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Livro do Professor Física 1.ª série 1.º volume Volume 7 © Editora Positivo Ltda., 2015 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) M867 Dal Moro, Guilherme Andre. Física : ensino médio / Guilherme Andre Dal Moro ; reformulação dos originais de Luís Fernando Cordeiro ; ilustrações Eduardo Borges, Divo, Marcos Gomes. – Curitiba : Positivo, 2016. v. 7. : il. Sistema Positivo de Ensino ISBN 978-85-467-0380-7 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-0381-4 (Livro do professor) 1. Física. 2. Ensino médio – Currículos. I. Cordeiro, Luís Fernando. II. Borges, Eduardo. III. Divo. IV. Gomes, Marcos. V. Título. CDD 373.33 Presidente: Ruben Formighieri Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy Autoria: Guilherme Andre Dal Moro; reformulação dos originais de: Luís Fernando Cordeiro Supervisão Editorial: Jeferson Freitas Edição de Conteúdo: Milena dos Passos Lima (Coord.) e Halina dos Santos França Edição de Texto: Alexandre Gomes Popadiuk Revisão: Melissa Harumi Pieczarka, Willian Marques e Mariana Bordignon Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka Edição de Arte: Alexandra Mascari Cezar Projeto Gráfico: YAN Comunicação Ícones: ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Lightspring, ©Shutterstock/Chalermpol, ©Shutterstock/Macrovector e ©Shutterstock/Blinka Imagens de Abertura: ©Shutterstock/E.G.Pors e ©Shutterstock/Djomas Editoração: Studio Layout Ilustrações: Eduardo Borges, Divo e Marcos Gomes Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão), Carla Andrequetto e Karine Ribeiro de Oliveira Buzinaro Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site: www.editorapositivo.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail: posigraf@positivo.com.br 2018 Contato editora.spe@positivo.com.br Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda. 13 14 Sumário Processos de transmissão de calor e estudo de um gás ....................................... 4 Condução térmica ........................................................................................... 5 Convecção térmica .......................................................................................... 8 Irradiação térmica .......................................................................................... 11 Transformações gasosas ................................................................................. 17 Trabalho de um gás ........................................................................................ 24 Primeira e Segunda Leis da Termodinâmica ....... 34 Primeira Lei da Termodinâmica ...................................................................... 36 Segunda Lei da Termodinâmica ...................................................................... 47 Máquinas térmicas ......................................................................................... 49 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam o envolvimento com os temas de estudo. Assim, fique atento aos seguintes ícones: Fora de escala numéricaFormas em proporçãoColoração artificial Imagem ampliadaImagem microscópicaColoração semelhante ao natural Representação artísticaEscala numéricaFora de proporção Acesse o livro digital e conheça os objetos digitais e slides deste volume. Processos de transmi ssão de calor e estudo de um gás Ponto de partida 13 O parapente é um esporte de voo livre, sem propulsão de motores. É considerado um esporte radical, no qual o praticante tem o controle de direção, sentido e velocidade do movimento. Em algumas circunstâncias, ele pode permanecer em voo livre por longos intervalos de tempo. 1. Quais são as forças aplicadas no corpo do praticante de parapente? Quais são as orientações dessas forças? 2. Explique como um praticante de parapente pode se manter, em voo livre, por longos períodos, mesmo sem um motor de propulsão. 1 ©Shutterstock/Marius Pirvu 4 Em um churrasco, existem diversas maneiras de transmitir o calor proveniente da queima do carvão para o alimento. A grelha, o espeto, o papel-alumínio, entre outros, são dispositivos que permitem a transmissão da energia térmica de maneiras diferentes. Quando dois corpos de temperaturas diferentes são aproximados, ocorre troca de energia térmica entre eles, isto é, há transferência de calor. O calor é transferido, de modo espontâneo, dos corpos de maior temperatura para os de menor temperatura. O calor pode ser transmitido por três processos diferen- tes: condução, convecção e irradiação. Condução térmica É comum assarmos alimentos, como frangos, em espetos de metal. Os metais são bons condutores térmicos e possibilitam que os alimentos também sejam assados de dentro para fora. O aquecimento do espeto ocorre pelo processo denominado condução térmica. Esse fenômeno pode ocorrer em sólidos e líquidos, mas é predominantemente presente nos meios sólidos. Isso porque a transferência de calor é reali- zada de uma partícula para outra, como resultado da agitação e das colisões moleculares, sem que ocorra transporte de matéria. Nos sólidos, como as partículas estão mais próximas, o fluxo do calor é facilitado. Fluxo de calor O fluxo de calor é uma grandeza vinculada à transferência de calor atra- vés de uma região. É o equivalente, para o calor, ao fluxo de água em uma torneira. Podemos fazer várias comparações nesse sentido: o fluxo de água é o volume de água que atravessa uma superfície em determinado inter- valo de tempo, o fluxo de calor é a quantidade de calor transferida através de uma superfície em determinado intervalo de tempo. Assim, define-se fluxo de calor ( ) como a razão en- tre o calor (Q) transportado em um meio material, através de uma seção transversal reta, em um respectivo interva- lo de tempo ( t): Na equação, a letra grega “fi” ( ) representa o fluxo de calor (em watt, W, no SI); Q, a quantidade de calor (em joule, J); t, o intervalo de tempo (em segundo, s). reconhecer e diferenciar os processos de transmissão de calor; identificar os processos de transmissão de calor relacionando-os com situações cotidianas; compreender e classificar as transformações gasosas; definir trabalho de um gás ideal. transmissão de calor; e calor relacionando-os com situações cotidianas; Objetivos da unidade: © Sh u tt er st oc k/ Ra m on a H ei m Assar o alimento diretamente na grelha, no espeto ou no papel-alumínio pode auxiliar no tempo de preparo dos alimentos. Cada um desses processos transmite a energia térmica de uma maneira diferente. Φ Δ = Q t A O fluxo de calor pode ser compreendido como a taxa de energia térmica que atravessa uma área por unidade de tempo. 5 Considere uma haste homogênea com temperaturas distintas em suas extremidades, como um espeto de metal que uma pessoa (correndo sérios riscos de se queimar!) segura em uma extremidade enquanto coloca a outra extremi- dade no fogo. Suponha que o calor só se propaga ao longo da haste e que a temperatura diminui gradativamente, da extremidade mais quente para a mais fria. T 2 T 1 T 2 > T 1 L A A condução térmica consiste em um processo de transferência de energia que ocorre predominantemente nos sólidos. O fluxo de calor transmitido de uma extremidade à outra de uma haste depende de três grandezas, respeitando as seguintes relações: é diretamente proporcional à área da seção transversal (A) eà diferença de temperatura entre os pontos analisados ( T), mas inversamente proporcional ao comprimento (L) do objeto. O fluxo ainda depende de uma constante de proporcionalidade, denominada coeficiente de condutibilidade térmica, simbolizada pela letra K, e que depende do material que constitui a haste. A relação a seguir é conhecida como Lei de Fourier. Φ = ⋅ ⋅ −( )K A T T L 2 1 Esse coeficiente de condutibilidade térmica é expresso por J s m K . Observe, na tabela a seguir, os valores de condu- tibilidade térmica de alguns materiais e, com base neles, diferencie os bons condutores de calor dos isolantes térmicos. COEFICIENTE DE CONDUTIBILIDADE TÉRMICA (K) DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS Material Valor de K (kcal/h ∙ m ∙ ºC) Material Valor de K (kcal/h ∙ m ∙ ºC) Ar seco em repouso 0,022 Tijolo maciço 0,70 Isopor 0,025 Gelo 0,8 Lã 0,033 Telha de barro 1,14 Algodão 0,047 Zinco 96 Fibra de vidro 0,20 Alumínio 175 Tijolo furado 0,35 Ouro 267 Água 0,50 Cobre 332 Vidro comum 0,65 Bons condutores de calor, como os metais em geral, têm coeficiente de condutibilidade térmica muito maior do que os isolantes térmicos, como o ar e o isopor. ConexõesConexões Quando se toca a madeira de uma porta e o metal de seu trinco, as sensações térmicas são diferentes. O mesmo ocorre ao se pisar descalço no carpete e em um piso de cerâmica. Tanto o trinco de metal quanto o piso parecem mais frios que a porta de madeira e o carpete. Entretanto, estão no mesmo ambiente e, contanto que não haja fornecimento de calor exclusivamente para um deles, suas temperaturas permanecerão iguais (equilíbrio térmico). A resposta para essa sensação mais fria não está necessariamente na temperatura, mas no fluxo de calor. A sensação de frio é um indicativo de perda de energia térmica. Assim, a perda pode ocorrer mais rapidamente quando há grande diferença de temperatura entre as mãos e o objeto tocado ou quando o material é um bom condutor de calor (coeficiente alto de condutividade térmica). Em ambas as possibilidades, o fluxo térmico de calor da mão para o objeto é mais intenso. De modo formal, o coeficiente de condutibi- lidade térmica representa a potência térmi- ca transportada em relação ao comprimento do objeto e à diferença de temperatura em suas extremidades. Fonte: HALLIDAY, David et al. Fundamentos de Física volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. p. 209. 