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Mercado 
Financeiro
Fernando Amaral
Mercado 
Financeiro
Fernando Amaral
Mercado 
Financeiro
Natal/RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). 
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
A485m Amaral, Fernando Roberto C. B. do. 
Mercado financeiro / Fernando Roberto C. B. do
Amaral ; edição e revisão do Instituto Tecnológico
Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2016.
133 p. : il.
ISBN 978-85-68100-85-1
Inclui referências
 
1. Mercado financeiro. 2. Mercado imobiliário.
3. Indicadores macroeconômicos. I. Instituto Tecnológico
Brasileiro. II.Título.
RN/ITB/LCFJ CDU 332.8
presidente 
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral 
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
diretora de produção de projeto
PROFA. JUREMA DANTAS
FICHA TÉCNICA
gestão de produção de materiais didáticos 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
coordenação de design instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
projeto gráfico 
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação 
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional 
ITSUO MACÊDO OKASHITA
revisão de língua portuguesa 
IURY MAZZILI GOMES DANTAS
revisão das normas da ABNT
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
"Não importa o quão sereno o dia pode ser, o 
amanhã é sempre incerto. Não deixe esta realidade 
assustar você”. 
(Warren Buffett)
Índice iconográfico
Diálogos
Importante
Querendo mais
Internet
Curiosidade
Vocabulário
Você conhece?
Mídias
Atividade
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como 
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. 
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, 
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no 
decorrer do estudo. 
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas 
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e 
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. 
Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Apresentação institucional ...................................................................................................11
Palavra do professor autor .................................................................................................... 13
Apresentação das competências ......................................................................................... 15
Competência 01
Definir o mercado financeiro .................................................................................................. 19
A história do mercado financeiro .................................................................................... 19
O atual mercado financeiro brasileiro ............................................................................ 23
Valores mobiliários e não mobiliários ............................................................................ 26
As transações financeiras no mercado financeiro ........................................................ 28
Resumo ............................................................................................................................ 28
Autoavaliação ................................................................................................................... 28
Competência 02
Descrever os indicadores macroeconômicos ........................................................................ 33
Um breve histórico da Economia .................................................................................... 33
O objeto da Economia ..................................................................................................... 35
A teoria econômica e suas vertentes ............................................................................. 36
A Teoria Monetarista ........................................................................................................37
Os Macroindicadores ...................................................................................................... 40
Macroindicador Produto .................................................................................................. 40
Resumo ............................................................................................................................ 44
Autoavaliação ................................................................................................................... 44
Sumário
Competência 03
Identificar as modalidades de investimento ......................................................................... 49
A dimensão do risco em projetos de investimento ....................................................... 49
A dimensão retorno em projetos de investimento ........................................................ 52
As modalidades de investimento ................................................................................... 54
Resumo ............................................................................................................................ 59
Autoavaliação ................................................................................................................... 59
Competência 04
Precificar os ativos ................................................................................................................. 63
A precificação de ativos reais ......................................................................................... 63
A precificação dos ativos financeiros ..............................................................................71
Resumo ............................................................................................................................ 72
Autoavaliação ................................................................................................................... 72
Competência 05
Analisar os critérios de investimentos ................................................................................... 77
O critério de payback simples ........................................................................................ 77
O critério de payback descontado .................................................................................. 80
O critério de Valor Presente Líquido (VPL) ..................................................................... 82
O critério de Taxa Interna de Retorno (TIR) .................................................................... 83
Resumo ............................................................................................................................ 84
Autoavaliação ................................................................................................................... 84
Competência 06
Interpretar financeiras das empresas ................................................................................... 89
As principais demonstrações financeiras ......................................................................89
A empresa através do relatório Balanço Patrimonial ................................................... 90
Resumo ............................................................................................................................ 96
Autoavaliação ................................................................................................................... 96
Competência 07
Analisar a decisão de investimento a partir de técnicas grafistas ..................................... 101
Tipos de gráficos ............................................................................................................ 102
A análise grafista ........................................................................................................... 106
Resumo ...........................................................................................................................117
Autoavaliação ..................................................................................................................117
Competência 08
Analisar a decisão de investimento a partir de técnicas fundamentalistas ...................... 121
Indicadores macroeconômicos formadores de fundamentos ................................... 122
Indicadores setoriais formadores de fundamentos .................................................... 124
Indicadores patrimoniais formadores de fundamentos ............................................. 125
Indicadores de resultados formadores de fundamentos ........................................... 126
Resumo .......................................................................................................................... 128
Autoavaliação ................................................................................................................. 129
Referências ........................................................................................................................... 131
Conheça o autor ................................................................................................................... 133
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Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e 
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de 
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a 
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado 
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara 
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o 
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas 
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no 
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para 
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
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Palavra do professor autor
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Apresentação das competências
Definir 
o mercado financeiro
Competência
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Definir 
o mercado financeiro
Teria a humanidade chegado até onde chegou sem o surgimento dos meios de financiar 
esse desenvolvimento? Diante da necessidade humana de financiar suas empreitadas ao 
redor do mundo surgem os organismos que provêm recursos para aqueles que os buscam. 
É assim que surge o mercado financeiro.
O Mercado Financeiro abrange todas as partes envolvidas, que buscam de um lado cap-
tar recursos financeiros e de outro investir capital em ativos financeiros. As partes envolvi-
das vão desde o Governo e as agências reguladoras até os intermediários e os investidores 
propriamente ditos. Os produtos e serviços financeiros são o grande cardápio de itens e 
processos que conferem liquidez (fácil conversão para dinheiro) nas transações entre cap-
tadores e investidores de capital.
Mercado, em termos da ciência econômica, deve ser interpretado como o ponto de 
encontro da oferta e da demanda. É o meio pelo qual quem oferece produtos e serviços 
encontra quem busca por eles. O mercado financeiro será então o mercado em que pro-
dutos e serviços financeiros são ofertados e consumidos. O equilíbrio entre essas forças 
influencia o preço de mercado desses produtos e serviços. Se há excesso de demanda (for-
ça compradora) o item fica valorizado e seu preço tende a subir, e vice-versa: se há muita 
oferta (força vendedora) então o item fica desvalorizado e o preço tende a cair. O governo, 
através de entidades reguladoras, cria leis que asseguram justiça entre os participantes.
Vamos iniciar nossos estudos?
A história do mercado financeiro
A história do mercado financeiro acompanha a própria história da humanidade. Em sua 
origem, a palavra finanças significa arte de administrar o dinheiro. Dessa forma, desde 
quando a humanidade se associou em comunidades e civilizações, quando se queria ad-
quirir um bem ou efetuar o pagamento de impostos, as pessoas ou faziam troca de merca-
dorias (escambo) ou usavam materiais como ouro e prata, que assumiam um valor comum 
entendido como moeda.
Escambo: é a 
troca de bens 
realizada sem uso 
de moeda.
Na primeira civilização humana, a Su-
méria, em 2.500 anos antes de Cris-
to, já havia cobrança de impostos. O 
nome do tributo era Fardo e incidia 
sobre a circulação e comércio de pro-
dutos e animais. Uma carta escrita 
1.900 anos antes de Cristo retrata as 
tentativas de um comerciante de in-
correr em contrabando para evitar pa-
gar impostos. O comerciante da sede 
instruiu seu empregado:
"O filho de Irra enviou bens contraban-
deados para Pushuken, mas seus bens 
foram interceptados. O ‘Palácio’, em 
seguida, jogou Pushuken na cadeia. 
Os guardas são fortes. Por favor! não 
contrabandear qualquer outra coisa!” 
(ALMANAC UNIVERSITY OF PENNSYL-
VANIA, 2002. Tradução do autor).
