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P A IS A G IS M O & J A R D IN A G E M • N ú m e ro 1 3 3 w w w .re vis ta p a is a g is m o .c o m .b r 4a Fecaplant Confira as novidades de plantas e máquinários Grama em dia Equipamentos a bateria de lítio para a manutenção do seu jardim Orgulho nacional Orquídea com a menor flor do planeta é brasileira Flamboyant Com galhos esculturais e flores coloridas, esta árvore embeleza as paisagens CAPA Arbustos de diversas cores marcam o projeto paisagístico de Leo Laniado Plantas para interiores 7 exemplares perfeitos para ambientes fechados Pragas na horta 12 superdicas de como deixar suas verduras e legumes sempre saudáveis Paisagismo sustentável O conceito bioclimático e o uso espécies nativas SÉRIE ESTILOS DE JARDINS Nesta edição, áreas com inspiração INGLESA PJ133.qxp_1 capa PJ 17/04/2019 15:23 Página 1 GRUPO ÚNICO PDF GRUPO ÚNICO PDF editorial [2] [4] [3] [1] Fotos [1] E velyn M üller, [2] G ui M orelli, [3] R icardo B assetti e [4] Tatiana V illa Assinados por Leo Laniado, Inez Gouveia, Sonia Infante e Alexandre Galhego, os jardins da edição abraçam em grande estilo as moradas Se há elementos que fazem toda a diferença nos dias atuais em projetos paisagísticos eles são soluções para as espécies conviverem com a escas- sez de recursos hídricos. E essa foi a proposta da paisagista Inez Gouveia, de Cunha, SP, ao criar recantos verdejantes sob medida para as condições climáticas e geográficas do local de implantação. Comprove o paisagismo sustentá- vel na página 64 e inspire-se nas dicas para ter uma área na dose certa. Verde também é bem-vindo em espaços fecha- dos e com pouca iluminação. Basta fazer a esco- lha adequada às condições locais e levar as plan- tas para interiores. Ráfis (Rhapis excelsa), lança- de-são-jorge (Sansevieria cylindrica) e pleomele (Dracaena reflexa) são alguns exemplos de suces- so no interior. Confira na seção Plante uma ideia (página 34) as características de cultivo de sete espécies e aposte nelas. Quem tem horta deseja ter verduras e legu- mes sempre fresquinhos e saudáveis. Por isso, é fundamental investir nos cuidados com as hor- taliças. Consultamos especialistas da área e pre- paramos 12 superdicas de como acabar com pra- gas na horta. Esclareça suas dúvidas, faça as ano- tações e bom cultivo! 03 editorial.qxp 7/7/15 11:17 Page 3 GRUPO ÚNICO PDF SEÇÕES 08 espaço do leitor 10 você sabia que… A orquídea com a menor ˜or do planeta é brasileira 32 ideias da PJ Quadros verdes para dispor espécies em varandas 34 plante uma ideia 7 sugestões de plantas para interiores 38 flores e frutos Conÿra as espécies do bimestre 40 tapete verde Equipamentos a bateria de lítio para a manutenção do gramado 42 horta e pomar 12 dicas de como acabar com pragas na horta 44 jardinagem Estilo inglês explora o uso de campos verdes, lagos e pequenos bosques 48 meu jardim Folhas marcantes e diversas tonalidades marcam o espaço do paisagista e designer de exteriores Gerson Munayer 52 planta da edição A beleza particular e as cores das ˜ores da árvore ˜amboyant (Delonix regia) 82 perfil A trajetória de sucesso de Tarcisio Pereira e Aurora Garcia, idealizadores da AMG Engenharia da Paisagem 84 pelo mundo Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, em Portugal, apresenta projetos com o elemento água 88 secos e molhados Exuberante paisagismo abraça a piscina no interior paulista REPORTAGEM 90 FECAPLANT 21 novidades em plantas ornamentais e maquinários 97 contatos 98 opinião índice 64 INEZ GOUVEIA 76 ALEXANDRE GALHEGO 56 LEO LANIADO 70 SONIA INFANTE PROJETOS 04 Indice+Anun.qxp 7/7/15 11:19 Page 4 GRUPO ÚNICO PDF GRUPO ÚNICO PDF 06 Expediente+Anun.qxp 7/3/15 14:53 Page 6 Diretores Luiz Fernando Cyrillo Renato Sawaia Sáfadi Administrativo Natália Seemann Assinaturas, Atendimento ao Leitor e Revenda Danielle França Distribuição Dinap SA FALE CONOSCO ASSINATURAS, atendimento especial ao assinante: assinaturas@casadois.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR, para compra de edições anteriores: leitor@casadois.com.br PUBLICIDADE, anúncios, encartes e ações dirigidas: publicidade@casadois.com.br REDAÇÃO, dúvidas, críticas e sugestões: editorial@casadois.com.br REVENDA, para colocar nossos produtos em seu ponto de venda: revenda@casadois.com.br Paisagismo e Jardinagem, é uma publicação da CasaDois Editora, CNPJ 00.935.104/0001- 98. Ninguém está autorizado a representar o nome da revista sem a apresentação do crachá da editora e/ou carta assinada pela diretoria. Não é permitida a reprodução total ou parcial das ma- térias, das fotos ou dos textos publicados, exceto com autorização da CasaDois Editora. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. A editora não se responsabiliza por informações ou teor dos anúncios publicados. IMPRESSO NO BRASIL. Colaboradores Alessandro Guimarães, ANtonio Di Ciommo, Daniel Mansur, Evelyn Müller, Gui Morelli, Gustavo Xavier, João Gimenez, João Ramid, Ricardo Bassetti, Tarso Figueira e Tatiana Villa. A CasaDois Editora não contrata serviços de terceiros para cobranças ou qualquer outro tra- balho administrativo-financeiro. Todos os contatos são feitos pelos nossos departamentos. Qual- quer dúvida ligue para (11) 2108-9000 ou mande e-mail para financeiro@casadois.com.br PUBLICAÇÕES DA CASADOIS EDITORA ARTESANATO: Arte com as Mãos Appliqué, Bolos Decorados, Bonecas de Pano, Bonecas de Pano Bichos, Bonecos de Feltro, Capitonê, Cupcake, E.V.A., Feltro, Fuxico, Fuxico com Feltro, Panos de Prato, Ponto Cruz e Crochê, Tapeçaria, Tricô Bebê, Unhas Decoradas, Arte e Artesanato, Decoração de Natal Especial, Fuxico Passo a Passo, Guia Arte com as Mãos, Guia Arte e Artesa- nato, Guia da Mamãe Crochê Baby, Guia da Pintura e Tela Passo a Passo. ARQUITETURA E DECORAÇÃO: Construir, Construir Especial Banheiros, Construir Especial Cozinhas, Construir Especial Quartos, Construir Especial Salas, Construir Rústicas, Decoração de Interiores Varandas e Espaços Gourmets, Guia Construir Casas Rústicas, Guia Construir Melhores Ideias Banheiros e Cozinhas, Guia de Modelos de Piscinas e Piscinas & Churrasqueiras. DECORAÇÃO DE FESTAS: Decoração de Festas Infantis, Guia de Decoração de Festa de Casamento e Guia de Decoração de Natal. GASTRONOMIA E CULINÁRIA: Cake Design, Cake Design Cupcakes, Coleção Delícias da Cozinha, Culinária Fácil Bolos, Guia da Cerveja, Guia de Decoração de Festas Infantis Bolos, Guia de Degustação de Cervejas e Guia de Delícias Festas de Aniversário. JARDINAGEM E PAI- SAGISMO: Coleção Cultivo de Orquídeas, Como Cultivar Orquídeas, Guia Como Cultivar Orquí- deas para Iniciantes, Guia da Jardinagem, Guia de Orquídeas, Guia Sítio & Cia - Horta & Pomar, Jardins em Pequenos Espaços e Paisagismo & Jardinagem. PROJETO E CONSTRUÇÃO: Casas de 50 a 90 m², Construção do Começo ao Fim, Guia Construir Drywall, Guia Construir Economize Água, Guia Construir Iluminação, Guia Construir Portas e Janelas de PVC, Guia Construir Reforma, Guia de Projetos para Construir, Manual da Piscina, Melhores Projetos e Projetos de 100 a 200 m². SAÚDE: Coleção Guia Saúde Hoje e Sempre e Saúde Hoje e Sempre. GRUPO ÚNICO PDF GRUPO ÚNICO PDF 8*Paisagismo & Jardinagem espaço do leitor Se você tem dúvidas, críticas ou sugestões, entre em contato com a revista Paisagismo & Jardinagem. Visite-nos em www.casadois.com.br e em nossa fanpagewww.facebook.com/revistapaisagismo. Escreva para o Departamento de Jornalismo, Caixa Postal 33707-2, CEP 05521-970, São Paulo/SP, ou para o e-mail paisagismo@casadois.com.br. Coloque o nome com- pleto, endereço e telefone. *fale com a redação: LIMITE IDEAL Tenho um pergolado e gostaria de plantar ipoméias (Ipomeia cairica) e lágrimas-de-cris- to (Clerodendron thomsonae). Posso plantá- las juntas? Eliane Cavalheiro, via fanpage Paisagismo & JardinagemEliane, Obrigada pelo contato. Quem responde a sua pergunta é a paisagista Kátia Neves, do Rio de Janeiro, RJ. Ela alerta que se o pergola- do tiver mais de dois metros de comprimento, é possível plantar as espécies juntas, des- de que cada uma seja colocada em uma extremidade. As duas trepadeiras têm cres- cimento moderado e, por isso, evite que uma invada o espaço da outra. Controle o cres- cimento com podas leves após a floração. DIRETO DO PÉ Tenho um pé de jabuticaba (Myrciaria cauli- flora) em casa e, por falta de espaço, plan- tei a frutífera em um vaso. Será que algum dia vai dar frutos? Rosinéia Supino, via fanpage da Paisagismo & Jardinagem Rosinéia, Agradecemos o envio de sua dúvida e a enca- minhamos para a arquiteta paisagista Celeste Moraes, de Campinas,SP. A profissional diz que seguindo algumas recomendações a árvore pode, sim, dar frutos. O vaso precisa ter tamanho mínimo de 60 x 80 cm e pro- fundidade de 80 cm, pois a jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) é uma árvore que pre- cisa de espaço para se desenvolver. Alerta ainda que a árvore gosta de bastante água. NA MEDIDA Fiz um contrapiso no fundo da minha casa, e deixei um espaço de 50 x 50 cm para plan- tar algumas árvores pequenas. Gostaria de saber quais são as espécies que não cres- cem muito? Maicon Cunha Neujahr, via fanpage Paisagismo & Jardinagem Maicon, Agradecemos o contato. Quem responde sua pergunta é a arquiteta e paisagista Lucia Chahin Manzano, de São Paulo, SP. "Algumas espécies que não crescem mui- to e alcançam na vida adulta altura entre 4 e 5 m são: ipê-de-jardim (Tecoma stans), pata-de-vaca (Bauhinia variegata), escova de garrafa (Callistemon viminalis), jasmim- manga (Plumeria rubra acutifolia), eritrina (Erythrina speciosa), resedá (Lagerstroemia indica) e romã (Punica granatum)", indica a profissional. FIQUE ATENTO Fiquei feliz em ver o uso do flamboyant (Delonix regia) em paisagismo residencial. Quero implantar esta belíssima árvore no meu jardim, mas gostaria de obter orientações. No projeto do Marcelo Faisal publicado na edição 131 da Paisagismo & Jardinagem a árvore foi implantada em uma calçada rela- tivamente próxima da parede da fachada. Como