6 Volume 7 Atividades 1. Consulte a tabela de coeficiente de condutibilidade térmica, vista anteriormente, e responda: qual é o melhor condutor e o melhor isolante térmico entre os materiais apresentados? Justifique a sua escolha pelo coeficiente de condutibilidade térmica. O melhor condutor de calor é o cobre, pois tem maior condutibi- lidade térmica. O melhor isolante é o ar, pois tem menor condu- tibilidade térmica. 2. Complete as frases com a palavra entre parênteses que dá sentido à informação: a) Os valores de condutibilidade térmica sugerem que os metais são bons (bons/maus) con- dutores de calor. b) Alguns animais, durante o inverno, eriçam seus pelos para reter ar, pois este é um bom isolante (isolante/condutor) térmico, haja vista a sua baixa (alta/baixa) condutividade térmica. 3. Há hotéis cujas paredes e móveis, inclusive as camas, são feitos de gelo. Os proprietários garantem que seus hóspedes passam mais frio fora do que dentro do hotel. Com base nos coeficientes de condutibilidade térmica, elabore uma justificativa física para esse fato. O gelo, apesar de ser frio ao contato, é um bom isolante térmico, pois tem baixo coeficiente de condutibilidade térmica. Assim, pouco calor será transmitido através das paredes, caso a tempe- ratura no interior do hotel seja superior à externa. 4. Qual a razão de tijolos maciços apresentarem maior coeficiente de condutividade que tijolos feitos com o mesmo material, porém furados? O ar parado no interior das cavidades é um bom isolante térmico, portanto os tijolos furados são melhores isolantes que os maciços. 5. Em dias frios, é comum o uso de cobertores para reduzir a perda de calor para o ambiente. Uma pessoa de 1,2 m2 de área está usando um cobertor de 2,5 cm de espessura. Sabendo que a temperatura da pele da pessoa é de, aproximadamente, 37 °C e que a temperatura externa é de 7 °C, determine quantas calorias serão transmitidas para o ambiente em 1 hora. (Dado: o coeficiente de condutibilidade do cobertor é de 8 10–5 cal/s cm °C.) Φ Φ Φ Φ = ⋅ ⋅ −( ) ⇒ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ −( ) ⇒ = ⋅ ⇒ = − − K A T T L Q F 8 10 12 10 37 7 2 5 288 10 2 5 5 4 1 , , , 11152 1152 3 600 41472 0 , , , cal/s Φ Δ = ⇒ = ⇒ = Q t Q Q cal Considerando que a condução de calor é estacionária, o fluxo será: 6. (UPE) Uma das extremidades de uma barra metálica isolada é mantida a 100 ºC, e a outra extremidade é mantida a 0 ºC por uma mistura de gelo e água. A barra tem 60,0 cm de comprimento e uma seção reta com área igual a 1,5 cm2. O calor conduzido pela barra produz a fusão de 9,0 g de gelo em 10 minutos. A condutividade térmica do metal vale em W/m K: (Dado: calor latente de fusão da água = 3,5 ∙ 105 J/kg.) É isso que ocorre com o metal, que é um melhor condutor de calor em relação à madeira, e com o piso de cerâmica, que tem coeficiente de condutividade térmica maior do que o carpete. Assim, se você tocar dois objetos que estejam a temperaturas iguais, porém mais baixas que a temperatura de seu corpo, o fluxo de calor da sua mão será maior para o objeto que possuir maior coeficiente de condutividade, causando a falsa impressão de que ele está mais frio. Quanto maior o valor do coefi- ciente de condutividade térmica, maior é a condução do calor e menos isolante ele se torna. 2 Gabaritos. Sugestão de atividades: questões 1 a 5 da seção Hora de estudo. Física 7 Convecção térmica As chaminés residenciais e industriais têm a função de facilitar a queima do material combustível e a retirada dos gases formados na combustão. Essa remoção pode ocorrer de modo natural, sem equipamentos de sucção, por conta do fenômeno físico denominado convecção térmica. © Sh u tt er st oc k/ ka ra m ys h © Sh u tt er st oc k/ A FN R As chaminés residenciais e industriais favorecem a subida de gases produzidos na queima de combustíveis. A convecção consiste no transporte de energia térmica de uma região para outra, por meio do transporte de ma- téria, o que pode ocorrer somente com os fluidos (líquidos e gases). Quando a massa de água é aquecida por uma chama, a parte de baixo é aquecida primeiro. Isso provoca sua dilatação térmica e, devido ao aumento de volume, a massa específica diminui, conforme definição: ρ = m V Como consequência da redução da massa específica, produz-se uma força ascendente (empuxo) sobre a região inferior do fluido, que tem menor densidade. Em contrapartida, as regiões superiores, mais frias e densas, tendem a descer. Em razão das diferenças de temperatura em ambientes climati- zados, como no interior de uma geladeira e em salas com ar-condi- cionado ou aquecedores, formam-se correntes de convecção, com ar frio descendente e ar quente ascendente, possibilitando uma melhor distribuição da energia térmica no local. © Sh ut te rs to ck /A fri ca S tu di o © Sh ut te rs to ck /y _s ek i As correntes de convecção contribuem para a distribuição do calor em ambientes climatizados. A imagem de abertura de unidade apresenta a prática do voo de parapente. Os parapentes, bem como as asas- -deltas e os planadores, mesmo sem motores, podem subir com as correntes de convecção e permanecer no ar durante horas. O aquecimento de um fluido pela região inferior favorece o surgimento das correntes de convecção. D iv o. 2 01 0. 3 D . 8 Volume 7 Em alguns casos, todavia, a dinâmica das massas de ar pode mantercamadas de fluido mais frias em regiões inferiores e camadas mais quentes em regiões superiores (bloqueadas por uma massa de ar frio que se posicionou acima). Durante o inverno, em noites e manhãs frias, o solo perde calor rapidamente para o meio, mantendo-se mais frio do que a camada de ar imediatamente acima e fazendo com que não se formem as correntes de convecção. Esse fenômeno, denominado inversão térmica, im- pede que a poluição atmosférica seja dispersa- da, pois a renovação do ar deixa de ser eficiente e a formação das correntes de convecção é pre- judicada. Assim, a poluição permanece acumu- lada sobre as grandes cidades. A dispersão da poluição do ar pode ocorrer com o passar do dia, à medida que o aquecimento do solo eleva as temperaturas das camadas inferiores da atmosfera e origina as correntes de convecção. Experimento Este experimento tem como objetivo demonstrar que, em meios líquidos, o calor propaga-se melhor por con- vecção do que por condução. Materiais • 2 jarras cilíndricas transparentes • Permanganato de potássio (os comprimidos po- dem ser comprados em qualquer farmácia) • Termômetro digital • Chama • Grade dissipadora de calor • Ebulidor elétrico Como fazer Verificando as correntes de convecção 1. Preencha uma das jarras com água fria e coloque o comprimido de per- manganato de potássio – ele servirá de “corante”. 2. Aqueça essa jarra. D iv o. 2 01 5. 3 D . Nas grandes metrópoles, em dias frios, é comum a ocorrência de inversões térmicas e do consequente acúmulo de poluição em camadas mais baixas da atmosfera. © Sh u tt er st oc k/ g rm ar c Física 9 Verificando os processos de propagação do calor 1. Preencha a outra jarra com água fria. 2. Coloque o comprimido de permanganato de potássio dentro do ebulidor elétrico. 3. Coloque, cuidadosamente, o ebulidor elétri- co dentro da jarra com água. É importante que ele fique na metade superior do reci- piente. 4. Ligue o ebulidor elétrico. 5. Após alguns instantes, verifique a tempera- tura da parte superior do líquido e da parte inferior do líquido. Análises 1. O primeiro experimento serve para evidenciar o surgimento das correntes de convecção. Explique o que você visualizou. 2. Faça um desenho esquemático de como ficou a jarra no segundo experimento. 3. No segundo experimento, o que podemos deduzir sobre a temperatura do líquido na metade inferior e na metade superior da jarra? Por que isso ocorreu? 3 Gabarito. Sugestão de atividades: questões 6 a 8 da seção Hora de estudo. Existem outras questões que envolvem convecção térmica, mas também estão associadas à irradiação. Por isso são indicadas na próxima seção de atividades. Atividades n 1. Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas: a) ( F ) A convecção pode ocorrer em meios sólidos. b) ( V ) A convecção pode ocorrer em meios líquidos. c) ( V ) A convecção pode ocorrer em meios gasosos. d) ( F ) A convecção pode ocorrer no vácuo. e) ( V ) A condução pode ocorrer em meios sólidos. f) ( V ) A condução pode ocorrer em meios líquidos. g) ( V ) A condução pode ocorrer em meios gasosos. h) ( F ) A condução pode ocorrer no vácuo. 2. Complete os espaços em branco com uma das palavras dadas entre parênteses, de maneira que as frases fiquem corretas. a) Chamamos de fluido toda matéria que se encontra nas fases líquida ou gasosa (sólida/ líquida/gasosa). b) Quando um líquido ou um gás é aquecido, ele tende a aumentar (aumentar/diminuir) o seu volume e, consequentemente, a sua densidade diminui (aumenta/diminui). Partes de um fluido que sejam menos densas subirão (subirão/descerão) e partes de um fluido que sejam mais densas descerão (subirão/descerão). D iv o. 2 01 5. 3 D . 4 Gabaritos. 