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O que é a glicogenólise ? - O glicogênio é a forma de armazenamento de açúcares nos animais ➜ é uma molécula ramificada ➜ é constituída por unidades de glicose em ligação glicosídica alfa 1-4 e com ramificação onde a ligação é alfa 1- 6 Existem 2 tipos de glicogênio Glicogênio hepático (armazenado no fígado), cerca de 10% do peso do fígado é glicogênio ➜ realiza a manutenção da glicemia entre as refeições ➜ pode ser exportado para outros órgãos pelo sangue quando necessário. Glicogênio muscular (armazenado nos músculos), cerca de 2 a 3% do peso do músculo é glicogênio ➜ não pode ser exportado para outros órgãos ➜ é usado pela própria fibra muscular como fonte de energia emergencial ➜ é usado em atividades físicas muito intensas, como corrida explosiva de 100m. OBS: A degradação do glicogênio é utilizada pelo corpo em até 24h Glicogênio hepático O estoque de glicogênio aumenta após uma refeição, pois é produzido (glicogênese) ➜ é consumido nos intervalos entre as refeições ➜ na hora da próxima refeição o estoque de glicogênio está baixo, pois estava sendo consumido. Função do glicogênio - Armazenar a glicose em situações de abundância para recuperá-la quando necessário. Motivo da polimerização da glicose (glicogênio) Se uma célula, por exemplo um hepatócito, tivesse uma concentração de glicose de O,4 molar (se o glicogênio não fosse armazenado como polímero) em vista do plasma do sangue, que possui concentração de glicose de 0,5 milimolar ➜ a concentração intracelular (dentro dos hepatócitos) seria maior que a concentração extracelular (plasma do sangue) ➜ o plasma do sangue ia passar para dentro da célula pelo mecanismo de osmose para compensar a alta concentração de glicose intracelular ➜ causaria a lise da célula ➜ por isso a glicose é armazenada na forma de polímero para evitar essa lise, pois o polímero de glicogênio possui 0,01 micromolar ➜ assim a concentração do meio extracelular é maior que a intracelular, não há como causar a lise da célula Regulação enzimática Homeostase da glicose A homeostase da glicose (concentração de glicose no plasma) depende do equilíbrio entre a captação (absorção de glicose no intestino) + utilização tecidual da glicose por qualquer via + produção endógena (gliconeogênese e glicogenólise) - Glicose, frutose e galactose entram para a corrente sangue por meio dos processos digestivos do TGI (trato gastrointestinal) ➜ vão para as vias de produção de energia e o excesso de glicose para as vias de armazenamento de glicose (glicogênese) ou na forma de lipídeo (lipogênese) ➜ a concentração de glicose regula a produção de glicose a partir de compostos não glicídicos (gliconeogênese) ➜ a quantidade de glicose no sangue (se for baixa) também regula a via de glicogenólise (degradação do glicogênio armazenado e liberação da glicose no sangue) ➜ a glicose é retirada da corrente sanguínea a partir das vias de glicólise e ciclo de Krebs e da glicogênese. Fontes de glicose para o sangue Após a alimentação os níveis de glicose aumentam, mas diminuem após os tecidos começarem a usar essa glicose para produzir energia (até 4 horas depois da alimentação) ➜ aumenta também a produção de glicogênio utilizando essa glicose (até 8 horas depois da alimentação) ➜ após 8 horas a glicemia no sangue não consegue ser mantida pela glicose livre e passa a ser mantida pelos níveis de glicogênio ➜ à medida que ocorre a degradação do glicogênio aumenta a produção de glicose por vias não glicídicas (gliconeogênese) para manter a concentração de glicemia ➜ a gliconeogênese ajuda a glicólise a manter os níveis de glicemia, à medida que os estoques de glicogênio diminuem começa a utilização da glicose produzida pela gliconeogênese. Glicogenólise Quando ocorre a glicogenólise ? - Ocorre nos momentos de jejum ou entre as refeições ➜ são os períodos que a glicemia diminui e há a necessidade de quebrar os estoques de glicogênio armazenado. Visão geral da glicogenólise A enzima glicogênio fosforilase promove uma reação de fosforólise (usa o grupamento Pi para quebrar a ligação entre 2 glicoses do glicogênio) e forma a glicose-1-fosfato e um glicogênio com 1 molécula de glicose a menos ➜ a glicose-1-fosfato sofre ação da enzima fosfoglicomutase e vira glicose-6-fosfato ➜ a glicose-6-fosfato sofre ação da glicose-6-fosfatase e libera a molécula de glicose (essa molécula liberada pode ser transportada para o sangue para manter a glicemia) OBS: A ligações alfa 1-6 são rompidas pela enzima desramificadora, já que o glicogênio fosforilase só rompe as ligações alfa 1-4. Correlação clínica Doença de Von Gierke ➜ Deficiência de glicose-6-fosfatase ➜ é uma doença da glicogenólise na forma hepática ➜ a glicose-6-fosfatase retira o P da