foi possível, pois o flamboyant é con- siderado uma árvore de raízes agressivas? Fabiane Cristina Silva, via fanpage da Paisagismo & Jardinagem Fabiane, Agradecemos o contato e quem responde sua dúvida é o paisagista paulistano Marcelo Faisal. Ele indica que a distância não é tão próxima, pois há um espaço de quatro metros. No projeto paisagístico não existe nenhum piso e sim pedriscos que permitem às raí- zes crescerem sem resistência. Para mais dicas sobre os cuidados com a árvore suge- rimos que você veja a seção Planta da edi- ção (página 52) e esclareça suas dúvidas. Ev el yn M ül le r Alessandro G uim arães 08-09 Espaço Leitor e Facebook.qxp 6/23/15 17:11 Page 8 GRUPO ÚNICO PDF 10*Paisagismo & Jardinagem você sabia que... O pesquisador Carlos Eduardo de Siqueira, da Universidade Federal de Santa Catarina, após confundir o ponto branco que achou em um galho de uma das plantas que estavam sendo estu- dadas na estufa com um fungo, percebeu que aquela “mancha” era uma pequena inflorescência desconhecida. Após análises foi cons- tatado o exemplar de Campylocentrum insulare – a orquídea com a menor flor do planeta. Esta espécie, antes da floração, é um microrramo que se confun- de com uma raiz e quando desabrocha ganha seis pequenas flores brancas com um centro amarelo, as quais não alcançam um milíme- tro – tudo junto não chega a meio centímetro. O nome da espécie é em homenagem à ilha de Santa Catarina, na qual a miúda beleza foi encontrada. Apesar do fato ter ocorrido em 2010, a catalogação e publicação do artigo a respeito do achado na revista científica Systematic Botany, dos Estados Unidos, foram publicados apenas em fevereiro deste ano. Minúscula delicadeza Texto Carolina Pera Fotos Carlos Eduardo de Siqueira / Divulgação UFSC Menor flor de orquídea do mundo é brasileira 0,5 mm 2 mm 500 μm 1 mm Raiz Pedicelo 10 Você Sabia que….qxp 7/7/15 11:27 Page 10 GRUPO ÚNICO PDF GRUPO ÚNICO PDF Publicidade é conteúdo. Mídia impressa faz toda a diferença. Por isso, grandes marcas nunca param de anunciar. Campanha Anuncie 230x275.qxp_Apresentação 1 23/06/15 14:53 Página 1 GRUPO ÚNICO PDF Garthen 230x275.pdf 1 18/02/15 09:37 GRUPO ÚNICO PDF NAS BANCAS DE TODO O BRASIL PARA ADQUIRIR EDIÇÕES ANTERIORES E CONHECER OUTROS TÍTULOS, LIGUE PARA (11) 2108-9000 OU ACESSE WWW.CASADOIS.COM.BR OU PELO QR-CODE AO LADO UTILIZANDO SEU SMARTPHONE ENCONTRE A CASADOIS NO FACEBOOK FACEBOOK.COM/CASADOISEDITORA Chegou a sua vez de colorir com técnicas de arteterapia antiestresse Portal do oriente 230x275.qxp_Layout 1 03/07/15 10:46 Página 1 GRUPO ÚNICO PDF 32*Paisagismo & Jardinagem ideias da PJ Texto Beatriz Schadeck sob supervisão de Ana Luísa LageFotos [1] Divulgação/LC Interiores e [2] Gui Morelli ESTILO TROPICAL Assinada pela arquiteta paulista Paula Magaldi, a varanda ganhou ares verdes para contrastar com a vista da cidade de São Paulo. No espaço foram colocados dois quadros simétricos com molduras de madeira de demolição com chuva-de-ouro (Oncidium varicosum) e rip- sális (Rhipsalis baccifera), toque que garantiu o charme do ambiente. [2] [2] 32-33 Ideias da PJ.qxp 6/23/15 11:35 Page 32 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*33 VERDE EMOLDURADO As arquitetas Luciana Latorre e Cristina Andrade, do escritório LC Interiores, São Paulo, SP, assinam o projeto na zona oeste da capital pau- lista. A sacada do apê ganha ares verdejantes com o painel de madeira que apresenta cacto-macarrão (Rhipsalis baccifera) e também com o vaso de xana- du (Philodendron xanadu). [1] 32-33 Ideias da PJ.qxp 6/23/15 11:35 Page 33 GRUPO ÚNICO PDF 34*Paisagismo & Jardinagem plante uma ideia Plantas para interiores Texto Janaína Silva Conheça as espécies que podem ser cultivadas nos ambientes internos e deixe a casa inteira alegre Ter plantas verdes e vistosas em espaços fechados, pouco ventilados e com baixa incidência solar pode parecer missão impossível, mas com a escolha correta dos tipos, o cultivo pode render belos exemplares para decorar e encher de vida as áreas. “Pleomele (Dracaena reflexa), brilhan- te (Zamioculcas zamiifolia), ráfis (Rhapis excelsa), bromélias (Bromeliaceae) e lança-de-são-jorge (Sansevieria cylindrica) estão na lista das melhores plantas para interiores quando os ambientes são pouco iluminados”, ensi- na a paisagista Beatriz de Santiago, do Rio de Janeiro, RJ. Segundo o engenheiro agrônomo e paisagista Emerson Steinberg, do interior paulista, as espécies que necessitam de menos de quatro horas de sol, como marantas (Marantaceae) e palmeira-bambu (Chamaedorea ele- gans), adaptam-se bem aos espaços internos, incluindo banheiros. Outra das plantas para interiores bastante recomendada para espaços pouco ilu- minados é o bambu-da-sorte (Dracaena sanderiana). “É lindo e não dá trabalho nenhum”, cita a paisagista. Para as varandas que recebem mais de quatro horas de sol, as florífe- ras mais indicadas são azaleia (Rhododendron simsii), primavera (Bougainvillea glabra) e petúnia (Petunia integrifolia), todas dispostas em vasos. No caso de espaços pequenos, os jardins verticais são boas opções que permitem utilizar espécies com cores e texturas diferentes. Há ainda as que não exigem rega diária, por exemplo, as suculentas e os cactos. Atenção apenas aos quartos, pois o uso de plantas não é reco- mendado. “Algumas liberaram substâncias tóxicas aos insetos que podem dar a sensação de falta de ar aos ocupantes”, alerta Steinberg. Pr oj et o Sa ra iv a + As so ci ad os e p ai sa gi sm o C id a C ut ai t 34-37 Plante um ideia.qxp 7/7/15 11:31 Page 34 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*35 aposte nelas! RÁFIS A ereta e entouceirada palmeira leva elegância na decoração de interiores. O tom verde-escuro e brilhante de suas folha-gens é muito apreciado. A espécie deve ser cultivada em solo fértil e bem drenável e irrigado regularmente. Pode ser plantada sozinha ou em grupos. Tarso Figueira DRACENA (DRACAENA FRAGRANS) Originária da África, a dracena é uma planta rústica que pode ser cultivada em vasos na decoração de interiores. Caracteriza-se por ser um arbusto grande, raramente ramifi- cado, com folhagens verdes ou com margens amareladas. D an ie l M an su rPATA-DE-ELEFANTE (BEAUCARNEA RECURVATA) De beleza escultural, a planta faz sucesso em ambientes internos com suas folhagens pendentes de verde intenso. Deve ser cultivada em locais com incidência solar direta, tolera o calor e o frio, mas não suporta o encharcamento. G ui M or el li Projeto paisagístico Pedrinha Parisi Pr oj et o H el en a Te ix ei ra R io s e Ja cq ue s R io s 34-37 Plante um ideia.qxp 7/7/15 11:32 Page 35 GRUPO ÚNICO PDF 36*Paisagismo & Jardinagem LANÇA-DE-SÃO-JORGE Com formato cilíndrico e com manchas branco-acizentadas, a lança-de-são-jorge é rústica e pode ser disposta em vasos, bordaduras ou maciços em canteiros. Tolera bem a seca. Ev el yn M ül le r PLEOMELE Plantados em vasos, os exemplares de pleomele são bastante apreciados quando usados em salas e varandas. De acordo com a pesquisa Plants for Clean Air Council (PCAC), a espécie auxilia na purificação do ar em interiores, na eliminação de substâncias tóxicas. Alessandro G uim arães CHIFRE-DE-VEADO (PLATYCERIUM BIFURCATUM) Bastante ornamental, o chifre-de-veado é uma planta epífita, da família das samambaias. Aprecia a meia-sombra e a umi- dade. Deve ser preferencialmente plantada na vertical, isola- da ou em composições. Projeto O gi C enografia e Arquitetura Jo ão R am id 34-37 Plante um ideia.qxp 7/7/15 11:32 Page 36 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*37 BAMBU-DA-SORTE Muito popular na decoração de interiores, cultivada em água de maneira hidropônica, a espécie pode ser empregada tam- bém isolada, em jardineiras e em vasos para adornar pátios e varandas protegidas, sempre à meia-sombra ou luz difusa. G ui M or el li Projeto Santa Irreverência Foto Alessandro G uim arães Projeto D eborah R oig e paisagism o Paula M agaldi Projeto paisagístico Paula Bergam in 34-37 Plante um ideia.qxp 7/7/15 11:33 Page 37 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*41 Para aparar o jardim sem fazer barulho, a Stihl também disponibiliza a Roçadeira FSA 85, que pesa 4,5 kg e tem diâmetro no cír- culo de corte de 350 mm. As baterias Stihl AP 160 e AP 180 uti- lizam a tecnologia de íons de lítio que permite que os equipamentos traba- lhem com potência constante até o regadas rapidamente com o mesmo carregador, o AL 300. Indicado para uso em resorts, locais públicos e áreas verdes residenciais, o Cortador de Grama a Bateria da Makita tra- balha com duas baterias de lítio de 18 v, é compacto para fácil armazenamento e pesa 15 kg. Preço sob consulta. O Aparador de Grama a Bateria da Makita apresenta design leve para fácil manuseio, função de remo- ção de resíduos e controle eletrôni- co de velocidade. Com bateria de íons de lítio de 18 v, o equipamento pesa 4.1 kg. Preço sob consulta. D iv ul ga çã o/ St ih l D ivulgação/M akita Di vu lga çã o/M ak ita Preços pesquisados em junho de 2015. Divulgação/Stihl 40-41 Tapete verde.qxp 7/7/15 10:08 Page 41 Preço sob consulta. Preço sob consulta. GRUPO ÚNICO PDF 40*Paisagismo & Jardinagem tapete verde Energia limpa Bateria com íons de lítio garante equipamentos silenciosos e sem emissão de gases para manutenção da grama Uma alternativa aos equipamentos com funcionamento a gasolina, a bateria de íons de lítio promete algu- mas vatangens para os cuidados com o jardim. As principais dizem respeito ao baixo nível de ruído e vibração, leveza e ausência de emis- são de gases, o que garante o aspec- to sustentável à opção. Por serem silen- ciosos, os produtos podem ser utilizados em locais com maior sensibilidade ao ruído, como nas proximidades de hospitais, escolas, clubes ou condomínios. A empresa comercializa uma linha para o jardim que opera exclusivamente com lítio, sendo que uma mesma bateria pode ser utilizada em vários equipamentos diferentes e trocada de um para outro logo após o uso. Outro aspecto de destaque é o fato de não pos- suírem efeito memória, o que significa que podem ser carregadas diversas vezes sem perder a potência. A auto- nomia varia de acordo com o produto utilizado. As de 36 v entregam a energia necessária de acordo com as diferentes necessidades de consumo e utilização dos produtos, podendo, por exemplo, alcançar até 70 minu- tos de trabalho contínuo, como no caso da roçadeira FSA 65. Para o descarte, as empresas trabalham com sistemas de logística reversa para o direcionamento adequado do material e o consumidor pode devolver o produto direta- mente na loja. Apesar de ter um custo inicial mais elevado, a uti- lização da energia provinda da bateria sai mais em conta do que o com- bustível e torna a opção economicamente viável. O Cortador de Grama RMA 370, da Stihl, tem coletor de grama de 40 litros, altura de corte entre 30 e 70 mm e velocidade da lâmina de Texto Cristina Tavelin Ilustração Deposit Photos D iv ul ga çã o/ S tih l APARAÇÃO SILENCIOSA Confira a seleção de produtos e deixe o seu gramado em dia 40-41 Tapete verde.qxp 6/24/15 15:27 Page 40 Preço sob consulta. GRUPO ÚNICO PDF 1. Localização Ao implantar a horta ou o jardim de ervas, escolha um local pro- tegido de ventos fortes, pois a velocidade e a incidência de cor- rentes de ar prejudicam a resistência das plantas e tornam as con- dições propícias para a infestação de pragas. 