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john's Journal of Lies T r o u b l e e n s u e s w h e n L i a m r e a d s J o h n ' s j o u r n a l . IT'S A TALL TALE P R O F E S S O R A A L I N E D U A R T E recorte esta capa e cole no lugar mais visível possível, ou presenteie uma mulher maravilhosa!!! Tema 1 __________________________________________________________________________________ Texto I Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, se tornou a primeira mulher brasileira a aparecer visivelmente grávida na capa de uma revista de negócios. A edição da Forbes deste mês lista as mulheres mais importantes do país, e Cristina estampa a primeira página da publicação com o seu barrigão de 40 semanas. Este feito inédito no país representa uma parcela de mulheres que engravidam enquanto estão no mercado de trabalho. Muitas delas enfrentam dificuldades e até são demitidas após a licença-maternidade. Uma pesquisa da FGV mostra que metade das mulheres que engravidam e voltam para seus empregos são demitidas em até 12 meses. Ser mãe não significa trabalhar menos. Mulheres que optam pela maternidade precisam ter esse direito respeitado pelo empregador. Fonte: https://www.instagram.com/p/B9R_3oqFn2L/?igshid=rptmse56fj09 - Acesso em 8/3/2020. Texto II Miá Mello: “Falar de maternidade é um ato político” Em cartaz com o monólogo 'Mãe fora da caixa’, atriz promove catarse ao falar sobre ter filhos. Fora dos palcos, reflete sobre Miá Mello: “Falar de maternidade é um ato político” “Eu topei fazer essa peça pra poder gritar em público: ‘O pós-parto é de f...der!’ Por favor, gritem comigo!”. É assim que a comediante Miá Mellofaz até a mais elegante das avós repetir, a plenos pulmões, o mantra libertador do puerpério — esse palavrão mais temido que qualquer termo disfarçado entre reticências. Aos 39 anos, a atriz define o monólogo Mãe fora da caixa, com o qual está em cartaz em São Paulo, como um “divisor de águas” em sua carreira, tão potente para ela quanto a própria maternidade. Ao encarnar nos palcos a personagem Mãe (sem nome próprio), ela deixa para trás as mocinhas do cinema que a alçaram à fama para viver um mulherão não menos cômico: a mãe de uma menina de sete anos, apavorada com a perspectiva de uma segunda gravidez não planejada. A peça de 80 minutos percorre os 180 segundos em que a personagem aguarda pelo resultado do teste de gravidez em um banheiro.Enquanto isso, Miá leva o público a uma hilária viagem entre flashbacks maternos e reflexões sobre os dilemas de ter filhos. “Meu pai sempre diz: ‘filho é bom, mas duuuuura…’”, parafraseia o pai, o empresário aposentado Odilon Melo, em um dos muitos momentos em que ficção e realidade se confundem. “E os conselhos? Tá achando difícil agora, é? Espera chegar a adolescência... Sexo, drogas e pop coreano!”, diz, arrancando gargalhadas de uma plateia em sua maioria feminina, mas não apenas. Fonte: https://brasil.elpais.com/cultura/2020-03-05/mia-mello-falar-de-maternidade-e-um-ato- politico.html?ssm=whatsapp - Acesso em 8/3/2020. Texto III É importante salientar que não somos só o que fazemos, mas também nossos papéis. Somos tudo isso e muito mais. Como sociedade, considero que devemos deixar que cada mulher decida como quer viver sua vida, que ingredientes quer nela, e aceitar todas as possibilidades como valiosas. Como mulher, precisamos nos dar a liberdade para fazer essa escolha com confiança e segurança.” Essas palavras são de Mónica García, coach de desenvolvimento pessoal, formadora, conferencista e diretora do centro El Factor Humano, em Burgos (norte da Espanha). Para a especialista, “existe um novo modelo de maternidade atualizado e livre de condicionamentos, que desterra mitos e condições expostas para ser experimentada a partir da liberdade e da igualdade”. A sociedade não facilita que as mulheres possam alcançar este objetivo: um mercado profissional hostil, que dificulta, e muito, a conciliação de horários, e um patriarcado muito enraizado que ainda persiste. Assim, o Dia das Mães é uma jornada para a reivindicação, em que devemos refletir sobre “o papel atual da mulher como progenitora e a necessidade de renová-lo, para benefício dela e de todo seu entorno”, prossegue García. Uma mulher que se torna mãe, "muito a seu pesar, não é tão livre quanto gostaria de ser, já que muitas vivem condicionadas pelo que a sociedade (e inclusive sua própria família) espera dela como mãe”, afirma a especialista. “Achamos que podemos escolher que maternidade queremos viver, mas isso não é totalmente correto. Muitas mulheres vivem sua maternidade como os outros esperam delas, não como elas realmente querem”, conclui. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/03/estilo/1556879518_355290.html - Acesso em 8/3/2020 (Adaptado). Texto IV Fonte: http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/02/lado-negativo-da-maternidade-ainda- e-tabu-afirma-psicologa-0 - Acesso em 8/3/2020. