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Seção 6 SUA PETIÇÃO DIREITO PENAL Olá operadores do Direito! Protocolada tempestivamente as Alegações Finais da Defesa os autos foram conclusos para prolação de Sentença. Contudo, o MM. Juiz da Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste-CE, não acatando nenhuma das teses defensivas, proferiu sentença julgando procedente a denúncia para condenar todos os Acusados, inclusive seu cliente “Zé da Farmácia”: (...). No mérito, a ação penal é procedente. O conjunto probatório existente nos autos incrimina os acusados. Afinal, o Acusado João Santos, em seu interrogatório em juízo, afirmou que a exigência do pagamento partiu, exclusivamente, do acusado “Zé da Farmácia”, autor intelectual da referida conduta criminosa. Deste modo, a contundente narrativa dos fatos pelo Acusado João constitui elemento convincente da efetiva realização da corrupção por todos os réus. No mesmo sentido seguiu o depoimento da vítima, que afirma que no dia 03 de fevereiro de 2018 o Vereador João Santos, o “João do Açougue”, que exerce atualmente a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE, juntamente com os Vereadores Fernando Caetano e Maria do Rosário, membros da mesma Comissão, exigiram de Paulo o pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar do referido procedimento licitatório, que estava agendado para o dia seguinte. Seção 6 DIREITO PENAL Sua causa! Assim, a prova oral produzida é harmônica e incrimina os acusados, restando suficientemente comprovado que os fatos ocorreram tal como descritos na denúncia. Isso porque, conforme se extrai da doutrina, o requisito do delito de corrupção passiva se caracteriza pela mera exigência de vantagem indevida, o que resta comprovado nos autos. Os acusados, portanto, realizaram objetiva e subjetivamente as elementares descritas no artigo 317 do Código Penal, incorrendo em conduta típica; não lhes socorrendo nenhuma causa justificante, é também antijurídica a conduta; imputáveis e possuindo potencial conhecimento da ilicitude do fato, era exigível dos acusados, nas circunstâncias, conduta diversa, pois, culpáveis, passíveis de imposição de pena. Passo à dosimetria da pena: Em relação ao acusado José Percival da Silva: Fixo-lhe a pena-base em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, acima do mínimo legal, nos termos do art. 59 do Código Penal, tendo em vista as circunstâncias do crime, uma vez que a conduta criminosa foi praticada nas dependências da Câmara dos Vereadores de Conceição do Agreste/CE. Ausentes atenuantes e agravantes, bem como causas de aumento ou de diminuição de pena, torno definitiva a pena privativa de liberdade para o Acusado José Percival da Silva em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Substituo, pois, a pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, bem como prestação de serviços à comunidade, nos termos do artigo 44 e 46 do CP, cabendo ao juiz da execução a definição da entidade ou programa comunitário ou estatal junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente de acordo com as suas aptidões, na forma do artigo 149 da LEP. Assim, no dia 06 de novembro de 2018, “Zé da Farmácia” é intimado pessoalmente da prolação da Sentença e, imediatamente te liga, desesperado, perguntando o que pode ser feito para modificar tal decisão. ADVOGADO: Qual o recurso cabível contra a sentença? Quais as teses devem ser arguidas na defesa dos interesses de “Zé da Farmácia”? Date sua peça com o último dia do prazo. No caso hipotético apresentado, você, caro aluno, deve interpor o recurso cabível visando a reforma da sentença que condenou “Zé da Farmácia” pela prática do crime de corrupção passiva. Entretanto, como já é sabido, em relação ao recurso a ser interposto, atendendo ao princípio da unirrecorribilidade, há apenas uma espécie de recurso cabível nesta hipótese. Desta forma, você deverá descobrir qual é. Para isso, sugerimos que verifique o conteúdo dos artigos 581 e 593 do CPP que tratam, respectivamente, do Recurso em Sentido Estrito e do Recurso de Apelação. DECISÕES PASSÍVEIS DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – ARTIGO 581 DO CPP I - que não receber a denúncia ou a queixa; XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; II - que concluir pela incompetência do juízo; XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; Fundamentando! III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; IV – que pronunciar o réu; XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; XVII - que decidir sobre a unificação de penas; VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) XVIII - que decidir o incidente de