2. Cultivo diverso Quando a horta possui variados tipos de ervas, as pragas e doen- ças não têm tanta disseminação, já que cada uma é mais ou menos suscetível a uma determinada praga ou doença. A especialista da Sabor de Fazenda exemplifica que a sálvia é comumente ataca- da por míldio e o alecrim por cochonilha. 3. Plantas repelentes Determinadas variedades afugentam os predadores como hor- telã (Mentha sp), coentro (Coriandrum sativum), gerânio (Pelargonium hortorum), manjericão (Ocimum basilicum) entre outras. Cultive-as! A deficiência de sol, o excesso de umidade e a falta de nutrientes nas áreas verdes são as condições ideais para o ataque de pragas e doenças. “Quando a plantação apresenta a infestação de invasores significa que alguma coisa não está correta”, afirma a bióloga Gabriela Pastro, do Viveiro de Ervas e Temperos Sabor de Fazenda, de São Paulo, SP. Entre as medidas preventivas, segundo a arquiteta paisagista Fabíola Lieberg, do W3 Paisagismo e Arte, de São Bernardo do Campo, SP, está o desenvolvimento da planta sem estresse, como a falta d'água. “A carên- cia de sol, assim como a de nutrientes, resultam em plantas pouco sau- dáveis e mais suscetíveis aos invasores”, completa Gabriela. Pulgões, cochonilhas, lagartas e ácaros são as ocorrên- cias mais frequentes nas hortaliças. Assim, olhos bem abertos para identificá-los e escolher o melhor método de como acabar com pragas na horta. “As doenças provo- cadas por fungos, vírus e bactérias, são mais difíceis de erradicar, por isso a prevenção é essen- cial”, alerta a bióloga. horta e pomar 42*Paisagismo & Jardinagem Combate aos insetos 12 dicas de como acabarcom pragas na horta Texto Janaína Silva Fotos DepositPhotos CONFIRA AS ORIENTAÇÕES DAS ESPECIALISTAS E BOA COLHEITA! 42-43 Horta e Pomar.qxp 7/7/15 11:36 Page 42 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*43 Calda Caseira de pimenta-do-reino (Piper nigrum) com alho (Allium sativum) e sabão: Ingredientes 100 g de pimenta-do-reino moída 100 g de alho 2 L de álcool 1 colher de sopa cheia de sabão de coco (Cocos nucifera) neutro ralado 1 L de água morna 2 garrafas de vidro ou plástico 1 pulverizador de 1,5L Procedimentos: Devem ser feitas duas soluções separadamente: 1. Colocar 100 g de pimenta e 1 L de álcool em um vidroou garrafa com tampa. 2. Em outra garrafa, juntar 100 g de alho triturado e 1 L de álcool. 3. Deixar ambas em repouso por uma semana e na sombra. Após, o período, pode-se seguir o passo-a-passo com uso imediato da mistura. 4. Em um pulverizador, dissolva o sabão ralado em 1L de água, misture uma colher de sopa da solução de pimenta-do-reino e outra de solução de alho. 5. Agite bem e deixe esfriar para então pulverizar nas plantas de baixo para cima, sempre no final do dia. 6. O restante das soluções podem ser guardados para outras aplicações. 4. Vegetação espontânea A permanência de relva na horta é importante pois muitos deles atraem para si algumas pragas e evitam o ataque às espécies. 5. Irrigação O excesso de umidade é um atrativo para doenças como míldio e oídio que deixam as folhas com aparência esbranquiçada. 6. Controle da iluminação Para o desenvolvimento saudável das hortaliças e verduras, é importante que fiquem expostas ao sol de 4 a 5 h por dia. 7. Adubação A adubação orgânica deve ser realizada a cada 40 dias e intercalada com a incorporação de torta de nim ou neem (Azadirachta indica), um inseti- cida natural. 8. Ferramentas Durante as podas e colheitas, é recomendado o uso de ferramentas este- rilizadas com solução com água sanitária para evitar que a doença ou a praga passe de uma planta para outra. 9. Fator de risco Ao detectar a presença de pragas ou doenças, é fundamental identificar se o problema está na falta de sol, carência ou excesso de água ou dese- quilíbrio nutricional. 10. Isolamento Quando houver suspeita de infestação em um exemplar, afaste-o dos sadios para impedir o avanço acelerado das pragas. 11. Saiba como identificar as principais ocorrências Formigas: provocam corte das folhas e brotações Pulgões: sugam a seiva da planta e com isso as plantas passam a apre- sentar folhas enrugadas Lagartas: furam e derrubam folhas e brotos Cochonilhas: extraem a seiva da planta que acaba morrendo Ácaros: sugam os nutrientes da espécie e provocam deformações no desenvolvimento Percevejos e vaquinhas:conhecidos também como 'marias-fedidas' picam as plantas e injetam substâncias infectantes, deixando nos locais perfura- dos manchas escuras Moscas brancas: absorvem a seiva vegetal até a morte das plantas 12. Ataque Ao identificar os insetos predadores, é possível recolhê-los manualmen- te como as lagartas e pulgões, utilizando luvas para proteção. Indica-se também a aplicação de soluções caseiras. Fonte: Sabor de Fazenda 42-43 Horta e Pomar.qxp 6/23/15 11:15 Page 43 GRUPO ÚNICO PDF 44*Paisagismo & Jardinagem jardinagem Série Estilos de Jardins jardinagem Naturalmente projetado Jardins com influência do estilo inglês são caracterizados por desníveis no terreno, extensos campos verdes, pequenos bosques, lagos e percursos serpenteantes Texto Carolina Pera Fotos [1] Acervo pessoal, [2] Divulgação/Benedito Abbud, [3] Divulgação/Bishop´s Palace, [4] Divulgação/Joca Duarte/SVMA, [5] Divulgação/Missouri Botanical Garden e [6] Gui Morelli [3] The Bishop’s Palace 44-47 Jardinagem- ingles .qxp 6/23/15 15:55 Page 44 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*45 Grandes gramados que evidenciam as construções, pequenos bos- ques e lagos, caminhos amplos e sinuosos e valorização da topografia da área. Essas sãos algumas das principais características do jardim com estilo inglês, o qual tenta se aproximar ao máximo da natureza. Foi a partir do século XVIII que a Inglaterra contribuiu para a ruptura dos padrões de até então, os quais eram inspirados nos modelos franceses e italianos. Como explica Maria Laura Sonia, docente da área de paisagismo do Senac Santa Cecília, SP, essa linha surgiu com o fim do absolutismo e a ascensão da aristocracia ao poder, classe social composta por comer- ciantes, banqueiros e proprietários de terras. “Nasce em contraposição ao estilo renascentista representativo das monarquias absolutistas da Itália e França dos séculos XVI e XVIII que tinha penetrado nas Ilhas Britânicas e se expressado também por meio da construção de grandes moradias de campo, vilas com parques de composição geometrizada, através das quais a aristocracia exprimia sua cultura artística.” Marco Antonio Braga, artista plástico e professor de história do paisagismo na Escola Municipal de Jardinagem da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura do Município de São Paulo e do Instituto Brasileiro de Paisagismo (Ibrap), elucida que há diferentes vertentes quando nos referimos a este estilo. Dentre elas está a do jar- dim paisagístico ou pitoresco, no qual as composições vão se tornan- do mais naturalistas. “Eram estudadas as características de relevo do terreno, que poderiam ser atenuadas ou reforçadas na forma de ater- ros ou escavações, com a criação até de colinas falsas, numa busca de uma paisagem ‘mais natural do que a própria natureza’”. Outra linha indica uma inspiração com foco nos jardins chineses, que eram apreciados e difundidos pelos jesuítas em suas viagens missionárias e também pelos intelectuais. As edificações são ressaltadas por grande relva verde que não obstrui a vista [1] The Bishop’s Palace [1 ] T he B is ho p’ s Pa la ce Hortênsia [5 ] M is so ur i B ot an ic al G ar de n 44-47 Jardinagem- ingles .qxp 6/23/15 15:55 Page 45 GRUPO ÚNICO PDF 46*Paisagismo & Jardinagem “O que define esta linhagem é principalmente a construção de um único parterre relvado, a incorporação de pequenos edifícios e templos, pequenos lagos rodeados por arvoredos e monumentos de diversas for- mas, tais como, miniaturas de templos greco-romanos incorporados à pai- sagem, grupos de arvoredos formando cadeias irregulares e caminhos ser- penteantes,” afirma Maria Lucia. Outro rumo que flerta ainda mais com a natureza selvagem é o que Marco conta que apareceu no século XIX, na era vitoriana, acompa- nhando uma popularização da arte dos jardins, conhecido como jardim Cottage, no qual há uma profusão de espécies e cores, numa verdadeira coleção de plantas ornamentais e utilitárias. “Ela apresenta uma variação em sua configuração que vai de espaços tratados parecendo que ‘ao aca- so’ a configurações que se assemelham as ‘mal cuidadas’. Possui arranjos mais estruturados, porém, com uma organização um tanto ‘ingenuísta’. São jardins que se adéquam a pequenos espaços.” PARA COPIAR E ADAPTAR Conhecidas as direções, você