas, e células endoteliais; • Opsonização: Processo de ligação das opsoninas, tais como IgG ou fragmentos do complemento. É o processo por meio do qual os anticorpos tornam os microrganismos mais facilmente ingeridos pelas células fagocitárias. Isso pode ocorrer por uma das seguintes reações: (1) a porção Fc da IgG interage com seu receptor na superfície de fagócitos, o que facilita sua ingestão, ou (2) IgG ou IgM ativam o complemento e a produção de C3b, que, por sua vez, interage com seu receptor na superfície dos fagócitos. A opsonização é provavelmente a função mais importante do complemento na defesa contra microrganismos. • Anafilotoxinas • Pequenos fragmentos do complemento podem atuar como anafilotoxinas, que possuem a função de: (a) recrutar fagócitos, (b) aumentar a permeabilidade local. • Anafilaxia sistêmica (choque anafilático) pode ser letal pois provoca um aumento da permeabilidade vascular disseminado, levando a perda de pressão sanguínea, constrição das vias respiratórias, e fechamento de epiglote que causa o sufocamento. Geralmente ocorre em indivíduos hipersensíveis a picada de insetos, alimentos ou ainda medicamentos (quando ocorre liberação exagerada de histamina). • Como o complemento lisa os patógenos: • A lise ocorre através das proteínas terminais (C5- C9) do sistema do complemento que se polimerizam, formando poros na membrana dos patógenos. O primeiro passo na formação do complexo de ataque à membrana (CAM/MAC) é a ativação de uma C5 convertase que cliva C5. • O CAM é semelhante aos poros da perforina que é produzida por células T citotóxicas (CD8+) e células NK. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • Regulação: como as células do hospedeiro se protegem dos efeitos colaterais mediados pelo sistema complemento: • As moléculas do complemento podem danificar qualquer célula do hospedeiro – pois estão livres no plasma quando ativadas. Como evitamos isso? • Células do hospedeiro são poupadas através da expressão de proteínas regulatórias do complemento na superfície celular. • Exemplos: • Inibidor do C1 (C1INH): Uma proteína reguladora chamada inibidor C1 (C1 INH) interrompe a ativação do complemento na fase inicial, na fase de ativação de C1. A deficiência de C1 INH é a causa de uma doença chamada angioedema hereditário, em que a ativação excessiva de C1 e a produção de proteínas vasoativas levam ao vazamento de líquidos (edema) na laringe e muitos outros tecidos. Sua importância pode ser vista em pacientes deficientes desta proteína inibidora (angioedema hereditário). Ativação crônica do complemento leva acumulação dos fragmentos C4 e C2 que se torna C2a e C2 cinina. Esta última causa edemas generalizados e inchamento da traqueia (levando a sufocação). • Fator H (H): liga-se ao C3b. Uma enzima plasmática chamada de fator I cliva C3b em fragmentos inativos, com a proteína cofator de membrana (MCP) e a proteína plasmática fator H como cofator neste processo enzimático. A deficiência das proteínas reguladoras fatores H e I resulta no aumento da ativação do complemento e níveis reduzidos de C3 por causa de seu consumo, causando aumento da suscetibilidade à infecção. As mutações do fator H que comprometem a sua ligação às células estão associadas a uma doença genética rara chamada síndrome hemolítico urêmico atípica, em que há anormalidades da coagulação, vasculares e renais. Certas variantes genéticas do fator H estão ligadas a uma doença ocular chamada degeneração macular relacionada com a idade. • DAF (fator de desaceleração): O fator de aceleração do decaimento (DAF; do inglês) é uma proteína glicolipídica da superfície celular que perturba a ligação de C3b a Bb e a ligação de C4b a C2a, bloqueando assim a formação da C3 convertase e encerrando a ativação do complemento tanto pela via alternativa quanto pela clássica. Uma doença chamada hemoglobinúria paroxística noturna resulta da deficiência adquirida nas células-tronco hematopoiéticas de uma enzima que sintetiza a âncora de glicolípido para várias proteínas da superfície celular, incluindo as proteínas reguladoras do complemento DAF e CD59. Nesses pacientes, ocorre uma ativação não regulada do complemento em eritrócitos, levando a sua lise. • Protectina (CD59): evita a formação do CAM em células do hospedeiro. Amplamente expresso na membrana celular. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas Em amarelo a via clássica: • Na segunda linha horizontal estão os pré-requisitos de cada via: • Para formar a via clássica imunocomplexo • A sequência das primeiras 3 proteínas da via clássica • O pré-requisito sendo formado, ou seja, os imunocomplexos sendo formados vai ativar a proteína C1 que é a primeira proteína da via clássica, que por consequência vai ativar C4 que vai ativar C2, seguindo sempre essa ordem sequencial Em vermelho a via lectina • Na segunda linha horizontal estão os pré-requisitos de cada via: • Pra ativar a via lectina tem quer manose na superfície do patógeno• Na via lectina a presença de manose na superfície do patógeno as primeiras proteínas são obviamente lectinas, proteínas que vão se ligar a esse açúcar MASP e MBL, na sequência elas vão ativar C4 que vão ativar C2, seguindo sempre essa ordem Em azul a via alternativa • Na segunda linha horizontal estão os pré-requisitos de cada via: • Sempre será ativada para a defesa do paciente, pois basta a infecção acontecer • E a superfície do patógeno sendo pé requisito da via alternativa • Na via alternativa a presença do patógeno vai ativar C3, como consequência B que irá ativar D • O autor da imagem convergiu todas para proteína C3 convertase, porque em algum momento na via clássica e na via lectina, vai haver a presença da C3 e a via alternativa sempre será ativada para a defesa do paciente. