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 Questão 
 
 
Antônio recebeu em sua residência inúmeras cartas de cobrança, emitidas pela concessionária de 
serviço público de fornecimento de energia elétrica, referente a parcelas que já haviam sido pagas. 
Ocorre que, apesar da adimplência de Antônio, o serviço de fornecimento de energia elétrica foi 
interrompido pela concessionária, o que o levou a pagar o débito indevido e ajuizar ação ordinária 
de repetição de indébito, com pedido de restituição em dobro do valor pago. Antônio pleiteou ainda, 
nessa mesma ação, declaração de abusividade de aumento tarifário. Com base nessa situação 
hipotética, assinale a opção correta. 
 
 
O pedido de declaração de abusividade do aumento tarifário possui natureza de direito ou 
interesse difuso. 
 
Para a devolução em dobro do débito pago indevidamente, Antônio deverá comprovar a 
existência de má-fé da concessionária. 
 
Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antônio, a concessionária não poderia 
interromper o fornecimento de energia elétrica, em face da essencialidade do serviço 
prestado. 
 
A comprovação de que a interrupção do fornecimento de energia se deu em virtude de 
culpa exclusiva de terceiro não exclui a responsabilidade da concessionária. 
 A cobrança não caracteriza vício de serviço, devendo ser afastado o prazo decadencial 
previsto no CDC para o ajuizamento da ação judicial. 
Respondido em 01/11/2020 22:04:01 
 
 
Explicação: 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do 
término da execução dos serviços. 
§ 2º Obstam a decadência: 
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e 
serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; 
II - (Vetado). 
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar 
evidenciado o defeito. 
A decadência, por sua vez, refere-se à extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua 
eficácia é, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, tendo 
este se esgotado sem que referido exercício se tenha verificado. 
 
 
 
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 Questão 
 
 
Joana adquiriu um aparelho de telefone em loja de eletrodomésticos e, juntamente com o manual 
de instruções, foi-lhe entregue o termo de garantia do produto, que assegurava ao consumidor um 
ano de garantia, a contar da efetiva entrega do produto. Cerca de um ano e um mês após a data da 
compra, o aparelho de telefone apresentou comprovadamente um defeito de fabricação. Em face 
dessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca dos direitos do consumidor. 
 
 
O prazo para Joana reclamar dos vícios do produto é de apenas noventa dias, a partir da 
entrega efetiva do produto, independentemente de prazo de garantia. 
 
A lei garante a Joana a possibilidade de reclamar de eventuais defeitos de fabricação a 
qualquer tempo, desde que devidamente comprovados. 
 Joana poderá reclamar eventuais defeitos de fabricação até o prazo de noventa dias após 
o final da garantia contratual conferida pelo fornecedor. 
 
Após o prazo de um ano de garantia conferida pelo fornecedor, Joana não poderá alegar 
a existência de qualquer defeito de fabricação 
Respondido em 01/11/2020 22:07:55 
 
 
 
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 Questão 
 
 
Pela previsão do artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, o juiz poderá desconsiderar a 
personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de 
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato 
social. Sobre a desconsideração da personalidade jurídica no CDC, é CORRETO afirmar: 
 
 
As sociedades coligadas só responderão por dolo 
 
As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do Código de Defesa do 
Consumidor. 
 
As sociedades consorciadas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações 
decorrentes do Código de Defesa do Consumidor. 
 Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, 
de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
Respondido em 01/11/2020 22:09:30 
 
 
 
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 Questão 
 
 
Em relação à disciplina do Código de Defesa do Consumidor sobre os bancos de dados e cadastros 
de consumidores, assinale a afirmativa correta. 
 
 O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir 
sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a 
alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. 
 
 Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, verdadeiros e em linguagem 
de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período 
superior a dez anos. 
 
Os Sistemas de Proteção ao Crédito poderão fornecer informações que possam impedir ou 
dificultar novo acesso ao crédito, desde que assegurada ao consumidor a prerrogativa de 
exigir sua imediata correção, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros. 
 
 
 A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo não precisa ser 
comunicada por escrito ao consumidor quando for solicitada pelo fornecedor. 
 