10 Volume 7 3. (ENEM) Numa área de praia, a brisa marítima é uma consequência da diferença no tempo de aquecimento do solo e da água, apesar de ambos estarem submeti- dos às mesmas condições de irradiação solar. No local (solo) que se aquece mais rapidamente, o ar fica mais quente e sobe, deixando uma área de baixa pressão, provocando o deslocamento do ar da superfície que está mais fria (mar). Menor pressão Brisa marítima À noite, ocorre um processo inverso ao que se verifica durante o dia. Brisa terrestre Como a água leva mais tempo para esquentar (de dia), mas também leva mais tempo para esfriar (à noite), o fenômeno noturno (brisa terrestre) pode ser explicado da seguinte maneira: X a) O ar que está sobre a água se aquece mais; ao su- bir, deixa uma área de baixa pressão, causando um deslocamento de ar do continente para o mar. b) O ar mais quente desce e se desloca do continen- te para a água, a qual não conseguiu reter calor durante o dia. c) O ar que está sobre o mar se esfria e dissolve-se na água; forma-se, assim, um centro de baixa pressão, que atrai o ar quente do continente. d) O ar que está sobre a água se esfria, criando um centro de alta pressão que atrai massas de ar conti- nental. e) O ar sobre o solo, mais quente, é deslocado para o mar, equilibrando a baixa temperatura do ar que está sobre o mar. 4. Um arquiteto desenhou os projetos de duas salas para uma casa. Em uma das salas, ele previu a instalação de um ar-condicionado e, na outra, ele projetou a ins- talação de um aquecedor. Represente na ilustração o sentido do movimento das massas de fluido liberadas por cada um dos equipamentos. Ilu st ra çõ es : D iv o. 2 01 5. 3 D . a) b) Irradiação térmica Voltando à situação do churrasco, quando embalamos o alimento em um papel-alumínio, temos como objetivo refletir a radiação térmica e assar mais uniformemente o alimento. Por isso, a parte mais brilhante deve ficar virada para o alimento, facilitando a reflexão. © Sh u tt er st oc k/ C C at 82 O alimento embalado em um papel-alumínio reflete o calor irradiado. Física 11 A luz que podemos enxergar, as micro-ondas emitidas por um forno, o infravermelho usado em aparelhos de fisio- terapia e os raios X utilizados em radiografias são exemplos de radiação – ondas eletromagnéticas que se propagam à velocidade da luz. Esse tipo de onda pode se propagar tanto em meios materiais (sólidos, líquidos e gases) quanto no vácuo e representa o processo de propagação de calor do Sol até a Terra. Isso porque a condução e a convecção térmica necessitam exclusivamente de meios materiais para a propagação do calor. © iS to ck .c om /M ar cc op h ot o © Sh u tt er st oc k/ Pi ot r K rz es la k © Sh u tt er st oc k/ Se d la ce k Raios solares, infravermelhos e micro-ondas são ondas eletromagnéticas que podem se propagar no vácuo ou em meios materiais. O processo de irradiação térmica justifica, por exemplo, o aqueci- mento ao redor de uma fogueira. Nessa situação, parte significativa do calor transferido para o ar sobe pelas correntes ascendentes de convec- ção e não aquece as pessoas ao redor. Entretanto, outra parte desse calor é transferida por irradiação e se propaga nas três dimensões. Essa energia chega às pessoas ao redor da fogueira e possibilita o aquecimento delas. Há situações, por outro lado, em que se objetiva confinar a radiação térmica, em vez de permitir sua propagação, como ocorre no interior de garrafas térmicas. Elas apresentam duas camadas de um material es- pelhado que estão separadas por uma região de vácuo. O vácuo impede a perda de calor por meio da condução e o material espelhado reflete a radiação emitida pelo líquido confinado no interior da garrafa. De modo semelhante, em estufas agrícolas, a radiação infravermelha emitida pelo solo e pelas plantas é refletida pela estrutura de vidro ou plástico, mantendo o ambiente aquecido. © Sh u tt er st oc k/ p ix in oo Em garrafas térmicase em estufas agrícolas, a finalidade principal é evitar as trocas de calor pelo processo de irradiação. D iv o. 2 00 3. D ig ita l. O efeito estufa também ocorre na atmosfera, com reflexão e absorção da radiação infravermelha que é emitida pela superfície terrestre. O diagrama a seguir apresenta os principais gases da atmosfera terrestre que absorvem a radiação solar. O gráfico da intensidade espectral (o gráfico mais acima) apresenta, em vermelho, a radiação que incide sobre a Terra. Ainda no gráfico de intensidade espectral, em azul, é apresentada a intensidade em função do comprimento de onda da radiação irradiada pela Terra. © Sh u tt er st oc k/ A le xa n d er Is h ch en ko Um dos principais modos de propagação do calor de uma fogueira é pela irradiação térmica. 12 Volume 7 O gráfico mostra que, de toda a radiação inciden- te na Terra, 70% a 75% da energia transmitida pelo Sol atinge o solo (repre- sentada no gráfico pela cor vermelha). A parcela que não chega à superfície da Terra é absorvida ou refle- tida pela atmosfera. A ra- diação que chega ao solo aquece a Terra, a qual a ree- mite, porém, na frequência infravermelha (representa- da no gráfico pela cor azul). Todavia, da radiação ree- mitida pela Terra, somen- te 15% a 30% passa pela atmosfera, sendo liberada para o espaço. A maior par- te dessa radiação retorna para a Terra, por reflexão, ou é absorvida pelos gases (estufas) que estão presen- tes na atmosfera. Na parte inferior do diagrama, é apresentada a intensidade da radiação absorvida pelos gases da atmosfera. Percebe-se que o vapor-d’água é o gás que mais absorve a radiação incidente, porém essa absorção ocorre para ra- diações de baixa frequência, em especial no infravermelho. Dessa forma, o vapor-d’água não contribui significativa- mente para a absorção dos raios ultravioleta, tarefa essa realizada especialmente pelo gás ozônio. Essa informação reafirma que o uso de bloqueadores ou protetores solares é imprescindível para proteger a pele mesmo quando há nebulosidade. É importante salientar que o efeito estufa é um fenômeno natu- ral, resultado das características da atmosfera terrestre. No entanto, a emissão excessiva de gases, como dióxido e monóxido de carbono, causa alterações na composição e nas propriedades físico-químicas da atmosfera, provocando mudan- ças no seu padrão de absorção e re- flexão. Essas alterações vêm sendo apontadas como as principais res- ponsáveis pelas mudanças abrup- tas no clima, seja em escala local ou global. © Sh u tt er st oc k/ M ar af on a Fenômenos climáticos cada vez mais extremos são exemplos das consequências das mudanças na atmosfera provocadas pela ação humana. Radiação transmitida pela atmosfera 0,2 UV Visível Infravermelho Percentual de absorção de toda a atmosfera Vapor-d’água Dióxido de carbono Oxigênio e ozônio Metano 55 25 K 21 0- 31 0 K 100 75 50 25 0 Radiação solar incidente (70-75% é transmitida pela atmosfera) Radiação térmica irradiada pela Terra (15-30% é transmitida) 1 10 70 0,2 1 10 70 In te n si d ad e es p ec tr al C om p on en te s em m ai or q u an ti d ad e P or ce n ta g em Óxido nitroso Espalhamento Rayleigh Comprimento de onda (Micrômetro) © W ik im ed ia C om m on s/ Ro b er t A . R oh d e Física 13 Lei de Stefan-Boltzmann Todos os corpos, independentemente do material dos quais são formados, emitem e absorvem radiação térmica. Quando os materiais estão em equilíbrio térmico (desconsiderando outros processos de transferência de calor), a po- tência irradiada é igual à potência absorvida. Porém, se a potência irradiada for superior à potência absorvida, o corpo tende a reduzir sua temperatura em virtude da perda de calor pela irradiação. De modo similar, se a potência absorvida for superior à emitida, a temperatura do corpo se eleva. A expressão que relaciona a temperatura de um corpo com a potência por ele irradiada ou emitida foi desenvolvida experimentalmente por Josef Stefan (1835-1893) e teoricamente por Ludwig Boltzmann (1844-1906) e é conhecida como Lei de Stefan-Boltzmann. A potência emitida por um corpo depende da sua temperatura, dimensão e natureza. Stefan e Boltzmann perceberam que a taxa com que um corpo emite energia térmica é diretamente proporcional à quarta potência da sua temperatura (Tc 4 ), à área da superfície (A) em contato com o ambiente e a uma constante que depende do material, denominada emissividade (e). A emissividade é um fator medido de 0 a 1 que relaciona a capacidade de emissão do material em relação a um corpo emissor ideal, denominado corpo negro. A potência emitida é, portanto, igual a: P e A Te c= ⋅ ⋅ ⋅σ 4 Na equação, o termo (letra grega sigma) representa uma constante de proporcionalidade, denominada constante de Stefan-Boltzmann, igual a: σ = ⋅ ⋅ −5 67 10 8 2 4 , W m K De modo semelhante à emissão, a potência absorvida por um corpo também depende da temperatura, da dimensão e da natureza dos corpos. Porém, a característica do material que se relaciona à sua capacidade de absorver a radiação é denominada absortividade (a). A absortividade de um material é igual à emissividade, logo: a = e Assim, a potência absorvida por um corpo que está em um ambiente com temperatura Ta é igual a: P a A Ta a= ⋅ ⋅ ⋅σ 4 Como todo objeto irradia energia para o meio ao mesmo tempo que absorve energia do meio, a potência líquida trocada com o ambiente é quantificada pela diferença entre a potência recebida e a perdida: 4 4 líquida a cP a A T e A T= σ⋅ ⋅ ⋅ − σ⋅ ⋅ ⋅ Como a absortividade de um material é igual à emissividade (a = e), temos que: 4 4 líquida a cP e A (T T )= σ⋅ ⋅ ⋅ − Se a temperatura do ambiente for superior à temperatura do corpo, a potência líquida é positiva, o que implica recebimento de energia. Do contrário, se a temperatura do ambiente for menor que a temperatura do corpo, a po- tência líquida é negativa e, consequentemente, há perda de energia térmica pelo corpo. Isso explica por que, mesmo o ar sendo um mau condutor de calor, sentimos algum frio se a temperatura ambiente for muito menor que nossa temperatura corpórea: a potência líquida de nosso corpo é negativa. © Sh u tt er st oc k/ n ik ky to k Materiais aquecidos emitem radiação eletromagnética. Dependendo do material e da temperatura, essa radiação ocorre na faixa da luz visível, como é o caso do carvão em brasa ou do filamento de uma lâmpada. O corpo negro é assim denominado por ser capaz de absorver e emitir radiação em qual- quer comprimento de onda. Por isso, possui emissividade e absortividade igual a 1. 