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Artigo Barbara Passos - Frutas Bioma Pampa

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21
Avaliação bioativa e do potencial antioxidante de três frutos nativos do Bioma Pampa: Araçá amarelo (Psidium cattleyanum), Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) e Jabuticaba (Plinia cauliflora). Perspectivas para a prevenção de danos em biomoléculas, ocasionados pelo estresse oxidativo. 
Autores: PASSOS, Barbara Thoany de Souza. HELBIG, Elizabete. BONILLA, Mirian Rejane
RESUMO
No Brasil há uma grande variedade de Biomas que abrigam valorosa flora com potencial medicinal. Neles, as frutas típicas, tropicais, subtropicais e de clima diversificado, compõem um cenário promissor para o controle e prevenção de inúmeras patologias. Ensaios recentes sugerem que os extratos de determinados frutos podem sinalizar efeitos positivos, por meio de seus antioxidantes naturais, nos mecanismos de defesa contra as espécies reativas de oxigênio (ERO’s) e nas doenças por elas causadas. O presente estudo avaliou três frutos do Bioma Pampa, oriundos do sul do Rio Grande do Sul-Brasil: Araçá amarelo (Psidium cattleyanum), Cereja-do-rio grande (Eugenia involucrata) e Jabuticaba (Plinia cauliflora), segregadas em polpa e casca. Foram avaliados os teores de vitamina C, compostos fenólicos, carotenoides e antocianinas. A atividade antioxidante foi determinada pelo método de captura do radical 2,2´- azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) – ABTS, em extratos aquoso e etanólico. Todas as análises foram realizadas em triplicatas e submetidas ao teste de Tukey – p<00,5 - ANOVA. O teor de umidade dos frutos foi superior a 75 %, o e oBrix, de 11,40 ± 0,08; 9,40 ± 0,36 e 12,90 ± 0,08, respectivamente para o Araçá amarelo, Cereja do-rio-grande e Jabuticaba. A maior atividade antioxidante foi observada nos extratos etanólicos da casca da Jabuticaba e do Araçá amarelo; e nos extratos aquosos da casca do Araçá amarelo, casca e polpa da Cereja-do-rio Grande e da Jabuticaba. O maior teor de acidez foi observado na casca e polpa da Jabuticaba, e o maior conteúdo de vitamina C foi observado na polpa do Araçá amarelo e na casca da Cereja-do-rio-grande. Os teores de compostos fenólicos e de antocianinas destacaram-se na casca da Jabuticaba. O maior conteúdo de flavonoides foi observado na polpa do Araçá amarelo e na casca da Jabuticaba. O teor de clorofilas se sobressaiu na casca da Cereja-do-rio-grande e na casca da Jabuticaba. O teor de carotenoides não se destacou nas porções dos frutos estudados. Conclui-se que os frutos nativos demonstram potencial na capacidade para auxiliar na proteção do organismo, pela inibição de radicais livres devido a presença de antioxidantes naturais, tanto na polpa quanto na casca.
Palavras-Chave: Bioma Pampa; Frutos nativos; Atividade Antioxidante; Estresse Oxidativo.
Bioactive evaluation and antioxidant potential of three native fruits of the Pampa Biome: Yellow Araçá (Psidium cattleyanum), Rio Grande Cherry (Eugenia involucrata) and Jaboticaba (Plinia cauliflora). Perspectives for the prevention of damage in biomolecules, caused by oxidative stress.
SUMMARY
There is a great variety of Biomes in Brasil with valuable medicinal potential. The typical fruits, tropical, subtropical and of diverse climate, constitute a promising scenario for the control and prevention of numerous pathologies. Recent studies suggest that extracts from certain fruits can signal positive effects through their natural antioxidants, in the defense mechanisms against reactive oxygen species (ROS) and in the diseases caused by them. The present study evaluated three fruits of the Pampa Biome, originating in the south of Rio Grande do Sul, Brazil: yellow Araçá (Psidium cattleyanum), Rio Grande Cherry (Eugenia involucrata) and Jaboticaba (Plinia cauliflora), segregated in pulp and peel. The contents of vitamin C, phenolic compounds, carotenoids and anthocyanins were evaluated. The antioxidant activity was determined by the capture of the 2,2'-azinobis (3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonic acid) - ABTS radical in aqueous and ethanolic extracts. All analyzes were performed in triplicates and submitted to the Tukey test - p <.05 - ANOVA. The moisture content of the fruits was greater than 75%, and oBrix of 11.40 ± 0.08; 9.40 ± 0.36 and 12.90 ± 0.08, respectively for Yellow araçá, Rio Grande cherry and Jaboticaba. The highest antioxidant activity was observed in the ethanolic extracts of the peel of Jaboticaba and Yellow araçá; and in the aqueous extracts of the peel of the yellow Araçá, peel and pulp of the Rio Grande cherry and the Jaboticaba. The highest acidity content was observed in the peel and pulp of Jaboticaba, and the highest vitamin C content was observed in the yellow Araçá pulp and in the peel of the Rio Grande cherry. The content of phenolic compounds and anthocyanins were prominent in the peel of Jaboticaba. The highest flavonoid content was observed in the yellow Araçá pulp and in the Jaboticaba peel. Chlorophyll content was prominent in the peel of the Rio Grande cherry and Jaboticaba. The carotenoid content did not stand out in the portions of the fruits studied. It is concluded that the native fruits demonstrate potential in the ability to assist in the protection of the organism by the inhibition of free radicals due to the presence of natural antioxidants, both in the pulp and in the peel.
