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1 UNIVERSIDADE PAULISTA MARIANA REGINA ALVES DOS SANTOS RA: 1975695 HOSPITAL MUNICIPAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – H-MUT ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA – SPDM PIM VII TAUBATÉ-SP 2020 2 UNIVERSIDADE PAULISTA MARIANA REGINA ALVES DOS SANTOS RA: 1975695 HOSPITAL MUNICIPAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – H-MUT ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA - SPDM PIM VI Projeto Integrado Multidisciplinar VII para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Hospitalar, apresentado à Universidade Paulista – UNIP. TAUBATÉ 2020 3 RESUMO O projeto tem como enfoque principal a Epidemiologia de um hospital público, com o objetivo de relacionar as matérias estudadas, Bioestatística, Gestão de Marketing e Ciências Sociais no Trabalho, e com a prática vivenciada no Hospital Municipal Universitário de Taubaté que atualmente é administrado pela SPDM – Associação Paulista Para O Desenvolvimento Da Saúde. A unidade visa a manutenção da vida e recuperação das pessoas que necessitam de um acompanhamento intensivo. Suas principais metas: melhorar o atendimento à saúde e qualidade de vida dos pacientes, aprimorando o conhecimento como rege a legislação. Avaliaram-se a realidade dos internos e fatores para promover um atendimento voltado para a humanização, métodos que proporcionem melhor qualidade de atendimento para pacientes e funcionários, enfatizando a importância dos gestores de saúde. Palavra-chave: Epidemiologia, Saúde, Ciências Sociais, Bioestatística e Marketing. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................05 2. EPIDEMIOLOGIA…………………………………………………………………...06 2.1 DEFINIÇÃO DE SAÚDE............................................................................................09 2.1.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE.......................................................09 2.2 INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA...............................................................................10 2.3 DETERMINAÇÃO DE RISCO...................................................................................10 2.4 DETERMINAÇÃO DE PROGNÓSTICO...................................................................11 2.5 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇO.............................................11 2.6 INDICADORES DE SAÚDE........................................................................................12 2.6.1 INCIDÊNCIA.............................................................................................................12 2.7 PANDEMIA – COVID-19.............................................................................................13 2.8 DENGUE.......................................................................................................................16 3. BIOESTATÍSTICA………….......................................................................................17 3.1 DEFINIÇÃO DOS GRUPOS BIOESTATÍSTICOS....................................................17 3.2 COLETA DE DADOS..................................................................................................17 3.3 INDICADORES DE SAÚDE.......................................................................................18 3.4 COVID-19.....................................................................................................................23 4. GESTÃO DE MARKETING…………………………………………………………24 4.1 AS FERRAMENTAS DE MARKETING A SERVIÇO DA SAÚDE.........................24 4.2 MARKETING DE RELACIONAMENTO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE.................25 4.3 SPDM.............................................................................................................................26 5. CIÊNCIAS SOCIAIS…………………………………………………………………26 5.1 SANEAMENTO BÁSICO, SAÚDE E QUALIDADE DA ÁGUA EM ÁREA URBANA......................................................................................................................27 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………29 7. REFERÊNCIAS………………………………………………………………………30 5 1. INTRODUÇÃO A presente pesquisa destina-se a apresentar a empresa do ramo da saúde Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM, que à 1 ano administra o Hospital Municipal Universitário de Taubaté – H-MUT, localizado na cidade de Taubaté/SP, atuante na área de medicina preventiva, mas que tem como foco fundamental a medicina curativa, tendo em vista que é no hospital onde acontecem as internações das mais distintas patologias para diagnóstico, realizações de partos, cirurgias, atendimento de urgência e emergências pediátricas e ginecológicas. Onde também, os estudantes da universidade da cidade executam seus estágios. 6 2. EPIDEMIOLOGIA O conceito de epidemiologia depende, em grande medida, do contexto histórico, dos conhecimentos acumulados na área de saúde, da etapa da transição epidemiológica e demográfica, bem como da interpretação que se tenha em determinada época e contexto sobre a saúde. Embora não se tenha certeza de quando e quem foi o primeiro a definir a epidemiologia, sabemos que a história dessa ciência acompanha a história da medicina, especialmente da medicina preventiva. Por isso, considera-se que Hipócrates lançou as principais bases dos estudos epidemiológicos. Hipócrates (460 a.C - 377 a.C), considerado o pai da medicina científica, foi o primeiro a sugerir que as causas das doenças não eram intrínsecas à pessoa nem aos desígnios divinos, mas que estava relacionada às características ambientais. Embora as causas relatadas por Hipócrates tenham sido superadas, reconhecemos que ele lançou as bases para a procura da causalidade das doenças e agravos à saúde, norte principal da epidemiologia até hoje. Hipócrates, em Tratado dos ares, das águas e dos lugares (século V a.C.), coloca os termos epidêmico e endêmico, derivados de epidemion (verbo que significa visitar: enfermidades que visitam) e endemion (residir enfermidades que permanecem na comunidade). Ele sugere que condições tais como o clima de uma região, a água ou sua situação num lugar em que os ventos sejam favoráveis são elementos que podem ajudar o médico a avaliar a saúde geral de seus habitantes. Em outra obra, Tratado do prognóstico e aforismos, trouxe a idéia, então revolucionária, de que o médico poderia predizer a evolução de uma doença mediante a observação de um número suficiente de casos. Essa também é, até hoje, uma das principais características da epidemiologia e da demografia. Hipócrates considerava que para se fazer uma correta investigação das doenças, era necessário o conhecimento das peculiaridades de cada lugar, e a observação da regularidade das doenças num contexto populacional. A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), em seu Guia de Métodos de Ensino (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1973), define epidemiologia como: “O estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas. Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas, às vezes grupos pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas. ” 7 Sendo assim, a epidemiologia tem muito em comum com a demografia: ambas estudam populações. De acordo com a IEA, são três os principais objetivos da epidemiologia: I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas. II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamentodas doenças, bem como para estabelecer prioridades. III. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. O método epidemiológico, como instrumento para produção de conhecimentos do processo saúde-doença, vem alcançando espaços e aplicação crescentes no campo médico- sanitário. Ao lado de se ocupar, como já o fazia tradicionalmente, das doenças infecciosas e parasitárias, caracterizando-se como elemento central para orientar a Saúde Pública, incorporou ao seu objeto de estudo todo o conjunto de afecções que compreende a nosologia humana. No bojo da “transição epidemiológica”, no qual as doenças crônicas, entre outras, passaram a compor, também, o quadro de prioridades sanitárias, a Epidemiologia teve (e está tendo) a oportunidade de demonstrar a notável capacidade de buscar explicações sobre a ocorrência e distribuição das doenças em populações humanas. Isto se visualiza, de forma imediata e direta, através da sua incorporação nos programas clínicos de pesquisa, de modo geral, da sua expansão em áreas disciplinares outras, como a genética, ou da sua articulação no conjunto das modernas áreas científicas, como a biologia molecular. Assumindo diferentes denominações e adjetivações, o método epidemiológico consolidou-se totalmente na sua área específica de atuação – Saúde Coletiva – e legitimou-se, igualmente, como instrumento de investigação para a produção de conhecimentos sobre as questões de natureza individual – Clínica. Este século assistiu ao seu rápido desenvolvimento, que se acelerou, ainda mais, nos últimos tempos, como consequência dos impressionantes avanços experimentados pelas distintas áreas científicas e tecnológicas que a compõem, em especial aqueles referentes à área da informática. Dessa forma assentaram-se modernas bases para estabelecer associações entre fatores lesivos e a ocorrência de doenças, bem como a descrição de elementos protetores à saúde (Rothman, 1986). O caráter nocivo do tabaco na promoção de doenças, os fatores de risco para explicar o aumento de doenças cardiovasculares e cânceres e, mais recentemente, a introdução da noção de estilos de vida como fatores associados a maior ou menor presença de doenças são alguns exemplos das comprovações que a Epidemiologia permite evidenciar. Do mesmo modo, quando se fala de efeitos protetores, essa disciplina trouxe, entre outras evidências, o papel do 8 flúor na prevenção da cárie dental, assim como permitiu estabelecer os vínculos entre as vacinas e sua eficácia e efetividade. No Brasil, são reafirmadas no processo de construção e consolidação do seu Sistema Único de Saúde – SUS, reforçando a sua aplicação nos serviços de saúde. Isso se comprova quando, da perspectiva político-jurídica, a Lei Orgânica de Saúde – Lei no 8080 –, publicada no Diário Oficial da União de 19 de setembro de 1970, assinala em vários de seus capítulos e artigos a “utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática”. Desse modo, pode-se constatar a sua importância na implementação das competências e atribuições do Sistema Único de Saúde. O processo de descentralização, uma das diretrizes do SUS, introduziu o compartilhamento, ainda que parcialmente, de responsabilidades administrativas, obrigando as diferentes esferas de atuação a organizarem-se a fim de incorporar de modo ativo a Epidemiologia para responder adequadamente às novas formas de condução das ações de saúde. Para o Brasil, e inclusive para o mundo, um exemplo bem-sucedido de um programa de Vigilância Epidemiológica é o Programa Nacional de Imunização (PNI). Como se afirmar no documento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2003), “Os bons resultados das imunizações, no Brasil, devem ser atribuídos à abnegação dos vacinadores e a uma política de saúde que se sobrepôs às ideologias dos diferentes governos desde 1973”. Mas esse programa não existiria sem a contribuição da epidemiologia para: Mostrar evidências do problema. No caso do PNI para idosos, os dados foram relevantes para mostrar que apesar da morbidade por enfermidades infecciosas reduzir-se com a idade, a gravidade e consequências mortais aumentam; Identificar a eficácia da vacinação. No Quadro 1 se mostram resultados da eficácia da vacina. Tabela 1 – Eficácia da vacinação contra Influenza Fonte: Brasil (2007). 9 Vigiar o programa: o Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza (SVE/FLU), implantado no Brasil desde o ano 2000, tem como objetivos: monitoramento das cepas virais que circulam nas regiões brasileiras, resposta a situações inusitadas, avaliação do impacto da vacinação, acompanhamento da tendência de morbidade e de mortalidade associadas à enfermidade e produção e disseminação de informações epidemiológicas (BRASIL, 2007). 