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Tipos de Formação de Solos

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Tipos de formação de solos
Latossolização
É o processo específico de formação dos latossolos, no qual sobressaem os processos gerais de remoção e transformação. Nesse processo, os fatores ativos deformação do solo (clima e organismos) apresentam uma ação intensa por um longo tempo, em uma condição de relevo que propicia a remoção de sais solúveis e a transformação acentuada de minerais, em busca de uma condição de equilíbrio,resultando no acúmulo de minerais mais estáveis como argilominerais 1:1(caulinita) e óxidos de Fe e Al.
No processo de latossolização, com a perda de sais básicos (mais solúveis),o solo vai se tornando mais ácido, aproximando o seu pH ao pH onde ocorre aneutralidade de carga das argilas. Esta aproximação da neutralidade de cargas no solo diminui o movimento das argilas, provocado pela repulsão entre cargas de igual sinal, leva à floculação, e em seguida à formação de agregados pequenos e deforma granular, que passam a ser fortemente cimentados por óxidos de Fe e Al.Esta estrutura permite que os latossolos apresentem uma alta permeabilidade e arejamento, semelhante a solos arenosos, mesmo que contenham elevados teores de argila.
Os latossolos ocupam extensos chapadões planos onde a água em abundância se infiltrou profundamente, causando intensa lixiviação e acentuado intemperismo. Estas condições podem não mais existir atualmente, fazendo com que se encontrem latossolos associados a relevo acidentado em condições climáticas que favorecem menos a latossolização. Sendo estes solos muito intemperizados, as evidências do material de origem são mais difusas do que em solos jovens. O material intemperizado foi intensamente revolvido pelos organismos vivos (formigas, cupins, raízes mortas etc) e transportados a grandes distancias na paisagem por ação dos agentes erosivos (vento, chuvas, cursos d´água etc.). Esses agentes promovem mistura de substratos de diferentes origens.
Podzolização
Este processo específico é caracterizado pela translocação de argila e decompostos organo-minerais dentro do perfil. Mesmo que a translocação seja um processo de destaque, os processos de adição, perda e transformação também ocorrem. Dois grandes grupos de solos apresentam a podzolização: os Argissolos(antigos podzólicos)
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, Espodossolos (antigos Podzóis). Além destes temos os Luvissolos (antigos Bruno não cálcicos) e Planossolos.Nos
Espodossolos é notável a translocação de complexos de matériaorgânica e óxidos de ferro e/ou alumínio de um horizonte eluvial (E) para umhorizonte espódico (Bhs) onde estes complexos se precipitam. Estes solos sãoformados a partir de material arenoso e sob condições que facilitam o acúmulosuperficial de matéria orgânica e a acidólise (baixas temperaturas ou hidromorfismoacentuado).Os solos
Argissolos apresentam translocação de argila dos horizontes maissuperficiais para um horizonte mais profundo (horizonte de acumulação de argilatranslocada, Horizonte B Textural. São bem mais argilosos do que os podzóise são formados em condições de alternância de ciclos de umedecimento e desecagem (clima com estações seca e úmida definidas, ou posição na paisagem quepermita tal alternância, tal como sopé de encostas). O movimento descendente daargila no perfil, leva ao entupimento de macroporos no horizonte Bt, facilitando a erosão no horizonte superficial.
Calcificação: processo de formaçãoo do solo pela concentraçãoo de carbonato de cálcio.
Salinização: processo de formação do solo caracterizado pela alta concentração de sais, característicos de regiões secas. O Solonchak foi formado nessas condições.
Podzolização: processo de formação do solo com duplo sentido: migração mecânica de argila do horizonte A para o horizonte B (B textural), ou migração química do horizonte A para o horizonte B (B espódico).
Latossolização: processo de formação do solo que se caracteriza a intensa remoção de sílica no processo de intemperismo, termo que substitui a designação laterização, o mesmo que ferrilitização.
Gleização: processo de formação do solo característico das condições de excesso de água (hidromorfismo). Nessa condições forma-se um horizonte glei típico dos Gleissolos.
Classificação de solos-
Latossolo: classe de solos espessos com baixo gradiente textural entre os horizontes A e B, baixa CTC, baixos ou nulos teores de minerais primários de fácil intemperização, baixo índice ki, critérios segundo Camargo et al (1987) e EMBRAPA (1999). Corresponde a ordem dos Oxisols do sistema americano (Soil Taxonomy).
Pedon: solo em 3 dimensões suficientes para o estudo dos horizontes ou das camadas.
Litossolos ou solos esqueléticos- 
•São solos Incipientes derivados de rochas consolidadas
•Espessura efectiva inferior a 10 cm. 
• Não apresentam horizontes definidos (perfil do tipo C R), podendo, nalguns casos, definir-se um horizonte A incipiente.
• Aparecem geralmente em áreas sujeitas a erosão acelerada. 