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Figura 1 – Figura suméria.
Fonte: <https://www.flickr.com/photos/rosema-
nia/86747610/>. Acesso em: 02 maio 2016.
Na Idade Antiga, por volta 1800 antes de Cristo, as civilizações babilônicas conce-
diam empréstimos. As civilizações Grega e Romana, além de empréstimos, também 
ofereciam depósitos e fabricavam moeda. De acordo com os aspectos religiosos pre-
sentes no cristianismo e também no islamismo, não era permitido o lucro com comércio 
e atividade bancária. O lucro, também conhecido como mais-valia era um pecado e era 
chamado de usura Na Idade Média, os mercados de bens ficavam nos arredores dos 
castelos, monastérios e residências da aristocracia. Nesses locais se comercializavam 
bens de diversas naturezas, como artigos essenciais de alimentação até especiarias e 
artigos de luxo. Os locais onde esses comércios se instalavam sofriam especulação e 
se tornavam mais valorizados. 
Usura: juros ou 
comissão cobrada 
sobre capital mutu-
ado, emprestado.
O bancoMonte Dei Paschi Di Siena, na cidade de Siena, Itália, fundado em 
27 de fevereiro de 1472, é considerado o primeiro banco mercantil do mundo.
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Figura 2 – Banco Monte Dei Paschi Di Siena
Fonte: <https://www.flickr.com/photos/asbruff/6197524751/>. Acesso em: 02 maio 2016.
commodity: 
bens primários 
em estado bruto 
ou in natura da 
agropecuária ou de 
extração mineral.
Os bancos se tornaram instituições mercantis com fins lucrativos por volta do 
século XV, na região hoje conhecida como Itália, sob a influência das atividades dos 
judeus, que não podiam adquirir terras, mas podiam se dedicar ao comércio e aca-
baram também por desenvolver atividades financeiras. Como não estavam sujeitos 
às regras da Igreja de proibição de cobrança de juros e estabelecimento de lucro, 
criaram comércios e bancos com fins lucrativos: empréstimos para fazendeiros com 
cobrança de juros baseados em mensuração de risco, seguros contratados para en-
trega futura de colheita ou commodity.
Além do mais, com a Reforma Protestante no século XVI, a usura foi abolida, o lucro 
pelo trabalho foi permitido e um cenário propício se consolidou para o mercado financeiro: 
instituições financeiras que emprestavam dinheiro para financiar ativos reais, como equi-
pamentos, terrenos e insumos, agora também ofertavam ativos financeiros, como ações e 
obrigações, ou seja, títulos de direitos adquiridos por pessoas e empresas que conferem o 
poder de reivindicar ativos reais de empresas que emitiram esses títulos (mais comumente 
conhecidos como papéis). 
Juntamente com o desenvolvimento do mercado financeiro surgiram também as primei-
ras bolsas de valores. Nessa conjuntura temos que o capital estava disponível, instituições 
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estavam aptas e um grande evento da humanidade necessitava de financiamento para se 
desenvolver: era chegada a Revolução Industrial.
A Revolução Industrial foi o período iniciado em meados de 1760 que marcou a transi-
ção do modelo de produção artesanal para os processos produtivos da manufatura, com 
a inserção de maquinários, energia a vapor, biocombustíveis e maior emprego de mão-de-
-obra. Essa maior infraestrutura precisava de aporte de recursos e foi com o mercado ban-
cário e financeiro que conseguiu se desenvolver. Uma maior escala de produção, com mais 
estruturas de prédios, maquinários, salários e estoque precisava de expressivos recursos, 
que seriam necessários para produzir e suprir com os produtos a vida material de uma hu-
manidade cada vez mais populosa. Bancos e Bolsas de Valores - o primeiro emprestando 
recursos e o segundo captando recursos em formato de participações em ações (títulos de 
direitos) – foram os financiadores dessas novas indústrias.
Os insumos usados nessas manufaturas sofreram forte pressão de força compradora 
(demanda) por parte das indústrias, que necessitavam deles em suas linhas de produção. 
Essas commodities, como os minérios de ferro, metais preciosos e grãos, eram negocia-
das em bolsas de valores como a de Londres e de Paris no século XIX. Outros produtos 
financeiros, como troca de diferentes moedas e títulos de dívida pública (papéis emitidos 
pelo governo para captar recursos) ficavam mais acessíveis, favorecendo o crescimento 
dos negócios e das finanças governamentais, tanto pelo desenvolvimento das economias 
nacionais na geração de emprego como na arrecadação de recursos e impostos sobre as 
atividades empresariais. 
Com o fortalecimento da globalização, os mercados financeiros ao redor do mundo fi-
caram mais próximos, tornando-se cada vez mais interdependentes, ou seja, eles mantêm 
sua unidade, mas procuram melhorar a interação com outros mercados. Algumas econo-
mias uniram suas moedas e sistemas bancários, como foi o caso da União Europeia, que 
criou uma moeda única, o Euro, e também criou o Banco Central para o continente.
Desde então, os mercados financeiros e a economia nacional e a mundial ficaram muito 
entrelaçados. O desempenho de um acaba influenciado o do outro. Quando um entra em 
crise, o outro invariavelmente também sente os efeitos. Foi assim com a Grande Depressão 
de 1929, em que o Produto Interno Bruto (PIB) - dos Estados unidos sofreu redução de 
29,5% entre 1929 e 1933. Há sempre muita confusão sobre se o mercado financeiro foi 
causa ou efeito dessa crise, que se iniciou nos Estados Unidos e afetou todo o globo. Con-
tudo, o que se pode refletir sobre o que ocorreu é que várias economias nacionais estavam 
enfrentando dificuldades antes da crise.
Nos Estados Unidos uma bolha imobiliária formada por preços de imóveis supervalo-
rizados fazia despencar a indústria da construção. Foi instaurada a lei americana Smoot-
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-Hawley, que elevou as tarifas de importação de mais de 20 mil itens em 1930 e reduzia 
as importações e exportações dos Estados Unidos em mais de 50%. Na Inglaterra e na 
Alemanha a produção industrial também desmoronava. Portanto, a concentração do capi-
tal no mercado financeiro, a escassez de crédito global e o superaquecimento da economia 
americana fizeram com que esses fatores colidissem, deixando em evidência apenas a 
bolha de ativos financeiros americanos. 
A depressão afetou cidades ao redor de todo o mundo, mais fortemente as que depen-
diam expressivamente da atividade industrial. A atividade agrícola também sofreu signifi-
cativamente com os efeitos. Os produtos chegaram a se desvalorizar em 60%. Alternativas 
de emprego e renda desapareceram. A crise foi percebida até início da segunda guerra 
mundial, em 1939.
As crises surgem e cessam em ciclos, já ocorreram muitas e tantas outras ainda vi-
rão. Uma nova crise originou-se em 2008, nos Estados Unidos, e foi chamada de “títulos 
podres” do mercado imobiliário. Esses títulos se referem ao crédito concedido para que 
clientes adquirissem imóveis. Mesmo com sinalização de risco elevado, pois boa parte 
desses clientes não possuíam garantias reais e tinham sua empregabilidade vulnerável, 
o crédito foi concedido.
Esses recebíveis dos clientes foram repassados e negociados entre instituições bancá-
rias, dados em garantias para captação de recursos. Contudo, uma expressiva desacelera-
ção da economia americana fez com que esses clientes de financiamento de imóveis per-
dessem os seus empregos e ficassem inadimplentes com a instituição bancária, que por 
sua vez também ficou inadimplente com outras instituições a que foram repassados esses 
títulos e um efeito dominó se repetiu na economia americana e global, pois a inadimplência 
afetou os bancos e a economia ao redor do mundo todo.
