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hISTORIA E INTRODUÇÃO À FARMACOTECNICA

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FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Keline Lang 
História e introdução 
à farmacotécnica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a história e a evolução da farmacotécnica.
  Identificar conceitos farmacotécnicos.
  Descrever os diferentes componentes de uma formulação 
farmacotécnica.
Introdução
O medicamento é composto pelo fármaco, que é responsável pela 
ação farmacológica, e também pelos excipientes, responsáveis por dar 
forma ao produto e facilitar sua administração, sua absorção e sua ação 
farmacológica.
Neste capítulo, você vai estudar o histórico e a evolução da farmaco-
técnica. Você também vai identificar os conceitos farmacotécnicos e os 
diversos componentes de uma formulação farmacêutica.
História e evolução da farmacotécnica
Você sabia que os fármacos surgiram antes de Cristo? Conforme Allen Jr., 
Popovich e Ansel (2013), o uso dos fármacos provavelmente data de antes dos 
primeiros registros históricos. Na época do homem primitivo, a experiência foi 
dando lugar ao aprendizado de que algumas terapias eram mais efetivas do que 
outras. Assim, percebeu-se que algumas substâncias poderiam ser utilizadas 
para fi ns benignos, os remédios, e outras tinham fi ns maléfi cos, os venenos. É 
nesse contexto que surge o termo grego pharmakon, traduzido como fármaco, 
que deu origem à palavra farmácia. Na época do domínio clerical, os sábios e 
líderes religiosos das tribos, que possuíam conhecimentos curativos das plantas, 
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eram chamados para atender doentes e feridos. Eles mesmos preparavam os 
medicamentos, o que deu origem à arte do boticário — hoje, farmacêutico.
Provêm da Babilônia, de 2600 a.C., os primeiros registros, na forma cunei-
forme, em argila, de informações sobre preparações e utilizações de vegetais e 
produtos animais no tratamento de doenças, associadas à superstição, à magia e 
à invocação de deuses. Há diversas placas, papiros e outros documentos datados 
de 3000 a.C. que foram traduzidos com o passar dos séculos. As interpretações 
não são unânimes, porém, há poucas dúvidas de que, por volta de 1550 a.C., 
os egípcios já usavam drogas e formas de dosagem empregadas ainda hoje.
O papiro de Ebers, talvez o mais famoso papiro, data de 3000 a.C., pos-
sui mais de 800 fórmulas ou prescrições e menciona mais de 700 fármacos 
diferentes. A maioria dos fármacos são de origem botânica, porém há os que 
são de origem mineral e animal, e até mesmo os que empregam excrementos 
de animais. Os veículos empregados na época eram cerveja, vinho, leite e 
mel. Além disso, as fórmulas eram compostas de duas dúzias ou mais de 
fármacos diferentes. Os egípcios utilizavam almofarizes (gral), moinhos 
manuais, peneiras e balanças para a produção de supositórios, gargarejos, 
pílulas, inalações, pastilhas, loções, pomadas, emplastros e enemas, conforme 
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
Veja as definições de emplastro e enema, conforme Brasil (2011). 
  Emplastro ou emplasto: forma farmacêutica semissólida para aplicação externa. 
Consiste em uma base adesiva contendo um ou mais fármacos distribuídos em 
uma camada uniforme em um suporte apropriado, feito de material sintético ou 
natural. É destinado a manter o fármaco em contato com a pele, atuando como 
protetor ou como agente queratolítico (dissolve ou destrói a camada córnea da pele).
  Enema: solução, emulsão ou suspensão para uso retal.
Hipócrates (460–377 a.C.), um médico grego, introduziu a farmácia e 
a medicina científica. Dentre os diversos trabalhos realizados, descreveu 
centenas de fármacos; a partir daí, o termo pharmakon passou a significar 
medicamentos purificadores, destinados apenas para o bem, o que contrariou 
a antiga conotação de que o fármaco poderia ser utilizado para o bem e para 
o mal. Hoje, Hipócrates é considerado o “pai da medicina”.
