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Direito Civil V - 1 bimestre - direito de familia

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Direito Civil V – Direito de Família
1ª aula – 20/08/2020
A família brasileira foi estruturada dentro de produto de crime (senhor branco estuprava as escravas, nascia o mestiço, fruto de estupro) 
O chefe de família, casado, com filhos (legítimos, uma vez que foram concebidos dentro de uma relação matrimonial) tinha filhos (“ilegítimos”, estes que eram concebidos fora do casamento)
Antes do CC16, quem regulava o direito civil no Brasil era as organizações Filipinas (inclusive na época da escravidão), portanto, esses filhos oriundos do estupro sequer eram tidos como filhos.
Com o CC16, surge o reconhecimento de família advinda de um matrimonio, qualquer relacionamento que não se encaixasse no matrimonio era considerada ilegítima.
Continuava existindo o chefe de família, mas que em tese, teve seu núcleo administrativo diminuído, já que agora ele geria a mulher e os filhos (núcleo duro – marido, mulher e filhos) – obs.: os filhos nascidos fora do casamento eram considerados bastardos. 
Porem, apesar de juridicamente não haver reconhecimento, haviam varias pessoas que viviam de forma publica, continua ou duradoura constituindo família (chamadas de concubinas puras – livres e desimpedidas para casar, mas que não casaram) e passaram a pleitear direitos, a priori não reconhecidos; com a CF88 passaram a ser chamadas de união estável. 
A CF88 reconhece expressamente 3 tipos de famílias: 
A família matrimonial – família advinda do casamento, de forma formal e solene. 
A família advinda da união estável – regulada pelo art. 1723, CC reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Para constituição de união estável é necessário esses requisitos (pública – as pessoas próximas devem saber daquele relacionamento; duradoura – o CC não dispõe sobre o tempo, então é preciso avaliar os outros requisitos, para que exista um parâmetro; contínua – continuidade, não eventual (não um fica aqui e outro aculá) 
	Família monoparental – constituída por um dos genitores e os filhos. Ex.: o pai e dois filhos. 
● Além dessas, a CF garante que vivemos num período de pluralismo familiar, que assegura que todas as configurações familiares que não entrem em desconformidades com a lei brasileira são permitidas, como p.ex.: 
Família multiespécie. Ex.: família matrimonial multiespécie, composta por seres humanos e não humanos, marido e mulher, e gatos.
	Família anaparental: aquela com ausência de pais, p.ex. irmãos que vivem juntos. 
	Família homoafetiva: constituída por pessoas do mesmo sexo. 
	Família reconstruída, tentacular ou mosaico – a partir de 1977 o direito brasileiro passa a admitir a possibilidade de divórcio – o casamento dissolvido em vida (pelo divórcio) abre a possibilidade para os divorciados constituírem uma nova família. Ex.: um homem que se casou e tem filhos, se casa e tem outros filhos – será uma família reconstruída. 
Além dessas, temos também: 
	Família paralela ou simultânea – aquela em que tu és casado ou vive uma união estável e simultaneamente vive outro relacionamento. Há quem chame de concubinato impuro “um caso, uma má-fé”. 
No entanto, positivado no CC, afasta-se os direitos ao concubino, boa parte das decisões dizem que não cabem direitos ao concubinato; uma parte da doutrina diz que cabe. 
Ex.: Jonas tem uma esposa em Slz e no interior tem uma outra pessoa que constituiu família, pública, duradoura e contínua por mais de 10 anos, foi reconhecido a essa outra, uma união estável. 
	União estável putativa – significa “com aparência de validade” ex.: um caixeiro viajante, que trabalha em Slz e em The, em Slz ele é casado, e a companheira de The desconhece que ele é casado, lá ele vive em uma união pública, duradoura e contínua, aparenta ser um homem sério – para a mulher de The, é um relacionamento único, ambas as mulheres estão de boa-fé. 
	Obs.: trisal ou relacionamentos de poliamor/poliafetivo, eles podem constituir uma entidade familiar. O que não pode é a bigamia, ou seja, dois ou mais casamentos simultâneos. O poliamor é uma relação entre três ou mais pessoas, que pode ser uma união estável. 
	→ princípios do direito de família:
a) princípio do respeito à dignidade da pessoa humana - personalização e despatrimonialização do direito e família: a dignidade humana dentro do direito de família é colocar a pessoa como mais importante do que qualquer realidade patrimonial. 
b) Princípio da igualdade jurídica - dos cônjuges e dos companheiros art. 226, parágrafo 5º CF – são iguais entre si, têm os mesmos direitos e deveres. - de todos os filhos – art. 227, parágrafo 6º, CF – os filhos também são iguais entre si, independente de serem concebidos dentro do matrimonio, fora dele, ou em qualquer situação e têm os mesmos direitos e deveres. 
- na chefia familiar
d) princípio da paternidade responsável e planejamento familiar – art. 226, parágrafo 7º, CF. (livre decisão do casal) – a decisão de ter filhos ou de quantos filhos terão é de responsabilidade única do casal, nenhuma entidade irá intervir nas decisões de como se dará a configuração familiar. 
e) Princípio da comunhão plena de vida – afeição entre cônjuges e companheiros: está vinculado ao escopo de constituir família, ambos partilham de tudo, independentemente do regime de bens, a responsabilidade é reciproca, seja em meandros espirituais, afetivos, financeiros, ambos são responsáveis pela família. 
f) princípio da liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar ou não intervenção: em tese, as pessoas são livres para constituir família e como constituir a família, no entanto, há “exceções” 
art. 1641, CC. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) – há uma inconstitucionalidade, uma vez que obriga o maior de 70 anos a casar em regime de separação total de bens, protegendo o estado ou os herdeiros, pressupondo que o maior de 70 anos não tem capacidade para tomar suas próprias decisões. 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
g) princípio da solidariedade familiar (art. 3, I, CF 88): há uma reciprocidade de responsabilidade entre todos os entes familiares, os pais são responsáveis pelos filhos e os filhos são responsáveis pelos pais depois de atingirem a maior idade. Os cônjuges são responsáveis entre si e os companheiros também. 
h) princípio do maior interesse do menor – principio do maior ou melhor interesse da criança e do adolescente. Tudo que for dialogado sobre a criança/adolescente deverá seguir este princípio. Ex.: guarda, em regra deve ser compartilhada entre os genitores, salvo quando for melhor para o menor a guarda deferida em favor de um ou de outro, ou de terceiros. 
i) princípio da afetividade: tem muita força no direito contemporâneo, os vínculos afetivos são importantes como qualquer outro vinculo. O STF reconheceu em um julgamento sobre multiparentalidade que não há hierarquia entre parentesco biológico e parentesco afetivo, ambos estão no mesmo patamar, não havendo distinção entre um e outro. 
j) princípio da função social da família: a CF coloca a família como base da sociedade e enquanto base da sociedade, cabe a família ser a orientadora. a função social da família é assegurar a integridade física, mental, psíquica dos seus membros. 
