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AO JUIZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO SÃO CAETANO, PE.
Luiz Augusto, brasileiro, casado, comerciante, portador da cédula de identidade RG nº xxxx, devidamente inscrito no CPF nº xxx, Título de Eleitoral nº 123456, residente e domiciliado na Rua xxx, Bairro xxx, Cidade de São Caetano, Estado do Pernambuco, representado por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso) com endereço profissional na rua xxx, Bairro xxx, Cidade de São Caetano, PE, local indicado para receber as devidas intimações nos termos do artigo 39, inciso I do Código de Processo Civil, vem perante Vossa Excelência com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e na Lei 4717/65 propor
AÇÃO POPULAR
em face do Município de São Caetano, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na rua xxx, Bairro xxx, Cidade de São Caetano,PE; do Prefeito Jacinto Jacaré, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº xxx, devidamente inscrito no CPF nºxxx, residente e domiciliado na rua xxx, Bairro xxx, Cidade de São Caetano, PE e da Associação dos Comerciantes Locais (ACSC-PE) , pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ nº xxxx, com sede na rua xxx, Bairro xxxx, Cidade de São Caetano,PE representada pelo Sr. Sombra, portador da Cédula de Identidade nºxxxxxx, CPF xxxxxx, residente na Rua xxxx, nºxx, Bairro xxxx, Cidade de São Caetano, PE pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I – DOS FATOS
O Município de São Caetano (ora denominado primeiro réu), por ato do Prefeito Jacinto Jacaré (ora denominado segundo réu) que por foça do decreto nº 01/2019 concedeu a cobrança de serviço de estacionamento em local público de uma área na cidade denominada “Zona Azul” à Associação dos Comerciantes Locais - ASCS-PE (ora denominada terceira ré), que é presidida pelo Sr. Sombra (ora denominado quarto réu). Acontece que, tal concessão ocorreu sem nenhuma licitação prévia, o que demonstra claramente que houve desrespeito aos princípios e às normas constitucionais, por parte da autoridade administrativa concedente ( segundo réu ) e também por parte da concessionária beneficiária pela concessão de tal serviço à ASCS-PE ( terceira ré ), sob representação do Sr. Sombra (quarto réu) sem o devido procedimento legal da licitação , conforme previsão no artigo 37 Caput, e inciso XXI do mesmo artigo, da Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB/88:
“ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
...  XXI -  ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
Dessa feita, tendo em vista que os últimos réus mencionados já tomaram posse do serviço e o exploram desde o dia 01.02.2019, até a presente data, apropriando-se dos valores angariados pelo serviço ilegalmente prestado, torna-se necessária a reapropriação do serviço pela entidade pública competente e o ressarcimento dos prejuízos ao erário público municipal, conforme previsão constitucional no art. 37, §4º da CRFB/88:  
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
...§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 
II – DO DIREITO
a) DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso LXXIII, admite a impetração da ação popular, por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou quando entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, estendendo ainda à proteção ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
E assim prevê a doutrina nas palavras de Diógenes Gasparini, no seu manual com a seguinte lição sobre a Ação Popular:
“É o instrumento judicial posto à disposição de qualquer cidadão para invalidar atos e outras medidas da Administração Pública e de suas autarquias, das entidades da administração indireta ou das entidades subvencionadas pelos cofres públicos, ilegais e lesivos aos respectivos patrimônios, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.”
Ainda, conforme redação da CRFB, a edição de tal decreto ofende as normas constitucionais e a própria moralidade administrativa, além de ser ato lesivo ao patrimônio.
A Lei 4.717/65 estabelece o rito da presente ação. 
Assim, o ajuizamento da presente ação é perfeitamente cabível.
b) DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
A ação popular tem previsão no art. 5º da CRFB, garantindo o seu ajuizamento a todos o cidadão no regular gozo dos seus direitos políticos, o que é o caso do autor, conforme de plano comprovado pelo Título de Eleitoral nº. 123456, e Certidão de Obrigações Eleitorais nºxxxx.
Os réus apontados nesta peça em questão são efetivamente os responsáveis pela produção do ato ilegal, lesivo ao patrimônio público, conforme art. 6º da Lei 4.717/65: “A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”,
c) DO ATO LESIVO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO E À MORALIDADE PÚBLICA
A argumentação dos réus é no sentido de que a ausência da licitação se justifica pelo fato de que o serviço foi repassado a uma Associação de Comerciantes Locais e não especificamente a um cidadão interessado, em particular. Porém, como se verifica, tais fatos afrontam diretamente os princípios constitucionais da administração pública, quais sejam a legalidade, a impessoalidade, e a moralidade, e ainda o prescrito no art. 1º, Alínea A, C e E, da Lei 4.717/65: “Art. 2.º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
...c) ilegalidade do objeto;
...e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
...c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
...e) o desvio da finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência” e art. 2º, II da Lei 8.987/95.
Observa-se o que diz a Lei n 8.987, pois não é outro o entendimento, ao considerar a necessidade de prévio procedimento licitatório, inclusive, para as concessões de serviços públicos. Vejamos: “Art. 2.º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
...II – Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.
Assim, em se tratando de concessão de serviços de serviços públicos, sua formalização se dará mediante contrato com precedente licitação pública.Note-se ainda que a licitação deverá ser na modalidade concorrência.
Tem-se então que a referida concessão, sem o devido procedimento licitatório, constitui ato lesivo ao patrimônio municipal, bem como atentatório aos princípios da moralidade, probidade e legalidade.
Por tudo isso, é nulo o ato praticado, nos termos do art. 2º, alínea A, C e E da Lei 4.717/65.
Tais institutos principiológicos constitucionais e suportes legais justificam desde já, a anulação do decreto que concedeu a exploração do serviço à terceira ré, representada pelo quarto réu. Devido a inconstitucionalidade que o eiva e ainda a recomposição dos prejuízos sofridos pelos cofres públicos municipais, desde a data da concessão da exploração do serviço, ou seja, de 01.02.2019, até o presente momento.
d) DA REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS
O autor requereu ao segundo réu, a cópia dos documentos necessários para a propositura da presente ação; esse pedido, no entanto, foi atendido e tais documentos encontram-se acostados ao pedido.
 
IV – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:
a) a citação dos Réus, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 dias, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;
b) a citação do Município de São Caetano, em separado, na forma do art. 6º, § 3º da Lei 4.717/65;
c) a intimação do representante do Ministério Público;
d) a procedência dos pedidos para decretar a anulação do decreto lesivo ao patrimônio público e à moralidade, condenando os Réus no pagamento das perdas e danos;
e) a condenação dos Réus no pagamento, ao autor, das custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais, bem como nos honorários de advogado;
f) a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental;
g) a juntada dos documentos em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00
Termos em que pede deferimento.
São Caetano, xx/ de xxxxx de xxxx
Antonio de Jesus Tomaz
OAB/xxxx Nºxxxxx

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