História e introdução à farmacotécnica2
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A botânica passou a ser uma ciência aplicada à farmácia, devido aos tra-
balhos do médico e botânico grego Dioscórides, no século I d.C. Dioscórides 
escreveu sobre o ópio, o esporão do centeio e o meimendro, que são utilizados 
na medicina até hoje. A sua área de estudo é conhecida atualmente como 
farmacognosia (pharmakon — fármaco; gnosis — conhecimento).
Já Claudius Galeno era um farmacêutico e médico grego, com cidadania 
romana, que viveu na época de 130 a 200 d.C. Dentre os diversos estudos e 
registros sobre a medicina, descreveu numerosos fármacos de origem natural 
e fórmulas de medicamentos de origem vegetal. Devido à grande produção de 
preparações farmacêuticas, essa área passou a ser denominada de farmácia 
galênica. Uma de suas mais famosas fórmulas é a chamada cold cream, cuja 
composição é semelhante a algumas utilizadas hoje.
A diversidade e a complexidade dos fármacos fez com que especialistas 
tivessem que se dedicar integralmente a isso. Sendo assim, a farmácia foi 
separada oficialmente da medicina em 1240 d.C., em um decreto do imperador 
alemão Frederick II. O médico e químico suíço Aureolus Philippus Theophras-
tus Bombastus von Hohenheim (1493–1591), conhecido como Paracelsus, 
acreditava que era possível preparar um medicamento específico para cada 
doença. Com isso, introduziu diversas substâncias químicas na terapia de 
pacientes, conforme Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
A partir de 1700, foram desenvolvidos diversos compostos, como ácido 
lático, ácido cítrico, ácido oxálico, glicerina, quinina, cafeína, dentre outros. 
Além disso, muitos farmacêuticos começaram a produzir medicamentos de 
qualidade em pequena escala, que foi aumentando para atender às necessi-
dades de suas comunidades. Com o intuito de padronizar os fármacos e as 
formulações, para garantir a qualidade das preparações farmacêuticas, foram 
criadas as farmacopeias. Esse termo vem do grego pharmakon e de poiein, 
que significa fazer. Sendo assim, essa combinação objetiva fazer ou preparar 
um medicamento, com substâncias com propriedades bem estabelecidas, 
com eficácia em seu maior grau, segundo Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
No Brasil, o primeiro boticário, Diogo de Castro, foi trazido de Portugal 
por Tomé de Souza; nas expedições, trazia uma botica portátil com diversos 
medicamentos. Os jesuítas que vieram para o Brasil em seguida, além de 
catequisar, trouxeram pessoas responsáveis por cuidar dos doentes e preparar 
medicamentos. Em 1640, as boticas passaram a ser autorizadas no Brasil, 
porém eram conduzidas por boticários que, muitas vezes, eram analfabetos e 
só tinham um pequeno conhecimento sobre medicamentos. Em 1832, sendo 
oferecido o curso de farmácia nas universidades do Rio de Janeiro e da Bahia, 
3História e introdução à farmacotécnica
C01_Historia_e_introducao_a_farmacotecnica.indd 3 22/01/2019 14:12:46
ficou estabelecido que apenas com o título em uma dessas universidades o 
boticário poderia ter uma botica e curar as pessoas. 
No século XX, as boticas se tornaram os principais locais da prática sanitá-
ria. Nesse mesmo século, surge a primeira edição da Farmacopeia Brasileira, 
em que há a descrição de drogas vegetais e animais, além de produtos químicos 
e de preparações oficinais, por Rodolpho Albino Dias da Silva. Essa edição 
da farmacopeia foi oficializada pelo governo federal por meio do Decreto 
nº. 17.509, de 4 de novembro de 1926, e seu emprego tornou-se obrigatório a 
partir de 15 de agosto de 1929. 
Devido à Segunda Guerra Mundial e às suas consequentes mudanças, a 
primeira edição da farmacopeia já não mais cumpria o seu papel. As boticas 
foram substituídas, gradativamente, por farmácias, que não mais realizam a 
arte da manipulação magistral. É o início do declínio desse serviço prestado 
pelo profissional de farmácia à população. Começam as surgir as indústrias 
multinacionais; assim, a atividade magistral praticamente desaparece entre as 
décadasde 1930 e 1960. Paralelamente, tem início o acesso a medicamentos 
modernos, que exigem controle de qualidade diferenciado devido à produção em 
grande escala e à quantidade de fármacos sintetizados e originários de diversas 
fontes. Em 1959 é aprovada a segunda edição da Farmacopeia Brasileira, 
mais voltada para os insumos e as especialidades farmacêuticas, buscando 
padrões nacionais de qualidade dos bens de saúde a serem disponibilizados 
à sociedade. As formulações oficinais foram transferidas para o Formulário 
Nacional, que foi publicado posteriormente, em 2005 (BRASIL, 2010).