glicose e libera a glicose (é a última etapa de degradação do glicogênio) ➜ ao ser retirado o P a glicose consegue atravessar a membrana das células via transportadores (GLUT) para o sangue, se não for retirado o P a glicose fica presa dentro das células Sintomas - Acúmulo de glicogênio anormal ➜ pois não haverá a degradação completa do glicogênio para glicose pela ausência da enzima - Hepato e renomegalia - Hipoglicemia severa no jejum ➜ já que não há quebra de glicogênio para aumentar as concentrações de glicose no sangue - Acidose láctica ➜ devido à hipoglicemia - Déficit do crescimento ➜ os tecidos não têm glicose suficiente para promover o crescimento celular - Hiperlipidemia ➜ para compensar a hipoglicemia - Hiperuricemia com artrite gotosa. Tratamento Visão detalhada da glicogenólise Reação da glicogênio fosforilase A enzima glicogênio fosforilase vai fosforilar o resíduo de glicose da extremidade não redutora (aquele que o 1º C está comprometido em uma ligação glicosídica) ➜ ocorre a quebra dessa glicose e o Pi se liga ao 1º C dessa glicose e forma a glicose-1-fosfato ➜ o resto da cadeia permanece a mesma ➜ a glicogênio fosforilase consegue quebrar várias extremidades não redutoras ao mesmo tempo (devido ao glicogênio ser uma cadeia muito ramificada), possibilitando o aumento da glicemia rapidamente Estrutura da glicogênio fosforilase A enzima glicogênio fosforilase é uma enzima homodimérica (formada por duas cadeias polipeptídicas ➜ em azul e em verde) ➜ possui como coenzima o piridoxal fosfato (PLP), que ajuda na fosforilação da glicose do glicogênio ➜ a glicogênio fosforilase é uma enzima regulatória (sofre controle alostérico) ➜ existe em duas conformações: relaxada (ativa) e tensa (inativa). Correlação clínica Tratamento de diabetes e enzima glicogênio fosforilase A glicogênio fosforilase libera glicose a partir dos estoques de glicogênio, aumentando a glicemia do sangue ➜ se a enzima que realiza essa quebra da glicose é inibida haverá a estocagem de glicogênio mas não a quebra dessa glicose no sangue e aumento da glicemia ➜ isso só ocorre se houver glucagon, pois ele que ativa a enzima glicogênio fosforilase ➜ diabetes tipo I ➜ outros tipos de diabetes a ação dessa droga não terá efeito. Reação da fosfoglicomutase A fosfoglicomutase é uma enzima fosforilada (possui Pi) e transfere esse Pi para a glicose-1-fosfato na posição do C 6, virando glicose-1,6-bifosfato ➜ a fosfoglicomutase, posteriormente, retira o Pi do C 6 e restaura o fosfato doado em sua estrutura (da enzima) ➜ o fosfato do C 1 é transferido para o C 6, virando glicose-6-fosfato. Reação da enzima desramificadora Quando a configuração estrutural se encontra em 4 resíduos de glicose da ramificação, a enzima glicogênio fosforilase não consegue mais atuar ➜ quem passaa atuar é a enzima desramificadora (quebra as ligações alfa 1-6) ➜ primeiramente, essa enzima faz uma transferase (transfere 3 resíduos de glicose da ramificação para a cadeia principal ➜ para a ação da glicogênio fosforilase) ➜ posteriormente, essa enzima realiza uma atividade glicosidase (reconhece a ligação glicosídica alfa 1-6, quebra a ligação e libera a molécula de glicose-1-fosfato) ➜ a cadeia de glicogênio passa a ser linear e volta a sofrer ação da glicogênio fosforilase. Glicose-6-fosfato liberada pela glicogênese e passagem para o sangue A glicose-6-fosfato precisa ser liberada no sangue, mas deve sofrer uma quebra do Pi para atravessar a membrana ➜ a glicose-6-fosfato vai até o RE do hepatócito e atravessa para dentro do retículo por meio de um transportador T1 ➜ o lúmen do RE possui o sítio ativo da enzima glicose-6- fosfatase, a glicose-6-fosfato se liga nesse sítio ativo e é transformada em glicose livre (desfosforilação), liberando o Pi ➜ o Pi atravessa a membrana no RE para o citosol por meio do transportador T3 e a glicose pelo transportador T2 ➜ a glicose atravessa a membrana celular e cai no sangue pelo transportador de membrana GLUT 2 ➜ aumenta a glicemia. OBS: As células do fígado (hepatócitos) possuem a enzima glicose-6-fosfatase, por isso o fígado contribui para a regulação da glicemia ➜ já o tecido muscular não possui essa enzima (que desfosforila a glicose-6-fosfato e permite a passagem pela membrana), impossibilitando a exportação de glicose para o sangue e outros tecidos ➜ não atua na regulação de glicemia. Correlação clínica Doenças do glicogênio (glicogenoses) ➜ são erros metabólicos determinados por deficiências enzimáticas que refletem na síntese ou degradação do glicogênio. Existem 3 formas de glicogenoses 1º) Forma Hepática ➜ quando o problema é relacionado ao glicogênio hepático 2º) Forma Miopática ➜ quando o problema é relacionado ao glicogênio muscular 3º) Forma generalizada ➜ quando o problema é nos 