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • Então o autor representou as convertases todas na caixinha do meio, a C3 convertase vai agir no substrato C3 que é a proteína C3, gerando C3a e C3b Do lado esquerdo inferior na caixa lilás • O autor colocou todos os fragmentos ( A ) : C4a, C3a e C5a • Os fragmentos (A) do sistema complemento são chamados de anafilotoxinas, são proteínas do complemento inflamatórias • Que então ativa duas funções das anafilotoxinas que são: • Processos inflamatórios • Também aumenta a fagocitose No meio na parte inferior ele colocou o C3b • Na caixa do meio, independente, observa que não tem seta nenhuma ligando as anafilotoxinas a C3b independente, isso é função do C3b, o C3b é uma molécula tão importante que o autor da figura colocou ele no centro • Porque a partir do C3b lateralmente à direita a gente vai ver a formação das proteínas finais do complemento da C9 • E da caixinha azul pra baixo tem ações que o C3b participa, como: • Liga aos receptores em fagócitos • Opsonização de patógenos • Remoção de imunocomplexos E do lado direito inferior • Uma seta saindo do C3b , saindo lateralmente pela direita , componentes terminais do complemento , C5b, C6 , C7, C8 e C9 • Formação do Complexo de Ataque a Membrana (CAM) • REMOÇÃO DOS IMUNOCOMPLEXOS POR FAGÓCITOS NOS TECIDOS o O C3b circulando na corrente sanguínea ligado a hemácias, não tem problema , o problema é quando essa hemácia chega nos órgãos e se demorar muito temporadas C3b nos nossos tecidos , pode acontecer lise das nossas células e a forma como a evolução resolveu esse problema , sem esse mecanismo a cada infecção, células de vários órgãos iam sendo danificadas pela formação do poro. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas Temos em vermelho o antígeno e em azul o anticorpo e já a proteína C1 aí, então a gente deduziu que se tem a proteína C1 é porque é a via clássica que está sendo explicada. Já temos outras proteínas do complemento atuando, inclusive a proteína C3b. Podemos ver uma hemácia com uma “caixinha” lilás que é o receptor para C3b , e o que vai acontecer é que o C3b que é a bolinha azul vai se desligar da célula , vai se desligar da hemácia e vai ligar no fagócito. A célula amarela é o fagócito que está fagocitando tudo isso, isso é uma função do complemento, precisa remover os imunocomplexos, quem faz essa remoção são os fagócitos daquele tecido para que não cause lesão/Dano celular a cada infecção. Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas • ATIVAÇÃO DE EVENTOS INFLAMATÓRIOS PELAS ANAFILATOXINAS • No quadrinho superior: o vaso sanguíneo, as células endoteliais em lilás e tudo que tem na corrente sanguínea, como os leucócitos, IGg, IGm, proteína do complemento o bastãozinho verde e em cima 3 bolinhas coloridas mostrando à anafilotoxinas atuando nesse vaso sanguíneo C3a, C4a e C5a, após a formação dessas anafilotoxinas, o que vai acontecer com essas células endoteliais, é um estímulo pró inflamatório e o que acontece é que as células endoteliais vão se afastar, o que está no vaso sanguíneo vai sair para o tecido, porque no tecido o terceiro quadrinho da direita é onde estão os patógenos, cada bolinha vermelha dessa é um patógeno, então para combater o patógeno tecidual , precisa haver o processo inflamatório, as anafilotoxinas estão aí para isso, estimular as células endoteliais a se afastarem e os leucócitos migram por diapedese pela célula endotelial entrando para o tecido para fagocitar, e então por fim destruir a infecção tecidual , é uma função importantíssima das anafilotoxinas do sistema complemento. • No primeiro quadrinho a linha cinza na horizontal é a superfície do patógeno, nós temos C5b, C6 e C7 , essas três proteínas elas já formam um complexo inicial e fixam na superfície do patógeno, logo em seguida em azul vem a proteína C8 ( azul mais claro ), a proteína C8 é a Conferência – Eduarda Miranda e George Lucas que forma a âncora molecular na superfície do patógeno, ela é transmembrana, ou seja, ficadas na superfície do patógeno a proteína C9 que é a última já pode chegar, então ativam a proteína C9 e não chega uma proteína C9, chegam de 10 a 16 moléculas C9, chegam perfilando lado a lado, pra formar o diâmetro do poro, então a proteína verde a proteína C9 chegam em 10 a 16 cópias dessa C9 e aí fecha o poro, em baixo nós temos imagens de microscopia eletrônica de varredura, onde a gente vê a superfície da célula, no primeiro quadrinho aí em baixo a célula está toda perfurada, o patógeno todo perfurado, no meio a gente tem duas bactérias um diplococo e a setinha mostra o primeiro poro que foi formado e as dimensões do poro em nanômetros, um sistema muito eficiente que forma poro na superfície do patógeno e obviamente com um poro o patógeno já morreria quanto mais uma perfuração desse nível.
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