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1 Os benefícios do treinamento de dupla tarefa em pessoas com doença de Parkinson Marcelo Rodrigues Lopes 1 Alessandro Oliveira de Carvalho 2 marcelinholopes7@gmail.com Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional – Faculdade Ávila Resumo A doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa e progressiva, com diminuição de dopamina e morte de neurônios na substância negra, sendo descrita pela primeira vez por James Parkinson, em 1817. É caracterizada por tremor, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural, dentre outros sintomas. Dentre as opções de tratamento existe o tratamento cirúrgico, o farmacológico e o fisioterapêutico. Dupla tarefa pode ser definida quando uma tarefa primária e uma tarefa secundária são realizadas simultâneamente, ou seja, envolvem tarefas associadas. Este estudo teve por principal objetivo mostrar se há benefícios do treinamento de dupla tarefa em portadores da doença de Parkinson e quais são tais benefícios. As pesquisas foram obtidas através de uma pesquisa eletrônica nos bancos de dados: SCIELO e PUBMED com estudos nas línguas portuguesa e inglesa. Essa revisão demonstrou que o treinamento com dupla tarefa traz ótimos resultados, com benefícios na marcha, na capacidade de dividir a atenção e melhora na fala. Palavras-chave: Doença de Parkinson; Dupla-tarefa; Benefícios. 1 Introdução A capacidade de executar mais de uma tarefa ao mesmo tempo é um pré-requisito para nossa vida normal. Por exemplo, com o indivíduo no estado de normalidade, a realização de uma tarefa motora e cognitiva ao mesmo tempo é algo comum, e para isso não é necessário o sujeito ter a consciência disso. Contudo, quando duas atividades complexas são realizadas ao mesmo tempo, o desempenho de uma ou ambas é diminuído (HAGGARD et al. 2000). Muitas atividades do cotidiano requerem gerenciamento simultâneo de componentes visuais e motores. Por exemplo, atravessar a rua. E durante toda a vida temos de aprender novas demandas, como dirigir. Então, pode-se definir dupla-tarefa como atividades que envolvem tarefas associadas. Os portadores da doença de Parkinson possuem dificuldades em duplas- tarefas. A mesma situação ocorre em idosos e pessoas com outras doenças neurológicas, como acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico, esclerose múltipla, dentre outras, pois os mesmos também apresentam comprometimentos neste tipo de atividade, de acordo com Yogev-Selingmann (2012). Esta situação ocorre nessas populações, devido a duas teorias. Na primeira, a hipótese do campo cortical, entende-se que a dificuldade em realizar duas tarefas ao mesmo tempo, sobretudo, quando elas estão associadas ocorre pela interferência entre elas, ou seja, as tarefas competem pela mesma classe de recursos no processamento de informação do sistema nervoso central (SNC) (MATHEWS et al. 2006). E, segundo Roland e Ziles (1998) ao competir ocorre uma relação negativa entre as tarefas, com um melhor desempenho de uma em detrimento da outra. Na segunda teoria, denominado de gargalo (bottleneck), existe um centro de decisão que limita e restringe o desempenho das tarefas que são realizadas ao mesmo tempo (PASHLER, 1994). E de acordo com a análise dos dados de Melzer e Oddsson (2004), e tendo como base as teorias citadas acima, observa- 1 Pós Graduando em Fisioterapia em neurofuncional 2 Fisioterapeuta, pesquisador e integrante do Laboratório de Neurociência do Exercício – LaNEx, vinculado a Universidade Gama Filho, mestrando em Saúde mental. 2 se que a capacidade de gerenciamento do sistema nervoso central não acompanha a alta demanda que a dupla tarefa impõe. Então, sabendo dos grandes empecilhos que as situações de dupla tarefa causam em muitos tipos de pessoas, o principal objetivo deste artigo foi verificar se há benefícios do treinamento de dupla tarefa em portadores da doença de Parkinson e quais são tais benefícios. Além disso, outros objetivos são: discorrer sobre os sintomas e as diferentes formas de tratamento da doença de Parkinson, incluindo o tratamento fisioterapêutico. Em relação à dupla tarefa, os demais objetivos são: conceituar e descrever os tipos. Então, este estudo propõe a utilização do treinamento com dupla tarefa para identificar se tal treinamento facilita a vida de portadores de Parkinson em situações que exigem tarefas duplas. 2 Doença de Parkinson Há muito tempo um grupo de neurologistas, ao analisar o cérebro após a morte de cem pacientes que possuía doença de Parkinson, descobriu que em setenta e seis havia corpos de Lewy no córtex cerebral. É o que consta na pesquisa de Hughes et al. (1992). Então, a Doença de Parkinson propriamente dita é idiopática, em outras palavras, não existe causa definida. Em contrapartida, parkisonismo tem um significado diferente. O termo parkisonismo é para se referir a um grupo de desordens que produzem anomalias no funcionamento dos gânglios da base. O termo síndrome Parkinson-plus se refere a um estado similar à doença de Parkinson em alguns aspectos, onde os sintomas são causados por outros distúrbios degenerativos (O’ SULLIVAN e SCHIMITZ, 2010). Já a doença de Parkinson idiopática pode ser definida como degenerativa e progressiva do sistema nervoso central, com morte neuronal na substância negra, e consequente diminuição de dopamina, conforme relata Agid (1991). Para Lundy-Ekman (2008), tal enfermidade é o distúrbio motor mais frequente que afeta os núcleos da base, e interfere tanto nos movimentos voluntários como nos automáticos. Foi descrita pela primeira vez por um médico chamado James Parkinson no ano de 1817, e recebia o nome naquela época de “paralisia agitante”. Trata-se de uma patologia que afeta 1 em cada 1.000 indivíduos acima de 65 anos e 1 em cada 100 após os 75, sendo que os homens são a maioria das vítimas, numa proporção de 2:1. Já a idade média de início é de 55 anos, sendo que a incidência sobe para 5% acima dos 85, de acordo com Paiva (2011). Acomete pessoas de todas as etnias e classes socioeconômicas e está na segunda posição entre as patologias neurodegenerativas mais frequentes, depois da Doença de Alzheimer. Encontram- se dois tipos de sintomas: os