já pode escolher o seu traçado preferi- do e incorporar soluções parecidas ao seu espaço. Luciana Maris Francischinelli e Souza Toledo, engenheira agrônoma e professora coor- [6 ] P ro je to p ai sa gí st ic o Be ne di to A bb ud Capim-limão Beijo-turco Pinheiro-de-buda Grama-esmeralda Cavalinha [2 ] P ro je to p ai sa gí st ic o Be ne di to A bb ud 44-47 Jardinagem- ingles .qxp 6/23/15 15:55 Page 46 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*47 [4} Parque do Ibirapuera denadora da área de paisagismo da Escola Técnica Estadual (Etec) do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, diz que o estilo é indicado quando não se pretende ter muitos cuidados com o jardim e em áreas de gramados muito intensos, além de espaços com topografias que sofrem ondulações naturais. Para Maria Laura, o uso é apropriado tanto para parques urbanos quanto para jardins particulares, devido sua simplicidade de formas, sua fácil implantação e manutenção em relação ao jardim geométrico. O parque do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e os jardins da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, em Piracicaba, SP, são exemplos de espaços com inspiração no estilo inglês presentes no Brasil citados pelas profissionais. Maria Laura esclarece que Ibirapuera possui uma configu- ração bastante assimétrica, com disposição das espécies em maciços ou isoladas, além de gramados que favorecem a vista de monumentos e o lago. Já o Castle Howard, na Inglaterra, é o parque mais representativo deste gênero segundo ela. A professora lista algumas espécies que podem compor um jardim com estilo inglês, como amagnólia-americana (Magnolia grandiflora), arvo- re-da-tulipa (Liriodendron tulipifera), coníferas como Pinus rígida Mill ou Pinus strobus, e plantas floríferas adaptadas ao clima inglês como as aza- leias (Rhododendron simsii). Sendo que a maioria se adapta bem ao clima do Brasil, em especial a última. Já Luciana conta que qualquer espécie não tropical que possa se desenvolver naturalmente, sem podas, como árvores em geral, são exem- plares possíveis, e elenca algumas mais, como gerânio (Pelargonium hor- torum), jasmim (Oleaceae), lavanda (Lavandula sp), rosas (Rosaceae), hortênsia (Hydrangea macrophylla), margaridas (Leucanthemum vulga- re), agapantos (Agapanthus africanus) e outras. O paisagista Benedito Abbud, de São Paulo, SP, que utilizou em seu jardim espécies como beijo-turco (Impatiens walleriana), cavalinha (Equisetum sp), capim-limão (Cymbopogon citratus), pinheiro-de-buda (Podocarpus macrophyllus) dentre outras, além de um pomar com frutí- feras variadas, todos integrando-se com a mata nativa, diz que apesar do ponto de partida de seu projeto ser diferente o final é bem próximo. “O estilo inglês tem uma paisagem idealizada. Normalmente limpava-se o ter- reno onde era construída a topografia com morros, lagos e platôs. Depois plantava-se para construir uma paisagem idílica, como se o objetivo dela fosse ser retratada por um pintor romântico. No meu jardim aproveitei toda a mata existente para construir a paisagem. Embora os pontos de partidas sejam diferentes, o resultado pode ser considerado o mesmo.” 44-47 Jardinagem- ingles .qxp 6/23/15 15:55 Page 47 GRUPO ÚNICO PDF 48*Paisagismo & Jardinagem meu jardim 48-51 Meu Jardim.qxp 6/23/15 16:36 Page 48 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*49 Tudo começou em uma área de 2 mil m² com vista para a Serra da Moeda, em Brumadinho, MG. Neste amplo terreno, edificou-se uma edí- cula e dela nasceu o home office e o showroom do paisagista e designer de exteriores Gerson Munayer, idealizador da Mosaico Paisagismo, de Belo Horizonte, no mesmo estado. "Comprei o espaço em 2005 com o intui- to de construir minha casa. Moro em apartamento, mas sempre fui apai- xonado pela natureza e queria viver cercado por fauna e flora", conta. Antes da atual construção de 120 m², o jardim era utilizado como uma espécie laboratório de trabalho para o profissional, onde testava diversas plantas para incluir em seus projetos. Hoje em dia, Munayer divide a roti- na entre o apartamento em BH e o espaço verde com residência que une materiais rústicos a traços contemporâneos e apresenta conceito de loft. Para integrar interior e exterior, a arquitetura inclui grandes portas e jane- las de vidro verde ao longo do pé-direito de 5 m, abrindo a perpectiva do morador para o jardim cuidadosamente elaborado. Espécies com folhas marcantes e várias tonalidades de verde se destacam no espaço de Gerson Munayer Texto Cristina Tavelin Fotos Gustavo Xavier Um jardim tropical 48-51 Meu Jardim.qxp 7/7/15 10:10 Page 49 GRUPO ÚNICO PDF 50*Paisagismo & Jardinagem MAIS FAUNA E FLORA Segundo Munayer, o estilo tropical contemporâneo marca o projeto, incluindo espécies ornamentais e resistentes. Como o espaço serve para a elaboração dos conceitos trabalhados pela Mosaico Paisagismo, o pro- fissional criou um ambiente de acordo com os tempos modernos. "Hoje os clientes buscam praticidade, pois a vida é muito corrida. Desenvolvi uma área para contemplação que não demanda muito trabalho", analisa. A diversidade das matas brasileiras e as várias nuances de verde – outras característica do estilo tropical – se mostram em espécies como palmeira-azul (Bismarckia nobilis), palmeira-butiá (Butia capitata), pal- meira-triângular (Dypsis decary), agave (Furcrea variegata) e pata-de-ele- fante (Beaucarnea recurvata). Para dar mais vida ao projeto, os contrastes das folhas são pontuados por cores fortes como a da iresine (Iresine herbs- tii). Em termos de manutenção, a grama-esmeralda (Zoysia japonica) exi- ge um pouco mais de atenção com o corte periódico – uma vez por sema- na ou duas vezes ao mês – , mas para as outras espécies basta retirar as folhas velhas e fazer uma adubação trimestral. A cascata entra no projeto como elemento sensorial, além de agregar uma micro-fauna que inclui patos e marrecos-mandarim. "Além de orna- mentarem o visual, as aves atuam no controle biológico das pragas. Mas é necessário saber quais espécies são mais indicadas. Os marrecos-man- darim comem cupim, grilo, entre outros insetos, e ajudam a evitar o uso de produtos químicos", destaca Munayer. A área úmida inclui bromélia- imperial (Alcantharea imperiallis), porto-seguro (Aechmea blanchetiana), palmeira-fênix (Phoenix roebelenii) ao fundo e, nas lateriais, palmeira- butiá e moreia branca (Dietes iridioides). "Hoje os clientes buscam praticidade, pois a vida é muito corrida. Desenvolvi uma área para contemplação que não demanda muito trabalho" 48-51 Meu Jardim.qxp 6/23/15 16:37 Page 50 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*51 *o jardim ganhou vida com: Iresine Pata-de-elefante Palmeira-azul Bromélia-imperial DIRECIONAMENTO DO OLHAR Além das características mencionadas, outro detalhe do estilo tropi- cal está na criação de elementos de impacto por toda a área verde - deno- minados pontos "climax" - os quais atraem o olhar dos transeuntes. O espaço com palmeira-azul cercado por iresines é um deles. "As tonalida- des de vermelho e verde são complementares, casam perfeitamente. Procuro criar a estética com base na cromoterapia", indica o paisagista. Outro pon- to atraente está no bosque com 12 patas-de-elefante com forração de sei- xos grandes e iluminação embutida. A profusão de cores ganha mais vida no período de Primavera e Verão, quando hemerocális (Hemerocallis x hybrida), jasmim-amarelo (Jasminum mesnyi) e agapanto (Agapanthus africanus) mostram as pétalas. Entretanto, opções como o lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii) garantem flores o ano todo. As diversas árvores floríferas, incluindo espécies nativas, represen- tam uma forma de incluir cor e ter menos trabalho com a manutenção. Para finalizar o ambiente, os móveis com estrutura de alumínio para a área externa, assim como peças de madeiras nobres com acabamento em ver- niz marítimo, podem ser adquiridos pelos clientes na visita ao showroom. Para o futuro, diante da crise hídrica, Munayer cogita a ideia de adap- tar o projeto para torná-lo mais sustentável - substituindo, por exemplo, as bromélias pelas resistentes agaves. Por enquanto, a área preferida do profissional é o redário, de onde pode apreciar o trabalho feito ao longo dos anos. "De lá, observo toda a extensão do jardim. É um ponto onde posso apreciar as palmeiras e aproveitar a sombra das árvores", conclui. 48-51 Meu Jardim.qxp 7/7/15 10:14 Page 51 GRUPO ÚNICO PDF 52*Paisagismo & Jardinagem planta da edição [3] Projeto paisagístico Leo Laniado 52-55 Planta da Edicao.qxp 6/22/15 17:09 Page 52 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*53 Bastante ornamental, a árvore flamboyant (Delonix regia), também conhecida como acácia-rubra, árvore-flamejante, flor-do-paraíso e pau- rosa, originária de Madagascar, na África, se adaptou bem às condições climáticas do Brasil com seu porte frondoso e tronco volumoso. De acor- do com Anselmo Augusto de Castro, docente de paisagismo e jardina- gem no Senac Santa Cecília, SP, as primeiras mudas foram trazidas no iní- cio do século XIX, na época de D. João VI, e tiveram bom rendimento mediante nosso clima e solo. “Temos muitos viveiros que produzem exce- lentes mudas para abastecer o mercado”, completa. A espécie chega atingir 12 metros de altura e possui copa longa com crescimento horizontal, que como explica Castro, forma uma umbela – formato de guarda-chuva baixo. Segundo Aline Cristina das Chagas Fini, engenheira agrônoma e professora do Instituto Brasileiro de Paisagismo (IBRAP), de São Paulo, SP, este formato é uma vantagem, pois traz orna- mentalidade aos exemplares, e, além disso,esta espécie possui muitas flo- res durante a Primavera e o Verão e suas galhadas são esculturais. Com preferência pelos climas tropical e subtropical, a árvore pau-rosa é de pleno sol e bem tolerante às condições litorâneas. “O ideal é ter calor e umidade, por isso vai muito bem em climas litorâneos, apesar de se desenvolver também