2 (hepático e muscular) Sintomas Quais são as doenças ? Mecanismo de regulação 1º) Ocorre por meio de duas enzimas ➜ glicogênio sintase (glicogênese) e glicogênio fosforilase (glicogenólise) 2º) O AMPcíclico regula essas enzimas ➜ aumenta quando o glucagon está elevado ➜ o AMP inibe a glicogênio sintase e estimula a glicogênio fosforilase (glicogenólise) 3º) Aumento da concentração de glicose inibe a glicogênio fosforilase (glicogenólise) e aumenta a glicogênio sintase (glicogênese) ➜ aumenta também a concentração de insulina (coloca a glicose para dentro da célula para virar energia e estimula também a glicogênese). A glicogênio fosforilase existe sob 2 formas: forma T (tensa/inativa) ou forma R (ativa) ➜ os ativadores ou inibidores alostéricos (ATP, glicose-6- fosfato, excesso de glicose no sangue e AMP) que definem quando é ativada e forma T ou R ➜ quando tiver muito ATP, glicose-6-fosfato ou elevadas concentrações de glicose no sangue = ativa forma T (inativa) = não há necessidade de quebrar mais glicogênio e liberar glicose no sangue ➜ quando tiver muito AMP = ativa forma R (ativa). = quebra glicogênio para liberar no sangue Regulação no músculo - A enzima mais ativa é a glicogênio fosforilase a ➜ é produzida quando o músculo está em atividade física ➜ quando o músculo está em repouso a que predomina é a fosforilase b. - A epinefrina e o Ca2+ deixam a fosforilase a mais ativa ➜ epinefrina quando há uma contração rápida do músculo, como estados de fuga ou luta ➜ a epinefrina faz com que a enzima fosforilase quinase fosforile a glicogênio fosforilase b e torna ela mais ativa (glicogênio fosforilase a). Regulação no fígado - Baixa glicose ativa a enzima glicogênio fosforilase a ➜ a ação do glucagon fosforila essa enzima e a torna mais ativa ➜ a localização do P na enzima glicogênio fosforilase a dos hepatócitos é mais interna na cadeia ➜ essa estruturação visa “esconder” da enzima fosforilase fosfatase (PP1), que retira o P quando for estimulada pela insulina ➜ mas se o P estiver “escondido” a fosforilase fosfatase não age sobre essa enzima ➜ existe, então, 2 sítios alostéricos da enzima glicogênio fosforilase a que se ligam ao elevado nível de glicose ➜ isso faz com a conformação estrutural dessa enzima mude e exponha seus P ➜ a fosforilase fosfatase age e quebra os P ➜ a enzima glicogênio fosforilase a que antes era muito ativa passa a ser menos ativa (glicogênio fosforilase b). Ciclo de Cori Importante para a síntese do glicogênio ➜ o músculo quando está em intensa contração muscular quebra o glicogênio por fermentação láctica e produz lactato ➜ o lactato cai no sangue e vai para o fígado ➜ é usado como produto para a via de gliconeogênese para a síntese de glicose ➜ a glicose produzida cai no sangue e, quando em excesso, é utilizada no músculo para a síntese de glicogênio muscular. Regulação hormonal A forma R (ativa) possui uma forma menos ativa (forma b) e mais ativa (forma a) dentro da forma ativa (R) ➜ a forma b é desfosforilada (não possui Pi) e a forma a é fosforilada (possui Pi) ➜ quanto mais Pi mais ativa é, permite a ligação da enzima com mais força ao substrato e gera o produto mais rápido ➜ essa maior fosforilação da forma a é feita pelo glucagon ➜ o glucagon se liga ao receptor da membrana e aumenta a taxa de AMP ➜ o AMP ativa uma proteína quinase a, que fosforila a fosforilase quinase (reconhece a glicogênio fosforilase b e fosforila tornando mais ativa = glicogênio fosforilase a). Insulina - A insulina ativa a fosfoproteína fosfatase 1 (PP1), que retira os P ➜ transforma a fosforilase da forma ativa para a forma inativa e inativa a quebra do glicogênio. - Se for retirado o P da glicogênio sintase ocorre o oposto da glicogênio fosforilase, ocorre a ativação da glicogênio sintase. OBS: A insulina retira os P tanto da glicogênio sintase quanto da fosforilase ➜ a fosforilase se torna inativa (glicogenólise) e a sintase ativa (glicogênese) ao ser retirado o P. OBS: O glucagon faz a P (fosforilação) da glicogênio sintase e da fosforilase ➜ ao fosforilar a sintase ela se torna inativa (glicogênese) e ao fosforilar a fosforilase ela se torna ativa (glicogênólise). No músculo A adrenalina e o Ca2+ vão ativar a degradação do glicogênio por meio da ativação da glicogênio fosforilase e inibem a síntese do glicogênio ➜ pois há a necessidade de liberar o glicogênio necessário para a contração muscular como glicose e não de armazenar a glicose. O que é a glicogênese ? - São várias moléculas de glicose que se unem e sintetizam o polímero glicogênio (reserva de glicose) Como é formada ? A glicose livre sofre ação da enzima Hexoquinase (gasta 1 ATP) e é fosforilada formando glicose-6-fosfato ➜ a glicose-6-fosfato (ao seguir a via de degradação completa) sofre ação da