falsidade; VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; XXII - que revogar a medida de segurança; XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. DECISÕES PASSÍVEIS DE RECURSO DE APELAÇÃO – ARTIGO 593 DO CPP I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Fonte: Elaborado pelo Autor com fundamento no art. 581 do CPP. Assim, nos termos do artigo 593, inciso II e §4º do CPP, o recurso de Apelação terá cabimento residual. Ou seja, sendo o rol de hipóteses do Recurso em Sentido Estrito (artigo 581 do CPP) taxativo, todas as demais decisões, recorríveis, proferidas por juiz singular, serão passíveis de impugnação através do Recurso de Apelação. Após essa análise, temos certeza de que já identificou o Recurso cabível, não é mesmo? Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos e pedido. É sabido que os recursos criminais, em regra, são interpostos em 02 (duas) etapas, com prazos distintos: 1) petição de interposição; e 2) petição de razões. Seja no Recurso em Sentido Estrito ou no Recurso de Apelação, tanto a petição de interposição quanto a de razões devem, via de regra, ser endereçadas ao juízo a quo, ressalvada a hipótese prevista no §4º do art. 600 do CPP. Entretanto, como um dos objetivos deste projeto é prepará-lo para o “Exame da Ordem”, você deverá apresentar petição de interposição e razões ao mesmo tempo, afinal quando darealização da prova, não haverá uma segunda oportunidade de apresentação. Ainda na interposição, deve-se requerer o conhecimento do recurso e a remessa dos autos à instância superior. Para se obter o conhecimento, deve-se comprovar que o recurso preenche todos os requisitos objetivos e subjetivos, em especial, tempestividade, legitimidade, cabimento e interesse. Em se tratando do Recurso em Sentido Estrito, não se esqueça do juízo de retratação, previsto no art. 589 do CPP. Não se esqueça de se certificar a respeito do prazo para interposição. Isso é fundamental! Lembre-se que, no processo penal, ao contrário do processo civil, a contagem do prazo se inicia com o ato em si (seja ele de citação, intimação ou publicação) e não com a juntada aos autos do respectivo mandado, nos termos do art. 798, §5º “a” do CPP. E, se tratando de recursos, a contagem do prazo se inicia com a realização do último ato, seja ele intimação ou publicação. Já as razões recursais devem ser dirigidas ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Nelas, devem-se apresentar todos os fundamentos jurídicos existentes visando a reforma da decisão recorrida. Isso porque você está de posse de todo o conteúdo probatório existente, uma vez que o procedimento já se encerrou. Além disso, já conhece toda a estratégia e os argumentos já utilizados pela Acusação. Desta forma, deverá, obrigatoriamente, alegar todas as teses que possam, de alguma forma, beneficiar seu cliente. Afinal, nosso objetivo aqui é treiná-lo da forma mais eficaz possível. Assim, antes de analisar as possíveis teses de mérito, deve-se analisar a existência de questões processuais que deverão ser arguidas em sede preliminar. Para isso, é preciso, novamente, verificar se houve alguma nulidade no decorrer do processo e na prolação da sentença, nos termos dos artigos 563 a 573 do CPP e, em especial, verificar o respeito ao devido processo legal (artigo 5º, incisos LIV e LV da CF/88). Esgotadas as questões preliminares (processuais), passa-se à análise das teses de mérito, que são aquelas que se referem especificamente ao conteúdo da sentença recorrida. Importante ressaltar que, havendo mais de uma tese de mérito a ser alegada, deve-se começar sempre pela mais benéfica ao réu, apresentando as demais como teses alternativas. Como a tese mais benéfica ao acusado é a absolutória, indispensável a análise inicial das hipóteses de absolvição previstas no art. 386 do CPP: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; VII – não existir prova suficiente para a condenação. Fonte: Elaborado pelo Autor com base no art. 386 do CPP. Havendo ou não tese absolutória, deve-se, em seguida, partir para arguição de teses que visam abrandar a condenação imposta ao réu. Neste sentido, deve-se analisar se o fato existiu; se o mesmo é (a)típico; se a classificação do crime está correta; se existem circunstâncias que excluem o crime ou isentam o réu de pena; se o réu é o autor do crime; se existem provas de autoria e materialidade; se a pena foi aplicada de forma correta, dentre outras questões. No caso em questão, seu cliente (“Zé da Farmácia”), durante todo o processo, negou veementemente a prática do delito de corrupção passiva. Ademais, teve seu relato corroborado pela própria vítima, que sustentou que não tinha como afirmar se o