14 Volume 7 ConexõesConexões Por terem características físicas parecidas, fenômenos que ocorrem com a luz visível também acontecem com o infravermelho. Superfícies metálicas e polidas podem refletir essas ondas e, por isso, alguns modelos de fornos e chur- rasqueiras são espelhados em sua parte interna. O objetivo é impedir que o infravermelho que incide sobre as paredes saia do ambiente. Esse espelhamento faz com que tais ondas de calor sejam refletidas para o alimento que está sendo preparado, aumentando a quantidade de energia que ele recebe e diminuindo o tempo de preparo. Atualmente, diversas residências possuem, sob a sua cobertura, uma manta térmica, feita com material espelhado. Nas regiões de clima mais quente, o objetivo de usá-las é facilitar a reflexão das ondas eletromagnéticas que entrariam na residência e que, consequentemente, iriam aquecê-la. Em regiões frias, o objetivo da manta é evitar a perda de parte do calor emitido de dentro para fora. A parte interna das caixas de leite longa vida são feitas com um material espelhado e produzem praticamente o mesmo efeito das mantas térmicas. Assim, é possível reaproveitá-las para melhorar o conforto térmico de residências, economizando energia elétrica e retirando,do meio ambiente, caixas que apenas aumentariam o volume do lixo nos aterros sanitários. Atividades 1. (PUC-Rio – RJ) O mecanismo através do qual ocorre a perda de calor de um objeto é dependente do meio no qual o objeto está inserido. No vácuo, podemos dizer que a perda de calor se dá por: a) condução. b) convecção. X c) radiação. d) condução e convecção. e) convecção e radiação. 2. (UFRGS – RS) Considere as afirmações a seguir refe- rentes aos três processos de transferência de calor: I. A radiação pode ser refletida pelo objeto que a recebe. II. A condução ocorre pela propagação de oscilações dos constituintes de um meio material. III. A convecção ocorre apenas em fluidos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. X e) I, II e III. Informações para as questões de 3 a 5: Todo corpo emite algum tipo de onda eletromagnética e a intensidade dessa emissão (I) depende da tempe- 5 Gabaritos. ratura absoluta (T). A Lei de Stefan-Boltzmann expressa quantitativamente essa relação pela equação I = ∙ T4. O símbolo refere-se a uma constante denominada de constante de Stefan-Boltzmann. A radiação recebida por um corpo pode provocar aquecimento; e a emiti- da, resfriamento. Conforme a cor de um corpo, haverá uma tendência de ele absorver e emitir mais energia na forma de radiação. Corpos negros, por exemplo, absor- vem e emitem mais radiação que os brancos. 3. Complete os espaços com as palavras adequadas, que se encontram entre os parênteses: a) Pela Equação de Stefan-Boltzmann, é possível con- cluir que a intensidade da radiação (I) emitida por um corpo é diretamente (dire- tamente/inversamente) proporcional à temperatura absoluta elevada à quarta potência. Assim, quanto mais quente (quente/frio) for um corpo, maior será a intensidade de radiação emitida. b) Quando uma pessoa se aquece próximo a um larei- ra, pode-se concluir que o calor se propaga até ela, principalmente, por irradiação (condução/convecção/irradiação). Física 15 6 Sugestões de respostas da seção Organize as ideias. Organize as ideias Observe a ilustração ao lado e utilize-a para construir um resumo que contenha: • identificação dos processos de transmissão de calor indicados pe- las flechas. • explicações sobre os processos de transmissão de calor (em que meio ocorrem, suas características e ou- tros exemplos). • apresentação das equações (quan- do existirem). 4. Em um ensolarado dia de verão, você vai sair com ami- gos para uma caminhada pela praia. De acordo com as informações apresentadas, quais são os tons de cores de roupas mais adequados para essa caminhada? Os tons claros de cores nas roupas são os mais adequados para a ocasião, pois absorvem menor quantidade de radiação solar, evitando, assim, um aquecimento excessivo. 5. A garrafa térmica, também chamada de vaso de Dewar, tem a função de evitar transferências de calor. Se, dentro dela, for colocado um líquido mais quente que o ambiente, espera-se que ele não esfrie e, se colocado um líquido mais frio, espera-se que ele não esquente. Entre suas várias características, dois aspectos devem ser destacados em relação a uma garrafa térmica. O primeiro é que ela possui paredes duplas, separadas por um espaço vazio, de onde foi retirado o ar e, por isso, tem-se, praticamente, vácuo. O segundo é que suas superfícies, interna e externa, são espelhadas. Baseado nos conceitos de propagação de calor, expli- que a razão dessas duas características. O quase vácuo entre as paredes impede a transmissão de calor por condução e convecção; o espelhamento das superfícies dificulta a troca de calor por irradiação. 6. (ENEM) Em um experimento, foram utilizadas duas gar- rafas PET, uma pintada de branco e a outra de preto, acopladas cada uma a um termômetro. No ponto mé- dio da distância entre as garrafas, foi mantida acesa, durante alguns minutos, uma lâmpada incandescente. Em seguida, a lâmpada foi desligada. Durante o ex- perimento, foram monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a lâmpada permaneceu acesa e b) após a lâmpada ser desligada e atingirem equilíbrio térmico com o ambiente. Termômetro A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em comparação à da branca, durante todo experimento, foi a) igual no aquecimento e igual no resfriamento. b) maior no aquecimento e igual no resfriamento. c) menor no aquecimento e igual no resfriamento. d) maior no aquecimento e menor no resfriamento. X e) maior no aquecimento e maior no resfriamento. A taxa de variação da temperatura da garrafa preta é maior do que a taxa de variação da temperatura da garrafa branca, pois corpos que absorvem bem o calor emitem bem o calor. D iv o. 2 01 5. 3 D . Sugestão de atividades: questões 9 a 15 da seção Hora de estudo. 16 Volume 7 Transformações gasosas Os aerossóis são partículas de líquidos e sólidos que se dispersam em um gás. Eles são tipicamente confinados em alta pressão no interior de recipientes que contêm um aviso para não serem perfurados ou reutilizados. Os aerossóis são muito frequentes em desodorantes, pois são práticos para a aplicação do produto. Seu funcionamento está ligado ao estudo dos gases, em particular com o que acontece com eles em relação às variáveis de pressão, volume e temperatura. Os gases são fluidos que ocupam todo o volume do reci- piente no qual estão confinados. Por conta dessa propriedade, podem expandir (aumento do volume) ou comprimir (redução do volume), conforme a pressão à qual são submetidos. O aumento da pressão aplicada sobre um gás pode provo- car a mudança de fase para o estado líquido. Por isso, dentro de cilindros de gás oxigênio, ou outros gases, a substância pode se encontrar na fase líquida. Ao sair do recipiente e submeter-se à pressão atmosférica, o líquido rapidamente muda para a fase gasosa. © Sh u tt er st oc k/ Ti b iP O gás expelido pelos aerossóis expande-se rapidamente sem trocar calor com o ambiente. ConexõesConexões É inegável: os gases fazem parte do nosso cotidiano, a começar pelo ar que respiramos. São inúmeras as suas aplicações, que vão das mais simples, como inflar balões com hélio para festas de aniversário de crianças, até as mais sofisticadas, como as cirurgias oftalmológicas e gástricas, nas quais são aplicados gases, como o hexafluoreto de en- xofre e o dióxido de carbono. Raros são os campos de trabalho que, de alguma maneira, não utilizam gases direta ou indiretamente. Por isso, conhecer as propriedades dessa fase da matéria permite aos engenheiros e técnicos escolher o gás mais apropriado para determinada aplicação. O argônio, por exemplo, é usado em lâmpadas incandescentes, substituindo o ar atmosférico, rico em oxigênio. Essa escolha deve-se ao fato de ele ser um gás nobre e, por isso, não reagente. Ele é incolor, insípido, inodoro e não inflamável. Se as lâmpadas fossem preenchidas com ar, quando em fun- cionamento, seu filamento literalmente pegaria fogo, pois atinge cerca de 3 000 ºC, temperatura suficiente para entrar em combustão, caso esteja na presença de oxigênio. © Sh u tt er st oc k/ M ar co S ar ac co Os cilindros de mergulho armazenam gases em alta pressão, entre eles o oxigênio. Desse modo, pode-se armazenar quantidade de gás suficiente para longo período de uso. Gases ideais Nesta unidade, vamos estudar o comportamento de gases que se adaptam a modelos idealizados. São, por isso, deno- minados gases ideais e representam gases hipotéticos cujas grandezas podem ser relacionadas por equações matemáti- cas mais simples. Física 17 Além da expansividade e da compressibilidade, os gases ideais têm as seguintes características: 1.ª – as moléculas que os compõem possuem mesma massa;2 .ª – o volume das moléculas pode ser desprezível em relação ao volume do recipiente que as contém; 3.ª – o volume ocupado pelo gás é determinado pelo recipiente que o contém e suas partículas estão distribuídas uniformemente, ocupando todo o volume; 4 .