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Direitos das Mulheres na Revolução Francesa

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Revolução francesa e os direitos humanos.
 AS MULHERES E SEUS DIREITOS
A escritora Marie Gouze (1748-1793), mais conhecida como Olympe de Gouge, publicou, em 1791, a
Declaração dos direitos da Mulher e da Cidadã. No texto ela defendia a participação da mulher na vida política e civil em condições de igualdade com os homens. Olympe foi condenada à guilhotina. Morreu em 3 de novembro de 1793. Morta por homens que se diziam defensores da liberdade.
Leia com atenção alguns dos artigos da Declaração, reproduzidos a seguir:
Artigo I - A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. AS distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum.
Artigo VI - [...] Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos olhos da lei, devem ser igualmente admitidos a todas as dignidades, postos e empregos públicos, segundo as suas capacidades e sem outra distinção a não ser suas virtudes e seus talentos.
Artigo VII - Dela não se exclui nenhuma mulher: esta é acusada, presa e detida nos casos estabelecidos pela lei. As mulheres obedecem, como os homens, a esta lei rigorosa.
Artigo X - Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio; a
mulher tem o direito de subir ao p atíbulo, deve ser também o (direito) de subir ao pódio desde que as suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.
Artigo XIII - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, as contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalho ingratos, de todas as fadigas, deve então participar também das distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria.
Artigo XV - O conjunto de mulheres igualadas aos homens para a taxação tem o mesmo direito de pedir contas da sua administração a todo agente público.
BONACCHI, Gabriella; Groppi, Angela. O dilema da cidadania. Direitos e deveres das mulheres.São Paulo: Unesp, 1995. p. 297-312
A REVOLUÇÃO FRANCESA EXPLICADA À MINHA NETA
O texto a seguir é trecho de um livro em que um historiador especializado em REvolução Francesa responde perguntas da neta. Leia-o com atenção.
A sombra e a luz da Revolução
· Vovô, porque você ama a Revolução, se você mesmo fala dos massacres e da violência e se, afinal, diz que ela morreu?
· A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Ela foi de uma enorme violência, por vezes descontrolada e selvagem, por vezes necessária para enfrentar um mundo antigo que se defendia ferozmente. Também nisso ela permanece como um importante alerta para que fiquemos atentos, pois essa violência continua
à solta. Mas foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo,
eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. Como se inscreveu na história em um momento determinado da evolução das forças econômicas, sociais e culturais, sabemos que seu êxito teve origem na união das aspirações da burguesia e das classes populares. E, por causa disso, percebe-se bem tudo o que fica faltando: a conquista da igualdade pela mulher, a ratificação do fim da escravidão, mas, sobretudo, a eliminação das desigualdades sociais, no momento mesmo em que, ao desferir o golpe derradeiro no feudalismo, ela estabelece as bases sobre as quais irá progredir a sociedade liberal, do século XIX até os dias de hoje.
· Você acredita que para nós, jovens, que a vemos de tão longe, ela ainda tem sentido?
· Essa Revolução na história continua sendo, também, a nossa Revolução, e é por isso que eu a amo. Meu mestre Labrousse referia-se a ela como “a revolução das antevisões”. É ela que chamou de desejos seus o “O Manifesto dos Iguais” de Babeuf, ao anunciar outra revolução que seria a última, a da Igualdade. Conhecemos, daí em diante, outras revoluções que se diziam igualitárias, na Rússia e em outros lugares, e delas nos restou o gosto amargo de um terrível fracasso. Mas o sonho e a necessidade de mudar o mundo continuam intactos. Pela história da Revolução Francesa, é essa mensagem que transmitimos a vocês, e a qual deverá ser transmitida às futuras gerações.
VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta.São Paulo: Editora Unesp, 2007.
 QUESTÕES SOBRE O TEXTO:
1 - Como a Declaração defende a participação da mulher na vida política e civil em igualdade com os homens?
2 - Tais direitos são garantidos para as mulheres brasileiras hoje em dia? Justifique.
3-Direitos humanos são direitos universais a todos os seres	?
4--Quais são os direitos naturais de todo ser humano ao nascer?
5-Qual o artigo da declaração universal dos direitos humanos que trata da tortura?
6-Procure pesquisar uma reportagem atual sobre ás mulheres e o pensamento machista em pleno século 21 no Brasil e poste a imagem da reportagem .

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