Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4 Comparação dos Simuladores FPORO-STARS A diferença básica entre os simuladores desenvolvidos pela PUC-Rio e pela CMG consiste na consideração das camadas adjacentes ao reservatório no primeiro, além deste ser um modelo totalmente acoplado, enquanto o segundo considera apenas o reservatório e utiliza um acoplamento explícito. Com o intuito de fazer uma comparação entre os simuladores FPORO e STARS, foi utilizado o modelo apresentado em Pastor14. Este modelo bidimensional tem 3000 metros de comprimento, uma espessura de 300 metros, e seu topo está situado a 3000 metros de profundidade. O reservatório está saturado com um fluido com as mesmas propriedades da água, e produz através de um único poço situado em uma de suas extremidades, conforme indicado no esquema da figura 4.1a: z x 3000 m 300 m 700 m Poço Overburden Underburden Reservatório 3000 m (a) (b) Fig.4.1. (a) Modelo do reservatório simulado; (b) malha cartesiana utilizada no STARS. A malha utilizada está representada na figura 4.1b, e consiste em 30 blocos na direção x, um na direção y, que corresponde à largura do reservatório, enquanto na direção z, com numeração crescente no sentido descendente, 32 camadas. A primeira, com apenas 10 cm de espessura, foi saturada com óleo a fim de garantir a consistência do modelo. Abaixo desta, a 3000 metros de Comparação dos simuladores FPORO-STARS 91 profundidade, seguem as demais 31 camadas, todas saturadas com água. A caracterização deste reservatório, assim como do fluido com o qual está preenchido, foi feita de acordo com os dados apresentados em Pastor14, e aqui reproduzidos na tabela 4.1. Com base nesse modelo, foi analisada a situação de pressão especificada em um sistema bidimensional com escoamento linear. Tab. 4.1. Dados da rocha-reservatório utilizados nas simulações. DADOS DO RESERVATÓRIO Porosidade (%) 40 Módulo de Young E (Mpa) 280 Coeficiente de Poisson ν 0,2 Temperaturada (ºC) 20 Permeabilidade k (m²) 1x10-14 ( = 10 md) Compressibilidade da rocha (1/kPa) 6,43E-6 DADOS DO FLUIDO Módulo de compressibilidade Kf (Mpa) 1000 Viscosidade (cp) 1,0 DADOS DO POÇO Pressão de fundo de poço a 3150 m de prof. (kPa) 10500 Raio (m) 0,127 ESTADO INICIAL DE TENSÕES PROF. (m) PRESSÃO (kPa) TENSÃO VERTICAL (kPa) TENSÃO HORIZONTAL (kPa) 3000 30500 62000 55000 3150 31500 65000 57700 3300 33000 68200 60500 Os dados das camadas sobrejacentes utilizados por Pastor14 são apresentados na tabela 4.2. Comparação dos simuladores FPORO-STARS 92 Tab. 4.2. Dados das rochas adjacentes utilizados por Pastor14. φ (%) E (Mpa) ν Kf (Mpa) k (m²) 280 5 5000 0,2 1000 1 x 10-19 Com relação à discretização no tempo, o FPORO utilizou os incrementos apresentados na tabela 4.3 a seguir: Tab. 4.3. Incrementos de tempo utilizados no FPORO (Pastor14). Tempo (s) ∆t (s) 0 – 10 1 10 – 10² 10 10² - 10³ 10² 10³ - 104 10³ 104 - 105 104 105 - 106 105 Já no STARS, os intervalos de tempo utilizados são calculados pelo próprio simulador, com base em: (i) variações máximas permitidas entre intervalos de tempo sucessivos para os parâmetros definidos pelo usuário: pressão ............................... 2000 kPa saturação ............................. 0,15 temperatura .......................... 30°C fração molar do óleo ............. 0,20 fração molar do gás .............. 0,20 (ii) intervalo de tempo máximo, nesse caso definido como cinco dias; (iii) intervalos menores devido à dificuldade de convergência. Ao considerar uma rocha sobrejacente com as mesmas características geomecânicas da rocha-reservatório, ou seja, mesmos coeficiente de Poisson e módulo de Young, há uma proximidade muito grande das respostas obtidas a partir do FPORO e do STARS com modelo geomecânico, como mostra a figura 4.2. Uma pequena diferença pode ser notada ao perceber que o simulador FPORO prevê um ligeiro aumento de poropressão acima de sua distribuição inicial. Incluindo nessa comparação a resposta do simulador comercial sem a Comparação dos simuladores FPORO-STARS 93 opção geomecânica, percebe-se que sua resposta difere das outras duas no sentido de manter mais a energia do reservatório, ou seja, para um mesmo tempo este apresenta níveis de poropressão superiores aos demais. Vale ressaltar, mais uma vez, que nesse modelo, apesar de não haver um módulo geomecânico acoplado, esses efeitos são considerados de forma simplificada através unicamente da compressibilidade da rocha-reservatório, sem considerar as camadas adjacentes. Daí a diferença entre as previsões para o campo de poropressões. 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 FPORO, E = 280 MPa FPORO, E = 5000 MPa STARS, sem módulo STARS, com módulo Fig.4.2. Comparação entre as distribuições de poropressão para os modelos FPORO e STARS com e sem módulo geomecânico, para o tempo t=1000 dias. Na prática, há casos de reservatórios que se encontram abaixo de camadas cuja rigidez é mais elevada que a da própria rocha-reservatório. Visando abordar essa situação, foi analisado no FPORO um caso extremo em que o módulo de Young da camada sobrejacente é de 5000 Mpa, ou seja, quase vinte vezes mais rígido que a rocha-reservatório. A resposta deste simulador para essa situação também está indicada na figura 4.2. Ao comparar essa curva com a geomecânica do STARS, verifica-se que essa situação provoca um aumento de poropressão em níveis muito mais elevados em partes do reservatório, ultrapassando em muito a distribuição inicial. Percebe-se, assim, o possível erro embutido ao não considerar as camadas adjacentes na análise do comportamento do reservatório. Comparação dos simuladores FPORO-STARS 94 A figura 4.3 mostra a evolução da poropressão no ponto mais externo do reservatório ao longo do tempo para as quatro situações: STARS com e sem opção geomecânica, FPORO com módulo de Young da camada sobrejacente igual a 280 MPa e 5000 MPa. Mais uma vez fica clara a proximidade das respostas dos simuladores geomecânicos ao considerar as rochas adjacentes com as mesmas propriedades geomecânicas da rocha-reservatório, com uma ligeira superioridade do FPORO. Com uma camada sobrejacente mais rígida, percebe-se um aumento máximo de poropressão na extremidade do reservatório em aproximadamente 2000 dias. Com o decorrer da simulação, seu comportamento se aproxima das outras curvas geomecânicas. 20000 22000 24000 26000 28000 30000 32000 34000 36000 38000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 Tempo (dias) Po ro pr es sã o (K Pa ) FPORO, E = 280 MPa FPORO, E = 5000 MPa STARS, sem módulo STARS, com módulo Fig.4.3. Evolução de poropressão em x = 3000 e z = 3150 m. O aumento da poropressão gerado pelo FPORO considerando a rocha sobrejacente mais rígida pode ser explicado a partir da seguinte análise: com a produção de óleo do reservatório, há uma redução da pressão de poros nas proximidades do poço, o que acarreta um aumento das tensões efetivas nessa área. Por se tratar um corpo muito rígido, a camada sobrejacente se comporta como uma viga, aliviando as tensões efetivas no limite externo do reservatório, o que, por sua vez, implica em um aumento da pressão de poros nessa região. Esse mecanismo é denominado efeito de arqueamento (Bévillon et al.35). O acúmulo de poropressão é verificado durante o escoamento em regime transiente, ou seja, até todo o reservatório ser atingido pelo diferencial de pressão imposto pelo início da produção. Nos intervalos de tempo subsequentes, esse excesso de poropressão é dissipado. Comparação dos simuladores FPORO-STARS 95 Ao comparar as respostas obtidas pelos modelos com e sem opção geomecânica do STARS (figuras 4.2 e 4.3), verifica-seque no modelo geomecânico a distribuição de poropressão se dá em níveis inferiores ao outro modelo. A fim de completar essa comparação, a figura 4.4 mostra a produção acumulada obtida através de cada um dos modelos, que indica que o modelo geomecânico produziu aproximadamente 30% mais. A partir dessas duas constatações, pode-se associá-las à ocorrência do mecanismo de compaction drive, em que a compactação do reservatório contribui para a produção de fluido. 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 Tempo (dias) Pr od uç ão a cu m ul ad a (m ³) STARS, sem módulo STARS, com módulo Fig.4.4. Comparação entre as produções acumuladas. A figura 4.5 mostra a distribuição das tensões efetivas máximas ao longo do reservatório no tempo t = 2190 dias (6 anos). Verifica-se que a maior variação de tensão se dá nas regiões próximas ao poço, enquanto a extremidade externa sofre influência em níveis muito menos elevados, chegando a não sofrer nenhuma alteração no bloco situado no canto inferior. Essa variação no campo de tensões efetivas é refletida na porosidade, porém de uma forma não tão sensível, como indicado na figura 4.6, i.e., no mesmo tempo, quase metade do reservatório mantém sua porosidade inicial. No simulador STARS sem opção geomecânica, a variação da porosidade é função da compressibilidade da rocha, sendo este o único parâmetro geomecânico considerado. Desta forma, verifica-se uma grande discrepância entre as distribuições de porosidade obtidas através dos modelos com e sem geomecânica, como indica a comparação entre as figuras 4.6 e 4.7. Comparação dos simuladores FPORO-STARS 96 Fig.4.5. Distribuição de tensões efetivas máximas ao longo do reservatório em t = 2190 dias, segundo o modelo geomecânico do STARS. Fig.4.6. Distribuição de porosidade efetiva em t = 2190 dias segundo o modelo geomecânico do STARS. Fig.4.7. Distribuição de porosidade efetiva em t = 2190 dias segundo o modelo sem módulo geomecânico do STARS. 