em cidades como São Paulo”, afirma a arquiteta pai- sagista Lucia Manzano, de São Paulo, SP. Castro explica que a flamboyant aprecia solos areno-argilosos e que é aconselhável plantar mudas mais jovens – de até um ano – para evitar danos no sistema radicular. Depois do plantio, a primeira florada ocorre de três a quatro anos e estas flores ficam bem mais bonitas em clima quen- te. As inflorescências axilares e terminais costumam ser vermelhas ou laranjas, mas há uma espécie mais rara na cor amarela, porém, todas pos- suem cinco pétalas de margens onduladas. Texto Carolina Pera Fotos [1] Alessandro Guimarães, [2] Evelyn Müller e [3] Gui Morelli Sombrinha florida Flamboyant traz a cor de suas flores para os jardins e embeleza as paisagens [3] Projeto paisagístico Leo Laniado 52-55 Planta da Edicao.qxp 7/7/15 11:38 Page 53 GRUPO ÚNICO PDF 54*Paisagismo & Jardinagem FLAMBOYANT NOME CIENTÍFICO: Delonix regia NOME POPULAR: flamboiã, acácia-rubra, árvore-flamejante, flor-do-paraíso e pau-rosa ORIGEM: Madagascar, África PORTE: até 12 m FOLHAS: bipinadas, com numerosos folíolos pequenos ovalados FLORES: inflorescências axilares e terminais que costumam ser vermelhas ou laranjas, mas há uma espécie mais rara amarela CULTIVO: fácil cultivo por ser rústica CLIMA: tropical e subtropical LUMINOSIDADE: pleno sol MULTIPLICAÇÃO: por semente, as quais devem ser escarificadas mecanicamente antes da semeadura para melhorar a germinação. CURIOSIDADE: suas vagens e sementes podem ser usadas na confecção de instrumentos musicais e artesanato Sua multiplicação se dá por semente, as quais devem ser escarificadas mecanicamente antes da semeadura para melhorar a germinação. Esta espécie possui frutos do tipo vagem, pendentes, longos, lenhosos, acha- tados, tardiamente deiscentes que permanecem sobre a árvore durante meses, marrons-escuros, com sementes alongadas e duras. Aline ainda destaca que suas vagens e sementes podem ser usadas na confecção de instrumentos musicais e artesanato devido a alta resistência. A flamboyant possui ciclo de vida perene e por ser uma árvore rústica, não necessita de cuidados específicos. NEM TUDO SÃO FLORES A Delonix regia é decídua, ou seja, perde suas folhas em determina- da época do ano, podendo ocasionar entupimento de calhas e ralos, tor- nando a espécie não indicada para áreas próximas às edificações. Castro acrescenta que geralmente isto ocorre no Inverno e que é o momento no qual a espécie fica vulnerável a quebra de galhos pelo vento. Outro fator negativo da proximidade entre a espécie e as moradas são suas raízes que são tabulares – superficiais – consideradas agressivas. Assim, Lucia recomenda seu uso em áreas grandes, como chácaras, sítios e fazendas, ou ainda, em parques e praças, e alerta que ela não deve ser empregada em locais com calçamento próximo. USO PAISAGÍSTICO Tomados os devidos cuidados, a flamboyant pode trazer a beleza de suas flores aos projetos de áreas verdes. “A combinação com esta espécie vai da criação do paisagista. Por possuir flores de cores quentes podem ser usadas com plantas de floração também quentes. Ou ainda apostar nas diversas tonalidades de verde para que apenas as cores das flores fiquem em evidência”, diz Aline. Ela ainda alerta que por proporcionar sombra, ao planejar seu entorno e espaço abaixo da copa é necessário pensar em espécies adaptadas aos ambientes de meia-sombra. Para Lucia, a combinação da Flamboyant se dá com espécies tropi- cais. Já para Anselmo, por serem exemplares ornamentais e esculturais, seu plantio isolado em um gramado já é o bastante para seu realce. Aline acrescenta que além do uso como planta de destaque, podemos observá- la em alamedas e caminhos de área rurais. [1] Projeto paisagístico Marcelo Faisal [2] 52-55 Planta da Edicao.qxp 7/7/15 11:38 Page 54 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*55 [3 ] P ro je to p ai sa gí st ic o Le o La ni ad o 52-55 Planta da Edicao.qxp 6/22/15 17:09 Page 55 GRUPO ÚNICO PDF 56*Paisagismo & Jardinagem 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:53 Page 56 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*57 Texto Cristina Tavelin Fotos Gui Morelli Um lugar muito árido, onde a residência parecia encontrar-se em meio ao nada. Assim era o espaço que o paisagista Leo Laniado, de São Paulo, SP, tinha pela frente para remodelar por meio de seu trabalho. "O paisa- gismo era de uma antiga fazenda de café. Ali existiam vários terreiros para secar as sementes, algumas árvores e vegetação antiga sem qualquer pla- nejamento", conta. Para transformar esse ambiente, o profissional traba- lhou no sentido de fazer a casa se "apropriar" do entorno, como se tives- se sido criada dentro dele. Por meio do verde, a construção ganhou cará- ter de sede, de onde a vista a vários espaços estimula os moradores a pas- searem pela área. Assim, contrariando a linearidade temporal, Laniado criou a impressão de a casa ter sido erguida após o jardim. NATUREZA PLENA Escolha de espécies garante que jardim concebido pelo paisagista Leo Laniado fique florido o ano inteiro Projeto paisagístico Leo Laniado 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:53 Page 57 GRUPO ÚNICO PDF 58*Paisagismo & Jardinagem VÁRIOS ESPAÇOS EM UM Na entrada, a fonte de 14 m de diâmetro ganha destaque tanto pela água refletindo o céu quanto pelos cisnes que por ali passam. Para das ênfase a esse espaço, o profissional optou por incluir palmeiras-imperiais (Roystonea oleracea) no entorno, as quais criam uma ligação entre os vários pátios, assim como sensação de verticalidade e simetria. Em frente à peque- na capela, o jardim ganhou uma pérgola construída com pedras reapro- veitadas da antiga colônia. "A área foi concebida para grandes ocasiões festivas", destaca. Na área próxima à casa, projetada com o intuito de ser uma espécie de pátio interno, o paisagista trabalhou as espécies de forma a reservar a intimidade e privacidade dos moradores. Nele, diversas varandas con- tam com trepadeiras perfumadas compostas de jasmins (Apocynaceae), as quais são circundadas pela vegetação de buxinho (Buxus sempervi- rens). O acesso ao local se dá através de uma pérgola coberta por jasmim italiano (Jasminum grandiflorum L.). "Nesse espaço acontece o café da manhã, os almoços e jantares. A partir dele também é possível escutar o suave barulho da fonte e descansar à sombra do flamboyant (Delonix regia), árvore escolhida para ser o elemento de interligação do entorno", acrescenta o paisagista. 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:54 Page 58 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*59 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:54 Page 59 GRUPO ÚNICO PDF 60*Paisagismo & Jardinagem "O paisagismo era de uma antiga fazenda de café. Ali existiam vários terreiros para secar as sementes, algumas árvores e vegetação antiga sem qualquer planejamento" 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:55 Page 60 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*61 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:55 Page 61 GRUPO ÚNICO PDF 62*Paisagismo & Jardinagem CORES DE CIMA ABAIXO Entre árvores, arbustos e flores de várias tonalidades, a estética tam- bém ganha contornos específicos dependendo da estação. A vegetação proporciona sombra no período mais quente e ganha mais luz no Inverno, quando as folhas caem. Mas um ponto importante foi justamente agre- gar espécies diferentes para manter o espaço atrativo permanentemen- te. "Trepadeiras e forrações foram escolhidas para haver frutas, flores e perfumes durante o ano todo. Por exemplo, no Inverno, as primaveras (Bougainvillea glabra) e ipês (Bignoniaceae) garantem a beleza,enquan- to no Verão os flamboyants se sobressaem", pontua Laniado. Das frutí- feras incluídas, os moradores podem se deliciar com jabuticaba (Myrciaria cauliflora), laranja (Citrus sinensis) e maracujá (Passiflora sp) plantados em vasos. Cássia-javanesa (Cassia javanica L.), cássia-imperial (Cassia fis- tula, L.), tumbérgia-azul (Thunbergia grandiflora) e ipomeias (Convolvulaceae) também podem ser encontradas pelo caminho duran- te um passeio pelo espaço, assim como rosas (Rosa x grandiflora) e con- geia (Congea tomentosa), as quais garantem um toque romântico à pai- sagem da antiga fazenda. "Cada canto tem uma história que faz parte do todo", finaliza o profissional. 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:55 Page 62 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*63 *o jardim ganhou vida com: Flamboyant Buxinho Palmeira-imperial Congeia 56-63 Proj01- Leo Laniado.qxp 6/23/15 16:56 Page 63 GRUPO ÚNICO PDF 64*Paisagismo & Jardinagem Projeto paisagístico Inez Paisagismo 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 6/23/15 17:17 Page 64 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*65 Texto Janaína Silva Fotos Gui Morelli Para entrar no clima Recantos verdejantes e o emprego de espécies nativas destacam-se em paisagismo sustentável criado com o conceito bioclimático aplicado à paisagem 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 7/7/15 11:40 Page 65 GRUPO ÚNICO PDF 66*Paisagismo & Jardinagem Um paisagismo sustentável desenvolvido sob medida para atender às condições atmosféricas e geográficas do ponto mais alto da cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, no interior paulista: o bairro Morro dos Engenheiros. Esse foi o desafio da arquiteta paisagista Inez Gouveia, de Cunha, SP. “Encrustada no pé da Serra da Mantiqueira, a cidade é caracterizada pelo clima subtropical quente com temperaturas entre 22 e 33º C no Verão e que, devido ao relevo montanhoso, recebe influência das massas térmi- cas de altitude, resultando em Inverno seco e baixa pluviosidade”, expli- ca a arquiteta paisagista. Outro fator que influenciou o desenho do espaço verde foi a solicita- ção dos clientes que queriam para a morada recém-adquirida uma área de convivência com jardim de fácil manutenção e áreas interligadas simul- taneamente ao lazer. 