 Os órgãos públicos de defesa do consumidor deverão manter cadastros atualizados de 
reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-
los pública e anualmente, sem a necessidade de indicar se a reclamação foi atendida ou 
não pelo fornecedor. 
Respondido em 01/11/2020 22:11:53 
 
 
Explicação: 
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso 
às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados 
pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas 
respectivas fontes. 
 § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus 
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o 
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos 
eventuais destinatários das informações incorretas. 
 
 
 
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 Questão 
 
 
Ao consumidor adquirente de produto de consumo durável ou não durável que apresente vício de 
qualidade ou quantidade que o torne impróprio ou inadequado ao consumo a que se destina, não 
sendo o vício sanado no prazo de 30 dias, assegura-se 
 
 
o abatimento de até 50% do valor pago, em razão do vício apresentado e do 
inconveniente causado pela aquisição de produto defeituoso. 
 convencionar com o fornecedor um prazo maior que 30 dias para que o vício seja 
sanado. 
 
a substituição imediata do produto por outro de qualquer espécie, em perfeitas 
condições de uso. 
 
a imediata restituição do valor pago, atualizado monetariamente, não cabendo 
indenização. 
Respondido em 01/11/2020 22:15:53 
 
 
 
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 Questão 
 
 
São consideradas cláusulas abusivas as que: (assinale a afirmativa incorreta) 
 
 
estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
 
transfiram responsabilidade a terceiros; 
 condicionam o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou 
serviço; 
 
estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor. 
 
estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada; 
Respondido em 01/11/2020 22:20:05 
 
 
 
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 Questão 
 
 
O CDC tem disciplina própria no que tange à prescrição e à decadência. Levando em consideração o 
artigo 27 e o o §1º do artigo 18 do CDC, écorreto afirmar que 
 
 d) A prescrição só começa a contar a partir do conhecimento do dano e de sua autoria; 
 
e) A prescrição só começa a partir da manifestação do vício oculto. 
 
a) Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por vício do 
produto e/ou do serviço; 
 
c) Prescreve em 90 dias a reparação do fato do produto e/ou serviço, a contar da entrega 
do produto ou do serviço; 
 
b) Decai em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por vício do 
produto e/ou do serviço a contar entrega do produto ou da prestação do serviço; 
Respondido em 01/11/2020 22:26:31 
 
 
Explicação: 
¿Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do 
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a 
partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 
Parágrafo único. (Vetado) Interrompe-se o prazo de prescrição do direito de indenização pelo fato 
do produto ou serviço nas hipóteses previstas no parágrafo 1° do artigo anterior, sem prejuízo de 
outras disposições legais.¿ 
Referido artigo dispõe sobre a prescrição nos casos de responsabilidade por danos, isto é, nos 
acidentes causados por defeitos dos produtos ou serviços. 
 
 
 
 
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 Questão 
 
 
A inscrição de inadimplentes pode ser mantida nos serviços de 
proteção ao crédito 
 
 E- por, no máximo, cinco anos e, consumada a prescrição 
relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão 
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao 
Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou 
dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
 C- por, no máximo, dez anos e, consumada a prescrição 
relativa à cobrança do débito do consumidor, não serão 
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao 
Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou 
dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
 A- por, no máximo, três anos, salvo se maior o prazo de 
prescrição relativo à cobrança do débito, o qual 
prevalecerá sobre o triênio. 
 D- pelo prazo, qualquer que seja ele, da prescrição relativa 
à cobrança do débito. 
 B- até que o débito que lhe deu origem seja integralmente 
pago. 
Respondido em 01/11/2020 22:27:22 
 
 
Explicação: 
A Súmula 323 foi editada com respeito ao artigo 43 do CDC, §§ 1º e 5º. Vejamos: 
CDC. Art. 43, § 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros 
e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes 
a período superior a cinco anos. 
CDC. Art. 43, § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, 
não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que 
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
Conforme se depreende do § 1º, não podem subsistir quaisquer informações negativas por período 
superior a 5 anos, a contar da data de inscrição. O § 5º, por sua vez, determina a retirada de tais 
informações negativas quando consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor. 
A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que o prazo prescricional referido no art. 43, § 5º, 
do CDC, é o da ação de cobrança, não o da ação executiva.[1]

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