ª – apresentam movimento aleatório, regido pelas Leis de Newton; 5.ª – consideram-se desprezíveis as forças gravitacionais e elétricas entre as moléculas, uma vez que estão muito distantes entre si; 6 .ª – as colisões das moléculas entre si e com as paredes do recipiente são perfeitamente elásticas. Os gases reais, que encontramos na natureza, podem ser considerados gases ideais em temperaturas elevadas e pressões baixas. Nessas condições, as distâncias intermoleculares são grandes, e as forças intermoleculares, desprezí- veis. Assim, quando nos referirmos simplesmente a um gás neste livro, trata-se de um gás ideal. As principais propriedades que definem o estado de um gás são o volume (V), a pressão (p) e a temperatura (T). Essas grandezas são denominadas variáveis de estado. Quando uma dessas grandezas varia, o gás passa por um processo denominado transformação gasosa. Como as variáveis de estado se inter-relacionam, quando uma das propriedades do gás varia, no mínimo, outra também se altera. Para o estudo das transformações dos gases ideais, vamos analisar situações em que uma das variáveis permanece inalterada, e as outras, variam. As principais transformações gasosas são: isocórica, isobárica e isotérmica. Transformação isocórica: Lei de Gay-Lussac Nas transformações gasosas, o termo iso (do grego isos, igual) se refere à propriedade que permanece constante. No caso dessa transformação, o tamanho e o volume permanecem constantes, pois córico (do grego khoro) significa lugar. Portanto, uma transformação isocórica (também denominada transformação isométrica ou isovolumétrica) é aquela em que as dimensões do recipiente no qual o gás é confinado não se alteram e, portanto, o volume ocupado pelo gás permanece o mesmo. Considere um recipiente cilíndrico com um êmbolo imóvel (travado) em sua parte superior. Além do êmbolo, o cilin- dro tem dois instrumentos de medida: um termômetro e um manômetro (medidor de pressão). Em um instante de tempo inicial, o gás possui temperatura T1 e está submetido a uma pressão p1. Uma fonte de ca- lor aquece o gás e, depois de certo intervalo de tempo, observam-se variações nas medidas de temperatura e pressão. 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 104 Pa K 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 40 360 380 104 Pa K 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 40 360 380 T1 p1 V T2 p2 V 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Ao aquecer um gás confinado em um cilindro, observa-se o aumento da pressão caso o volume se mantenha constante. Salientar que a atmosfera, mesmo sendo uma mistura de vários gases, pode ser considerada um gás ideal para fins didáticos. 18 Volume 7 O fornecimento de calor para o gás provoca aumento da temperatura. Com o aumento da temperatura, as moléculas mais agitadas colidem mais com as paredes do recipiente e com o êmbolo, mas, como o êmbolo está preso, a força trocada entre ele e o gás aumenta, ou seja, há um aumento na pressão. Portanto, nessa transformação, um aumento na temperatura tem como consequência um aumento na pressão. O físico francês Louis Joseph Gay-Lussac (1778-1850) observou essa relação e comprovou que, em transformações isocóricas, a pressão e a temperatura do gás são grandezas diretamente proporcionais. Consequentemente, um gás que se apresente em quaisquer estados de pressão e temperatura, com volumes iguais, deve seguir a relação: p T p T 1 1 2 2 constante No caso de o gás ser resfriado, como a pressão é proporcional à variação da temperatura, a pressão também diminui. Lorde Kelvin, conforme estudamos anteriormente, observou que a temperatura mínima na matéria é aquela na qual a pressão seria nula. Essa temperatura é de –273,15 ºC e é denominada zero absoluto. Em uma panela de pressão, o calor fornecido pelo fo- gão provoca o aumento da temperatura e o consequen- te aumento da pressão do vapor no interior da panela. Como, nesse caso, a dilatação da panela é desprezível, o fenômeno é considerado uma transformação isocórica. Transformação isobárica: Lei de Charles Se a pressão de um gás permanece constante durante uma transformação, ela é denominada transformação isobárica (do grego baros, pressão). Considere o mesmo recipiente cilíndrico anterior, mas agora com um êmbolo móvel – livre para subir e descer, sem atrito com as paredes do cilindro. Em um instante de tempo inicial, o gás possui temperatura T1 e ocupa um volume V1. Uma fonte de calor aquece o gás, o que leva a variações nas medidas de temperatura e volume. A pressão, nesse caso, é constante, pois o êmbolo está livre para se movimentar e sua área e seu peso permaneceram os mesmos – a pressão, então, permanece a mesma. 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 104 Pa K 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 40 360 380 104 Pa K 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 40 360 380 T1 p p V1 V2 T2 260 280 300 320 340 360 380 120 140 160 180 200 220 240 Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Ao aquecer um gás confinado em um cilindro que pode variar seu volume, observa-se a proporcionalidade entre o volume e a temperatura. Na panela de pressão, podemos observar uma transformação isocórica. D iv o. 2 01 5. 3 D . Física 19 O fornecimento de calor para o gás provoca aumento da temperatura e, como consequência, aumento do volume. Caso o gás fosse resfriado, o volume seria reduzido. O físico francês Jacques Charles (1746-1823) observou essa relação e comprovou que, em transformações isobáricas, o volume e a temperatura do gás são grandezas diretamente propor- cionais. Consequentemente, um gás que se apresente em quaisquer estados de volume e temperatura, com pressões iguais, deve seguir a relação: V T V T 1 1 2 2 constante Durante o enchimento de um balão, o aquecimento do ar provoca o aumento do volume, até que obtenha seu formato definido. De maneira semelhante, isso pode ocorrer, por exemplo, com um recipiente cheio de algum gás colocado no interior de um refrigerador. Se o recipiente for construído de um material flexível, é observada a redução de seu volume. © Sh u tt er st oc k/ O sk ar O rs ag Durante o preparo de um balão de ar quente, o ar atmosférico passa por uma transformação isobárica. Transformação isotérmica: Lei de Boyle-Mariotte São conhecidas como transformações isotérmicas (do grego termo, temperatura) aquelas cuja temperatura do gás permanece constante durante o processo. Considere, agora, que o recipiente cilíndrico se encontra em um estado inicial a um volume V1 e pressão p1 e que, após uma compressão forçada, passa para o estado final com volume V2 e pressão p2. Nesse contexto, verificamos que, ao reduzir o volume do recipiente, de maneira lenta e contínua, mantendo a temperatura constante, a pressão à qual o gás é submetido se eleva de maneira inversamente proporcional. 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 104 Pa K 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 200 360 370 104 Pa K 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 200 360 370 T p1 p2 V1 V2 T 240 250 260 270 280 290 300 240 250 260 270 280 290 300 Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Ao aumentar a pressão aplicada sobre um gás, o seu respectivo volume se reduz proporcionalmente. 20 Volume 7 A observação da relação inversa entre a variação da pressão aplicada a um gás e o seu respectivo volume é atribuída ao irlandês Robert Boyle (1627-1691). Desse modo, a transformação de um gás à temperatura constantedeve seguir a relação: p V p V1 1 2 2⋅ = ⋅ = constante Durante um mergulho, as bolhas liberadas pela respiração do mergulhador sobem com temperatura constante, porém com variações de pressão e volume. Como a pressão da água sobre a bolha se reduz à medida que ela se aproxima da superfície, o volume das bolhas aumenta com a redução da profundidade. Relação entre número de mols e pressão de um gás Até o momento, estudamos situações em que a quantidade de moléculas do gás permanecia constante, ou não era relevante na análise. Embora o número de moléculas do gás não se caracterize como variável de estado, está rela- cionado com o comportamento de um gás nas três transformações estudadas anteriormente. O conceito de mol é definido como a quantidade de matéria de um número determinado de entidades quaisquer. Esse número foi definido pelo italiano Lorenzo Amedeo Avogadro (1776-1856) e, por isso, é denominado número de Avogadro. Seu valor é: NA = ⋅6 02 10 23, O termo mol indica uma quantidade de 6,02 ∙ 1023 entidades quaisquer (átomos, moléculas, elétrons, etc.). Assim, 1 mol de hidrogênio equivale a uma quantidade de 6,02 ∙ 1023 moléculas de hidrogênio, por exemplo. O número de Avogadro foi estabelecido para relacionar a massa (em gramas) de qualquer entidade com sua respectiva massa em unidades de massa atômica. Logo, um mol de hidrogênio, ou 6,02 ∙ 1023 átomos de hidrogênio, cada qual com massa molecular igual a 1 u, possui uma massa de 1 g. Da mesma forma, um mol de hélio, ou 6,02 ∙ 1023 átomos de hélio, possui uma massa de 2 g, uma vez que sua respectiva massa atômica é 2 u. Para estabelecer a relação entre o número de mols de um gás e a sua respectiva pressão exercida, considere que, nos experimentos anteriores, ocorra um vazamento em virtude de uma ruptura no cilindro. Nesse caso, o volume e a temperatura não se alteram, mas o número de mols e a pressão, inicialmente n1 e p1, se reduzem proporcionalmente. Essa relação foi obtida pelo francês Benoît Clapeyron (1799-1864) no estabelecimento da Lei