2.1 Definição de Saúde Em qualquer das definições de epidemiologia adotada, é fundamental o entendimento do que é saúde, já que é a partir dessa definição individual que construiremos o conceito coletivo. Conceituar saúde não é tarefa simples. Como a epidemiologia, esse conceito está determinado pelo contexto histórico. Os parâmetros (referências) utilizados para sua definição nortearam a criação dos indicadores epidemiológicos. Repare que o mais comum é definir a saúde como a ausência de doença. Dessa maneira, o estudo da saúde da população somente precisaria de dados sobre mortalidade e morbidade segundo causas. Entretanto, sabemos que na prática encontramos, muitas vezes, indivíduos nos quais não se diagnostica doença, mas apresentam características que poderíamos considerar não saudáveis, tais como inadaptabilidade à comunidade ou frequente tristeza, o que torna difícil identificá-los como saudáveis. Além disso, a percepção da saúde varia muito entre culturas, entre grupos sociais, entre gerações. Considerando as situações expostas e com a finalidade de adotar um conceito positivo da saúde, em 7 de abril de 1947 entrou em vigor, na Organização Mundial da Saúde (OMS), o conceito de saúde como: “o estado de mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade”. Apesar desse conceito ser de maior dificuldade operacional por requerer um completo bem-estar, é um horizonte a ser perseguido e norteador da atual epidemiologia, especificamente da epidemiologia do envelhecimento. O termo Envelhecimento Ativo, adotado pela OMS ao final da década de 1990, está em sintonia com o conceito de saúde de 7 de abril de 1947 e com os atuais desafios dos estudos epidemiológicos, já que considera o “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005). Este processo deve ser analisado pela perspectiva de ciclo de vida. 2.1.1 Diagnóstico da situação de saúde O diagnóstico da situação de saúde consiste na coleta sistemática de dados sobre a saúde da população, informações demográficas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, que servirão para compor os indicadores de saúde. Apesar de parecer uma tarefa simples, o diagnóstico da situação de saúde apresenta minúcias importantes para a sua realização (PEREIRA, 2013). O epidemiologista ou profissional de saúde que pretenda realizar tal diagnóstico deve dominar a fundo conceitos e ferramentas da epidemiologia para que sua avaliação não apresente erro metodológico (ROUQUAYROL; GURGEL, 2013): No planejamento, exemplo: viés de seleção, de amostragem e de segmento. Na execução, exemplo: coleta de dados incompleta ou de dados que não serão úteis para a construção de indicadores de saúde. Na análise de dados, exemplo: erro no cálculo dos indicadores de saúde. 10 O diagnóstico de situação de saúde tem como principais objetivos a construção de um plano de ação em saúdeque venha a minimizar os problemas identificados e a formulação de hipóteses sobre os fatores envolvidos na construção e manutenção de um cenário epidemiológico. Tais hipóteses poderão e deverão ser testadas. Portanto, o diagnóstico da situação de saúde é o primeiro passo para se compreender e se atuar sobre os problemas de saúde encontrados em qualquer coletividade (PEREIRA, 2013). 2.2 Investigação etiológica A investigação dos agentes etiológicos das doenças sempre foi, desde os seus primórdios, um objetivo prioritário da epidemiologia. No final do século XIX até meados do século XX, foi dado um grande enfoque às doenças infectocontagiosas, tendo em vista a evolução da microbiologia e a grande prevalência de doenças infecciosas no mundo (PEREIRA, 2013). Inicialmente, foi adotada uma abordagem uni causal para o processo de adoecimento, ou seja, toda doença apresentava um agente etiológico que, uma vez identificado, poderia ser combatido. Tal abordagem solucionou vários problemas de saúde pública: Tabela 2 – Controle de Doenças Fonte: Elainne Christine de Souza Gomes, 2015. Tal abordagem também serviu para doenças não infecciosas, como é o caso do “bócio endêmico”, que foi praticamente eliminado pela iodação do sal de cozinha. Com a evolução do conhecimento científico, a abordagem uni causal não foi capaz de explicar as causas de várias doenças, surgindo assim a abordagem multicausal para a investigação dos agentes etiológicos. Alguns exemplos das descobertas propiciadas por essa abordagem são (PEREIRA, 2013): Os numerosos fatores associados à ocorrência da asma brônquica. Exemplos: » infecções, exercício; » estresse emocional; » exposição a alérgicos; » etc. A etologia das doenças coronarianas. Exemplos: » obesidade; » níveis de colesterol; » sedentarismo; » tabagismo; » etc. 2.3 Determinação de Risco O conceito de risco na epidemiologia está diretamente associado à ocorrência de doenças na população, fugindo um pouco das concepções de causalidade individual apresentadas acima. Em epidemiologia, o risco pode ser definido como “o grau de 11 probabilidade da ocorrência de um determinado evento” (PEREIRA, 2013); ou como “a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, um dano ou um fenômeno indesejado. Deste modo, estima-se o risco ou probabilidade de que uma doença exista por meio dos coeficientes de incidência e prevalência” (CLAP-OPAS/OMS, 1988). Existem várias derivações do conceito de risco na epidemiologia, mas as duas mais importantes são as seguintes medidas de associação: Risco Relativo ou Razão de Risco (RR) e Razão de Chances ou Odds Ratio (OR). O risco relativo responde à seguinte pergunta (KALE; COSTA; LUIZ, 2013): “Quantas vezes é maior o risco de desenvolver a doença entre os indivíduos expostos em relação aos indivíduos não expostos? ” Em outras palavras, o RR “é a razão de dois riscos; a razão entre duas taxas de incidência ou de mortalidade. Corresponde ao risco da doença entre os indivíduos que tenham tido uma dada exposição dividido pelo risco da doença entre aqueles que não tenham tido esta exposição” (PEREIRA,2013). 2.4 Determinação de Prognóstico Com base nos conceitos de determinação do agente etiológico, descrição de quadros clínicos e determinação de fatores de risco, é possível o levantamento de dados que, segundo Pereira (2013), permitem quantificar o prognóstico, ou seja, se o indivíduo, caso seja portador de determinada doença (alteração genética, biológica, psíquica, etc.), terá ou não maior probabilidade de apresentar complicações ou menor/maior tempo de sobrevida. Para tanto, o indicador que quantifica a presença ou intensidade de um fator de risco que está associado ao curso de uma enfermidade é denominado de “fator de prognóstico”. Em outras palavras, o fator de prognóstico pode ser definido como parâmetros passíveis de serem mensurados no momento do diagnóstico e que possam servir como preditores de sobrevida de um paciente. O fator de prognóstico é bastante utilizado para estimar sobrevida em pacientes com neoplasias. Com base no levantamento de dados