Buscar

SUA_PETICAO_S4 (1) PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seção 4 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
Olá operadores do Direito! 
 
Em primeiro lugar, você, caro aluno, merece, mais uma vez, nossos cumprimentos. 
Afinal, suas contrarrazões foram fundamentais para que o Tribunal de Justiça do 
Estado do Ceará, à unanimidade dos votos, negasse provimento ao recurso em sentido 
estrito interposto pelo Ministério Público, mantendo a rejeição da denúncia em 
relação à imputação de associação criminosa (art. 288 do CP). 
Assim, a denúncia permanece recebida apenas em relação ao delito de corrupção 
passiva (artigo 317 do CP). Mas, para que você não se esqueça, segue a denúncia 
anteriormente oferecida: 
 
“Exmo. Sr. Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ, por meio de seu Órgão de Execução 
infra-assinado, vem, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 129, inciso I da 
Constituição Federal, c/c art. 41 do Código de Processo Penal, e com base no incluso 
Inquérito Policial, oferecer DENÚNCIA em desfavor de: 
 
JOÃO SANTOS, vulgo “João do Açougue”, (nacionalidade), (estado civil), vereador, 
(naturalidade), (data de nascimento), (número de identidade e CPF), residente e 
domiciliado à (endereço); 
FERNANDO CAETANO, (nacionalidade), (estado civil), vereador, (naturalidade), (data 
de nascimento), (número de identidade e CPF), residente e domiciliado à (endereço); 
Seção 4 
DIREITO PENAL 
Sua causa! 
 
MARIA DO ROSÁRIO, (nacionalidade), (estado civil), vereadora, (naturalidade), (data 
de nascimento), (número de identidade e CPF), residente e domiciliada à (endereço); 
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, vulgo “Zé da Farmácia”, (nacionalidade), (estado civil), 
vereador, (naturalidade), (data de nascimento), (número de identidade e CPF), 
residente e domiciliado à (endereço), pela prática do fato delituoso a seguir exposto: 
 
Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que os denunciados, sob a 
liderança do acusado José Percival da Silva (Zé da Farmácia, Presidente da 
Câmara dos Vereadores e liderança política do Município), valendo-se da 
qualidade de vereadores do Município, associaram-se em unidade de 
desígnios, com o fim específico de cometer crimes. 
E, dentro deste propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da 
Câmara dos Vereadores desta Comarca, durante uma reunião da 
Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, exigiram do Sr. Paulo 
Matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das 
contratações a serem realizadas pela Câmara de Vereadores, o 
pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa 
pudesse participar de um procedimento licitatório que estava agendado 
para o dia seguinte. 
Desse modo, como a mera solicitação de vantagem indevida já 
configura o crime de corrupção passiva, a discussão sobre a (i) legalidade 
da prisão em flagrante realizada é irrelevante para a configuração do 
delito. 
Ante o exposto, estão os denunciados incursos nas iras dos artigos 288 
e 317, na forma do art. 69, todos do Código Penal. 
Pelo que requer o Ministério Público, seja recebida a presente 
denúncia, com a consequente citação dos réus para apresentarem defesa 
 
no prazo legal, designando-se em seguida audiência de instrução, para 
que ao final sejam condenados pela prática dos supracitados crimes. 
Apresenta-se o competente rol de testemunhas, requerendo sua 
intimação para oitiva em juízo: 
1 - Paulo Matos, endereço. 
 
 
 (LOCAL), (DATA) 
NOME DO PROMOTOR 
PROMOTOR DE JUSTIÇA ” 
 
 
Contudo, assim que os autos retornaram da instância superior, o Promotor de 
Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, juntou aos autos e anexou à 
referida denúncia, um Termo de Colaboração Premiada firmado entre o Ministério 
Público do Estado do Ceará e o então acusado João Santos. 
Neste termo, o acusado-colaborador João Santos, em depoimento prestado ao 
Ministério Público do Estado do Ceará, acompanhado de sua esposa, a dona de casa 
Laura Santos, em troca de uma futura redução em sua pena, admite a prática do crime 
de corrupção passiva que teve como vítima o Sr. Paulo Matos, afirmando que a 
exigência do pagamento partiu, exclusivamente, do acusado Zé da Farmácia, autor 
intelectual da referida conduta criminosa. 
Ao ser pessoalmente citado pelo Oficial de Justiça, Zé da Farmácia, surpreendido 
com a delação premiada de João Santos, faz contato imediato com seu escritório, 
muito preocupado com essa “novidade” e questionando o que poderá ser alegado em 
sua defesa. 
 