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 6/23/15 17:17 Page 66 GRUPO ÚNICO PDF PAISAGISMO SUSTENTÁVEL Na concepção paisagística, o estudo bioclimático foi fundamental para definir as espécies e o local do plantio, levando-se em conta os dados meteorológicos, as temperaturas, a umidade relativa do ar, a influência da direção dos ventos e os índices pluviométricos e de insolação. De acordo com ela, o bioclimatismo pode colaborar na redução de gastos com irri- gação e perdas de espécies. O resultado é um projeto sustentável com o uso de plantas nativas que apresentam baixo consumo de água e espécies exóticas de cresci- mento rápido. “Nosso trabalho foi pensar em soluções de como o jardim poderia viver com a escassez de recursos hídricos, sem provocar danos e estresse aos exemplares”, resume. No jardim foram plantadas árvores, forrageiras e arbustivas, entre muitas nativas, como alpínia (Alpinia purpurata), helicônia (Heliconiaceae), bromélias (Bromeliaceae) e manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis). “Temos uma flora rica que deve ser utilizada e valorizada. Cada região dispõe de espécies características que constituem o microclima local, fundamental para o equilíbrio ecológico”, reforça a paisagista. Paisagismo & Jardinagem*67 “Nosso trabalho foi pensar soluções de como o jardim poderia viver com a escassez de recursos hídricos, sem provocar danos e estresse aos exemplares” 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 6/23/15 17:17 Page 67 GRUPO ÚNICO PDF 68*Paisagismo & Jardinagem REFÚGIOS A entrada é constituída por diversos patamares estabelecidos com pedra bruta de granito para dar acesso à casa que está posicionada a qua- tro metros acima do nível da rua, devido ao lote acidentado. Os elemen- tos favorecem também a contenção do corte e filtragem da água. “A dre- nagem é escoada pelos pisos e níveis e segue até uma canaleta final junto ao muro”, relata a arquiteta paisagista. Como esse local recebe a radiação poente, as espécies escolhidas para os canteiros foram ixoras (Ixora chinensis), buxinhos (Buxus sempervi- rens), pleomele (Dracaena reflexa), barba-de-serpente (Ophiopongo jabu- ran), bambuza (Bambusa textilis gracilis) e vedélia (Sphagneticola triloba- ta) como forrageira nativa que auxiliou no balanço e no equilíbrio térmi- co do solo. Um pouco mais acima, o pequeno talude próximo à piscina recebeu grama-esmeralda (Zoysia japonica), por sua resistência ao sol e rápida con- tenção, e um caminho de piso drenante atérmico com formas arredon- dadas implantado seguindo a topografia do local. Na sequência, chega-se ao jardim do lazer formado por exemplares de cica (Cycas circinalis), aspargo-pluma (Asparagus densiflorus), estrelít- 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 6/23/15 17:17 Page 68 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*69 AcerolaIxora *o jardim ganhou vida com: MoreiaAspargo-pluma Vedélia zia (Strelitzia reginae), fórmio (Phormium tenax), buxinhos, palmeira-fênix (Phoenix roebelenii), dama-da-noite (Cestrum nocturnum), palmeira-bam- bu (Chamaedorea seifrizii), pleomele, manacá-da-serra e bromélias. “A composição promove uma paisagem de fundo para quem o avista do espa- ço gourmet”, descreve Inez. Promovendo a conexão entre a morada, a área dedicada ao preparo dos churrascos, petiscos e pizzas e a relaxante spa, foi disposto o pergo- lado de madeira maçaranduba que receberá jasmim-de-madagascar (Stephanotis floribunda) para deixar a passagem aconchegante. “Da spa, é possível contemplar a bela paisagem da Serra da Mantiqueira ao entar- decer”, enfatiza a arquiteta paisagista. Posicionado nos fundos do terreno está a pracinha, criada como uma sala de apoio ao ambiente gastronômico. “O destaque é o orquidário ver- tical elaborado com vasos de Dendrobium e o painel de canela de demo- lição da linha Ecowood (Portobello)”, comenta a profissional. O espaço recebeu também seixos, cascas de árvores e dois banquinhos que pro- porcionam um recanto acolhedor em meio a coqueiros (Cocos nucifera) já existentes, acerola (Malpighia emarginata), helicônia (Heliconia rostra- ta), helicônia-papagaio (Heliconia psittacorum), vedélia e alpínia. 64-69 Proj02-Inez Gouveia.qxp 6/23/15 17:18 Page 69 GRUPO ÚNICO PDF 70*Paisagismo & Jardinagem Projeto paisagístico Sonia Infante UM ABRAÇO VERDE 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:35 Page 70 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*71 O colorido das flores e a exuberância das folhagens presentes ao redor de toda a casa são marcantes na proposta assinada pela paisagista Sonia Infante, da Arteiro, de Petrópolis, RJ. Disposto em canteiros e invadin- do ambientes internos e coberturas, o verde é companhia constante dos moradores que solicitaram um jardim florido com toque europeu distin- guindo-se pelos formatos e traçados estruturados, mas sem dispensar a beleza das espécies tropicais. “Como a morada foi implantada na parte alta do terreno para favo- recer a vista panorâmica, o paisagismo criou acessos e escadas para o aproveitamento do terreno”, esclarece a paisagista. Os elementos foram projetados para permitir o plantio de grama-amendoim (Arachis repens) entre os degraus executados com granito. O resultado é um agradável e contínuo passeio orgânico pelo extenso tapete verde de grama-esmeral- da (Zoysia japonica). Outro aspecto considerado para definição do projeto foi a criação de um jardim perene e de fácil manutenção, empregando plantas tropicais e subtropicais bem-adaptadas ao clima montanhês. Texto Janaína Silva Fotos Alessandro Guimarães Na região serrana fluminense, o paisagismo envolve toda a morada e leva acolhimento e privacidade 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:35 Page 71 GRUPO ÚNICO PDF 72*Paisagismo & Jardinagem “O paisagismo foi criado para dar alegria e privacidade às estruturasde lazer” 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:35 Page 72 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*73 PAISAGEM ORNAMENTAL Nas boas-vindas, o destaque é a combinação de nuances e texturas das espécies que levam frescor e leveza à construção. Cica (Cycas revoluta), barba-de-serpente (Ophiopogon jaburan), pata- de-elefante (Beaucarnea recurvata) e roseiras (Rosaceae) ladeiam a escada de acesso à entrada prin- cipal enquanto os jasmim-dos-poetas (Jasminum polyanthum) revestem os pilares dos beirais da cobertura para adicionar graça e delicadeza. Moreias (Dietes bicolor) e russélias (Russelia equisetiformis) surgem para alegrar com suas cores os recantos que cercam a morada. A atraente palmeira-azul (Bismarckia nobilis) também está em evidência em um dos canteiros ao longo do gramado. Pelo amplo quintal, bromélias (Bromeliaceae) e orquídeas (Orchidaceae) enfeitam os troncos das árvores já existentes. Sonia usou ainda para os detalhes e forrações as resistentes suculentas e a graciosa dinheiro-em-penca (Callisia repens). “O paisagismo foi criado para dar alegria e privacidade às estruturas de lazer”, enfatiza a pai- sagista. Assim, pelos setores da piscina e da varanda é possível admirar os harmônicos canteiros compostos por espécies de diferentes portes e folhagens, como antúrios (Anthurium andraeanum), kaizuka (Juniperus chinensis torulosa) e palmeiras, como ráfis (Rhapis excelsa), areca (Dypsis lutes- cens) e fênix (Phoenix roebelenii). 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:35 Page 73 GRUPO ÚNICO PDF 74*Paisagismo & Jardinagem 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:36 Page 74 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*75 RosaMoreia *o jardim ganhou vida com: BabosaCica Palmeira-azulAntúrio O charme do local fica por conta do teto verde formato com trepadeiras, como a pri- mavera (Bougainvillea glabra), que avança sobre a área de diversão e que valoriza a som- bra e ajuda no conforto térmico dos ambientes dedicados aos momentos festivos. 70-75 Proj03-Sonia Infante.qxp 6/22/15 15:36 Page 75 GRUPO ÚNICO PDF 76*Paisagismo & Jardinagem 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 6/22/15 14:28 Page 76 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*77 Em um condomínio fechado no município de Campinas, SP, o terre- no de 2.029 m² que abriga a casa de 531 m² passou por uma reforma pai- sagística realizada pelo engenheiro agrônomo Alexandre Galhego, da mes- ma cidade. O projeto envolveu inclusão e relocação de espécies, além de alteração do layout de pisos e canteiros. “Pensamos primeiramente na conciliação das plantas de grande porte existentes. Após a definição, tra- balhamos os espaços, caminhos , pontos de observação e implantação de espécies para realizar uma conexão visual com a mata, além de redefini- ção de praças de convívio, ligações entre ambientes, pisos da fachada e equilíbrio entre as formas”, conta o engenheiro. Projeto paisagístico Alexandre Galhego Texto Carolina Pera Fotos Gui Morelli Mudança gradual Projeto paisagístico percorre de áreas bem ordenadas à mata preservada 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 6/22/15 14:28 Page 77 GRUPO ÚNICO PDF 78*Paisagismo & Jardinagem “Trabalhamos os espaços, caminhos, pontos de observação e implantação de espécies par 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 6/22/15 14:28 Page 78 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*79 Na entrada os vistantes e moradores se deparam com a forma escul- tural dos kaizukas (Juniperus chinensis torulosa) que dão as boas-vindas juntamente com o jovem ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), que fica atrás e que dará base para o conjunto no futuro. As cicas (Cycas revoluta) que já existiam no jardim foram aproveitadas em novas locações para melhor harmonização. As palmeiras-fênix (Phoenix roebelenii) foram mantidas em seus lugares, mas receberam a companhia de buxinhos (Buxus sem- pervirens). O piso foi revestido por mosaico de granito com faixas de are- nito preto e a iluminação foi reprojetada. Para o profissional, o diferencial