mesmo estava envolvido no suposto fato criminoso, uma vez que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou a qualquer outro assunto. Não obstante, acabou denunciado, e posteriormente, condenado pelas sanções do art. 317 do Código Penal. Desta forma, a estratégia adotada em sede recursal deve acompanhar aquela seguida durante todo o procedimento em primeira instância. Ou seja, as teses defensivas arguidas, mas que não foram acatadas na sentença,devem ser aqui repetidas, visando a reforma da decisão pelo Tribunal. Por este motivo, você, caro Advogado, deve insistir no pedido de absolvição do Réu, por atipicidade da conduta. Isso porque, como é sabido, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, de maneira unânime, concedeu a ordem de Habeas Corpus por você impetrada em favor do “Zé da Farmácia”, relaxando sua prisão, por concordar com a tese de que o flagrante foi preparado. Flagrante preparado que ocorre quando há uma indução, um estímulo, uma participação fundamental das autoridades estatais para que a situação fática causadora da prisão exista. Isto é, quando o agente, por meio de uma cilada, uma encenação teatral, é impelido à prática de um delito por um agente provocador, normalmente um policial ou alguém sob sua orientação1. Por estar inteiramente sob o controle das autoridades que, inclusive, foram determinantes para a existência da situação fática, considera-se que o agente não 1 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 11 ed. São Paulo: Saraiva. 2014, p. 871. possui qualquer chance de êxito em sua empreitada criminosa, já que em momento algum o bem jurídico tutelado é colocado em risco. Deste modo, aplica-se a regra do crime impossível, prevista no art. 17 do Código Penal: Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Fonte: Elaborado pelo Autor com base no art. 17 do Código Penal. Prova disso é o comando existente na Súmula 145 do STF: Súmula 145 STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Fonte: Elaborado pelo Autor com base no enunciado sumular 145 do STF. Desta forma, não havendo crime em razão da preparação do flagrante, não restam dúvidas de que a conduta do Réu é atípica, devendo, pois, ser absolvido, nos termos do artigo 386, III do CPP. Alternativamente, deve-se, também, insistir no pedido de absolvição do réu, por estar provado que ele não concorreu para infração penal. Afinal, as provas dos autos demonstram, de forma inequívoca, a absoluta ausência de autoria por parte do réu na prática do delito em exame. Isso porque, a própria vítima, quando indagada pelo Juiz se o Réu havia participado do crime, não só negou como afirmou que a primeira vez que esteve com o Réu foi na Sessão em que ocorreram as prisões. Ademais, ela alegou que jamais chegou a ter qualquer conversa com ele, em relação a este ou mesmo outro assunto. E, respondendo a uma pergunta feita pela Defesa respondeu não ter como afirmar que o Réu estivesse envolvido no crime de corrupção praticado pelos demais réus. Assim, não havendo prova de autoria do crime de corrupção passiva por parte do Réu, não há como o mesmo ser condenado pelo crime, devendo o mesmo ser absolvido nos termos do art. 386, inc. IV, CPP. Entretanto, isso, por óbvio, não impede a apresentação de novas teses que possam surgir a partir da decisão recorrida. Após a verificação da existência de questões preliminares, bem como das teses de mérito, deve-se passar à análise da aplicação da pena realizada. Sobre isso, sugere- se um estudo aprofundado ao critério trifásico de aplicação de pena, previsto no Código Penal nos artigos 59 a 68, em especial nas circunstâncias judiciais analisadas na primeira fase de aplicação da pena: CAPÍTULO III DA APLICAÇÃO DA PENA Fixação dapena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada por outra espécie de pena, se cabível. Elaborado pelo autor com base no art. 59 do Código Penal. Por fim, com relação aos pedidos, deve-se atentar para que todas as teses arguidas ao longo da peça tenham seu respectivo pedido, sob pena de inépcia da mesma. Observe o quadro a seguir com uma síntese dos fundamentos legais: Quadro Síntese Recurso em Sentido Estrito Art. 581 a 592 do CPP. Recurso de Apelação Arts. 593 a 603 do CPP Competência Art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII da CF/88 e arts. 69 a 91 e 394 do CPP. Exceções Arts. 95 a 111 do CPP Nulidades Arts. 563 a 573 do CPP. Devido Processo Legal Art. 5º, LIV e LV da CF/88 Procedimento Ordinário Arts. 394 a 405 do CPP. Flagrante Preparado Súmula 145 do STF e art. 17 do CP. Hipóteses de Absolvição no Processo Penal Art. 386 do CPP. Critérios de Fixação de Pena Art. 59 do CP. Fonte: Elaborado pelo Autor Com todos