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios da maternidade na contemporaneidade”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Tema 2 __________________________________________________________________________________ Texto I Texto II Mulheres têm nível de ocupação menor que homens no Brasil, diz IBGE. De acordo com o levantamento, apesar de representar 52,4% da população em idade de trabalhar, o grupo feminino responde por 45,6% do nível de ocupação, enquanto os homens, 64,3%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou, no primeiro semestre de 2019, que as mulheres têm menor nível de ocupação do que os homens no Brasil. Além disso, o nível de desemprego para pretos e pardos é maior que a média nacional. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) do quatro trimestre de 2018. De acordo com o levantamento, apesar de representar 52,4% da população em idade de trabalhar, o grupo feminino responde por 45,6% do nível de ocupação, enquanto os homens, 64,3%. Em regiões como o Norte, a taxa para a população masculina sobe para 60,2%, o que representa uma diferença de quase 23 pontos percentuais. Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/02/22/internas_economia,73 9211/mulheres-tem-nivel-de-ocupacao-menor-que-homens-no-brasil-diz-ibge.shtml - Acesso em 8/3/2020. Texto III Fomentar o empreendedorismo feminino é fundamental para que as mulheres possam aumentar seus rendimentos, gerar empregos, ter sustentabilidade no mercado e, sobretudo, ser independentes e protagonistas de suas vidas. Nos últimos dois anos, a proporção de mulheres empreendedoras que são “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%. Com o avanço, a atividade empreendedora passou a conferir às donas de negócio a principal posição em casa, superando o percentual de mulheres na condição de cônjuge (situação verificada quando a principal renda familiar provém do marido). Essa posição caiu de 49% para 41% nos últimos anos, conforme o relatório especial produzido pelo Sebrae. O estudo constatou ainda que as representantes do sexo feminino empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. As análises feitas pelo Sebrae mostram que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens. Entretanto, elas continuam ganhando 22% menos que os empresários, uma situação que vem se repetindo desde 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Em 2018, os donos de negócio do sexo masculino tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831. A desvantagem para as empresárias também é significativa quando se trata de acesso a crédito e linhas de financiamento. As mulheres empresárias acessam um valor médio de empréstimos de aproximadamente R$ 13 mil a menos que a média liberada aos homens. Apesar disso, elas pagam taxas de juros 3,5% acima do sexo masculino. Nesse aspecto, nem os índices de inadimplência mais baixos, verificados entre as pagadoras do sexo feminino, foram suficientes para gerar uma redução dos juros. Enquanto 3,7% das mulheres são inadimplentes, os homens apresentam um indicador de 4,2%. Fonte: https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/por-que-e-fundamental-estimular-o- empreendedorismo-feminino,ca96df3476959610VgnVCM1000004c00210aRCRD - Acesso em 8/3/2020. Texto IV Idealizada em 2010, por Ana Lúcia Fontes, a Rede Mulher Empreendedora nasceu durante o “Programa 10 mil Mulheres da FGV”, quando Ana teve a ideia de criar um blog sobre os medos, as dúvidas e as dificuldades do empreendedorismo feminino. Ela percebeu, então, que esses questionamentos eram compartilhados por outras mulheres, que também buscavam ajuda e apoio. A Rede surgia, assim, para suprir essa lacuna. O empreendedorismo foi apenas o ponto de partida. Em 2017, Ana Fontes resolveu ampliar seus objetivos e criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, focado na capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade. Um ano depois, em 2018, a relevância da RME se fortaleceu com a criação da Aceleradora Herd, braço responsável por criar programas de desenvolvimento e apoiar projetos e negócios de mulheres. Por assegurar a igualdade de gênero e fortalecer economicamente através do empreendedorismo feminino no Brasil. A Rede Mulher Empreendedora – RME é a primeira e a maior plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, com o propósito de empoderar empreendedoras economicamente, garantindo independência financeira e de decisão sobre seus negócios e suas vidas. Fonte: https://rme.net.br/redemulherempreendedora/ - Acesso em 8/3/2020. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O empreendedorismo feminino como alternativa às mulheres no mercado de trabalho”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Tema 3 __________________________________________________________________________________ Texto I Texto II O empoderamento feminino é um tema que vem tomando conta dos debates sociais hoje em dia, e é claro que, no Dia das Mulheres, ele não poderia deixar de estar em pauta. Empoderar mulheres e promover a igualdade de gênero em todas as atividades sociais são garantias para o fortalecimento da economia, o impulsionamento dos negócios, a melhoria na qualidade de vida das mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento sustentável. De acordo com o dicionário, a palavra empoderamento significa “conceder ou conseguir poder; obter poder”. Com origem no inglês “empowerment”, o termo foi traduzido pela primeira vez pelo pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire. Para ele, empoderamento designa a “capacidade do indivíduo de realizar as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer”. As origens do Dia Internacional das Mulheres são variadas, mas a cronologia dessa história remete a 26 de fevereiro de 1909, em Nova York, quando um grupo de 15 mil mulheres organizou uma passeata em busca de melhores condições de trabalho. Porém, em 1917, houve um marco ainda mais forte que determinaria o tão famoso 8 de março. Naquele dia, um grupo de operárias russas saiu às ruas para se manifestar por melhores condições de vida e de trabalho, contra a fome e contra a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Oficializada em 1975, a data é marcada por reivindicações como igualdade salarial, igualdade de gênero e protestos sobre a violência contra a mulher e a posição da mulher perante a sociedade. Fonte: https://www.sbie.com.br/blog/dia-das-mulheres-qual-a-importancia-do-empoderamento- feminino/ - Acesso em 8/3/2020. Texto III Fonte: http://www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-das- mulheres/ - Acesso em 8/3/2020. Texto IV Sueli Carneiro, no seu escrito “Enegrecer o Feminismo: a Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma Perspectiva de Gênero”, salienta-nos a importância de “uma perspectiva feminista na qual o gênero seja uma variável teórica, mas como afirmam Linda Alcoff e Elizabeth Potter, que não ‘pode ser separada de outros eixos de opressão’ e que não ‘é possível em uma única análise. Se o feminismo deve liberar as mulheres, deve enfrentar virtualmente todas as formas de opressão’”. Assim, Carneiro também dá a relevância ao feminismo negro, “construído no contexto de sociedades multirraciais, pluriculturais e racistas – como são as sociedades latino-americanas – tem como principal eixo articulador o racismo e seu impacto sobre as relações de gênero, uma vez que ele determina a própria hierarquia de gênero em nossas sociedades”. Donna Haraway, por uma perspectiva direta científica, em seu escrito “Saberes Localizados”, descreve que “o feminismo tem a ver com as ciências dos sujeitos múltiplos com (pelo menos) visão dupla. O feminismo tem a ver com uma visão crítica, consequente com um posicionamento crítico num espaço social não homogêneo e marcado pelo gênero”. Desse modo, há uma proposta outra, em polaridade à ciência moderna (em aperfeiçoamento, não necessariamente contraposição), resistindo à simplificação dos fenômenos, e da vida em si. Isso porque a proposta feminista resiste à política do fechamento a partir do reconhecimento de sua posição no mundo – ou a partir do reconhecimento de quais critérios de reconhecimento da vida atravessam as pessoas em determinados contextos. Finalmente, em um plano político-filosófico, Marcia Tiburi (em “Feminismos em comum: para todas, todes e todos”) destaca a importância de se fomentar uma democracia radical [1] e que o feminismo nos leva a isso: […] à luta por direitos de todas, todes e todos. Todas porque quem leva essa luta adiante são as mulheres. Todes porque o feminismo liberou as pessoas de se identificarem como mulheres ou homens e abriu espaço para outras expressões de gênero – e de sexualidade – e isso veio interferir no todo da vida. Todos porque luta por certa ideia de humanidade e, por isso mesmo, considera que aquelas pessoas definidas como homens também devem ser incluídas em um processo realmente democrático. Fonte: https://www-cartacapital-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/www.cartacapital.com.br/justica/sobre- feminismos/ - Acesso em 8/3/2020. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A importância do empoderamento feminino na sociedade contemporânea”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Tema 4 __________________________________________________________________________________ Texto I Aspectos fisiológicos, como a dança dos hormônios e seus papéis no organismo feminino, ainda são pouco compreendidos por homens e mulheres. Diferenças entre homens e mulheres existem do ponto de vista físico – entre outros aspectos – à formação do cérebro, característicasdo sangue (número de glóbulos vermelhos) e aparência (altura, peso, músculos, distribuição de gordura, etc.). As diferenças cumprem função essencial em relação ao progresso que se realiza em uma determinada existência. É nítido que as mulheres sofrem mais com os hormônios quando comparadas aos homens. E algumas mulheres são mais suscetíveis às oscilações hormonais fisiológicas do que outras. Nem sempre precisa haver uma detecção de um nível hormonal alterado para se ter alterações emocionais e comportamentais decorrentes. Basta uma vulnerabilidade maior às variações normais de tais hormônios, incluindo períodos como o pré-menstrual, pós-parto e perimenopausa. A relação entre o emocional e a secreção dos hormônios femininos é interessante. Os hormônios e suas respectivas variações em períodos críticos do ciclo reprodutivo feminino podem contribuir para o desencadeamento de transtornos depressivos e ansiosos em mulheres, bem como o humor, o comportamento feminino e até mesmo algumas doenças clínicas sofrem influências significativas das peculiaridades do ciclo reprodutivo feminino. Pacientes obesas, diabéticas, hipertensas, com hipotireoidismo e doenças ginecológicas como a síndrome dos ovários policísticos e a endometriose, por exemplo, apresentam sintomas psíquicos, como ansiedade e depressão, com bastante frequência, além dos vários sintomas e sinais físicos significativos. A melhor forma de abordagem de tais quadros clínicos é o trabalho multiprofissional. Fonte: https://www.psiquiatriadamulher.com.br/portfolio_page/saude-mental-feminina/ - Acesso em 8/3/2020. Texto II “Há dois principais tipos de depressão: a endógena, causada por fatores internos, como falta de lítio ou disfunções hormonais, e exógena, por fatores externos, como desemprego”, afirma Maria das Mercês Cabral, pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco. “Essa doença aumentou entre mulheres porque boa parte são depressões provocadas pela vivência emocional dela e pelo ambiente. A mulher leva uma vida muito dura, é muito maltratada como categoria humana. Logo, sente mais infelicidade”, afirma. Segundo a ONU, as estatísticas apontam para perfis diferentes de causas para doenças psiquiátricas em homens e mulheres. O sofrimento psíquico feminino é causado sobretudo por questões circunstanciais da vida das mulheres, como dependência econômica, exaustão, medo, sobrecarga de trabalho e violência doméstica e civil. “Mas o que mais pesa é o valor social do homem, que a mulher não tem. Ela ainda é desvalorizada”, afirma. “Especialmente para as criadas com uma dependência afetiva de um companheiro, a violência doméstica é um grande fator de depressão da mulher. A violência psicológica é uma desvalorização construída socialmente”, diz. Não precisa ir longe: brincadeiras como “lugar de mulher é na cozinha” interferem na autoestima feminina. Embora mulheres sejam mais abertas para falar de seus sintomas e isso facilite diagnósticos, faltam treinamento e preparo aos profissionais de saúde da mulher. “Ser bem tratada no parto, por exemplo, faz toda a diferença”, afirma a pesquisadora. “É comum uma depressão pós-parto ser ‘diagnosticada’ como uma má mãe, que não gosta do seu filho”, diz. O esforço contra a depressão deve ser contínuo. “Toda política pública que atenda a saúde da mulher de forma integral de alguma forma ataca a depressão também.” Fonte: https://delas.ig.com.br/comportamento/depressao-e-cada-vez-mais-comum-entre-as- mulheres/n1596824782833.html - Acesso em 8/3/2020. Texto III Texto IV Historicamente, a loucura sempre esteve de alguma forma associada ao feminino. Quando não eram as suas causadoras (com bruxarias, maldições, pecados e todo o tipo de estereótipo medieval e religioso), as mulheres eram sempre consideradas mais vulneráveis a distúrbios psicológicos devido a uma natureza supostamente “sensível e fraca”. Hoje, no entanto, entendemos que a maioria dos diagnósticos de histeria feitos em meados do século XIX eram baseados em ignorância e misoginia. Afinal, era muito mais simples supor que as mulheres sofriam com delírios do que admitir que a condição delas na sociedade não era das mais favoráveis. Mesmo assim, muitos dos sintomas usados para diagnosticar a condição dessas mulheres viraram estereótipos usados para caracterizar personagens mentalmente instáveis em filmes, séries e livros. A receita é simples e se limita ao uso de clichês reutilizáveis relacionados a loucura feminina: a mulher com sexualidade aflorada, aquela com personalidade obsessiva, a senhora solteira e com mais de 50 anos, a ex-namorada do protagonista. Personagens que se encaixam em pelo menos uma das categorias citadas costumam pender ou