e a dificuldade formam um mesmo tópico, ou seja, o ponto forte do paisagismo empregado foi o que mais exigiu esforços: trabalhar com extrema ordem na fachada e imprimir um tom bastante natural no jardim, fundindo-o à mata preservada do fundo do lote, de maneira gradual e homogênea. cies para realizar uma conexão visual com a mata” 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 6/22/15 14:28 Page 79 GRUPO ÚNICO PDF 80*Paisagismo & Jardinagem Alpínia Chuva-de-ouroPalmeira-fênix *o jardim ganhou vida com: Bromélia-imperial Peperômia-variegataCica 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 7/7/15 11:54 Page 80 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*81 PARA ANDAR OU PERMANECER Para acessar a área das frutíferas, a casa de máquinas e o local de pre- servação permanente, foi realizado um caminho com pedriscos finos sobre manta de bedin. O verde ficou por conta da forração de singônio (Syngonio podophyllum variegatum), íris-da-praia (Neomarica candida) e do ofiopó- gão (Ophiopogon jaburan). A grama-esmeralda (Zoysia japonica) se esten- de por todo o jardim. Uma praça foi criada para prolongar a varanda social, ligando-a ao jardim externo, a área gourmet e o spa. O piso drenante fulget recebe ban- cos em madeira e uma mesa com cadeiras. O rasgo no piso emoldura o exemplar do jasmim-manga (Plumeria rubra) existente e a dianela (Dianela ensifolia) ao seu pé. Para acrescentar ainda mais charme, vasos de fulget em tonalidade similar ao piso abraçam primaveras (Bougainvillea glabra) podadas. Perto do banco de madeira podemos ver, também, agapantos (Agapanthus africanus) e dois grandes coqueiros (Cocos nucifera). Galhego explica que além de propiciar um ponto de encontro, esta área respeitou a locação de uma grande árvore. “Em volta dessa praça foi trabalhada toda uma vegetação tropical para unir visualmente a mata exis- tente dos fundos ao lote de jardim. Fizemos isso através de camadas suces- sivas de vegetação”, destaca. 76-81 Proj04-Alexandre Galhego.qxp 6/22/15 14:29 Page 81 GRUPO ÚNICO PDF 82*Paisagismo & Jardinagem perfil A busca pela beleza e a adequação em termos estéticos, econômicos, climáticos, entre outros pontos, são os princípios norteadores do traba- lho dos paisagistas Tarcisio Pereira e Aurora Garcia, idealizadores da AMG Engenharia da Paisagem, de Campinas, SP. O casal se conheceu quando cursava Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em 1985, e criou o escritório em 1990 com a intenção de viabilizar a execução dos próprios projetos e conduzi-los ao longo dos anos. "Nosso trabalho é dedicado a jardins de verdade. Tratam-se de áreas grandes, expostas à natureza, que INSPIRAÇÃO NA PRÁTICA Apuro estético e planejamento marcam projetos dos paisagistas Tarcisio Pereira e Aurora Garcia Texto Cristina Tavelin Fotos Gui Morelli 82-83 Perfil.qxp 6/23/15 17:05 Page 82 GRUPO ÚNICO PDF requerem planejamento e conhecimentos em diversas áreas, além de apu- ro estético e noções de história do paisagismo e arquitetura", indica Pereira. Ambos interessados pela natureza desde a infância, receberam influên- cia da família no direcionamento pela área, o qual ganhou força princi- palmente no período da adolescência de cada um. No caso de Aurora, o avô materno, agricultor meticuloso, exercia o trabalho que a despertou para a observação da beleza das plantas e para a necessidade dos cuida- dos técnicos adequados. Já Pereira, mesmo vivendo na cidade de São Paulo, teve a chance de desfrutar dos jardins da avó materna, residente de Águas de São Pedro, interior do estado. Na visão dos profissionais, o escritório trabalha com o sentido clássi- co da palavra paisagismo – do planejamento à elaboração dos espaços –, o qual não está somente relacionado à "decoração" do ambiente. Atualmente, contam com 15 pessoas na equipe que desenvolve e executa projetos de jardins residenciais, casas de campo, fazendas e empresas. DA IDEIAÀ REALIDADE Em relação ao processo criativo, os profissionais dividem o trabalho em duas etapas. Na primeira, apreendem tudo o que é trazido pelo “insight” inicial possibilitado pelo contato com o novo ambiente. Na fase poste- rior, partem para a criação propriamente dita, com enfoque no desen- volvimento e ajustes das ideias iniciais no sentido de torná-las tecnica- mente executáveis. "A qualidade da relação com clientes e, consequen- temente do resultado do trabalho, é diretamente proporcional à confian- ça depositada em nós e à capacidade do outro expressar o que deseja", considera Aurora. Além da vivência prática da profissão, a inspiração dos dois parte de várias áreas do conhecimento, mais especificamente dos trabalhos de grandes nomes do campo da artes, arquitetura e paisagismo. "Não há como 'escapar' deles. Ver suas obras é inspirar-se", acrescenta Pereira. Como exemplo, citam os jardins ingleses clássicos do século XVII e XVIII, como o Stowe e Stourhead, os árabes de Andaluzia, na Espanha, e os tropicais de Burle Marx. Já entre os paisagistas, admiram o ameri- cano Thomas Church, pelas criações carregadas de humanidade, e o arqui- teto Frank Lloyd Wright, que apesar de não ser formalmente da área ver- de, "tinha uma leitura da paisagem como poucos na história tiveram", comenta Aurora. Nas horas vagas, os dois permanecem imersos na área de pesquisa e trabalho: em meio à natureza. Quando possível, costumam viajar para conhecer novas paisagens e, nos finais de semana, cuidam das árvores do sítio no interior paulista. Pelo jeito, continurão trilhando essa estrada no futuro. "Planejamos seguir projetando e construindo jardins até o fim da vida", arremata Pereira. Paisagismo & Jardinagem*83 82-83 Perfil.qxp 6/23/15 17:05 Page 83 GRUPO ÚNICO PDF 84*Paisagismo & Jardinagem84*Paisagismo & Jardinagem pelo mundo Olhar redefinido Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, em Portugal, apresenta diversidade de espécies em seus jardins e harmonia com o elemento água D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira 84-87 Pelo Mundo.qxp 6/23/15 16:26 Page 84 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*85Paisagismo & Jardinagem*85 Texto Beatriz Schadeck sob supervisão de Ana Luísa Lage O Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, em Portugal, nos Campos de São Gonçalo entre a Ponte Romana e a Ponte de Nossa Senhora da Guia tem levado até o dia 31 de outubro características pecu- liares aos visitantes, turistas, criadores e técnicos envolvidos nos projetos. Na décima primeira edição, os profissionais elaboraram os jardins a par- tir do tema " A Água no Jardim". Com diferentes propostas e estilos de países distintos, os projetos serão julgados por uma comissão pré-determinada. O público também tem a oportunidade de eleger, ao longo do evento, por votação secreta, os três jardins preferidos. Os resultados da votação serão divulgados no encer- ramento, após contagem dos votos na presença de um representante da Câmara Municipal. Com cenários encantadores e espécies locais, os espaços não só embe- lezam a cidade por um determinado período, mas conscientizam os visi- tantes sobre a importância da preservação dos elementos naturais em nos- so planeta. "Desfrutem ao máximo desta edição e aproveitem ensinamentos por meio das mensagens que os projetos transmitem", ressalta Victor Mendes, Presidente Municipal de Ponte de Lima. Confira os doze jardins que compõem o evento! MÚSICA AOS OUVIDOS O nome deste jardim, que associa a nota musical Fa com o termo francês d'eau, procu- ra fazer uma conexão entre jardins e música. Essa foi a proposta dos arquitetos paisa- gistas franceses Richard Mariotte e Arnaud Mermet-Gerlat. Ao dramatizar este tema, ele lembra os jardins de água do Renascimento italiano e as fontes de Versailles. Aqui, a água é um elemento emblemático, fonte de vida e de prazer para os ouvidos de quem passa por lá. Os visitantes são transformados em músicos ou mesmo condutores e podem selecionar qual som desejam ouvir. De maneira delicada, lírio-d'água (Nymphea), árvore-do-fumo (Cotinus coggygria), tritônia (Crocosmia), papiro (Cyperus papyrus), dália (Dahlia) e malva-rosa (Alcea rosea) finalizam o espaço. D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira ÁGUA QUE NUTRE A água cobre 71% da superfície da Terra e é elemento vital para todas as formas de vida. No jardim irlandês, elaborado pelo arquiteto paisagista Keith Double Hons e o designer de jardim Paul Cox, ambos da Irlanda, eles buscaram ressaltar o curso natural das águas, além de brincar com a ação dos quatro elementos em nosso planeta que proporcionam vida a diversas espécies de plantas e animais. A partir dessa relação com o ambiente exibem seus exemplares de calibracoa (Calendula officinalis), fumo-bravo (Nicotiana langs- dorffii), dedo-de-dama (Nigella damascena), bambu-mossô (Phyllostachys) e margarida- amarela (Rudbeckia). D iv ul ga çã o/ Am ân di o So us a Vi ei ra JARDIM CONSCIENTE O Brasil marca presença no festival das águas com produção do arquiteto paisagis- ta João Jadão, e dos arquitetos Juliana Freitas, Ricardo Oliveira e Cid Carvalho, todos da capital paulista. A proposta deste projeto é um espaço livre que pode ser usado como cada visitante desejar. As várias moléculas coloridas de água em tamanhos diferentes são usadas para integração das pessoas e também para aumentar a cons- cientização sobre o uso do recurso natural. Árvores mais altas no fundo ficam com- pletas com as espécies faia (Fagus sylvatica) e grama-de-jardim (Stenotaphrum Secundatum). A paisagem visualmente limpa busca aprimorar o elemento central - a molécula de H2O. D iv ul ga çã o/ Am ân di o So us a Vi ei ra 84-87 Pelo Mundo.qxp 6/23/15 16:26 Page 85 GRUPO ÚNICO PDF 86*Paisagismo & Jardinagem O HOMEM E SEU HABITAT Natureza e arquitetura se misturam com o projeto paisagístico de Virginia Neri, Claudia Parini e Greta Parri, todas arquitetas paisagistas italianas. A água no jardim italiano é protagonista e assume a aparência de uma força natural que esculpe e molda o tema do festival