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DEFORMAÇÃO (DEFORMATION) É a transformação de um objeto qualquer, de uma geometria inicial para uma geometria final, por meio de um ou mais componentes de deslocamento: translação corporal rotação corporal distorção (strain) dilatação DEFORMAÇÃO HOMOGÊNEA Linhas retas permanecem retas Paralelas se mantêm paralelas Objetos de mesma forma e orientação se mantêm assim após a deformação Um círculo se transforma em uma elipse A razão de forma desta elipse, ou seja, sua elipticidade, R = eixo maior / eixo menor depende do tipo e intensidade da deformação ** A HOMOGENEIDADE DA DEFORMAÇÃO DEPENDE DA ESCALA ** DESCRIÇÃO MATEMÁTICA DA DEFORMAÇÃO A expressão da deformação é uma matriz algébrica simples, partindo de um referencial de coordenadas (x, y) no ponto inicial (indeformado) e chegando à nova posição dada por (x’, y’) a cada ponto. A matriz de deformação (D) descreve uma transformação linear (ou deformação homogênea) x’ = Dx A matriz inversa (D-1) representa a deformação inversa ou recíproca, que reverte a deformação imposta por D: x = D-1 x’ A matriz de deformação e sua recíproca são usadas principalmente para modelar a deformação. DEFORMAÇÃO EM UMA DIMENSÃO Elongação (e ou ε) de uma linha e = (L - L0) / L0 sinônimo de Extensão A extensão negativa é denominada contração ou encurtamento (L < L0) Estiramento s = (1 + e) logo, s = L / L0 Fator de extensão Elongação Quadrática (λ = s2) DEFORMAÇÃO EM DUAS DIMENSÕES Cisalhamento angular ()– É a diferença de ângulo entre duas linhas originalmente perpendiculares Deformação cisalhante shearstrain() - O deslocamento (x) de uma partícula a qualquer distância (y) da origem é dado pela relação x/y = ELIPSE DE DEFORMAÇÃO É a elipse que descreve a quantidade de elongação em qualquer direção numa plano de deformação homogênea. Representa a forma final (pós-deformação) de um círculo original imaginário. = 1 sem deformação < 1 encurtamento > 1 estiramento Eixos principais do elipsóide de deformação 1 ou X máximo 2 ou Y intermediário 3 ou Z mínimo ELIPSE DE DEFORMAÇÃO FINITA 1 (X) e 3 (Z), os eixos máximo e mínimo da elipse de deformaço finita, são denominados eixos principais (de deformação), porque eles representam as linhas que sofreram a máxima e a mínima quantidade de extensão linhas paralelas aos eixos principais são fixas em relação à deformação cisalhante ou cisalhamento angular todas as demais linhas sofrem cisalhamento angular durante a deformação existem sempre duas linhas que mantêm o comprimento original após a deformação homogênea e isovolumétrica de um corpo – linhas de não-elongação finita DEFORMAÇÃO PROGRESSIVA a elipse de deformação finita representa a diferença total entre o estado incial e o final, que é o somatório dos incrementos infinitesimais de deformação. considera-se como incremento infinitesimal qualquer deformação de até cerca de 2% ->{ε = (Lf - L0 / L0) ≤ 0,02} na deformação infinitesimal, o cisalhamento angular máximo (máx) fica sempre a 45 ̊ dos eixos principais. adeformação progressiva é dada pela combinação entre a elipse de deformação finita e a infinitesimal, gerando-se campos de extensão-encurtamento. COAXIALIDADE E ROTAÇÃO rotacional e não-rotacional qualificam a deformação finita coaxial e não-coaxial qualificam a relação entre a elipse finita e a infinitesimal Em relação à elipse de deformação finita: Rotacional eixos da elipse finita mudam de orientação em relação ao estado inicial - cisalhamento simples Não-rotacional eixos da elipse finita não mudam em relação ao estado inicial - cisalhamento puro Em relação à elipse de deformação infinitesimal: Coaxial: o eixo da elipse infinitesimal é paralelo ao da elipse finita - cisalhamento puro progressivo Não-coaxial: eixos não-paralelos - cisalhamento simples progresssivo Mesmo que se possa quantificar a deformação com base num marcador qualquer, não se pode saber se a trajetória da deformação foi via coaxial ou não-coaxial. DIFERENTES TIPOS DE ROTAÇÃO a rotação dos eixos principais ocorre apenas durante a deformação não-coaxial (cisalhamento simples progressivo) a rotação de