Keywords: Pampa Biome; Native fruits; Antioxidant activity; Oxidative stress.
INTRODUÇÃO
Estudos revelam que o consumo de frutas e hortaliças está relacionado à prevenção das doenças crônicas, provavelmente, pelo aumento no consumo de compostos antioxidantes, nelas contidos. A principal necessidade de células e tecidos é proteger-se contra o estresse oxidativo, sendo de extrema importância para o sistema imune, onde, os níveis dos agentes agressores são controlados pelo sistema de defesa antioxidante, o qual é composto por antioxidantes e pro antioxidantes1. 
Hipócrates (460 a.C. - 377 a.C.) - considerado o pai da medicina ocidental - entre suas afirmações já destacava que os alimentos, quando escolhidos e ingeridos, de forma saudável, representavam a base da vida. Em sua célebre frase: "Seja o teu alimento o teu medicamento" e, “Seja o teu medicamento o teu alimento",2 reproduzia que, a utilização dos mesmos, como fontes de cura e bem-estar, se antes era nítida, passou a ser considerada além das crenças do "senso-comum", também, como prevenção e auxilio na promoção da saúde integral, sendo assim, perceptível, desde então, que a ciência reconhece na alimentação, um fator determinante para a prevenção de doenças 3,4,5. 
Nesse contexto, a busca por uma vida equilibrada têm sido uma constante, desde os primórdios, se estendendo até a sociedade contemporânea, encontrando, a partir de fontes naturais, os compostos ativos, capazes de manter a homeostase do organismo e garantir a proteção contra diversas enfermidades, tornando a alimentação o seu próprio medicamento. Esses determinantes ampliam o interesse da indústria farmacêutica pela diversidade contida nos Biomas brasileiros, um vasto patrimônio ainda inexplorado e com espécies vegetais, nativas, ameaçadas de extinção antes mesmo de serem descobertas pela ciência1,4. A importância desses ativos encontrados na natureza se baseia na presença dos fitoquímicos, que são compostos com potencial ação antioxidante contra os danos em biomoléculas, ocasionados pelo estresse oxidativo2, 3, 5.
A produção de ERO’s (Espécies Reativas de Oxigênio), no organismo provém de reações inerentes à vida, entre as quais, a respiração, trocas metabólicas e produção de energia, no meio intracelular. Essas espécies reativas, enquanto livres e em excesso, causam desequilíbrio, desencadeando o estresse oxidativo, um dos precursores das DCNT-Doenças Crônicas não Transmissíveis (câncer, coronariopatias, cardiopatias, acidente vascular encefálico-AVE, hipertensão arterial-HAS, envelhecimento precoce e demais processos degenerativos envolvidos nesse processo)6, 7, 8,9,10.
As frutas nativas, como Araçá amarelo (Psidium cattleyanum), Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) e Jabuticaba(Plinia cauliflora), pelas características que apresentam, são uma provável fonte protetora do material biológico contra ERO’s1,4,5,6. As cultivares do Bioma Pampa ainda são pouco explorados, mas merecem atenção por parte de pesquisadores, pois, estudos recentes alertam para um “peculiar potencial, em função de suas especificidades, com destaque para as características nutricionais, sendo ricas em vitaminas, antocianinas, antioxidantes, minerais e tantos outros demais compostos bioativos” 1,5,7.
Enquanto alguns destes compostos atuam como sequestradores de radicais livres, outros agem como quelantes de metais, catalisando reações de geração de espécies reativas de oxigênio – ERO’s 8,9. Assim, há um grande campo com potencial a ser explorado para a inserção de novas espécies em sistemas produtivos. Raros, no entanto, são os estudos que avaliam o real potencial antioxidante dos alimentos regionais, bem como a biodisponibilidade dos nutrientes e possíveis componentes antinutricionais.