sobre o tipo de tumor, localização, tamanho, complicações, entre outros, foi possível mensurar o fator de prognóstico para cada tipo de câncer. Atualmente, com o desenvolvimento de biomarcadores, o fator de prognóstico vem ganhando nova dimensão, pois a intervenção médica pode ser tomada mesmo antes de aparecerem os sintomas da doença. Além disso, os biomarcadores também têm sido utilizados como fator preditor de resposta a uma dada terapia, o que nos remete novamente ao fator de prognóstico. Os desfechos dados frente a um fator de prognóstico são: determinação de sobrevida, letalidade, mortalidade por doença específica, remissão, recorrência. Portanto, a determinação de prognóstico é uma das aplicações principais da epidemiologia dentro da clínica médica. Biomarcadores, também conhecidos como marcadores biológicos, são estruturas biológicas (substâncias, partículas, moléculas, etc.) que podem ser medidas experimentalmente e indicam a existência de uma função normal ou patológica no organismo de um indivíduo, em resposta a um agente (bactéria, vírus, medicação, carga genética, etc.). 2.5 Planejamento e Organização de Serviço Com base nos indicadores de saúde gerados pelos dados epidemiológicos coletados na população, é possível planejar e organizar os serviços de saúde para melhor atender às necessidades de saúde da população. Portanto, quanto mais local for a avaliação da situação de saúde de uma população, mais fácil será o planejamento das ações de saúde e a organização dos serviços. 12 Foi dentro desta perspectiva que surgiu a necessidade de se criar a Estratégia Saúde da Família, pois, dentro de um mesmo município ou até mesmo bairro, existem realidades diferentes que resultam no surgimento de diferentes agravos à saúde que precisam ser tratados de forma direcionada para que as ações de saúde surtam efeito. Porém, iremos abordar melhor esse assunto na unidade cinco deste livro. A epidemiologia ainda pode ser utilizada para muitos outros fins, tais como: Aprimoramento da descrição de quadros clínicos; Identificação de síndromes e classificação de doenças; Avaliação de tecnologias, de programas e de serviços e análise crítica de trabalhos científicos. Portanto, todo profissional de saúde trabalha diariamente com ferramentas da epidemiologia, seja gerando dados, analisando situações de saúde, intervindo sobre o processo saúde-doença ou planejando e avaliando intervenções em saúde. 2.6 Indicadores de Saúde Indicadores de saúde serve para avaliar o cenário epidemiológico de uma população e estimar o seu nível de desenvolvimento social e econômico, tendo em vista que vários indicadores de saúde expressam indiretamente a falta de infraestrutura e organização dos serviços de saúde, bem como a falta de educação e informação em saúde por parte da sociedade. Medidas de frequências de doenças são indicadores construídos com o objetivo de mensurar a ocorrência de doenças na população. Segundo Lima, Pordeus e Rouquayrol (2013), podem ser definidas de acordo com os conceitos as principais medidas em saúde são: Índices: termo genérico apropriado para referir-se a todos os descritores da vida e da saúde; inclui todos os termos numéricos existentes e incidentes que trazem a noção de grandeza. Coeficientes: são medidas secundárias que, ao serem geradas pelos quocientes entre medidas primárias de variáveis independentes, deixam de sofrer influência dessas variáveis para expressar somente a intensidade dos riscos de ocorrência. Em outraspalavras, trata-se da frequência com que um evento ocorre na população. Taxas: são medidas de risco aplicadas para cálculos de estimativas e projeções de incidências e prevalências em populações de interesse. Indicadores: são os índices críticos capazes de orientar a tomada de decisão em prol das evidências ou providências. 2.6.1 Incidência A incidência é a frequência de novos casos de uma determinada doença ou problema de saúde num determinado período de tempo, oriundo de uma população sob-risco de adoecer no início da observação (COSTA; KALE, 2009). Os novos casos ou incidentes podem ser compreendidos como aqueles indivíduos não doentes no início do período de observação (sob-risco/susceptível) e que adoeceram durante o período observado. Portanto, para se definir a incidência de uma doença com acurácia, é necessário acompanhar a população em observação. Com base nessa definição, pode-se deduzir que uma mesma doença pode incidir sobre um mesmo indivíduo mais de uma vez durante o período observado, o que é denominado de incidência total (COSTA; KALE, 2009). Tal medida é muito utilizada para se calcular a incidência de doenças agudas, podendo ser essas infecciosas (mas que não conferem imunidade) ou não infecciosas (acidente vascular cerebral, por exemplo). 13 2.7 Pandemia - Covid-19 Na atual situação que estamos vivendo em 2020, a epidemiologia está em foco, pois estamos vivenciando o distanciamento e quarentena devia a Pandemia do Covid-19. O Hospital Municipal Universitário de Taubaté disponibilizou um setor todo isolado para atendimento dos pacientes contaminas pela doença. Contamos com UTI Adulto e Infantil, Semi-Intensiva Adulto, Clínica Médica Adulto e Infantil. Rotina de Acesso O prédio do anexo do HMUT é subdivido em áreas, com ou sem riscos de contaminação/transmissão de Covid-19. Esta rotina mostra a necessidade do uso de EPI’s nas diversas áreas: PAVIMENTO TÉRREO: Área azul • Hall de entrada, escada e toda área a esquerda da planta (pintada de azul em anexo); • EPI: utilizar somente máscara; • Evitar tocar nas superfícies e cuidados com a higienização das mãos. Área vermelha a direita: UTI II, seguir uso de EPI conforme consta na placa fixada na porta: • Higienizar as mãos; • Vestir macacão e/ou avental impermeável, de acordo com as atividades desenvolvidas e o tempo de permanência na unidade; • Máscara N95; • Óculos de proteção; • Touca; • Face Shield; • Higienize as mãos; • Calçar as luvas e prender o punho do macacão sob a luva. PAVIMENTO SUPERIOR: Área azul: • EPI: utilizar somente máscara; • Evitar tocar nas superfícies e cuidados com a higienização das mãos. Áreas: amarelo, verde e vermelho: • Higienizar as mãos; • Avental descartável (se contato com secreções e/ou sangue, utilizar avental impermeável) • Máscara cirúrgica (em procedimentos que gerem aerossóis utilizar máscara N95) • Óculos de proteção; • Touca; • Face