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Modelo de peça Memoriais "Rito do Júri"

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CRIMINAL DA COMARCA …
Observações: fique atento à competência do júri e à competência da Justiça Federal.
FULANO, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamento no art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir:
Observações: como o réu já foi qualificado, não precisa qualificá-lo novamente. Sobre o nome da peça, como já expliquei, não é errado dizer apenas “memoriais”, mas a FGV, nas duas últimas vezes em que cobrou a peça, adotou a expressão “alegações finais por memoriais”.
I. DOS FATOS
O acusado manteve relações sexuais com FULANA, que tinha 13 anos na época dos fatos. No entanto, por ter conhecido FULANA em uma festa onde apenas maiores de idade poderiam entrar, o réu imaginou que a vítima tinha idade superior a 18 anos.
Em juízo, a vítima disse que, no dia em que conheceu o réu, mentiu a respeito de sua idade, afirmando ser “maior de 18 anos e acadêmica de Direito”. Duas testemunhas, Chico e João, confirmaram o relato da vítima.
O Ministério Público denunciou FULANO pela prática do crime de estupro de vulnerável, nos termos do art. 217-A do Código Penal, e pediu a sua condenação em memoriais.
Observações: no tópico “dos fatos”, apenas resuma o enunciado.
II. DO DIREITO
Portanto, excelência, está claro que o réu agiu em erro de tipo essencial, com fundamento no artigo 20, “caput”, do Código Penal, devendo ser absolvido, com fundamento no art. 386, VI, do Código de Processo Penal. Isso porque ele não poderia imaginar que FULANA tinha menos de 14 anos, afinal, ele a conheceu em uma festa onde apenas maiores de idade poderiam entrar. Além disso, ela mentiu a respeito de sua idade, induzindo o réu em erro.
Ademais, ainda que seja condenado, o réu faz jus à atenuante da menoridade relativa, do art. 65, I, do Código Penal, pois tinha apenas 20 anos na época dos fatos. Além disso, não há circunstância judiciais negativas, razão pela qual a pena deve ser fixada no mínimo legal. Por fim, o regime inicial deve ser o semiaberto, nos termos do art. 33, § 2º, “b”, do Código Penal. Embora o crime seja hediondo, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90.
Observações: pode parecer um absurdo pedir absolvição e, em seguida, benefícios em caso de condenação. Em um caso verdadeiro, você provavelmente não faria isso. Entretanto, como se trata de Exame de Ordem, é preciso esgotar todas as teses favoráveis ao réu.
III. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a absolvição do réu, nos termos do art. 386, VI, do Código de Processo Penal, por atipicidade em razão de erro de tipo, com fundamento no art. 20, “caput”, do Código Penal.
Subsidiariamente, em caso de condenação, requer a fixação da pena no mínimo legal, a incidência da atenuante da menoridade relativa, do art. 65, I, do Código Penal, e a imposição de regime semiaberto, com fundamento no art. 33, § 2º, “b”, do Código Penal.
Observações: o pedido é a consequência lógica do que foi sustentado no tópico “do direito”. Na hora da prova, releia as suas teses e veja se pediu tudo o que deve ser pedido.
Pede deferimento.
Comarca, data.
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Advogado/OAB nº...........

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