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Seção 5 SUA PETIÇÃO DIREITO PENAL Olá operador do Direito! Estamos cada vez mais orgulhosos de você e da estratégia adotada! Afinal, o MM. Juiz da Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, concordando com os argumentos por você trazidos em sede de Resposta à Acusação, reconheceu a nulidade do Termo de Colaboração Premiada celebrado entre o Ministério Público e o Acusado João Santos, por violação ao §15 do art. 4º da Lei n.º 12.850/13, uma vez que colaborador não foi assistido por advogado em nenhuma das etapas da negociação. Consequentemente, determinou-se o desentranhamento do referido acordo dos autos, como prevê o artigo 157 do CPP. Em seguida, designou-se Audiência de Instrução e Julgamento para o dia 19 de outubro de 2018, com o objetivo de proceder à oitiva das testemunhas de Acusação e Defesa, bem como para o interrogatório dos Réus. Na data designada, a audiência foi iniciada com o depoimento da vítima, o Sr. Paulo Matos, que prestou o compromisso previsto no artigo 203 do CPP. Em seu depoimento, o empresário se limitou a ratificar o relato realizado em sede policial para o Delegado João Rajão. Desta forma, confirmou que no dia 03 de fevereiro de 2018 o Vereador João Santos, o “João do Açougue”, que exerce atualmente a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Município de Seção 5 DIREITO PENAL Sua causa! Conceição do Agreste/CE, juntamente com os Vereadores Fernando Caetano e Maria do Rosário, membros da mesma Comissão, exigiram de Paulo o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do referido procedimento licitatório, que estava agendado para o dia seguinte. Indagado pelo Juiz se o seu cliente “Zé da Farmácia” havia participado desta reunião, a vítima não só negou, como afirmou que a primeira vez que esteve com Zé foi na Sessão em que ocorreram as prisões, mas que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou a qualquer outro assunto. E, respondendo a uma pergunta feita por você, caro Defensor, respondeu não ter como afirmar que “Zé da Farmácia” estivesse envolvido no crime de concussão praticado pelos demais réus. Ato contínuo, os Réus foram interrogados, sendo que todos negaram a autoria delitiva, com a exceção do Acusado João Santos que, na expectativa de ainda conseguir os benefícios estipulados em sua Colaboração Premiada, manteve o relato lá realizado, imputando ao “Zé da Farmácia” a liderança dos atos praticados. Não havendo diligências complementares, a audiência foi encerrada, com o Juiz invocando o §3º do artigo 403 do CPP para determinar a abertura de vistas sucessivas às partes para apresentação de alegações finais por meio de memoriais escritos. O Ministério Público, em sede de suas alegações finais, se limitou a ratificar a denúncia, requerendo a condenação dos Réus pela prática do delito de concussão. Em seguida, foi aberta vista à Defesa. ADVOGADO: Como devem ser elaboradas as Alegações Finais? No caso hipotético apresentado, uma vez terminada a fase de instrução probatória e aberta vista para apresentação de alegações finais, você, caro aluno, deve traçar a estratégia defensiva que melhor couber ao seu cliente. Tal instrumento defensivo está previsto no §3º do artigo 403 do CPP: Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. § 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (grifos nossos) Fonte: Elaborado pelo autor com base no art. 403 do CPP. Desta forma, uma vez deferida a apresentação das alegações finais por meio de memoriais, você, caro aluno, terá o prazo de 05 (cinco) dias para elaboração da peça. Ao contrário da preocupação com eventual antecipação de teses defensivas que ocorre quando da apresentação da resposta à acusação, nesta fase do processo, tal atitude torna-se uma obrigação do Defensor. Afinal, as alegações finais são a última Fundamentando! oportunidade que a Defesa possui para apresentar argumentos favoráveis ao réu, antes da decisão. Assim, qualquer que seja a tese defensiva, este é o momento para ser trazido ao processo. Desta forma, você deve, obrigatoriamente, apresentar todas as teses que possam, de