enzima fosfoglicomutase (troca a posição da hidroxila do C 6 para o 1º C) e origina a glicose-1-fosfato ➜ a glicose-1-fosfato sofre ação da enzima UDP-açúcar pirofosforilase que retira o grupamento fosfato e adiciona um nucleotídeo de UDP, formando um UDP-glicose (uridina-difosfato glicose) = forma ativada a glicose e forma que a glicose é transportada para a síntese de glicogênio ➜ a enzima glicogênio sintase reconhece a forma ativada da glicose e acrescenta essa forma ativada da glicose em uma molécula de glicogênio pré-formada ➜ várias moléculas de UDP-glicose são acrescentadas nessa molécula pré formada visando aumentar a cadeia de glicogênio. OBS: A enzima glicogênio sintase só acrescenta as moléculas de UDP-glicose na configuração alfa-1-4Reação da glicogênio sintase A enzima glicogênio sintase recolhe a glicose que vem carreada pela UDP e retira o UDP ➜ acrescenta a glicose que foi retirada a UDP a uma extremidade da molécula de glicogênio ➜ alonga a cadeia da molécula de glicogênio na configuração alfa 1-4 ➜ a adição de glicose na configuração alfa 1- 6 a glicogênio sintase não consegue fazer, quem realiza é a enzima de ramificação do glicogênio ➜ quebra uma parte da cadeia de glicogênio e realoca para a configuração alfa 1-6 (leva a cadeia quebrada para uma posição mais interna do glicogênio ➜ promove a ramificação e ligação glicosídica na posição alfa 1-6) Formação da molécula pré-formada de glicogênio A enzima glicogenina possui uma tirosina na posição 194 que é fundamental na atividade catalítica ➜ a tirosina da glicogenina atrai eletrostaticamente a glicose carreada pelo UDP ➜ parte a ligação da glicose com o UDP e liga a glicose a glicogenina via tirosina 194, liberando UDP ➜ a molécula de glicose ligada a glicogenina atrai uma 2º molécula de glicose, que se liga a molécula de glicose ligada a glicogenina e libera o UDP ➜ esse processo se repete mais 6 vezes, totalizando 8 moléculas de glicose ligadas ➜ essas 8 moléculas ligadas são o primer para iniciar a molécula do glicogênio. A glicogenina contendo a tirosina se liga à primeira glicose ➜ se liga à segunda glicose (com a participação do glicogênio sintase ➜ o glicogênio sintase só começa a sintetizar o glicogênio a parte de 8 glicoses conectadas, mas ela já interage com a glicogenina) e vai se ligando até dar 8 glicoses ➜ quando o glicogênio já possui 8 resíduos de glicose a glicogenina se dissocia e o glicogênio sintase continua a inserção de glicose na cadeia na configuração alfa 1-4 ➜ a enzima ramificadora, quando a glicogênio sintase forma de 6 a 7 resíduos de glicose, quebra a cadeia e acrescenta as ramificações alfa 1-6. Metabolismo do glicogênio É um equilíbrio entre a síntese do glicogênio e a degradação ➜ na ausência de glicose há a quebra do glicogênio ➜ no excesso de glicose há a síntese do glicogênio ➜ esse processo é regulado pela ação hormonal da insulina e do glucagon. Balanço energético do metabolismo do glicogênio O ATP consumido foi na reação de quebra do pirofosfato (PPi) ➜ reação 3 Gliconeogênese/neoglicogênese ➜ É a síntese de glicose a partir de compostos não glicídicos após acabar todo o estoque de glicogênio do corpo ➜ É uma via anabólica (síntese) que ocorre no fígado e córtex renal (o córtex supre a necessidade de glicose quando está baixa em níveis críticos) ➜ é responsável pela síntese de glicose a partir de fontes que não são carboidratos: aa, lactato e glicerol. Vias de utilização da glicose Fontes de energia utilizada pelos tecidos do corpo As He, medula renal, retina e mucosa intestinal só utilizam a glicose como fonte de energia ➜ importância de uma via exclusiva para sintetizar glicose ➜ via da gliconeogênese Cérebro ➜ consome cerca de 120g de glicose por dia ➜ mais da metade do glicogênio nos músculos e fígado. Fontes de glicose Quando é necessária ? ➜ Quando não houver glicose suficiente para suprir os tecidos (baixa quantidade de glicose) ➜ entre as refeições, jejum prolongado, exercício vigoroso. Onde ocorre a gliconeogênese ? ➜ No fígado, córtex renal e intestino delgado (secundariamente) ➜ Dentro da célula desses órgãos ocorre no citosol Glicólise x Gliconeogênese São reações reversíveis ➜ uma quebra a glicose (glicólise) e a outra produz glicose (gliconeogênese) ➜ ambas compartilham de muitas enzimas em comum em suas vias metabólicas ➜ por isso a importância de ambas ocorrem no citosol. OBS: As de vermelho são reações da glicólise e as de azul da gliconeogênese. - Reações irreversíveis na gliconeogênese ➜ Glicose-6-fosfato virando glicose por ação da enzima glicose-6-fosfatase ➜ frutose-1,6- bifosfato virando frutose-6-fosfato por ação da enzima frutose-1,6-bifosfatase ➜ piruvato vira fosfoenolpiruvato por ação de duas enzimas: piruvato carboxilase (convete ATP