para o mal, ou para o ridículo. Muitas são as vilãs, que caçam homens inocentes e atormentam mocinhas puras e virginais. Quase nunca possuem um final feliz, e se conseguem, é graças a uma redenção, ou em casos bem específicos, à própria esperteza. Já na esfera que abrange a categoria das mocinhas temos outros clichês, como o da mulher depressiva, que geralmente cabe a figuras femininas frágeis, sensíveis e poéticas. Aliás, a Mulher Triste é um conceito que se aproxima muito das manic pixies dream girls. Elas não são femme fatales e nem apresentam nenhum tipo de perigo para o protagonista masculino. Muito pelo contrário. É importante notar que, na maioria dos casos da vida real, mulheres consideradas mentalmente instáveis são constantemente abandonadas e marginalizadas. Quando não, vivem com a insegurança e o medo de que seus respectivos parceiros às deixem devido às suas condições, o que as torna ainda mais suscetíveis a relacionamentos abusivos. Fonte: http://nodeoito.com/representacao-saude-mental-feminina/ - Acesso em 8/3/2020. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A necessidade de cuidado com a saúde mental feminina”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Tema 5 __________________________________________________________________________________ Texto I Bruna Marquezine publicou uma foto com o look de Réveillon e outro clique com a irmã no Instagram. Mas não foi o top e a saia de seda e nem a rara aparição de Luana que chamaram atenção dos internautas. A aparência da atriz foi alvo de críticas na web. Um usuário, por exemplo, sugeriu que Bruna tem anorexia. "Gente, vocês têm noção que dá pra ver o pulmão dela? Anorexia é uma doença e mata! Pelo amor de Deus, se cuida", disse no Twitter. Uma fã, porém, questionou os comentários sobre o corpo da global: "Ser gordo ou ser magro não é sinônimo de uma pessoa não saudável. Na verdade, o que não é nada saudável é o seu comentário absurdamente irresponsável e extremamente ignorante". A mensagem foi retuitada por Marquezine. Sempre assídua nas redes sociais, Bruna recebe uma enxurrada de mensagens diariamente criticando seus passos. Segundo ela, a negatividade e a tensão só têm crescido. "Temos que pensar na consequência. No meu caso, me fez passar por um momento de depressão, mas isso potencializou muito o que vivi. Mas aconteceu. Uma época era: 'Nossa, está gordinha demais. O rosto é muito redondo. Quadril muito largo. Nunca está bom. E agora 'ai, está muito magra'. Amo comer, posto foto de comida e leio comentários absurdos do tipo: "Até parece que ela come tudo isso. Todo mundo sabe que ela tem anorexia.' Gente, anorexia é algo muito grave. Não pode banalizar isso ou falar isso como se fosse nada", declarou em entrevista recente. Fonte: https://www.purepeople.com.br/noticia/corpo-magro-de-bruna-marquezine-em-foto-e- criticado-na-web-e-atriz-se-pronuncia-veja_a284602/1 - Acesso em 8/3/2020. Texto II Alexandra Gurgel:'Entendi que o problema não era eu ser gorda, mas a sociedade que não estava preparada' Ativista e youtuber, ela usa as redes sociais para falar sobre autoestima e gordofobia. Agora, se prepara para lançar um segundo livro e um documentário sobre corpos no Brasil Amor-próprio, feminismo, body positive, gordofobia... Esses são alguns dos assuntos presentes nos vídeos da youtuber e ativista Alexandra Gurgel. Formada em jornalismo, a carioca de 30 anos resolveu apostar no Youtube para falar sobre um tema pouco representado no Brasil: o corpo gordo. E deu certo! A criadora do canal “Alexandrismos” também é escritora e publicou em 2018 seu primeiro livro: “Pare de se odiar: Porque amar o próprio corpo é um ato revolucionário”. Ela também marca presença no Twitter e no Instagram (tem mais de 500 mil seguidores), onde comenta os assuntos do momento e dá conselhos sobre aceitação, usando hashtags como #bodypositive e #corpolivre. Entre os mais recentes, estão dicas para tirar fotos sem pressão para ser perfeita e como usar um biquíni sem vergonha do corpo. Para a ativista, seu conteúdo não é voltado apenas para pessoas gordas. Ela cita o crescimento no número de cirurgias plásticas, principalmente em adolescentes, como uma evidência de que a insatisfação com o corpo pode atingir a todas. “Entendi com o tempo que era uma coisa para todo mundo. O body positive é para para lidar com qualquer preconceito. Eu falo principalmente com mulheres, mas é qualquer mulher. E é óbvio que as mulheres sofrem muito mais, mas os homens também podem ser vítimas. Quando fui fazer o lançamento do livro, descobri que a maioria das minhas seguidoras eram magras. Fiquei chocada. Muita gente magra me perguntava se também podia usar (as hashtags) e eu falava: claro que pode”. Fonte: https://oglobo.globo.com/celina/alexandra-gurgel-entendi-que-problema-nao-era-eu- ser-gorda-mas-sociedade-que-nao-estava-preparada-24189502 - Acesso em 8/3/2020. Texto III De acordo com o estudo de Dove “Há uma Beleza Nada Convencional”, 66% das mulheres brasileiras se sentem pressionadas a seguir um padrão de beleza (veja mais no infográfico). "Mas a beleza real é a beleza de cada um”, diz Maria Helena Vilela, educadora sexual e diretora do Instituto Kaplan, em São Paulo. Segundo ela, nem sempre quem atende todos os padrões se acha bonito. “É preciso que a pessoa se sinta importante no mundo também”, afirma. Quem não se enxerga na imagem preestabelecida sofre e investe tempo e dinheiro para tentar alcançá-la. Essa busca incansável por atender padrões faz com que as pessoas se sintam responsáveis por não ser o que idealizam e culpadas por não apreciarem sua aparência. Assim, não há autoestima que resista. Já reparou quanto as meninas se preocupam em parecer o que não são e se encaixar em estereótipos para provocar admiração entre elas mesmas e por parte da sociedade? Maria Helena explica que a situação é preocupante porque indivíduos com baixa autoestima são vulneráveis e menos autônomos. “Autoconfiança é fator de proteção de si mesmo.” É preciso abrir espaço para a questão da beleza e da autoconfiança na escola — ponto importante do trabalho — e fazer a turma pensar sobre padrões de imagem, principalmente no Brasil. Em um país como o nosso com mais 100 milhões de mulheres, é inaceitável que tenhamos apenas um tipo de beleza. Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/468/que-beleza-de-aula-autoestima-autoconfianca - Acesso em 8/3/2020. Texto IV O que você faz quando quer, de qualquer jeito, comprar o look que uma blogueira postou nas redes sociais? Tem duas opções. Pode ir até a loja experimentar a roupa e sair feliz com a sacola ou comprar online e esperar chegar em casa sem grandes frustrações. Parece fácil e óbvio, mas acredite: para grande parcela da população, nenhuma dessas opções é possível pelo simples motivo de essas pessoas não encontrarem nada para o corpo delas. “A maior dificuldade é o meu tamanho. Tenho 35 anos e 1 metro de altura. Geralmente, vou ao setor infantil da loja, mas ali não acho peças para trabalhar ou passear nem que combinem com a minha personalidade e com a imagem que quero passar”, revela Heloísa Rocha, jornalista sergipana radicada em São Paulo. Ela nasceu com osteogênese imperfeita, condição rara de fragilidade óssea. Neta e sobrinha de costureiras, cresceu em meio às máquinas e, desde pequena, é apaixonada por moda. Aprendeu tudo sobre seu corpo e como valorizá-lo, desenvolveu estilo próprio. Em 2015, a jornalista teve a ideia de criar o Moda em Rodas (@modaemrodas), página que começou no Facebook e migrou para o Instagram. Hoje, já são mais de 5 mil seguidores – mulheres que andam em cadeira de rodas, com nanismo e plus size são a maioria. Helô compartilha dicas de looks, comenta eventos de moda que frequenta e faz posts para conscientizar seu público sobre os desafios das pessoas com deficiência (PCD). “Quero tirar um pouco o foco da palavra inclusão e falar em diversidade. O mundo é heterogêneo, a gente tem que aprender a aceitar as pessoas com corpo e personalidade diferentes”, defende. Desejando promover mudanças, Helô abastece seus canais de comunicação e, recentemente, lançou até um podcast semanal com o tema. “Ele é curto, mas didático”, garante. A primeira convidada foi a paulista Michele Simões, designer de moda e criadora do projeto Meu Corpo É Real. Em 2005, logo após se formar, ela sofreu um acidente e, desde então, usa cadeira de rodas. “Na época, travei uma batalha para entender o meu corpo e como poderia aproveitar tudo o que eu tinha aprendido na faculdade. Afinal, durante os estudos de moda, nunca tínhamos falado de pessoas com deficiência. Essa desconstrução foi acontecendo lentamente, porque não existe referência. Você não vê exemplos em revistas nem na televisão. Não tem um histórico de referências positivas para se espelhar”, afirma. Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mulheres/as-mulheres-com-deficiência-que-lutam-por- uma-moda-mais-inclusiva/ar-BB10THka - Acesso em 8/3/2020. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A imposição de padrões estéticos às mulheres na atualidade”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Dicas de repertório sociocultural __________________________________________________________________________________ Filmes No início do século XX, após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o direito de voto no Reino Unido. Um grupo militante decide coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as novas feministas. Ela enfrenta grande pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão masculina, mas decide que o combate pela igualdade de direitos merece alguns sacrifícios. “Adoráveis mulheres” é um filme americano de 2019, dos gêneros drama e amadurecimento, escrito e dirigido por Greta Gerwig, sendo a oitava adaptação cinematográfica da obra “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott. As irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras. Na Califórnia dos anos 70, uma mãe (Annette Bening) tenta cuidar de sua família da melhor forma possível enquanto também procura respostas para as vidas desuas duas jovens amigas - uma fotógrafa aficionada pela cultura punk (Greta Gerwig), e uma amiga de seu filho (Elle Fanning), lidando com as questões do amor e da liberdade da época. Christine McPherson (Saoirse Ronan) está no último ano do ensino médio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Enquanto sua hora não chega, no entanto, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a progenitora. Após a morte de sua mãe, um divórcio e uma fase de autodestruição repleta de heroína, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) decide mudar e investir em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto, ela se aventura em uma trilha de 1100 milhas pela costa do Oceano Pacífico em uma tentativa de enfrentar seus problemas e traumas. No caminho, ela reflete sobre seu casamento fracassado e morte de sua mãe, e aprende, com a bondade de estranhos, a ter coragem para terminar o percurso. Clara (Sonia Braga)tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia. Séries Fleabag (Phoebe Waller-Bridge) é uma jovem adulta lidando com problemas quase universais sob o ponto de vista feminino: problemas de relacionamento, frustração sexual e profissional, conflitos familiares. Uma mulher moderna vivendo em Londres, ela está tentando curar uma ferida enquanto recusa ajuda daqueles à sua volta, mantendo seu perfil intimidante o mais intacto possível. “Anne with an E” é uma série canadense disponível Netflix. A história acompanha a vida de Anne Shirley, uma jovem órfã que, após uma infância de abusos entre orfanatos e casas de estranhos, é enviada por engano para viver com um casal de irmãos em idade avançada. Com o passar do tempo, a pequena garota de 13 anos transforma a vida de Marilla, Matthew Cuthbert e de toda a cidade com seu jeito extrovertido, sua inteligência e imaginação brilhante. As aventuras de Anne abordam temas atemporais e de atual relevância como identidade, feminismo, bullying e preconceito. A série é baseada no livro “Anne of Green Gables”, escrito por Lucy Maud Montgomery. “Big little lies” é uma série de TV norte-americana transmitida originalmente pela HBO. A história acompanha três mulheres que moram na cidade de Monterey, na Califórnia, cujas vidas se conectam de uma maneira inesperada depois que seus filhos se envolvem em um caso de “bullying” e agressão de dentro da escola, o que acaba revelando segredos obscuros de cada família. A série é baseada no best-seller homônimo de Liane Moriarty. “The Handmaid's Tale” é uma série dramática criada por Bruce Miller para o serviço de streaming norte-americano Hulu. Baseado na obra de Margaret Atwood, o programa se passa na distopia de Gilead, uma sociedade totalitária que foi anteriormente parte dos Estados Unidos. Enfrentando desastres ambientais e uma taxa de natalidade em queda, Gilead é governada por um fundamentalismo religioso que trata as mulheres como propriedade do Estado. Como uma das poucas mulheres férteis restantes, Offred (Elisabeth Moss) vive na casa do Comandante Waterford como uma Aia, uma das castas de mulheres forçadas à servidão sexual como uma última tentativa desesperada para repovoar um mundo devastado. Nessa sociedade aterrorizante na qual uma palavra errada pode acabar com sua vida, Offred vive entre comandantes, as suas mulheres cruéis e seus servos - onde qualquer um poderia ser um espião de Gilead - tudo com um único objetivo: sobreviver e encontrar a filha que foi tirada dela. “The Marvelous Mrs. Maisel” é escrita e dirigida por Amy Sherman- Palladino e transmitida pelo Amazon Prime Video. A série conta a história de Miriam "Midge" Maisel, uma mulher da cidade de Nova York no ano de 1958 que tem tudo que sempre quis - o marido perfeito, dois filhos e um elegante apartamento no Upper West Side. Mas sua vida passa por uma reviravolta inesperada quando Midge descobre um talento previamente desconhecido que muda sua vida para sempre, entrando no mundo dos stand-ups de comédia. Ambientada no fim dos anos 1950, Coisa Mais Linda segue a história de Maria Luiza, uma jovem e rica paulistana que se muda para o Rio de Janeiro para abrir um restaurante com seu marido. Ao chegar, ela descobre que ele a abandonou e fugiu com todo o dinheiro. Desesperada no início, Malu se recupera e parte em busca um novo sonho em meio à vibração da cidade ao ritmo da emergente Bossa Nova. Nesse desafio, ela contará com três mulheres incríveis: Lígia, sua amiga de infância e dona de uma voz encantadora; Adélia, uma carioca negra e trabalhadora absolutamente determinada e com uma força inabalável; e Thereza, escritora moderna e independente. Livros Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita — apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em ”Persépolis”, o pop encontra o épico, o Oriente toca o Ocidente, o humor se infiltra no drama — e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar. Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Seu livro, “Mulheres que correm com os lobos”, mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações "psíquico-arqueológicas" nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher. Um dos livros mais importantes da terceira onda feminista. Clássico que redefiniu nossa visão a respeito da relação entre beleza e identidade feminina. Em ”O mito da beleza”, a jornalista Naomi Wolf afirma que o culto à beleza e à juventude da mulher é estimulado pelo patriarcado e atua como mecanismo de controle social para evitar que sejam cumpridos os ideais feministas de emancipação intelectual, sexual e econômica conquistados a partir dos anos 1970. As leitoras e os leitores encontrarão exposta a tirania do mito da beleza ao longo dos tempos, sua função opressora e as manifestações atuais no lar e no trabalho, na literatura e na mídia, nas relações entre homens e mulheres e entre mulherese mulheres. Naomi Wolf confronta a indústria da beleza, tocando em assuntos difíceis, como distúrbios alimentares e mentais, desenvolvimento da indústria da cirurgia plástica e da pornografia. As acadêmicas feministas desenvolveram um esquema interpretativo que lança bastante luz sobre duas questões históricas muito importantes: como explicar a execução de centenas de milhares de "bruxas" no começo da Era Moderna, e por que o surgimento do capitalismo coincide com essa guerra contra as mulheres. Segundo esse esquema, a caça às bruxas buscou destruir o controle que as mulheres haviam exercido sobre sua própria função reprodutiva, e preparou o terreno para o desenvolvimento de um regime patriarcal mais opressor. Essa interpretação também defende que a caça às bruxas tinha raízes nas transformações sociais que acompanharam o surgimento do capitalismo. No entanto, as circunstâncias históricas específicas em que a perseguição às bruxas se desenvolveu — e as razões pelas quais o surgimento do capitalismo exigiu um ataque genocida contra as mulheres — ainda não tinham sido investigadas. Essa é a tarefa empreendida por Silvia Federici em “Calibã e a bruxa”, começando pela análise da caça às bruxas no contexto das crises demográfica e econômica europeias dos séculos XVI e XVII e das políticas de terra e trabalho da época mercantilista. Incrível e fundamental obra de Angela Davis, o livro ”Mulheres, Raça e Classe” aborda temas antigos, mas que até hoje refletem na sociedade e diversas culturas pelo mundo. Essa produção literária quer mostrar os nuances da opressão, falando sobre as antigas lutas anticapitalista, antiescravagista, antirracista, feminista e todos os dilemas que as mulheres vivem ainda hoje, na era contemporânea. Angela Davis enfatiza em sua obra quais são os efeitos da escravidão e como é difícil se acreditar em uma sociedade que desconsidere a centralidade da questão racial, principalmente, quando se fala da mulher. A autora busca oferecer com o ”Mulheres, Raça e Classe” uma oportunidade de trazer à tona a desigualdade, pobreza e discriminação que tantas vezes ficam adormecidas no silêncio de uma sociedade opressora. Com a iniciativa de tradução da Boitempo, a ideia passa a disseminar esses assuntos no Brasil, um país multiculturalista, porém que ainda vive a realidade de desigualdade com as mulheres, que ainda incita o racismo, a interseccionalidade de gênero e tantos outros fatores de discriminação e opressão. O livro “Quarto de Despejo”, escrito por Carolina Maria de Jesus entre 1955 e 1960, é um retrato literário que cumpre perfeitamente essa função. Trata-se de uma escrita testemunhal sobre o cotidiano da autora e dos moradores da Favela do Canindé, em meio à explosão urbana pela qual São Paulo passava na época, com os consequentes sofrimentos, indignações, revoltas e angústias que a população marginalizada era obrigada a superar diante de sua situação de miséria e desamparo. A autora, mulher negra, mãe de João, José Carlos e Vera Eunice, favelada, catadora de lixo e escritora, escreveu seu diário em cadernos que encontrava no lixo. A autora escreve em forma de diário as tarefas e os acontecimentos de seus dias, não poupando expressões para detalhar suas dores e os absurdos da vida que levava em condições de extrema marginalização.
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