A partir dos anos 1970, surgiram no país inúmeros estabelecimentos far-
macêuticos voltados à manipulação, com o intuito de preparar medicamentos 
de dosagens específicas, determinados pelo prescritor e específicos para o 
paciente — eram as chamadas farmácias magistrais (BRASIL, 2012). 
Conceitos farmacotécnicos
Raramente o fármaco é administrado sozinho. Ou seja, ele normalmente faz 
parte de uma formulação, em que está combinado com adjuvantes farmacêuti-
cos. Estes não possuem ação farmacológica, mas possuem funções específi cas 
dentro do medicamento, resultando em formas farmacêuticas variadas. As 
diversas preparações farmacêuticas são provenientes da combinação entre 
fármaco e excipientes farmacêuticos. Isso exige um estudo da formulação, da 
produção, da estabilidade e, consequentemente, da efetividade do medicamento; 
esse conjunto de ações é denominado farmacotécnica. É necessário considerar 
História e introdução à farmacotécnica4
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as características físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do fármaco 
e dos demais componentes da formulação, além da anatomia fi siológica do 
local da administração e absorção. Os componentes da formulação devem 
ser estáveis entre si, assim como compatíveis com a via de administração, 
conforme lecionam Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
Vejamos alguns conceitos farmacotécnicos importantes:
Fármaco: substância química estruturalmente defi nida, utilizada para o forne-
cimento de elementos essenciais ao organismo, na prevenção e no tratamento 
de doenças, infecções ou situações de desconforto e na correção de funções 
orgânicas desajustadas. Exemplo: fl uconazol.
Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com 
fi nalidade profi lática, curativa, paliativa ou para fi ns de diagnóstico. Exemplo: 
fl uconazol 150 mg, em cápsula.
Remédio: é qualquer meio utilizado com a fi nalidade de prevenir ou curar 
doenças. Desde um medicamento até uma massagem ou uma fi sioterapia. 
Abrange fés e crenças, como a bênção de um pastor ou o trabalho de uma 
benzedeira. Preparações caseiras também são consideradas remédios, mas 
não medicamentos, como um chá ou uma compressa. São ações que fazem o 
indivíduo se sentir melhor.
Preparação: procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipu-
lado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, 
o fracionamento de substâncias ou produtos industrializados, o envase, a 
rotulagem e a conservação das preparações.
Preparação magistral: é aquela preparada na farmácia, a partir de uma 
prescrição de profi ssional habilitado, destinada a um paciente individualizado, 
e que estabeleça em detalhes sua composição, sua forma farmacêutica, sua 
posologia e seu modo de usar.
Preparação ofi cinal (farmacopeico): é aquela preparada na farmácia, cuja 
fórmula está descrita no Formulário Nacional ou em formulários internacionais 
reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
5História e introdução à farmacotécnica
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Manipulação: conjunto de operações farmacotécnicas, com a fi nalidade de 
elaborar preparações magistrais e ofi cinais e fracionar especialidades farma-
cêuticas para uso humano.
Fórmula farmacêutica: é a composição do medicamento, considerando os 
fármacos e os excipientes farmacêuticos empregados na produção do produto 
farmacêutico.
Veja esse exemplo de uma fórmula farmacêutica, uma loção de calamina, retirada do 
Formulário nacional da farmacopeia brasileira, 2ª edição (2012).
Componentes Quantidade
Calamina 8 g
Óxido de zinco 8 g
Glicerol 2 mL
Magma de bentonite 15 mL
Solução conservante de parabenos 1 mL
Água purificada qsp 100 mL
No formulário, você vai encontrar também as orientações de preparo, embalagem, 
modo de conservação, advertência e posologia. 