“uma boa família gera um bom cidadão que gera uma boa sociedade”
2ª aula – 27/08/2020
CASAMENTO
Conceito, natureza jurídica e formalidades: 
Conceito: o casamento é um contrato especial de direito de família, baseado na lei, no afeto e entre duas pessoas. (o casamento por amor veio a partir do sec. XIX) 
Esse conceito engloba uma totalidade e uma variedade possível de combinações matrimoniais. (pluralismo familiar – matrimônios possíveis, permitidas – tudo que não é proibido, é permitido) 
Obs.: a lei seca eaté mesmo a doutrina trata de casamento entre “homem e mulher”, no entanto isso já foi superado, uma vez que o STF julgou procedente o reconhecimento das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, estendendo isso a relações matrimoniais, portanto, hoje o casamento é entre duas pessoas. 
Um dos conceitos ultrapassados do casamento diz que “o casamento é um contrato especial de direito de família, baseado na lei, para regulação sexual e procriação” – Silvio Rodrigues. (regulação sexual – ninguém precisa casar para manter relações sexuais e ninguém é obrigado a manter relações sexuais porque está casado – hoje em dia, não se pode mais falar sobre o débito conjugal (possível anulação de casamento quando não há sexo entre os casados)
Atualmente, o casamento “é baseado no amor” o que traz uma consequência – o divórcio – no Brasil, o número de divórcios é crescente.
Anteriormente, até 1977, só se dissolvia casamento válido no Brasil em razão de morte. A partir de 1977, o casamento passa também a ser dissolvido pelo divórcio. 
Com o casamento, não se fala “SIM” somente para o amor, mas também para o regime de bens, para os alimentos, poder familiar, guarda, sucessão, ou seja, para um conjunto de direitos e deveres. Segundo... projeções – a pessoa apaixonada está apaixonada por uma projeção, isso é diferente de amor – para o direito, somente o afeto não é suficiente, pois aqui juntamos o afeto e a lei.
A lei que regula o casamento diz que, o casamento é formal e solene, e para que ele exista é preciso estar em conformidade com a lei e ter consentimento das partes (consentimento dos nubentes – noivos) 
	Obs.: o término do casamento gera inúmeras consequências para as partes, no entanto, o término de um noivado não gera consequência nenhuma, a não ser que seja provada a existência de uma união estável. 
O casamento parte da autonomia da vontade das partes, dentro da lei para um fim (qual o fim? Uma comunhão de vidas baseado no afeto entre duas pessoas) 
	Obs.: casamento é um contrato especial, uma vez que não se coadunam com as regras dos contratos em geral, a sua regulamentação é dada pelo direito de família. 
→ 2. NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO: 
Existem 3 teorias da natureza jurídica do casamento:
2.1 teoria contratual: diz que casamento é um contrato.
Dessa forma, pensa-se que, o casamento inicia-se por vontade das partes e termina por vontade das partes. 
- Cristiano Chaves de Farias – o casamento de inicia por vontade das partes, o casal que pretende casar busca um cartório, passa pelo processo de habilitação do casamento e casa. 
Após a entrada em vigor da Lei 11.441/2007, que traz a possibilidade de divórcio extrajudicial – onde o casamento inicia por vontade das partes, termina por vontade das partes sem a intervenção judicial.
No entanto, em algumas situações não é possível o divórcio extrajudicial, p.ex. quando existem filhos menores de 18 anos ou incapazes por outras razões, uma vez que em relação aos filhos menores, existe sobre os pais a figura do poder familiar (é o conjunto de deveres e direitos que os pais têm em relação aos filhos menores de 18 anos)
	Obs.: o casal que tem filhos menores ao se divorciar, na própria ação de divórcio será regulamentado como ficará a guarda e os alimentos, portanto, é imprescindível que haja segurança jurídica para os filhos após a dissolução matrimonial dos pais, dessa forma, o divórcio será judicial, com a intervenção do MP que assegurará os direitos dos menores de 18 anos, onde haverá uma decisão judicial regulamentando a guarda e os alimentos. 
	Obs.: não é impossível haver divórcio extrajudicial com filhos menores de 18 anos, desde que as questões pertinentes aos filhos já estejam sanadas, ou seja, se antes do divórcio extrajudicial já foi feita uma ação de guarda e alimentos resguardando os direitos dos filhos menores de 18 anos. 
2.2 teoria institucional: casamento é uma instituição. 
Maria Helena Diniz: defende que o casamento tem uma natureza jurídica institucional, considerando que o casamento é uma instituição do estado, baseada na lei. 
No entanto, o casamento não é apenas uma instituição baseada na lei, pois ele pauta-se na vontade das partes (inicia-se na vontade das partes).
2.3 teoria mista: casamento um contrato e uma instituição
Essa teoria defende que o casamento é tanto contrato especial de direito de família, como também uma instituição. 
3. EXISTÊNCIA DO CASAMENTO: conformidade com a lei e consentimento (obs.: a diversidade de sexo não é mais exigência para constituição matrimonial) 
Está ligado a escala pontiana (para que o negócio jurídico se concretize, é necessário que ele preencha 3 degraus (existência, validade e eficácia) 
No direito mundial/internacional, também temos a teoria da inexistência no direito civil, que diz que alguns negócios jurídicos que sequer chegam a existir (é muito mais doutrinária do que pratica), pois na prática, as possibilidades que recairiam sobre a figura na inexistência, foi colocado como sendo invalidade. 
Ex.: casamento celebrado por procuração, em que a procuração é revogada. A revogação da procuração implica na ausência de consentimento, e para haver casamento, é necessário haver vontade das partes. Nesse caso, ao invés de tratar a procuração revogada e o não consentimento como inexistência, trata-o como invalidade, pois não há, processualmente falando, nenhuma peça para declarar inexistência e, filosoficamente falando, se há um processo declarando a inexistência de algo, há confirmação que esse “algo” existe.
Sendo assim, a teoria da inexistência hoje, seria “serão inexistentes todos os casamentos que não forem celebrados conforme a lei e com consentimento das partes” – no entanto, em muitos casos que deveria ser declarado a inexistência, na verdade, é declarado a invalidade (a teoria da inexistência, em se tratando de casamento, é muito mais doutrinária do que prática). 
4. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO NO BRASIL: 
4.1 Idade núbil: 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
o art. Fala sobre homem e mulher, pois à época do CC, a mulher tinha idade núbil aos 16 anos, mas o homem só a adquiria aos 18. 
A idade núbil no Brasil é a partir de 16 anos. Para que uma pessoa menor de 18, maior de 16 possa casar, é preciso a autorização dos pais ou dos responsáveis legais.
→ Art. 1.520.  Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019)
O incapaz para casar é incapaz para casar com qualquer pessoa. O impedido para casar é impedido de casar com determinada pessoa. (quem regula o impedimento é o art. 1521) 
Mas, se porventura, um autorizar e outro não? Ou até mesmo se ambos não autorizarem? Será necessário o suprimento judicial de autorização, nos casos em que um dos genitores ou ambos não autorizem o casamento do menor de 18 anos, ele ainda tem outra possibilidade, que seria pleitear o suprimento judicial de autorização. 