em ADP + P) formando o oxalacetato e PEP carboxiquinase/fosfoenolpiruvato carboxiquinase (converte GTP em GDP + P) e transforma o oxalacetato em fosfoenolpiruvato. OBS: Essas enzimas acima da gliconeogênese são as enzimas regulatórias dessa via. - Reações irreversíveis na glicólise são as mesmas, mas realizam caminho contrário. OBS geral: A gliconeogênese ocorre para formar/sintetizar uma glicose para que posteriormente ocorra o processo de glicólise. Visão esquemática da gliconeogênese As reações de gliconeogênese são o contrário das reações glicolíticas ➜ as reações irreversíveis de glicólise (de vermelho da tabela) liberam grande quantidade de energia ➜ a nível celular, a célula não consegue captar essa elevada quantidade de energia, na gliconeogênese, para sintetizar o que foi quebrado na glicólise ➜ a célula opta por vias alternativas para realizar esse processo. Caminhos alternativos da gliconeogênese (reações regulatórias) O piruvato produzido da via glicolítica entra na mitocôndria ➜ pode sofrer acetilação e entrar no ciclo de Krebs ou ir para a via da gliconeogênese ➜ na gliconeogênese o piruvato é carboxilado (ganha um CO2) e vira oxalacetato (Bicarbonato + piruvato = oxalacetato ➜ ocorre por meio da enzima piruvato carboxilase, gasta 1 ATP que vira ADP + P e a vitamina biotina é fundamental para que essa conversão ocorra) ➜ o oxalacetato sai da mitocôndria e sofre uma descarboxilação (perda de CO2) a fosfoenolpiruvato, a enzima que realiza esse processo é a forsfoenolpiruvato carboxiquinase A biotina captura o grupamento do bicarbonato e doa esse grupamento para o piruvato ➜ sem a biotina essa transferência de grupamento não acontece ➜ a enzima não consegue fazer essa captura, a biotina que consegue. 1º via: piruvato ➜ piruvato entra na mitoc ➜ piruvato é carboxilado pela piruvato carboxilase e origina o oxalacetato ➜ o oxalacetato não consegue sair da mitocôndria e é reduzido a malato pelo NADH que vira NAD ➜ o malato possui um transportador da membrana mitocondrial e consegue atravessar a membrana até o citosol ➜ no citosol o malato é oxidado novamente a oxalacetato (NAD vira NADH) ➜ o oxalacetato é descarboxilado (perde CO2) pela enzima fosfoenol piruvato carboxiquinase e vira fosfoenol piruvato (PEP). 2º via: lactato ➜ o lactato produz um NADH no citosol e por ação da enzima lactato desidrogenase vira piruvato ➜ piruvato entra na mitocôndria ➜ piruvato é carboxilado pela piruvato carboxilase e origina o oxalacetato ➜ o oxalacetato, ainda dentro da mitocôndria, sofre descarboxilação por ação da fosfoenol carboxiquinase mitocondrial e vira fosfoenol piruvato (PEP) ➜ a PEP possui um transportador de membrana mitocondrial, que leva a PEP até o citosol OBS geral: de piruvato para PEP foram gastos 2 moléculas de alta energia (um ATP e um GTP) ➜ como são utilizadas 2 moléculas de piruvato para formar 1 molécula de glicose são gastos no total 2 ATPs e 2 GTPs. Rotas alternativas do oxalacetato Pode virar malato ou se transformar em aspartato. Aspartato ➜ o oxalacetato vira aspartato por meio de uma reação de transaminação ➜ o aspartato possui seu transportador de membrana, que depende do alfa cetoglutarato ➜ vai da mitocôndria para o citosol ➜ no citosol volta a ser oxalacetato. OBS: Malato ou aspartato produzem oxalacetato no citosol. Oxalacetato virando PEP Ocorre em 2 etapas: 1º) Descarboxilação ➜ o oxalacetato origina um intermediário. 2º) fosforilação ➜ o intermediário necessita de ATP ou GTP para virar PEP.2º reação: frutose-1,6-bifosfato vira frutose-6-fosfato - Na glicólise a frutose-6-fosfato é fosforilada pela enzima fosfofrutoquinase e vira frutose-1,6- bifosfato ➜ há o gasto de 1 ATP nesse processo. - Na gliconeogênese o ATP não pode ser restaurado ➜ ocorre a quebra da frutose-1,6-bifosfato no C 1º ➜ libera o fosfato do C 1º e vira frutose-6- fosfato + Pi 3º reação (última reação) da gliconeogênese - Na glicólise a glicose por ação da hexoquinase vira glicose-6-fosfato ➜ gasta 1 ATP nesse processo. - Na gliconeogênese a enzima glicose- 6-fosfatase quebra a glicose-6-fosfato e libera a glicose + Pi ➜ essa reação acontece no RE (retículo endoplasmático) ➜ a glicose-6-fosfato atravessa a membrana do RE pelo transportador T1 ➜ a enzima glicose-6- fosfatase quebra a glicose-6-fosfato em glicose + Pi ➜ a glicose e o Pi livre passam pelos seus transportadores específicos e vão para fora do RE OBS: A glicose no citosol do hepatócito é liberado no sangue via GLUT 2 Regulação dessa via - Regulação alostérica ➜ aumento de produtos inibe as enzimas. Regulação hormonal Um tempo após a ingestão de uma refeição a glicose começa a diminuir ➜ a insulina começa a reduzir (já que não há concentrações de glicose no sangue para a insulina colocar para dentro da célula) (a