Especialidade farmacêutica: produto oriundo da indústria farmacêutica com 
registro na Anvisa e disponível no mercado.
Base galênica: preparação composta por uma ou mais matérias-primas, com 
fórmula defi nida no Formulário nacional da farmacopeia brasileira, destinada 
a ser utilizada como veículo/excipiente de preparações farmacêuticas. Essas 
bases são líquidas ou semissólidas, destinadas à incorporação de fármacos.
História e introdução à farmacotécnica6
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Insumo: matéria-prima e materiais de embalagem empregados na manipulação 
e acondicionamento de preparações magistrais e ofi cinais.
Excipiente farmacêutico ou adjuvante: é uma substância farmacologicamente 
inativa que é combinada ao fármaco para originar uma forma farmacêutica. 
O excipiente pode estar na formulação, com o intuito de solubilizar, sus-
pender, espessar, diluir, emulsifi car, estabilizar, conservar, colorir e/ou dar 
sabor (fl avorizar), de forma a obter um medicamento estável, efi caz e de fácil 
administração.
Forma farmacêutica: é o estado fi nal de apresentação que a preparação 
farmacêutica possui, após uma ou mais operações farmacêuticas executadas, 
com ou sem a adição de excipientes apropriados, a fi m de facilitar a sua utili-
zação e obter o efeito terapêutico desejado, com características apropriadas a 
uma determinada via de administração (RDC n°. 67/2007) (BRASIL, 2007). 
Pode ser líquida, sólida, semissólida ou gasosa. Para que o medicamento seja 
corretamente absorvido pelo corpo, é necessário verifi car sua porta de entrada, 
que pode ser por via oral, retal, vaginal, uretral, intravenosa, nasal, dérmica, 
oftálmica ou otológica; para tanto, deve-se escolher a melhor forma farma-
cêutica. As diversas formas farmacêuticas também existem para: facilitar a 
administração ou ingestão do medicamento; oferecer precisão na dose; proteger 
a substância ativa contra as barreiras do corpo (por exemplo, o suco gástrico 
do estômago); ajudar o fármaco a chegar ao seu local de ação. Além disso, a 
idade do paciente também é um fator de escolha da forma farmacêutica. Para 
crianças e idosos, devem ser utilizados medicamentos líquidos; já no caso 
de adultos, deve-se utilizar formas sólidas, como cápsulas e comprimidos.
  Sólidos: pó, grânulo, cápsula, comprimido, pílula, pastilha, supositório, 
óvulo, vela.
  Líquidos: solução, xarope, elixir, suspensão, emulsão, tintura, linimento, 
colódio.
  Semissólidos: gel, creme (emulsões), pomada, loção, pasta, cataplasma, 
emplastro.
  Outras formas farmacêuticas: aerossol, spray, adesivo transdérmico.
Material de embalagem: recipientes, rótulos e caixas para acondicionamento 
das preparações manipuladas.
7História e introdução à farmacotécnica
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Número de lote: designação impressa em cada unidade do recipiente, consti-
tuído de combinações de letras, números ou símbolos, que permite identifi car o 
lote e, em caso de necessidade, localizar e revisar todas as operações praticadas 
durante todas as etapas de manipulação.
Prazo de validade: período de tempo durante o qual o produto se mantém 
dentro dos limites especifi cados de pureza, qualidade e identidade, na emba-
lagem adotada e estocado nas condições recomendadas no rótulo.
DCB: signifi ca Denominação Comum Brasileira. É a denominação do fármaco 
ou princípio farmacologicamente ativo aprovada peloórgão federal responsá-
vel pela vigilância sanitária (Anvisa). Porém, atualmente, devido ao registro 
eletrônico dos medicamentos, inclui-se também a denominação de insumos 
inativos, soros hiperimunes e vacinas, radiofármacos, plantas medicinais, 
substâncias homeopáticas e biológicas. 
Você encontra a lista completa e atualizada dos insumos que possuem DCB no site 
da Anvisa, disponível no link abaixo.
https://goo.gl/xvBZBy
DCI: signifi ca Denominação Comum Internacional do fármaco, recomendada 
pela Organização Mundial da Saúde. Identifi ca a substância por um nome 
genérico, de uso público e de reconhecimento global. Cada denominação se 
apresenta em diversos idiomas, como latim, espanhol, francês, inglês e russo. 