os elementos fornecidos, vocês agora já estão aptos a responder: Qual o recurso cabível visando a reforma da decisão? Qual a data em que ele deve ser interposto? Com certeza vocês já sabem quais os passos que devem ser seguidos! Mãos à obra! Questão 01 Texto-base: O recurso de Apelação Criminal encontra-se previsto nos artigos 593 a 603 do CPP. Suas hipóteses de cabimento estão elencadas nos incisos do artigo 593 do CPP. Enunciado: Todas as hipóteses abaixo são passíveis de interposição de Recurso de Apelação, EXCETO: a) decisão que concluir pela incompetência do juízo; b) sentença de condenação proferida por juiz singular; c) sentença de primeira instância que absolve o réu por atipicidade da conduta; d) decisão proferida pelo Tribunal do Júri em que há erro na aplicação da pena; e) decisão que decreta o sequestro de bens do réu. Resposta: Alternatova E. Comentário: a) A decisão que conclui pela incompetência do juízo é passível de interposição de Recurso em Sentido Estrito, de acordo com o art. 581, II do CPP. b) Apelação, nos termos do art. 593, I do CPP. c) Apelação, nos termos do art. 593, I do CPP. d) Apelação, nos termos do art. 593, III, c do CPP. e) Apelação, nos termos do art. 593, II do CPP. Questão 02 Texto-base: Matheus e Vinícius foram denunciados pela prática do crime de lesão corporal leve. Ao final da instrução, o juiz, constatando a existência de prova de autoria Primeira fase! e materialidade em relação a ambos os réus, acabou extinguindo a punibilidade de Matheus pela decadência, uma vez que a vítima havia representado apenas contra Vinicius, que acabou sendo condenado. . Enunciado: Considerando a situação narrada, é correto afirmar que o recurso interposto da decisão de extinção da punibilidade e o recurso cabível da sentença condenatória são, respectivamente: a) Apelação e Apelação. b) Apelação e Recurso em Sentido Estrito. c) Recurso em Sentido Estrito e Recurso em Sentido Estrito. d) Recurso em Sentido Estrito e Apelação. e) Decisão Irrecorrível e Apelação; Resposta: Alternativa D. Comentário: Artigo 581, VIII do CPP e Artigo 593, I do CPP. Uma decisão desfavorável normalmente nos frustra e gera ansiedade. Mas respire fundo! Afinal, seu cliente precisa de você e o assessoramento do advogado tem de ser sereno, técnico, preciso e eficiente, mesmo nos momentos “de crise”, tão comuns na prática da advocacia criminal. A possibilidade de reforma da decisão é imensa. Para tanto, examine-a atentamente. Identifique e destaque --- se for o caso, tomando notas --- os pontos negativos e os argumentos utilizados para embasá-los. Será necessário rebatê-los, um a um. Com relação aos argumentos jurídicos, busque na legislação, na doutrina e na jurisprudência, a fundamentação plausível para seus questionamentos. Sem esquecer que, caso necessário, essa discussão poderá seguir até os Tribunais Superiores. Mas, para isso, é essencial que o caminho seja preparado desde já. Já ao que se refere aos argumentos fáticos, você deve utilizá-lo da forma mais adequada à defesa de seu cliente. Sempre de maneira impessoal e científica: um texto agressivo ao prolator da decisão pode ser recebido com reservas pelo Órgão julgador, além de potencializar problemas àquele que se excede na argumentação. É possível ser enfático sem portar-se de maneira grosseira. Não esqueça os pressupostos e princípios. Ao selecionar a medida impugnativa apropriada, examine cada um dos recursos previstos no ordenamento jurídico e procure aquele cujo objeto, como abstratamente previsto em Lei, relaciona-se ao seu caso. Facilita a escolha utilizar filtros como o tipo de decisão recorrida, o conteúdo da decisão, o Órgão que irá apreciar o apelo e a fase procedimental. Vamos peticionar! Você já sabe que qualquer peça começa pelo endereçamento, que, obviamente, não pode estar errado. Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares e teses de mérito), e pedido. Por se tratar de um recurso criminal, lembre-se que este deve conter termo de interposição e folha de razões. Com relação aos pedidos, deve-se atentar para que todas as teses arguidas ao longo da peça tenham seu respectivo pedido. Lembre-se de que no “Exame de Ordem” você será avaliado pela correta indicação do juízo competente, preâmbulo, qualificação das partes, fundamentação jurídica, pedidos e requerimentos, lógica e argumentação, além de ortografia e gramática. Aparenta-lhe uma tarefa complexa? De fato é. Mas fique tranquilo: leia cuidadosamente o material, recorde-se das dicas das seções anteriores sobre como redigir, agregue as lições expostas acima e mãos à obra! Com confiança, você consegue. Vamos peticionar?
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