 Obs.: Maria tem 16 anos, os seus pais não autorizaram o casamento, e ela busca o suprimento judicial de autorização, a autorização lhe é dada, no entanto há uma consequência para isso, prevista no art. 1641, CC – dispõe que quem casa com suprimento judicial necessariamente casará sob regime de separação obrigatória de bens (não tem a discricionaridade de escolher em qual regime de bens ele vai casar) 
	Obs.2: os representantes legais autorizam o casamento, eles têm até a celebração para revogar a autorização, ou seja, é possível a revogação da autorização dada pelos pais ou representantes até a celebração. (essa revogação não precisa ser fundamentada, em regra) 
RELAÇÃO DE PARENTESCO – ART. 1591 A 1595:
1. Tipos de parentescos:
1.1 parentesco consanguíneo: aquele em que há um vinculo de sangue, vinculo biológico. Ex.: pai, mãe e filhos. 
1.2 parentesco civil (ficção jurídica):
adoção
socioafetivo
reprodução assistida heterólogaHistoricamente, ele era reconhecido apenas como adoção. 
É uma ficção jurídica, onde se pressupõe onde fulano e beltrano, apesar de não serem “de sangue” são parentes. 
Hoje, além da adoção, reconhece-se também como parentesco civil, o parentesco socioafetivo, aquele que há laços afetivos entre as partes. Ex.: posse do estado de filho – implica no preenchimento de alguns requisitos: fama (socialmente são vistos como mãe e filho); trato (se tratam como mãe e filho); nome (nome/sobrenome do outro) – obs.: enteados podem ter o sobrenome do padrasto ou madrasta (lei Clodovil de 2006 – não possibilitava outros direitos, no entanto, posteriormente, passa-se a discutir esses direitos, o STF reconheceu que não há hierarquia entre parentesco socioafetivo e consanguíneo) 
Precisa haver o reconhecimento para que haja direitos (espontânea ou involuntário – ex.: ação de reconhecimento de paternidade ou maternidade socioafetiva (neste caso, há um vínculo e a pessoa propõe essa ação) – a partir do reconhecimento, o direito passa a ser reconhecido. 
Reprodução assistida heteróloga (por inseminação artificial ou por inseminação in vitro)
É diferente da homologa (esta que é feita com material genético dos cônjuges), a heteróloga é feita com material genético de um terceiro doador – neste segundo caso, o esposo precisa autorizar a reprodução – gerando um parentesco civil por parte do esposo e consanguíneo por parte da esposa. 
Se ele não autorizar, afasta-se a presunção de paternidade prevista no art. 1597. 
1.3 parentesco por afinidade, art. 1595. 
É o parentesco que “se ganha” com o casamento ou união estável.
Filhos, netos, bisnetos, pai, mãe, avo, tataravô 
Enquanto casados ou vivendo união estável os cunhados também são parentes – após a dissolução do casamento, os irmãos/irmãs deixam de ser parentes. (existe ex cunhados)
São parentes na constância da relação: os descendentes, ascendentes e irmãos do cônjuge ou companheiro. 
Com o término da relação deixam de ser parentes os irmãos do cônjuge ou companheiro. 
Sogra é para sempre, rs. Enteados são para sempre, rs. 
Esse parentesco só serve para impedimento de casamento 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2 o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. 
→ linhas de parentesco: 
- Parentesco em linha reta: é uma relação de existência “eu existo, pois, meu pai existe, pois, meu avô existe, minha filha existe, pois eu existo, minha neta existe, pois, minha existe”
Ascendentes: avô, pai ...
Descendentes: filho, neto, bisneto...
Obs.: a linha reta é infinita. 
- Parentesco em linha colateral: “não há uma relação de existência, pois nós não estamos ligados diretamente, um terceiro nos liga”
Obs.: é finita, vai até o 4º grau. 
Linha colateral 2º grau: irmãos
3º grau: tios e sobrinhos
4º grau: primos, tio avô e sobrinho neto. 
Obs.: não existe 1º grau em linha colateral. Pois, sempre dependemos de uma outra pessoa para nos ligar, “tenho que subir até meu pai e minha mãe e descer para encontrar uma ligação entre nós”
Obs.: só existe parentesco de 1º grau em linha reta, consanguíneo ou civil (pais – ascendentes ou filhos – descendentes); por afinidade (sogros – ascendentes ou enteados – descendentes) 
→ os irmãos podem ser bilaterais ou unilaterais:
a) bilaterais: filhos do mesmo pai e por parte de mãe.
b) unilaterais: irmão só por parte de pai ou só por parte de mãe. 
Obs.: quando ao mesmo tempo se tem irmãos bilaterais e unilaterais se chama de IRMANDADE HÍBRIDA. 
→ Eu e meu pai somos parentes em linha reta, em primeiro grau consanguíneo – existe uma geração que nos separa. 
Na linha reta, todos os parentes são de gerações distintas. 
Na linha colateral, é possível que se tenha parentes de mesma geração e de gerações distintas. Ex. de mesma geração: irmãos e primos. (pois a diferença entre eu e meu irmão é de uma geração – eu subo uma geração até meu pai e desço uma geração até meu irmão – estamos na mesma geração) e eu e meu primo (eu subo uma geração até meu pai, mais um geração até meu avô, desço uma geração até meu tio e mais uma até meu primo – estamos na mesma geração) 
Ex. de gerações diferentes: sobrinhos, tios e tio avô, sobrinho neto. 
Obs.: o parentesco em linha colateral só vai ate o 4º grau, portanto, o filho do meu primo não é parente. 
Eu e meu irmão somos parentes consanguíneos em linha colateral, de mesma geração.
Eu, meu irmão e meu primo somos parentes da mesma geração. Somos de 4º grau em linha colateral. 
3ª aula – 10/09
Continuação – casamento
5. Impedimentos:
O impedido de casar não pode casar com determinadas pessoas (é uma proibição)
Obs.: o que vale para o casamento, vale também para união estável, salvo o inc. VI. 
OBS: Se tu és casado, mas separado de fato e vier a viver de forma pública, contínua, duradoura, constituindo família, ou seja, uma união estável (723 CC), isso pode. 
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
Em razão de parentesco: 
· Em razão de parentesco (moral/genético)
- MORAL - Incesto sempre foi repudiado na sociedade ocidental, tendo relatos desde a antiguidade clássica, com a peça Édipo, de Sófocles.
- GENÉTICA – endogâmicas x exogâmicas
Há proibição de casamento em parentes em linha reta (seja civil, por afinidade ou consanguineo) 
1.1 CONSANGUÍNEO
- Parentes em Linha Reta (moral/genética) I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
- Parentes em Linha Colateral de 2º (moral/genética) IRMÃOS IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, (...) 
- Parentes em linha Colateral de 3º (genética) – Decreto lei 3200/1941 – Tios e sobrinhos poderão casar-se, desde que, façam um exame PRÉ NUPCIAL que ateste não existir possível prejuízo genético à prole. 
IV – (...)e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
1.2 CIVIL
- Parentes em Linha Reta (moral) I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
- Parentes em Linha Colateral de 2º (moral) IRMÃOS V - o adotado com o filho do adotante;
1.3 AFINIDADE
- Parentes em Linha Reta (moral) II - os afins em linha reta;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
LEGITIMIDADE PARA OPOR IMPEDIMENTOS – QUALQUER PESSOA
PRAZO – até o momento da celebração do casamento (o casamento o se aperfeiçoa após as palavras mágicas do art. 1535)
0425
(Após o casamento celebrado só se admitiria Ação Declaratória de Nulidade.)