motores e os não motores. A sintomatologia motora é a seguinte: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural. No caso dos sintomas não motores, estes estão cada vez mais sendo considerados pela comunidade científica, porque os mesmos afetam de forma negativa na qualidade de vida do indivíduo com Doença de Parkinson (JANKOVIC, 2008). Deste modo, os pacientes podem ter o sistema respiratório afetado, por exemplo, acúmulo de secreções, atelectasia, infecções respiratórias, aspiração, dentre outras consequências. Há alterações intestinais, como constipação e problemas no controle de esfíncter, por exemplo. Além disso, ocorrem alterações cardíacas, dentre elas hipotenção ortostática e arritmias. Porém, a função cognitiva também é afetada. Deste modo, as alterações mentais mais frequentes são: deficiência na memória, depressão, demências e dificuldades em manter a atenção. Mas podem aparecer alterações do comportamento, como ansiedade, apatia, distúrbio obsessivo-compulsivo e deficiências ou aumento da libido. Tais indivíduos, além dos sintomas característicos, apresentam tendência ao isolamento. Segundo Cutson, Laub e Schenkman (1995), a depressão, o comprometimento na voz e na fala, o tremor, a perda da auto-estima, dentre outros, são os fatores que podem contribuir para o paciente se isolar. Em consequência das complicações desta enfermidade, há a tendência de reduzir a quantidade das atividades, o que contribui para a diminuição da aptidão física. Estudos recentes demonstraram que a força 3 muscular é reduzida na Doença de Parkinson (PEDERSEN et al. 1997). Para Morris (2006),os principais objetivos da fisioterapia são a melhora do equilíbrio, a prevenção de quedas, a manutenção da capacidade física, o treino da habilidade de transferência, dentre outros. A escala de Graus de Incapacidade de Hoehn e Yahr é muito utilizada para classificar a severidade desta patologia. De acordo com Teixeira e Alouche (2006), esta escala foi desenvolvida por Hoehn e Yahr por causa da variabilidade com que a doença de Parkinson evolui. É dividida em cinco estágios que caracterizam o nível de dependência. Então, os pacientes classificados nos estágios I, II e III apresentam incapacidade leve a moderada, enquanto que aqueles que estão nos estágios IV e V apresentam incapacidade mais grave (HOEHN e YAHR, 1967). Segundo Jankovic (2008), existe outra escala: a Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson (UPDRS). Trata-se de uma ferramenta útil para monitorar a progressão da doença e a eficácia do tratamento medicamentoso. É composta por 42 itens e a pontuação varia de 0 (normalidade) a 4 (maior comprometimento da doença). 2.1 Diagnóstico A dissertação de mestrado de Souza (2008) relata que o diagnóstico clínico é baseado em dois aspectos: o primeiro é com base na presença dos principais sintomas da doença de Parkinson; e o segundo é a observação de resposta à L-DOPA. No entanto, casos na família desta patologia também são considerados no diagnóstico. De acordo com Samii, Nutt e Ranson (2004), a presença de um ou dois dos sintomas relatados a seguir significa que o diagnóstico é clinicamente possível: bradicinesia assimétrica, rigidez assimétrica e tremor de repouso assimétrico. Desta forma, se os indivíduos com suspeita possível apresentarem resposta a medicamentos anti-parksoniano, o diagnóstico é tido como clinicamente definido. Entretanto, de forma definitiva, o diagnóstico padrão-ouro da Doença de Parkinson, só pode ser realizado por meio de autópsia, e estudos desse gênero indicam que em 20% dos casos o diagnóstico realizado por métodos indiretos ou duplamente indiretos se mostraram incorretos. Quando a autópsia é utilizada para o estudo da Doença de Parkinson, a presença de corpos de Lewy (constituídos por acúmulo de muitas proteínas que deveriam ter sido degradadas) é o principal marcador para o diagnóstico, estando presente em 16% dos casos assintomáticos. De acordo com Ferraz e Borges (2002) não há um marcador específico para o diagnóstico da doença. Além disso, os exames de imagem são inespecíficos e servem apenas para excluir outras patologias que podem confundir o diagnóstico clínico, como por exemplo, o acidente vascular encefálico, atrofia de múltiplos sistemas e traumas crânio-encefálicas por repetição, dentre outras patologias. 2.2 Etiologia Para Postuma et al. (2012), pessoas que apresentam distúrbios do sono R.E.M têm alto risco de desenvolver parkisonismo. Do ponto de vista patológico, a Doença de Parkinson é uma síndrome parksoniana que ocorre devido à morte de células produtoras do neurotransmissor dopamina na substância negra compacta (LUNDY-EKMAN, 2008). Deste modo, haverá diminuição da dopamina. Porém, para Lees, Hardy e Revesz (2009), há a possibilidade de que outros sistemas de neurotransmissores estejam afetados, com degeneração dos neurônios colinérgicos, além da lesão de outros neurônios. No entanto, de acordo com o mesmo autor, alguns estudos sugerem que pode haver extensão da degeneração e morte celular em outras regiões além da substância negra, como o núcleo da rafe, o lócus cerulus, e até em áreas como o córtex, o bulbo olfatório e o sistema nervoso simpático. Acredita-se que a mesma aparece em decorrência da somatória de fatores genéticos, ambientais e do próprio envelhecimento. Dentre os fatores genéticos, Evans et al. (2006), acreditam que, apesar de ser uma doença de etiologia desconhecida e controversa, sabe-se que fatores genéticos (mais de 18 loci gênicos descobertos associados ao parkinsionismo, de herança autossômica dominante ou recessiva, 4 como por exemplo PARKIN, PINK-1 e DJ-1 e linha PARK – 1 a 11). Já no quesito fatores ambientais, estudos que enfocam o tabagismo e a exposição ao cigarro encontram uma relação inversamente proporcional ao risco do surgimento da doença. O mesmo se observa em estudos relacionados à ingestão de cafeína devido ao consumo diário de café e outros produtos que possuem esta substância. Souza (2010) salienta ainda que existem outros fatores de risco que ajudam a desencadear tal patologia: o contato com certas substâncias químicas, como poeira de manganês, monóxido de carbono, dentre outras substâncias, a história familiar, traumas no crânio, como nos lutadores de boxe, e a idade, pois a doença de Parkinson aparece principalmente nos mais idosos. Entre os diversos mecanismos implicados na degeneração celular da doença de Parkinson, o artigo de Ricarte (2010) cita a apoptose, mutações genéticas, estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. 