• As Famílias são definidas com base no tipo de rocha-mãe consolidada de que derivam. P. Ex.: Litossolos:
- de granitos ou quartzodioritos (Eg)
- de xistos ou grauvaques (Ex)
Regossolos Psamíticos-
•São constituídos por materiais arenosos mais ou menos grosseiros.
•Solos soltos, mais ou menos ácidos e muito pouco ou nada diferenciados. 
•Poderão possuir um horizonte superficial delgado com pequena acumulação de 
matéria orgânica. 
•Incluem as areias de dunas e de outras formações geológicas mais antigas.
Aluviossolos e Coluviossolos (Solos de Baixas)-
• Resultam da adição de sedimentos transportados pelos cursos de água.
•Os processos de formação do solo não actuaram ainda tempo suficiente para provocar quaisquer diferenciações. 
•São subdivididos em 6 Famílias consoante a textura das camadas superficiais e a 
presença eu ausência de carbonatos.
Solos Litólicos
HÚMICOS
•Solos pouco evoluídos de perfil AC, formados a partir de rochas não calcárias, em que o horizonte A é húmico.
•O horizonte A é constituído por uma mistura de matéria orgânica mais ou menos humificada e de pequenos fragmentos de rocha-mãe pouco alterada. 
• A meteorização física predomina sobre a alteração química. A formação de argila é
assim pequena ou nula.
NÃO HÚMICOS
• Diferem dos Solos Litólicos Húmicos por não terem um horizonte A húmico.
• Relações C/N baixas, indicadoras de uma decomposição rápida.
Solos Calcários
•São solos pouco evoluídos de perfil AC ou AR, formados a partir de rochas 
calcárias.
• Apresentam uma percentagem variável de carbonatos ao longo do perfil. 
• A textura é geralmente mediana a pesada.
Podzóis
•São solos evoluídos, de perfil A B C.
• 2 Subordens: Podzóis Não Hidromórficos e Podzóis Hidromórficos, subdivididas consoante existe ou não surraipa.
• A surraipa é um horizonte de acumulação endurecido que resulta da cimentarão dos 
grãos de areia e de limo por colóides.
•Solos com textura muito ligeira, predominando as fracções areia grossa e fina.
•Podzolização - Neste processo dá-se uma perda importante de sílica por destruição da parte mineral do complexo de absorção do horizonte A. O complexo de absorção está saturado por hidrogeniões, de que resulta uma forte acidez.
Solos Halomórficos
•Solos derivados de rochas detríticas que apresentam quantidades excessivas de sais solúveis e/ou teor relativamente elevado de sódio de troca no complexo de absorção.
Solos Hidromórficos
•Solos sujeitos a encharcamento permanente, por acção de uma toalha freática que 
sofre oscilações mais ou menos profundas com as estações.
• A água provoca intensos fenómenos de redução, sobretudo dos óxidos de ferro. Os 
fenómenos de redução do ferro tomam-se evidentes no solo pela existência de cores 
quase neutras, que são características dos horizontes glei.
A ação dos glaciais
· Trata-se da erosão glacial e o transporte de detritos. A capacidade de transporte dos glaciais é enorme, pois eles podem transportar grandes blocos.
· a ) Erosão glacial: é um tema polêmico, pois há os que acreditam que os glaciais correm num antigo leito fluvial (De Martonne) e outros que acreditam que não é o gelo que erode, mas osblocos e areias que os glaciais transportam.
· b) Os glaciais são formidáveis agentes de transporte e de acumulação. Seus depósitos chamam-se morainas ou morenas. Distinguimos:
· -As morainas externas ou laterais – superficiais sobre o gelo. Elas resultam de queda de blocos, de avalanches. 
· -As morainas internas ou medianas – acham-se dentro do gelo, ao longo dos planos de cisalhamento internos do glacial, nos circos, os detritos se depositam entre as camadas de neve sucessivas.
· -As morainas de fundo – representadas pelos grandes blocos quaternários (Inglaterra, Escandinávia, planície germano-polonesa).
Tipos de glaciais
· Glaciais regionais (inlandis): se apresentam em vastas cúpulas de perfil levemente convexo, como na Groenlândia, com cerca de 1,7 milhões de km2 e na Antártica, que mede cerca de 13 milhões de km2. Apresentam temperatura de -40ºC em profundidade.
· O total de água doce estocado nos glaciais regionais é de 30 milhões de km3, o que representa 98% da água doce dos continentes e 2% da água total da hidrosfera. 
· Glaciais locais: são de tamanho mais reduzido. A cúpula de gelo que recobre o Mont-Blanc é um exemplo. Trata-se de glaciais de vale do tipo Alpino, característicos das altas montanhas das médias latitudes.
· Glaciais de circo: é um glacial de dimensões reduzidas, que apresenta paredes rochosas quase verticais, de onde descem as avalanches que os alimentam. 