alguma forma, beneficiar seu cliente. Como já é de costume, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares e teses de mérito), e pedido. Deste modo, antes de analisar as possíveis teses de mérito (que levarão à absolvição ou condenação do Réu), deve-se analisar a existência de questões processuais que deverão ser arguidas em sede preliminar. Para isso, é preciso, mais uma vez, analisar as regras de competência para saber se a ação foi proposta perante o Juízo correto. Nesse sentido, deve-se observar o que diz nossa Constituição Federal no art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII, além do previsto no Código de Processo Penal em seus artigos 69 a 91 (em especial o art. 74) e 394. Em seguida, deve-se analisar a necessidade de arguir alguma das exceções previstas no Código de Processo Penal. Para isso, cumpre a verificação do disposto nos artigos 95 a 111 do CPP. Logo após, é necessária a análise da existência de alguma nulidade ocorrida em todo o procedimento até então realizado (artigos 394 ao 403 do CPP), nos termos dos artigos 563 a 573 do CPP e, em especial, verificar o respeito ao devido processo legal (artigo 5º, incisos LIV e LV da CF/88). Preste bastante atenção se os atos processuais foram realizados da forma e na ordem previstas em lei. Afinal, qualquer violação à norma legal que traga prejuízo às partes, é passível de anulação. Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Fonte: Elaborado pelo Autor com base no art. 539 do CPP. Desta forma, para a alegação de nulidade no processo, é fundamental a demonstração do prejuízo sofrido pela parte. Esgotadas as questões preliminares (processuais), passa-se à análise das teses de mérito, que são aquelas que se referem ao fato supostamente criminoso imputado ao réu. É justamente essa análise de mérito, que determinará se o Acusado será absolvido ou condenado. Havendo mais de uma tese de mérito a ser alegada, deve-se começar sempre pela mais benéfica ao réu, apresentando as demais como teses alternativas. Como já foi salientado, nos crimes de procedimento ordinário ou sumário, como no presente caso, a arguição de todas estas teses neste momento processual é fundamental, uma vez que, após a apresentação de alegações finais pela Defesa o processo vai imediatamente concluso ao MM. Juiz para a prolação de sentença. Assim, ainda que por estratégia processual, você tenha deixado de sustentar alguma tese em momento anterior, agora é a hora de se colocar “todas as cartas na mesa”! Até porque, nobre Advogado, ao contrário da peça anterior, você agora já está de posse de todas as provas que foram produzidas no processo, uma vez que a fase de instrução preliminar já se encerrou. Além disso, já conhece toda a estratégia e os argumentos utilizados pela acusação. Para isso, vale a penarelembrar todos os fatos narrados desde a nossa Primeira Seção para que nenhum detalhe passe despercebido e todas as teses favoráveis ao seu cliente sejam devidamente arguidas. Como tratamos acerca do crime de concussão, é fundamental relembrarmos que a partir da Lei 13.964/2019, ampliou-se a pena máxima abstrata prevista, em seu preceito secundário, deste tipo penal. Isto é, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, para 2 (dois) a 12 (doze) anos. Redação antes da alteração da Lei 13.964/2019 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Redação após alteração da Lei 13.964/2019 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Fonte: elaborado pelo autor - 2020 O ponto crítico dessa alteração, muito discutido na doutrina, é que embora o legislador tenha ampliado o valor dosimétrico da pena, este ainda possui penas iguais aos crimes de corrupção ativa e passiva. No entanto, pela interpretação do artigo 316 do Código Penal, no crime de concussão há utilização de meios mais agressivos, vez que há exigência de vantagem indevida. Portanto, questiona-se a aplicação equiparada para os crimes de concussão, corrupção passiva e corrupção ativa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2 Fato é que, esta alteração legislativa parece seguir a lógica do reforço punitivo para a