2.3 Fisiopatologia da Doença Antes de discorrer sobre a fisiopatologia da doença, devemos lembrar a definição da doença e suas características principais. Assim, de acordo com Souza (2008), a doença de Parkinson pode ser caracterizada por uma degeneração progressiva seletiva, mas heterogênea, das populações neurais na pars compacta da substância negra, constituinte dos chamados núcleos da base das regiões corticais. Segundo Souza (2010), a doença provem de uma perturbação da função em duas regiões dos núcleos da base, a substância negra e os núcleos caudados de putâmen. A dopamina, substância química das aminas neurotransmissoras que transmitam os impulsos de um neurônio para outro através da sinapse. Existem duas vias, a direta e a indireta. A via direta facilita a emissão de sinais dos gânglios da base para o tálamo e para as áreas motoras do córtex, onde a via indireta fornece a desinibição do núcleo subtalâmico, causando supressão de alguns movimentos. Partes do globo pálido protege o tronco encefálico que atinge os neurônios motores do tronco e da medula espinhal. Os núcleos da base têm um papel fundamental no planejamento e na programação dos movimentos através da seleção e da inibição de sinergias motoras específicas. Esses programas motores são consolidados em planos motores eficientes, traduzindo o pensamento em movimentos desejados e regulando os níveis de atividade cinética, tônus muscular e força muscular (O’SULLIVAN e SCHIMITZ, 2010). As células nervosas do núcleo da base são altamente especializadas e perfazem aproximadamente 1% do volume cerebral, produzem a dopamina, uma das mais importantes substâncias transmissoras do cérebro. 2.4 Sintomas De acordo com Postuma et al. (2012), ás vezes a neurodegeneração já começou, porém os sinais cardinais (tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural) ainda não se manifestaram de forma plena. Então, o tremor de repouso é o sintoma inicial em 75% dos doentes. Possui característica intermitente. A marcha e a ansiedade aumentam o tremor, enquanto o sono diminui, relata O’ Sullivan e Schimitz, (2010). Segundo o mesmo autor, é o sintoma mais frequente e expressivo da doença de Parkinson, e com a progressão da enfermidade, pode afetar a cabeça, mandíbula e boca. No entanto, o início do tremor geralmente ocorre na mão, e é semelhante ao movimento de rolar uma pílula pelo polegar ao longo dos dedos. A bradicinesia, por sua vez, acomete principalmente os movimentos mais finos e delicados, sendo que os pacientes frequentemente a referem como dificuldades iniciais (DORETTO, 2005). O ato de mover o corpo se torna mais lento e difícil de iniciar. Desta forma, os músculos se tornam insuficientes para fazer ajustes rápidos, e isto acarreta problemas em manter o equilíbrio e falta de coordenação como na escrita, por exemplo, afirma Porter (2005). Por isso, estes pacientes apresentam micrografia, uma caligrafiaanormalmente pequena e difícil de ler. A lentidão dos movimentos devido à bradicinesia também leva o indivíduo a desenvolver deficiências na coordenação motora fina, diminuição 5 das expressões faciais e disartria. Além disso, o paciente pode apresentar uma “marcha de pequenos passos”, e quando associada à rigidez muscular nas pernas, a tendência é andar arrastando os pés; isto é denominado festinação. Enquanto a bradicinesia se refere à lentidão e a dificuldade para manter os movimentos, a acinesia se refere à ausência dos movimentos, que são os momentos o qual o corpo congela. Deste modo, acontece uma parada ou um bloqueio súbito do ato de se mover. Outro sintoma é a instabilidade postural, e acontece numa fase mais tardia da doença. De acordo com O’ Sullivan e Schimitz (2010), fatores como o estreitamento da base de apoio postural vertical com apoio unipodal, a competição da demanda atensiva, dentre outros podem agravar tal sintoma. A instabilidade postural, deste modo, dificulta a recuperação do equilíbrio devido à consequente rigidez corporal. Em consequência da perda do equilíbrio ocorrem quedas frequentes e danos pelas mesmas, com cerca de dois terços dos pacientes com doença de Parkinson que sofrem quedas e 13% que caem mais de uma vez por semana (SOUSA e SOUZA, 2010). Para alguns autores este é um dos sintomas mais debilitantes exatamente por predispor a quedas. Além disso, a instabilidade postural compromete a realização das atividades de vida diária, porque dificulta as trocas posturais. O quarto sinal cardinal da doença segundo Porto (2005) é a rigidez. Trata-se do aumento do tônus muscular, e que acarreta numa maior resistência a mobilização passiva. A rigidez também favorece a uma amplitude de movimento limitada, levando a dor no ombro, por exemplo. Conforme o relato de Jankovic (2008), endurecimento do pescoço e tronco, postura em flexão do pescoço e hipercifose são algumas das consequências deste sintoma. A mesma é responsável por limitar o paciente em atividades funcionais de vestuário, alimentação e higiene. O artigo de Souza (2010) cita dois tipos de rigidez: a do tipo roda denteada e a do tipo canivete. A roda denteada é caracterizada por uma contração súbita, parecida com a resistência rítmica de uma catraca. A rigidez tipo canivete, por sua vez, é uma resistência sustentada por movimentos passivos. Cabe ressaltar que a rigidez extrema dos flexores e extensores posturais torna-se um problema grave à medida que a enfermidade avança. De acordo com Flores, Rossi e Schmidt (2008), a rigidez muscular e a bradicinesia são fenômenos distintos, mas mantém íntima relação. A associação destes dois sintomas limita a postura ereta, os movimentos dos membros inferiores e os dos membros superiores. 