5 Simulações Utilizando os Pragramas STARS e IMEX As simulações executadas no programa STARS têm como objetivo a obtenção de resultados que possam possibilitar uma comparação entre os modelos geomecânicos adotados pelo próprio simulador térmico-composicional. As situações modeladas procuram retratar casos facilmente encontrados na prática. Já o simulador IMEX foi utilizado com o intuito de fazer uma análise dos mecanismos envolvidos na equação de balanço de materiais em um sistema depletivo. Fig. 5.1. Tipos de malhas oferecidas pelos simuladores comerciais: (a) em coordenadas Cartesianas; (b) em coordenadas cilíndricas; (c) malha com profundidade e/ou espessura variável; (d) malha “corner point” (do manual do usuário do STARS). Os simuladores comerciais IMEX e STARS oferecem vários tipos de malhas: coordenadas cartesianas, cilíndricas, retangular com variação das Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 98 espessuras das camadas ou de sua profundidade, e malhas do tipo corner points, em que as células apresentam dimensões irregulares. Para uma melhor visualização, esses quatro tipos de malhas são apresentados na figura 5.1. 5.1 Simulações para ¼ de 5-Spot no Simulador STARS Nessa primeira situação, foi utilizada uma malha cartesiana para modelar o que é denominado por “¼ de five-spot” na indústria do petróleo. Seja um campo de petróleo com vários poços produtores, como indicado na figura 5.2 a seguir. Visando aumentar a recuperação de hidrocarbonetos, são dispostos alguns poços injetores (de água ou vapor) em torno de cada poço produtor. O fluido injetado tem como objetivo deslocar o óleo em direção ao poço produtor. A área delimitada pela linha cheia é o que se chama five-spot; a área hachurada indica o ¼ de five-spot. A linha vermelha indica a distância entre o poço produtor e o injetor, denominada espaçamento. x y Poços produtores Poços injetores Fig. 5.2. Vista superior do arranjo de poços 5-spot para produção de hidrocarbonetos. A partir desse arranjo, foi definido o modelo básico, que tem um espaçamento de 200 metros, de forma que os lados nas direções x e y têm aproximadamente 280 metros. O reservatório está situado a uma profundidade de 1500 metros, e tem 50 metros de espessura. A rocha reservatório foi classificada como sendo um arenito consolidado, e foi especificada uma taxa de Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 99 injeção de água de 300 m³/dia. Para essa situação, foi utilizada uma malha cartesiana regular, com 15 células nas direções x e y e 11 células na direção z (profundidade), como mostra a figura 5.3. Os poços têm um raio de 0,127 metro, ou cinco polegadas, completados ao longo de toda a extensão da camada do reservatório. z y x Fig. 5.3. Vista 3-D da malha utilizada na primeira etapa das simulações. Esse caso foi simulado no STARS em duas situações: a primeira utilizando o módulo geomecânico e a segunda considerando a geomecânica de forma aproximada, através da compressibilidade da rocha. A fim de encontrar maiores contrastes entre as duas opções, ou seja, situações em que a consideração da geomecânica de forma consistente forneça resultados que justifiquem sua utilização, foram geradas variações deste modelo. Os parâmetros variados foram o tipo de rocha, a profundidade em que se encontra o reservatório, sua espessura e a taxa de injeção de água. É importante ressaltar que cada situação simulada envolve um conjunto de parâmetros, que juntos caracterizam o material nessa situação. Assim, ao considerar nova situação, os parâmetros devem variar como um todo, de forma a manter a consistência dos dados. A figura 5.4 ilustra a consistência dos conjuntos de dados da rocha para cada situação. As variações empregadas e os parâmetros são descritos a seguir. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 100 Conjunto 1 Conjunto 2 Conjunto 3 φ, k, So, cf, E 500 m 1500 m 3000 m φ, k, So, cf, E φ, k, So, cf, E Fig. 5.4. Esquema das situações simuladas. Considerando um arenito consolidado, foram simuladas as seguintes situações: Foram definidas três espessuras de reservatório (20, 50 e 80 metros). Para cada caso foram consideradas três profundidades (500, 1500 e 300 metros) e, para cada situação, a taxa de injeção de água teve três valores definidos (100, 300 e 500 m³/dia). Todos esses modelos foram repetidos para o caso de arenitos não-consolidados. O diagrama da tabela 5.1 mostra mais claramente os casos simulados, lembrando que a tabela deve ser duplicada para considerar os casos em que a geomecânica foi considerada de forma aproximada. Desta forma, são totalizadas 108 simulações, das quais apenas sete apresentaram problemas de convergência, todas elas com o módulo geomecânico. Para cada situação simulada, os dados básicos da rocha determinados pelo usuário no STARS são: porosidade e compressibilidade, com as respectivas pressões em que foram medidas, permeabilidade, e saturação de água conata. Para um determinado ponto, devem ser descritas a pressão e a temperatura do reservatório. Ao utilizar o módulo geomecânico, além destes parâmetros também devem ser definidos o módulo de Young e o coeficiente de Poisson do material, o estado de tensões iniciais totais em que se encontra o reservatório e o gradiente de tensões. Também é oferecida uma opção para incluir o efeito de amolgamento na região próxima ao poço, o que vem a alterar a permeabilidade nessa área. Porém, optou-se por não utilizar essa função. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 101 Tab. 5.1. Descrição geral dos modelos simulados. Arenito consolidado Espessura 20 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Espessura 50 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Espessura 80 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Arenito não-consolidado Espessura 20 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Espessura 50 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Espessura 80 metros Profundidade 500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 1500 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia Profundidade 3000 metros Taxa de injeção 100 m³/dia 300 m³/dia 500 m³/dia A porosidade do arenito pode ser determinada a partir de ensaios laboratoriais feitos em amostras de testemunhos ou a partir de dados de Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 102 perfilagem. Neste trabalho, a porosidade foi obtida a partir de uma relação porosidade – profundidade, indicada no gráfico da figura 5.5. Neste gráfico são apresentadas curvas para arenitos quartzoso e lítico. O primeiro, com uma predominância de grãos de quartzo, os quais representam normalmente 70% da composição do material, apresenta uma melhor seleção de grãos. No arenito lítico, o quartzo se encontra a uma proporção inferior a 40%, de forma geral, e o componente lítico consiste em fragmentos de rocha. Com base nessas distribuições de grãos, foi considerado que o comportamento da curva do arenito quartzoso se aproxima mais do não consolidado, enquanto o lítico está mais relacionado ao consolidado, mesmo sabendo que essa correlação não se aplica a outras propriedades dos materiais, como resistência. Assim, acompanhando essas curvas para obtenção da porosidade das rochas consolidada e não- consolidada a uma profundidade de 500 metros (aproximadamente 1600 pés), este gráfico fornece valores de porosidade em torno de 31% e 37%, respectivamente. Porém, esses valores não são observados na realidade, em especial o segundo. A não consistência desses valores pode ser justificada com Fig. 5.5. Porosidade em função da profundidade para arenitos lítico e quartzoso (de Poston & Berg17). Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 103 base no gráfico da figura 5.6, onde se verifica que para pequenas profundidades é difícil a obtenção de dados a partir de testemunhos, sendo mais comuns os perfis. Porém, nestes há uma grande margem de erro embutida, dificultando a determinação da porosidade para reservatórios mais próximos à superfície. Assim, para os casos em que o reservatório está situado a 500 metros de profundidade foi adotada uma porosidade de 22% para arenito consolidado, o que está de acordo com vários casos práticos. Para manter a consistência dos dados, foi preservada a diferença apontada pelo gráfico 5.5, considerando-se, assim, uma porosidade de 28% para o arenito não-consolidado. Porosidade em função da profundidade (de Poston & Berg17). Fig. 5.6. Para os reservatórios situados a uma profundidade de 1500 metros (aproximadamente 5000 pés) a curva para arenito lítico do gráfico 5.5 aponta um valor de 20% para o arenito consolidado, condizente com a realidade. Já no caso do arenito não-consolidado, o valor obtido pelo gráfico é de aproximadamente Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 104 33%, o que mais uma vez não é verificado na prática. Assim, foi aplicada a diferença entre os valores de porosidade obtidos para o caso do reservatório mais raso, resultando em 26% para o arenito não-consolidado. Por fim, para os reservatórios situados a uma profundidade de 3000 metros (aproximadamente 10.000 pés) foi adotado o mesmo procedimento anterior, chegando aos valores de porosidade de 15% e 23% para os arenitos consolidado e não-consolidado, respectivamente. Na determinação da permeabilidade, foi utilizado o gráfico da figura 5.7, apresentado em Timmerman4. Neste são apresentadas relações de permeabilidade em função da porosidade para diversos tipos de arenitos, classificados em: (i) bom e limpo; (ii) bem selecionado com grãos maiores; (iii) extremamente bem selecionado com grãos menores; (iv) bem selecionado com grãos menores; (v) moderadamente selecionado com grãos maiores; (vi) mau selecionado com grãos menores. Nas situações analisadas, foram consideradas as curvas (vi) e (ii) para os arenitos consolidado e não-consolidado, respectivamente. Partindo das porosidades acima determinadas, para os reservatórios situados a 500 metros de profundidade, os valores obtidos foram Fig. 5.7. Relação entre porosidade e permeabilidade para: (1) arenito bom e limpo; (2) bem selecionado com grãos maiores; (3) extremamente bem selecionado com grãos menores; (4) bem selecionado com grãos menores; (5) moderadamente selecionado com grãos maiores; (6) mau selecionado com grãos menores (de Timmerman4). Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 105 400 md e 5000 md; a 1500 metros, 25 md e 1000 md; e finalmente a 3000 metros, 8 md e 750 md.1 A saturação de água conata está fortemente relacionada à pressão capilar (Timmerman4), a qual não está sendo considerada nesta análise. Apesar de essa propriedade ser função também da porosidade, este parâmetro foi relacionado apenas ao tipo de arenito, se consolidado ou não-consolidado, tendo sido atribuídos os valores de 25% e 15%, respectivamente. De uma forma geral, essa saturação é maior no caso de arenitos consolidados porque sua permeabilidade é inferior ao não-consolidado, o que interfere diretamente no escoamento de água da rocha-reservatório. A determinação das compressibilidades dos volumes porosos em cada um dos modelos simulados foi feita com base na correlação de Newman19, apresentada na figura 2.5, a partir dos valores de porosidade. Os valores adotados são apresentados na tabela 5.2, a seguir. Tab. 5.2. Valores de saturação de água conata, porosidade e compressibilidade adotados. Compressibilidade Tipo de Arenito Swi (%) Profundidade (metros) Porosidade (%) x 10-6 psi-1 x 10-7 kPa-1 500 22 2,3 3,34 1500 20 2,7 3,92 Consolidado 25 3000 15 3,6 5,22 500 28 40 58 1500 26 10 14,5 Não- consolidado 15 3000 23 6 8,7 Vale ressaltar que nesse trabalho a compressibilidade da rocha é utilizada como propriedade do material. Sua utilização como parâmetro de ajuste só seria justificada caso se desejasse que os dois modelos chegassem ao mesmo 1 Na indústria do petróleo, a unidade utilizada para quantificar a permeabilidade intrínsica da rocha é o Darcy, onde 1 Darcy corresponde a 9.86 x 10-9 cm2. Com relação à condutividade hidráulica, 1 Darcy corresponde a aproximadamente 10-3 cm/s, considerando escoamento de água a 20°C (Goodman37). Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 106 resultado. Porém, a finalidade dessas simulações é comparar as respostas dos dois simuladores para uma mesma situação modelada. Outra definição necessária é ada temperatura do reservatório. Esse parâmetro é obtido a partir do gradiente de temperatura geotérmico, apresentado na figura 5.8 (Hearst et al.36). No sistema internacional, esse gradiente de 1°F para cada 100 pés corresponde a 25°C por quilometro. Assim, nas profunidades de 500 metros, 1500 metros e 3000 metros o reservatório se encontra nas temperaturas de 30°C, 55°C e 92,5°C, respectivamente. Fig. 5.8. Gradiente geotérmico (em Hearst et al.36). Em complemento à temperatura, também deve ser definida a pressão em um ponto de referência. Esse valor é obtido a partir do gradiente de pressão litostática, apresentado no gráfico da figura 5.9, considerando uma situação de pressões normalmente distribuídas. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 107 Fig. 5.9. Gradientes de pressão para óleo (go), água salgada (gsw) e água fresca (gfw) (de Poston & Berg17). Para cada combinação de profundidade com espessura do reservatório, foi determinada a pressão em sua camada central. Foi considerado que até o topo do reservatório o meio poroso estava saturado com água doce; a partir daí foi considerada a curva do óleo. Os valores obtidos são apresentados na tabela 5.3. Tab. 5.3. Pressão de referência para os modelos simulados. Espessura (metros) Profundidade (metros) Pressão (kPa) 500 5000 1500 14800 20 3000 29500 500 5100 1500 14900 50 3000 29600 500 5250 1500 15000 80 3000 29700 As pressões de fundo do poço foram definidas para cada profundidade: Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 108 Tab. 5.4. Pressões de fundo de poço utilizadas nas simulações. Profundidade (metros) Pressão de fundo de poço (kPa) 500 2000 1500 5000 3000 10000 Ao utilizar o módulo geomecânico do STARS, outros parâmetros são solicitados, além dos já descritos. São eles: Módulo de Young, coeficiente de Poisson e o estado de tensões atuantes. O módulo de Young E é calculado a partir da relação a seguir, apresentada em Goodman37: ( )ν213 −= EK p (5.1) onde é o inverso da compressibilidade da formação acima determinada e pK ν é o coeficiente de Poisson. Este, por sua vez, foi considerado constante e igual a 0,2. Desta forma, os valores obtidos para o módulo de Young são apresentados na tabela a seguir: Tab. 5.5. Valores do módulo de Young utilizados na simulações dos modelos ¼ de 5- spot. Módulo de Young (x 106 kPa) Profundidade (metros) Consolidado Não-consolidado 500 5,4 0,31 1500 4,6 1,24 3000 3,45 2,07 As tensões verticais e o gradiente relacionado é obtido a partir do gráfico de tensão litostática, apresentado na figura 5.9, acima exposta. As tensões horizontais foram estimadas a partir da teoria da plasticidade, com base na formulação a seguir, apresentada em Goodman37: − = ν νσσ 1vh (5.2) As tensões totais obtidas são apresentadas na tabela a seguir. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 109 Tab. 5.6. Tensões totais atuando no reservatório. Tensão Total (kPa) Gradiente da Tensão total (kPa/m) Profundidade (metros) Vertical Horizontal Vertical 500 11400 2840 22,6 1500 34000 8500 Horizontal 3000 68000 17000 5,65 Nessa primeira situação, o fluido de reservatório utilizado foi caracterizado a partir de um típico Black-Oil. Com o intuito de publicar esses dados típicos, mas sem comprometer a privacidade de qualquer uma das empresas de petróleo que utilizam os serviços de análise de fluido feito pela Core Laboratories, de Dallas, Texas, foi criada uma empresa fictícia, a Good Oil Company, cujos dados de fluido foram publicados por Smith et al.18. Trata-se de um reservatório sub- saturado, ou seja, todo o gás está dissolvido no óleo, onde não há a presença nem de capa de gás nem de um aqüífero adjacente. O fluido foi modelado no WINPROP, um simulador de propriedades de equilíbrio multifásico de equações de estado, também desenvolvido pela CMG. O fluido resultante é constituído por quatro pseudo-componentes hidrocarbonetos, além da água. Os dados gerados são incluídos em duas seções do arquivo do entrada de dados do STARS: no de inicialização e no de dados do fluido propriamente dito. Na inicialização é descrita a fração molar de cada componente em condições de escoamento na superfície. Neste modelo, os componentes se encontram na seguinte proporção: Tab. 5.7. Composição dos fluidos de reservatório. COMPONENTE FRAÇÃO MOLAR FASE Água 1.0000 Aquosa H2S a C1 0.3754 Oleica C2 a C3 0.1662 Oleica IC4 a Fc6 0.1255 Oleica C7+ 0.3329 Oleica Os pseudo-componentes apresentados na tabela acima foram gerados a partir dos seguintes componentes: ácido sulfídrico (H2S), dióxido de carbono (CO2), nitrogênio (N2) e metano (C1); etano (C2) e propano (C3); iso-butano Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 110 (IC4), n-butano (NC4), iso-pentano (IC5), n-pentano (NC5) e hexanos (FC6); e heptanos (C7+). Essa composição está de acordo com a característica do petróleo, uma vez que é constituído principalmente por carbono e hidrogênio, este último representando entre 11-13% da composição (Amyx et al.38). A segunda parte dos dados gerados pelo WINPROP deve ser inserida na seção relativa às propriedades do fluido, onde devem ser inseridas as seguintes informações para cada pseudo-componente: massa molecular, pressão e temperatura críticas, coeficientes de K-values (são razões de equilíbrio em função da temperatura e pressão, definidas para cada componente, de acordo com Daubert39), densidade molar parcial nas condições de pressão e temperatura de referência, compressibilidade do líquido à temperatura constante e um coeficiente de correlação de expansão térmica. 5.1.1 Comparação entre Resultados com e sem o Módulo Geomecânico para ¼ de 5-Spot Para cada uma das situações modeladas foi feita uma análise do campo de poropressões e produção acumulada de óleo, de forma a possibilitar uma comparação entre os simuladores com e sem o módulo geomecânico. Os dados utilizados na comparação são referentes à seção A-B, indicada na figura 5.10 a seguir, e ao tempo t=730 dias. O tempo de cada simulação é apresentado na tabela 5.8. Com relação ao campo de poropressões, o que se verificou foi uma grande similaridade entre os resultados, chegando, em muitos casos, a uma coincidência dos valores obtidos. A diferença das poropressões entre os dois modelos foi de no máximo 1%, sendo o valor superior resultante da simulação em que a geomecânica é considerada de forma acoplada. Verificou-se que as pequenas diferenças entre os campos de poropressão estão diretamente associadas às diferenças significativas no volume de óleo produzido ao final do tempo de simulação. Os dados relativos à produção para todos os casos simulados são apresentados na tabela A.1 do apêndice A. A tabela 5.8, a seguir, resume os casos que levaram a maiores discrepâncias entre os volumes de óleo produzidos resultantes dos dois modelos. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 111 (a) (b) Fig. 5.10. Vistas da seção da malha a que se referem os dados de comparação: (a) Superior; e (b) 3-D. No caso de arenitos consolidados, essas discrepâncias se deram principalmente em arenitos mais espessos, situados a maiores profundidades e sujeitos a uma menor taxa de injeção. Com relação aos arenitos não consolidados, as discrepâncias no volume de óleo produzido são mais amplamente observadas. O reservatório menos espesso foi o que apresentou menor número de ocorrências de discrepâncias, sendo que as verificadas se deram em todas as profundidades analisadas, porém sujeitas à menor taxa de injeção. Já o reservatório com espessura intermediária apresentou um maior número de casos em que foram observadas diferenças entre as produções de acumaladas de óleo. Esses casos ocorreramem todas as profundidades analisadas, principalmente quando sujeitos à menor taxa de injeção. Ainda com relação aos arenitos não-consolidados, as diferenças foram mais frequentes no caso do reservatório mais espesso, embora sendo verificadas em todas as profundidades e taxas de injeção. A respeito dos arenitos consolidados e a ocorrência de discrepâncias em reservatórios sujeitos a baixas taxas de injeção de água, pode-se dizer que nesse caso a pressão do reservatório se encontra em um nível bastante inferior ao original, o que resulta em uma maior tensão efetiva. Daí a maior influência do efeito do mecanismo de compactação do reservatório na produção de óleo. Esse efeito é mais observado em arenitos mais espessos situados em maiores profundidades. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 112 Tab. 5.8. Resumo das simulações que geraram maiores discrepâncias entre as produções acumuladas de óleo resultantes dos modelos com e sem opção geomecânica do STARS. x10³ (m³) Diferença (%) (KPa) (%) Consolidado 50 1500 100 sim 8 139 não 5 132 3000 100 sim 7 172 não 4 163 80 1500 100 sim 9 140 não 4 128 3000 100 sim 35 172 não 19 148 20 500 100 sim 20 177 não 16 160 1500 100 sim 29 156 não 23 142 3000 100 sim 32 159 não 26 152 50 500 100 sim 58 282 não 38 225 1500 100 sim 15 180 não 19 151 3000 100 sim 17 207 não 16 190 80 500 100 sim 40 364 não 14 278 300 sim 52 647 não 16 563 500 sim 37 786 não 17 728 1500 300 sim 21 473 não 37 423 500 sim 17 697 não 16 659 3000 100 sim 12 266 não 6 241 300 sim 11 503 não 8 480 14.14% Não- consolidado 4.56% 10.40% 13.03% 104 5.50% 9.43% 7.40% 23.65% 8.02% 15.95% 20.44% 4.43% 8.49% 9.40% 8.32% 5.14% 5.06% 0.91% Arenito Espessura (m) Produção acumulada Maior diferença de poropressão em t=730 dias (com módulo-sem módulo)Prof. (m) Taxa de injeção (m³/dia) Módulo geomecânico (sim/não) Tempo de simulação (min.) 16 0.08% 30 0.14% 135 0.26% 2 0.03% 5 0.02% 9 0.02% 1 0.01% 2 0.01% 0.03% 260 0.52% 2 0.00% 12 0.06% 10 0.02% 4 0.06% 7 0.03% 4 0.06% 2 Por outro lado, as diferenças nas produções acumuladas de óleo em arenitos não consolidados foram observadas em diversas situações. De uma forma geral, foram mais presentes no caso de reservatórios sujeitos à menores taxas de injeção, seguindo a mesma justificativa acima exposta. Porém, as discrepâncias também estavam presentes em arenitos não consolidados submetidos à taxas de injeção mais elevadas. Nessas situações, os reservatórios eram mais espessos e situados a maiores profundidades. Percebe- se, assim, que os arenitos não consolidados sofrem mais a influência do Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 113 mecanismo de compactação do reservatório na produção de óleo, quando comparados aos arenitos consolidados. Pode-se concluir, então, que apesar de o simulador que resume a geomecânica através da compressibilidade da rocha fornecer uma boa aproximação para o campo de pressão de poros, pode gerar resultados divergentes para o volume de óleo produzido, ao comparar com o simulador que representa a geomecânica de forma acoplada. A boa aproximação para o campo de pressão de poros é decorrente do ajuste histórico, muito utilizado na indústria do petróleo: devido ao grande grau de incertezas que envolve o conhecimento do reservatório, durante sua vida produtiva os dados de produção são comparados com os de simulação. Com base nos primeiros, os simuladores comerciais são ajustados de forma a tentar reproduzir os dados reais. O que se verificou é que esse ajuste histórico se torna mais difícil no que se refere à produção de óleo, devido às discrepâncias acima descritas. Abaixo são apresentados dois casos selecionados em que a pequena diferença na poropressão resultou em diferenças relevantes na produção de óleo. O primeiro trata de um arenito consolidado, espessura de 80 metros, profundidade 3000 metros e taxa de injeção 100 m³/dia. O segundo considera um arenito não consolidado, espessura de 80 metros, profundidade 500 metros, sujeito a uma taxa de injeção de água de 100 m³/dia. A seguir são apresentados gráficos comparativos entre as distribuições de poropressão ao longo do reservatório para o tempo t=730 dias para as duas situações, ou seja, com e sem a opção geomecânica, assim como os de produção de óleo acumulada. A escolha deste intervalo de tempo para comparar as respostas é devido a este ser o que apresentou maior discrepância entre os resultados. A gráfico da distribuição de poropressão tem como base os dados relativos à linha AB indicada na figura 5.10. A figura 5.11 apresenta as distribuições de pressão de poros para o caso do arenito consolidado, mostrando a coincidência entre os resultados obtidos a partir dos dois modelos de consideração da geomecânica. A discrepância entre os resultados de produção é indicada no gráfico da figura 5.12. O modelo com opção geomecânica produziu aproximadamente 170 mil m³ de óleo, enquanto o modelo sem essa opção produziu quase 150 mil m³ (o geomecânico produziu Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 114 14% a mais), correspondendo a uma recuperação de 24 e 20%, respectivamente. 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 com geomecânica sem geomecânica Fig. 5.11. Distribuições de poropressão para arenito consolidado, espessura 80 metros, profundidade 3000 metros, taxa de injeção 100 m³/dia, com e sem o módulo geomecânico, no tempo t=730 dias, ao longo da linha AB. Fig. 5.12. Produção de óleo acumulada em condições padrão para arenito consolidado, espessura 80 metros, profundidade 3000 metros, taxa de injeção 100 m³/dia, com e sem o módulo geomecânico. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 115 Os resultados referentes ao caso do arenito não-consolidado selecionado são apresentados nos gráficos a seguir. A figura 5.13 apresenta a distribuição de pressão de poros, onde mais uma vez se verifica a boa aproximação entre os dois modelos de consideração da geomecânica. As discrepâncias entre produção são verificadas no gráfico da figura 5.14. O modelo com geomecânica acoplada resultou em uma produção quase 25% mais elevada que o modelo aproximado, ou seja, quase 90 mil metros cúbicos. Com base nos resultados apresentados, verifica-se que o simulador sem o módulo geomecânico levou menos tempo para chegar ao fim, de uma forma geral, e que não apresentou problemas de convergência em nenhuma das situações simuladas. Porém, a divergência em relação aos dados de produção gerados pelos dois simuladores de escoamento leva a optar pelo modelo com o módulo geomecânico acoplado, uma vez que esse tem sua formulação baseada em conceitos geomecânicos mais rigorosos. 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 com geomecânica sem geomecânica Fig. 5.13. Distribuições de poropressão para arenito não-consolidado, espessura 80 metros, profundidade 500 metros, taxa de injeção 100 m³/dia, com e sem o módulo geomecânico, no tempo t=730 dias, ao longo da linha AB. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 116 Fig. 5.14. Produção de óleo acumulada em condições padrão para arenito não- consolidado, espessura 80 metros, profundidade 500 metros, taxa de injeção 100 m³/dia, com e sem o módulo geomecânico. As 108 simulações acima descritas e analisadas foram geradas com a finalidade de comparar os modelos de escoamento do STARS. Porém, podem também servir como base para vários outros estudos. Desta forma, a seguir será feita uma comparação das respostas de um reservatório para diferentes taxas de injeção, e, posteriormente, uma análise do efeito do grau de consolidação da rocha de interesse no comportamento do reservatório.5.1.2 Efeitos da Variação da Taxa de Injeção Esta análise é baseada na simulação com módulo geomecânico de um reservatório com 80 metros de espessura, situado a 3000 metros de profundidade, cuja rocha é classificada como um arenito consolidado. As taxas de injeção variaram entre 100, 300 e 500 m³/dia. A seguir são comparadas as distribuição de poropressão, o campo de tensões efetivas máximas e a saturação de óleo ao longo da seção do reservatório indicada na figura 5.10, no Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 117 tempo t=730 dias. Por fim, são comparadas as produções de óleo acumuladas em cada uma das situações, as taxas de produção de óleo e o tempo de erupção de água (intervalo de tempo que a água injetada leva para alcançar o poço produtor), observado no gráfico de percentual de água produzido em relação à vazão de líquidos, denominado cortes de água. Na análise do gráfico de taxas de produção de óleo, figura 5.15, percebe- se claramente um aumento da vazão decorrente de uma maior taxa de injeção de água. As curvas, porém, mostram uma queda abrupta nos casos de taxa de injeção de 300 e 500 m³/dia, indicando o momento em que a água de injeção alcança o poço produtor e começa a ser produzida. Esse momento, denominado de erupção de água, é indicado mais claramente no gráfico da figura 5.16, em que o percentual de água produzida sofre uma elevação acentuada em aproximadamente t=750 e t=1200 dias para os casos de taxa de injeção de 500 e 300 m³/dia, respectivamente. No caso de taxa de injeção de 100 m³/dia, a erupção de água não chega a ocorrer dentro do tempo de simulação, de 5 anos. Fig. 5.15. Taxa de produção de óleo em condições padrão para arenito consolidado, espessura 80 metros, profundidade 3000 metros e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 118 Fig. 5.16. Percentual de água produzida em relação à vazão de líquidos, em condições padrão, para arenito consolidado, espessura 80 metros, profundidade 3000 metros e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. As diferenças no comportamento de produção de óleo acumulada são claramente verificadas no gráfico da figura 5.17. Ao analisar as curvas referentes às taxas de injeção de 300 e 500 m³/dia, percebe-se que, apesar de as duas alcançarem praticamente o mesmo valor de produção acumulada ao final da simulação, o caso com taxa de injeção mais elevada fornece uma produção maior nos períodos de tempo iniciais, indicado por uma inclinação mais acentuado na sua curva. Pode-se estimar que a curva com taxa de injeção de 100 m³/dia deve alcançar valores de produção acumulada próximos aos das outras curvas, porém em um momento além do tempo desta simulação. Ao calcular os fatores de recuperação finais para cada uma das situações, pode-se comparar a eficiência desses métodos de recuperação e comprovar as observações acima descritas, já que os casos com taxa de injeção de 300 e 500 m³/dia apresentam fatores de recuperação de 43,7% e 44,4%, respectivamente, enquanto o de 100 m³/dia, apenas 23,9%. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 119 Fig. 5.17. Produção de óleo acumulada em condições padrão para arenito consolidado, espessura 80 metros, profundidade 3000 metros e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. O efeito do deslocamento do óleo provocado pela injeção de água pode ser verificado através da saturação de óleo no reservatório mostrado na figura 5.18. Percebe-se que para taxas de injeção mais elevadas, o deslocamento do óleo em direção ao poço produtor é mais pronunciado. Com relação à distribuição de poropressões (figura 5.19), em todos os casos percebe-se uma distribuição decrescente das áreas mais próximas ao poço injetor em direção ao produtor. Porém, os níveis de poropressão próximo ao poço injetor são mais elevados quanto maior a taxa de injeção, chegando a ultrapassar o valor inicial para os casos de taxa de injeção de 300 e 500 m³/dia. Já na região próxima ao poço produtor, as poropressões atingem valores mais próximos nos três casos. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 120 Taxa de injeção de 100 m³/dia Taxa de injeção de 300 m³/dia Taxa de injeção de 500 m³/dia Fig. 5.18. Saturação de óleo em t=730 dias para arenito consolidado, 80 metros de espessura, 3000 metros de profundidade e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. Taxa de injeção de 100 m³/dia Taxa de injeção de 300 m³/dia Taxa de injeção de 500 m³/dia Fig. 5.19. Distribuição de poropressão (em kPa) ao longo do reservatório em t=730 dias para arenito consolidado, 80 metros de espessura, 3000 metros de profundidade e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 121 A distribuição de tensões efetivas máximas, indicadas na figura 5.20, mostra que na situação com menor taxa de injeção as tensões são mais elevadas, como já era de se esperar – uma menor taxa de injeção implica em uma menor pressão média do reservatório (figura 5.21) e, de acordo com o princípio das tensões efetivas de Terzaghi, em uma maior distribuição de tensões efetivas. Com isso, para o caso de taxa de injeção de 500 m³/dia, indica a menor distribuição de tensões efetivas máximas, uma vez que o reservatório apresenta uma maior pressão de poros nessa situação. Taxa injeção 100 m³/dia Taxa injeção 300 m³/dia Taxa injeção 500 m³/dia Fig. 5.20. Campo das tensões efetivas máximas (em kPa) em t=730 dias para arenito consolidado, 80 metros de espessura, 3000 metros de profundidade e taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. No gráfico da figura 5.21 é feita uma comparação direta entre as distribuições de poropressão ao longo da linha AB, indicada na figura 5.10, e as pressões médias no tempo t=730 dias para o modelo de reservatório de ¼ de 5- spot com taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. A situação em que foi considerada uma taxa de injeção de água maior resultou em uma pressão média no reservatório mais próxima da original, como já era de se esperar. Essa distribuição de poropressão mais elevada acaba por proporcionar seu maior potencial de produção, comparado aos demais casos. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 122 0 10000 20000 30000 40000 50000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 Pressão para taxa injeção 100 m³/dia Pressão para taxa injeção 300 m³/dia Pressão para taxa injeção 500 m³/dia Pressão média - 100 m³/dia Pressão média - 300 m³/dia Pressão média - 500 m³/dia Fig. 5.21. Comparação das distribuições de poropressão ao longo da linha AB (da figura 4.11) e das pressões médias no reservatório para as situações de taxa de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia, em t=730 dias. Apenas com fins ilustrativos, as distribuições de poropressão são apresentadas em uma figura tridimensional (figura 5.22), de modo a facilitar a verificação da influência de diferentes taxas de injeção na pressão do reservatório como um todo. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 123 Taxa de injeção de 100 m³/dia Taxa de injeção de 300 m³/dia Taxa de injeção de 500 m³/dia Fig. 5.22. Distribuição de pressão de poros em t=730 dias para arenito consolidado, 80 metros espessura, 3000 metros profundidade sujeito às taxas de injeção de 100, 300 e 500 m³/dia. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 124 5.1.3 Efeitos do Grau de Consolidação do Reservatório Ao analisar a correlação de Newman19 para compressibilidade do meio poroso, percebe-se que, no caso de arenitos não-consolidados e friáveis, qualquer pequena variação no valor da porosidade implica em uma grande diferença na compressibilidade relacionada, uma vez queeste eixo está em escala logarítimica. Como para esses materiais a determinação em laboratório da porosidade é difícil de ser alcançada com alguma precisão (principalmente no caso de material não-consolidado), com esta análise procura-se demonstrar a implicação da utilização de um valor mal dimensionado desta propriedade, o que ocorre com certa freqüência. Para a análise do efeito do grau de compressibilidade no comportamento do reservatório foram feitas simulações sem o módulo geomecânico com um modelo de ¼ de 5-spot cuja espessura é de 20 metros, situado à 1500 metros de profundidade, sujeito a uma taxa de injeção água de 300 m³/dia. Foram simulados arenitos não-consolidades e friáveis, cujos valores de compressibilidade do volume poroso estão indicados na tabela 5.9, e comparados com arenitos consolidados: Tab. 5.9. Parâmetros utilizados na análise do grau de consolidação do reservatório. Compressibilidade do volume poroso Comparação Material Porosidade (%) x10–6 kPa -1 x10–6 Psi -1 28 2,9 20 28 5,8 40 Arenito não-consolidado 28 10,2 70 1 Arenito consolidado 28 0,29 2 20 0,29 2 21 1,45 10 Arenito friável 22 5,80 40 2 Arenito consolidado 21 0,39 2,7 Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 125 Para uma melhor compreensão da facilidade com que esses valores de compressibilidade se confundem nas curvas, o gráfico da correlação de Newman19 é mais uma vez exposto através da figura 5.23, com a indicação dos valores que constam na tabela 5.9. Fig. 5.23. Correlação de Newman com indicação dos valores de compressibilidade do volume poroso utilizados (de Poston & Berg17). Para cada uma das situações, ou seja, arenito não-consolidado e friável, são apresentados gráficos comparativos da distribuição de poropressão e a saturação de óleo no tempo t=730 dias ao longo da seção do reservatório indicada na figura 5.10. São também apresentados os gráficos de cortes de água e de produção acumulada. Para os arenitos não-consolidados, a figura 5.24 mostra que há uma grande proximidade nas produções de óleo acumuladas. Também os fatores de recuperação resultantes são muito similares, como mostra a tabela 5.10. Porém, estes valores diferem muito dos resultados para arenito consolidado sob as mesmas condições. Apesar de as compressibilidades variarem bastante para cada uma das situações, o efeito é mais claro no caso de menor compressibilidade, que resultou em uma menor produção. Esse efeito também é Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 126 verificado no volume de óleo original no reservatório. Para o arenito consolidado, o volume de óleo original é inferior devido a uma combinação entre os efeitos de maior saturação de água conata e menor compressibilidade da formação. Fig. 5.24. Produção de óleo acumulada para arenitos não consolidados. Tab. 5.10. Resultados de produção para arenitos não-consolidados. Material Swi (%) Porosidade (%) Compressibilidade (x 10-6 psi–1) Volume de óleo in situ (m³) Produção de óleo acumulada (m³) Fator de Recuperação (%) 28 20 380.950 211.930 55,6 28 40 380.950 214.930 56,4 Arenito não consolidado 25 28 70 380.950 219.140 57,5 Arenito consolidado 15 28 2 240.100 112.430 46,8 Assim, com base nesses dados, pode-se dizer que quanto menos compressível é o arenito, menor a variação de espaço poroso em condições de reservatório, implicando em um menor volume de óleo produzido. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 127 Com relação à erupção de água, o esperado era que sua ocorrência se desse primeiro no caso do arenito não-consolidado com menor compressibilidade. Na realidade, caso o sistema fosse rígido, o tempo para a água injetada alcançar o poço produtor seria apenas o necessário para percorrer o espaçamento entre os dois poços. Porém, verifica-se através da figura 5.25 que quanto maior a compressibilidade do material, menor o tempo de erupção de água. De acordo com o gráfico da figura 5.25, para arenitos não consolidados com compressibilidades de 70, 40 e 20 psi-1, o tempo de erupção de água se dá em 700, 725 e 760 dias, respectivamente. Para um melhor entendimento, deve- se analisar o gráfico de permeabilidade relativa do óleo em relação à água (figura 5.26). Para o caso retratado no gráfico 5.25, a permeabilidade relativa da água é superior à do óleo, já que a saturação de água está em um ponto mais avançado. Para evitar essa situação, é preciso retroceder no gráfico de permeabilidade relativa para um ponto com maior saturação de óleo. Isso pode ser feito através da diminuição da mobilidade do óleo (razão entre a permeabilidade e a viscosidade do fluido), mais precisamente com o aumento da viscosidade dos pseudo-componentes em duas ordens de grandeza. Assim, por exemplo, a viscosidade do pseudo-componente mais pesado C7+ passa de 5.29E-02 para 5,29 cP. Os resultados obtidos são apresentados na figura 5.27. Fig. 5.25. Cortes de água para arenitos não consolidados. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 128 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 Saturação de água Pe rm ea bi lid ad e re la tiv a Krw Krow 1as sim. 2as sim. Fig. 5.26. Curva de permeabilidade relativa água-óleo. Fig. 5.27. Cortes de água para arenitos não-consolidados em novo ponto da curva de permeabilidade relativa. Apesar de as curvas dos arenitos não-consolidados estarem muito próximas, é possível verificar que a erupção de água ocorre primeiro no material menos compressível e por último no mais compressível, como esperado. No gráfico da figura 5.27, nota-se que as curvas de cortes de água para os arenitos não-consolidados apresentam uma forma mais inclinada quando comparadas às curvas do gráfico 5.25. Essa diferença se dá porque no caso em Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 129 que o óleo tem menor mobilidade ainda há uma grande quantidade de óleo a ser produzida depois da erupção de água, como pode ser verificado no gráfico da figura 5.28. Ainda com relação ao gráfico da figura 5.27, observa-se que as curvas, logo nos tempos iniciais, apresentam uma pequena distorção. Esta é devido ao distúrbio causado ao sistema pelo processo de injeção de água. Quando há uma estabilidade na pressão média do sistema, as curvas passam a se comportar de forma contínua, sem oscilações. Essa observação também é válida para o gráfico da figura 5.24. Fig. 5.28. Produção acumulada para arenitos não consolidados em novo ponto da curva de permeabilidade relativa. A distribuição de poropressão para os arenitos não consolidados é coerente com os demais dados apresentados anteriormente. Nos três casos, as distribuições são muito próximas, sendo que o caso com maior compressibilidade apresenta poropressão mais elevada (figura 5.29), consequência dos efeitos combinados da compressibilidade da rocha e injeção de água. Ao comparar essa distribuição com a do arenito consolidado e a inicial, percebe-se como os arenitos não consolidados dissipam de uma forma muita rápida a poropressão original do reservatório, como mostra o gráfico da figura Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 130 5.30, em que são apresentadas as curvas de distribuição de poropressão ao longo do reservatório no tempo t=730 dias. 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) cpor 20 cpor 40 cpor 70 Fig. 5.29. Distribuição de poropressão em t=730 dias para arenitos não consolidados. 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 cpor 20 cpor 40 cpor 70 consolidado Fig. 5.30. Comparação entre distribuições de poropressão em t=730 dias para arenitos não consolidados e consolidado. No casode arenitos friáveis, as produções de óleo acumuladas são apresentadas no gráfico da figura 5.31: Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 131 Fig. 5.31. Produção acumulada para arenitos friáveis. Assim como no caso dos arenitos não-consolidados, para os friáveis as produções acumuladas apresentam um comportamento similar, porém com diferenças mais visíveis, em que o material mais compressível apresenta maior produção de óleo. Isso se deve ao fato de o material ser mais sensível à variação de poropressão decorrente da retirada de fluido, o que implica na expansão da formação, que por sua vez colabora no deslocamento de óleo em direção ao poço produtor. Percebe-se que essa diferença entre produções acumuladas ocorre no estágio inicial da produção, ou seja, antes da ocorrência de erupção de água, e depois é mantida até o final da simulação. A curva relativa ao material menos compressível indica que este material começou a produzir água pouco antes dos demais, como confirma o gráfico da figura 5.32. A tabela 5.11 apresenta os valores de volume original de óleo no reservatório, produção de óleo acumulada e recuperação a fim de quantificar o efeito da compressibilidade da rocha. Mais uma vez, verifica-se que quanto mais incompressível é o material (sendo a compressibilidade medida em condições de superfície), menos variação sofre o volume poroso ao considerá-lo em condições de reservatório, resultando em um menor volume de óleo in situ. No caso do material mais compressível, ao considerar condições de reservatório, o material Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 132 sofre compressão, aumentando o espaço poroso e, consequentemente, apresentando um maior volume de óleo in situ. Fig. 5.32. Cortes de água para arenitos friáveis. Tab. 5.11. Resultados de produção para arenitos friáveis. Material Swi (%) Porosidade (%) Compressibilidade (x 10-6 psi–1) Volume de óleo in situ (m³) Produção de óleo acumulada (m³) Fator de Recuperação (%) 20 2 272.110 146.960 54,0 21 10 285.720 154.670 54,1 Arenito friável 25 22 40 299.320 164.680 55,0 Arenito consolidado 15 21 2,7 240.100 112.290 46,8 No gráfico da distribuição de poropressão ao longo do reservatório no tempo t=730 dias (figura 5.33), percebe-se a proximidade das curvas referentes aos arenitos friáveis. Porém, ao comparar essas curvas com a inicial e a do arenito consolidado (figura 5.34), verifica-se, assim como no caso de arenitos Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 133 não-consolidados, a rapidez com que esses reservatórios dissipam sua energia natural. 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) cpor 2 cpor 10 cpor 40 Fig. 5.33. Distribuição de poropressão para arenitos friáveis 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 0 50 100 150 200 250 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 cpor 2 cpor 10 cpor 40 consolidado Fig. 5.34. Distribuição de poropressão para arenitos friáveis e consolidado. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 134 5.2 Simulações para Sistema Radial Depletivo no Simulador IMEX A segunda etapa das simulações tem como objetivo quantificar a colaboração de cada um dos mecanismos primários de produção na retirada de óleo do reservatório. Ou seja, através da equação de balanço de materiais, conforme apresentada no item 2.1, procura-se apresentar, de forma ponderada, o percentual de produção relativo a cada mecanismo: expansão de rocha, gás em solução, óleo e água conata (nessa situação, não foram considerados a existência de capa de gás e influxo de água a partir de um aquífero adjacente). Para isso, foi utilizada uma malha em coordenadas cilíndricas, como mostra a figura 5.35. Esse modelo consiste em ¼ da circunferência, com um poço no centro de 0,127 metros de raio (ou cinco polegadas). O reservatório tem um raio externo de 300 metros, divididos em 10 células cujas dimensões seguem uma escala logarítimica crescente. Essa distribuição visa facilitar a observação da região mais próxima ao poço, já que essa é mais sensível aos efeitos da produção de óleo, uma vez que está sujeita a maiores diferenciais de pressão. O reservatório tem 80 metros de espessura, divididos em 11 camadas de 7,3 metros cada. Fig. 5.35. Modelo cilíndrico para representação do reservatório: (a) vista transversal e (b) vista superior. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 135 A rocha-reservatório foi classificada como um arenito consolidado. O topo do reservatório se encontra a uma profundidade de 1500 metros. Os parâmetros utilizados foram obtidos com base nos dados apresentados no item 5.1, apresentados de forma resumida na tabela 5.12. Tab. 5.12. Parâmetros utilizados nas simulações com modelo radial. DESCRIÇÃO VALOR Porosidade (%) 20 Permeabilidade (md) 25 Compressibilidade da rocha (kPa-1) 3,92 x 10-7 Saturação de água residual (%) 25 Profundidade de referência (m) 1540 Pressão de referência (kPa) 14800 Temperatura de referência (°C) 55 Pressão no fundo do poço (kPa) 5000 Visando comparar diferentes situações, as simulações foram feitas em três estágios, cada um considerando um diferente tipo de reservatório: Black-Oil (na indústria do petróleo, esse jargão define um óleo médio), óleo-volátil e óleo- pesado. Desta forma, os resultados podem ser apresentados de forma comparativa, mostrando a eficiência de cada mecanismo para cada situação analisada. Dados básicos para a utilização da equação de balanço de materiais, como apresentada no item 2.1, são os volumes de óleo e gás tanto nas condições do reservatório como nas condições padrão. Para facilitar o emprego da equação de balanço de materiais foi utilizado o simulador Black-Oil IMEX, também desenvolvido pela CMG, cuja formulação foi apresentada no item 3.2. O IMEX considera os componentes hidrocarbonetos em duas fases: oleica e gasosa. Com relação à consideração da geomecânica, esta é feita apenas na forma aproximada, semelhante ao STARS sem o módulo geomecânico. As equações de escoamento utilizadas são as de escoamento multifásico com formulação Black-Oil, e podem ser encontradas de forma detalhada em várias referências, como Aziz & Settari29, Crichlow40 e Peaceman41. O fluido Black-Oil foi o mesmo utilizado nas simulações do modelo de ¼ de 5-spot. Já os fluidos óleo-volátil e óleo-pesado foram também gerados no Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 136 WINPROP, a partir do primeiro fluido. A única diferença, no entanto, está no ponto do envelope de fase em que cada um se encontra, o que foi feito através da definição de diferentes temperaturas iniciais do reservatório. A figura 5.36 mostra os pontos do envelope de fase correspondentes a cada fluido. 0 5,000 10,000 15,000 20,000 -200 -100 0 100 200 300 400 Temperatura (° C) Pr es sã o (k Pa ) A B Pc C Fig. 5.36. Envelope de fases dos fluidos utilizados. Assim, na figura 5.36 a isoterma A identifica o óleo-pesado, B o Black-Oil e C o óleo-volátil. O que chama a atenção na diferença entre eles é o fato de o óleo volátil ter mais componentes leves em sua composição; o inverso é verificado no caso do óleo pesado, enquanto o Black-Oil é o caso intermediário. Para as três situações, as respostas das simulações para o campo de poropressões foram analisadas em três diferentes intervalos de tempo, sendo que no tempo t = 10 dias foi verificado o maior contraste entre as curvas. Dessa forma, a figura 5.37 apresenta uma comparação direta entre essas distribuições nesse momento. Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 137 4000 6000 8000 10000 12000 14000 0 50 100 150 200 250 300 Distância (m) Po ro pr es sã o (K Pa ) t=0 Óleo-volátilBlack oil Óleo-pesado Fig. 5.37. Comparação entre as distribuições de poropressão ao longo da distância entre os reservatórios Black-Oil, óleo-volátil e óleo-pesado, no tempo t=10 dias. O gráfico da figura 5.37 mostra claramente que o reservatório com óleo- volátil apresenta uma melhor preservação da energia original do reservatório, já que tem um maior percentual de gás dissolvido. Com a diminuição da pressão, decorrente da produção, esse óleo sofre mais expansão que os demais, o que favorece a ocupação do espaço poroso pelo óleo, mantendo a poropressão em níveis mais próximos do original. Já no caso dos fluidos Black-Oil e o óleo- pesado, suas distribuições quase se confundem, sendo a do segundo ligeiramente inferior. Esse resultado era esperado, uma vez que o óleo-pesado tem menos gás dissolvido em sua composição. A tabela 5.13 apresenta os resultados obtidos a partir do balanço de materiais para os dois modelos de reservatório no tempo t = 10 dias. Os mecanismos primários analisados são expansão do óleo (Io), expansão da água (Iw) e expansão da formação (If). Tab. 5.13. Índices para mecanismos de produção primários, para t=10 dias. Tipos de Reservatório Pontenciais (%) Óleo-volátil Black oil Óleo-pesado Ιo 94 82 60 Ιw 4 12 26 Ι f 2 7 14 No caso de reservatórios subsaturados, a tabela 5.13 mostra a grande influência do potencial do óleo, ainda mais forte quanto mais leve é o óleo (ou Simulações utilizando os programas STARS e IMEX 138 seja, maior quantidade de gás em solução). Esse gás distribuído de forma dispersa no óleo, com a queda de pressão no reservatório, expande e desloca o óleo em direção ao poço produtor. Percebe-se, também, que o potencial de produção da formação é o menor em todos os casos. Inversamente ao potencial do óleo, quanto mais pesado o óleo in situ, maior a influência do potencial da formação na produção. Pode-se dizer que esse mecanismo traduz os efeitos geomecânicos nos simuladores de escoamento tradicionais, em que o único parâmetro geomecânico utilizado é a compressibilidade da rocha. Na tabela 5.14 constam os fatores de recuperação obtidos para cada tipo de reservatório ao final dos 1825 dias de simulação. Observa-se que o mais eficiente é o óleo-volátil, enquanto o menos é o óleo-pesado. Essa verificação mais uma vez mostra a importância da existência de gás em solução na produção de óleo, já que o óleo mais leve apresentou um maior fator de recuperação. Observa-se, também, que o caso em que o efeito geomecânico, traduzido pelo índice de produção da formação, influenciou mais a produção resultou em um menor fator de recuperação. Tab. 5.14. Fatores de recuperação ao final de 1825 dias. Tipos de Reservatório Óleo volátil Black-oil Óleo pesado Fator de recuperação (%) 19 7 3 6 Conclusões e Sugestões 6.1 Conclusões Da comparação dos simuladores geomecânicos FPORO E STARS pode- se concluir que para o caso analisado, em que o FPORO considera uma rocha sobrejacente com as mesmas características que a rocha-reservatório, a consideração das camadas adjacentes na simulação não influencia na resposta para o campo de pressão de poros obtido. Porém, no caso da rocha sobrejacente ser muito mais rígida que a rocha-reservatório, o FPORO indica a influência das tensões in situ nos diferentes campos de poropressão obtidos a partir dos dois simuladores geomecânicos no reservatório de petróleo. Comparando as respostas dos simuladores com e sem opção geomecânica do STARS para o sistema bidimensional, verifica-se a contribuição do mecanismo de compaction drive na produção. O modelo com essa consideração apresentou uma produção acumulada aproximadamente 30% maior e, conseqüentemente, uma distribuição de poropressão em níveis inferiores, já que se trata de um sistema muito pouco compressível. Ainda com relação ao modelo bidimensional, é verificada uma diferença entre as previsões da porosidade da rocha-reservatório obtidas pelos dois modelos do STARS. Enquanto o modelo acoplado considera a variação das tensões efetivas no reservatório, o modelo convencional trata a variação da Conclusões e sugestões 140 porosidade como função da compressibilidade da rocha, o que induz à consideração do reservatório como sendo uma material mais sensível à compactação do que ocorre na realidade. Foram feitas comparações em um sistema 3D entre as duas formas de consideração da geomecânica oferecidas pelo simulador térmico-composicional STARS - aproximada e acoplada. Como uma extensão do caso bidimensional, também foram verificados alguns casos em que a consideração da geomecânica de uma forma mais rigorosa resultou em uma produção de óleo mais elevada. Na situação que apresentou maior discrepância entre os resultados, o modelo acoplado produziu quase 25% a mais que o aproximado. Desta forma, verifica-se a importância da consideração da geomecânica na simulação de reservatórios de petróleo. Ao analisar os efeitos de diferentes taxas de injeção em um reservatório de arenito consolidado verificou-se que uma maior taxa de injeção de água resulta no estabelecimento de uma pressão média mais próxima da original do reservatório. Com isso, obtém-se uma maior eficiência desse mecanismo na produção, resultando em um maior fator de recuperação. Na análise do efeito de diferentes graus de consolidação da rocha de interesse no comportamento do reservatório, verificou-se que os arenitos não consolidados e friáveis dissipam a energia do reservatório de uma forma muito mais rápida que os materiais consolidados. Isso porque, com a diminuição da pressão de poros decorrente da produção de óleo, o arenito consolidado tem uma maior capacidade de expansão, reduzindo o espaço poroso e assim colaborando na manutenção da pressão. Isso considerando que o arenito consolidado apresentou uma produção acumulada inferior à do arenito não- consolidado ou friável. Nestes, em decorrência à maior retirada de fluido do reservatório, houve uma queda na pressão média da formação de interesse. O balanço de materiais em um sistema depletivo para três diferentes tipos de reservatórios subsaturados mostra que o principal mecanismo responsável pela produção de óleo é o de expansão do óleo. Esse efeito é ainda mais relevante quanto mais leve for o óleo a ser produzido, favorecendo a obtenção de um fator de recuperação mais elevado. Por outro lado, a contribuição da geomecânica, representada pela compressibilidade da rocha, foi a que Conclusões e sugestões 141 apresentou menor influência na produção de óleo do reservatório. A situação em que sua participação foi maior resultou no menor fator de recuperação. A expansão do gás em solução também colabora na manutenção da poropressão do reservatório. 