insulina inibe a gliconeogênese) ➜ e o glucagon começa a aumentar (estimula a gliconeogênese). - Ao ativar uma via (glicólise ou gliconeogênese) consequentemente inibe a outra, já que ambas compartilham de muitas enzimas e são processos invertidos ➜ a glicólise ocorre em estado de absorção de glicose (após uma refeição) ➜ a gliconeogênese em estado de jejum (poucos níveis de glicose no sangue). OBS geral: - Hipoglicemia ➜ atua o glucagon ➜ objetiva aumentar as concentrações de glicose no sangue ➜ estimula a glicogenólise (quebra do glicogênio em glicose) e a gliconeogênese (produção de glicose a parte de compostos não glicídicos). - Hiperglicemia ➜ atua a insulina ➜ objetiva diminuir as concentrações de glicose no sangue ➜ estimula a glicólise (conversão do excesso de glicose em energia) e a glicogênese (acúmulo de glicose armazenada). Regulação enzimática - A enzima piruvato carboxilase (que converte o piruvato em oxalacetato) é estimulada pela Acetil CoA ➜ se os níveis energéticos estiverem altos a via glicolítica é inibida e há um estímulo da gliconeogênese (da produção de oxalacetato) ➜ os níveis de ADP indicam o contrário, indicam pouca energia ➜ estímulo da via glicolítica ➜ inibição da gliconeogênese - O ADP também inibe a fosfoenolpiruvato carboxilase (enzima que converte oxalacetato em fosfoenolpiruvato) - A enzima frutose-1,6-bifosfatase (converte frutose-1,6-bifosfato em frutose-6-fosfato) é inibida por AMP (que indica que os níveis energéticos da célula estão baixos) ➜ inibe a gliconeogênese ➜ e é inibida também por um subproduto da glicólise, a frutose-2,6-bifosfato ➜ inibe a gliconeogênese. Quando a glicemia está baixa é produzido o hormônio glucagon (que joga glicose no sangue) ➜ o glucagon se liga aos receptores da célula hepática e estimula a produção de AMP ➜ o AMP ativa a proteína Kinase A (que fosforila os substratos) ➜ um dos substratos é a enzima bifuncional (composta por fosfofrutoquinase 2 e frutosebifosfatase 2) ➜ essa enzima bifuncional é a que converte frutose-6- fosfato em frutose-2,6-bifosfato ou o contrário ➜ quando essa enzima está completamente desfosforilada a fosfofrutoquinase é ativa e a frutosebifosfatase é inativada ➜ quando a proteína Kinase A fosforila a enzima ocorre a ativação da frutosebifosfatase e a inativação da fosfofrutoquinase ➜ se houver fosforilação dessa enzima bifuncional os níveis de frutose-2,6-bifosfato são reduzidos (a frutosebifosfatase 2 desfosforila a frutose-2,6-bifosfato) ➜ a frutose-2,6-bifosfato é um inibidor da gliconeogênese (da enzima frutosebifosfatase 1, enzima que desfosforila a frutose-1,6-bifosfato em frutose-6-fosfato) ➜ se há uma redução do composto que inibe a gliconeogênese haverá um estímulo da via de gliconeogênese. Balanço energético da gliconeogênese OBS: Toda essa reação é multiplicada por 2, já que a reação do piruvato forma 2 piruvatos e, portanto, esse processo acontece 2x Reações já multiplicadas por 2 1º reação ➜ são gastos 2 piruvatos, 2 bicarbonatos e 2 ATPs ➜ produz 2 oxalacetatos, 2 ADPs e 2 Pi 2º reação ➜ são gastos 2 GTPs ➜ são produzidos 2 CO2 + 2 GDPs 3º reação ➜ são gastos 2 moléculas de água 5º reação ➜ são gastos 2 ATPs ➜ são produzidos 2 GDPs 6º reação ➜ são gastos 2 NADH ➜ são produzidos 2 NAD + Pi A gliconeogênese é uma reação irreversível ➜ delta G = -16 kj/mol A glicose também é uma reação irreversível ➜ delta G = -63 kj/mol Importância da gliconeogênese para o exercício físico A gliconeogênese é importante para o exercício físico ➜ fornece a glicose adicional para a contração muscular e também para a contração do coração ➜ participam do processo de contração muscular o ciclo de Cori e o ciclo da glicose-Alanina. Ciclo de Cori ➜ No músculo em atividade física o glicogênio é quebrado em glicose para a contração muscular ➜ mas pela intensidade do exercício pode ocorrer uma oxigenação insuficiente do tecido muscular ➜ o piruvato então faz a fermentação e produz o lactato (via anaeróbica e produção de energia) ➜ o lactato será transportado até o fígado ➜ no fígado é convertido novamente em piruvato ➜ o piruvato entra na via de gliconeogênese ➜ a gliconeogênese produz a glicose ➜ sai do fígado e é transportada para o músculo para ser utilizada como fonte de energia. Ciclo da glicose-alanina ➜ No músculo em jejum os aa serão utilizados como fonte de energia ➜ produzem a alanina ➜ é transportada até o fígado ➜ sofre a desaminação (perde o grupamento amina) e se transforma em piruvato ➜ o piruvato entra no ciclo de Cori ➜ a amina retirada da alanina entra no ciclo da Ureia Correlação clínica Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (variante mediterrânica) ➜ corresponde a substituição de uma citosina por uma timina no nucleotídeo 563 ➜ produz anemia hemolítica Via das