Shield; • Higienize as mãos; • Calçar as luvas. Controladores de acesso: • Utilizar roupa privativa; 14 • Máscara cirúrgica; • Face Shield; • Higienização das mãos. Outros colaboradores como, laboratório, farmácia e auxiliar de apoio: • Utilizar máscara cirúrgica / tecido e higienização das mãos. Obs.: Só devem entrar no prédio anexo, profissionais que forem prestar serviço ou assistência clínica e devidamente paramentados com os EPI’s correspondentes com a área física, conforme especificado neste documento. Foi realizado treinamentos para todos os funcionários do hospital. O hospital colocou nas recepções proteções de acrílico nos balcões para proteção de todos, os funcionários administrativos devem utilizar máscaras de tecido ou cirúrgica os demais funcionários que trabalham em atendimento ao público devem utilizar máscara N95 com a máscara face shield. O refeitório da unidade por todo abastecido de álcool em gel nas mesas além dos que já tinha nas paredes, foram retiradas cadeiras para manter o distanciamento e proibida a entrada no local portando objetos. Disponibilizaram todo tipo de informativo sobre o Covid-19 para população, como banners, cartazes e panfletos. As visitas foram suspensas em alguns setores e em outros reduzidas apenas 1 vista por dia sem revezamento. Todos os funcionários foram devidamente orientados de como proceder no atendimento do paciente com suspeita ou confirmado da doença. Cada setor tem uma pasta contendo as informações disponíveis pela OMS - Organização Mundial da Saúde, fluxo de atendimento disponibilizado pela empresa SPDM - Associação Paulista de Desenvolvimento da Medicina que administra a unidade. A cidade de Taubaté ficou de quarentena por mais ou menos 2 meses, entramos na fase amarela do plano de contenção a Covid-19 do Estado de São Paulo em agosto. Atualmente do quadro de casos: Quadro 1 – Painel de Evolução do Covid-19 - Taubaté-SP Fonte: Prefeitura Municipal de Taubaté Fluxograma de atendimento de casos suspeitos de Covid-19 - H-MUT 15 Quadro 2 - Definição de Caso suspeito Fluxo para atendimento de Coronavírus – PSGO E PSI – H-MUT Durante todos esses meses de Pandemia, o Hospital Municipal Universitário de Taubaté junto da Vigilância Epidemiológica do Município já realizou testes rápidos para Covid-19 em 100% dos funcionários do hospital. 16 2.8 Dengue A Prefeitura de Taubaté a alguns anos já vem sofrendo com uma epidemia de Dengue na cidade, os casos foram aumentando com forme os anos se passaram, chegando a 9.662 no ano de 2014. A prefeitura lançou campanha de conscientização para a população, tem agentes de combate a Dengue que faz vistorias nas casas em toda a cidade, na página da prefeitura na internet temos um local especifico para combate à Dengue, onde orienta como prevenir criadouro do mosquito, como denunciar possíveis criadouros, como podemos ver na figura: Quadro 3 – Site Xô Mosquito Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Taubaté. Gráfico 1- Casos de Dengue dos últimos 9 anos na cidade Taubaté: 4127 4426 62 578 9662 2475 3306 71 58 2370 2000 4000 6000 8000 10000 12000 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Casos de Dengue Casos de Dengue 17 3. BIOESTATÍSTICA A estatística é um ramo da matemática que possui métodos apropriados para a coleta, a apresentação, a análise e a interpretação de dados de observação. Podemos aplicar a estatística em diversas áreas do conhecimento. Uma delas é a área da saúde, onde a chamamos de bioestatística. Esta, está diretamente relacionada com a epidemiologia, que estuda os fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças em grupos de pessoas. A estatística está diretamente e indiretamente relacionada no cotidiano e nas pesquisas realizadas em laboratórios, para saber quais métodos de tratamentos são melhores em casos específicos e como deve ser projetado e implementado de maneira geral na sociedade. Para o lançamento de um novo medicamento no mercado, é preciso realizar uma análise detalhada e uma verificação da efetividade do novo componente quando aplicado na população. E é aí que entra o conhecimento da estatística. Também tem os casos de quando uma cirurgia está para ser realizada, há sempre uma chance, mesmo que seja mínima, de haver falhas na operação, pois estaremos lidando com probabilidades. É importante que os agentes da saúde tenham um conhecimento, mesmo que prévio da área, para decidir se eles podem acreditar ou não nos resultados apresentados na literatura médica, pois com isso poderão aplicar os resultados de pesquisa nos pacientes e assim, realizar um melhor procedimento com mais segurança. 3.1 Definição dos grupos bioestatíscos Podemos dividir as estatísticas em dois grupos: Descritiva: o seu objetivo é simplesmente descrever a amostra em questão, normalmente é feita na tentativa de resumir os dados obtidos, seja através de frequências em percentual, médias e desvios de padrões ou gráficos. Inferencial: está estuda as previsões que são feitas a partir dos dados coletados. 3.2 Coleta de Dados Após a definição do problema a ser estudado e o estabelecimento do planejamento da pesquisa (forma pela qual os dados serão coletados; cronograma das atividades, custos envolvidos; exame das informações disponíveis; delineamento da amostra etc.), o passo 18 seguinte é a coleta de dados, que consiste na busca ou compilação dos dados das variáveis, componentes do fenômeno a ser estudado. A coleta de dados pode ser direta ou indireta. Coleta direta: Quando os dados são obtidos na fonte originária. Os valores assim compilados são chamados de dados primários, como, por exemplo, nascimentos, casamentos e óbitos, todos registrados no Cartório de Registro Civil; opiniões obtidas em pesquisas de opinião pública, ou ainda, quando os dados são coletados pelo próprio pesquisador. A coleta direta pode ser classificada relativamente ao fator tempo em: Contínua – Quando feita continuamente, como por exemplo, nascimentos e óbitos, frequência dos alunos às aulas; Periódica – Quando é feita em intervalos constantes de tempo, como os censos (de 10 em 10 anos); Ocasional – Quando é feita sem época preestabelecida. Coleta indireta: Quando os dados obtidos provêm da coleta direta. Os valores assim compilados são denominados de dados secundários, como, por exemplo, o cálculo do tempo de vida média, obtido pela pesquisa, nas tabelas demográficas publicadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE constitui-se em uma coleta indireta. Apresentação dos Dados Após a crítica, os dados devem ser apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), para o melhor entendimento do fenômeno que está sendo estudado. Análise dos Resultados Realizadas as fases anteriores, faz-se uma análise dos resultados obtidos, através dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferência, e tiram-se as conclusões e previsões. 