O atual mercado financeiro brasileiro
O Mercado Financeiro é o mercado voltado para a transferência de recursos entre os 
captadores e os investidores a partir de transações com títulos de prazos curto, médio, longo 
e indefinido, financiando aplicações em capital de giro ou fixo. (Bmf&Bovespa, 2010, p 41)
O Sistema Financeiro Nacional é o responsável no Brasil pela captação e regulamenta-
ção do mercado, e é composto pelos seguintes componentes:
• Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão presidido pelo Ministro da Fazenda. 
Determina as políticas da economia e o perfil de atuação dos integrantes do sistema 
financeiro.
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• Banco Central do Brasil (BC) – é o órgão que executa as políticas predetermina-
das pelo Conselho Monetário Nacional, ficando sob a responsabilidade de conduzir 
e executar as diretrizes da política monetária e cambial – administrando as reservas 
internacionais do país -, bem como regular e fiscalizar os integrantes do Sistema Fi-
nanceiro Nacional.
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – é uma autarquia INICIAR VOCABULÁRIO 
[[Autarquia é uma entidade com patrimônio próprio e gestão autônoma, criada e tute-
lada pelo Estado, para que auxilie na prestação de serviços públicos.]]FIM vinculada 
ao Ministério daFazenda e é a principal responsável pela normatização, regulação e 
fiscalização do mercado de valores mobiliários ou do mercado de títulos para “captação 
de recursos junto ao público investidor” (FURTADO, 2009, p 20).
A CVM foi criada por força da lei 6.385 de 1976. Dentro de suas atribuições estão proce-
der com fiscalização e análise de registros contábeis e documentos de pessoas, empresas 
e órgãos públicos, intimá-los a prestar esclarecimentos e aplicar multas. É o “xerife” do 
mercado. Preocupa-se em desenvolver o mercado e em defender os investidores minoritá-
rios, de acordo com a Lei nº. 6404/76 – ou lei das S.A.´s. Desde 2002 também acumula as 
responsabilidades sobre o mercado de fundos, de futuro e de derivativos de ativos diversos 
que não são considerados valores mobiliários. (FURTADO, 2009, p. 51).
• Bolsa de valores – “As bolsas são locais que oferecem as condições e os sistemas 
necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores 
mobiliários e de outros ativos de forma transparente.” (BM&FBOVESPA, 2010, p. 24)
Você já deve ter visto em documentários e filmes cenas de operadores da bolsa com 
imensos “telefones” gritando e acenando freneticamente, não é mesmo? Pois bem, essa 
era a realidade das bolsas, inclusive aqui no Brasil. Operadores registrando suas ordens 
de compra e/ou de venda com telões de cotação, mostrando esses movimentos de alta e 
queda, formando os preços de cotação dos papéis. 
Em nosso país tivemos bolsas em algumas regiões, por exemplo, nas cidades de São 
Paulo e Rio de Janeiro. Desde 2001 que essas bolsas foram consolidadas em uma única 
bolsa, a BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo). Até o ano de 2005, essas co-
mercializações eram feitas por meio eletrônico ou fisicamente, nesse salão de operações 
chamado de “pregão”. Desde então, as operações são feitas apenas eletronicamente. Em 
2007 a Bovespa deixou de ser uma entidade sem fins lucrativos e se transformou em uma 
sociedade por ações, surgindo a Bovespa Holding. No ano de 2008 a Bovespa se fundiu 
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Caro aluno, faça uma pesquisa sobre a Grande Depressão de 1929 e des-
cubra como ocorreu e quais as consequências dessa crise para as pesso-
as nos Estados Unidos e na Europa.
Atividade 01
com BM&F, posicionando-se entre uma das cinco maiores bolsas de valores do mundo: A 
BM&FBovespa. (FURTADO, 2009)
• Corretoras – são empresas que prestam serviços financeiros de corretagem ou de in-
termediação entre vendedores e compradores de títulos e valores mobiliários na bolsa. 
São homologados e registrados pelo Banco Central, pela CVM e pela BM&FBovespa. 
Podem recomendar investimentos financeiros para seus clientes, custodiar (guarda 
temporária) títulos e valores mobiliários para os investidores, assessorar abertura de 
capital na bolsa e para emissão de títulos como debêntures etc..
• Bancos – instituições bancárias participam do Sistema Financeiro Nacional, oferecen-
do serviços de corretagem (formalizam uma corretora própria), administrando carteiras 
(portfólio) de ações, fundos de investimento e formando clubes de investidores. Os tipos 
mais comuns de bancos se dividem em: bancos comerciais, bancos de investimento e 
bancos múltiplos.
Quadro 1 – Tipos de instituição bancária.
Fonte: autoria própria (2016).
Bancos comerciais
Bancos de 
investimento
Bancos múltiplos
São os bancos tradicionais que ofertam recursos para financiamento das 
atividades empresariais, realizações de depósitos.
São instituições privadas que tem por objetivo a formação de participação 
temporária por meio de aquisição de ações em outras empresas, de 
financiamento das atividades empresariais e administração de recursos 
de terceiros.
Possuem os objetivos de bancos comerciais e de investimento, adicionando 
outros produtos financeiros, como o arrendamento mercantil (leasing), que 
é um contrato entre o banco arrendador e o cliente arrendatário. O cliente 
paga pela posse e usufruto do bem contratado, e pode ou não deixar 
pactuada uma opção de compra ao final do contrato.
A interação entre oferta e procura e o ambiente em que esses componentes se relacio-
nam é o que chamamos de Mercado Financeiro.
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Valores mobiliários e não mobiliários
Os principais produtos financeiros ofertados no mercado financeiro são divididos em 
valores mobiliários ou não mobiliários. 
Os principais valores mobiliários são:
• Ações - títulos de renda variável emitidos pelas sociedades anônimas, com ações lista-
das na bolsa e que representam a unidade do capital da empresa. Os investidores que 
adquirem esses títulos são chamados de acionistas e são, de forma conjunta com os 
demais investidores, os verdadeiros donos dessas instituições.
Esses títulos são conversíveis em dinheiro a qualquer momento (contanto que haja um 
comprador) e rendem receitas aos investidores tanto pela valorização do preço como no 
recebimento de participação nos resultados (dividendos). Se dividem em ações ordinárias, 
com direito a voto e preferenciais, que são preferência no recebimento dos dividendos.
• Debêntures – são títulos de longo prazo emitidos por sociedades anônimas, que visam 
captar recursos no mercado para suprir necessidades de caixa ou de investimento, pa-
gando aos investidores juros, bônus e outros prêmios. Caso seja do tipo conversível, ao 
final do prazo do título a debênture pode ser convertida em ações da empresa.
• Notas promissórias – são títulos similares às debêntures, mas com prazos mais curtos 
de vencimento, entre um mês e um ano.
• Opções de ações – referem-se a direitos sobre compra ou venda de um lote de ações a 
um preço e prazo para realização pré-fixados na data de celebração do contrato. Paga-
-se ao vendedor da opção um prêmio e a rentabilidade está na relação do preço no ato 
da venda e o prêmio recebido. 
As opções se dividem em opções de compra e de venda, as opções de compra são con-
tratos de direito de comprar um lote de ações ao preço de exercício (atual) em um prazo 
futuro (ou antes do vencimento). As opções de venda dão direito ao titular de vender em 
um prazo futuro um lote de ações pelo preço do exercício (atual). 
• Operações em margem - operações de compra de títulos em que se pega o dinheiro 
emprestado com a corretora, sendo a margem algo como o limite do cheque especial.