todas as outras linhas do corpo, exceto os eixos principais, ocorre em qualquer tipo de formação (pura ou simples) sabendo-se a magnitude dos eixos principais, e a posição inicial ou final de uma dada linha, é sempre possível calcular a rotação dela (segundo tipo acima) o primeiro tipo de rotação é impossível calcular, a não ser que se tenha um referencial externo em resumo, mesmo que se possa quantificar a deformação com base num marcador qualquer, não se pode saber se a trajetória da deformação foi via coaxial ou não-coaxial por outro lado, sabe-se que a maior parte das deformações geológicas seguem uma trajetória não-coaxial REPRESENTAÇÃO BIDIMENSIONAL DA DEFORMAÇÃO 3D Diagrama de Flinn (1962) a= X / Y (eixo máximo / eixo intermediário) varia de 1 a ∞ b = Y / Z (eixo intermediário / eixo mínimo) varia de 1 a ∞ k = (a – 1) / (b – 1) varia de 0 a ∞ TENSÃO · Dividindo-se a magnitude de cada componente da força pela área da respectiva face, tem-se a magnitude de cada componente da tensão. · Em relação ao sistema de coordenadas : σ 32= componente da tensão que age na face normal a x3 e paralela a x2 · Considerando um cubo infinitesimal,a tensão é o limite da razão Força / Área quando a área tende a zero. · Por consequência: · a distribuição das forças em cada face fica uniforme; · forças que atuam em faces opostas são aproximadamente iguais em magnitude e direção; · para manter o equilíbrio (e impedir a rotação), as forças que resultariam num torque tendem a se anular. · Assim, no limite: σ12 = σ21 σ23 = σ32 σ31 = σ13 · Considerando as componentes normais σ11,σ22 e σ33tem-se 6 componentes independentes da tensão em qualquer ponto. UmCAMPO TENSIONAL é formado por essas componentes, e se elas forem iguais a cada ponto diz-se que o campo tensional é HOMOGÊNEO. Em qualquer ponto de um campo tensional homogêneo tem-se sempre3 planos mutuamente perpendiculares ao longo dos quais a tensão cisalhante é nula – são osPlanos Principais de Tensão e as suas normais são os EIXOS PRINCIPAIS DE TENSÃO: σ1 ≥ σ2 ≥σ3 Ou tensão máxima, intermediária e mínima. Unidades de tensão: 1Pa = 1N / m2 = 1 kg / (m s2) 1MPa = 10 bar 100MPa = 1kbar Embora fisicamente muito semelhantes, a principal diferença entreforça e tensão é a relação que a última tem com a área(i.e. aplicação não-pontual). O valor de uma dada tensão varia não apenas com a magnitude e orientação da força cuja distribuição em área lhe deu origem, mas também com a variação de orientação e tamanho da área de aplicação TENSÃO MÉDIA E TENSÃO DIFERENCIAL · A tensão média – ou σm – é a média aritimética das 3 tensões principais σ1 , σ2 eσ3 · Sea tensão média é igual a cada uma das principais, a condição é HIDROSTÁTICA. Em referênciaà condição geológica usa-se o termo LITOSTÁTICA. · A diferença entrea tensão média e a total é chamada de TENSÃO DEVIATÓRICA OU TENSÃO DIFERENCIAL. · O tensor deviatórico, ou a componente deviatórica da tensão é a responsável pela condição de ANISOTROPIA da deformação. · Apenas a componente anisotrópica da deformação resulta em STRAIN. ->Tensão positiva<- <-tensão negativa-> TENSÃO NUMA SUPERFÍCIE Considerando que a tensão é a força (F) que age sobre uma dada área (A), a tensão em um dado ponto é dada pela relação: σ = lim (deltaF / deltaA) deltaA ->0 (significa que o valor da tensão pode variar numa mesma superfície) TENSÃO NORMAL E TENSÃO CISALHANTE A decomposição da tensão em normal (perpendicular) e cisalhante (paralela) se dá sempre em relação a uma dada área, e esta é a sua principal distinção em relação à força. As componentes da tensão dependem, então, da área de aplicação. Tensão (força) normal versus orientação da superfície (dada por ) Tensão (força) cisalhante versus orientação da superfície (dada por ) TENSÃO DEVIATÓRICA E TENSÃO MÉDIA A decomposição de uma matriz tensorial sempre resulta em duas matrizes simétricas,onde a primeira parte representa a tensão média e a segunda é a tensão deviatórica. Representação Gráfica das Tensões Diagrama (ou Círculo) de Mohr Descreve o lugar geométrico dos pares (σn,σs) que operam em planos de todas as orientações possíveis passando por um dado ponto da rocha tensionada. [A distância entre σ1e σ3define o diâmetro do círculo cujo centro é ((σ1+ σ3) /2, 0)Cada ponto do círculo corresponde a um valor de tensão normal e um de tensão cisalhante] Oseixoshorizontaleverticalrepresentamatensãonormal(σn)eatensãocisalhante(σs)queagemnumplano,oqualérepresentadoporumponto; Ovalordatensãoprincipalmáximaemínima(σ1eσ3)sãoplotadosnoeixohorizontal; A distânciaentreσ1eσ3defineodiâmetrodocírculocujocentroé((σ1+σ3)/2,0).