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Direito Civil - Seção 5 - Recurso de Apelação

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU/SP
Autos do processo nº
VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS C/C PERDAS E DANOS que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA., inconformada com a r. sentença de fl s., que julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais vem, respeitosamente, interpor o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO
com base no artigo. 1.009 do Código de Processo Civil, exigindo seu retorno à instância superior após o cumprimento das formalidades estilísticas, bem como a decisão de recurso para alteração da sentença. É necessária prova de pagamento das custas judiciais relacionadas com o recurso.
Termos em que, 
pede e espera deferimento.
Bauru - SP, ... de ...
Advogado ...OAB/SP ...
APELANTE: VIAÇÃO METEORO LTDA.
APELADA: CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA.
Autos de nº
Comarca de Bauru/SP
EMÉRITOS DESEMBARGADORES, 
I. DOS FATOS
A ora Apelada ajuizou esta ação de indenização, resumindo que, em 11/02/2017, o veículo da Apelante teria causado danos ao veículo de sua propriedade, em decorrência de acidente de trânsito. Ao final, o Apelada solicitou o valor de R $ 35.000,00 referente à reparação do veículo, além de danos emergentes representados pelo valor de 10.000,00, referente ao valor do dano sofrido com fornecedores e locador, além de R $ 30.000,00 referente aos lucros cessantes da empresa em decorrência da paralisação das atividades.
Em seguida, logo após a devida citação, o Apelante apresentou réplica em que foi indeferida a responsabilidade pelo sinistro, tendo em conta as provas apresentadas. Também foram solicitados a denunciação da lide da Trafegar S / A e reconvenção solicitando a reparação do veículo Reconvinte no valor de R $ 22.000,00. Inicialmente, a reclamação foi indeferida por falta da apólice original e do contrato de seguro. Porém, posteriormente, após a contestação, foi realizada uma instrução e uma audiência, durante a qual as partes ouviram as testemunhas.
Encerrada a instrução processual, o r. tribunal acatou parcialmente as reivindicações originais, ordenando que o réu pague 60% do valor do reparo do veículo e lucros cessantes, e examinando parcialmente a reconvenção, ordenando que o recorrente pague um valor correspondente a 40% das reparações necessárias para as reconvenções. O recorrente interpôs Apelante interpôs Embargos de Declaração, em caso de omissão e contradição.
O r. tribunal acatou parcialmente o pedido de esclarecimento para dar provimento à reclamação e redistribuir a sentença de forma a torná-la consistente com a fundamentação e a decisão, condenando, assim, a recorrente no pagamento do valor correspondente a 40% da indenização pela reparação da viatura da autora e lucros cessantes, condenando adicionalmente A Apelada pelo pagamento de uma quantia correspondente a 60% do valor da reparação do veículo da Apelante..
Ainda assim, ele não viu a contradição na distribuição, bem como a divergência de culpa das provas existentes no processo. Esta é uma decisão que deve ser apelada.
II. TEMPESTIVIDADE
A r. decisão que acolheu parcialmente os Embargos de Declaração, oportunamente interposta pela sentença r, foi publicada em ... Assim, conclui-se que o prazo para interposição do recurso expira em ... Ante isto, conclui-se que este recurso é tempestivo.
III. PRELIMINARMENTE – DA AUSÊNCIA DE DECISÃO DA IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA.
É possível verificar que o tribunal não avaliou esta situação, revelando negligência em prejuízo do Apelante, visto que cada revogação da sentença afetará o valor das custas judiciais e os honorários advocatícios. Esta situação violou o disposto no art. 292 inciso V do Código de Processo Civil.
O art. 1.013, parágrafo 3, inciso III, do Código de Processo Civil, admite-se que apelação verse sobre pedido ou questão não julgada pela r. sentença, por omissão. Ressalte-se que o Apelante apresentou Impugnação ao valor da causa em sua defesa, visando a alteração do valor reclamado de R $ 1.000,00 para R $ 75.000,00 para que a substância econômica da solicitação fosse adequada.
Todavia, requer a V. ex.ª. preliminarmente, que o pedido de impugnação do valor da causa seja apreciado, em recurso, para que o valor da causa seja alterado para R $ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
IV. DAS RAZÕES PARA O PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO.
Por infortúnio, a digna sentença de 1º grau não procedeu com a habitual justeza, visto que a sentença foi proferida sem a devida consideração das provas apresentadas nos autos. Ademais, a partir das provas produzidas nos autos, pode-se concluir que a culpa exclusiva do acidente foi da empresa Apelada. 
