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RI SP-REDACAO-GRADE DE CORRECAO

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NOME: 
LOCAL: 
IDENTIDADE: 
DATA: 17/11/2019
Assinatura do Candidato: 
SALA: 
GRADE DE CORREÇÃO
GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS - SP | 17/11/2019
REDAÇÃO
Revelado: populistas são muito mais propensos a acreditar em teorias da conspiração.
O YouGov-Cambridge Globalism Project lança nova luz sobre uma parte da população mundial que parece ter uma confiança muito limitada em especialistas 
científicos e em democracia representativa. A análise da pesquisa descobriu que a tendência mais clara entre as pessoas com atitudes populistas muito resistentes era a 
crença em teorias da conspiração, crença essa tanto mais forte quanto mais essas teorias eram desmentidas pela ciência ou por evidências factuais. A pesquisa pode, de 
certa forma, ajudar a compreender o sucesso de populistas de direita em todo o mundo, os quais alimentaram teorias conspiratórias as mais variadas, minaram esforços 
para enfrentar o aquecimento global e rejeitaram o jornalismo baseado em fatos, acusando-o de propagar notícias falsas [fake news]. A pesquisa - de mais de 25.000 
pessoas em quase duas dúzias de países - abrange partes da Europa, das Américas, da África e da Ásia, representando, no total, 4,7 bilhões de pessoas. Entre as 19 
grandes democracias pesquisadas, o Brasil revelou-se o país mais populista, seguido pela África do Sul. Os cientistas políticos afirmam que havia razões para se esperar 
uma relação próxima entre algumas teorias da conspiração e o populismo1 - uma vez que este,tipicamente, envolve a crença de que elites amorais estão em conluio, 
explorando as pessoas comuns para seus próprios interesses. Os dados mostraram também que a descrença dos populistas nas evidências científicas tem menos a ver 
com suas deficiências educacionais do que com raiva e desconfiança em relação às elites e aos especialistas. The Guardian, 02/05/2019. Adaptado.
Teorias da conspiração ajudam o populismo de direita
Deutsche Welle: As teorias da conspiração são diversas: elas podem ser divertidas, porque são inofensivas, como Elvis, que supostamente vive numa ilha 
solitária, ou ridículas, quando dizem que Angela Merkel é uma alienígena. Quando uma teoria da conspiração se torna problemática?
Michael Butter: Mesmo uma teoria da conspiração inofensiva à primeira vista pode ser problemática, como quando alguém acredita que Angela Merkel é uma 
alienígena e acha que precisa fazer algo a respeito. Em geral, elas não são inofensivas quando são dirigidas contra os mais fracos ou minorias, como refugiados ou, 
historicamente, contra os judeus. Ao mesmo tempo, as teorias da conspiração podem, claro, ser perigosas para nossa coexistência democrática.
DW: Pelo fato de que a desconfiança em relação à política fica fora de controle?
MB: Se alguém acredita que os nossos políticos estão todos em um grande conluio e que não faz diferença alguma votar na CDU ou no SPD ou nos Verdes ou 
na Esquerda2, porque eles são todos marionetes de uma conspiração, então ou a pessoa se retira da cena política e não participa mais de nada – esse seria o famoso 
desencantamento político – ou a pessoa vota naqueles que se apresentam como uma verdadeira alternativa a essa velha política. E estes são, nos últimos anos, em 
todo o mundo ocidental e também além dele, os partidos populistas de direita, que na realidade também não contribuem realmente para a solução dos problemas.
DW: O que torna os defensores das teorias da conspiração tão resistentes aos fatos?
MB: Estudos dos EUA mostram que os teóricos da conspiração acreditam ainda mais em suas teorias da conspiração depois que são confrontados com evidências 
conclusivas que as desmentem. As teorias da conspiração são extremamente importantes para a identidade daqueles que acreditam nelas. Elas são uma oferta de 
explicação de como o mundo funciona. E nelas tudo funciona, não há coincidências, uma engrenagem encaixa na outra. A crença e a propagação das teorias da 
conspiração tornam possível à pessoa se destacar da multidão. Os defensores de teorias da conspiração dizem de si mesmos: “Entendemos como o mundo realmente 
funciona. Nós acordamos, abrimos nossos olhos, enquanto outros estão andando pelo mundo dormindo.” Por isso, a identidade deles é muito dependente das teorias 
da conspiração.
