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Valmir F. Juliano INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS Princípios e Tipos de Cromatografia Histórico Cromatografia Mikhail (Michael, Mikhael) Semenovich Tswett (1903), botânico russo: Separação de misturas de pigmentos vegetais em colunas recheadas com adsorventes sólidos e solventes variados. éter de petróleo CaCO3 mistura de pigmentos pigmentos separados 1906 Cromatografia = chroma [cor] + graphe [escrever] (grego) Definição - Princípio Básico Cromatografia é um método físico-químico de separação de misturas, identificação e quantificação de seus componentes. • A separação depende da interação dos componentes da mistura com a fase móvel e com a fase estacionária. • A interação dos componentes da mistura com estas duas fases é influenciada por diferentes forças intermoleculares, incluindo iônica, dipolar, apolar, e específicos efeitos de afinidade e solubilidade. • A identificação se dá mediante a comparação da interação de padrões com as fases estacionárias. • A quantificação é feita também pela comparação com padrões de concentrações conhecidas, através de curvas analíticas. Cromatografia Componentes principais de um sistema cromatográfico: 1) Fase Móvel (F.M.): é a fase que flui através da coluna e faz os componentes da amostra se moverem em direção ao final da coluna. É a fase que se desloca através da coluna. Componentes principais de um sistema cromatográfico: 2) Fase estacionária (F.E.): é a fase fixa que reveste o interior da coluna ou está ligado a ela, é a fase que sempre permanece no sistema. Componentes principais de um sistema cromatográfico: 3) Suporte: é componente no qual a fase estacionária está revestida ou ligada. Essa combinação de fase estacionária, fase móvel e suporte, e um equipamento associado compõe um dispositivo conhecido como cromatógrafo. Classificação das técnicas cromatográficas •1) De acordo com o sistema cromatográfico • Em Coluna • Cromatografia Líquida • Cromatografia Gasosa • Cromatografia Supercrítica • Planar • Cromatografia em Camada Delgada (CCD) • Cromatografia em Papel (CP) Cromatografia Classificação das técnicas cromatográficas • 2)De acordo com a fase móvel • Utilização de Gás • Cromatografia Gasosa (CG) • Cromatografia Gasosa de Alta Resolução (CGAR) • Utilização de Líquido • Cromatografia Líquida Clássica (CLC) • Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) • Utilização de Gás Pressurizado • Cromatografia Supercrítica (CSC) Cromatografia Classificação das técnicas cromatográficas •3) De acordo com a Fase Estacionária • Líquida • Sólida • Quimicamente Ligadas • 4) De acordo com o modo de separação • Por Adsorção • Por Partição • Por Troca Iônica • Por Afinidade • Por Exclusão Cromatografia Classificação das técnicas cromatográficas Cromatografia Técnica Planar Coluna FM FE Líquido Líq Sól Gás Líquido Líq Sól CP CCD CGL CGS CLL CLS CTI CB CLFL CE Exclusão Fase Ligada Troca Iônica Sól Líq Afinidade Tipo de cromato- grafia Cromatografia Princípio Básico Separação de misturas por interação diferencial dos seus componentes com uma FASE ESTACIONÁRIA (líquido ou sólido) e uma FASE MÓVEL (líquido ou gás). Cromatografia em papel - CP A mais simples de todas. Pode-se até fazer em casa! Fase estacionária líquida suportada na celulose. Fase móvel Separação Cromatografia A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição, utiliza dois líquidos (líquido-líquido) sendo um fixado em um suporte sólido (papel de filtro). Um bom exemplo é a separação da tinta verde. Com o processo de cromatografia é possível verificar que a cor verde é uma mistura de tintura azul e amarela. Cromatografia em papel - CP A mais simples de todas. Pode-se até fazer em casa! Cromatografia Desenvolvida por Consden, Gordon e Martin em 1944, é bem simples e utiliza pequena quantidade de amostra. Aplica-se na separação e identificação de compostos polares hidrossolúveis. Cromatografia de Camada Delgada - CCD Teve início em 1938 com os trabalhos de Izailov e Shraiber, mas começou a ser largamente utilizada na dédaca de 1960. O processo de separação está fundamentado, principalmente, no fenômeno de adsorção. Entretanto com fases estacionárias tratadas pode ocorrer também por partição ou troca iônica. Cromatografia Cromatografia de Camada Delgada - CCD Termos e parâmetros técnicos Cromatografia solvente mancha f ΔS ΔS R s a R af s b R bf s c R cf c b a s Cromatografia Cromatografia de Camada Delgada - CCD FASES ESTACIONÁRIAS Sílica (SiO2) Alumina (Al2O3) Celulose Poliamida Ativação de 30 a 60 min de 105 a 110 oC Ativação de 10 min a 105 oC Cromatografia Cromatografia de Camada Delgada - CCD ANÁLISE QUALITATIVA - Comparação com valores de Rf tabelados - Comparação com padrão eluído em conjunto - Extração e aplicação de métodos instrumentais Cromatografia Cromatografia de Camada Delgada - CCD A B Após Eluição Amostra não contém a espécie B Amostra pode conter a espécie A Para se certificar da presença, eluir em outros solventes Conclusões: Amostra Cromatografia Cromatografia de Camada Delgada - CCD Solvente 1 Solvente 2 Cromatografia Bi-dimensional Cromatografia Cromatografia em Coluna Cromatografia Cromatografia em Coluna PROCESSOS DE SEPARAÇÃO Exclusão Adsorção Partição Troca Iônica Afinidade Cromatografia