Com efeito, a r. sentença, com as alterações decorrentes do provimento parcial dos Embargos de Declaração, julgou
“parcialmente procedentes os pedidos da Autora Caipira Hortaliças, para condenar a Ré Viação Meteoro Ltda. no pagamento da quantia de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais), correspondentes a 40% do valor do conserto do veículo, bem como da quantia de R$ 12.000,00 (doze mil reais), correspondente a 40% do valor dos lucros cessantes requeridos na exordial. Julgo improcedente o pedido de danos emergentes referentes aos fornecedores e locador do imóvel da Autora. 
Os valores deverão ser corrigidos pela tabela da corregedoria de justiça e os juros moratórios de 1%, contados ambos a partir do fato danoso, a teor das súmulas 43 e 54 do Superior Tribunal de Justiça. Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo a Autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306 do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a arcar com 60%”
 Na verdade a r. sentença é seriamente contraditória, bem como discrepância com as provas apresentadas no processo. Além disso, a distribuição dos honorários advocatícios diferia quanto ao grau de culpa das partes a que se refere o art. o tribunal de representação em detrimento do Apelante. 
Logo, permitiu a compensação de honorários de sucumbência, o que não é mais permitido pelo Código de Processo Civil Brasileiro. Portanto, a decisão requer reforma.
V. DA CULPA EXCLUSIVA DA APELADA PELO ACIDENTE – DECISÃO EM CONTRARIEDADE ÀS PROVAS PRODUZIDAS PELOS AUTOS
O entendimento de sentença foi o seguinte:
“considerando essas circunstâncias, ambos os motoristas infringiram o disposto nos artigos 28, 29, inciso II e 34 do Código Brasileiro de Trânsito. No caso, faltou às partes a necessária diligência no cumprimento das normas de trânsito, sendo certo que a conduta de uma ocasionou o equívoco da outra.”
Acontece que, assim como os depoimentos de testemunhas, bem como os relatos de peritos e policiais que acompanharam a investigação, a localização final dos veículos e as percepções das testemunhas indicaram que na verdade o veículo de apelação foi aquele que entrou no contramão direcional por perder o controle do veículo em decorrência de uma derrapagem.
O juiz, no próprio dispositivo da sentença, relata que:
“A partir do depoimento da testemunha 1, qualificada no relatório do interrogatório, parece que o ônibus conseguiu parar primeiro e foi atingido depois. No entanto, o depoimento da testemunha, bem como dos peritos que trataram do incidente, indicou que a viatura da Autora se chocaria contra a viatura do Réu. "
Esta declaração indicava que o juiz concluiu que a culpa é do veículo da Autora, que causou a colisão em decorrência de uma incursão no sentido do trânsito. Porém, para resumir, o julgamento foi errôneo, preferindo o método de distribuição dos prejuízos entre as partes, em genuína contradição no veredicto.
A decisão também violou o art. 1.022 ponto I do Código de Processo Civil, pois não eliminou a contradição indicada na Declaração de Embargo. No caso, está devidamente comprovado que não houve negligência, imprudência ou abuso por parte do motorista da Apelante, visto que o acidente decorreu de uma intrusão no sentido de circulação do veículo da Apelada. Esta situaçãomostra que, portanto, não há obrigação de indenizar uma vez que a única culpa da arguida foi da Apelada.
Mas apesar da advertência na Declaração de Embargos de tal contradição, o Tribunal considerou que a culpa coexistia, embora todas as evidências indicassem que a culpa era unicamente do Recurso! Nesse ponto, os artigos 186 e 927 do Código Civil ainda estavam violados, havendo também uma aplicação incorreta do art. 944 e 945, também do Digesto Civil e artigos. 46 e 48, §1º do Código de Trânsito Brasileiro, isto que a narrativa apresentada na contestação indicava que a sentença não condizia com as provas apresentadas nos autos.
Por outro lado, importa referir que a decisão sobre o pedido reconvencional também carece de alteração, pois, se houver o reconhecimento de que houve a improcedência dos pedidos da Apelada, vez que, o acidente ocorrido sob a sua exclusiva responsabilidade, é também necessário reconhecer a procedência total do pedido manifestado na reconvenção, o que induz à necessidade de reforma da r. sentença quanto a esse pedido uma vez que não faria sentido julgar improcedente a reclamação da autora sem reconhecer a plena validade das pretensões do apelante.