Considerando a importância da preservação das espécies vegetais, aliada ao estímulo por uma dieta saudável, com características peculiares e prováveis ações benéficas à saúde, esse estudo buscou avaliar as propriedades das frutas nativas da região sul do País, por meio das frações de casca e polpa com ênfase no perfil de substâncias bioativas.
2 - Parte Experimental
O estudo foi realizado in vitro, com amostras cedidas gentilmente pela empresa Embrapa Clima Temperadas, com localização no Município de Pelotas/RS- Rodovia BR-392, Km 78, 9º Distrito, Monte Bonito Caixa Postal 403, CEP: 96010-971. 
3 - Materiais e métodos
3.1-Materiais
Foram utilizadas no experimento, variáveis das frutas de Araçá amarelo (Psidium cattleyanum), Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) e Jabuticaba (Plinia cauliflora), colhidas no ponto ideal de maturação em época de safra, obtidas da região sul do Rio Grande do Sul, oriundas das cultivares da empresa Embrapa Clima Temperado, para as análises e elaboração desse estudo. 
3.2-Métodos
Polpa e casca de Araçá amarelo (Psidium cattleyanum), Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) e Jabuticaba (Plinia cauliflora), foram coletadas nos meses da safra, no estágio de maturação comercial, selecionadas a partir da firmeza dos frutos e coloração característica. Após essa etapa, as frutas saudáveis, foram lavadas com água corrente, secas à temperatura ambiente e armazenadas à ± -17ºC (freezer convencional), individualmente, em embalagens de polietileno. Na sequência, foram transportadas em caixas térmicas, isoladas e colocadas em ultra-freezer, com temperatura de -85 ºC, para posteriores análises.
Em seguida as frutas foram descongeladas em temperatura ambiente, separadas nas frações de polpa e casca, dando início aos estudos experimentais.
3.3- Determinação de macronutrientes
O conteúdo de água, cinzas, proteínas, açúcares totais e lipídios, foi determinado segundo a Associação Analítica de Química (AOAC): Official Methods of Analysis. Washington (USA)11, com algumas modificações.
3.4- Determinação de Graus Brix
A leitura de ºBrix foi realizada em triplicata, por meio de refratômetro eletrônico, utilizando uma gota do suco da polpa de cada fruta.
3.5-Determinação de cor
A cor foi avaliada objetivamente pela refletância no espaço de cor, usando colorímetro Minolta CR-300, com iluminante padrão D65 e ângulo de observação de 2º diretamente na casca das frutas inteiras limpas e secas, seguindo a metodologia da Hunterlab, 199612. 
As leituras foram realizadas em triplicata em diferentes pontos dos frutos e, logo após, realizada a média desses valores.
3.6- Determinação de compostos fenólicos 
Para a determinação de compostos fenólicos das amostras das frutas foi utilizado o método de Folin-Ciocalteu, com pequenas modificações13. Foram retirados 0,5 mL das amostras, e após, misturados com 2,5 mL de reagente 0,2 N, e após cinco minutos, adicionados 2 mL de solução de carbonato de sódio (7,5%). Após a incubação, à temperatura ambiente, no escuro por 2 h, a absorbância foi medida a 725 nm em espectrofotômetro (JENWAY 6705 UV/Vis). A curva padrão com ácido gálico nas concentrações de 30 a 500 μg.mL-1 foi utilizado como curva de calibração. Os resultados foram expressos em mg equivalente de ácido gálico por 100 g de matéria seca (mg EAG.100g-1).
3.7- Determinação de carotenoides
O teor total de carotenoides foi determinado segundo a metodologia descrita por Rodriguez-Amaya (2001)14. As leituras foram realizadas nas absorbâncias de 450 nm (β-caroteno), 445 nm (α-caroteno), 449 nm (zeaxantina) e 470 nm (licopeno). 
As quantificações foram realizadas através da Equação 1 e os resultados expressos em miligramas por 100 g de matéria seca.