DW: Mesmo mudanças que são percebidas pela maioria das pessoas como conquistas e coisas óbvias, como a igualdade de gênero, são usadas para teorias 
da conspiração. Será que a realidade é liberal demais para os seguidores dessas teorias?
MB: As teorias da conspiração frequentemente têm um forte ímpeto conservador no sentido de preservar uma ordem ameaçada ou trazer de volta uma ordem 
abolida pelos supostos conspiradores. Este é também um paralelo em relação ao populismo. Tanto teóricos da conspiração como populistas são movidos por uma 
nostalgia pelo passado. Tomemos como exemplo o medo de homens brancos nos EUA que veem sua posição social sendo minada cada vez mais. Mesmo quando eram 
pobres, ficaram por muito tempo acima de todos os que não eram brancos – e ficavam acima das mulheres. E agora eles mesmos são desafiados. Esta é uma defesa 
contra uma mudança social que certas pessoas não querem aceitar e que passam a tomar como efeitos de uma conspiração, contra a qual seria perfeitamente legítimo 
lutar, já que essa luta seria apenas a defesa contra um complô.
1 - Populismo: aqui, no sentido de conjunto de práticas políticas que se justificam por um apelo direto ao “povo”, geralmente contrapondo esse grupo às “elites” e às instituições. 
2- Partidos políticos na Alemanha.
Entrevista de Michael Butter* a Deutsche Welle, 20/06/2019. Adaptado.
* Professor de Literatura e História da Universidade de Tübingen.
 A crença em “teorias da conspiração”, considerada em suas relações com a vida social e a política, tornou-se, nos últimos anos, uma questão 
relevante tanto nacional como internacionalmente.
 Com base nos textos aqui reproduzidos, que tratam desse assunto, bem como em outras informações que você considere pertinentes, redija 
uma dissertação em prosa sobre o tema: As “teorias da conspiração” na atualidade: inofensivas ou perigosas?
GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS - SP | 17/11/2019
GRADE DE CORREÇÃO:
OBJETIVOS
 O objetivo da prova é verificar a competência dos candidatos, tendo em vista o nível de escolaridade exigido, para desenvolver um texto dissertativo-
argumentativo coerente com a proposta apresentada. Por meio desse texto, ele deverá demonstrar capacidade de mobilizar, criticamente, informações e 
opiniões, argumentando com pertinência e consistência e expressando-se de modo coerente e adequado. 
CONTEÚDOS
 O candidato deverá demonstrar o domínio das estruturas próprias do discurso dissertativo, dos instrumentos articulatórios e das normas gramaticais da 
língua escrita culta. Verificar-se-á também o conhecimento do léxico adequado à modalidade escrita culta da língua portuguesa atual.
CRITÉRIOS
 A redação do candidato será avaliada quanto a três aspectos: adequação ao tema e à estrutura indicados, com peso 4; capacidade de articulação e 
argumentação, com peso 3; domínio da norma gramatical e do léxico próprios da língua culta, com peso 3.
NÍVEIS DE DESEMPENHO 
 Ao texto que atender plenamente aos objetivos pretendidos nesta prova, considerando o nível de escolaridade exigido, será atribuída a nota máxima. 
Os textos que apresentarem desenvolvimento regular ou insuficiente do tema, estruturação sofrível ou precária e desvios no domínio dos instrumentos de 
coesão e das normas da língua culta sofrerão descontos, na nota final, conforme o nível das insuficiências e dos desvios apresentados.
 Fuga total ao tema e/ou inobservância do gênero dissertativo são motivos para nota zero. Tratamento tangencial do tema, meras paráfrases da proposta 
ou abordagens de assuntos genéricos,potencialmente associados ao tema porém alheios a sua especificidade, conduzirão a descontos proporcionais, na nota 
relativa ao primeiro aspecto dos critérios de avaliação.
 Os textos que não atenderem às instruções quanto aos limites mínimo ou máximo não serão corrigidos, recebendo, portanto, nota zero.

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