A fi nalidade da DCI é identifi car cada fármaco no âmbito mundial. A DCI 
não tem caráter ofi cial, a menos que a autoridade sanitária de um determinado 
país a aceite. 
Procedimento operacional padrão (POP): descrição pormenorizada de 
técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando a proteger e 
garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança 
dos manipuladores.
História e introdução à farmacotécnica8
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Os medicamentos são classificados em: alopático, fitoterápico e homeo-
pático. Vejamos a diferença entre eles:
Medicamento alopático: medicamento que produz no organismo do doente 
reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fi m de diminuí-los ou 
neutralizá-los. Por exemplo, se o paciente tem febre, o médico receita um 
medicamento que faz baixar a temperatura. Se tem dor, receita um analgésico. 
Medicamento fi toterápico: medicamento obtido empregando-se exclusiva-
mente matéria-prima ativa vegetal. É caracterizado pelo conhecimento da 
efi cácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância 
de sua qualidade. Sua efi cácia e segurança são validadas por meio de levanta-
mentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientífi cas ou 
evidências clínicas. Não se considera medicamento fi toterápico aquele que, na 
sua composição, inclui substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem 
as associações destas com extratos vegetais.
Medicamento homeopático: toda preparação farmacêutica preparada segundo 
os compêndios homeopáticos reconhecidos internacionalmente, obtida pelo 
método de diluições seguidas de sucussões (dinamizações) e/ou triturações 
sucessivas, para ser usada segundo a lei dos semelhantes, de forma preventiva 
e/ou terapêutica.
Vias de administração: compreendem a forma como o medicamento entrará em 
contato com o organismo para exercer sua atividade farmacológica. De acordo 
com algumas condições, como o objetivo a ser alcançado, as propriedades do 
medicamento ou as condições clínicas do paciente, haverá a indicação para 
uma via de administração específi ca. Podem ser classifi cadas em dois grandes 
grupos: via enteral e via parenteral. Enteral vem do grego enteron (intestino), que 
compreende as vias oral, sublingual e retal. Parenteral vem de para (ao lado) e 
enteron. Ou seja, uma via que não é a enteral, compreendendo as vias intravenosa, 
intramuscular, subcutânea, respiratória, tópica, auricular, nasal, ocular e capilar.
Medicamento de uso externo: são aqueles aplicáveis na superfície do corpo 
ou nas mucosas facilmente acessíveis ao exterior.
Medicamento de uso interno: são aqueles que se destinam à administração 
no interior do organismo, por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, 
nariz, ânus, ouvido, olhos).
9História e introdução à farmacotécnica
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Posologia: é a quantidade total de um medicamento, estimada de acordo com 
a idade e o peso do paciente, que deve ser administrada de uma vez ou em 
doses parciais para produzir o efeito terapêutico esperado.
Dose usual: é a quantidade de fármaco sufi ciente (mínima) para produzir o 
efeito terapêutico para o qual o fármaco é indicado.
Componentes de uma formulação 
farmacotécnica
Na formulação, além do fármaco, há outras matérias-primas com a função de 
dissolver, criar uma suspensão ou uma emulsão, ou facilitar a administração, 
além de dar volume e forma. São os veículos ou excipientes. Veículo é o 
nome dado à parte líquida da fórmula, em que serão dissolvidos o fármaco e 
os outros componentes da formulação; já o excipiente é, geralmente, sólido 
e responsável por dar volume e forma ao medicamento. Mas, fi que atento, 
pois há excipientes que não têm apenas a função de dar volume e forma ao 
medicamento.