FORMA de oposição de impedimentos – escrita e assinada (deve ser documentado, sem anonimato – entregue ao oficial de registro, que comunicará os noivos, estes que apresentarão provas no prazo de 3 dias, ou pleitearão um prazo maior) provado que não há impedimentos, os noivos sabendo quem opôs impedimento, poderão propor ação de responsabilidade civil ou criminal, caso caiba, em razão de quem opôs impedimento de forma maliciosa. 
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
5. causas suspensivas: 
A suspensão de casamento, é um “não deve – é um conselho” – poder, pode, mas não deveria, pois caso você case, seu casamento será regido pelo regimente de separação obrigatória de bens. 
As causas suspensivas vislumbram proteção patrimonial de determinadas pessoas (inc. I, III, IV) e evitar confusão sanguínea (II) 
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filhodo cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; (SE NÃO TIVER FILHOS COMUNS, PODE CASAR) – INCIDIRÁ SOBRE ELE A HIPOTECA LEGAL [GARANTIA DE PAGAMENTO, OS BENS SERÃO DADOS EM GARANTIA AOS FILHOS] E O REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATORIA DE BENS) 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; - VISLUMBRA EVITAR CONFUSÃO DE SANGUE – BASTA FAZER UM EXAME E PROVAR QUE O FILHO NÃO É OU É DO FALECIDO OU DO EX, PODE CASAR EM QUALQUER REGIME DE BENS. 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; - PARA EVITAR CONFUSAO PATRIMONIAL ENTRE O PRIMEIRO E O SEGUNDO CASAMENTO. 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
OBS.: SE FOR POSSIVEL PROVAR QUE NÃO HAVERÁ PREJUÍZOS A NINGUÉM, O INTERESSADO PODERÁ CASAR EM QUALQUER REGIME DE BENS (EX.: QUANDO NÃO HÁ PATRIMÔNIO) 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins. – A LEGITIMIDADE PREVISTA NESTE ART. É EXEMPLIFICATIVA E NÃO TAXATIVA. 
● Espécies de casamento válido:
1. casamento civil:
2. casamento nuncupativo e em caso de moléstia grave: 
Obs.: o CC abre duas exceções 2 quanto às formalidades para a validade do casamento. 
2.1 em caso de iminente risco de vida – casamento nuncupativo (art. 1541, CC) 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau (irmãos) 
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
Depois do casamento, é que acontece o procedimento. A partir daí, o juiz irá solicitar provas, documentos, pode fazer diligencias, chamar testemunhas. Somente após identificar que o casamento ocorreu por livre vontade das partes, mesmo não seguindo as solenidades normais, o casamento vai ser confirmado, confirma-se judicialmente, mas o registro é da data que ocorreu a celebração.
Se, porventura, a pessoa que estava em iminente risco de vida convalescer (“voltar a vida – melhorar”) e ela própria dirigir-se até o cartório, mediante autoridade competente e do oficial de registro, confirmando que o casamento existiu, não há necessidade da judicialização do casamento (não será um novo casamento, é somente a confirmação do casamento nuncupativo, que já aconteceu na presença das 6 testemunhas) 
· Seis testemunhas, que os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou na colateral, até o segundo grau.
· As testemunhas devem comparecer, dentro em dez dia, perante a autoridade judiciária mais próxima a fim de que sejam reduzidas a termo as suas declarações, pelo processo das justificações avulsas. Se não comparecerem espontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua notificação.
· Serão dispensadas tais formalidades se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento em presença da autoridade competente e do oficial de registro. (art. 1541, §5°)
2.2 casamento em caso de moléstia grave (art. 1539)
É distinto do casamento nuncupativo, neste que não há possibilidade de seguir as solenidades. Enquanto no casamento em caso de moléstia grave, pressupõe-se que já estão satisfeitas as solenidades preliminares do casamento, e o oficial de registro tem expedido certidão de habilitação. 
· Pressupõem-se que já estejam satisfeitas as formalidades preliminares do casamento e o oficial de registro civil tenha expedido o certificado de habilitação ao casamento, mas a gravidade do estado de saúde de um dos nubentes o impede de locomover-se e de adiar a cerimônia.
· Pode dispensar os proclamas em caso de urgência. (15 dias em que se dá publicidade ao ato) – os noivos se habilitam com a fase documental, e solicitam à autoridade competente que seja suprimida a fase de proclamas. 
Se, por acaso, acontecer algo e o oficial de registro não pode comparecer, é possível que no caso de ausência de oficial de registro, seja nomeado um oficial de registro ad hoc, qualquer pessoa nomeada pela autoridade competente em um termo avulso (um papel – uma vez que ele não possui fé pública para registrar casamento em livro próprio do cartório) que será registrado em cartório no prazo de 5 dias. 
· O termo avulso lavrado pelo oficial ad hoc será assinado pelo celebrante, pelo oficial ad hoc e pelas testemunhas e registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante 2 testemunhas.
Essas testemunhas que irão testemunhar o registro do termo avulso, tem como objetivo confirmar que o que está no termo avulso, será registrado em cartório. 
3. casamento religioso com efeitos civis: 
3.1. com prévia habilitação (art. 1561, §1º) 
· Será a habilitação apresentada ao ministro religioso que a arquivará;
· Celebrado o casamento, deverá ser promovido o registro, dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado.
· Tal prazo, contado da celebração, é decadencial e, se esgotado, ficarão sem efeitos os atos já praticados.
· Os nubentes terão de promover nova habilitação e cumprir todas as formalidades legais, se desejarem realmente conferir efeitos civis ao casamento religioso.
· O FALECIMENTO de um dos nubentes, desde que o pedido seja encaminhado dentro do referido prazo não constituirá obstáculo ao registro, uma vez que realizado o ato validamente.
 
aula 4 – 17/09
habilitação ao casamento 
	1 FASE - DOCUMENTAL
	2 FASE –
PROCLAMAS
	3 FASE –
CERTIDÃO
	CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
	4 FASE –
REGISTRO
	Art. 1525 CC
	Art. 1527 CC
	Art. 1.531 CC
	
	
	Art. 1526 CC(MP) 
	Opor causas suspensivas
As causas suspensivas devem ser opostas até a fase de proclamas 
Pois, quando vai pra fazer de certidão, já consta o regime de bens. 
	Art. 1532 CC
	OPISIÇÃO DE IMPEDIMENTOS – poderão ser opostos ATÉ o momento da celebração. 
Passado este momento, não cabe mais impedimentos. 
	No casamento CIVIL é mero meio de prova.
	 
	OBS; possibilidade de mesmo após a celebração do casamento, serem opostas causas suspensivas. No entanto, opostas em relação a uma ação judicial (é necessário judicializar – pois será necessário alterar o regime de bens. – Cristiano Chaves de Farias. 