moralização dos costumes na Administração Pública, com a expectativa de maior obediência aos mandamentos do CP. 1 Além disso, em termos mais aprofundados, no que tange ao acordo de Colaboração Premiada, como vimos anteriormente, na seção 4, com o advento da Lei 13.964/2019, instituiu-se, alguns posicionamentos que já haviam se sedimentado na jurisprudência e doutrina, conferindo assim maior segurança jurídica na utilização do instituto. Muito embora a Lei das Organizações Criminosas tenha abordado este instituto como nenhuma outra, trazendo inovações importantes ao tema, permaneciam algumas lacunas legislativas, que foram revisitadas, objetivando o aperfeiçoamento do termo de colaboração premiada na prática forense, através da Lei 13.964/2019. Por isso, pode-se dizer que a Lei Anticrime modificou paradigmas substanciais neste instituto e que, dentre as formalidades inseridas, cuidou-se também que nenhuma das tratativas sobre colaboração premiada fosse realizada sem a presença de advogado constituído ou defensor público, além do que já era previsto no Art. 4º § 15 da Lei 12.850/2013. Essa imposição de assistência jurídica integral em favor do colaborador evita possíveis malefícios provocados pelo aconselhamento tardio do advogado ou defensor público, como por exemplo, a celebração de “acordos informais”.2 Em termos gerais, o aperfeiçoamento da colaboração premiada, sinaliza um procedimento mais eficiente, por meio de reformas substanciais, muito especialmente 1 Eduardo;, Salvador Netto, Alamiro Velludo; Bruni, Aline Thais; Amaral, Claudio do Prado; S. Pacote Anticrime. Grupo Almedina, 2020. 2 Eduardo;, Salvador Netto, Alamiro Velludo; Bruni, Aline Thais; Amaral, Claudio do Prado; S. Pacote Anticrime. Grupo Almedina, 2020. em razão da insegurança jurídica e das críticas que vieram sendo construídas ao longo desses anos em relação a este instituto. Voltando ao nosso caso prático, sugerimos que você relembre em que situação se deu a prisão em flagrante do “Zé da Farmácia” e qual foi o fundamento utilizado pelo Tribunal de Justiça para colocá-lo em liberdade. Como é de seu conhecimento, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, de maneira unânime, concedeu a ordem de Habeas Corpus por você impetrada em favor do “Zé da Farmácia”, relaxando sua prisão, por concordar com a tese de ilegalidade do flagrante preparado. Chama--se preparado ou provocado o flagrante obtido a partir de uma preparação ou de uma provocação por parte do citado terceiro, cuja ação seria determinante para a prática do crime flagrado. Preparado (ou provocado) o crime, a autoridade policial se colocaria em situação de realizar a imediata prisão do agente.3 Seguindo sua tese de defesa de que, não havendo a consumação da conduta, não há crime ou tentativa punível, por estar inteiramente sob o controle das autoridades que, inclusive, foram determinantes para a existência da situação fática, considera-se que o agente não possui qualquer chance de êxito em sua empreitada criminosa, já que em momento algum o bem jurídico tutelado é colocado em risco. Deste modo, aplica-se a regra do crime impossível, prevista no art. 17 do Código Penal (CP): Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime Fonte: Elaborado pelo Autor com base no art. 17 do CP. 3 PACELLI, Eugênio. Comentários ao Código de Processo Penal e sua Jurisprudência. Grupo GEN, 2020. Prova disso é o comando existente na Súmula 145 do STF: Súmula 145 STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Fonte: Elaborado pelo Autor Lembrando, para que o réu seja condenado, é fundamental que exista contra ele prova inequívoca da existência do crime, bem como prova inequívoca de autoria por parte do acusado quanto ao crime a ele imputado. Sem qualquer um desses elementos, deverá ser o réu absolvido. Nesse sentido, sugere-se uma análise detalhada nas hipóteses de absolvição previstas no artigo 386 do CPP: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação. Fonte: Elaborado pelo Autor com base no art. 386 do CPP. Para tanto, deve-se analisar se o fato existiu; se o fato narrado constitui crime; se há prova de materialidade