• Clubes de investimento – formação de um clube de investidores com grandes ou pe-
quenos volumes de capital empregados na compra de títulos mobiliários (principalmen-
te ações). As decisões podem ser feitas em conjunto ou podem ser geridas por uma 
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administradora, uma corretora, um banco de investimento ou múltiplo, que devem obri-
gatoriamente ser credenciados pela CVM. A participação é feita pela aquisição de cotas 
do capital do clube pelos integrantes. A rentabilidade depende do desempenho de va-
lorização dos títulos comprados pelo clube. Possui um limite mínimo de 3 e máximo de 
50 cotistas (Instrução CVM 494) e nenhum pode ultrapassar a posse de 40% das cotas.
• Fundos de investimentos – é o que se chama de “condomínio” de investidores, que 
aplicam recursos em uma carteira bem diversificada de títulos e de valores mobiliários. 
A forma de participação por cotas do capital e a administração do fundo são similares 
às do clube de investimento.
O “condomínio” pode ser ou aberto ou fechado. No condomínio aberto os cotistas po-
dem solicitar ou entrar na cota ou resgatar o dinheiro usado para adquirir as cotas a qual-
quer momento. Já no condomínio fechado a entrada é somente na abertura e o resgate é 
possível apenas ao final do prazo de duração do fundo.
Existem também no mercado financeiro títulos não mobiliários ou de renda fixa, mais 
conhecidos como títulos monetários. De menor risco e com programação de pagamentos fi-
xos periódicos. São muito procurados por investidores que buscam bons rendimentos commenos risco e curto prazo, para resgate e conversão em dinheiro (liquidez). Os principais 
títulos de renda fixa são:
• Letras do Tesouro Nacional (LTN) – são títulos emitidos pelo governo federal para cobrir 
déficits orçamentários e captação de receitas futuras. Possuem limites de emissão dados 
pelo Poder Legislativo. São divididos em Pré-fixados e Pós-fixados. No caso das letras pré-
-fixadas, a rentabilidade é definida no momento da compra e podem ou não pagar juros 
semestrais. Já as letras pós-fixadas são atreladas a um indexador como, juros ou inflação.
• Letras financeiras do tesouro - são títulos de assunção de dívidas de estados e do 
Distrito Federal emitidos pelo governo federal. Também são emitidos para viabilizar a 
redução de participação dos estados na atividade bancária.
• Certificado de Depósito Bancário (CDB) – é um título de renda fixa, negociável, refe-
rente a uma promessa da instituição emissora de pagamento futuro com rentabilidade 
definida por uma série de depósitos feitos pelo investidor. Também pode ser pré-fixado 
ou pós-fixado a um indicador, de maneira similar aos juros ou a inflação.
Esse leque de opções de produtos mobiliários e não mobiliários compõe o nosso “car-
dápio” de produtos financeiros mais comuns do mercado financeiro.
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As transações financeiras no mercado financeiro
O Mercado Financeiro possui algumas particularidades adicionais a respeito de como 
as transações entre as partes ocorrem. As principais particularidades do mercado são:
• Mercado à vista: o processamento do tipo da transação ocorre em até três dias úteis 
após a conclusão da operação (a confirmação do pagamento e o recebimento após a 
venda podem demorar até três dias úteis também, então o prazo só começa a partir 
dessa confirmação).
• Mercado à termo: o processamento do tipo da transação ocorre entre 16 e 999 dias, 
tanto para o comprador quanto para o vendedor do título. Para dar a garantia da ope-
ração, existem limites mínimos do volume da transação e de depósitos em conta da 
BM&FBovespa, além de registro no referido órgão.
• Mercado futuro: mercado de negociação de commodities em datas futuras.
• Mercado primário: mercado em que os títulos são lançados inicialmente (novas emissões).
• Mercado secundário: mercado em que os títulos são transferidos para outros investido-
res após serem lançados no mercado primário.
Essas particularidades de como as operações ocorrem são fundamentais para a esco-
lha de como operar no mercado financeiro, ou seja, de como vender/comprar os produtos 
financeiros baseados em objetivos muito específicos, de quando entrar ou sair, de proteção 
ou de risco etc..
Resumo
Caro aluno, você aprendeu sobre a história do mercado financeiro e sua contribuição 
para a humanidade. Aprendeu sobre os produtos financeiros, suas operações e suas par-
ticularidades. Essas particularidades de como as operações ocorrem são fundamentais 
para a escolha de como operar no mercado financeiro, ou seja, de como vender ou comprar 
os produtos financeiros baseados em objetivos muito específicos, de quando entrar ou sair, 
de proteção ou de risco etc.. Vamos dar continuidade aos nossos estudos, temos um cami-
nho muito interessante a percorrer. Encontro você na próxima competência! ]] FIM
Autoavaliação
01. Como se dava o comércio de escambo?
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a) Através de empréstimos de bens.
b) Através de doações de produtos que não serviam mais.
c) Por meio de trocas de bens entre as pessoas.
d) Por meio de compra através de pagamento em ouro.
02. Com a reforma protestante a usura foi abolida. O que isso significa?
a) Que as pessoas agora poderiam cobrar pela venda de serviços.
b) Que estava autorizada a cobrança de juros e o lucro.
c) Que era possível pagar com moeda.
d) Que era possível cobrar contribuições religiosas.
03. A Grande Depressão de 1929 foi:
a) Uma crise financeira que afetou todo o mundo capitalista, ocasionada pela supervalori-
zação imobiliária nos Estados Unidos.
b) Uma guerra que causou muitas mortes.
c) Uma falência de uma grande empresa multinacional.
d) A pior tragédia climática de todos os tempos.
04. Títulos mobiliários são:
a) Títulos referentes a produtos cuja renda é fixa.
b) Títulos referentes a produtos cuja renda é variável.
c) Títulos de condomínios de habitação popular.
d) Notas promissórias para compra de equipamentos do lar.
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Descrever 
os indicadores macroeconômicos
Competência
02
Depois de termos viajado no tempo e compreendido a história do mercado financeiro, 
precisamos entender agora em que contexto ele se insere no mundo contemporâneo. Em 
um mundo povoado de empresas e de governos que querem fazer investimentos e que 
buscam captar recursos e pessoas, como e o que influencia a disponibilidade e a transfe-
rência de capital entre os componentes do mercado? É o que iremos avaliar agora nesta 
competência.
Os resultados das empresas e o orçamento das pessoas sofrem diretamente “pres-
sões” do ambiente econômico e político da cidade, do país e do mundo. Tudo está conec-
tado. O sentido disso pode ser resumido em um preceito do efeito borboleta (teoria do 
meteorologista, matemático e filósofo estadunidense Edward Lorenz): o simples bater de 
asas de uma borboleta pode influenciar a natureza a ponto de criar um furacão em outro 
lugar do mundo. Quando a borboleta forma-se da crisálida e alça voo representa uma 
pequena mudança, que é parte integrante de um ecossistema com estações climáticas. 
Essa pequena ação representa uma condição inicial para alterações que em larga escala 
que combinarão eventos que serão desencadeados até afetar o clima em outra parte do 
mundo, embora a asa da borboleta em si não ocasione o tornado.
Entendendo dessa maneira, percebemos o meio produtivo dos bens necessários à vida 
material como um complexo e interligado sistema compreendido entre “a formação, a acu-
mulação, a distribuição e o consumo da riqueza” (ROSSETTI, 2010, p. 46). Ou seja, o estu-
do dos meios de produção, de geração de riqueza, de repartição de bens e da prosperidade 
humana são os objetivos clássicos do que chamamos de ciência econômica. Ao final dessa 
competência você será capaz de interpretar os indicadores econômicos e traçar correla-
ções entre esses indicadores e a realidade da economia. Vamos em frente!
Um breve histórico da Economia
A origem da palavra Economia vem do grego oikonomos, e sua tradução livre seria “o 
administrador do lar”.