6.2 Sugestões A engenharia de reservatórios, como aqui demonstrado, é um assunto que envolve diversas áreas de conhecimento, oferecendo, assim, inúmeras linhas de estudo visando um maior aprofundamento no assunto. A comparação entre os simuladores geomecânicos STARS e FPORO teve como base a análise de um único caso. Para proporcionar um melhor embasamento às conclusões obtidas a partir dessa comparação, devem ser considerados novos cenários. Como sugestão, o simulador desenvolvido pela PUC-Rio pode modelar um caso em que a vazão de produção seja especificada, ao invés da pressão de fundo de poço. Assim, pode-se fazer uma análise da energia do reservatório utilizada para uma mesma produção acumulada, a partir dos dois simuladores geomecânicos. Essa condição possibilitaria quantificar a influência das rochas adjacentes como mecanismo de produção, através de um balanço de materiais. Ainda com relação aos simuladores geomecânicos, é válida a análise de um modelo axi-simétrico no FPORO, representando uma condição maispróxima de casos reais. Uma sugestão para a CMG é a de incluir as rochas adjacentes em seu modelo geomecânico, assim como é considerado no simulador desenvolvido pela PUC-Rio. Uma outra sugestão relacionada ao FPORO envolve a formulação de escoamento adotada. Atualmente, é considerado escoamento monofásico. Porém, para representar o escoamento em reservatórios de petróleo é preciso Conclusões e sugestões 142 implementar uma formulação mais condizente com a realidade. É sugerida, assim, a implementação da formulação Black-Oil, como a existente no IMEX. Ainda com relação ao FPORO, sugere-se um aperfeiçoamento da geometria do problema, de forma a passar a considerar casos tridimensionais e condições de contorno mais elaboradas, principalmente em relação ao poço. Dessa forma, esse programa seria capaz de representar arranjos como os existentes nos campos de petróleo. Essa alteração resultaria em um módulo geomecânico que poderia ser acoplado ao simuladores composicionais comerciais. Isso viabilizaria uma análise acoplada rigorosa entre geomecânica e escoamento de fluidos, gerando uma poderosa ferramenta de previsão de comportamento do reservatório. Essas sugestões, porém, exigem um grande esforço computacional na sua implementação. No que se refere às comparações realizadas entre os modelos do simulador composicional STARS, novas análises geomecânicas podem ser desenvolvidas de forma a verificar sua influência em outras situações. Alguns possíveis casos são reservatórios heterogêneos, novos arranjos de produção ou mesmo a utilização de métodos térmicos de recuperação, como injeção de vapor, uma vez que os casos aqui considerados eram todos isotérmicos. Além disso, poderia ser feito, junto com a CMG, uma comparação das formulações utilizadas para um melhor entendimento dos procedimentos de cálculo utilizados. 7 Referências Bibliográficas 1 2 3 4 5 6 7 8 YERGIN, D. O Petróleo: Uma História de Ganância, Dinheiro e Poder. Tradução de Leila Marina U. Di Natale, Maria Cristina Guimarães, Maria Christina L. de Goes. São Paulo: Scritta, 1993. Título original: The prize: the epic quest for oil money and power. CRAFT, B.C.; HAWKINS, M.F.; TERRY, R.E. Applied Petroleum Reservoir Engineering. 2. ed. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1991. ERTEKIN, T.; ABOU-KASSEM, J. H.; KING, G. R. Basic Apllied Reservoir Simulation. Richardson, TX: Society of Petroleum Engineers, 2001. TIMMERMAN, E. H. Practical Reservoir Engineering. Tulsa, Oklahoma: PennWell, 1982. WATTS, J. W. Reservoir Simulation: past, present and future. Society of Petroleum Engineers. Paper 38441. In: 1997 SPE RESERVOIR SIMULATION SYMPOSIUM. Dallas, 8-11 de junho de 1997. Disponível em < http://speonline.spe.org>. Acesso em: 29 ago. 2001. MATTAX, C. C.; DALTON, R. L. Reservoir Simulation. Richardson, TX: Society of Petroleum Engineers, 1990. GUTIERREZ, M.; LEWIS, R. W. The Role of Geomechanics in Reservoir Simulation. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 47392. In: SPE/ISRM EUROCK’98. Trondheim, Norway, 8-10 jul. 1998. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 14 ago. 2001. CHARLEZ, P. (Ed.). Mechanics of Porous Media. Rotterdam: Balkema, 1995. p. 1-20. Referências bibliográficas 144 9 10 11 12 13 14 15 16 17 CHARLEZ, P. (Ed.). Mechanics of Porous Media. Rotterdam: Balkema, 1995. p. 215-244. YORK, S. D.; PENG, C. P.; JOSLIN, T. H. Reservoir Management of Valhall Field, Norway. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 20992. Journal of Petroleum Technology, agosto, 1992. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 25 abr. 2002. SANTARELLI, F. J. Rock Mechanics Characterization of Deep Formations: a technico-economical overview. In: SPE/ISRM EUROCK’94 ROCK MECHANICS IN PETROLEUM ENGINEERING. Rotterdam: Balkema, 1994. RODRIGUEZ, H. A. et al. Stability Analysis of Horizontal Wells in Orinoco Belt, Venezuela. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 36076. In: FOURTH LATIN AMERICAN AND CARIBEAN PETROLEUM ENGINEERING CONFERENCE, Fort of Spain, Trinidad & Tobago, 23-25 abr. 1996. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 7 fev. 2002. RODRIGUEZ, H. et al. Thermal Simulation of Horizontal Wellbore Stability in Unconsolidated Heavy Oil Reservoirs. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 37102. In: 1996 INTERNATIONAL CONFERENCE ON HORIZONTAL WELL TECHNOLOGY, Calgary, Canadá, 18-20 nov. 1996. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 7 fev. 2001. PASTOR, J. A. S. C. Modelagem de Reservatórios de Petróleo Utilizando Formulação Acoplada de Elementos Finitos. Rio de Janeiro, 2001. Tese de Doutorado (Engenharia civil) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.gtep.civ.puc- rio.br>. PIRSON, S. J. Ingeniería de Yacimientos Petrolíferos. Barcelona: Omega, 1965. AHMED, T. Reservoir Engineering Handbook. Houston: Gulf Publishing, 2000. POSTON, S. W.; BERG, R. R. Gas Reservoirs. Richardson, TX: SPE, 1997. Referências bibliográficas 145 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 SMITH, C. R.; TRACY, G. W.; FARRAR, R. L. Applied Reservoir Engineering. Volume 1. Tulsa, Oklahoma: Oil & Gas Consultants International, 1992. NEWMAN, G. H. Pore-Volume Compressibility of Consolidated, Friable, and Unconsolidated Reservoir Rocks Under Hydrostatic Loading. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 3835. Journal of Petroleum Technology, fev. 1973. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 14 mai. 2002. GEERTSMA, J. Land Subsidence above Compacting Oil and Gas Reservoir. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 3730. Journal of Petroleum Technology, jun. 1973. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 20 jun. 2002. SETTARI, A.; MOURITS, F. M. A Coupled Reservoir and Geomechanical Simulation System. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 50939. In: 1999 SPE RESERVOIR SIMULATION SYMPOSIUM, Houston, 14-17 fev. 1999. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 6 ago. 2001. ZAMAM, M.; GIODA, G.; BOOKER, J. Modeling in Geomechanics. Nova Iorque: Wiley, 2000. FUNG, L. S.-K.; BUCHANAN, L.; WAN, R. G. Coupled Geomechanical- thermal Simulation for Deforming Heavy-oil Reservoirs. The Journal of Canadian Petroleum Technology, volume 33, n°. 4, abr., 1994. SETTARI, A.; WALTERS, D. A. Advances in Coupled Geomechanical and Reservoir Modeling With Applications to Reservoir Compaction. Society of Petroleum Engineers. Paper SPE 51927. In: 1999 SPE RESERVOIR SIMULATION SYMPOSIUM, Houston, 14-17 fev. 1999. Disponível em: <http://speonline.spe.org>. Acesso em: 6 ago. 2001. ZIENKIEWICZ. O. C.; TAYLOR, R. L. The Finite Element Method. London: McGraw-Hill, 1967. FJÆR, E. et al. Petroleum Related Rock Mechanics. Amsterdam: Elsevier, 1992. NUR, A.; BYERLEE, J. D. An Exact Effective Stress Law for Elastic Deformation of Rock with Fluids. Journal of Geophysical Research, n°. 76, 1971. Referências bibliográficas 146 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 DESAI, C. S.; SIRIWARDANE, H. J. Constitutive Laws for Engineering Materials with emphasis on geologic materials. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall,1984. AZIZ, K.; SETTARI, A. Petroleum Reservoir Simulation. Londres: Applied Science Publishers, 1979. BEAR, J.; CORAPCIOGLU, M. Y. A Mathematical Model for Consolidation in a Thermoelastic Aquifer due to Hot Water Injection or Pumping. American Geophysical Union. Paper IW0086. In: WATER RESERVOIR RESEARCH, 1981. LEWIS, R. W.; SCHREFLER, B. A. The Finite Element Method in the Deformation and Consolidation of Porous Media. Nova Iorque: Wiley, 1987. HUDSON, J. A. (Ed.). Comprehensive Rock Engineering. Vol. 2. Nova Iorque: Pergamon Press, 1993. p. 113-171. BIRD, R. B., STEWART, W. E., LIGHTFOOT, E. N. Transport Phenomena. Nova Iorque: John Wiley, 1960. ARAÚJO,
Compartilhar