Carotenoides (µg.g-1) = Absorbância x volume do extrato (mL) x 106 (eq.1) 
	 Coeficiente de absorção x 100 x peso da amostra (g)
 
3.8-Determinação de antocianinas
	O teor de antocianinas foi determinado de acordo com método descrito por Francis (1982)15. Suspendeu-se 1g de amostra em 10mL de solução de extração (1,5N HCl em etanol a 85%) em tubo Falcon de 50mL. Homogeneizou-se por 2 min em vortex e completou-se o volume para 50 mL com a solução extratora. Deixou-se no escuro e refrigerado durante 12 horas. Após foi filtrado em papel filtro whatman nº1, colocado 1000μL do filtrado num balão de 10mL. Realizou-se as leituras das absorbâncias em 535 nm e 374 nm, e fez-se o cálculo através da equação 1:
Teor de antocianinas = (ABS x fator de diluição) x 1000 (eq.1)
 Peso amostra x Coeficiente absorção
ABS= 535 nm; coeficiente de absorção= 982 (g/100mL)-1. cm-1.
3.9-Determinação de flavonoides
O conteúdo total de flavonoides foi determinado usando o método de Funari e Ferro (2006)16, com poucas modificações. O volume de 500 μL de cloreto de alumínio 2% em metanol foram misturados com o mesmo volume da solução de amostra (100 μL de extrato para 50 mL de água destilada). A leitura foi feita em 425 nm, sendo o conteúdo total de flavonoides determinado usando uma curva padrão de quercetina. Os resultados foram expressos em termos de equivalentes de miligrama de quercetina por 100 gramas de matéria seca (mg EQ 100g-1).
3.10- Clorofilas
Amostras de 1 g foram adicionadas à 5 mL de acetona a 80% (v/v). O material foi centrifugado a 3000 rpm por 15 min e o sobrenadante transferido para um balão volumétrico de 25 mL, completando-se esse volume com acetona a 80% (v/v). A absorbância do extrato foi obtida por espectrofotometria a 647 e 663 nm, o equipamento Ultrospec 2.000 UV/Visível (Pharmacia Biotech), foi ser zerado com acetona 80%. Os teores de clorofilas totais, ‘a’ e ‘b’ foram calculados através das Equações 2, 3 e 4, estabelecidas por Lichtenthaler (1987)17. Os resultados foram expressos em miligramas por g de matéria seca.
 				(2)
 				(3)
 				(4)
3.11- Determinação da atividade antioxidante
A atividade antioxidante por ABTS foi determinada através da capacidade dos compostos presentes nas amostras em sequestrar o radical ABTS (2,2'-azino-bis (3-ethylbenzthiazoline-6-sulfonic acid), segundo método de Re et al. (1999)18, com modificações. Para isto, 2 g da amostra foram pesadas em tubo Falcon, aos quais se adicionou 20 mL de metanol. Após a mistura foi homogeneizada usando um Ultra-Turrax, seguido do armazenamento por 24 h sob agitação e banho-maria à 25°C. Após o extrato foi filtrado com algodão e armazenado em vidro âmbar sob refrigeração. 
Foi preparada uma solução de ABTS, onde se adicionou 5 mL de ABTS 7 mM e 88 μL de per sulfato de potássio 140 mM, a mistura foi mantida no escuro, à temperatura ambiente por 16 h. Em seguida, diluiu-se 1 mL da mistura em metanol até obter a absorbância de 1,410 ± 0,010 a 734 nm.
Para a quantificação da atividade antioxidante, 100 μL do extrato da amostra foram adicionados a 3,9 mL de solução de ABTS, então a mistura foi homogeneizada usando um Ultra-Turrax. A amostra foi lida em espectrofotômetro Ultrospec 2.000 UV/Visível (Pharmacia Biotech) após 6 min de reação,em um comprimento de onda de 734 nm.
A atividade sequestrante de radicais livres foi determinada pela comparação com uma curva padrão de Trolox (5,7,8-tetramethylchromane-2-carboxylic acid), e os resultados expressos em μmolTEAC.g-1 amostra, sendo a capacidade antioxidante equivalente a Trolox relativa.
3.12- Determinação de acidez
A acidez titulável foi determinada por volumetria potenciométrica, indicada para amostras escuras ou fortemente coloridas. As amostras foram diluídas em água e homogeneizadas, então o pH foi determinado em pHmêtro de bancada previamente calibrado com soluções-tampão pH 4,0 e 10,0. As soluções foram tituladas com hidróxido de sódio 0,1 M até uma faixa de pH (8,2-8,4), de acordo com o método 311/IV do Instituto Adolfo Lutz (2008)19. Os resultados foram expressos em %.
3.13- Deteminação de vitamina C
O teor de Vitamina C foi determinado através do método descrito por Zambiazi (2010)20. Para isto foi extraído o suco da fruta, filtrado e a quantificação de ácido ascórbico (vitamina C) foi realizada através de titulação, fazendo uso de solução padrão de iodo e tiossulfato de sódio e solução de amido como indicador. Os resultados foram determinados pela equação 1, expressando os resultados em mg de ácido ascórbico.100 mL-1 de suco.