Cromatografia em Coluna ADSORÇÃO - Fase Móvel Líq. ou Gás - Fase Estacionária Sólida Processos de Adsorção/Dessorção Ligações de hidrogênio; Forças de Van der Waals Cromatografia Cromatografia em Coluna ADSORÇÃO Fase Estacionária Sólida: Polar Aumento da Atividade -CO2H > -OH > -NH2 > -SH > -CHO > -C=O > -CO2R > -OCH3 > -CH=CH- Cromatografia Cromatografia em Coluna Hexano < Éter de Petróleo < Ciclohexano < Tetracloreto de Carbono < Benzeno < Tolueno < Diclorometano < Clorofórmio < Éter Etílico < Acetato de Etila < Acetona < Etanol < Metanol < Ácido Acético SOLVENTES: Polaridade em Ordem Crescente A função das fases móveis na cromatografia por adsorção tem sentido amplo: a) Função solvente • Solubilizar os componentes • Ter baixo ponto de ebulição b) Função eluente • Conduzir os componentes da mistura pela coluna • Remover ou dessorver estes componentes do adsorvente (FE) Cromatografia Cromatografia em Coluna Usos: a) Laboratórios de química orgânica separar e purificar reagentes e materiais obtidos em síntese. b) Laboratórios de produtos naturais escala preparativa e analítica. c) Laboratórios de análises clínicas separação de esteróides de urina ou de sangue, etc. ADSORÇÃO Cromatografia Cromatografia em Coluna PARTIÇÃO Fase Móvel Gasosa Fase Estacionária Líquida Processos de Solubilidade O processo de partição é intrafacial e a volta de cada componente para a fase móvel depende da sua volatilidade. Cromatografia Cromatografia em Coluna PARTIÇÃO Fase Móvel Líquida Fase Estacionária Líquida Processos de Solubilidade O processo de partição é intrafacial e a volta de cada componente para a fase móvel depende da sua solubilidade. Cromatografia Cromatografia em Coluna TROCA IÔNICAFase Móvel Líquida Fase Estacionária Sólida Processos de Troca Iônica Adsorção reversível e diferencial dos íons da fase móvel pelo grupo trocador da matriz Por volta de 1935 começaram a ser fabricadas resinas de troca iônica orgânicas, muito eficientes, passando a constituir um meio químico de extraordinário valor em processos analíticos. Cromatografia Cromatografia em Coluna Maior Interação • Íons de alta carga • Íons de menor tamanho TROCA IÔNICA Resinas Catiônicas e Aniônicas FE altamente carregada F lu x o d a F M A diferença de afinidade entre os íons da FM pode ser controlada por pH e força iônica • Ânions como - SO3 - ou cátions como - N(CH3)3 + estão ligados covalentemente à fase estacionária sólida, geralmente uma resina neste tipo de cromatografia. Os íons de carga oposta do soluto são atraídos para a fase estacionária pela força eletrostática. A fase móvel é um líquido. Cromatografia Cromatografia em Coluna TROCA IÔNICA Cromatografia Cromatografia em Coluna O ajuste do pH proporciona a separação das duas proteínas Cromatografia Cromatografia em Coluna EXCLUSÃO Fase Móvel Líquida Fase Estacionária em Gel Enquanto as partículas menores penetram nas cavidades, as maiores vão sendo eluídas contornando as estruturas moleculares da FE. Cromatografia Cromatografia em Coluna EXCLUSÃO A propriedade que distingue a cromatografia de exclusão, introduzida por volta de 1960, de outros tipos de cromatografia é que o recheio (FE) é um gel não carregado constituído de macromoléculas que têm ligações cruzadas, com afinidade pelos solventes, mas que neles são insolúveis. - Separação de tamanhos específicos - Separação de polímeros e proteínas - Determinação de Massa Molar Cromatografia em Coluna EXCLUSÃO • Esta técnica separa as moléculas por tamanho, com os maiores solutos passando por ela com maior velocidade. Não há interações atrativas entre a fase estacionária e o soluto no caso real de exclusão molecular. A fase móvel líquida passa pelo gel poroso. Os poros são pequenos o suficiente para excluírem as moléculas grandes do soluto , mas não as pequenas. O fluxo de moléculas grandes passa sem entrar nos poros. As moléculas pequenas levam mais tempo para passar pela coluna porque elas entram no gel e portanto devem passar por um volume maior antes de sair da coluna. Cromatografia Cromatografia em Coluna EXCLUSÃO Características desejáveis para os Géis -Inércia Química: Não pode haver uma interação química entre a matriz e o soluto. -Estabilidade: O gel deve suportar uso contínuo quanto mantido em condições brandas de temperatura e pH. -Baixo teor de íons: Grupos carregados interferem no processo de separação. Cromatografia Cromatografia em Coluna EXCLUSÃO Tipos de Géis Dextrano (Sephadex) Poliacrilamida Ágar e Agarose F lu x o d a F M Cromatografia Cromatografia em Coluna Fase Móvel Líquida Fase Estacionária Sólida Propriedades Biológicas e Funcionais AFINIDADE Cromatografia em Coluna AFINIDADE • Este tipo de cromatografia é mais seletivo de pois emprega interações específicas entre um tipo de molécula do soluto e uma segunda molécula que está ligada covalentemente (imobilizada) à fase estacionária. Cromatografia em Coluna AFINIDADE A molécula imobilizada pode ser um anticorpo para uma determinada proteína. Quando se passa pela coluna uma mistura contendo milhares de proteínas, somente a proteína que reage com o anticorpo se liga à coluna. Após a lavagem de todas as outras substâncias dissolvidas da coluna, a proteína desejada é expulsa através de mudança de pH ou da força iônica.
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