Buscar

Trabalho em Grupo de Desenvolvimento Curricular

Prévia do material em texto

Delfina Fabião Tovele
Enoque José Macaringue
Marcos Sete Homwana
4° Ano
Licenciatura em Ensino Básico
DESENVOLVIMENTO CURRICULAR DA ESCOLA BÁSICA 
Actividade em Grupo
Universidade Pedagógica
Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia
Namaacha
2018
	Delfina Fabião Tovele
Enoque José Macaringue
Marcos Sete Homwana
	Trabalho dirigido a Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia, na cadeira de Desenvolvimento Curricular Da Escola Básica, para efeito de avaliação pela Dra. Lúcia Suzete Simbine 
Universidade Pedagógica
Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia
Namaacha
2018
Sumário
1.	Diversidade	4
1.1.	As concepções de diversidade no sentido restrito e amplo	4
2.	Multiculturalismo	5
2.1.	Genealogia do Conceito de Multiculturalismo	5
3.	Modernidade	6
4.	Estruturalismo	7
Bibliografia	9
1. Diversidade 
1.1. As concepções de diversidade no sentido restrito e amplo
De acordo com Jackson e RUDERMAN (1996) apud FALCÃO (2007), o termo diversidade está longe de se constituir num construto bem definido. A multidimensionalidade do conceito é um dos mais difíceis desafios na pesquisa de diversidade (COX JR., 1994). NKOMO e COX JR. (1999) registram que a ausência de rigor conceitual, bem como a fragmentação das fontes históricas e os vários caminhos que podem ser trilhados no desenvolvimento teórico da diversidade dificultam os esforços de se estudar em profundidade a temática.
A falta de especificidade de concepções sobre a diversidade colabora também para que as definições encontradas na literatura variem entre significados de natureza restrita - que em geral enfatizam raça, etnia e gênero - e sentidos que expressam amplitude, muitas vezes se referindo às diversas diferenças individuais existentes entre as pessoas (NKOMO; COX JR., 1999 apud FALCÃO, 2007). 
De acordo com FALCÃO (2007) as definições mais amplas espelham o individualismo que estrutura muitas de nossas idéias sobre a abrangência do tema. Por sua vez, as abordagens restritas tendem a ser interpretadas como se referindo apenas às pessoas pertencentes a um gênero específico ou a um grupo minoritário de raça-etnia de um determinado sistema social.
CROSS et al. (1994) apud FALCÃO (2007) defendem a idéia conceitual que restringe a definição da diversidade. Segundo esses pesquisadores, a diversidade se limita a assuntos de racismo, sexismo, heterossexismo, atividades classistas e outras formas de discriminação no nível individual, da identidade com o grupo e com o sistema. 
O observador, ao delimitar o seu objeto de estudo, foca-se em uma das variáveis que compõem a diversidade cultural em um ambiente social. Aqui a investigação se limita à representação, em um sistema social, de pessoas com afiliações a grupos claramente diferentes em termos de significado cultural (COX JR., 1994 apud FALCÃO, 2007). 
Assim de cordo com FALCÃO (2007), é comum encontrar pesquisas que tratam especificamente de atributos associados, por exemplo, à raça (CABRERA et al., 1999), à sexualidade (SINCLAIR, 1998), à homossexualidade (SIQUEIRA; FERREIRA; ZAULI-FELLOWS, 2006) e ao assédio moral (FREITAS, 2001).
Em outra vertente, alguns autores defendem um enfoque mais amplo para pesquisar a diversidade. Segundo HANASHIRO e QUEIROZ (2006) apud FALCÃO (2007), o conceito de diversidade encontra-se em constante evolução. A visão das diferenças entre indivíduos no contexto organizacional expandiu do simples conceito de raça, gênero e etnias para uma noção multidimensional, incluindo também aquelas que caracterizam os grupos sociais.
Autores como THOMAS JR. (1991), JAMIESON e O`MARA (1991), LODEN e ROSENDER (1991), e FLEURY (2000) apud FALCÃO (2007) propõem definições mais amplas para a diversidade. a diversidade inclui todos, não é algo que seja definido por raça ou gênero. Neste contexto, estende-se à idade, história pessoal e corporativa, formação educacional, função e personalidade. Inclui estilo de vida, preferência sexual, origem geográfica, tempo de serviço na organização, status de privilégio ou de não-privilégio e administração ou não-administração. (THOMAS JR, 1991).