Considerando o caso prático que lhe foi submetido, e uma vez tendo sido citado 
por ocasião do recebimento de denúncia, cabe a você, caro aluno, traçar a estratégia 
defensiva que satisfaça os interesses do seu cliente. 
 
ADVOGADO: Qual a peça defensiva a ser elaborada? Quais as teses as serem 
arguidas? Considerando que Zé da Farmácia foi citado em 04 de setembro de 2017, 
date sua peça com o último dia do prazo. 
 
 
 
 
Relembrando as aulas de processo penal, sabemos que a citação é o ato processual 
que tem por finalidade o chamamento do réu ao processo, para tomar conhecimento 
do teor da acusação, bem como para oportunizar, desde já, o pleno exercício da 
garantia constitucional da ampla defesa, nos termos do artigo 5º, LV da CR/1988. 
 Já o CPP, nos artigos 396 e 396-A do CPP (procedimento ordinário), prevê o 
seguinte: 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou 
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação 
do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o 
que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as 
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua 
intimação, quando necessário. 
Fonte: Código de Processo Penal (Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de outubro de 1941). 
Fundamentando! 
 
 Como já é sabido, existe a preocupação de não se antecipar as teses defensivas 
de mérito, uma vez que estas serão debatidas após a fase de instrução, sob pena de se 
prejudicar o réu. Contudo, como nosso foco neste projeto é exclusivamente 
acadêmico, direcionado integralmente à preparação para o exame da OAB, seremos 
fiéis ao texto legal. 
Assim, você, enquanto advogado(a) contratado(a) para defender os interesses 
de Zé da Farmácia, deve, desde já, alegar todas as teses que possam, de alguma forma, 
beneficiar seu cliente. Afinal, nosso objetivo aqui é treiná-lo da forma mais eficaz 
possível. 
Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura 
lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares 
e teses de mérito), requerimento de provas a serem produzidas (em especial, rol de 
testemunhas) e pedido. 
Assim, antes de analisar as possíveis teses de mérito, deve-se analisar a 
existência de questões processuais que deverão ser arguidas em sede preliminar. 
Para isso, é preciso, em primeiro lugar, estar atento às regras de competência, 
para saber se a ação foi proposta perante o Juízo correto. Para tanto, deve-se observar 
o que diz nossa Constituição Federal no art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII, além do 
previsto no Código de Processo Penal em seus artigos 69 a 91 (em especial o art. 74) e 
394. 
Em seguida, deve-se analisar a necessidade de arguir alguma das exceções 
previstas no Código de Processo Penal. Para isso, cumpre a verificação do disposto nos 
artigos 95 a 111 do CPP. 
Logo após, é necessária a análise da existência de alguma nulidade ocorrida em 
todo o procedimento até então realizado, nos termos dos artigos 563 a 573 do CPP. 
 
Esgotadas as questões preliminares (processuais), passa-se à análise das teses 
de mérito, que são aquelas que se referem ao fato supostamente criminoso imputado 
ao réu. Nos crimes de procedimento ordinárioe sumário, a arguição destas teses neste 
momento processual é fundamental, por cauda da possibilidade de absolvição sumária 
do réu, caso algumas das hipóteses do artigo 397 do CPP esteja presente: 
 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste 
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, 
salvo inimputabilidade; 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do agente. 
Fonte: BRASIL, 1941. 
 
Além destas, por se tratar de preparação para o Exame da OAB, e considerando 
que o artigo 396-A do CPP fala expressamente em “alegar tudo o que interesse a sua 
defesa”, você deverá explorar qualquer outra tese de mérito que vier a beneficiar seu 
cliente. 
Para tanto, deve-se analisar se o fato existiu; se a classificação do crime está 
correta; se existem provas de autoria e materialidade, dentre outras questões. 
No caso em exame, Zé da Farmácia foi denunciado pela suposta prática do delito 
previsto no art. 317 do Código Penal: 
 
 
“Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.” 
Fonte: BRASIL, 1941. 
 