	
	Art 1514 c/c art 1535 CC
O casamento entre duas pessoas estará celebrado que aceitam uma a outra como cônjuges e “agora vocês estão casados perante a lei” – pela autoridade competente.
	No casamento RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS (prazo de 90 dias para o registro) o casamento só está aperfeiçoado quando ocorre o registro, em livro próprio no cartório, retroagindo a data da celebração do casamento.
Se porventura, não for registrado nos 90 dias que se subseguem, precisará de uma nova certidão de habilitação. 
	
	
	
	
	
Fase 1 – documental: objetiva provar aidade, estado civil, que não há impedimento entre as pessoas que querem casar. 
Os noivos ou seus procuradores deverão de próprio cunho informar que desejam casar-se. 
Será feita a qualificação dos noivos, das testemunhas (2, maiores de 18 anos, parentes ou não dos noivos) – que tem função de representar a sociedade na confirmação dos fatos alegados pelos noivos. 
Nesse momento é que é informado se os noivos querem acrescer o sobrenome do outro cônjuge e escolha do regime de bens. 
Se for regime de comunhão parcial – é reduzido a termo. 
No entanto, se optar por regime diferente, como comunhão universal de bens, com participação final nos aquestos – será necessário um pacto antinupcial. 
Ficará registrado na fase documental o local que foi feito o pacto antinupcial – em qual cartório foi feito.
Os documentos poderão variar! Pois se o noivo é solteiro, o que prova o seu estado civil é a certidão de nascimento. Se é divorciado, o que prova é a certidão de casamento com averbação de divórcio. Se é viúvo, o que prova é a certidão de casamento com a certidão de óbito
. Se teve o casamento nulo ou anulado, a sentença que declarou a nulidade ou anulação do casamento. 
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; ((maiores de 16 anos,que precisam para casar-se da autorização dos representantes legais ou de suprimento judcial. Art. 1517) 
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; TODO MUNDO
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; TODO MUNDO 
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
OBS.: ART. 1526 
Art. 1.526.  A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público.      (Redação dada pela Lei nº 12.133, de 2009) Vigência
Parágrafo único.  Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz.     (Incluído pela Lei nº 12.133, de 2009) Vigência – exceção!!! Só haverá necessidade de homologação judicial, nessas hipóteses. 
Fase 2 – Proclamas: é uma fase de publicidade – momento o qual se dá publicidade à sociedade de que aquele casal vai se casar. Dado através de editais. 
Objetiva informar a sociedade que aquele casal deseja casar. 
Se os noivos morarem em domicílios distintos, os editais serão fixados no domicilio de ambos. 
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação. - o próprio legislador dispensa KKKK 
  Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
  Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.
  Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
● certidão de habilitação ao casamento: 
A certidão de habilitação ao casamento será expedida quando passar da fase documental, fase de proclama, quando não houver nenhuma causa impeditiva, suspensiva e se todos as formalidades forem cumpridas. 
A eficácia da certidão de habilitação será de 90 dias, portanto, quem pretende casar-se após a certidão, deverá agendar o casamento para os 90 dias subsequentes. 
Se por acaso, os noivos marcarem o casamento num prazo posterior ao de 90 dias, precisarão de nova certidão de habilitação ao casamento. Considerando a intempestividade. 
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
  Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
___________________________________________________________________________
Celebração do casamento:
1. Formalidades: 
Exige consentimento das partes e conformidade com a lei. 
Ausência dos rigores da lei = torna o ato inexistente.
1.1 Exceções quanto às formalidades.
- casamento nuncupativo 
- conversão da união estável em casamento. 
2. Local da cerimônia: 
· Em regra é a sede do próprio cartório onde se processou a habilitação, mas pode ser escolhido outro local, público ou particular, desde que respeite aos seguintes requisitos:
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
A celebração do casamento pode ser feita em outro local, desde que a autoridade competente concorde. 
Necessariamente o casamento deve ocorrer com toda publicidade, de portas abertas, presentes pelo menos 2 testemunhas, parentes ou não. 
Requisitos: 
- Consentimento da autoridade celebrante;
- Local aberto;
- Publicidade;
- Prédios de apartamentos?
- Condomínios fechados? 
 3. PUBLICIDADE 
“É ponto hoje fora de dúvida que a publicidade não constitui formalidade essencial ao casamento, por conseguinte, esse se não reputará nulo (leia-se inexistente) pelo fato de se haver celebrado clandestinamente.” (ESPÍNOLA, 2008, p. 113)
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato. 
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
4. CERIMÔNIA COLETIVA 
Nada impede que se realizem cerimônias coletivas, celebradas simultaneamente.
5. HORA e DIA 
O casamento pode ser realizado a qualquer hora e dia, sempre buscando que prevaleça o bom senso e a não realização de casamentos de madrugada ou em altas horas noturnas – o que dificultaria a presença de pessoas que pretendessem oferecer impugnação.
6. TESTEMUNHAS 
Art. 1534, caput, CC, 2002.
Se alguma das testemunhas não souber ou puder escrever – colher-se-ão as impressões digitais e o número de testemunhas será aumentado para quatro;
Aumentado para quatro também se realizado em edifício particular;
Testemunhas – representam a sociedade
7. AUTORIDADE COMPETENTE
 
É o juiz de casamento – A lei de organização judiciária de cada Estado é que designa a referida autoridade. (em alguns estados chama-se juiz de paz; em outros, o próprio juiz de direito é incumbido desse mister.)
Art. 1539, §§ 1 ° e 2°
8. MOMENTO DA CELEBRAÇÃO 
Art. 1535, CC, 2002;
Comparecimento simultâneo dos nubentes. 
Manifestação de vontade no ato da celebração;
Atualidade do consentimento matrimonial
OBS: O princípio da atualidade do mútuo consenso sofre restrição, todavia, pela admissibilidade do casamento por procuração. (art. 1542, CC)Obs.: o arrependimento só cabe entre o “sim” e as “palavrinhas magicas”. 
9. CELEBRAÇÃO 
A celebração do casamento obedece a formalidades essenciais, que se ausentes, tornarão o ato inexistente.
O silêncio não é admitido; - o consentimento precisa ser claro e inequívoco. 
Consentimento por condição ou termo também não é admitido;
Estrangeiro – intérprete
10. CASAMENTO REALIZADO
A declaração do celebrante é essencial, sem ela o casamento perante o nosso direito inexiste.
A retratação superveniente de um dos nubentes, quando “manifestar-se arrependido” (art.1538, III, CC, 2002) após o consentimento e antes da referida declaração, acarreta a suspensão da solenidade, ou seja, o casamento ainda não estava aperfeiçoado. Logo a manifestação de vontade só seria irretratável a partir da declaração do celebrante.
↓ ex.: se com brincadeira o noivo diz que não sabe se quer casar, a celebração será suspensa, mesmo que seja brincadeira.
“O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados” (art. 1514). Não basta, portanto, a declaração de vontade dos contraentes, mesmo porque podem arrepender-se ou sofrer oposição de impedimentos (arts, 1522 e 1538)
11. SUSPENSÃO DA CERIMÔNIA 
Art. 1538 CC, 2002
Se apesar da recusa a cerimônia prosseguir e o ato for concluído e registrado, o casamento será inexistente por falta de elemento essencial: o consentimento.