3.3 Indicadores de Saúde Os dados que serão apresentados a seguir foram coletados do Caderno de Informações de Saúde Secretária Executiva – Ministério da Saúde, Município Taubaté-SP. Os dados foram atualizados em 2009. Na cidade de Taubaté no ano de 2009, com 237.426 pessoas residindo na cidade naquele ano. 19 Gráfico 2 - Percentual da População de Taubaté-SP Fonte: Ministério da Saúde, 2009. Tabela 3 – Estabelecimentos de Saúde por tipo de Prestador – Taubaté-SP Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010. Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS. 15 10 5 0 5 10 15 0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e + PERCENTUAL DA POPULAÇÃOF A IX A E T Á R IA ( A N O S ) Pirâmide Etária Masculino Feminino 20 Tabela 4 - Distribuição Percentual das Internações Taubaté-SP Fonte: SIH/SUS. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010. Tabela 5 – Mortalidade Fonte: SIM. Situação da base de dados nacionais em 14/12/2009. Nota: Dados de 2008 são preliminares. Tabela 6 – Coeficiente de Mortalidade Taubaté-SP Fonte: SIM. Situação da base de dados nacionais em 14/12/2009. Nota: Dados de 2008 são preliminares. 21 Gráfico 3 – Mortalidade por Idade Taubaté-SP Fonte: SIM. Situação da base de dados nacionais em 14/12/2009. Nota: Dados de 2008 são preliminares. Tabela 7 - Cobertura de Imunização da população. Taubaté-SP Fonte: SI/PNI. Situação da base de dados nacional em 25/03/2010. 4,3% 18,8% 30,3% 14,3% 2,1% 10,2% 20,0% Mortalidade Proporcional (todas as idades) I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) IX. Doenças do aparelho circulatório X. Doenças do aparelho respiratório XVI. Algumas afec originadas no período perinatal XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 22 Gráfico 4 - Cobertura de Imunização da população. Taubaté-SP Fonte: SI/PNI. Situação da base de dados nacional em 25/03/2010. Tabela 8 – Indicadores da Atenção Básica. Taubaté-SP Fonte: SIAB. Situação da base de dados em 22/02/2010. Nota: (1): Situação no final do ano. (2): Como numeradores e denominadores, foi utilizada a média mensal dos mesmos. (3): Por 1000 nascidos vivos. (4): Em menores de 2 anos, por 100. (5): Em menores de 5 anos na situação no final do ano. 0 50 100 150 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 % Cobertura Vacinal Básica (%) por Tipo de Imunobiológico Menores de 1 ano BCG (BCG) Contra Febre Amarela (FA) Contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) Contra Hepatite B (HB) Contra Influenza (Campanha) (INF) Contra Sarampo Dupla Viral (SR) Oral Contra Poliomielite (VOP) 23 3.4 Covid-19 A doença está com grande aumento de casos na cidade de Taubaté, a população em grande parte não está respeitando o distanciamento e a quarentena orientada pela Vigilância Sanitária da cidade. A disseminação da doença está fora de controle na cidade, a prefeitura tem divulgado todo dia o boletim epidemiológico do Covid-19 do município em suas redes sociais. Em 01/04/2020 a cidade estava em quarentena, com comercio e escolas fechadas, apenas serviços essenciais funcionando, o caso era de 1 paciente que veio a óbito com teste positivo para Covid-19, o mesmo era morador da cidade de São Paulo e estava a passeio em Taubaté. Apenas em 03/04 que foram confirmados mais 02 casos da doença em moradores da cidade. Gráfico 5 – Evolução da Doença. Taubaté-SP Fonte: Site Prefeitura Municipal de Taubaté – 2020. Atualmente em Taubaté a situação é de 5.568 casos confirmados e 162 óbitos confirmados, dados do site da Prefeitura Municipal de Taubaté em 25/09/2020. Gráfico 6 – Evolução da Doença na cidade dos últimos 4 meses. 500 1439 3361 5568 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 01/jun 01/jul 01/ago 01/set Covid-19 Taubaté-SP Casos Confirmados de Covid-19 24 4. GESTÃO DE MARKETING A prática do Marketing pelas organizações apresenta-se como tema cada vez mais importante, exercendo impactos nos objetivos e nas estratégias das Empresas. Hoje em dia, as organizações não se diferenciam somente pela qualidade de seus produtos e serviços, mas também pela forma pela qual seus clientes são atendidos e tratados. Sabemos que o relacionamento entre empresa e cliente, para ser construído, deve conter alguns elementos fundamentais como conhecimento, confiança, vantagem para ambas as partes etc. Este mesmo relacionamento, para ser mantido, requer muito mais trabalho e dedicação, o que deverá ser cuidadosamente aplicado e avaliado de forma mais específica, priorizando e entendendo as especificidades que cada um possui. As especificidades que uma empresa prestadora de serviços possui são inúmeras e devem ser muito bem avaliadas quando se deseja que um cliente as perceba, reconheça e valorize, sendo assim fiel a ela. Este estudo se justifica por analisar as estratégias de marketing de relacionamento atualmente utilizadas nos serviços oferecidos pela Rede aos seus cientes. 4.1 As Ferramentas do Marketing a Serviço da Saúde De acordo com KOTLER (1998 p. 103), o Composto de Marketing ou Marketing Mix é um conjunto de quatro variáveis: Preço: Preço básico, descontos, prazos de pagamento, etc. Produto: Característica, qualidade, marca, design, embalagem, etc. Praça: Canais de distribuirão, distribuição física, transporte e armazenagem. Promoção: propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, publicidade, relações públicas, etc. As quatro variáveis acima são utilizadas pelosadministradores nas organizações para a comercialização de produtos e serviços e são adaptadas de acordo com o objeto de comercialização. A Rede utiliza mala direta para empresas, divulgação através de jornais, rádios e outdoors, elaboração dos manuais dos profissionais, dos usuários e material promocional junto aos trabalhadores da indústria. O preço oferecido às empresas com a adesão do programa, pode ser considerado um diferencial quando comparado a seus concorrentes, diz o coordenador. “O usuário só paga se utilizar, não há mensalidade, como na maioria dos outros planos”. Em relação ao produto há uma preocupação em oferecer uma gama de serviços prestados por profissionais qualificados, possibilitando ao cliente um procedimento seguro e confiável. 