 Vit C = (V1 x F1) - (V2 x F2) (Equação 1)
Onde: V1= Volume de iodo gasto na titulação
 V2= Volume de tiossulfato gasto na titulação
 F= fator de correção das soluções
4- Análises estatísticas
Para análise dos resultados obtidos foi utilizada a análise de variância ANOVA, seguido do teste estatístico de Tukey, considerando como nível de significância estatística, o limite de 5%. 
5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1- Analises fisico-químicas
De acordo com os resultados apresentados, observa-se que as frutas são constituídas por alto teor de umidade, reforçando seu índice elevado de perecibilidade, fato esperado, uma vez que são espécies que possuem alta concentração de água19. Metodologias de secagem são utilizadas para diminuição de percentual de perdas de propriedades 19,20. Todas as amostras diferiram significativamente (p<0,05) umas das outras em relação a umidade, a exceção foi a amostras CC e CP que não diferiram uma da outra, porém se diferiram em relação as demais. 
As amostras deixaram uma baixa quantidade de cinzas, indicando escassa quantidade de minerais presentes tanto na casca quanto na polpa das frutas. A amostra AC se diferenciou significativamente (p<0,05) de todas as demais amostras em relação as Cinzas. As amostras AP, CC não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Cinzas, e a CP, JC e JP também não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Cinzas. A CC se diferenciou significativamente (p<0,05) da CP. E amostra JP só se diferenciou significativamente da amostra AC em relação ao conteúdo de cinzas, das demais ela não se diferenciou.
O teor de Lipidios encontrados foi menor nas polpas das frutas, mesmo na casca das frutas o teor de gordura não ultrapassa 1%, como pode ser observado também no estudo de Monteiro et al. (2009)21. As amostras AP, CP e JC não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Lipideos, e a CP, JC e JP também não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Lipideos. Porém as amostras AC e CC apresentaram diferenças significativas (p<0,05) em relação todas demais. A amostra AP também se diferenciou significativamente (p<0,05) da amostra JP em relação aos lipídeos.
Verificou-se que as amostras AC, AP não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Proteínas, e a CP, JC e JP também não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Proteínas. Porém as amostras AC e AP apresentaram diferenças significativas (p<0,05) em relação todas demais. A amostra CC também se diferenciou significativamente (p<0,05) de todas as demais amostras em relação as proteínas. Ressalta-se que a casca da Cereja-do-rio-grande possui maior teor de proteínas, até a data de publicação desse artigo não foram encontrados resultados na literatura do teor proteico da casca da cereja-do-Rio-Grande, portanto sua comparação carece de mais performances que visem qualificar seu valor nutricional e biomédico, entretanto, na composição do fruto inteiro, Kinupp (2008)22 observou taxas relevantes de proteína(41%). 
Já a polpa do araçá amarelo apontou a maior concentração de carboidratos, o que corrobora com os estudos de Vanin23, que encontraram um valor de 14,43 ± 5,21 para hidratos de carbono no fruto inteiro do araçá amarelo. A amostra AC se diferenciou significativamente (p<0,05) de todas as demais amostras em relação a Carboidratos. As CP, JC e JP não diferiram uma da outra (p>0,05) em relação ao teor de Carboidratos. AP e CC também não diferiram (p>0,05). Nas demais comparações houveram diferenças (p<0,05).
Tabela 1. Composição centesimal das porções das frutas (g.100g-1)
	%
	Umidade
	Extrato Etéreo
	Proteína Bruta
	Cinzas
	Carboidratos
	AC
	80,03±0,02ª
	0,13±0,01c
	1,02±0,35a
	0,73±0,01a
	18,09±0,40a
	AP
	76,27±0,06b
	0,073±0,01a
	1,16±0,38a
	0,080±0,01bc
	22,42±0,45d
	CC
	84,55±0,28c
	0,53±0,01d
	4,34±0,11c
	0,13±0,13bc
	10,45±0,52c
	CP
	84,38±0,45c
	0,04±0,01ab
	2,60±0,27b
	0,46±0,17c
	12,52±0,56b
	JC
	82,35±0,02d
	0,04±0,01ab
	2,63±0,27b
	0,38±0,049c
	14,60±0,33b
	JP
	87,91±0,11e
	0,03±0,03b
	1,97±0,22b
	0,25±0,060c
	9,84±0,08b
AC= Araçá amarelo Casca; AP= Araçá amarelo Polpa; CC= Cereja-do-rio-grande Casca; CP= Cereja do Rio Grande Polpa; JC= Jabuticaba Casca; e JP= Jabuticaba Polpa. 
*Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05).
Graus Brix, Cor e acidez
ºBrix são utilizados para avaliar o teor de sólidos solúveis das frutas. Geralmente esses sólidos são compostos de açúcares, portanto os valores obtidos pelo refratômetro indicam o grau e doçura da fruta, que juntamente com a cor e a acidez, auxiliam na determinação do seu ponto de maturação e do melhor tempo para colheita20. 
As frutas apresentaram os valores de ºBrix distintos, diferindo significativamente entre si com maiores valores para a jabuticaba, conforme pode ser observado na tabela 3.
O teor de sólidos solúveis totais e a acidez da cereja-do-Rio-Grande corroboram para seu sabor característico citrico e adocicado, os valores encontrados se aproximan aos encontrados no estudo de Camlofski (2008)24 , 9,50 ºBrix e a acidez 19,85 mL de KOH 0,1 Mol.L-1.100 g-2, o que está diretamente relacionado com o sabor característico, doce e ácido dessa fruta, assim como a jabuticaba.
Tabela 3: Acidez e teor de sólidos solúveis e acidez em três frutas nativas do sul do Brasil
	
	Acidez (mg/g ácido cítrico)
	Graus Brix
	AC
	12,5829 ±1,0462 c
	11,4 ±0,08165 b
	AP
	12,9469 ±1,7166 c
	
	CC
	17,5128 ±2,4893 b, c
	9,4 ±0,368179 c
	CP
	18,4775 ±1,6389 b
	
	JC
	27,1797 ±1,4266 a
	12,9 ±0,08165 a
	JP
	25,5108 ±0,3151 a
	
Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05). AC= Araçá amarelo Casca; AP= Araçá amarelo Polpa; CC= Cereja-do-rio-grande Casca; CP= Cereja do Rio Grande Polpa; JC= Jabuticaba Casca; e JP= Jabuticaba Polpa.
A cor é utilizada tanto para estimar os níveis de compostos dos alimentos quanto para o processo de seleção de novas plantas, uma vez que é um dos atributos mais valorizados pelo consumidor. A curva de refletância observada no padrão RGB, na qual “L” indica luminosidade e “A” e “B” são as coordenadas cromáticas – A= vermelho/verde (+a indica vermleho e –a indica verde); B= coordenada amarelo / azul (+b indica amarelo e –b indica azul) – aponta um valor menor de “L” para a fruta jaboticaba, uma vez que apresenta menos refletancia de luz por se tratar de uma fruta escura, noutro extremo do resultado está o araçá-amarelo, que é a fruta mais clara do estudo, portanto a que apresenta maior indice de luminosidade12. No espectro “A” a cereja-do-Rio-Grande se destacou pela sua coloração vemelha/alaranjada, e no espectro “B” o araçá-amarelo obteveo maior resultado devido sua coloração amarelada. Ainda no expectro “B” em contrapartida a jaboticaba obteve os resultados mais baixos devido sua coloração azulda. Os resultados estão descritos na tabela 4, apontando diferença estatisticamente significativa entre as três frutas.
Tabela 4. Medida de cor de três frutas nativas do sul do Brasil 
	
	COR
	
	L
	A
	B
	Araçá Amarelo
	60,89 ±5,72 a
	2,85 ±4,58 b
	37,20 ±3,29 a
	Cereja-do-rio-grande
	27,66 ±1,46 b
	13,84 ±0,75a
	5,11 ±0,96 b
	Jabuticaba
	28,98 ±0,50 b
	3,56 ±1,09 b
	1,20 ±0,59 c
*Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05).
L = Luminosidade; A = coordenada vermelho/verde (+a indica vermelho e -a indica verde); B = coordenada amarelo / azul (+b indica amarelo e –b indica azul)
5.2- Avaliação de compostos fitoquímicos
Os compostos fenólicos são os maiores responsáveis pela atividade antioxidante em frutos25 oliveira f c extratos. Para que esses compostos sejam considerados antioxidantes e exercer seu papel biológico, é necessário que, em baixas concentrações, sejam capazes de impedir ou retardar a auto-oxidação ou oxidação mediada por radicais livres26. 