· Glaciais de vale: são numerosos nas montanhas alpinas. São como línguas que recebem, na sua parte montante, os glaciais afluentes. Apresentam uma topografia convexa, pois a fusão é mais forte nas bordas. A superfície do gelo é mais ou menos recoberta de depósitos (morainas ou morenas). 
· O gelo é um sólido relativamente plástico e viscoso.
· Os tipos de escoamento variam em função da plasticidade, da declividade e da espessura do glacial. Um glacial de 50m de espessura começa a se movimentar em uma vertente de 6º. Os glaciais mais espessos são mais móveis, numa mesma declividade.
As margens glaciais
· Trata-se de regiões abandonadas pelos grandes glaciais quaternários.
· Após o recuo do glacial, as depressões aparecem e lagos podem se instalar.
· Uma das formas mais espetaculares de regiões abandonadas por glaciais são os fiordes, que são corredores estreitos e profundos num litoral alto, cavados pela erosão glacial. A escavação desses vales foi feita em um nível bem mais alto que o atual, sendo sua posição altimétrica explicada por abaixamento das terras, com conseqüente invasão marinha, transformando os antigos vales em golfos. Da mesma maneira que os vales glaciais, os fiordes têm a forma do leito em U.
Relevo granítico- Uma das formas de relevo mais comum em regiões graníticas é a bola (fotografia da esquerda), uma massa com forma mais ou menos arredondada e com diâmetro a partir de 25 cm, podendo atingir dezenas de metros (há referências a diâmetros de 33 m). Esta forma está presente em todas as zonas climáticas e pode existir isolada ou em grupos, no cimo de montes, nas encostas, nos fundos de vale ou nas planícies.
Algumas destas bolas adquirem formas curiosas às quais a imaginação popular logo trata de atribuir designações como "tartaruga", "águia", etc. Outra forma de relevo comum é o designado inselberg(“monte-ilha”). Trata-se de um afloramento rochoso protuberante que pode tomar formas diversas, como a de bornhardt (forma dômica desprovida de cobertura e com flancos inclinados, denominado localmente por “meda” - fotografia da direita) ou castle koppie (forma acastelada com fracturas ortogonais e verticais dominantes, conhecido localmente por “borrageiro”). Associadas às formas de relevo maiores encontram-se, por vezes, formas menores como pias e blocos pedunculados. As pias são depressões escavadas no substrato rochoso. Em planta têm uma forma normalmente circular, oval ou elíptica. São formas onde há retenção temporal de água que habitualmente desaparece por evaporação (fotografia da direita).
A água é o principal responsável pela formação inicial e desenvolvimento das pias. Por vezes é visível a associação entre as pias e as fracturas ou fissuras na rocha, zonas onde a desagregação da rocha é naturalmente mais propícia. Outras vezes é difícil explicar porque razão as pias se encontram em determinado local. A frequente existência de heterogeneidades na rocha, por exemplo, a distribuição irregular ou concentração de minerais mais susceptíveis à alteração, como biotite e feldspatos no caso das rochas graníticas, leva à existência de zonas onde a meteorização é preferencial e onde se podem formar concavidades que evoluem posteriormente para pias. Os blocos pedunculados caracterizam-se por se assemelharem a cogumelos e são uma das várias formas resultantes da corrosão que tem lugar na base de relevos residuais. A corrosão na base é, na maior parte dos casos, ocasionada pela humidade do solo. Esta ataca as bolas ou colunas de rocha em seu redor. As paredes das concavidades basais são frequentemente rugosas, pois estas superfícies corroídas desenvolvem-se melhor em rochas cristalinas de granulometria grosseira ou textura porfiróide. Refira-se que a corrosão basal é vista a afectar, inclusivamente, menires, o que indica que, à escala do tempo geológico, se trata de um processo rápido. No leito dos cursos de água que atravessam a região, podem ser observados aspectos típicos da erosão fluvial de montanha, tais como marmitas de gigante (fotografia da direita).
Ciclo de erosão de Davis – rápido soerguimento de uma área por ação tectônica e um longo período de atividade erosiva. Chegando ao fim, a peneplanície, um longo soerguimento originará a instalação e a evolução de outro ciclo. Necessita de um rápido soerguimento de relevo, seguido de um período muito longo de estabilidade tectônica. A evolução do relevo ocorre de cima para baixo.
· Pulso de soerguimento tectônico e longo período de erosão
· Morfologia depende exclusivamente do tempo (idade geológica)
Ciclo de erosão de Penck- a emersão e a denudação ocorrem ao mesmo tempo. Recuo paralelo das vertentes ( ao contrário de Davis, onde a evolução ocorre de cima para baixo).
· Magnitude da deformação tectônica e do soerguimento aumenta até um certo ponto e depois diminui
• Processos de erosão atacam constantemente as montanhas em soerguimento
• Relevo resulta da competição entre soerguimento e erosão

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