2.5 Marcha Para Maureal et al. (2010), o tratamento do distúrbio da marcha é um dos principais desafios terapêuticos no estágio avançado da doença de Parkinson. Então, a marcha nestes indivíduos costuma apresentar dissociação de membros diminuída, postura anteriorizada, amplitude de movimento reduzida e flexão excessiva do quadril. Além disso, ocorrem dificuldades no início e no término do passo. Por isso, os sujeitos com doença de Parkinson apresentam uma velocidade da marcha menor. Morris et al. (2001) afirma que o comprimento do passo mede 0,4 a 0,9 m nos portadores desta patologia. Em contrapartida, nos idosos saudáveis o comprimento do passo é de 1,2-1,5 m. Para Galletly e Brauer (2005), está bem evidente que quando um portador de doença de Parkinson tem de realizar uma tarefa enquanto caminha, ocorre redução da velocidade da marcha e do comprimento do passo. Além disso, durante a caminhada o mesmo costuma apresentar episódios de congelamento, que é fator de risco para as quedas. É bom lembrar que a cada ano 50% a 68% das pessoas com esta patologia sofrem quedas, de acordo com o estudo de Galletly e Brauer (2005). O congelamento da marcha é também conhecido como freezing, com predominância na fase OFF. O artigo de revisão de Jankovic (2008) citou cinco tipos de freezing. São eles: no início do movimento; ao retornar durante a marcha; em lugares estreitos; em destinos específicos e em espaços abertos. Um outro fator responsável por quedas durante a marcha, além dos déficts motores, são os déficts cognitivos, devido ao aumento de probabilidade de perda de equilíbrio, de acordo com Plotnik et al. (2011). Aliás, há o problema de se dar pouca atenção à possível contribuição de 6 alterações cognitivas a quedas, afirma Bloem et al. (2006). Este mesmo autor conclui que os pacientes com doença de Parkinson têm menos tendência do que pessoas saudáveis para manter uma marcha segura. Em vez disso, é maior o risco de perda de equilíbrio, e com isso, quedas. No entanto, para a marcha ser funcional na vida diária, as pessoas precisam ser capazes de realizar atividades que envolvem duas ou mais tarefas. Isso pode envolver o pensamento ao caminhar ou manter o equilíbrio ao segurar um objeto (BRAUER et al. 2011). 2.6 Complicações Uma das complicações da Doença de Parkinson é a disfunção da deglutição, conhecida como disfagia. Conforme relata O’ Sullivan e Schimitz (2010), este problema está presente em mais da metade dos pacientes. Em consequência da disfagia, ocorre sialorréia, que é a perda excessiva de saliva pela boca, e costuma acontecer ao iniciar a fala. Deste modo, o indivíduo corre o risco de se ausentar do convívio social. Além dos problemas sociais, a disfagia pode ocasionar aspiração, principalmente em casos avançados da doença de Parkinson. A demência é outra complicação, sendo mais comum a ocorrência da mesma numa fase avançada da patologia. De acordo com o autor citado acima, o uso do inibidor da colinesterase auxilia de forma modesta nos sintomas cognitivos. No entanto, existe algumas dificuldades na identificação de alterações cognitivas, dentre elas a demência. Por isso, são necessários a aplicação de testes cognitivos para avaliar tais disfunções. Cabe ressaltar que, segundo Souza (2008), tal complicação pode aumentar para cerca de 68, 7% para doentes com mais de oitenta anos. E pacientes com doença de Parkinson apresentam demência mostram um prejuízo no desempenho motor maior do que pacientes sem demência, afirma o trabalho de Teixeira, et al (2006). Já a fadiga é outra complicação comum relatada pelos portadores de tal patologia. Com frequência o paciente apresenta letargia e fraqueza crescente com o passar do dia. Além disso, os movimentos repetitivos começam potente, porém a força e a amplitude podem diminuir com o progresso da atividade. Outra possível complicação é a ausência de expressão facial, conhecida como face em máscara. Este problema pode levar a um significativo prejuízo na interação social. Já as perturbações do sono estão descritas em 74 a 98% dos doentes, e incluem todas as categorias de perturbações (TEDRUS et al. 2009). De acordo com Jankovic (2008), ocorre desordens do sono REM como sonhos violentos, síndrome das pernas inquietas, pontapés que atingem o cônjugue, conversas e gritos. A sonolência excessiva diúrna, no entanto, pode ter como fator desencadeante o efeito dos medicamentos. Conforme Paula et al. (2011), outras complicações costumam aparecer devido a falta de independência, quedas e inatividade causados pela progressão da enfermidade. Deste modo, são maiores o risco de ocorrência da osteoporose e de doenças cardiovasculares. 2.7 Tratamento farmacológico O tratamento medicamentoso baseia-se no controle sintomático, pois a doença de Parkinson não apresenta cura. Porém, segundo Paula et al. (2011), os medicamentos perdem a eficácia com o tempo e estão relacionados com o surgimento de complicações motoras, como as discinesias. As drogas que tratam essa doença atuam na produção de dopamina ou no aumento de sua concentração na fenda sináptica. As funções dasmesmas são promover alívio dos sintomas motores e dos não motores, de acordo com Ferraz et al. (2002). Para o controle dos sintomas, o levodopa é o medicamento mais efetivo, podendo ser utilizado também agonistas dopaminérgicos. (BRASIL, 2010). A introdução do Levodopa ocasionou uma revolução no tratamento de tal patologia nos anos 60. Consiste num composto que se transforma em dopamina a nível cerebral. Entretanto, quando o levodopa está perdendo o efeito aparece os sintomas “ON-OFF”, caracterizado pela presença de discinesias, coréia e distonias. Conforme relatam Ferraz et al. (2002), outros fármacos que auxiliam na terapia no Parkinson são: os inibidores de monoamina oxidase tipo B, que prolongam a ação 7 dopaminérgica; a amantadina (atenua discinesias); inibidores centrais de colinesterase (para tratar demência), dentre outros. 2.8 Estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico De acordo com o artigo de Frankemolle (2010), a estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico auxilia na atenuação dos comprometimentos motores em casos de doença de Parkinson no estágio avançado. Entretanto, este procedimento seria responsável pela redução do funcionamento cognitivo. Os testes foram coletados em dez sujeitos com a patologia em estágio avançado. Vários estudos de longo prazo constataram alterações no exame cognitivo, confirmando que esta cirurgia provoca declínio no desempenho cognitivo em geral, inclusive queda na fluência verbal. Além disso, os próprios cuidadores perceberam certa queda de funcionamento em tais pacientes. 