4.2 Marketing de Relacionamento nos Serviços da Saúde Conforme Dias (2003 p. 6 e 7): O Marketing de relacionamento é um conceito surgido na década de 90 como uma evolução do marketing direto e da data base marketing, motivado 25 por pesquisas que indicavam que conquistar um novo cliente custava, em média, cinco vezes mais que reter um cliente. É definido como uma estratégia que visa construir uma relação duradoura com o cliente baseada em confiança, colaboração, compromisso, parceria, investimentos e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a empresa e seus clientes. Quando a Empresa mantém um bom relacionamento com seus clientes, fornecedores e distribuidores, os produtos são mais personalizados em função da empresa estar pronta para receber o feedback do cliente continuamente, conhecendo assim suas preferências sem grandes esforços. Kotler (1999 p. 156) recomenda: monitore o nível de satisfação do seu cliente atual com relação a seus produtos e serviços; não presuma que seus clientes atuais estão garantidos; de vez em quando, faça algo de especial para eles; encoraje seu feedback. Este aspecto, segundo o coordenador da Rede, é trabalhado através das pesquisas de satisfação que são realizadas anualmente. Além destas pesquisas, a rede conta também com uma central de atendimento disponível o que encoraja o constante retorno dos clientes quanto aos serviços disponibilizados. 4.3 SPDM A empresa SPDM tem grande divulgação de sua marca pela internet, em sua página pode se coletar todas as informações sobre a empresa, podemos encontrar as páginas das unidades de saúde que a SPDM administra como o H-MUT. A SPDM também tem grande divulgação por redes sociais. No site tem também artigos e vídeos que os médicos da rede fizeram sobre assuntos do momento, como o combate ao Suicídio, sobre a Covid-19. A empresa pesquisada está sempre envolvida em ações comunitárias dentro e fora das unidades que administra, assim não só promove o bem-estar das pessoas como também divulga sua marca. O H-MUT tem sua divulgação feita não só pela SPDM, como também pela Prefeitura Municipal de Taubaté e pela Universidade de Taubaté, a divulgação da unidade ainda é pequena comparada com outros hospitais da região, como o hospital é referência no Vale do Paraíba em cirurgias ortopédicas, a publicidade em cima disso é quase nula. Muitas pessoas da cidade foram contra a municipalização do hospital, se a divulgação da unidade fosse mais ampla poderia talvez mudar a opinião da população da cidade. Figura 1 – Site da SPDM Fonte: Arquivo Pessoal 26 Figura 2 - Site da H-MUT Fonte: Arquivo Pessoal 5. CIÊNCIAS SOCIAIS As cidades são consideradas como espaços hegemônicos de produção e de concentração com complexas infraestruturas, que constituem espaços onde a sociedade se encontra mais vulnerável a perdas de variados processos, ou, ainda, se transforma em espaço de riscos. Esse risco pode ocorrer em função da ocupação inadequada e de processos produtivos, tecnológicos, sociais e "naturais", que determinam situações de perdas. Portanto, a apropriação e o uso dos recursos naturais, através de processos produtivos e a dinâmica dos processos tanto naturais como sociais tendem a gerar riscos à sociedade (CASTRO et. al, 2005, p. 27). O estudo de risco para pesquisadores de variadas áreas científicas é considerado como multidisciplinar, podendo proporcionar discussões teórico/práticas dos diversos tipos de risco, em diferentes áreas das ciências que abrangem e definem seu conceito. Rebelo (2010a, p.27) enfatiza que autores das mais variadas áreas científicas, chegaram à conclusão de que o risco “corresponde a um processo ou a um sistema de processos com características que podem prejudicar, direta ou indiretamente, o homem e que, por isso mesmo, será tanto maior quanto maior for a sua exposição a esse processo ou a esses processos [...]”. Vulnerabilidade e risco são conceitos buscados por pesquisadores das questões ambientais, por permitirem a associação de fatores tanto naturais como sociais (HOGAN et. al, 2000). Nesse contexto, é imprescindível destacar a preocupação com a gestão de riscos em áreas urbanas degradadas, considerando que o grande desafio da gestão urbana está na proposição de políticas de desenvolvimento e na garantia da prática de soluções habitacionais física e socialmente adequadas. As cidades são as regiões do planeta com maior densidade demográfica e, consequentemente, com os mais variados tipos de 27 problemas ambientais. A periferia das cidades são áreas com alta densidade populacional e oferecem condições deficientes de higiene, abastecimento de água, esgotamento sanitário e de deposição de resíduos sólidos. Rebelo (2010b p. 32) afirma que, para haver risco, é preciso que haja vulnerabilidade, ou seja, o risco está sempre ligado à presença do homem, uma vez que a vulnerabilidade deve ser entendida como um processo que envolve tanto a dinâmica social quanto as condições ambientais (HOGAN et al., 2000 p. 02). Nesse contexto, é oportuno salientar a noção de vulnerabilidade socioambiental proposta por Hogan et al. (2000), que procura associar à abordagem socioeconômica uma série de dados sobre a distribuição desigual dos bens e serviços públicos, como coleta de esgoto e resíduos, abastecimento de água encanada, agentes de saúde, além das desigualdades socioespaciais, entre outros aspectos que podem ser considerados. Dagnino e Carpi Junior (2007) citam vários conceitos de riscos, considerando quatro tipos na literatura: os riscos naturais, os riscos tecnológicos, os riscos sociais e os riscos ambientais. Este último é destacado pelos autores pela ligação existente entre as situações de risco com o que ocorre no entorno ou ambiente. Assim, “o risco ambiental torna- se um termo sintético que abriga os demais sem que eles sejam esquecidos ou menosprezados” (DAGNINO; CARPI JUNIOR, 2007, p. 60). 