ÉochamadoCírculodeMohr.OcírculodeMohrdescreveastensõesnormalecisalhantequeagememplanosdetodasasorientaçõespossíveispassandoporumdadopontodarocha. Cada ponto do círculo corresponde a um valor de tensão normal e um de tensão cisalhante nos eixos do diagrama, que correspondem às tensões (normal e cisalhante) atuantes naquele ponto. ComosaberaorientaçãodoplanorepresentadoporumdadopontonocírculodeMohr? Emduasdimensões,eplotando-seσ1eσ3noeixohorizontal,osplanosrepresentadosnocírculocontêmσ2. Seϴéoânguloentreanormalaoplanoeσ1,entãooânguloentreoraioatéestepontodocírculoeoeixohorizontalé2ϴ. Adiferençaentreatensãoprincipalmáximaemínima(σ1-σ3)éodiâmetrodocírculo. EstaéachamadaTensãoDiferencial,extremamenteimportantenamecânicadofraturamento.Demodogeral,grandestensõesdiferenciaiséquepromovemo faturamento dasrochas. Sobre o ângulo ϴe a representação de planos no Círculo de Mohr · oânguloϴémedidonoCírculodeMohr(CM)noseusentidoverdadeiro,maséduplo.Porquê? · doispontosquerepresentamplanosperpendicularesficamseparadosde180°noCM,eporissoasduastensõesprincipaisplotamnoeixohorizontal. · comonosplanosprincipaisatensãocisalhanteézero,elessópodemserrepresentadosnoeixohorizontal. · ousodeângulosduplosnoCMimplicaquequalquerplano(p.ex.,oponto*1),temumcomplementar(ponto*3),comamesmatensãocisalhanteetensãonormaldiferente. · oponto*1temoutrocomplementar,dadopeloponto*2,demesmatensãonormal,mascomtensãocisalhantequedifereapenasnosinal. · atensãocisalhanteémáximaquando2ϴ=+/-90° · oqueimplicaplanossituados a +/- 45°deσ1. · NaaplicaçãogeológicadoCM,acompressãoé(+)eatração(=distensão)é(-).Em engenharia é ooposto. · Namaiorpartedoscasos,todasastensõesprincipaissãopositivasnalitosfera,masnãosempre. · Paratensõestrativas,oCMsemovimentaparaaesquerdadaorigem,ouseja,nocampotrativo. · Setodasastensõesprincipaisforemtrativas(geologicamenteimprovável),entãoocírculointeiroficaàesquerda. Estados de Tensão Referenciais -ETR Sãoestadosdetensãoteóricos,i.e.,modelos,queservemapenascomoreferencial. Presume-senestesmodelosqueoplanetatemapenasumacamadalitosférica,semconsiderarascomplicaçõesinerentesàtectônicadeplacas. Assim,nosETRnãoháforçastectônicas,eparaencontrarastensõestectônicasprocuram-seosdiferenciaisemrelaçãoaeles. OsETRsão,entãocondiçõesideaisdacrosta,comoseaTerrafosseumplanetaestático,semprocessostectônicos. TrêsETRconsideradosaseguir: ERdetensãolitostática/hidrostática-ERL ERdetensãouniaxial-ERU ERdetensãohorizontalconstante-ERTHC Estado de Tensão Referencial Litostática ÉoERmaissimples,ondeseconsideraquearochanãotemresistênciaaocisalhamento,ouseja,σs=0. Nessascondições,asrochasnãopodemresistiratensõesdiferenciaisaolongodotempogeológico,e(σ1–σ3=0). NoCM,esseestadodereferênciaérepresentadoporumpontonoeixohorizontal,eatensãoindependedadireção:σ1=σ2=σ3=ρ.z.g Neste modelo, a tensão é totalmente controlada pela profundidade e pela densidade das rochas: Densidade média das rochas continentais = 2,7 g/cm3 Gradiente vertical de tensão litostática =26,5 MPa/km Em rochas porosas, densidade média = 2,1 a 2,5 g/cm3** Lembrar que 1kbar = 100 MPa** Apenasnosmagmas(quandototalmentelíquidos)eemoutrosfluidos,atensãoéhidrostática. Emsituaçõesespecíficas,comonasbaciassedimentares,adiferençadedensidadeentreosedimentoeaáguadosporostambémtemqueserconsiderada Estado Referencial de Deformação Uniaxial NoERUniaxialpresume-sequenãoocorreelongação(positivaounegativa)nahorizontal.Paramanterestacondição:σv>σH=σh AdeformaçãoéuniaxialZ<X=Y=1 Acondição-limitedadeformaçãodeterminaoestadodastensões...Porquê? AsuperfíciedaTerraéumasuperfícielivre,enapartesuperiordacrostasepodeelevá-laourebaixá-la.
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