2.9 Tratamento Cirúrgico Segundo a dissertação de mestrado de Souza, (2008), o tratamento cirúrgico começou a ser realizado pela década de 1940, quando ainda não havia terapia com Levodopa. Ainda de acordo com o mesmo autor, enquanto a talamotomia (retirada do tálamo) promove a redução do tremor, a palidotomia (retirada do globo pálido) faz diminuir os sintomas na fase OFF. Já a estimulação bilateral do núcleo subtalâmico é considerada uma abordagem muito promissora, porque através dos seus efeitos permite que os pacientes reduzam a ingestão das medicações antiparkisonianas. Por outro lado, a estimulação transcraniana unilateral do tálamo, semelhante à talamotomia, alivia o tremor do lado oposto, mas não outros sintomas. A estimulação bilateral do globo pálido, por sua vez, ameniza o tremor e a rigidez em estágio OFF, afirma Souza, (2008). 2.10 Tratamento Fisioterapêutico A fisioterapia tem muita importância no tratamento do paciente com doença de Parkinson, pois mantém seus músculos ativos, além de preservar a mobilidade. O estágio inicial da enfermidade é caracterizado por completa funcionalidade, portanto a fisioterapia nesta fase é basicamente preventiva. Na opinião de Findley (1999), a prioridade no tratamento de patologias crônicas, incluindo a doença de Parkinson, deve ser a manutenção da qualidade de vida. Já segundo estudos realizados por Baatile et al. (2000), houve melhorias significativas da qualidade de vida para portadores da doença de Parkinson com severidade leve a moderada após a prática de programa de atividade física intensa. O artigo de Goulart et al. (2004), através de uma pesquisa desenvolvida no período de março de 2000 a agosto de 2002, demonstrou que após o treino com exercício de força muscular e exercícios aeróbicos, houve melhorias significativas nas atividades de vida diária e na atividade motora, de acordo com a Escada Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS). No estudo citado acima, foi realizado o seguinte protocolo de exercícios: 15 minutos de alongamento e mobilidade de tronco e membros; 20 minutos de fortalecimento muscular de tronco e membros inferiores com o uso de caneleiras e bastões, 30 minutos de treinamento aeróbico utilizando stepping, caminhada e bicicleta ergométrica, com a frequência cardíaca mantida entre 65% e 80% da frequência máxima de acordo com a idade. Para terminar, tais pacientes fizeram 10 minutos de alongamento e relaxamento muscular. Por outro lado, de acordo com a observação de Reuter et al. (1999), atividades esportivas, como as realizadas na água e no ginásio, contribuíram para otimizar a sensação subjetiva de bem-estar. Tais atividades eram realizadas duas vezes por semana, durante quatorze semanas, e incluía fortalecimento muscular, relaxamento de tronco e melhora da iniciação e da coordenação. De acordo com Keus et al. (2007), devem ser recomendados os seguintes tratamentos fisioterapêuticos: treino de equilíbrio associado ao fortalecimento dos membros inferiores; amplitude de movimento em 8 conjunto com atividades de vida diária. O mesmo autor orienta a utilização de estratégias com pistas externas, pois as mesmas auxiliam na realização da marcha. Nas pistas externas visuais, por exemplo, podem ser utilizadas listas acopladas ao chão, adesivos, luz estroboscópica e outros instrumentos. Já foi demonstrado que as pistas visuais auxiliam na geração de um maior comprimento do passo e no aumento da velocidade da marcha. Já nas pistas auditivas, podem ser utilizados bipes, músicas, e outras fontes. Esta espécie de pista é ótima para fazer os portadores desta enfermidade acertarem a cadência da marcha. Howe et al. (2003), através de um estudo realizado com onze pessoas com doença de Parkinson nos estágios iniciais, constataram que as pistas rítmicas são mais eficazes que as não rítmicas. Entretanto, se o estágio da doença for tardio ou grave, o artigo de Goulart et al. (2004) preconiza cuidados com a pele e fisioterapia para aumentar a função pulmonar. Cabe ressaltar que neste estágio o paciente se encontra num alto nível de dependência. A hidroterapia, por sua vez, é uma modalidade de exercício altamente dinâmico, e na opinião de Campion (2000), o tratamento na água oferece muitas variedades de opções. A bradicinesia costuma ser amenizada na piscina, talvez por causa da pressão hidrostática e pela turbulência sobre o corpo, que proporciona feedback. De acordo com o mesmo autor, na água há mais segurança na execução do movimento, e isso torna mais fácil a realização dos exercícios de reeducação motora. Outra modalidade de exercício benéfica é a facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF). Para Mirek et al. (2003), através desta técnica o mesmo pode obter ganho de aprendizado motor, de coordenação, de propriocepção, ajudando deste modo a ter mais equilíbrio enquanto caminha. Por outro lado, conforme a pesquisa de Duncan e Earhart (2012), o tango argentino teve um importante papel na melhora da função física no portador da doença de Parkinson. Além disso, foi concluído que a utilização do tango em longo prazo pode modificar a progressão da incapacidade gerada pela doença. É bom ressaltar que a fisioterapia costuma não reverter a progressão da doença, porém ajuda a prevenir complicações e a melhorar a qualidade de vida. Além disso, proporciona bem-estar aos portadores. Já o estudo de Paula et al. (2011) constatou que o uso combinado de condicionamento aeróbico e fortalecimento muscular resulta em melhorias nas medidas de desempenho funcional e de capacidade de indivíduos em estágio não avançado de evolução da Doença de Parkinson. Ainda segundo o mesmo artigo, o treinamento aeróbico pode proporcionar efeito neuroprotetor e restauração de vias neuronais comprometidas. No estudo de Paula et al. (2011), foi utilizado um protocolo de fácil aplicação; e o mesmo constatou aumento da velocidade da marcha, facilidades em subir e descer escadas. Além disso, promoveu um ganho no nível de