5.1 Saneamento básico, Saúde e Qualidade da água em Área urbana Atualmente, metade da população mundial vive nas cidades, e o mundo está se tornando mais urbano, gerando verdadeiras metrópoles dotadas de precária infraestrutura. “Até o ano 2025, essa proporção chegará aos 60%, compreendendo cerca de 5 bilhões de pessoas” (MORAIS; JORDÃO, 2002, p.272). O crescimento rápido da população urbana traz sérios problemas ao meio ambiente, com o acúmulo de dejetos de toda espécie, resultantes do desenfreado consumo de material e recursos naturais, sobrecarregando o meio ambiente o que, direta ou indiretamente, vai afetar a grande maioria dos habitantes. Esses impactos, oriundos da produção versus consumo de produtos, podem ser classificados segundo Morais e Jordão (2002, p. 371) como o consumo de recursos naturais em ritmo mais acelerado do que a renovação pelo sistema ecológico e a geração de produtos residuais em quantidades maiores do que as que podem ser integradas ao ciclo natural de nutrientes. Conforme Siqueira e Morais, (2009, p.2118) Os resíduos sólidos urbanos gerados pela sociedade em suas diversas atividades resultam em risco àsaúde pública, provocam degradação ambiental, além dos aspectos sociais, econômicos e administrativos envolvidos na questão. 28 Apesar das inúmeras discussões acerca da importância e das inter-relações entre saneamento, saúde e meio ambiente, verifica-se, na atualidade, mesmo com o marcante avanço tecnológico, uma notável ausência do planejamento e de valoração ambiental e de qualidade de vida voltado para a infraestrutura e serviços direcionados para o setor de saneamento, sendo as classes sociais menos favorecidas as mais atingidas, como se poderia mesmo prever. Esse fato pode ser facilmente visualizado nos países mais pobres, onde, em sua maioria, o processo de urbanização ocorreu sem o devido planejamento, desencadeando dificuldades para o provimento das infraestruturas básicas necessárias de saneamento, oferta de serviços de saúde, geração de emprego, habitação digna e controle da poluição. Enquanto as nações pobres têm dificuldades no gerenciamento das questões relacionadas à saúde ambiental por falta de recursos financeiros, a maior parte das nações ricas, industrializadas e urbanizadas consegue lidar melhor com esses problemas. Isso ocorre em função dos seus recursos financeiros e da estrutura existente para lidar com problemas de saúde ou desastres. Ainda assim, existem desafios a serem enfrentados. O investimento em saneamento é a única forma de reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que “para cada R$ 1,00 (um real) investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa (BRASIL, 2007, p.11). “Nas grandes cidades os temas ambientais emergem da intersecção entre questões que decorrem dos problemas ambientais mais gerais das cidades e daqueles decorrentes das configurações urbanas enquanto formas particulares de organização social” (IANNI; QUITÉRIO, 2006, p.171). As questões referentes a impactos ambientais com consequências diretas ou indiretas na saúde das populações passam pela disponibilidade do fornecimento de serviços como: água de boa qualidade, saneamento básico, controle epidemiológico e educação entre outras necessidades. Portanto, dentre os problemas ambientais urbanos, o aspecto sanitário tem sido um dos maiores desafios para a administração pública e para a sociedade, uma vez que tem ligação direta com todas as demais atividades de atendimento ao público, implicando diretamente a saúde e o bem-estar social. São notáveis as inúmeras doenças vinculadas à falta de saneamento básico e formas inadequadas de uso e ocupação do solo, exigindo medidas preventivas mais severas, tendo como premissa a melhoria nas condições de moradia e de convivência salubre entre as pessoas e o seu entorno. Na cidade de Taubaté não tem concentramento de favelas, pois a Prefeitura Municipal de Taubaté tem projeto junto a caixa econômica federal para construção de casas e apartamentos populares com baixo valor de parcela para população carente da cidade, a prefeitura cede os terrenos para a construção dessas moradias. 29 A prefeitura tem vários projetos para pessoas que estão em situação de rua, como o Albergue Abrigo Institucional para População em Situação de Rua, tem o centro POP-Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua e o SEAS-Serviço Especializado de Abordagem Social. A cidade andou com problemas no abastecimento de água, a água tem chego na casa das famílias em alguns bairros do munícipio com cor barrenta, os morados fizeram inúmeras reclamações com a prefeitura, a mesma respondeu que o problema era com a Sabesp, que alegou estar resolvendo o problema. A saúde na cidade de modo geral funciona bem, tivemos muitos problemas com coletas de exames de sangue, mudaram a empresa que prestava esse serviço ao município, então a demora para conseguir vaga para coleta e até mesmo para receber o resultado do exame chegou a ser de 2 meses. O acarretou grande comoção junto a população da cidade. Atualmente o problema foi solucionado por hora. A limpeza da cidade atualmente é feita pela empresa ECOTAUBATÈ, eles são responsáveis pela limpeza do centro da cidade, coleta de entulho, jardinagem e coleta do lixo domiciliar, hospitalar e seletiva do município. A limpeza das ruas dos bairros permaneceu com a prefeitura. Depois da contratação essa empresa a cidade ficou mais limpa e mais bonita. Em relação a educação a prefeitura tem Escolas do Trabalho que oferece cursos profissionalizantes para a população. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na minha visão como munícipe e usuária da rede de saúde pública da cidade, Taubaté tem uma boa estrutura na área da saúde, com campanhas de imunização e ações nas casas para controle epidemiológico, tem alguns pontos para serem arrumados, atualmente a cidade atende não só sua população da cidade, como também das cidades vizinhas que não tem estrutura para atendimento de urgência, emergência e cirurgias, ex.: Natividade da Serra, Redenção da Serra, Lagoinha, São Luiz do Paraitinga e muitas outras ao redor de Taubaté. Existe uma briga política acontecendo atualmente na cidade, que vem desgastando a todos, assim a população não enxergado as melhorias que aconteceram na cidade, como a municipalização o H-MUT, que está em reforma de ampliação da unidade para melhor atender a todos. A contratação da empresa ECOTAUBATÉ também foi uma grande melhoria para limpeza e manutenção da cidade, sem contar no visual da cidade que está bem bonita. 30 7. REFERÊNCIAS BRASIL. 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