12. RETRATAÇÃO – não será aceita no mesmo dia.
O casamento é designado para outra data, dentro do prazo de eficácia da habilitação. 
13. RETRATAÇÃO 
Se a retratação for admitida no mesmo dia, por contrariar proibição expressa, constante de norma cogente.
A retratação não será no mesmo dia – receio de ser o contraente moralmente coagido.
14. INTERROMPER CERIMÔNIA 
Além dos casos transcritos no art. 1538 do CC, 2002, a celebração do casamento também se interromperá se os pais, tutores revogarem a autorização concedida para o casamento respectivamente dos filhos, tutelados e. (art. 1518, CC, 2002)
15. ASSENTO DO CASAMENTO NO LIVRO DE REGISTRO 
(PROVA DE CASAMENTO)
Art. 1536, CC, 2002;
Art. 1537, CC, 2002;
O assento destina-se a dar publicidade ao ato e, precipuamente a servir de prova de sua realização e do regime de bens;
Lavratura – ocorre após concluso e aperfeiçoado o casamento;
Se perder a primeira via de certidão, pode expedir uma segunda via. 
16.FALTA DE ASSENTO - não torna o casamento inválido, apenas dificulta sua prova. 
Prova de casamento – certidão de casamento ou qualquer meio admitido no brasil.
Ex.: Joao foi expedir uma segunda via de certidão. 
- posse do estado de casamento (confirmar casamento válido, em caso de dúvida da sua celebração & em prol da prole comum do casal) 
Nome – ter acrescido o nome do outro.
Trato – se tratam como cônjuges.
Fama – têm fama de cônjuges. 
Obs.: A posse do estado de casados não pode ser utilizada para confirmar casamento INVALIDO e tampouco converter união estável em casamento.
É para pessoas que de fato casaram!!!! 
DA EFICÁCIA DO CASAMENTO 
  Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher (duas pessoas) assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. (vale ambos) 
§ 2 o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
  Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
→ Obs.: A quebra de deveres matrimoniais poderá gerar uma Ação de Responsabilidade Civil! 
I - fidelidade recíproca;
OBS; O casal pode escolher a sua configuração familiar, desde que não contrarie a lei. Ex.: relacionamento aberto. 
- infidelidade virtual. 
-infidelidade casta ou de seringa – Flavio Tartuce. – quando a mulher engana o marido, com reprodução assistida com material genético de outro homem. 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; - é possível que cada um tenha seu domicílio individual. 
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos. – deverão ser analisadas de casal para casal. 
  Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses.
  Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
  Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes.
  Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens.
 
Aula 5 – 24/09
Inexistência e invalidade de casamento
Obs.: seguindo a lógica da escala ponteana, o casamento primeiro precisa existir, para posteriormente se discutir sua validade, e sua eficácia. 
Para que o casamento possa existir, exige-se que ele esteja em conformidade com a lei e tenha consentimento das partes – preenchendo a natureza jurídica do casamento – pois a conformidade com a lei está ligada com a institucionalização do casamento regulado pelo estado; e o consentimento está atrelado com a autonomia da vontade das partes. 
Teoria da inexistência: surge na Europa, para responder questões que a teoria da invalidade não conseguia sanar – é própria do direito civil/direito de família, porém materialmente, não há ação de inexistência no processo civil, uma vez que – ontologicamente – falando, quanto mais se prova a inexistência de algo, mais se prova que algo existe. É trabalhada doutrinariamente. 
No segundo degrau da escala ponteana, tempos a validade. E a teoria da Validade é trabalhada dentro do seu oposto – invalidade – 
A invalidade é a exceção, e é somente aquela que expressamente está prevista em lei. 
Não existem invalidades virtuais, ou seja, invalidades não previstas em lei. 
Diferença entre nulidade x anulação: 
Invalidade de cunho absoluto – nulidade. Continua passível de nulidade para sempre, mesmo que haja vontade das partes, não pode convalidar-se. É defeituosa desde a origem e assim permanece. É imprescritível (a qualquer momento pode ser proposta a ação declaratória de nulidade) 
1. TEORIA DAS NULIDADES 
O casamento inválido pode ser NULO ou ANULÁVEL;
Não se admite nulidades virtuais – apenas os casos previstos em lei;
· A nulidade no casamento só pode ser declarada em ação ordinária, logo, não pode ser proclamada de ofício pelo juiz;
· Enquanto não existir sentença de nulidade transitado em julgado o casamento existe e produz efeitos. – terá eficácia – como p.ex. a questão dos deveres familiares. 
● Obs.: pode o cônjuge, paralelo à ação declaratória de nulidade, pedir também o divórcio. 
Se, p.ex. no curso da ação declaratória de nulidade, um dos cônjuges morrer, o outro terá todos os efeitos de casamento válido. Direito a herança, nomeação. 
Depois da nulidade, retroage a data da celebração, como se o casamento não tivesse existido. 
Ao(aos) que estiverem de boa-fé, todos os efeitos de casamento válido continuam existindo. 
Se era solteiro, volta ao stts de solteiro; se era viúvo, volta ao stts de viúvo... 
Quanto aos efeitos patrimoniais: se ambos os cônjuges estiverem de boa-fé: todos os efeitos de casamento válido; se só um deles, estiver de boa-fé, efeitos de casamentoválido pro que estava de boa-fé. 
1.1 AÇÃO 
1.Casamento nulo – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE;
Legitimidade: qualquer interessado (os pais, os filhos, os netos e os próprios cônjuges, ainda que estejam de má-fé) e MP.
Efeitos ex tunc [retroage à data do casamento];
2. Casamento anulável – AÇÃO ANULATÓRIA;
Invalidade relativa – poderá ser convalidado por vontade das partes, ou pelo decurso do tempo. 
Apresenta prazos decadenciais, que variam de 180 dias a 4 anos.
→ Há 7 hipóteses de casamentos passiveis de anulação
Efeitos: 
Ex nunc [Orlando Gomes, Maria Helena Diniz e outros]
Ex tunc [Pontes de Miranda, Clóvis Beviláqua e outros]
a) Prazo 
· Ação anulatória - Prazo decadencial
· Ação de nulidade – imprescritível 
Obs: Dissolução do casamento por morte ou divórcio não extingue a possibilidade de propor ação declaratória de nulidade. – Pode ser oposta a qualquer tempo, mesmo após morte de um dos cônjuges, divórcio e etc. 
1. CASAMENTO NULO (alterado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência)
1.1. Causas (art. 1548)
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) - estatuto da pessoa com deficiência – só é absolutamente incapaz menor de 16 anos. Os enfermos mentais ou intelectuais poderão casar-se seja, expressando eles próprios a vontade; ou do responsável/curador poder expressar por eles. 
II - por infringência de impedimento.
b) Quando infringe impedimento [art. 1548]
* IMPEDIMENTOS – apenas os prescritos no art. 1521;
Os casamentos só podem ser declarados nulos, quando infringirem os impedimentos do art. 1521. 