atividade física e até auxiliou na socialização de tais pacientes. Na pesquisa citada, os pacientes foram recrutados no Ambulatório do Distúrbio do Movimento da Universidade. Era obrigatório tais indivíduos serem portadores da doença de Parkinson da forma idiopática, diagnosticada por um neurologista, estar na fase 1a 3 na Escala de Hohen e Yahr modificada, ter mais de 40 anos, não ser portador de outra doença neurológica ou nenhum outro problema que impedisse a realização dos testes e dos exercícios. Cabe ressaltar que todos estavam sendo medicados e a avaliação ocorreu no período “ON”, cerca de uma hora após o uso do medicamento antiparksoniano. Para avaliar a força muscular, utilizou-se o dinanômetro manual. O programa de fortalecimento combinou exercícios isométricos e isotônicos para os principais grupos musculares do tronco (abdominais e paravertebrais) e dos membros inferiores. Foram aplicadas duas séries de 10 repetições para cada grupo de músculos com intervalo de repouso entre elas. 3 Dupla Tarefa Para Woollacott e Shumway (2002), dupla tarefa pode ser definida quando uma tarefa primária e uma tarefa secundária são realizadas concomitantemente, ou seja, conforme a definição do artigo de Voos et al. (2007), são atividades que envolvem tarefas associadas. O 9 artigo de Rosemberg, (2009), por sua vez, cita o termo “desempenho simultâneo”. Significa, portanto que há execução de uma tarefa primária, sendo esta o foco principal da atenção, e uma tarefa secundária, executada simultâneamente. Para servir de exemplo, dupla tarefa pode vir da união das seguintes tarefas: tarefa motora e tarefa distrativa visual, tarefa motora e tarefa distrativa auditiva, tarefa motora e tarefa cognitiva, dentre outras. Já Pereira, (2011) relata que uma das situações em que usamos dupla tarefa no dia-dia é quando controlamos a nossa postura ao mesmo tempo em que outra tarefa é desempenhada. Por exemplo, estar em bipedestação enquanto se fala ou enquanto se pensa. No entanto, ás vezes temos dificuldades no cumprimento de tarefas duplas. Ainda sobre controle postural, Brauer (2011) afirma que certas pessoas possuem dificuldades se uma das tarefas exige que se controle a postura. Porém, Rosemberg, (2008) diz em sua pesquisa que há uma grande vantagem no desempenho de tarefas quando existe uma sequência do processamento das mesmas. Para que isso ocorra é preciso que o indivíduo tenha uma atenção eficiente, e há um pressuposto na psicologia afirmando que a atenção funciona de forma seletiva e serial. De acordo com o mesmo autor, para um melhor desempenho em duplas tarefas é preciso haver uma discriminação entre os estímulos mais importantes e os menos importantes. Há certa evidência para sugerir que atividades envolvendo tarefas duplas podem ser um complicador para muitos grupos de indivíduos, dentre elas estão os idosos com demência e com depressão. É o que afirma Bloem et al. (2006). E de acordo com o artigo de Brauer (2001), é comum os portadores da doença de Parkinson apresentarem dificuldades na execução da dupla tarefa. Este mesmo autor afirma que certas pessoas, inclusive as portadoras da doença de Parkinson, possuem dificuldades se uma das tarefas exige controle postural. O estudo de Bloem et al. (2006) observa que tarefas duplas ou múltiplas parece ser a causa de uma proporção substancial de quedas nos doentes com tal enfermidade, ou seja, são quedas que ocorrem quando os mesmos tentam realizar estes tipos de atividades. Já a pesquisa de Teixeira et al. (2006) relata que a ocorrência de duplas tarefas no processo de reabilitação é frequente e deve ser considerada como determinante para o desempenho dos pacientes. A dupla tarefa é parte integral do cotidiano de qualquer pessoa, por isso seu treinamento deve ser enfatizado no processo de reabilitação. Esta mesma pesquisa mostrou que o grupo dos portadores da doença de Parkinson e o grupo dos indivíduos sadios levaram mais tempo para completar as tarefas na primeira repetição, quando comparados a segunda e a terceira repetição. Isto quer dizer que apesar da tarefa dupla requerer mais tempo para ser completada, é também passível de aprendizado, havendo melhora no seu desempenho. O trabalho de Voos et al. (2007) utilizou um exemplo de exercício de dupla tarefa que consistia no seguinte: o indivíduo tinha de fazer a nomeação de dois estímulos visuais simultâneos: um no centro da tela do computador e outro na periferia. No caso da periferia, a alternativa correta podia ser em apenas uma das oito possíveis. Havia 32 tentativas num tempo médio de 2,5 minutos. Os estímulos eram as figuras de um ônibus ou um caminhão. 4 Metodologia A presente pesquisa foi realizada sob a forma de revisão bibliográfica. Os trabalhos foram obtidos através de uma pesquisa eletrônica nos bancos de dados Scielo e Pubmed. Lá foram pesquisados materiais relacionados à Doença de Parkinson e à Dupla Tarefa, no período de março a setembro de 2012. Foram utilizados trinta estudos correspondentes ao período de 2001 a 2012, com exceção feita a um artigo teórico publicado anteriormente a esta data, que descrevia de forma categórica e com grande científico o tema em questão. Dentre os materiais estão incluídos artigos científicos e dissertações de mestrados. Os trabalhos que estavam na língua inglesa também foram utilizados. A busca de artigos foi dividida em duas etapas: 10 1) Durante a primeira etapa, foram utilizadas como critérios de busca as palavras-chaves “dupla tarefa”, “doença de Parkinson” e a combinação desses dois termos com a palavra “benefícios”; 2) A segunda etapa consistiu em uma pesquisa manual das referências citadas nos artigos que foram identificados na primeira etapa. 