Geral dos Gases. No caso de vazamento de gás de um recipiente pressurizado, a pressão se reduz proporcionalmente à quantidade de gás que é perdida. K 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 200 360 370 0 50 100 150 200 0 50 100 104 Pa104 Pa 150 200 K 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 200 360 370 T p1 n1 n2 p2 V V T 240 250 260 270 280 290 300 240 250 260 270 280 290 300 Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Frisar aos alunos que u representa a unidade de massa atômica. © Sh u tt er st oc k/ Jo n M iln es Quando uma bolha é solta no fundo do mar, a pressão sobre ela se reduz conforme sobe. Desse modo, durante sua ascendência até a superfície, ela passa por um processo isotérmico. Física 21 A razão entre a pressão exercida por um gás e o número de mols deve ser constante – caso as demais variáveis de estado permaneçam inalteradas: p n p n 1 1 2 2 constante Ao calibrar os pneus de um veículo, aumentamos ou diminuímos o número de mols de ar dentro dele, com o objetivo de adequar a pressão interna conforme valores especificados pelo fabricante. Lei Geral dos Gases e Equação de Clapeyron Nos tópicos anteriores, estudamos as relações entre as variáveis de estado. Com base nessas relações, Clapeyron estabeleceu uma única equação que sintetiza as transformações de um gás ideal, a equação geral dos gases. p V n T p V n T 1 1 1 1 2 2 2 2 ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = constante Observe que a equação pode ser utilizada para cada uma das transformações estudadas anteriormente. Admitindo que a quantidade de gás não se altera, isto é, se o número de mols permanecer constante, temos: p T p T 1 1 2 2 , se a transformação foi isovolumétrica (V1 = V2); V T V T 1 1 2 2 , se a transformação foi isobárica (p1 = p2); p V p V1 1 2 2⋅ = ⋅ , se a transformação foi isotérmica (T1 = T2); p V T p V T 1 1 1 2 2 2 ⋅ = ⋅ , se apenas o número de mols se mantiver constante (n1 = n2). Clapeyron observou que a equação geral dos gases é válida para qualquer gás ideal, em qualquer transformação. Logo, a constante definida por ele não é específica de um único gás, mas é uma constante universal, denominada constante universal dos gases ideais e simbolizada pela letra R. Assim: p V n T ⋅ ⋅ = R O formato mais comum da Equação de Clapeyron é apresentado como: p V n T⋅ = ⋅ ⋅R Para as variáveis de estado com as unidades em atm (pressão), L (volume) e K (temperatura), temos que a constante possui valor igual a: R atm L K mol = ⋅ ⋅ 0 082, A constante também pode ser expressa com as unidades das variáveis de estado no SI. Como 1 atm = 1,01 ∙ 105 Pa, 1 L = 1 ∙ 10–3 m3, temos: R P m K mol a = ⋅ ⋅ ⋅ − 0 082 101 01 10 5 3 3 , , R Pa m K mol = ⋅ ⋅ 8 31 3 , ou R J K mol = ⋅ 8 31, Tradicionalmente, embora não seja o caso mais geral, a quarta equação é chamada de Lei Geral dos Gases e pode ser referida dessa forma em outros materiais ou em questões de vestibular. © Sh u tt er st oc k/ m u ra ta rt Ao encher o pneu de um veículo, aumentam-se a quantidade de mols e, consequentemente, a pressão interna. 22 Volume 7 Atividades 7 Gabaritos. 1. Um gás é confinado em um recipiente de volume variável. A variação do volume de um gás ideal com relação à variação da temperatura é representada pela tabela a seguir: V (m3) 1,0 1,5 3,0 5,2 T (K) 180 270 540 936 a) Observando os dados da tabela, classifique a trans- formação a que o gás foi submetido. b) Construa um gráfico de volume por temperatura com os três primeiros dados da tabela. 2. A pressão de um gás ideal varia com a temperatura, de acordo com tabela a seguir: p (N/m2) 1 ∙ 105 2 ∙ 105 3 ∙ 105 4 ∙ 105 T (K) 200 400 600 800 a) Observando os dados da tabela, classifique a trans- formação a que o gás foi submetido, sabendo que o número de moléculas permaneceu constante. b) Construa um gráfico de pressão por temperatura com os três primeiros dados da tabela. 3. O gráfico a seguir foi obtido a partir da transformação isotérmica de um gás ideal. 2,0 p B 0,5 0 p (atm) A B C 2 4 V C V (m 3) Determine a pressão correspondente ao estado B e o volume correspondente ao estado C. 4. Uma bexiga de festa de aniversário tem volume de 3 ∙ 10–3 m3. A temperatura ambiente é de 27 ºC e a pressão do ar no interior da bexiga é de 0,408 atm. Sabendo-se que o valor da constante universal dos gases é R = 0,082 atm · L/K · mol e que o ar, nessas condições, comporta-se, aproximadamente, como gás ideal, determine a quantidade de ar dentro da bexiga, em mol. p V n R T n n n mol ⋅ = ⋅ ⋅ ⇒ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⇒ ≅ 0 408 3 0 082 300 1224 24 6 0 05 , , , , , 5. Um recipiente cúbico de volume igual a 0,1 m3 encon- tra-se a uma temperatura de 27 ºC. Nessas condições, determine a pressão de 0,5 mol do gás. (Considere R = 8,3 J/mol ∙ K.) p V n R T p p p Pa ⋅ = ⋅ ⋅ ⇒ ⋅ = ⋅ ⋅ ⇒ ⋅ = ⇒ = 0 1 0 5 8 3 300 0 1 1 245 12 450 , , , , 6. (IFSP) No alto de uma montanha a 8 ºC, um cilindro munido de um êmbolo móvel de peso desprezível possui 1 litro de ar no seu interior. Ao levá-lo ao pé da montanha, cuja pressão é de 1 atmosfera, o volume do cilindro se reduz a 900 cm3 e sua temperatura se eleva em 6 ºC. A pressão no alto da montanha é aproximadamente, em atm, de: a) 0,66 b) 0,77 X c) 0,88 d) 0,99 e) 1,08 p V T p V T p p atm1 1 1 2 2 2 1 1 1 8 273 1 0 9 14 273 0 88 ⋅ = ⋅ ⇒ ⋅ + = ⋅ + ⇒ = , , 7. (UFPB) Numa indústria de engarrafamento e liquefação de gases, um engenheiro lida, frequentemente, com variações na pressão e no volume de um gás devido a alterações de temperatura. Um gás ideal, sob pressão de 1 atm e temperatura ambiente (27 ºC), tem um volume V. Quando a temperatura é elevada para 327 ºC, o seu volume aumenta em 100%. Nessa situação, a pressão do gás, em atm, é: a) 0,5 Xb) 1,0 c) 1,5 d) 2,0 e) 2,5 p V T p V T V p V p p 1 1 1 2 2 2 1 2 1 2 2 1 27 273 2 327 273 1 300 2 600 ⋅ = ⋅ ⇒ ⋅ + = ⋅ ⋅ + ⇒ = ⋅ ⇒ = 11atm Sugestão de atividades: questões 16 a 23 da seção Hora de estudo. Física 23 Trabalho de um gás Como um gás pode receber ou ceder energia? Um gás pode trocar energia tanto na forma de calor quanto na forma de trabalho. Calor é energia térmica em trânsito, que passa espontaneamente de corpos de maior tempe- ratura para corpos de menor temperatura. Já o trabalho está associado à ação de uma força (por exemplo, força elástica) e um deslocamento, transferindo uma energia correspondente à natureza da força (por exemplo, energia potencial elástica). Estudamos as trocas de calor em unidades anteriores e vimos que, quando um corpo ganha energia térmica, esse calor pode ser classificado como positivo e, se perder, negativo. Na Mecânica, o conceito de trabalho está relacionado à aplicação de uma força na direção de um deslocamento. Quando um gás está confinado em um recipiente fechado, em que uma de suas paredes pode se deslocar (como um êmbolo), haverá realização de trabalho físico e transferência de energia. São duas as situações possíveis: expansão ou compressão de um gás. A seguir, vamos tratar com mais detalhes de cada uma delas e estabelecer uma convenção para os sinais. Expansão de um gás à pressão constante Se um gás se expande em razão da força exercida sobre as paredes de um recipiente, há a realização de um trabalho mecânico. Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Nessa expansão, como a força aplicada pelo gás está no mesmo sentido do deslocamento do êmbolo (no caso, ambos para cima), o gás realiza trabalho. O trabalho realizado pelo gás é positivo e pode ser determinado pela seguinte relação: gás = F ∙ s Como o conceito de pressão é definido por p F A e, como consequência, a força pode ser determinada por F = p A, temos: gás = p ∙ A ∙ s gás = p ∙ V A pressão sempre é positiva e, portanto, o trabalho é positivo quando o volume aumentar, ou seja, quando o gás se expandir. Uma vez que a grandeza trabalho indica uma transformação de energia, o gás, enquanto se expande, reduz sua energia para realização do trabalho. No entanto, essa equação só pode ser usada quando a pressão for constante. Na página 17, há a imagem de um aerossol sendo liberado de uma embalagem de desodorante. Nessa situação, o gás realiza um trabalho positivo. No entanto, sabemos que o trabalho é um processo físico em que uma energia é transformada em outra. No caso, o gás utiliza sua energia (energia interna) e a transforma em energia mecânica, associada à sua expansão. Por esse motivo, durante esse processo, o gás se resfria. O termo adiabático se refere às transformações em que o gás não troca energia em forma de calor com o ambien- te. Imagine uma transformação desta natureza, em que as colisões entre as partículas do gás e as paredes internas do cilindro sejam intensas o suficiente para elevar o êmbolo, aumentando o volume interno a uma pressão constante. 24 Volume 7 Compressão de um gás à pressão constante p 0 V 1 V 2 p 1 2 VV O trabalho realizado por um gás pode ser determinado em um diagrama p x V a partir do cálculo da área em destaque. 0 V A B I II III p O trabalho realizado por um gás depende da pressão a que ele é submetido durante sua expansão ou compressão. Quando o ambiente reduz o volume de um gás, mediante aplicação de uma força, há a realização de trabalho sobre o gás. Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. Pressão VolumeV 1 V 2 A 1 2 Em diagramas p x V em que a pressão é variável, o trabalho também pode ser determinado pelo cálculo da área. Trabalho de um gás em transformações com pressão variável Considere um gráfico de pressão em função do volume de um gás em uma transformação isobárica. O produto p · V corresponde ao trabalho realizado pelo gás, tendo em vista que, no gráfico, a pressão corresponde geometrica- mente à altura de um retângulo, e a variação do volume, à base do retângulo. Como a área de um retângulo é determinada pelo produto da base do re- tângulo pela sua altura, podemos definir que o trabalho do gás corresponde numericamente à área destacada na imagem. Essa relação não é somente válida para transformações em que a pressão é constante, mas para qualquer transformação gasosa, como indicado nos diagramas ao lado. Para qualquer transformação gasosa, é possível calcular o trabalho determinando a área do diagrama da pressão em função do volume (p × V): τ=N A Caso haja uma expansão, as forças das colisões das partículas do gás contra o êmbolo realizam trabalho. Usualmente, diz-se que o gás realiza trabalho e, assim, tem sinal positivo. Caso haja compressão, diz-se que o gás recebe trabalho e, dessa forma, tem sinal negativo. Pode-se considerar que existem inúmeros processos pelos quais um gás pode passar de um estado A para um estado B. Desse modo, o trabalho realizado depende não somente dos estados inicial e final, mas dos estados intermediá- rios do gás durante a transformação. Considere, por exemplo, um gás que sofre uma expansão de A para B. Nesse caso, o trabalho realizado pelo gás é maior no trajeto I e menor no III. Imagine, agora, que um agente externo empurre o êm- bolo, comprimindo o gás, ou seja, diminuindo o seu volume. Na compressão de um gás, como a força aplicada pelo gás está em direção oposta ao deslocamento do êmbolo, o gás realiza trabalho negativo, ou seja, há a realização de trabalho sobre o gás. Nesse caso, o trabalho realizado é definido pela mesma relação ( gás = p ∙ V), mas o valor de V será negativo. Como a pressão sempre é positiva, o trabalho será negativo quando o volume diminuir, ou seja, quando o gás se comprimir. Nessa compressão, o gás aumenta sua energia em razão do trabalho realizado sobre ele. Na expansão livre, isto é, quando o gás passa a ocupar um volume onde antes havia vácuo, não há pressão a ser vencida, não há força sendo necessária e, dessa forma, não há realização de trabalho. Física 25 Atividades 1. Em uma transformação sem trocas de calor, ocorre um aumento no volume do gás. a) Houve expansão ou compressão da massa gasosa? Houve expansão, pois o volume aumentou. b) Nesse caso, o gás empurrou a parede (de dentro para fora), realizando trabalho, ou o meio externo empurrou a parede (de fora para dentro) e o gás recebeu trabalho? O gás empurrou a parede para fora, realizando trabalho. c) Como o trabalho corresponde à quantidade de ener- gia transferida de um sistema para outro, pode-se afirmar que o gás recebeu ou cedeu energia com o trabalho? O gás cedeu energia com o trabalho. d) Nesse processo, o gás deve aumentar ou diminuir a sua energia interna? Como cedeu energia no processo, sua energia interna diminui. e) A temperatura do gás deve aumentar ou diminuir? Como a energia interna diminui, também diminui sua temperatura. f) Determine o sinal matemático do trabalho. Positivo. 2. Em uma transformação sem trocas de calor, ocorre uma diminuição no volume do gás. a) Houve expansão ou compressão da massa gasosa? Houve uma compressão, pois o volume do gás diminui. b) Nesse caso, o gás empurrou a parede (de dentro para fora), realizando trabalho, ou o meio externo empurrou a parede (de fora para dentro) e o gás recebeu trabalho? O meio externo empurrou a parede para dentro, realizando trabalho sobre o gás. c) Já que trabalho corresponde à quantidade de ener- gia transferida de um sistema para outro, pode-se afirmar que o gás recebeu ou cedeu energia com o trabalho? O gás recebeu energia com o trabalho realizado sobre ele. d) Nesse processo, o gás deve aumentar ou diminuir a sua energia interna? Como o gás recebeu energia, sua energia interna deve aumentar. e) A temperatura do gás deve aumentar ou diminuir? Como a energia interna aumenta,sua temperatura deve tam- bém aumentar. f) Determine o sinal matemático do trabalho. Negativo. 3. O volume de um gás ideal aumenta de 6,0 10–6 m 3 para 11 10–6 m 3 enquanto a pressão permanece constante e igual a 2,0 105 N/m 2. Calcule o trabalho realizado pelo gás. = p V = 2,0 105 (11 10–6 – 6,0 10–6) = 1 J 4. Um gás sofre uma compressão isobárica na qual seu volume se reduz de 13 000 cm3 para 10 000 cm3. Qual o trabalho realizado sobre o gás, sabendo que a pressão permanece constante e igual a 2 500 N/m2? = p V = 2 500 (10 000 10–6 – 13 000 10–6) = –7,5 J 8 Gabaritos. 26 Volume 7 5. Calcule, para esses gráficos, o módulo do trabalho e atribua o sinal correspondente: a) p (N/m2) V (m3) 10 2 5 b) p (N/m2) V (m3) 10 2 8 c) p (N/m2) V (m3) 5 10 51 d) p (N/m2) V (m3)5 8 1 6. Este quadro deve ser preenchido com sinais ou palavras que atendam à solicitação que se encontra na primeira linha (título da respectiva coluna): Forma como o gás trocou energia Representação da grandeza por meio de uma letra e o respectivo sinal (Q+; Q–; +; –) O gás recebe ou cede energia? A energia interna aumenta ou diminui? A variação da energia interna ( U = U – U0) é positiva ou negativa? A temperatura do gás aumenta ou diminui? Somente recebe calor Q+ Recebe Aumenta Positiva Aumenta Somente perde calor Q– Cede Diminui Negativa Diminui Somente realiza trabalho + Cede Diminui Negativa Diminui Somente recebe trabalho – Recebe Aumenta Positiva Aumenta Organize as ideias As palavras destacadas abaixo estão relacionadas com o que foi estudado nesta unidade a respeito das transfor- mações gasosas. Monte, em seu caderno, um mapa conceitual contendo, no mínimo, 10 quadros e sete das palavras a seguir. Pressão – gases ideais – variação – densidade – temperatura – energia – kelvin – número de mols – quantidade de matéria – transformação isovolumétrica – trabalho – velocidade – joule – transformação 9 Sugestões de respostas da seção Organize as ideias. Sugestão de atividades: questões 24 a 28 da seção Hora de estudo. Física 27 Física em foco Cientistas desvendam a física por trás do estouro da pipoca Quando fazemos pipoca, dificilmente paramos para pensar no que de fato provoca aquela magia do bem capaz de transformar um simples e incomível grão de milho em uma pipoca deliciosa e quentinha. Pois saiba que para a ciência, mesmo em 2015, grande parte do processo também continuava sem uma explicação con- clusiva. Pesquisadores franceses resolveram gravar o momento mágico do estouro da pipoca com câmeras de alta velocidade para entender de uma vez por todas o que provoca o mecanismo e também o que acontece com o milho nos primeiros instantes depois da transformação. Eles descobriram que, ao invés de ser causado pela quebra da casca ou por impactos contra outras super- fícies, aquele “pop” que já vai dando água na boca surge do vapor-d’água escapando rapidamente do interior do grão. O núcleo é composto por 14% de água – quando aquecida, evapora aos 100 ºC, mas é contida pela casca, que funciona como uma espécie de panela de pressão. Este envoltório duro só se rompe aos 180 ºC, e neste instante o vapor escapa dali de dentro altamente pressurizado. A “concha” de milho também funciona como uma espécie de caixa acústica, que amplifica o barulho. O processo pode ser comparado com o estouro de uma rolha de champagne. Enquanto escapa pela rachadura, o vapor aquecido leva junto o interior feito de amido e fibras e o trans- forma na pipoca que conhecemos. O artigo publicado na Royal Society Publishing também apresenta outra descoberta interessante: com o auxílio de uma câmera que registra incríveis 2 900 quadros por segundo, os cientistas notaram que o movimento do núcleo sendo lançado ao ar é semelhante ao de um acrobata dando uma cambalhota. Até então, os pesquisadores supunham que o escape do vapor impulsionava o grão para cima, em uma espécie de “efeito foguete”. Mas não: antes de ir parar na sua boca, a pipoca, literalmente, faz uma acrobacia. OLIVEIRA, André Jorge de. Cientistas desvendam a física por trás do estouro da pipoca. Galileu, 12 fev. 2015. Disponível em: <http://revistagalileu. globo.com/Ciencia/Pesquisa/noticia/2015/02/cientistas-desvendam-fisica-por-tras-do-estouro-da-pipoca.html>. Acesso em: 22 abr. 2015. Hora de estudo 1. (ENEM) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante, são man- tidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrigerador com as mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É correto afirmar que: a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata. b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o alumínio. c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, pos- suem a mesma condutividade térmica, e a sensação deve-se à diferença nos calores específicos. X d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmi- ca do alumínio ser maior que a do vidro. e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmi- ca do vidro ser maior que a do alumínio. 2. (ENEM) A padronização insuficiente e a ausência de controle na fabricação de refrigeradores podem também resultar em perdas significativas de ener- gia através das paredes da geladeira. Essas perdas, em função da espessura das paredes, para geladei- ras e condições de uso típicas, são apresentadas na tabela. 10 Gabaritos. A resolução das questões desta seção deve ser feita no caderno. 28 Volume 7 Espessura das paredes (cm) Perda térmica mensal (kWh) 2 65 4 35 6 25 10 15 Considerando uma família típica, com consumo médio mensal de 200 kWh, a perda térmica pelas paredes de uma geladeira com 4 cm de espessura, relativamente à outra de 10 cm, corresponde a uma porcentagem do consumo total de eletricidade da ordem de: a) 30%. b) 20%. X c) 10%. d) 5%. e) 1%. 