Desta forma, em se tratando de imputação de crime contra o patrimônio, torna-
se indispensável que você, caro advogado, faça uma análise detalhada acerca do crime 
de corrupção passiva e suas particularidades. 
Além disso, você deve revisitar o instituto da colaboração premiada, utilizada 
pelo Ministério Público para incriminar seu cliente. 
Como é sabido, a colaboração premiada pode ser conceituada como uma 
técnica especial de investigação por meio da qual o coautor e/ou partícipe da infração 
penal, além de confessar seu envolvimento no fato delituoso, fornece aos órgãos 
responsáveis pela persecução penal informações objetivamente eficazes para a 
consecução de um dos objetivos previstos em lei, recebendo, em contrapartida, 
determinado prêmio legal1. 
Deste modo, caracteriza-se a colaboração como um meio de obtenção de prova 
em que um prêmio é dado a um autor que colabora voluntária e efetivamente para o 
esclarecimento de um determinado fato criminoso. 
Embora a doutrina majoritária considere sinônimas as expressões “delação 
premiada” e “colaboração premiada”, há uma corrente que as considera diversas. 
Segundo essa corrente, liderada pelo Prof. Renato Brasileiro (2014), a delação 
premiada exige a revelação de algum coautor, enquanto a colaboração premiada é 
 
1 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 2. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: JusPODIVM, 2014, p. 
728-729. 
 
mais ampla e abrange diversas formas de colaboração sem que necessariamente haja 
uma delação2. 
Entretanto, como nosso objetivo aqui é prepara-lo para o Exame da OAB, vamos 
adotar a corrente majoritária, tratando, portanto, delação premiada e colaboração 
premiada como institutos sinônimos. 
E tais institutos encontram-se atualmente previstos nos artigos 4º a 7º da Lei n.º 
12.850/2013: 
 
Da colaboração premiada 
 
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, 
reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-
la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e 
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que 
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: 
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização 
criminosa e das infrações penais por eles praticadas; 
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da 
organização criminosa; 
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da 
organização criminosa; 
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações 
penais praticadas pela organização criminosa; 
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a 
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e 
a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. 
 
2 Idem, p. 729-730. 
 
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério 
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito 
policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou 
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda 
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, 
no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 
(Código de Processo Penal). 
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao 
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por 
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, 
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. 
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de 
oferecer denúncia se o colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida 
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes 
os requisitos objetivos. 
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a 
formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de 
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério 
Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou 
acusado e seu defensor. 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo termo, acompanhado 
das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido 
ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, 
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o 
colaborador, na presença de seu defensor. 
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos 
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. 
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre 
acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério 
Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações. 
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas 
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas 
exclusivamente em seu desfavor. 
 § 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
 
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o 
colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por 
iniciativa da autoridade judicial. 
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito 
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou 
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade 
das informações. 
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença 
de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal 
de dizer a verdade. 
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da 
colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor. 
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento 
apenas nas declarações de agente colaborador. 
 
Art. 5º São direitos do colaborador: 
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais 
preservados; 
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e 
partícipes; 
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; 
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser 
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito; 
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou 
condenados. 
 
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por 
escrito e conter: 
 
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; 
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia; 
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; 
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado 
de polícia, do colaborador e de seu defensor; 
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, 
quando necessário. 
 
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, 
contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e 
o seu objeto. 
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas 
diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas. 
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao 
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, 
assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso 
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de 
defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os 
referentes às diligências em andamento. 
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que 
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º. 
Fonte: BRASIL, 2013. 
 
Ainda em sua petição, no tocante às provas, deve-se estar consciente que, 
subsistindo na investigação de prova ilícita, esta deve ser imediatamente 
desentranhada dos autos, nos termos do artigo 157 do CPP: 
 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando 
não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os 
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, 
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada 
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes 
acompanhar o incidente. 
Fonte: BRASIL, 1941. 
 
Ademais, não se pode esquecer de requerer a produção de todas as provas em 
direito admitidas e aplicáveis ao caso (testemunhal, pericial, documental, etc). Por fim, 
nos termos do artigo 396-A do CPP, o arrolamento das testemunhas é obrigatório 
deste ato, sob pena de preclusão. 
 