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Descrever 
os indicadores macroeconômicos
Crisálida: estado 
intermediário, da 
metamorfose dos 
lepidópteros, entre 
a fase de larva ou 
lagarta em imago 
ou adulto.
A interligação desse conceito com toda a vida humana se dá de forma holística, inte-
grada e interdependente com a antropologia, a sociologia, a política, o direito, a ética e a 
psicologia. A vida humana em sociedade é complexa e intrincada de fatores de causa e 
efeito, necessidades de abstração e contextualização a níveis cada vez mais complexos 
do indivíduo: ele em sua família e trabalho, dentro das cidades, cidades dentro do país e 
países dentro do mundo.
Embora ainda na Grécia Antiga já se usasse a locução economia política para separar 
esse tipo de economia da administração do lar, foi somente em 1615, quando o mercan-
tilista Antoine de Montchrestien publicou seu Tratado de Economia Política, que o termo 
ganhou autoria.
Foi no Renascimento - período que sucedeu a Idade Média e que foi marcado por forte 
transformação social, quando os valores greco-romanos foram trazidos à tona em contra-
posição ao obscurantismo da idade medieval - que o fanatismo religioso cedeu lugar ao 
racionalismo e ao antropocentrismo. Nessa época foi que surgiu a expressão “burguês”.
Vimos na competência anterior que foi nas cidades que ocorreu o desenvolvimento das 
indústrias na Revolução Industrial.E é nesse turbilhão de fatos relativos às forças produti-
vas e ao mercado que a ciência econômica se desenvolve.
Vimos na competência anterior que foi nas cidades que ocorreu o desenvolvimento das 
indústrias na Revolução Industrial. E é nesse turbilhão de fatos relativos às forças produti-
vas e ao mercado que a ciência econômica se desenvolve.
O economista Adam Smith, em seu livro A Riqueza das Nações, de 1776, 
escreveu uma das frases mais célebres da ciência econômica. Ele escre-
veu que “as famílias e as empresas, ao interagirem nos mercados, agem 
como se fossem guiadas por uma ‘mão invisível’, que as leva a resultados 
de mercado desejáveis” (SMITH, 1988, p. 23).]
Curiosidade
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Racionalismo: dou-
trina que privilegia 
a razão como meio 
de conhecimento 
e explicação da 
realidade.
Antropocen-
trismo: forma 
de pensamento 
comum a certos 
sistemas filosóficos 
e crenças religiosas 
que atribuem ao ser 
humano uma posi-
ção de centralidade 
em relação a todo o 
universo.
Burguês: é 
aquele que mora 
no “burgo” que são 
as cidades, o meio 
urbano.
Holística: Que 
busca um entendi-
mento integral dos 
fenômenos.
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O objeto da Economia
A economia, de acordo com Rossetti (2010), ocupa-se da investigação dos seguintes temas:
• Escassez e custo dos recursos dos processos de produção da vida material, bem como 
sua capacidade de renovação.
• Emprego de recursos, sua disponibilidade, ociosidade e o desemprego.
• Produção e seus desdobramentos, como geração de renda, consumo e acumulação de 
riquezas, a pobreza e o bem-estar.
• Agentes da economia em todos os seus papéis como executores do setor de produção, 
como operadores do setor de consumo, como intermediadores.
• Trocas de capital por trabalho e relação de autossuficiência, a divisão do trabalho e a 
especialização, busca de economia de escala.
• Valor dos insumos e dos produtos resultantes do processo produtivo e todas as variá-
veis quantitativas e qualitativas envolvidas.
• Moeda e sua história e importância. Quais as razões e circunstâncias de variação de 
valor em inflação, deflação, estagflação (ou recessão com inflação).
• Preços expressando o valor monetário resultante das forças de oferta e de procura (lei 
da oferta e da procura). Orientam a quantificação de recursos para a produção e econo-
mia. Se a procura for maior que a oferta, há mais pressão inflacionária e a tendência é 
os preços subirem. Se a oferta for maior que a procura, a pressão deflacionária é maior 
e ocorre queda dos preços.
• Mercados, seus tipos e características próprias, seu padrão de oferta e procura, suas 
imperfeições, seus pontos de equilíbrio.
• Concorrência do livre-mercado ou concorrência perfeita ao monopólio e os impactos 
disso na economia nacional.
• Remunerações e suas diferentes mensurações pagas aos recursos envolvidos na pro-
dução: salários, juros, depreciações, aluguéis, royalties e o lucro. 
• Agregados como as categorias da Contabilidade Social, o PIB – Produto Interno Bruto – 
ou a Renda Nacional e suas origens no desempenho da economia.
• Transações entre agentes financeiros e reais, tanto no âmbito da economia doméstica 
ou nacional como na economia externa com outros países.
• Crescimento e desenvolvimento da economia e seus conceitos, sua ocorrência em 
ciclos.
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• Equilíbrio e a forma como é estabelecido e percebido em comportamento geral, estático 
e dinâmico na economia como um todo. Embora se apresente como intrincado e com-
plexo, percebemos que a economia nas sociedades apresenta comportamento mais or-
denado que caótico, sendo possível estudar o emaranhado de teias e cadeias de causa 
e efeito nos fatos que afetam a economia.
• Organização dos fatores (agentes) de produção e possibilidades de alternativas em no-
vas instituições. A polêmica entre capitalismo liberal e o socialismo centralizador e o 
papel das ideologias que os inspiram e os separam.
Esses temas encontram seu propósito na economia real, ou seja, no estudo do uso dos 
recursos empregados para a produção da vida material, dentro de condições que deter-
minam a remuneração pelo trabalho e os valores atribuídos a esses produtos ou serviços.
A teoria econômica e suas vertentes
A Teoria Econômica se divide em várias vertentes, mas as duas principais correntes são 
a Teoria Keynesiana e a Teoria Monetarista.
A Teoria Keynesiana
A Teoria Keynesiana é base conceitual para os estudos econômicos desde sua edição 
em meio aos turbulentos anos de 1930. Em contraponto à Teoria Econômica Clássica – 
em que uma relação diretamente proporcional entre a oferta de moeda na economia cria 
uma demanda agregada por produtos e essa demanda normatiza o nível de preços em 
relação de equilíbrio – a Teoria Keynesiana reflete sobre esse equilíbrio da Teoria Clássica, 
apontando sua fragilidade conceitual e não aplicável na economia real, destacando o fun-
cionamento e a solução para os seguintes problemas do mundo:
• A deficiência geral na demanda das pessoas ocorre, e é recorrente ocorrer, e isso acar-
reta em desemprego involuntário.
• A autorregulação do mercado, se existe, produz efeitos lentos e dolorosos para corrigir 
os rumos da economia.
• As ações do governo para aumento da demanda são mais rápidas na recuperação dos 
níveis de emprego e também no crescimento do produto interno do país.
• Quando o país aumenta a oferta de moeda internamente, reduzindo juros e dessa ma-
neira estimulando a demanda por investimentos e consumo, pode ser que o setor pri-
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vado não complete toda a necessidade de demanda. Assim sendo, o governo deve con-
trair despesas e fechar a lacuna da demanda. Isso é o que se chama de política fiscal. 
Em uma economia em recessão um aumento na oferta de moeda, reduzindo juros, não 
tem impacto significativo, pois esse ambiente já impõe redução de taxas em busca de 
recuperar a demanda.
Na Teoria Keynesiana, o papel do Estado foi mal interpretado em seus primeiros es-
tudos. Erroneamente, Keynes foi considerado como socialista, por entender que o poder 
público deve participar da economia. Contudo, em todo o seu estudo foram bem deline-
adas e evidenciadas quais circunstâncias e quais problemas podem ser solucionados. 