3. Em uma cidade muito quente, um engenheiro pretende determinar qual o fluxo de calor que passa por uma pa- rede de 5 cm de espessura, 2 m2 de área e feita de tijo- lo maciço cujo coeficiente de condutibilidade térmica é K = 0,70 kcal/h m °C. Considere que a temperatura externa é de 40 ºC e a temperatura interna é mantida em 20 ºC. 4. (UFG – GO) Uma caixa de isopor em forma de paralelepí- pedo de dimensões 0,4 · 0,6 · 0,4 m contém 9 kg de gelo em equilíbrio térmico com água. Esse sistema é fechado e mantido em uma sala cuja temperatura ambiente é de 30 °C. Tendo em vista que o gelo é completamente derretido após um intervalo de 10 horas, calcule: (Dados: 1 cal ~ 4,0 J; calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g) a) o fluxo de calor, em watt, que o conteúdo da caixa de isopor recebe até derreter o gelo; b) a espessura da caixa de isopor. Utilize o coeficiente de transmissão de calor do isopor 4,0 · 10−2 W/m °C. 5. (UFC – CE) Uma barra cilíndrica reta metálica, homo- gênea, de comprimento L, com seção transversal A, isolada lateralmente a fim de evitar perda de calor para o ambiente, tem suas duas extremidades mantidas a temperaturas T1 e T2, T1 > T2. Considere que o regime estacionário tenha sido atingido. a) Escreva a expressão do fluxo de calor por condução, sabendo-se que esse fluxo é proporcional à área da seção transversal e à diferença de temperatura entre os extremos da região de interesse ao longo da direção do fluxo e inversamente proporcional à distância entre tais extremos. b) Determine a temperatura de um ponto da barra localizado a uma distância L/3 da extremidade de maior temperatura em função de T1 e T2. 6. Francisco trabalha como vendedor de bebidas na beirada praia. Para gelar suas bebidas mais rapidamente e mantê-las assim, percebeu que é melhor colocar o gelo da caixa de isopor por cima do que ele deseja gelar. Assinale a alternativa que apresenta a explicação física para essa situação cotidiana. a) O ar que está em contato com o gelo é menos den- so e sobe para a parte de cima da caixa de isopor mantendo-a gelada por mais tempo. X b) O ar frio que está em contato com o gelo é mais denso e fica concentrado na parte de baixo da caixa. c) O gelo por cima das latas funciona como um isolan- te térmico que impede a saída do frio de dentro da caixa de isopor. d) Não existe relação entre os conceitos físicos estuda- dos e a situação descrita no enunciado. 7. As lâmpadas de lava são objetos de decoração que podem ter seu funcionamento explicado a partir dos processos de transmissão de calor. Observe a imagem a seguir com a ilustração de quatro etapas da lâmpada de lava: 1 – lâmpada desligada; 2 – momento em que a lâmpada é acesa; 3 – fluido colorido começa a subir; 4 – já existem partes do fluido subindo e descendo na lâmpada. 1 2 3 4 D iv o. 2 01 5. 3 D . Explique quais processos de transmissão de calor estão envolvidos nas etapas 2 e 4. Justifique sua resposta. 8. (UFSM – RS) O congelador é colocado na parte su- perior dos refrigeradores, pois o ar se resfria nas proximidades dele, a densidade e desce. O ar quente que está na parte de baixo, por ser , sobe e resfria-se nas proximidades do congelador. Nesse caso, o processo de transfe- rência de energia na forma de calor recebe o nome de . Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. 29Física a) aumenta – mais denso – convecção b) diminui – mais denso – condução c) aumenta – menos denso – condução d) diminui – menos denso – irradiação X e) aumenta – menos denso – convecção 9. (PUCPR) Analise as afirmações referentes à transferên- cia de calor: I. As roupas de lã dificultam a perda de calor do corpo humano para o meio ambiente devido ao fato de o ar existente entre suas fibras ser um bom isolante térmico. II. Devido à condução térmica, uma barra de ferro mantém-se a uma temperatura inferior a um pedaço de madeira mantida no mesmo ambiente. III. O vácuo entre duas paredes de um recipiente serve para evitar a “perda de calor” por irradiação. Marque a alternativa correta: a) Apenas II está correta. b) Apenas III está correta. X c) Apenas I está correta. d) I, II e III estão corretas. e) I, II e III estão erradas. 10. (ENEM) O resultado da conversão direta de energia so- lar é uma das várias formas de energia alternativa de que se dispõe. O aquecimento solar é obtido por uma placa escura coberta por vidro, pela qual passa um tubo contendo água. A água circula, conforme mostra o esquema a seguir: Adaptação: PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. São Paulo: Hemus, 1981. São feitas as seguintes afirmações quanto aos mate- riais utilizados no aquecedor solar: I. O reservatório de água quente deve ser metálico para conduzir melhor o calor. II. A cobertura de vidro tem como função reter melhor o calor, de forma semelhante à que ocorre em uma estufa. III. A placa utilizada é escura para absorver melhor a energia radiante do Sol, aquecendo a água com maior eficiência. Entre as afirmações acima, pode-se dizer que apenas está(ão) correta(s): a) I. b) I e II. c) II. d) I e III. X e) II e III. 11. (UNESP – SP) Um corpo I é colocado dentro de uma campânula de vidro transparente evacuada. Do lado externo, em ambiente à pressão atmosférica, um corpo II é colocado próximo à campânula, mas não em conta- to com ela, como mostra a figura: Vácuo III As temperaturas dos corpos são diferentes e os pinos que os sustentam são isolantes térmicos. Considere as formas de transferência de calor entre esses corpos e aponte a alternativa correta: a) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque não estão em contato entre si. b) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque o ambiente no interior da campânula está evacuado. c) Não há troca de calor entre os corpos I e II porque suas temperaturas são diferentes. d) Há troca de calor entre os corpos I e II e a transfe- rência se dá por convecção. X e) Há troca de calor entre os corpos I e II e a transfe- rência se dá por meio de radiação eletromagnética. 12. (ENEM) energia refletida pela superfície, pelas nuvens e pelo ar 30% radiação solar absorvida diretamente pela atmosfera 20% radiação solar incidente 100% energia irradiada para o espaço pela superfície 6% energia carregada para cima na formação de vapor-d’água 24% energia carregada para cima pela convecção 6% radiação absorvida pela água e pelo CO 2 na atmosfera 14% I II III 50% IV V energia irradiada para o espaço pela atmosfera 64% atmosfera superfície Raymond A. Serway e John W. Jewett. Princípios de Física, v. 2 fig. 18 12 (com adaptações) 30 Volume 7 Com base no diagrama anterior, conclui-se que a) a maior parte da radiação incidente sobre o planeta fica retida na atmosfera. b) a quantidade de energia refletida pelo ar, pelas nuvens e pelo solo é superior à absorvida pela superfície. c) a atmosfera absorve 70% da radiação solar inciden- te sobre a Terra. X d) mais da metade da radiação solar que é absorvida diretamente pelo solo é devolvida para a atmosfera. e) a quantidade de radiação emitida para o espaço pela atmosfera é menor que a irradiada para o espaço pela superfície. 13. (ENEM) O uso mais popular de energia solar está as- sociado ao fornecimento de água quente para fins do- mésticos. Na figura a seguir, é ilustrado um aquecedor de água constituído de dois tanques pretos dentro de uma caixa termicamente isolada e com cobertura de vidro, os quais absorvem energia solar. vidraças duplas água quente tanques pintados de preto camada refletiva água fria Y X A. Hinrichs e M. Kleinbach. Energia e meio ambiente. São Paulo: Thompson, 3 ed., 2004, p. 529. Nesse sistema de aquecimento, a) os tanques, por serem de cor preta, são maus absor- vedores de calor e reduzem as perdas de energia. X b) a cobertura de vidro deixa passar a energia lumino- sa e reduz a perda de energia térmica utilizada para o aquecimento. c) a água circula devido à variação de energia lumino- sa existente entre os pontos X e Y. d) a camada refletiva tem como função armazenar energia luminosa. e) o vidro, por ser bom condutor de calor, permite que se mantenha constante a temperatura no interior da caixa. 14. (UPE) Sobre os processos de transmissão do calor, analise as proposições a seguir e conclua. ( V ) O calor sempre se propaga de um corpo com maior temperatura para um corpo de menor tem- peratura. ( V ) Na transmissão de calor por condução, a energia térmica se propaga de partícula para partícula, sem que elas sejam transladadas. ( V ) Na convecção, o calor se propaga por meio do mo- vimento de fluidos de densidades diferentes. ( F ) A irradiação térmica exige um meio material, para que ocorra a propagação de calor. ( V ) O poder emissivo do corpo negro é proporcional à quarta potência de sua temperatura absoluta. 15. (ITA – SP) De acordo com a Lei de Stefan-Boltzmann, o equilíbrio da atmosfera terrestre é obtido pelo ba- lanço energético entre a energia de radiação do Sol absorvida pela Terra e a reemitida pela mesma. Con- sidere que a energia fornecida por unidade de tempo pela radiação solar é dada por P = A ⋅ e ⋅ σ ⋅ T4, em que σ = 5,67 ⋅ 10–8 W m–2 K–4; A é a área da superfície do corpo; T a temperatura absoluta, e o parâmetro e é a emissividade que representa a razão entre a taxa de radiação de uma superfície particular e a taxa de radiação de uma superfície de um cor- po ideal, com a mesma área e mesma temperatura. Considere a temperatura média da
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