com grama-azul (Festuca glauca), capim-pisca-pisca ( Miscanthus sinensis), peônia (Pennisetum alopecuroides) e jataí-amarelo (Stipa tenuissima). O obje- tivo do projeto é criar um fragmento de uma paisagem emergindo da superfície da água. A impressão é de estar à beira de um penhasco com elementos geométricos entre as formas moldadas pela natureza e as curvas arquitetônicas feitas pelo homem. PARA RELAXAR Uma vez que a água do jardim espanhol convida os visitantes para seu refúgio tranqui- lo, é possível entender seus efeitos. A arquiteta paisagista espanhola Iuliana Pavalan junto com o escritório paisagistico Oa Bescos assina o espaço. Uma parede de madei- ra cria uma espiral que isola a Casa da Água a partir do exterior e, simultaneamente, o rodeia pelo caminho que leva para o ambiente interno. Ao longo deste caminho, há peque- nos jardins desérticos com rosa-de-pedra (Echeveria elegans), cactos (Echinopsis eyrie- sii), orelha-de-elefante (Kalanchoe luciae), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) e lírio- branco (Nymphaea); no entanto, as suculentas já anunciam a presença de água. No inte- rior, um espaço parcialmente coberto que rodeia uma piscina, faz um convite para des- frutar o momento e relaxar. TRADIÇÃO QUE INSPIRA "Olhando para o Minho" é um jardim que faz alusão às festas tradicionais, como a rea- lizada no dia de santo Minho, em Portugal. Quem ficou responsável pela produção e orga- nização foram os professores e alunos dos cursos de agronomia e design ambiental do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA/IPVC). O jardim é desenvolvido em torno de um tambor feito de madeira e metal perfurado, placas que fornecem comunicação visual entre o interior e o exterior do barril. No ambiente interno, os visitantes encontram uma figura que representa uma minhota - mulher do Minho. Seu gesto convida os visi- tantes a participarem de folclóricas danças tradicionais. O minhota e o barril estão cer- cados por um caminhocom begônia (Begonia semperflorens), urze (Calluna vulgaris), gra- ma-azul (Festuca ovina) e lavanda (Lavandula) que é ao mesmo tempo um olho obser- vando a paisagem, entre o mar e as montanhas, como é visto por peregrinos que viajam entre os diferentes santuários e lugares sagrados. FAÇA UM PEDIDO! O jardim português faz as vezes da casa e confere a tradição de fazer um desejo na pre- sença da água. Este conceito é apresentado de maneira a incentivar uma relação entre o visitante e o espaço. Há também dentes de leão posicionados estrategicamente des- tinados para que os visitantes possam escrever o seus desejos. Para criar uma harmo- nia perfeita, as arquitetas paisagistas Beatriz Truta e Ana Catarina Teixeira optaram por vidoeiro (Betula alba), urze-roxa (Calluna vulgaris), lavanda (Lavandula angustifolia), car- valho-vermelho (Quercus robur) e baracejo (Stipa gigantea).Todo o espaço tem como obje- tivo proporcionar momentos contemplativos e quebrar as barreiras entre a natureza e o ser humano. D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira D iv ul ga çã o/ Am ân di o So us a Vi ei ra D iv ul ga çã o/ Am ân di o So us a Vi ei ra D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira 84-87 Pelo Mundo.qxp 6/23/15 16:26 Page 86 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*87 até 31 de outubro. JULHO E AGOSTO Diariamente, das 10h às 20h SETEMBRO Dias úteis das 10h às 12h e das 13h30 às 19h Finais de semana e feriados das 10h às 19h OUTUBRO Diariamente, das 10h às 18h entrada € 1 Menores de 13 anos não pagam MAIS INFORMAÇÕES www.festivaldejardins.cm-pontedelimma.pt SUBAQUÁTICO A ideia por trás do projeto polonês que leva assinatura da engenheira e arquiteta paisagista Ilona Kubala, do mesmo país, era mostrar o que não é visível embaixo da água. O jardim cria uma ilusão de que o espectador está em um aquário e tudo flui no ritmo das ondas. Fetusca-azul (Festuca glau- ca), urtigão (Gunnera manicata), aradeira (Hedera helix), grama-de-sangue (Imperata cylindrica) e cana- flecha (Miscanthus sinensis) foram selecionados para harmonizar com o estilo moderno do jardim. ELEMENTO QUE DÁ VIDA Elaborado pela arquiteta paisagista Ana Luísa Paulo e as arquitetas Marta Tavares e Cristina Vaz Santos, todas de Portugal. A área tem a proposta de experimentar os efeitos da água em um jardim ao longo de seu ciclo durante um ano. Quatro paredes formam um quadrado posicionado no centro do terreno árido e escuro - a área interna é fechada. Em suas pare- des, as quatro estações do ano aparecem com imagens de águas, que ganham vida por meio das bolhas tridimensionais. Destaque para aloe- vera (Aloe aristata), begônia (Begonia semperflorens), gravatinha (Chlorophytum comosum), grama-azul (Festuca glauca) planta-mosaico (Fittonia vers- chaffeltii) e aradeira (Hedera helix) que se misturam com o elemento prin- cipal e embelezam o jardim. SEM FIM Com uma sensação de ambiente infinito, no jardim produzido pelos estudantes austría- cos do Institute of Natural Resources and Life Sciences, os espelhos representam o pre- sente e as reflexões borradas de água as memórias do passado e pensamentos sobre o futuro. Para alcançar o que poderíamos chamar de plenitude, o visitante experimenta essa combinação de memórias do passado, presente e desejos futuros. As floridas estre- la-comum (Aster amellus) gerânio (Geranium phaeum), juliana-dos-jardins (Hesperis matro- nalis) e alba (Prunella grandiflora) completam a diversidade do ambiente. D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira D ivulgação/Am ândio Sousa Vieira 11° F e s t i v a l i n t e r n a c i o n a l D E J A R D I N S D E P O N T E D E L I M A 84-87 Pelo Mundo.qxp 6/23/15 16:27 Page 87 GRUPO ÚNICO PDF 88*Paisagismo & Jardinagem secos e molhados 88-89 Secos e molhados.qxp 7/3/15 15:50 Page 88 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*89 Há 25 anos vivendo na residência em Campinas, interior paulista, o arquiteto paisagista Marcelo Novaes, da mesma região, mostra seu jardim que apesar de ter sido projetado há bastante tempo, passou por diversas modificações ao longo dos anos e foi se adaptando aos gostos e necessi- dades dele e de sua filha Rafaela Novaes, também arquiteta paisagista. “Com o desenvolvimento profissional da Rafaela, mesmo quando ainda estava cursando a faculdade, vários detalhes foram feitos em conjunto. Ela cresceu vendo esse jardim se desenvolver e depois de um certo tem- po ela passou a dar opinião e ideias, sobre as plantas, mas sem mudar o contexto do projeto”, conta Novaes. O local apresenta paisagismo exuberante, com plantas e flores apre- ciadas pelo profissional e com as quais ele se identifica. Há orquídeas (Orchidaceae) e helicônias (Heliconia rostrata), zâmias (Zamia pumila) con- trastando com pleomeles (Ruscaceae) e palmito-açaí (Euterpe oleracea). O jardim acolhe a área de lazer composta por espaço gourmet e pis- cina. Pensado para promover o convívio familiar e para servir aos visi- tantes, o espaço isolado do corpo principal da casa garante a privacida- de. A área molhada conta com liríopes (Liriope muscari), dracenas (Dracaena marginata) e cicas (Cycas revoluta) perto da borda. Toda a região é contornada por aspargo-rabo-de-gato (Asparagus densiflorus), cópsia (Kopsia fruticosa) e diversas espécies de orquídeas (Orchidaceae). Nos vasos, foram plantados dracena-arbórea (Dracaena arborea) e aga- pantos (Agapanthus africanus). Texto Beatriz Schadeck sob supervisão de Ana Luísa Lage Foto Ricardo Bassetti Paisagismo que impera Com estilo rústico e contemporâneo, o jardim explora a harmonia de diferentes espécies 88-89 Secos e molhados.qxp 7/3/15 15:50 Page 89 GRUPO ÚNICO PDF 90*Paisagismo & Jardinagem Texto Janaína Silva Fotos Alessandro Guimarães Em Corupá, SC, a diversidade de espécies foi destaque na 4a Fecaplant As plantas exóticas foram a principal atração durante a edição de 2015 da Feira Catarinense de Flores e Plantas Ornamentais (Fecaplant), reali- zada de 22 a 24 de maio, na cidade de Corupá, o maior polo produtor do estado de Santa Catarina. Promovida pela Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais de Santa Catarina (Aproesc), Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais de Corupá (Proplant), Prefeitura Municipal de Corupá e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Fecaplant é realizada a cada dois anos. Referência no ramo da horticultura e da floricultura, o evento atraiu mais de 9 mil visitantes de todo o país, entre comerciantes da área, pai- sagistas e até colecionadores, para conferir a vitrine de lançamentos, entre gramas, plantas, vasos, ferramentas e equipamentos, no Seminário Sagrado Coração de Jesus. “No sábado, registramos a maior visitação da feira, com a presença de muitos consumidores finais atraídos pela beleza exótica de inúmeras espécies expostas no local”, afirma Jean Marcel Bertoldi Diel, secretário de desenvolvimento rural e meio ambiente de Corupá e coor- denador geral da Fecaplant. Paralelamente ao evento, foi realizado o 16º Fórum Catarinense de Floricultura com palestras sobre tendências e mercado, apresentação de cases com a participação dos maiores pesquisadores e autoridades da flo- ricultura brasileira. PRODUÇÃO ORNAMENTAL Fecaplant 90-93 Reportagem Fecaplant.qxp 7/3/15 15:20 Page 90 GRUPO ÚNICO PDF Paisagismo & Jardinagem*91 CONFIRA AS NOVIDADES! A rosa-do-deserto (Adenium obesum) foi o desta- que da Flora Takemura, de Londrina, PR. Originário de áreas desérticas do leste da África e da Península Arábica, o arbusto suculento apresenta aspecto escultural e floração exuberante e é indicado para bonsai, despertando o interesse de inúmeros cole- cionadores. De Jaraguá-do-Sul, SC, a Grameira Felippi é espe- cializada na produção de grama-roxa (Ophiopogon Planiscapus), originária do Japão. De tonalidade vio- leta, a espécie é indicada para compor canteiros e prefere locais com incidência solar pela manhã e solos bastante irrigados. A Revoluta,
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