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Ciclo de Cori @lilyfazvet O ciclo de Cori, também conhecido como via glicose-lactato-glicose, consiste no processo de conversão da glicose em lactato, seguido da conversão do lactato em glucose; O lactato é produzido nos tecidos musculares durante um período de deprivação de oxigênio, já a glucose é produzida no fígado dos animais, o que faz com que haja uma cooperação metabólica entre os músculos e este órgão; Esse ciclo nunca é inativado, porém ele possui uma fase lenta e uma fase acelerada; Para a obtenção de energia sob a forma de ATP, a glicose é convertida a piruvato através da glicólise; Durante o metabolismo aeróbio normal, o piruvato é oxidado pelo oxigênio a CO2 e H2O; Durante um curto período de intenso esforço físico, a distribuição de oxigênio aos tecidos musculares pode não ser suficiente para oxidar totalmente o piruvato. Nestes casos, a glicose é convertida a piruvato e depois a lactato, através da fermentação láctica, obtendo as moléculas de ATP sem recorrer ao oxigénio; Este lactato acumula-se no tecido muscular e logo após difunde-se na corrente sanguínea; Quando o esforço físico termina, o lactato é convertido a glucose através da gluconeogênese, que acontece no fígado; O ATP é essencial para a gluconeogênese, pois forma a glucose a partir do lactato. Tal glucose é transportada de volta aos músculos para armazenamento sob a forma de glicogênio; O ciclo evita que o lactato se acumule na corrente sanguínea, o que poderá provocar acidose láctica nos animais, uma vez que, embora o sangue haja como uma solução tampão, seu pH poderia cair com um excesso de lactato acumulado; Além disso, ele é muito importante para a manutenção dos níveis de Ciclo de Cori @lilyfazvet glicemia durante períodos de elevada atividade física. O glicogênio é um importante polissacarídeo de armazenamento encontrado principalmente no fígado e nos músculos; Ele é constituído por moléculas de glucose ligadas entre si através de ligações glicosídicas de glucose, que conferem a esta biomolécula uma forma polimérica helical; A degradação do glicogênio (com n resíduos de glucose) nas ligações glucose α – 1,4 produz glicogênio (com n-1 resíduos de glucose) e glucose 1-fosfato; Essa degradação ocorre através da reação catalisada pela enzima fosforilase do glicogênio; No caso das células musculares, a degradação do glicogênio em glucose 1-fosfato permite a obtenção de energia local necessária para suprir o trabalho realizado pelo músculo; A degradação do glicogênio nas ligações glucose α – 1,6, por outro lado, não é catalisada pela enzima fosforilase do glicogênio, que apenas consegue degradar 4 resíduos de glucose de distância da ramificação; Neste caso, a enzima transferase transfere 3 resíduos de glucose de uma das ramificações para a outa, o que permite que a enzima α-1,6 glicosidase degrade os resíduos de glucose na ligação glucose α – 1,6; Ciclo de Cori @lilyfazvet Vale ressaltar que a ação enzimática da transferase e da α-1,6 glicosidase está contida na mesma proteína, que possui dois centros ativos com ações enzimáticas diferentes; As moléculas de glucose 1-fosfato resultantes da degradação do glicogênio, são então convertidas a glucose 6-fosfato pela enzima fosfoglucomutase. O processo de síntese do glicogênio prossegue através da forma ativada da glucose, a UDP-glucose; Na reação de síntese do glicogênio a UDP-glucose transfere o seu grupo glicosil para o carbono 4 do resíduo de glucose terminal do glicogênio, formando uma ligação glicosídica α-1,4 e liberando UDP numa reação catalisada pela sintetase do glicogênio; Como a enzima sintetase do glicogênio catalisa apenas as ligações α-1,4, uma enzima ramificadora é necessária para a formação das ligações O-glicosídicas glucose α-1,6. . O processo de gluconeogênese compreende a síntese de glucose a partir de meios não carbo-hidratos, que ocorre essencialmente no fígado; Esse processo é extremamente importante para o cérebro, que depende maioritariamente de glucose como fonte primária de energia; Os percursores não hidrocarbonados são: o lactato, alguns aminoácidos e o glicerol; Vale ressaltar que as vias da glicólise e da gluconeogênese estão estreitamente interligadas, ou seja, quando uma via está muito ativa, a outra está praticamente inativa. --
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