Já JAMIESON e O`MARA (1991) apud FALCÃO (2007) sustentam uma visão expandida da diversidade, acrescentando valores, idade, inabilidade, formação educacional ao invés de uma interpretação mais comum, que se restringe exclusivamente a mulheres e negros. Por sua vez, LODEN e ROSENDER (1991) apud FALCÃO (2007), ao adotarem também uma definição conceitual mais ampla da diversidade, estabelecem distinções entre as dimensões primárias imutáveis (idade, etnia, gênero, raça, orientação sexual e habilidades físicas) e as dimensões secundárias mutáveis (formação educacional, localização geográfica, crenças religiosas, renda, estado civil e experiência no trabalho).
Compartilhando também da corrente de uma conceituação mais ampla para a diversidade, FLEURY (2000) apud FALCÃO (2007) define o termo como uma mistura de pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social. Nesses sistemas coexistem grupos de maioria e de minoria, sendo os de maioria aqueles cujos membros historicamente obtiveram vantagens em termos de recursos econômicos e de poder em relação aos outros, denominados de minorias. 
2. Multiculturalismo 
2.1. Genealogia do Conceito de Multiculturalismo 
De acordo com FERNANDES (s/d) A utilização das palavras “multicultural” e “multiculturalismo” é de origem recente, tendo ocorrido pela primeira vez na língua inglesa em meados do século XX,B o primeiro registo desse uso data de 1941. No início dos anos 70, estes dois termos foram oficialmente instituídos, mais ou menos em simultâneo, no Canadá e na Austrália, para designar as políticas públicas com o objetivo de valorizar e promover a diversidade cultural. 
Segundo TAYLOR (1994: 45) apud FERNANDES (s/d), o que actualmente no discurso político se designa por “multiculturalismo” é um processo que teve a sua origem na necessidade ou na exigência de reconhecimento (a qual vai para além de uma simples questão de cortesia), e que se faz sentir sob determinadas formas, mais ou menos ligadas à ação em nome de grupos minoritários ou “subalternos”.
Numa sociedade que se percebe cada vez mais multicultural, cuja “pluralidade de culturas, etnias, religiões, visões de mundo e outras dimensões das identidades infiltra-se, cada vez mais, nos diversos campos da vida contemporânea” (MOREIRA, 2001: 41) o multiculturalismo surge como um conceito que permite questionar no interior do currículo escolar e das práticas pedagógicas desenvolvidas, a “superioridade” dos saberes gerais e universais sobre os saberes particulares e locais. (Idem) 
SILVA (2007) considera que o multiculturalismo é um movimento legítimo de reivindicação dos grupos culturais dominados no interior daqueles países para terem suas formas culturais reconhecidas e representadas na cultura nacional. O multiculturalismo pode ser visto, entretanto, também como uma solução para os “problemas” que a presença de grupos raciais e étnicos coloca, no interior daqueles países para a cultura dominante. De uma forma ou de outra, o multiculturalismo não pode ser separado das relações de poder que, antes de mais nada, obrigam essas diferentes culturas raciais, étnicas e nacionais a viverem no mesmo espaço. 
3. Modernidade 
De acordo com ALVES (s/d) podemos demarcar o início da modernidade a partir das mudanças sociais, económicas e culturais decorrentes do declínio do feudalismo, há cerca de 5 séculos, do ressurgimento das cidades, mudanças nas relações de trabalho e de produção e gradual deslocamento de saberes religiosos e baseados na tradição, que até então ocupavam lugar central, substituídos pelo conhecimento científico. Outro ponto fundamental da modernidade é o fortalecimento do Estado-nação e da Soberania Nacional.