pentoses/desvio das pentoses/desvio das hexoses monofosfato/via do fosfogluconato Onde ocorre ? ➜ ocorre no citosol celular por ser um desvio da via glicolítica A glicose entra na célula e é fosforilada (fica presa dentro da cél) = glicose-6- fosfato ➜ a glicose-6-fosfato pode seguir a via glicolítica para gerar energia ➜ pode ser amazenada na forma de glicogênio ➜ pode ir para a via das pentoses. Via das pentoses ➜ a glicose-6-fosfato é usada para produzir 6-fosfogluconato ➜ o 6-fosfogluconato é utilizado para produzir ribose-5-fosfato O desvio das pentoses é um caminho alternativo para alguns metabólitos da via glicolítica ➜ esses metabólitos entram nessa via e produzem subprodutos que retornam à via glicolítica ➜ o desvio para a via das pentoses ocorre por alguma necessidade da célula Visão esquemática da via das pentoses A glicose é fosforilada em glicose-6- fosfato pela enzima Hexoquinase ➜ é desviada para a via das pentoses ➜ nessa via produz compostos e subprodutos ➜ frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato ➜ esses subprodutos retornarão à via glicolítica Função da via das pentoses A via das pentoses objetiva produzir o NADPH e a ribose-5-fosfato ➜ são produzidos como subprodutos frutose- 6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato que retornam para a glicólise - NADPH ➜ é o poder redutor da célula ➜ transporta hidrogênio ➜ tecidos de grande atividade de síntese de ácidos graxos e esteroides precisam de muito NADPH ➜ glândula mamária, tecido adiposo,córtex da adrenal e fígado ➜ o NADPH é utilizado também para a biossíntese de neurotransmissores, nucleotídeos e para a detoxificação. - Ribose-5-fosfato (R5P) ➜ é um carboidrato necessário para a síntese de ácidos nucleicos (ribose e desoxirribose). Tecidos que utilizam bastante a via das pentoses - Glândula adrenal ➜ síntese de esteróides - Fígado ➜ síntese de ácidos graxos e síntese de colesterol - Testículos ➜ síntese de esteróides - Tecido adiposo ➜ síntese de ácidos graxos - Ovário ➜ síntese de esteróides - Glândula mamária ➜ síntese de ácidos graxos - Células sanguíneas vermelhas ➜ manutenção da glutationa reduzida. Fases da via das pentoses Fase oxidativa ➜ a glicose é utilizada para produzir NADPH e ribose-5- fosfato ➜ são utilizadas as enzimas glicose-6-fosfato desidrogenase, lactonase e 6-fosfogliconato desidrogenase Fase não oxidativa ➜ produz frutose- 6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato ➜ são utilizadas as enzimas transcetolase I e II e transaldolase Visão detalhada da via das pentoses Fase oxidativa A partir da glicose-6-fosfato é sintetizado glicose-5-fosfato ➜ nesse processo ocorre uma oxidação descarboxilativa por meio da enzima 6- fosfogluconato desidrogenase ➜ há a síntese de NADPH em 2 momentos da fase oxidativa ➜ na ação da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase e na 6- fosfofluconato desidrogenase. OBS: Se houver uma deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase todo o restante da fase é comprometida ➜ pois há uma dependência dos produtos da reação para servirem como substrato da reação seguinte Fase não oxidativa Ocorre a regeneração da frutose-6- fosfato e do gliceraldeído-3-fosfato a partir da ribose-5-fosfato. A ribose-5-fosfato oriunda da fase oxidativa é usada para gerar a xilulose- 5-fosfato (ambas trocam carbonos entre si) ➜ a xilulose-5-fosfato doa 2 C para a ribose-5-fosfato ➜ a R5P passa a ser sedoheptulose-7-fosfato e a X5P passa a ser Gliceraldeído-3-fosfato (quem realiza esse processo é a enzima transcetolase) ➜ posteriormente, a enzima transaldolase atua e faz novamente uma troca de C ➜ a S7P doa 1 C para o G3P ➜ a S7P vira frutose-6-fosfato e a G3P vira eritrose-4-fosfato ➜ a F6P entra na via glicolítica e a E4P origina o G3P ➜ a F6P origina X5P. OBS: F6P e G3P retornam para a glicólise a partir da R5P por meio de trocar de grupamentos carbônicos. Regulação da via das pentoses É regulada pela enzima glicose-6- fosfato desidrogenase, que é a primeira enzima da via das pentoses (pode comprometer todo o processo da via) ➜ o excesso de NADPH regula inibindo essa enzima ➜ quando essa via está muito ativa muito NADPH é produzido e o próprio excesso de NADPH inibe a enzima que G6P desidrogenase (que regula a via). Situações que são requeridas a ribose- 5-fosfato e o NADPH 1º situação Células da pele, por exemplo, que estão em constante atividade mitótica requerem mais R5P do que NADPH ➜ a R5P será destinada à produção de nucleotídeos para replicar o seu DNA para a divisão celular ➜ nesse caso ocorre uma reversão da fase não oxidativa (as reações de R5P sendo reciclada para originar F6P e G3P são reversíveis) ➜ essa reversão objetiva reciclar a R5P 2º situação Nessa situação de equilíbrio somente a fase oxidativa da via das pentoses ocorre 3º situação Quando a necessidade de NADPH é maior do que a de R5P ➜ ocorre na síntese de ácidos graxos pelos adipócitos ➜ necessita de muito poder redutor para sintetizar ácidos graxos ➜ ocorre a fase oxidativa (produz NADPH e R5P) ➜ a R5P é usada para restaurar a via glicolítica (produção de F6P e G3P) ➜ esses compostos seguem a via de gliconeogênese para gerar mais G6P ➜ a G6P entra novamente na via das pentoses e produz mais NADPH (que é o objetivo dessa situação). 