Observa-se, na Tabela 5, uma maior quantidade de compostos fenólicos na casca da jaboticaba (51595,3 ±14563,5), sendo o único resultado com diferença estatisticamente significativa. A casca da Jabuticaba é amplamente apontada como um alimento rico em compostos fenólicos27. Dentro desses conpostos cabe destaque para os flavonoides que são compostos fenólicos encontrados naturalmente nas plantas que determinam suas caracteristicas de cor e sabor, alem de lhe conferir potencial antioxidante28. A casca da jaboticaba e da cereja do rio Grande que apresentaram os maiores valores desse composto, apontando diferenças significativa em relação as demais amostras.
O teor de Vitamina C foi maior nas porções da Polpa do araçá amarelo e na casca da cereja do Rio Grande, apontando diferenças estaticamente significativas em relação às outras porções.
Tabela 5. Conteúdo de compostos fenólicos, flavonoides, acidez e vitamina C 
	
	Compostos Fenólicos (mg EAG/100g)
	Flavonoides
(mg EQ/100g)
	Vitamina C
 (mg/100g)
	AC
	102,6 ±0,1 b
	9,6 ±0,5 b
	6,9 ±0,5 b
	AP
	97,7 ±0,3 b
	10,4 ±1,1 b
	10,3 ±0,1 a
	CC
	112,5 ±0,7 b
	14,6 ±1,3 a
	10,6 ±1,7 a
	 CP
	105,3 ±0,4 b
	10,5 ±0,4 b
	5,6 ±0,6 b, d
	 JC
	51595,3 ±14563,5 a
	17,5 ±1,2 a
	3,3 ±0,8 c, d
	 JP
	100,2 ±0,0002 b
	9,6 ±0,7 b
	1,9 ±0,4 c
Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05)
AC= Araçá amarelo Carca; AP= Araçá amarelo Polpa; CC= Cereja-do-rio-grande Casca; CP= Cereja do Rio Grande Polpa; JC= Jabuticaba Casca; e JP= Jabuticaba Polpa.
As antocianinas são pigmentos solúveis na água, variando em vermelho, laranja e azul. Sendo a casca da jabuticaba altamente pigmentada, já se esperava um alto teor desse composto (1,902749 ± 0,161868), assim como o resultado encontrado em estudos correlatos,27 constituindo o único resultado que apresentou diferença estatisticamente significativa. 
A clorofila apresentou maior valor nas porções de casca da cereja do Rio Grande e na jaboticaba. Sendo que as duas não diferiram entre si, no entanto CC também não apresenta diferenças estatisticamente significativas entre nenhuma das outras porções das frutas avaliadas.
Em relação aos carotenoides, a porção CC foi a que apresentou maior valor dentre os resultados obtidos (144970,2000 ± 540,7599) além de mostrar diferença significativa estatisticamente comparada a todas as outras porções.
Tabela 6. Conteúdo de Clorofila, Carotenoides e antocianinas. 
	
	Clorofilas Totais
(mg/100g)
	Carotenoides
(µg /1g)
	Antocianinas
(mg/100g)
	AC
	0,4211 ±0,1006 b
	27363,1000 ±5171,8580 e 
	0,0104 ±0,0028 b
	AP
	0,2620 ±0,0813 b
	30545,6300 ±432,2190 d, e
	0,0041 ±0,0040 b
	CC
	0,6764 ±0,0934 a, b
	144970,2000 ± 540,7599 a
	0,2906 ±0,1702 b
	CP
	0,2219±0,0761 b
	44265,1500 ±11551,2300 b, d
	0,0339 ±0,0121 b
	JC
	1,2936 ±0,4476 a
	54429,3500 ±7244,8470 b
	1,9027 ±0,1619 a
	JP
	0,2684 ±0,0489 b
	3333,5830 ±908,1596 c
	0,0677 ±0,0415 b
Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05)
AC= Araçá amarelo Carca; AP= Araçá amarelo Polpa; CC= Cereja-do-rio-grande Casca; CP= Cereja do Rio Grande Polpa; JC= Jabuticaba Casca; e JP= Jabuticaba Polpa.
5.2- Avaliação do potencial antioxidante
Algumas das porções das frutas avaliadas obtiveram resultados com diferenças significativas no que diz respeito a seu potencial de atividade antioxidante pelo método ABTS. Além disso, observa-se uma oscilação nos resultados das frutas quanto ao tipo de extração a que foi submetida, conforme pode ser observado na Tabela 2. 
As amostras que apresentaram maior potencial antioxidante foram a casca da cereja do Rio Grande (99,18615 ±0,329039) e a casca da jaboticaba (99,33517 ±0,218091) em extrato aquoso e casca do araçá amarelo (99,59259 ±0,183946) e casca de jaboticaba (99,24691 ±0,142912) em extrato etanólico.
Araújo aponta resultados significantes em relação ao fruto inteiro da Cereja-do-rio-grande29.