Por fim, com relação aos requerimentos, deve-se atentar para que todas as teses 
arguidas ao longo da peça tenham sido reiteradas no pedido final, sob pena de inépcia 
da mesma. 
No tocante à data da peça, vale analisar o disposto no art. 798 do CPP. 
Observe o quadro a seguir com uma síntese dos fundamentos legais: 
 
 
 
Quadro Síntese 
 
Resposta à acusação no procedimento 
comum 
Arts. 396 e 396-A do CPP. 
Competência Art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII da CF/88 
e arts. 69 a 91 e 394 do CPP. 
Exceções Arts. 95 a 111 do CPP 
Nulidades Arts. 563 a 573 do CPP. 
Hipóteses de absolvição sumária no 
procedimento comum 
Art. 397 do CPP. 
 
Crime de corrupção passiva Art. 317 do CP. 
Colaboração premiada Arts. 4º a 7º da Lei n.º 12.850/13 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
Com todos os elementos fornecidos, vocês agora já estão aptos a elaborar a 
resposta à acusação, adequada à defesa do Zé da Farmácia? 
Mãos à obra! 
 
 
 
 
Questão 01 
 
Texto-base: Marcos, acusado de participar de organização criminosa, procura o 
Ministério Público, interessado em celebrar acordo de delação premiada. Uma vez, 
celebrado o acordo, este foi submetido à apreciação do juiz competente, nos termos 
do art. 4º da Lei n.º 12.850/2013. 
 
Enunciado: São resultados que condicionam a aplicação do benefício da colaboração, 
EXCETO: 
 
a) A identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das 
infrações penais por eles praticadas. 
b) A revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização 
criminosa. 
c) A prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização 
criminosa. 
d) A recuperação parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas 
pela organização criminosa. 
e) A localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
 
Resposta: LETRA D. 
Comentário: Artigo 4º, IV da Lei n.º 12.850/2013 – “a recuperação total ou parcial do 
produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa.” 
 
 
Questão 02 
 
Primeira fase! 
 
Texto-base: A lei n.º 12.850/2013 define organização criminosa e dispõe sobre a 
investigação criminal, os meios de obtenção de prova, infrações penais correlatas e o 
procedimento criminal. Dentre os meios de obtenção de prova, permite a colaboração 
premiada. 
 
Enunciado: Nos termos do art. 5º da Lei n.º 12.850/2013, são direitos do colaborador, 
EXCETO: 
 
a) Usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica. 
b) Ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais divulgadas. 
c) Ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes. 
d) Participar das audiências sem contato visual com os outros acusados. 
e) Cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou 
condenados. 
 
Resposta: LETRA B. 
Comentário: Artigo 5º, II da Lei n.º 12.850/2013 – “ter nome, qualificação, imagem e 
demais informações pessoais preservados.” 
 
 
 
 
Você já sabe que qualquer peça começa pelo endereçamento, que, obviamente, 
não pode estar errado. 
Conforme dito anteriormente, devemos nos atentar aqui às regras de 
competência. Deste modo, sugere-se analisar a Constituição Federal no art. 5º, incisos 
XXXVII e XXXVIII, bem como o Código de Processo Penal em seus artigos 69 a 91 (em 
especial o art. 74) e 394. 
Vamos peticionar! 
 
Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura 
lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares 
e teses de mérito), requerimento de provas a serem produzidas (em especial, rol de 
testemunhas) e pedidos. 
Sobre as provas, não se pode esquecer de requerer a produção de todas as 
provas em direito admitidas e aplicáveis ao caso (testemunhal, pericial, documental, 
etc.). 
Além disso, o rol de testemunhas é obrigatório, sob pena de preclusão. 
Com relação aos pedidos, deve-se atentar para que todas as teses arguidas ao 
longo da peça tenham seu respetivo pedido. 
Lembre-se de que no exame de ordem você será avaliado pela correta indicação 
do foro competente, preâmbulo, qualificação das partes, fundamentação jurídica, 
pedidos e requerimentos, lógica e argumentação, além de ortografia e gramática. 
Vamos peticionar?

Outros materiais