5 Resultados O estudo de Yogev et al. (2012) concluiu que o treinamento de marcha utilizando exercícios com dupla tarefa aprimora a capacidade de dividir a atenção durante a caminhada. Trata-se de um projeto piloto onde foi avaliada a viabilidade, eficácia, retenção e transferência para o desempenho de tarefas não treinadas em sete pacientes portadores de Doença de Parkinson. Basicamente o treinamento constitui-se em caminhar enquanto realizavam tarefas cognitivas de diferentes tipos. A duração de todo o treinamento foi de aproximadamente quatro semanas. Neste mesmo estudo, o treino com dupla tarefa também proporcionou melhorias na velocidade da marcha. Por outro lado, segundo a pesquisa realizada por Brauwer e Morris (2010), o treinamento de dupla tarefa aumenta o comprimento da passada durante a marcha e também a velocidade ao caminhar. Os autores deste trabalho puderam contar com a participação de vinte pacientes com Doença de Parkinson. Foram avaliados os padrões de caminhada antes e após um treinamento de dupla de tarefa de 20 minutos. No treinamento os participantes realizaram uma série de ensaios de 10 metros caminhando em sete condições: marcha só, e com seis diferentes tarefas adicionais que variam por tipo de tarefa (por exemplo, motor, cognitivo), de domínio (por exemplo, postural, manipulação manual, linguagem, cálculo, auditiva, visuo-espaciais), e nível de dificuldade. Em outro estudo que verificou os efeitos de dividir a atenção entre o caminhar e o desempenho de uma tarefa secundária cognitivo, Fox, Farrel e McMeeken (2012). Os participantes no grupo de treinamento (n = 6) receberam 30 minutos treinamento de atenção dividida em tomar grandes passos na realização simultânea de série três subtrações. Os participantes do grupo controle (n = 6) não receberam nenhum treinamento. Foi observado uma melhora na realização da marcha lenta e de passada curta e também otimizou a velocidade da marcha. Mas, não teve influencia em exercícios cognitivos, como por exemplo a taxa de enumeração após as subtrações. O estudo de Duncan e Earhart (2012) verificou que a dança (tango argentino), que por sua natureza de vários movimentos simultâneos e sincronizados pode ser considerado um exercício de dupla tarefa, teve um importante papel na melhora da função física no portador da doença de Parkinson. Além disso, foi concluído que a utilização do tango em longo prazo pode modificar a progressão da incapacidade geradapela doença. Já a dissertação de mestrado de Souza (2008), após a aplicação do treino de dupla tarefa, sendo uma tarefa motora e a outra cognitiva, constatou que é possível melhorar o desempenho destes dois tipos de tarefa em portadores de doença de Parkinson. Além disso, esta pesquisa mostrou que nos idosos saudáveis o desempenho na tarefa motora e na tarefa cognitiva também melhorou após a prática do treinamento. Fizeram parte do estudo vinte e três pacientes com doença de Parkinson e vinte idosos saudáveis. No caso das tarefas cognitivas, foi aplicada uma tarefa distrativa visual e uma tarefa distrativa auditiva. Ambos os desafios variavam em baixa complexidade e em alta complexidade. Já Kate (2008), em seu trabalho sobre disartria em doentes com doença de Parkinson, comprovou que a inclusão de uma tarefa motora enquanto os mesmos falam pode atenuar sintomas de disartria. Na pesquisa citada, a tarefa motora consistia em encaixar uma porca num parafuso, enquanto o doente falava. Entretanto, em algumas ocasiões, o treinamento através de dupla tarefa levou a um resultado oposto do esperado. Brown et al. (2009) concluiu em sua pesquisa que a adição da música enquanto o paciente com doença de Parkinson caminha pode exacerbar os déficits relacionados a doença. Além disso, tais pesquisadores constataram que na presença da música durante a caminhada, 11 o acréscimo de uma tarefa cognitiva aumentou ainda mais as deficiências. Neste estudo foram selecionados dez indivíduos com doença de Parkinson idiopática, sendo que os mesmos não foram instruídos para atender a música. Tampouco receberam instruções sobre quais tarefas priorizar. 6 Discussão Yogev et al. (2012), através de seu estudo, constatou que o treino de marcha utilizando dupla tarefa ocasiona melhorias na capacidade de dividir a atenção durante a marcha. Esta conclusão tem uma enorme relevância para quem sofre da doença de Parkinson, pois tais pessoas já apresentam grandes dificuldades, e se somado à deficiência na área da atenção, o risco de ocorrer um acidente ou uma queda durante a caminhada é enorme. Ao otimizar a capacidade de dividir a atenção, torna mais fácil a prevenção de acidentes, quedas, e consequentemente fraturas. E o aprimoramento da atenção facilitará tais pacientes a realizarem suas atividades diárias com mais segurança e mais eficácia. Por estas razões este estudo tem muito valor. Já a pesquisa de Brauwer (2010) demonstrou que o treinamento de dupla tarefa fez aumentar a qualidade da marcha através do aumento da velocidade e do comprimento do passo. Isto é muito benéfico para quem sofre desta patologia. A otimização do ato de caminhar aumenta exponencialmente a qualidade de vida, e desta forma permite que tais indivíduos voltem a realizar suas atividades de maneira um pouco mais eficaz, pelo fato do mesmo chegar mais depressa ao destino. A melhora da deambulação certamente irá atenuar os riscos de ocorrência de quedas, e com isto estas pessoas terão menos fraturas. A fratura, por sua vez, é causa de muita internação e óbito, principalmente na terceira idade, a faixa etária mais comum de casos da doença de Parkinson. Por isso, é importante investir na prevenção de quedas e de fraturas. O artigo de Souza (2008), por sua vez, constatou que é possível melhorar o desempenho dos portadores de doença de Parkinson, em tarefas motoras e em tarefas cognitivas. O desempenho dos idosos saudáveis em tais tarefas também melhorou. Este estudo demonstra que não é só o grupo dos portadores de Doença de Parkinson que é beneficiado com o treinamento com dupla tarefa. É o caso dos idosos saudáveis, os quais obtiveram resultados positivos. Além disso, é bem provável que pessoas que sofrem de outras anomalias neurológicas, como acidente vascular cerebral, traumatismo crânio encefálico, esclerose múltipla, dentre outras, também se beneficiem desta espécie de treinamento. Por outro lado, a melhoria do desempenho da cognição contribui para aumentar os níveis de atividade e a qualidade de vida, tanto no grupo da doença de Parkinson como nos idosos saudáveis. E justamente nestes dois grupos de indivíduos há a probabilidade de declínio cognitivo. Sem contar as inúmeras facilidades que o aumento do desempenho motor proporciona na vida destas pessoas, por