Para Max Weber (1864-1920), a modernidade surge com a racionalização científica, para a qual teve papel destacado o Renascimento, e com o “desencantamento do mundo”, para o qual contribuiu em muito a Reforma Protestante.O desenvolvimento da cultura moderna teria sofrido, na visão de Weber, uma influência causal significativa do ethos racional da conduta da vida existente nas concepções protestantes, que trouxe os rigores da ascese, presente no mundo católico, para os costumes do mundo. Para os protestantes, a vocação humana estaria em cumprir as tarefas seculares, impostas ao indivíduo pela sua posição no mundo. A conduta ética sistematizada, metodicamente racionalizada, teria influenciado o planejamento racional da vida moderna. (ALVES, s/d)
Para Anthony Giddens a modernidade refere-se às instituições e modos de comportamento estabelecidos pela primeira vez na Europa depois do feudalismo, mas que no século XX se tornaram mundiais em seu impacto. Ele considera a modernidade, essencialmente, uma ordem pós-tradicional com as seguintes características: a) “Separação de tempo e espaço: a condição para a articulação das relações sociais ao longo de amplos intervalos de espaço-tempo, incluindo sistemas globais; b) Mecanismos de desencaixe: consistem em fichas simbólicas e sistemas especializados(em conjunto = sistemas abstratos). Mecanismos de desencaixe separam a interação das particularidades do lugar; c) Reflexidade institucional: o uso regularizado de conhecimento sobre as circunstâncias da vida social como elemento constitutivo de sua organização e transformação”. (ALVES, s/d).
4. Estruturalismo 
Segundo DA SILVA (2007) o estruturalismo é uma corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou do modelo da linguística e que apreende a realidade social como um conjunto formal de relações. O termo estruturalismo tem origem no Cours de linguistique générale de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura.
O estruturalismo é uma abordagem que veio a se tornar um dos métodos mais extensamente utilizados para analisar a língua, a cultura, a filosofia da matemática e a sociedade na segunda metade do século XX. Entretanto, "estruturalismo" não se refere a uma "escola" claramente definida de autores, embora o trabalho de Ferdinand de Saussure seja geralmente considerado um ponto de partida. O estruturalismo é melhor visto como uma abordagem geral com muitas variações diferentes. Como em qualquer movimento cultural, as influências e os desenvolvimentos são complexos. (Idem)
A definição de “estruturalismo” também mudou como resultado de sua popularidade. Como sua popularidade como movimento passava por altos e baixos, alguns autores se consideravam 'estruturalistas' e logo depois abandonavam o rótulo. Adicionalmente, o termo teve significados levemente diferentes em inglês e em francês. Nos EUA, por exemplo, Derrida é considerado o paradigma do pós-estruturalismo enquanto na França é rotulado como estruturalista. Enfim, alguns autores escreveram em vários estilos diferentes. Barthes, por exemplo, escreveu livros claramente estruturalistas e outros que claramente não o eram. DA SILVA, 2007)
Bibliografia 
ALVES, J.E.D. Modernidade e pós-modernidade. s/d 
DA SILVA, J.B. O estruturalismo e as suas infuências. Feira de santana, Bahia. 2007
FALCÃO, B.M. Diversidade e desempenho acadêmico: percepções dos estudantes de administração. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração. Belo Horizonte, Universidade FUMEC. 2007
HANASHIRO, D.M.M.; QUEIROZ, R.C. O efeito da diversidade nos times multifuncionais: um estudo na indústria automobilística. In: Encontro Nacional dos Programas de Pós Graduação em Administração, 30, 2005. Anais do 30° ENANPAD, 2006.
THOMAS JR., R.R. Beyond race and gender: unleashing the power of your total work force by managing diversity. New York: AMACOM, 1991.
MOREIRA, A.F.B. Multiculturalismo, currículo e formação de professores. In Currículo: políticas e práticas. Papirus, (pp. 81 – 96), Campinas, Brasil. 2001.

Continue navegando

Outros materiais