● Legitimação - nulidade 
 Art. 1549, CC, 2002;
Qualquer INTERESSADO [interesse econômico ou moral] ou Ministério Público;
Cônjuge de má fé também é legítimo. Ex.: dois irmãos se casam, sabendo que eram irmãos, depois um se arrepende e entra com ação declaratória de nulidade – OK. 
● Ação declaratória de nulidade
Tanto a ação declaratória de nulidade quanto a ação anulatória podem começar com o pedido de prévia separação de corpos;
● Transitada em julgado a ação deve ser averbada no livro de Registro Civil e Registro e Imóveis.
2. CASAMENTO ANULÁVEL (Vide arts. 1550, 1556 e 1558 CC)
2.1 DEFEITO DE IDADE (o casamento do menor de 16 anos)
· Legitimidade – o próprio cônjuge menor - 180 DIAS atingir a idade núbil; se for seus representantes legais e ascendentes – prazo de 180 dias contando da data da celebração, para os representantes legais e ascendentes 
Obs.: Não anulará por motivo de idade o casamento que resultou de gravidez [não importa se o defeito de idade é da mulher ou do homem] –
Curiosidade: no entanto, o art. 1520 diz que nenhum menor de 16 anos poderá casar “?????” – a titulo de curiosidade, a meu ver, o casamento deveria ser anulado!
2.2 FALTA DE AUTORIZAÇÃO DO REPRESENTANTE LEGAL 
· Prazo para propositura da ação 180 dias;
· Legitimidade – do próprio incapaz ao deixar de sê-lo das pessoas que tinham o direito de consentir [representantes legais] desde que não tenham assistido ao ato ou manifestado sua aprovação (CC, 2002, art. 1555, 1 e 2) ou de seus herdeiros necessários;
Ou seja, o menor ao tornar-se capaz – ao atingir a maioridade; representantes legais da data da celebração; herdeiros, caso morra antes de tornar-se capaz – contados do dia da morte. 
2.3 Vício de vontade determinado pela coação 
● Legitimidade – o próprio coato (a pessoa que casou coagida) 
● Prazo – 4 anos a contar da celebração para propor ação de anulação (Vide art. 1559 e 1560)
Obs.: o prazo deveria ser a partir da data que cessa a coação. 
Coação: ameaça direta a pessoa, ou aos parentes em linha reta ou colateral de 2º grau. Ex.: ou tu casa, ou mato tua mãe. 
OBS: coabitar o casamento convalidado. – casar coagido, mas viver de “livre e espontânea vontade” com o outro, convalida o casamento, não mais permitindo a ação de anulação. 
2.4 Realização por mandatário, estando revogado o mandato (Art. 1550, V, CC 2002)
· Prazo de anulação 180 dias a partir da data que o mandante tiver conhecimento da celebração (art. 1560,2)
- coabiatação convalida o casamento
É possível a expedição para o casamento, sem ser obrigado a comunicar os noivos – o casamento pode ser celebrado mesmo que a procuração revogada, neste caso, abre-se a possibilidade de propor ação de anulação. 
180 dias do momento em que tomar ciência de que o casamento ocorreu.
Legitimidade para propor ação de anulação: exclusivamente das pessoas que revogaram a procuração. 
2.5 Celebração por autoridade incompetente 
· Prazo 2 anos a contar da data da celebração (Art. 1560, II)
· Incompetência da autoridade celebrante (art. 1550, VI) – absolutamente incompetente celebra um casamento e registra – casamento válido, não podendo arguir-se a sua invalidade. 
· Quando o celebrante preside a cerimônia fora do território de sua circunscrição ou o casamento é celebrado perante juiz que não seja o do local da residência dos noivos. Ex. juiz de fortaleza, celebra um casamento em são luis. Poderá ser anulado. 
· Incompetência em razão do lugar.
Obs.: art. 1554 CC. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil. 
2.6 Incapacidade de manifestação do consentimento (Vide art. 1550)
· Prazo 180 a partir da celebração do casamento (e não da data que cessar a incapacidade)
· nao é necessariamente um doente mental; mas sim uma pessoa que, no momento da celebração, não estava consciente do que estava acontecendo (ex. a pessoa drogada, alcoolizada e etc.) 
· Parte legítima: Incapaz, representantes, herdeiros
2.7 ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DO OUTRO CÔNJUGE (Art. 1556 e 1557 CC)
· O erro precisa ser anterior ao casamento. Só descoberto após o casamento, e quando descobre, a vida a dois torna-se insuportável. 
· Ex. quanto a identidade (id física – casei com Pedro, mas queria casar com Julio, seu irmão gêmeo) – id civil, diz respeito a ti, ex. caso com alguém trabalhador, honesto, mas na verdade o marido saía arrumado era pra beber.; eu, hetero, casei com um homossexual só para ele satisfazer desejo da família e eu só descobri depois. honra e boa fama também são nesse mesmo patamar. 
· Outro caso, é sobre o crime ultrajante- não necessariamente, é um crime horrendo, mas um crime que torna a vida a dois insuportável. Ex. pedofilia, zoofilia
· Obs.: se a pessoa que cometeu o crime, já cumpriu a pena, não se pode mais propor ação de anulação em razão do crime – mas continua podendo propor anulação em razão de identidade, honra e boa fama. 
· Prazo 3 anos para propor a ação de anulação contata da data celebração
· Legitimidade – cônjuge que incidiu em erro pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, exceto, III e IV, art. 1557.
- Requisitos 
· Que o defeito ignorado por um dos cônjuges, preexista ao casamento;
· Que a descoberta da circunstância, após o matrimônio, torne insuportável a vida em comum para o cônjuge enganado
→ Erro sobre a identidade do outro cônjuge, sua honra e boa fama 
- ERRO POR IDENTIDADE FÍSICA – ocorre o casamento com pessoa diversa, por substituição ignorada pelo outro cônjuge.
- ERRO POR IDENTIDADE CIVIL – cônjuge toxicômano, o homem casa em razão de gravidez e descobre posteriormente que o filho não é dele... 
- HONRA e BOA FAMA 
· HONRADA – pessoa digna, que pauta sua vida pelos ditames da moral;
· BOA FAMA – é o conceito e a estima social de que a pessoa goza, por proceder corretamente
EX: o homem que sem saber desposa uma prostituta, mulher que descobre que seu marido é homoafetivo.
→ IGNORÂNCIA DE CRIME ULTRAJANTE 
· O erro é caracterizado quando o crime, ignorado pelo outro cônjuge, tenha ocorrido ANTES do casamento e, por sua natureza torne a convivência insuportável.
Ensina Carlos Roberto Gonçalves:
“A lei pressupõe que o cônjuge não teria casado, se soubesse da prática de ato socialmente reprovável, pelo consorte. Se o crime foipraticado quando o agente era menor de 18 anos, e portanto, penalmente inimputável, a anulação só pode ser pleiteada com fundamento no erro quanto à honra e boa fama (...)
(...) Se o réu é absolvido, já não poderá o cônjuge enganado invocar o erro, salvo se a conduta, apesar da absolvição, demonstrar defeitos assimiláveis às hipóteses de erro sobre a identidade civil. O fundamento da anulação, neste caso, não será mais a conduta criminosa.” GONÇALVES, Carlos Roberto.