Keynes verdadeiramente deu a fórmula de salvar o capitalismo em plena Grande Depres-
são de 1929, quando todo o mundo capitalista e seu propósito de liberdade econômica 
individual desmoronou.
John Maynard Keynes, in-
glês, nascido em 1883 em 
Cambridge, na Inglaterra, é o 
mais influente economista do 
século 20 e sua contribuição 
para a ciência econômica é 
uma das principais referên-
cias para entender a econo-
mia real até os dias de hoje.
Você conhece?
Figura 3 – John Maynard Keynes. 
Fonte: <https://static-secure.guim.
co.uk/sys-images/Guardian/Pix/pictu-
res/2015/2/26/1424971880330/Economist-John-
-Maynard-Ke-009.jpg>. Acesso em: 02 maio 2016. 
A Teoria Monetarista
Os pensadores monetaristas fazem críticas à teoria keynesiana e, segundo Froyen 
(2013, p. 230), as críticas se baseiam nos seguintes pontos:
• A emissão de moeda afeta sobremaneira a renda, sendo sua principal influência.
• Considerando efeitos de longo prazo, a moeda influencia principalmente os preços. Da 
mesma forma o volume de produto produzido e o nível de emprego são afetados por 
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fatores reais, como tecnologia e infraestrutura.
• Em prazos curtos, a oferta de moeda influencia fatores reais da economia, afetando 
produto e emprego.
• A iniciativa privada é naturalmente estável e autorregulável. As ações dos governos cau-
sam instabilidade, pois afetam oferta de moeda, taxas de juros, delimitam preços como 
teto de salários, aluguéis, serviços públicos etc..
A importância da moeda para os monetaristas e os limites de alcance das ações são os 
dois grandes alicerces de análisedessa teoria. A quantidade de moeda ofertada necessita 
ter uma velocidade constante e igual ao crescimento dos fatores de produção para contri-
buir com a expansão do crescimento do produto e do emprego. Por fim, os limites de alcan-
ce da oferta de moeda afetariam mais a renda do que a demanda, causando crescimento 
no volume de produtos e reduzindo o desemprego, mas somente em curto prazo, pois em 
longo prazo isso provocaria inflação em crescimento contínuo. Nesse caso, o que Friedman 
chama de “forças de equilíbrio” irá equilibrar os níveis de produto e emprego e retornar a 
uma taxa natural.
Milton Friedman é um dos dois economistas 
mais importantes do século 20. Americano, 
nasceu em 1912 na cidade de Nova York e é 
o principal pensador da corrente Monetarista 
da ciência econômica. A importância da cor-
rente monetarista para o estudo do mundo 
sob a ótica econômica à primeira vista destoa 
com a corrente keynesiana. O que, desde já, 
enriquece a análise dos fatores. A corrente 
monetarista e o pensamento político liberal 
possui esse lugar comum em que Friedman 
faz suas proposições de equilíbrio natural 
dos fatores econômicos.
Você conhece?
Figura 4 – Fonte: <http://i.huffpost.
com/gen/1276371/thumbs/o-
-MILTON-FRIEDMAN-facebook.jpg>. 
Acesso em: 02 maio 2016. 
O termo Macroeconomia foi originado na década de 1930 em meio a 
Grande Depressão para entender melhor os fatores econômicos agre-
gativos que impactam na renda, no emprego e nos preços de forma ma-
croscópica. Mankiw (2012, p. 490) diz que a macroeconomia “é o estudo 
da economia como um todo. O objetivo da macroeconomia é explicar as 
mudanças econômicas que afetam muitas famílias, empresas e merca-
dos simultaneamente”.
Curiosidade
A macroeconomia é voltada para orientar as políticas públicas. Lembra-se de Keynes? 
Pois é, o Estado tem papel sim na condução de uma agenda desenvolvimentista da eco-
nomia. O que fazer para gerar emprego e renda? Como controlar preços e enfrentar a 
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Pesquise vídeos sobre o que estudamos até agora, fazendo buscas confor-
me orientações que seguem:
– A Teoria Keynesiana, procurando por “John Maynard Keynes: O Pensa-
mento econômico de KEYNES”;
– Milton Friedman: Livre para Escolher - 1. O poder do mercado.
Após assistir aos vídeos, faça um quadro comparativo com os pontos cha-
ve de cada teoria e compare-as.
Atividade 01
Toda essa estrutura teórica tenta encontrar no mundo real a sua aplicabilidade para 
entender a renda, os níveis de emprego e os preços, além de entender como isso ocorre 
dentro dos limites da economia sistêmica, nacional, ou como é mais conhecida, a econo-
mia doméstica. Por ser a economia entendida dentro desse contexto amplo, agregado, os 
conceitos são estudados de forma conjuntural, interdependentes, pois na economia real 
eles possuem conexões, surge então o conceito de Macroeconomia.
inflação? Como aumentar a produção? Essas perguntas precisam de respostas e essas 
respostas estão na macroeconomia, que vamos estudar agora através da análise dos indi-
cadores macroeconômicos.
Os Macroindicadores
Agora iremos estudar os principais indicadores macroeconômicos do Emprego, do Pro-
duto, do Preço, como eles se inter-relacionam e como ocorrem em nosso país. 
Macroindicador Emprego
Um dos grandes objetivos da macroeconomia é reduzir aos menores índices os níveis 
de desemprego. Há vários tipos de desemprego e as principais distinções vão por identifi-
cá-los como desemprego voluntário e involuntário. 
No desemprego voluntário estão os indivíduos que obtém renda de atividades de 
sua propriedade ou de sua família, os estudantes e as pessoas que trabalham no lar. 
O desemprego involuntário acomete aos indivíduos que buscam ocupação, mas não 
a conseguem. 
O desemprego voluntário não é preocupante, pois reflete uma escolha do indivíduo. 
Por outro lado, o desempregado involuntário sofre com efeitos sociais e econômicos per-
versos ocasionados por fatores de desemprego cíclicos, resultantes de oscilações da pro-
cura agregada, de sazonalidades na produção ou de fatores de desemprego estruturais 
relacionados com a estagnação da economia ou com o uso de tecnologia substitutiva nos 
processos produtivos. E nesse ponto há incompatibilidade entre expansão de produção e 
redução de desemprego. Contudo, o que pode ocorrer é que fatores estruturais, tais como 
a adoção de tecnologias que substituem o trabalho humano (tendo em vista ganhos de 
competitividade e redução de custos), aumentem a produção, mas reduzam o emprego. 
O nível de desempregados involuntários é uma grande preocupação macroeconômica e 
necessita de monitoramento, controle e redução. 
Macroindicador Produto
Os produtos e serviços produzidos em um país em um determinado período - geralmen-
te um ano - como resultados do processo macroeconômico em todas as suas relações com 
todas as partes envolvidas entre fornecedores, empresas, clientes, sociedade e governo 
são um importante dado de análise de crescimento econômico. O número do volume pro-
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duzido comparado com período anterior serve para visualizar facilmente se a economia 
cresceu ou encolheu.
O modelo de cálculo da produção nacional considera em sua base a população econo-
micamente ativa, o capital empregado e as reservas naturais. No Brasil, o produto nacional 
é conhecido como PIB - Produto Interno Bruto – e é calculado analisando os dados median-
te os resultados setoriais da agropecuária, da indústria, de serviços e da administração 
pública de todas as unidades federativas do país.