4º situação A G6P segue a fase oxidativa e produz NADPH e R5P ➜ a R5P continua a via das pentoses e forma a F6P e o G3P ➜ esses compostos vão para a via glicolítica e são utilizados para produzir ATP. Relação da glutationa com o NADPH - A glutationa é um tripeptídeo composto de glutamato, cisteína e glicina (reações que gastam ATP juntam esses 3 aa e formam esse tripeptídeo) É uma glutationa reduzida ➜ o grupamento sulfeto da cisteína possui hidrogênio (por isso é reduzida) A glutationa é oxidada quando 2 glutationas formam uma ponte de sulfeto uma com a outra (perdem o hidrogênio cada uma para formar a ponte de sulfeto) O NADPH transforma a glutationa oxidada em glutationa reduzida ➜ o NADPH traz os hidrogênios e doa para os enxofres. Papel da glutationa e do NADPH para a proteção das células contra espécies reativas de oxigênio O oxigênio normal pode originar um radical superóxido (por excesso de elétrons) ➜ que dá origem a um peróxido de hidrogênio ➜ que pode ser degradado até originar uma hidroxila (OH-) ➜ essas espécies reativas podem causar danos à lipídeos, proteínas e ao DNA = pode degradar o material genético das células, a membrana plasmática e fazer com que a célula perca a sua função ➜ para que isso não ocorra a glutationa se liga a enzima glutationa peroxidase ➜ essa enzima faz a redução do peróxido de H a água (impede que esse peróxido de H se transforme em hidroxila) ➜ nesse processo a glutationa se oxida ➜ a enzima glutationa redutase atua e reduz novamente a glutationa utilizando de NADPH ➜ o NADPH vira NADP, esse NADP é restaurado em NADPH pela enzima glicose-6-fosfato desidrogenase. Correlação clínica glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) A G6PD é a enzima chave da via das pentoses ➜ o principal objetivo da enzima é produzir NADPH ➜ o NADPH é usado em inúmeras vias A reação da G6PD é irreversível ➜ é uma etapa de controle da via das pentoses O que define se a G6P vai seguir a via glicolítica ou das pentoses é a necessidade da célula ➜ se for ATP será a glicólise ➜ se for NADPH ou R5P será via das pentoses. Deficiência de G6PD É um distúrbio genético ➜ causa a deficiência de NADPH ➜ a deficiência de NADPH causa uma deficiência no controle das lesões oxidativas causadas pelas espécies reativas de oxigênio ➜ afeta muito as He (onde há uma grande produção de espécies reativas de oxigênio), podendo causar anemia hemolítica ➜ essa condição de anemia ocorre se o doente entrar em contato com substâncias indutoras de stress oxidativo (a deficiência de NADPH por si só não causa a anemia, mas um fator indutor de stress oxidativo, como uma doença bacteriana, por exemplo, aumenta a quantidade de espécies reativas de oxigênio que não serão convertidas a água, pela deficiência de NADPH). OBS: A gluationa ajuda na manutenção da Hb no estado ferroso ➜ sem a glutationa (causada pela deficiência do G6PD) a manutenção da Hb no estado ferroso é prejudicada ➜ isso causa a precipitação e desnaturação da Hb ➜ é evidenciado pela formação dos Corpos de Heinz ➜ (agregado de moléculas de Hb desnaturadas que se interligam). Variantes da deficiência de G6PD As mais graves são as do tipo 1, 2 e 3 ➜ as do tipo 2 e 3 incluem 90% das deficiências de G6PD. OBS geral: A deficiência de G6PD não tem cura ➜ deve-se evitar substâncias indutoras de espécies reativas de oxigênio (stress oxidativo) ➜ evitar substâncias que requerem a ação do G6PD Correlação clínica Favismo A Fava contém 2 moléculas: vicina e convicina ➜ são hidrolisadas pelo intestino delgado e originam a divicina e a isouramil ➜ essas 2 moléculas são indutoras de stress oxidativo ➜ aumentam a quantidade de peróxido de H produzido ➜ se a pessoa tiver deficiência da G6PD ela não terá a glutationa reduzida para reduziro peróxido de H ➜ causa lesões celulares, principalmente He. (anemia hemolítica) Correlação clínica Deficiência de G6PD e resistência à malária O plasmodium causador da malária vive dentro das He ➜ as espécies reativas de oxigênio ao destruírem as He destroem o plasmodium ➜ a elevada produção de espécies reativas de oxigênio mantém também as condições dentro das He desfavoráveis ao desenvolvimento do parasita ➜ o plasmodium não consegue sobreviver.
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