exemplo, na marcha e nas atividades de vida diária em geral. No caso da pesquisa de Kate (2008), foi verificado que, com a aplicação de uma tarefa motora, houve atenuação dos sintomas de disartria. Trata-se de um ótimo resultado e foi muito valioso o fato da área da comunicação através da fala ter sido lembrada numa pesquisa. Acontece que a dificuldade de se comunicar através da fala ocasiona uma série de consequências, como isolamento e dificuldades no relacionamento social, depressão, problemas no trabalho, dificuldades em certos tipos de lazer, dentre outros danos, e isso acaba por minguar ainda mais a qualidade de vida. Por isso o assunto abordado é bastante pertinente. Já o estudo de Duncan e Earhart (2012) concluiu que a dança (tango argentino) teve um relevante papel na melhora da função física no portador de tal enfermidade, além de modificar a progressão da incapacidade, caso o tango seja utilizado em longo prazo. É preciso concordar com a relevância de tal pesquisa em alguns pontos: o primeiro é que a função física do paciente com doença de Parkinson pode cair drasticamente, seja devido à inatividade gerada pela própria progressão da enfermidade ou devido a outros fatores. Então, é fundamental para a qualidade de vida o retorno de uma função física eficiente, e deste modo 12 fazendo com que o paciente volte a realizar suas atividades que costumava fazer. O segundo ponto é que a redução da progressão da incapacidade conquistada através do tango também proporciona melhorias na qualidade de vida, e assim o retorno das atividades que o paciente realizava anteriormente. Já o terceiro ponto é que a participação do sujeito com doença de Parkinson em um evento de dança promove a socialização do indivíduo. A socialização neste caso é importante, e há dois motivos para se atribuir a importância da socialização: o primeiro é que se trata de uma enfermidade crônica a qual leva a pessoa ao isolamento social. O segundo motivo da relevância do convívio social é que esta doença costuma afetar a terceira idade, uma faixa etária que é muito comum do indivíduo buscar o afastamento das pessoas, e sabemos que o isolamento social é uma das maiores causas de depressão. A pesquisa de Fox, Farrel e McMeenken (2012) teve resultados semelhantes ao estudo de Brauwer e Morris (2010), ou seja, levou a benefícios no ato de caminhar. Como foi dito acima, melhorias na marcha aumenta exponencialmente a qualidade de vida, permitindo uma maior eficácia na realização das atividades, por fazer chegar mais depressa ao destino. Além disso, a facilidade na deambulação diminui os riscos de quedas, e em consequência, fraturas. E com a diminuição dos casos de fraturas, haverá menos internações e menos óbitos. Então, na pesquisa de Farrel e McMeenken (2012) se observou melhorias na marcha curta e otimização da velocidade da mesma. No caso do trabalho de Brown et al. (2009), foi constatado que a adição da música durante a caminhada pode exacerbar os déficits relacionados a doença de Parkinson. Também foi concluído que na presença da música enquanto o paciente caminha, o acréscimo de uma tarefa cognitiva aumenta ainda mais as deficiências. Sendo assim, não deveria acrescentar a música durante a marcha, pois desta forma os danos podem ser maiores que os benefícios. Por isso, não valeria a pena fazer esta experiência, ou seja, expor o paciente a muitos riscos. Além disso, existem outras maneiras mais seguras de oferecer melhorias ao portador da doença de Parkinson. 7 Conclusão De acordo com a presente pesquisa, concluímos que as situaçõesque exigem dupla tarefa geram muitas dificuldades não só para os portadores da Doença de Parkinson, mas para os diversos grupos de doentes neurológicos, incluindo sequelados de acidente vascular cerebral, de esclerose múltipla, de traumatismo crânio encefálico, e de outras doenças neurológica. As pessoas integrantes da terceira idade também apresentam dificuldades para enfrentarem situações que exigem dupla tarefa. Em outras palavras trata-se de situações que oferece muitos riscos para todos estes grupos de indivíduos. Por estes motivos, o treinamento de situações do cotidiano que envolve dupla tarefa seria fundamental para todos os grupos citados acima. Conforme a pesquisa, este treinamento foi bastante eficaz no grupo dos portadores da doença de Parkinson, com benefícios na marcha (melhorias na marcha curta, aumento do comprimento da passada e otimização da velocidade da marcha), na capacidade de dividir a atenção e até na fala, ao atenuar os sintomas de disartria. Além disso, o treinamento de situações de dupla tarefa trouxe benefícios no desempenho da área cognitiva. Concluímos também que a Doença de Parkinson ocasiona grandes sofrimentos tanto para a vítima como para a família, com prejuízos na área motora, respiratória, cardíaca, gastrointestinal, psicológica e cognitiva. Cabe ressaltar que, além dos prejuízos físicos, há prejuízo na área social, devido ao isolamento, a depressão e outros problemas causados pela enfermidade. Sugiro a inclusão do treinamento de dupla tarefa não só para tratar estes casos, mas com a finalidade de prevenção, e com isso diminuir o risco de quedas, a qual reduz drasticamente a qualidade de vida. Além desta sugestão, recomendo que os pesquisadores se aprofundem mais em estudos sobre assunto de dupla tarefa para que um maior contingente de pessoas sejam beneficiadas, ou seja, os idosos, os portadores de outras doenças neurológicas, e até os integrantes de outras faixas etárias. Além disso, sugiro que se façam mais pesquisas 13 sobre outras maneiras de melhorias da qualidade de vida no portador da doença de Parkinson, para um maior conforto do mesmo e da família, seja na área médica, na área farmacológica, na área da fisioterapia, da terapia ocupacional e da educação física. Referências AGID, Y. Parkinson´s Disease Pathophysiology. Lancet, 337 (8753): 13214, 1991. BAATILE, J. et al. Effect of exercise on perceived quality of life of individuals with Parkinson´s disease. J Rehabil Res Dev, 37(5): 529 – 534, 2000. BLOEM, B. R. et al. The "posture second" strategy: a review of wrong priorities in Parkinson's disease. 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