Assim como ocorre em uma família, quanto maior a renda produzida em um país, de 
mais bem-estar espera-se que seus integrantes desfrutem - seja em acesso à saúde, edu-
cação, moradia, lazer etc. - pela capacidade de expansão do produto nacional per capita 
(por cabeça). A economia pode estar em crescimento quando há tendência consistente 
de aumento do produto. Por outro lado, a economia pode se contrair quando o volume do 
produto produzido cai e o desemprego aumenta. Conforme Mankiw (2012, p. 709), “quan-
do a economia produz menos bens e serviços, o PIB real e as demais medidas de renda 
caem. Um período como esse [...] é chamado de recessão, se for relativamente brando, e 
de depressão, se for mais severo”. A estagnação ocorre com relativa linearidade no nível 
do produto nacional, nem crescendo nem reduzindo expressivamente.
A evolução do PIB no Brasil está muito irregular, pois nossa capacidade produtiva ora 
sofre pela dependência de incentivos fiscais, ora pela cotação do dólar, que favorece as 
exportações, mas encarece as importações. 
Os incentivos fiscais servem para estimular o consumo e o governo tem adotado políti-
cas fiscais de redução de impostos para reduzir preço e aumentar a demanda por produtos 
e, consequentemente, o volume de produção. 
Com relação à cotação do dólar, como exportamos produtos primários oriundos do agro-
negócio e importamos do mercado externo produtos com teor tecnológico agregado, se a 
cotação desses produtos primários estiver baixa no mercado internacional então as recei-
tas nacionais caem. Se o dólar estiver alto então quando compramos produtos de fora, 
nossos recursos vão para outro país.
A figura seguinte apresenta o resultado do crescimento do PIB nacional nos últimos 
11 anos, comparando com a taxa de desemprego. Acrescentei uma linha de tendência 
na linha do PIB, em que podemos visualizar uma tendência de PIB positiva, mas em leve 
declínio. No gráfico também é possível visualizar que a linha de tendência positiva do PIB 
influencia de alguma forma o indicador de desemprego, pois o crescimento do produto 
nacional requer o emprego da mão-de-obra.
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Figura 5 –Gráfico comparativo entre desemprego e PIB
Fonte: autoria própria (2016).
Macroindicador Preços
O sistema de mediçãode preços dos produtos e serviços da economia (ou valor da mo-
eda nacional) reflete a situação de preferência pela liquidez.
Quando as expectativas de aumento de preços (inflação) são persistentes e avisam que 
produtos irão ficar mais caros, o custo de oportunidade de reter o salário para comprar 
depois é mais alto e as pessoas vão tender a trocar moeda por bens reais para aproveitar a 
oportunidade no intervalo de tempo entre o preço 1, hoje mais baixo, e o preço n, no futuro 
mais alto. Essa depreciação da moeda em comparação com os bens reais acelera a circu-
lação entre os participantes da economia. O contrário também é identificado. Se há uma 
expectativa de queda nos preços futuros (deflação) a oportunidade está em reter moeda e 
adquirir esse produto mais barato no futuro.
Como vimos anteriormente, quando a economia está em ascensão, o consumo tende a pres-
sionar a oferta e assim ocasionar aumento de preços (inflação). O contrário ocorre na recessão ou 
depressão: a queda no consumo faz a procura cair e os preços acompanham também.
Mas há uma situação na economia em que são combinados os fatores de estagnação 
com leve recessão e inflação. É a estagflação. A estagflação ocorre quando há uma estag-
nação no produto nacional que, ao produzir menos unidades, acarreta em um aumento 
na proporção de despesas fixas cada vez maiores na unidade produzida, alimentando um 
aumento persistente da inflação. A mão-de-obra, por sua vez, ao perceber esse aumento 
na inflação, inicia processos reivindicatórios de aumentos salariais, que serão repassados 
juntamente com o aumento proporcional das despesas fixas aos preços, criando um ciclo 
difícil de ser quebrado (ROSSETTI, 2010, p. 732).
Preferência pela 
liquidez: entenda 
por liquidez a facili-
dade de conversão 
de um bem por 
moeda. Ou seja, 
quando um bem 
tem um custo em 
sua aquisição que, 
comparado com 
outros bens reais 
ou monetários, 
tem um custo de 
oportunidade mais 
alto e seria melhor 
se desfazer do bem 
em troca da moeda.
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Figura 6 –Gráfico comparativo entre inflação e desemprego. 
Fonte: autoria própria (2016).
Por exemplo: digamos que em uma fábrica as despesas fixas não empregadas direta-
mente na produção do bem ou serviço, como água, luz, telefone, salários da administração 
etc., sejam de R$ 100.000,00. Essa fábrica produz cerca de 500.000 itens. A proporção 
de despesa fixa por unidade é de 100.000 / 500.000, no valor de R$ 0,20 por unidade. Se 
essa fábrica em determinado mês produzir apenas 200.000 unidades a sua proporção de 
despesas fixas 100.000/ 200.000 sobe para R$ 0,50. Se a margem de lucro for reduzida 
e se essa for a expectativa de faturamento futuro a fábrica pode decidir por repassar esse 
custo adicional de R$ 0,30 a mais, da nova proporção da despesa fixa, que antes era R$ 
0,20 e agora é de R$ 0,50 para o preço do produto.
Nota-se na figura a seguir (uma comparação entre desemprego e inflação no Brasil) 
que, de início, a inflação e o desemprego caem, mas a partir de 2009 a inflação sobe o de-
semprego continua sua tendência de queda. Uma parte desse movimento se explica pelo 
fato de a metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 
partir de 2001, considerar como desempregado aquele que está à procura de emprego, 
que se inscreve em concursos, que procura agências de emprego etc.. Outra mudança re-
levante se deu em 2003, quando o IBGE parou de considerar pessoas que recebem ajuda 
dos programas assistencialistas como desempregadas.
Outra parte desse movimento se deu porque o desemprego ocorre mais por outros 
fatores do que pela ocorrência de inflação. Ao contrário, a inflação sofre pressão pelo con-
sumo das pessoas com capital para consumir, causando aumento na procura e causando 
pressão no aumento do preço. Porém, uma forte influência no medidor da inflação, o índice 
IPCA em 2015 (de janeiro a agosto), foi de itens cujo preço é controlado pelo governo, tais 
como energia elétrica (+ 38,3%) e gasolina (+8,4%). Com a redução do desemprego o con-
sumo das pessoas empregadas deveria fazer a inflação subir e não cair.
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Os governos tendem a manter a inflação sob controle através de diversos mecanismos. 
A inflação é uma realidade perversa em uma economia, pois corrói o poder de compra 
das pessoas. Alguns mecanismos de cunho fiscal, como reduzir gastos governamentais e 
aumentar impostos, têm efeitos imediatos sobre a economia reduzindo o consumo e dimi-
nuindo as pressões inflacionárias. Outras medidas de enfoque monetário, como aumento 
das taxas de juros, promovem a escassez de crédito, reduzindo consumo e investimentos, 
bem como o volume de recursos líquidos na economia, já que boa parte dos rendimentos 
obtidos através de financiamentos deve pagar despesas com juros cada vez maiores.
Resumo
Caro aluno, nessa competência você aprendeu sobre a história da economia e como os 
principais indicadores macroeconômicos se comportam no nosso dia-a-dia. Aprendeu tam-
bém como os dados do emprego, do produto e do preço influenciam a realidade da nossa 
vida. Você pode perceber como se formam as pressões inflacionárias - e quão maléfica é 
essa realidade - e como ela deve ser combatida.]] FIM
Autoavaliação
01. O que Adam Smith disse sobre equilíbrio no mercado?
a) Que os mais ricos exploram os mais pobres.
b) Que os mais pobres devem lutar pelos seus direitos.
c) Que o governo deve regular tudo.
d) Que uma “mão invisível” regula o mercado e traz os resultados mais desejados.