Nas soluções, por exemplo, podem ser adicionados conservantes para 
evitar o crescimento microbiano; estabilizantes, para evitar a decomposição 
do fármaco; e corantes e flavorizantes, para mascarar um sabor desagradável 
ou uma coloração indesejável. Deve-se escolher bases farmacêuticas que 
confiram características (físicas, químicas, físico-químicas e microbiológicas) 
adequadas aos supositórios, óvulos, velas, cremes, pomadas e pastas. O mesmo 
deve ocorrer com os comprimidos, por exemplo, que precisam diluentes para 
dar volume; aglutinantes para garantir a formação do comprimido (aderência); 
antiaderentes, deslizantes e lubrificantes, para facilitar o fluxo e evitar a ade-
são no equipamento. Devem também apresentar agentes desintegrantes, para 
garantir a desestruturação dos comprimidos em partículas menores depois 
da administração, para que o fármaco fique disponível, além de substâncias 
para o revestimento, que vão garantir a estabilidade do fármaco ou o controle 
da sua liberação, conforme Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
As classes de adjuvantes não param aqui. Veja no Quadro 1 alguns exemplos 
de adjuvantes usados em formas sólidas, especialmente nos comprimidos e 
nas cápsulas, que representam mais de 80% das formulações farmacêuticas.
História e introdução à farmacotécnica10
C01_Historia_e_introducao_a_farmacotecnica.indd 10 22/01/2019 14:12:47
Tipo de 
adjuvante
Definição Exemplos
Aglutinante para 
comprimidos
É a substância usada para 
promover a adesão das 
partículas do pó nos granulados 
destinados à compressão.
  Ácido algínico
  Carboximetilcelulose 
sódica
  Etilcelulose
  Gelatina
  Povidona
Antiaderente para 
comprimidos
Evita a aderência dos 
componentes da formulação 
dos comprimidos aos punções 
e na matriz, durante a produção.
  Estearato de 
magnésio
Desintegrante 
para 
comprimidos
É usado em formas 
sólidas para promover sua 
desintegração em partículas 
menores, mais facilmente 
dispersíveis ou dissolúveis.
  Ácido algínico
  Alginato de sódio
  Glicolato de amido
  Amido
Deslizante para 
comprimidos
É empregado em formulações 
de comprimidos, cápsulas, 
pós e granulados para 
melhorar as propriedades de 
fluxo da mistura dos pós.
  Sílica coloidal
  Amido de milho
  Talco
Diluente de 
cápsulas e 
comprimidos
É um material de enchimento 
inerte usado para produzir 
volume, propriedades de fluxo 
e características de compressão 
desejáveis em cápsulas, 
comprimidos, pós e granulados.
  Fosfato de cálcio 
dibásico
  Caulim
  Lactose
  Manitol
  Celulose 
microcristalina
Edulcorante É usado para conferir sabor 
doce a uma preparação.
  Aspartame
  Dextrose
  Manitol
  Sacarose
Excipiente para 
compressão 
direta para 
comprimidos
É usado nas formulações para 
comprimidos para garantir 
a compressão direta.
  Fosfato de cálcio 
dibásico
 Quadro 1. Alguns adjuvantes para formas sólidas, definição e exemplos 
(Continua)
11História e introdução à farmacotécnica
C01_Historia_e_introducao_a_farmacotecnica.indd 11 22/01/2019 14:12:47
 Fonte: Adaptado de Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). 
Tipo de 
adjuvante
Definição Exemplos
Lubrificante para 
comprimidos
É utilizado em comprimidos 
para diminuir a fricção 
durante a compressão.
  Estearato de cálcio
  Estearato de 
magnésio
Opacificante para 
comprimidos
É empregado para produzirrevestimento opaco em 
cápsulas e comprimidos. Pode 
ser utilizado isoladamente 
ou com corante.
  Dióxido de titânio
Revestimento 
entérico
É usado para revestir 
comprimidos e protegê-los 
contra a decomposição pelo 
oxigênio atmosférico ou 
pela umidade, fornecer um 
perfil de liberação desejável, 
mascarar o sabor, odor 
ou finalidade estética. 
Podem ser de açúcar, 
peliculares ou entéricos.
Os revestimentos de açúcar 
utilizam água como solvente e 
formam uma espessa cobertura 
ao redor do comprimido 
(rompimento no estômago).
Os revestimentos em filme 
formam uma película 
fina (rompimento no 
estômago ou intestino).
Os revestimentos entéricos 
passam intactos no estômago 
(rompimento no intestino).
Os revestimentos insolúveis 
em água retardam a 
liberação do fármaco no 
trato gastrointestinal.”