do crime; se a prova de autoria por parte do Réu; se a classificação do crime está correta; dentre outras questões. Embora você esteja pensando que suas alegações finais serão bastante semelhantes à resposta à acusação já apresentada, não se esqueça de que, naquele momento, não havia nenhuma prova produzida em contraditório judicial. Já agora, com a fase de instrução preliminar finalizada, você já tem acesso a todo o conteúdo probatório existente e que será utilizado pelo Juiz para proferir sua decisão. Ou seja, sua abordagem, neste momento, deve ser ainda mais profunda do que anteriormente, inclusive, com análise das provas produzidas (documental e testemunhal). Por fim, com relação aos pedidos, deve-se atentar para que todas as teses arguidas ao longo da peça tenham seu respetivo pedido, sob pena de inépcia da mesma. Observe o quadro a seguir com uma síntese dos fundamentos legais: Quadro Síntese Alegações Finais Art. 403, caput e §3º do CPP. Competência Art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII da CF/88 e arts. 69 a 91 e 394 do CPP. ExceçõesArts. 95 a 111 do CPP. Nulidades Arts. 563 a 573 do CPP. Devido Processo Legal Art. 5º, LIV e LV da CF/88. Procedimento Ordinário Arts. 394 a 405 do CPP. Flagrante Preparado Súmula 145 do STF e art. 17 do CP. Hipóteses de Absolvição no Processo Penal Art. 386 do CPP. Fonte: Elaborado pelo Autor. Com todos os elementos fornecidos, vocês agora já estão aptos elaborar as alegações finais do “Zé da Farmácia”? Mãos à obra! Questão 01 Texto-base: Lucas foi preso em flagrante delito, acusado da prática do crime de roubo. Um mês depois, teve sua prisão relaxada, sob o fundamento de que o flagrante havia sido preparado pela Polícia. Enunciado: Em relação ao crime de roubo praticado por Lucas, qual deverá ser a Sentença proferida pelo Juiz: a) Lucas deverá ser absolvido, nos termos do artigo 386, III do CPP, uma vez que não há crime na hipótese de flagrante preparado. b) Lucas deverá ser absolvido, nos termos do artigo 386, VII do CPP, por não haver prova suficiente para sua condenação. c) Lucas deverá ser condenado, pois, embora o flagrante tenha sido preparado, há prova de materialidade e de autoria do crime de roubo por ele praticado. d) Lucas deverá ser absolvido, nos termos do artigo 386, I do CPP, por estar provada a inexistência do fato. e) Lucas deverá ser condenado, uma vez que a apuração do crime independe da ilegalidade da prisão em flagrante. Resposta: Alternativa A. Comentário: Nos termos da Súmula 145 do STF, não há crime no caso de flagrante preparado. Primeira fase! Questão 02 Texto-base: As hipóteses de absolvição no processo penal estão previstas no artigo 386 do Código de Processo Penal. Enunciado: De acordo com tal dispositivo, o juiz absolverá o réu mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça, EXCETO: a) não haver prova da existência do fato; b) constituir o fato infração penal; c) estar provada a inexistência do fato; d) estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; e) não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal. Resposta: Alternativa B Comentário: Artigo 386, III do CPP. Você já sabe que qualquer peça começa pelo endereçamento, que, obviamente, não pode estar errado. Conforme dito anteriormente, devemos nos atentar aqui às regras de competência. Deste modo, sugere-se analisar a Constituição Federal no art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII, bem como o Código de Processo Penal em seus artigos 69 a 91 (em especial o art. 74) e 394. Vamos peticionar! Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares e teses de mérito) e pedidos. Sobre as provas, como as mesmas já foram produzidas, deve-se analisar profundamente seu conteúdo e utilizá-lo da forma mais adequada à defesa de seu cliente. Com relação aos pedidos, deve-se atentar para que todas as teses arguidas ao longo da peça tenham seu respetivo pedido. Você será avaliado pela correta indicação do foro competente, preâmbulo, qualificação das partes, fundamentação jurídica, pedidos e requerimentos, lógica e argumentação, além de ortografia e gramática. Vamos peticionar?