Dessa forma, conclui-se que a decisão necessita de reforma, para que sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos da Autora/Apelada. Assim, deve o recurso ser provido, para reverter a decisão e condenar a ré no pagamento de R $ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) relativos à reparação do veículo.
VI. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE – CULPA CONCORRENTE COM ALTERAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE CULPA.
Todavia, à luz do princípio da eventualidade, ainda que se entenda por alguma culpa da Apelante, infere-se que o r. juízo cometeu equívoco quando distribuiu a culpa do acidente em 40% para esta Apelante e 60% para a Apelada. O fato de o preposto da Apelante ter feito uma manobra brusca foi uma resposta reflexa do ato imprudente cometido pelo condutor do veículo de propriedade da Apelada.
De acordo com os depoimentos de testemunhas, peritos e policiais, a principal causa do acidente foi a intrusão do veículo no sentido direcional, o que atrai para o Recurso pelo menos 80% da responsabilidade pelo acidente. Assim, mesmo que isso seja compreensível com base na culpa do recorrente, parece que houve uma violação do art. 945 do Código Civil, visto que a sentença não foi corretamente distribuída em relação à culpa das partes. 
Uma vez que, se não for entendido apenas pelas partes, é a culpada. sentença a ser reformada, a fim de alterar a porcentagem e culpa e, portanto, a condenação da Apelada, que deve ficar em, no máximo, 20% dos valores, seja dos danos materiais, lucros cessantes.
VII. DA DISTRIBUIÇÃO EQUIVOCADA DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO – IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS.
No dispositivo da r. sentença, foi definida a distribuição dos ônus sucumbenciais:
“Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído à causa, devendo a Autora arcar com 40% do valor e a Ré a arcar com 60% do valor, permitida a compensação, nos termos da súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça. Custas processuais na mesma proporção, devendo a Autora arcar com 40% e a Ré a arcar com 60%.” 
Primeiramente, deve-se enfatizar que qualquer origem possível do recurso, a fim de apurar a culpa exclusiva, deve reverter a distribuição falhada contra o recorrente. No entanto, deve-se observar que a r. decisão foi errônea ao condenar a Apelante em honorários em proporção distinta à da sua derrota no feito. Isto porque, ao dar parcial provimento aos Embargos de Declaração, a alteração dos percentuais ali estabelecidos deveria ter acarretado uma alteração no percentual da distribuição dos ônus sucumbenciais.
Dispõe o art. 86, do Código de Processo Civil:
“Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.”
Diante do equívoco nos percentuais, a decisão incorreu em ofensa ao referido dispositivo, pelo que deve haver a correção. a decisão violou o referido dispositivo, portanto, uma correção deve ocorrer. No entanto, se a decisão percentual for reformada e for estabelecida uma apresentação mínima, o réu deverá assumir total responsabilidade pelas custas e honorários de sucumbência, pelo que requer a reforma da decisão no tocante à distribuição dos honorários e despesas processuais.
O Código de Processo Civil, em seu art. 85, parágrafo 14, preceitua: 
“Art. 85, § 14.: Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.”
Desse modo, o art. 85. § 14 do Código de Processo Civil, restou infringido. Dito isso, a decisão precisa ser reformada para que a possibilidade de compensação de honorários. 
VIII. REQUERIMENTO 
Isto posto, requer:
A intimação da Apelada para, querendo, apresentar suas contrarrazões.
IX. DOS PEDIDOS
Requer, por fim: 
a) O deferimento do presente recurso, para reformar preliminarmente a r. sentença, para manter a impugnação do valor da causa, no sentido de alterar o valor da causa para R $ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais).
b) E no mérito, julgar improcedentes os pedidos iniciais e totalmente procedentes os pedidos da reconvenção, para considerar procedente a impugnação ao valor da causa, 
c) Condenar a Apelada no pagamento da quantia de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) com inversão do ônus de sucumbência. 
d) Se assim não for entendido, deve o recurso ser provido parcialmente, para alterar o percentual da responsabilidade pelo acidente, bem como alteração dos ônus sucumbências e despesas processuais, retirando-se a compensação de honorários.
Termos em que,
pede deferimento.
Bauru - SP, ... de ...
Advogado ...OAB/SP ...

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