  Acetoftalato de 
celulose
  Goma laca (35% 
em álcool, esmalte 
farmacêutico)
Revestimento 
pelicular (filme)
Ver “Revestimento entérico”.  Hidroxietilcelulose
  Hidroxipropilcelulose
 Quadro 1. Alguns adjuvantes para formas sólidas, definição e exemplos 
(Continuação)
História e introdução à farmacotécnica12
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1. Há registros que datam de antes de 
Cristo sobre a relação do homem 
com os medicamentos, buscando 
a cura de feridas e doenças e a 
redução da dor. Pelo mundo, 
surgem os religiosos e, mais tarde, 
os boticários e estudiosos na área, 
que ajudaram nessa evolução até 
os dias atuais. Assinale a alternativa 
correta referente à história da 
farmacotécnica no Brasil.
a) As farmácias magistrais existem 
desde o início do século XX.
b) A Farmacopeia Brasileira é 
recente — data de 2005.
c) As chamadas boticas existem 
no Brasil desde a vinda das 
expedições portuguesas.
d) O Formulário nacional da 
farmacopeia brasileira surgiu 
juntamente com as boticas.
e) No Brasil, as farmácias magistrais 
ainda estão em fase inicial 
de desenvolvimento.
2. Os medicamentos preparados em 
farmácias magistrais trouxeram 
a preparação personalizada 
de medicamentos destinados 
a determinados usuários, que 
possuam uma prescrição ou 
orientação terapêutica realizada 
por profissional habilitado, 
considerando as características 
do paciente. Dentre os diversos 
conceitos farmacotécnicos 
utilizados em uma farmácia 
magistral, considere o seguinte: 
“É aquela preparada na farmácia 
magistral, cuja fórmula está 
descrita no Formulário Nacional 
ou em formulários internacionais 
reconhecidos pela Anvisa”. Essa frase 
define qual termo farmacotécnico?
a) Manipulação.
b) Preparação oficinal.
c) Preparação magistral.
d) Especialidade farmacêutica.
e) Forma farmacêutica.
3. Os excipientes farmacêuticos 
possuem várias funções dentro de 
uma formulação, como solubilizar, 
suspender, espessar, diluir, 
emulsificar, estabilizar, conservar, 
colorir e dar sabor (flavorizar), para 
obter um medicamento estável, 
eficaz e de fácil administração. Sendo 
assim, qual das alternativas abaixo 
descreve um excipiente que deve 
ser utilizado em uma preparação 
farmacêutica semissólida, mais 
especificamente, uma pomada?
a) Plastificante.
b) Deslizante.
c) Opacificante.
d) Lubrificante.
e) Umectante.
4. A via de administração compreende 
a forma como o medicamento 
entrará em contato com o 
organismo, para exercer a sua 
atividade farmacológica. Sendo 
assim, assinale a alternativa 
que descreve a melhor forma 
farmacêutica do medicamento 
para ser administrado via uretra.
a) Óvulo.
b) Vela.
c) Supositório.
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d) Creme.
e) Pó.
5. As formas farmacêuticas precisam 
ter excipientes específicos 
para conferir as características 
que vão garantir a eficácia do 
medicamento no organismo do 
paciente, além de facilitar a sua 
administração. Qual alternativa 
descreve o excipiente utilizado em 
preparações líquidas para dar mais 
resistência ao fluxo, retardando 
a sedimentação de partículas?
a) Indutor de viscosidade.
b) Agente de tonicidade.
c) Antiaderente.
d) Doador de consistência.
e) Emulsificante.
ALLEN JR, L. V., POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed, Porto Alegre: Artmed, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia 
brasileira. 5. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário 
nacional da farmacopeia brasileira. 2. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC 
n° 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Prepa-
rações Magistrais e Oficinais para uso Humano em farmácias. Disponível em: <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/res0067_08_10_2007.html>. Acesso 
em: 15 jan. 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Vocabulário con-
trolado de formas farmacêuticas, vias de administração e embalagens de medicamentos. 
Brasília, DF: Anvisa, 2011. 
DCB – denominações comuns brasileiras. [2019]. Disponível em: <http://portal.anvisa.
gov.br/denominacao-comum-brasileira>. Acesso em: 15 jan. 2019.
Leitura recomendada
THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medica-
mentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. cap. 37.
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