→ IGNORÂNCIA DE DEFEITO FÍSICO IRREMEDIÁVEL, que não seja deficiência OU MOLÉSTICA GRAVE (alterado pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Ex.: uma cicatriz enorme. 
→ MOLÉSTIA GRAVE 
· Deve ser transmissível por contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência, e anterior ao casamento. Ex.: aids, tuberculose, lepra, sífilis etc.
Obs.: nas hipóteses de crime ultrajante, erro sobre a identidade, honra e boa fama, a coabitação convalida o casamento, extinguindo a possibilidade de anulação de casamento. No caso de moléstia grave, a coabitação não convalida o ato. 
2º bimestre – aula 15/10
Dissolução de casamento
1. Histórico: 
CC 1916 – a morte dissolvia casamento válido – o casamento só era dissolvido pela morte. 
1977 – Lei do Divórcio: 
Divórcio indireto ou divórcio conversão: entre o CC16 e a Lei de divórcio de 1977, existia o desquite (tinha por finalidade por fim ao vínculo conjugal, porém não dissolvia o casamento – não existia mais direitos matrimonias) e tinha-se também a dissolução matrimonial, pois o casamento continuava. 
A pessoa desquitada, não estava com o casamento dissolvido, mas ela não tinha mais deveres matrimoniais ou patrimoniais com o outro. – no CC16 era chamado de desquite, com a Lei do Divórcio passou a ser chamado de separação judicial. 
A lei do divórcio, de fato, permitiu a dissolução do casamento, porem antes de dissolver, era necessário por fim ao vínculo conjugal, isto que era feito, a priori, pela separação judicial. Após um ano do trânsito em julgado da ação de separação judicial, é que poderia ser realizado o divórcio. 
A separação judicial é o mesmo desquite, com uma diferença – quem se desquitava, não podia, passado algum tempo, dissolver o casamento. Na separação judicial, quem se separava judicialmente, após 1 ano do trânsito em julgado da ação, poderia pleitear o divórcio – chamado de divórcio indireto ou divórcio conversão. 
Constituição de 1988 
Continua existindo a figura do divórcio indireto e foi acrescido o divórcio direto. 
Divórcio direto: aquele em que não é necessário a prévia separação judicial, simplesmente acontece o divórcio. Sendo necessário, a separação de fato por pelo menos 2 anos ou separado de corpos a pelo menos 1 ano. 
	Obs.: separação judicial: há judicialização do pedido, propositura de ação pleiteando o fim da sociedade conjugal. 
	Separação de fato: “aquela de boca” 
	Separação de corpos: aquela que tem uma medida protetiva. 
CC 2002 – manteve tudo que já estava previsto. 
Lei 11.441/2007 – a partir de 2007, há a possibilidade do divórcio e separação extrajudicial. 
Requisitos: consenso; não existência de filhos menores ou incapazes; advogado, podendo inclusive ser um advogado para ambos. 
Emenda Constitucional 66/2010 – trouxe inúmeras mudanças. 
O divórcio no Brasil passa a ser direto (não sendo mais necessária prazo/ previa separação judicial, separação de fato ou de corpos; só sendo preciso a vontade)
Novo Código de Processo Civil – 2015:
A separação judicial continua sendo ação de direito de família. 
	Obs.: a separação de fato e a separação judicial geram os mesmos efeitos (põem fim ao vínculo conjugal, sendo assim, não há mais responsabilidades matrimoniais ou patrimoniais) 
2019, maio – Divórcio impositivo ou unipessoal: 
Não seria obrigado citar o outro cônjuge para por fim a relação, considerando que o divorcio seja um direito potestativo. 
A questão patrimonial pode ser resolvida posteriormente. 
A Associação de Direito de Familia do Brasil, solicitou ao CNJ, para que se manifestasse sobre o divórcio impositivo, e todas as resoluções estaduais sobre o divórcio impositivo foram anuladas. (nesse caso, seria extrajudicial) 
2020 – acontecimentos sobre divórcio: 
Houveram divórcios virtuais, divórcios cada um em um país. 
Decisões de divórcio impositivo judicial. 
Atualmente – temos o divórcio extrajudicial e judicial. 
2. Fim da sociedade conjugal: 
Fim dos deveres matrimoniais e patrimoniais. 
- morte
- divórcio 
- separação judicial (obs. EC 66/2010)
- invalidade de casamento
2.1 dissolução de casamento válido: 
Morte ou divórcio. 
Ao mesmo tempo que o casamento foi dissolvido, é posto fim a sociedade conjugal (deveres patrimoniais e matrimoniais)
3. Espécies de divórcio:
3.1 Extrajudicial:
- consentimento: 
- presença de advogado:
- inexistência de filhos menores ou incapazes (obs.: Maria Berenice Dias entende que, se porventura, houverem filhos menores ou incapazes, mas que a situação destes já tiver sido regulada por ação autônoma, não há porque não conceder divórcio extrajudicial. 
	3.2 Judicial: 
- consensual: ambos querem por fim na relação conjugal. Em regra ocorre quando há filhos menores ou incapazes. 
- litigioso: dentro disso, surge a discussão do divórcio impositivo. 
- impositivo: não é preciso citar a outra parte, o divórcio é celebrado sem a citação do outro cônjuge. 
Proteção dos filhos
O poder familiar é o conjunto de direitos e deveres que os pais possuem em relação aos filhos menores de 18 anos. (exclusivo dos pais) 
Entre esses deveres, temos o dever da guarda 
Guarda: conjunto de responsabilidades que os pais têm em relação a crianças e adolescentes. 
O poder familiar é exclusivo dos pais, porém a guarda poderá ser deferida a terceiros em prol do melhor interesse da criança e adolescente. 
1. Guarda (Lei 13058/2014) 
- Guarda compartilhada (regra) – compartilhamos responsabilidades. Art. 1583
Ex.: uma criança está com a mãe no serviço, pega um canivete e fura os pneus de todos os carros do estacionamento, a responsabilidade será de ambos os genitores. 
Ambos são responsáveis 24h pelo menor. 
- Guarda unilateral 
Só é aplicada em 2 hipoteses, quando um dos genitores abre mão da guarda ou quando for melhor para o menor. 
Nesse mesmo exemplo citado acima, na guarda unilateral, a responsabilidade seria do genitor que está com a criança. 
A responsabilidade é do genitor guardião, mas nos dias de convívio com o outro genitor, a guarda passa para ele. 
- Guarda alternada – alternamos responsabilidades. 
Há alternância de responsabilidade. Ex.: 15 dias com um genitor e 15 com outro. 
Os 15 dias que passar com um genitor, a responsabilidade é integralmente dele e assim sucessivamente. 
- Guarda de aninhamento – Ninho: cada genitor tem uma casa e a criança tem sua própria casa “criança mochileira”. 
Cada genitor que vai para a casa da criança. 
Obs.: avós têm direito ao convívio. – outros entes familiares também podem pleitear esse direito. 
Obs.: nenhuma entidade pública ou privada pode deixar de dar informação, seja guarda unilateral, compartilhada, alternada e etc.

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