De acordo com os dados obtidos pelo presente estudo, observa-se que a maior capacidade antioxidante do fruto encontra-se na porção da casca. Já para o Araçá e a Jabuticaba, a porção AC (99,59259 ±0,183946) apresentou maior percentual de inibição do radical ABTS em solução de etanol, juntamente com a porção JP (66,87654 ± 2,013292).
A casca da Jabuticaba se mostra um valioso antioxidante natural pela sua alta taxa de compostos fenólicos que atribuem a porção do fruto poder de proteção através da inibição de radicais livres pela sua capacidade antioxidante27,30. Do mesmo modo, o araçá amarelo destaca-se a respeito de seu potencial antioxidante, monstrando-se, uma fonte de vitaminas e minerais31. Os dados deste estudo corroboram com investigações que afirmam que boa parte dos compostos benfeitores se encontram na porção da casca da fruta30. 
O extrato aquoso apresentou maior capacidade de sequestrar o radical ABTS com exceção da porção da casca do araçá amarelo. O mesmo se observa em um estudo com amoras pretas32.
Tabela 2. Atividade antioxidante de casca e polpa de frutas, em extrato aquoso e etanólico, expressa em porcentagem de inibição do radical ABTS.
	
	Atividade Antioxidante – ABTS
	
	Extrato Aquoso
	Extrato Etanólico
	AC
	74,58735 ±11,99269 a, b
	99,59259 ±0,183946 a
	AP
	62,116 ±21,47996 b
	45,62963 ±2,796726 c
	CC
	99,18615 ±0,329039 a
	65,65432 ±2,891947 b
	CP
	64,77533 ±3,476675 a, b
	47,33333 ±1,392054 c
	JC
	99,33517 ±0,218091 a
	99,24691 ±0,142912 a
	JP
	89,90142 ±6,342886 a, b
	66,87654 ±2,013292 b
*Letras diferentes na coluna indicam diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05).
AC= Araçá amarelo Casca; AP= Araçá amarelo Polpa; CC= Cereja-do-rio-grande Casca; CP= Cereja do Rio Grande Polpa; JC= Jabuticaba Casca; e JP= Jabuticaba Polpa.
Figura 1. Percentual de Inibição do radical ABTS em diferentes extratos
CONCLUSÃO
Todas as amostras estudadas apresentaram um baixo teor de cinzas e lipídeos e elevada umidade, refletindo sua perecebilidade. A cereja de Rio Grande se destacou pelo elevado teor proteico contido na porção da casca e o araçá amarelo pelo teor elevado de carboidratos em sua polpa.
A avaliação das frações das frutas permite concluir que a maior atividade antioxidante concentra-se na casca, principalmente na Cereja-do-rio-grande e na jabuticaba, em meio aquoso, comportamento similar quando utilizado o meio etanólico, que resultou em maiores valores para casca de Araçá amarelo e de Jabuticaba. Para os flavonoides, maiores concentrações foram encontradas na casca das frutas em estudo, exceto para a polpa do Araçá amarelo, comportamento similar para a vitamina C. Os compostos fenólicos se destacaram na casca da Jabuticaba e os carotenoides na casca da Cereja-do-rio-grande. Considerando os estudos realizados in vitro, conclui-se que os frutos nativos demonstram potencial capacidade para auxiliar na proteção do organismo, inibindo a ação dos radicaislivres pela presença de seus antioxidantes naturais, na polpa e casca.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos o desempenho de toda a equipe envolvida no presente estudo, em especial à Empresa Embrapa Clima Temperado-Pelotas/RS, pela cedência do material para as análises e elaboração da Pesquisa; ao Laboratório de Cromatografia, do Curso de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial/Faculdade de Agronomia/UFPEL; ao Departamento de Nutrição (FN) e Saúde Coletiva, da Universidade Federal de Pelotas, envolvidos nesse Projeto, pelo suporte e apoio nas amostragens, contribuindo, de forma determinante, desde a coleta de dados até a formulação dos resultados, para o êxito e pronto desenvolvimento do trabalho.
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% DE INIBIÇÃO DO RADICAL ABTS+ 
EXTRATO AQUOSO	AC 	AP 	CC 	CP 	JC 	JP 	74.587345254470378	62.116001834021112	99.186153140761078	64.775332416322016	99.335167354423874	89.901421366346099	EXTRATO ETANÓLICO	AC 	AP 	CC 	CP 	JC 	JP 	99.592592592592069	45.62962962962964	65.654320987654259	47.333333333333343	99.246913580247721	66.876543209876544

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