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Universidade Estadual de Maringá Análise dimensional e Correlação de dados experimentais Julia Monteiro Gonçalves RA 105074 Fenômenos de Transporte Maringá, PR 2020 Introdução Hoje em dia existe uma necessidade muito grande de inovação nas indústrias e isso requer muito estudo teórico e prático para viabilizar novos projetos. Entretanto, esses estudos exigem um investimento significativo em recursos (laboratórios, materiais, tempo e especialistas), para que não hajam problemas durante o processo de produção, o que traria um prejuízo muito grande para qualquer empresa. Pensando em formas de garantir que esses estudos ocorram da forma correta, obtendo os resultados necessários em tempo hábil, a engenharia propõe o modelo de análise dimensional e semelhança, que permitem uma diminuição nos custos laboratoriais, mas ainda garantem que os dados sejam coerentes e precisos. Portanto, neste trabalho é explicado como funcionam as análises dimensionais e por semelhança, assim como os conceitos de grupos adimensionais, correlação de dados experimentais e o teorema de Buckingham, que são necessários e auxiliam nos experimentos. 1. Análise dimensional Grande parte dos estudos sobre os fenômenos da mecânica dos fluidos baseia-se em parâmetros geométricos e grandezas mensuráveis do escoamento, como velocidade, pressão, viscosidade e demais características físicas dos fluidos. Entretanto, esses fenômenos que observamos nos fluidos são bem complexos, fazendo com que experimentos sejam sempre necessários à fim de investigar o comportamento dos mesmos e acompanhar a evolução das leis que os definem. A análise dimensional, portanto, tem como objetivo principal, obter o máximo de informações possíveis com o mínimo de experiências, fazendo com que os experimentos realizados em laboratório exijam cada vez menos tempo, dinheiro e recursos para alcançar os mesmo resultados de uma análise não dimensional. Isso é possível pois esse método parte do princípio de que as leis que regem os fenômenos estudados não sejam dependentes de um sistema de unidades específico. Na prática, a análise dimensional permite a correlação de dados para um estudo sucinto do fenômeno e é útil para: apresentar e interpretar dados experimentais, resolver problemas complexos envolvendo soluções analíticas, definir a importância de determinado fenômeno, modelagem física e para os estudos de semelhança dinâmica 1.1 O Teorema de Buckingham Este teorema torna possível determinar a relação entre um função expressa em termos dimensionais e outra em termos adimensionais, mostrando assim, quais os grupos adimensionais de maior importância para o estudo em questão. Assim, não é necessário que todas as variáveis sejam levadas em consideração separadamente para obter-se uma expressão válida de uma lei da física, ou seja, simplifica o processo de análise. Para aplicar o teorema, basta seguir o passo a passo apresentado abaixo. Passo 1: Listar o número de grandezas (n) que influenciam o fenômeno estudado Passo 2: Listar das dimensões básicas (k) envolvidas. Passo 3: Expressão dos parâmetros em termos das dimensões básicas Passo 4: Determinação do número de termos adimensionais que caracterizam o fenômeno m = n – k Passo 5: Estabelecer uma base de números adimensionais. Encontrar um conjunto de variáveis independentes, ou seja, que apresentam equações dimensionais diferentes entre si de pelo menos uma grandeza fundamental, comuns aos adimensionais a serem determinados. Passo 6: Construção dos termos Escrever os números adimensionais , multiplicando a base adotada por cada uma das variáveis que restaram na função característica após a sua retirada. Para obtermos os expoentes da base, substituímos cada uma das variáveis por sua respectiva equação dimensional, inclusive o número adimensional. 1.2 Correlação de dados experimentais A correlação de dados experimentais consiste na comparação entre grandezas dimensionais e adimensionais, o que possibilita uma apresentação de dados e resultados mais direta e simplificada em relação ao fenômeno estudado. É importante saber, também, que essa correlação apresenta dados mais precisos do que a análise apenas das grandezas dimensionais. 2. Semelhança Na Mecânica dos Fluidos, o termo semelhança indica a relação entre dois escoamentos de diferentes dimensões, mas com algum tipo de semelhança entre seus contornos; Ela se faz necessária pois, na engenharia, não é possível resolver problemas apenas por meio de análises teóricas, mas também não é viável realizar experimentos práticos em tamanho real para testar teorias separadamente. Por isso, são utilizados modelos em escala reduzida, que possibilitam uma economia de tempo e dinheiro, utilização de mais de um fluido para análise, permite que os resultados sejam extrapolados a fim de entender os limites e eficiência de cada fenômeno. A semelhança em si indica que dois fenômenos têm um mesmo comportamento e, se sua condições forem restringidas, pode-se obter os mesmos resultados para diferentes condições do experimento Existem três tipos de semelhança: - Semelhança geométrica: referente à forma. A razão entre os comprimentos do modelo em escala e o real são constantes. - Semelhança cinemática: diz respeito ao movimento do fluido, onde os fluxos apresentam mesmo formato de linhas de corrente - Semelhança dinâmica: a razão entre os valores absolutos das forças, em pontos equivalentes, é constante. 2.1 Grupos adimensionais Sabe-se que uma grandeza física tem uma dimensão que pode ser representada por uma relação de grandezas primárias. Caso esta relação seja unitária, esse conjunto de grandezas pode ser classificado como grupo adimensional. Eles têm grande importância nas correlações de dados experimentais em análises dimensionais, pois, uma vez que o número de grupos adimensionais é consideravelmente menor do que a quantidade de grandezas físicas, permite que os experimentos laboratoriais utilizem menos esforços para alcançar os resultados do estudo. Alguns exemplos de grupos adimensionais mais usados em Fenômenos de Transporte são: - Número de Reynolds - Número de Froude - Número de Euler - Número de Mach - Número de Weber - Número de Prandtl
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