02. Sobre a lei da oferta e da procura podemos afirmar que:
a) Quanto maior a procura, mais o preço deve baixar, pois já que vai vender mais é melhor 
ganhar no volume total.
b) Quanto maior a procura, mais o preço deve baixar, já que outras empresas vão se inte-
ressar em fazer o produto.
c) Quanto maior a oferta, mais alto o preço vai ficar. Já que várias empresas estão produ-
zindo, elas podem colocar o preço que bem entendem.
d) Quanto menor a oferta, mais alto o preço vai ficar, pois todos vão procurar o produto e 
com sua baixa disponibilidade o preço vai subir.
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03. Quais dos motivos abaixo pode ocasionar um aumento de desempregados em 
um país?
a) Inflação.
b) Tecnologias que substituem o homem no trabalho, ocasionando uma deficiência geral 
na demanda das pessoas.
c) Redução da jornada de trabalho para que se precise de cada vez menos trabalho na 
sociedade.
d) Aumento de impostos sobre a renda, fazendo que as pessoas desistam de trabalhar.
04. O que é estagflação?
a) É o período de aumento da produção e da inflação.
b) Ocorre quando tem queda na produção e aumento da inflação.
c) É quando ocorre a estagnação da produção e da inflação.
d) Acontece quando há queda da produção e da inflação.
Identificar 
as modalidades de investimento
Competência
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Identificar
as modalidades de investimento
Quando se tem saldo de recursos de capital, crédito, tempo ou motivação, pode 
ocorrer de vir à mente a vontade de investir e, consequentemente, a dúvida sobre 
onde e como iremos investir esses recursos. Contudo, temos de ter cautela, pois a 
escolha em si já vai determinar boa parte de como será o resultado. Os investimentos 
possuem características de risco e retorno diferentes e isso aparece lá na frente, na 
apuração do resultado.
Antes de iniciarmos o estudo sobre modalidades de investimentos, precisamos conver-
sar um pouco sobre objetivos de níveis de risco e retorno, pois esses aspectos influenciam 
sobremaneira que tipos de investimentos seriam recomendados para o perfil do investidor, 
facilitando a escolha da modalidade do investimento a ser realizado.
A dimensão do risco em projetos de investimento 
A palavra risco sempre nos dá uma apreensão de que algo drástico irá ocorrer, mas 
quando se trata de gestão o risco é uma variação dos resultados previsíveis,prováveis.
Em finanças, quando falamos de risco sempre nos vem à mente a perda financei-
ra. É isso mesmo! Contudo, o que perdemos ou ganhamos é resultado das escolhas 
que fazemos. Seja pela maturidade ou pela familiaridade com a escolha de modali-
dades de investimentos, somos nós que - a princípio - escolhemos o risco de perda 
nosso patrimônio.
Existe o risco interno do empreendimento em si e também o risco de retorno do mer-
cado. O primeiro se refere aos resultados internos quanto à gestão de lucros, prejuízos, 
custos etc. e é conhecido como risco diversificável pois é possível reduzir, investindo diver-
sificadamente em outras oportunidades. Já o último refere-se à variação dos retornos de 
outras oportunidades no mercado que o investidor poderia aproveitar, como, por exemplo, 
investir no índice da bolsa de valores, e é conhecido como risco não diversificável ou sis-
temático, pois refere-se a todo o mercado.
Risco: perigo 
eminente, probabi-
lidade incerta, mas 
previsível, traço 
feito em superfície.
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Lembre-se, o risco diversificável se refere aos resultados internos quanto 
à gestão de lucro, prejuízos, custos etc.. Já o risco não diversificável refere-se 
à variação dos retornos de outras oportunidades no mercado que o investidor 
pode aproveitar.
A figura que segue demonstra a relação entre o risco e a diversificação da carteira ba-
seado nos títulos negociados na NYSE ou bolsa de valores de Nova York. Note que, a partir 
de 30 investimentos diversificados na carteira, o risco permanece estável e próximo ao 
risco sistêmico.
Figura 7 –Gráfico do risco x diversificação de carteira
Fonte: adaptado de Ross (2011). 
Como você observou, o risco se refere a uma incerteza previsível. Como assim, uma 
incerteza previsível? Isso significa que o risco que escolhemos correr nos dará um re-
sultado incerto, mas dentro de certa previsibilidade, se positivo ou negativo: podemos 
ganhar, empatar ou perdermos o capital investido dentro de uma faixa de possibilida-
des de retornos.
Warren Buffet, bilionário investidor do 
mercado financeiro norte-americano, 
nasceu em 1930 e constantemente 
aparece nas listas de pessoas mais 
ricas do mundo. É um guru dos inves-
timentos financeiros e ferrenho defen-
sor da diversificação da carteira para 
diminuir riscos ao investir. Sua estra-
tégia tem fundamento na escolha de: 
1) companhias de setores diferentes 
de atividade econômica para balance-
ar. Caso um setor enfrente uma crise 
outro pode estar prosperando; 
2) escolha de empresas com um his-
tórico de mercado e com um futuro 
baseado em vantagem competitiva 
sobre a concorrência; 
3) desinvestimento e “estoque” di-
nheiro quando o mercado está em 
alta e todos celebram seus investi-
mentos e aguardo da próxima queda 
dos preço das companhias seleciona-
das no passo anterior.
Você conhece?
Figura 8 – Warren Buffet
Fonte: <https://nyppagesix.files.wordpress.
com/2015/11/berkshirehatha-buffett_.jpg?q
uality=90&strip=all&strip=all>. 
Acesso em: 03 maio 2016.
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Em termos gerais, como disse anteriormente, nós quem determinamos, a princípio, o 
risco a que iremos expor nosso patrimônio. Ora, se temos capital obtido em reservas como 
poupança ou uma herança recebida, devemos empregar todo ele em um investimento? 
Pessoas com perfil arrojado dirão que sim, pessoas mais cautelosas dirão que não. Existe 
certo ou errado? Existem casos de sucesso e fracasso para quem arrisca tudo e para quem 
arriscou aos poucos. A escolha é pessoal. Mas o que iremos abordar é que é preciso ter 
consciência dos riscos envolvidos.
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Diversificar por si só irá reduzir seu risco. Mas também irá reduzir seus retornos. O 
que Buffet faz é ir além. Ele diversifica, mas aumenta seus retornos, comprando e ven-
dendo seus ativos no melhor momento, obtendo retorno na diferença entre preço de 
compra e de venda.
A dimensão retorno em projetos de investimento
De acordo com Gitman (2010) retorno é “o ganho ou prejuízo total que se tem com um 
investimento ao longo de um determinado período de tempo, e costuma ser medido como 
distribuições de caixa durante o período mais a variação de valor”.
Vamos a um exemplo de gestão de retorno. 
Supondo que vamos investir o capital de R$ 3.500,00 em três tipos de ativos diferentes, 
com retornos diferentes. Qual o retorno esperado para essa carteira?
Ativo: bens ou di-
reitos que possuem 
capacidade de 
produzir benefícios 
econômicos no 
futuro .
Figura 9 –Retorno de carteira de investimento 
Fonte: autoria própria (2016).
Para calcularmos o retorno da carteira teremos que usar a fórmula que pondera a pro-
porção de cada ativo na carteira pelo seu retorno esperado.
E(Rp) = ( W(a) x E(Ra) ) + ( W(b) x E(Rb) ) + (W(n) x E(Rn) ) 
E(Rp): retorno da carteira
W(a): proporção do ativo A 
W(b): proporção do ativo B 
W(n): último ativo da carteira.
E(Ra): retorno do ativo A
E(Rb): retorno do ativo B
E(Rn): último ativo da carteira. 
Então temos:
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E(Rp) = (0,5714 * 0,09) + (0,2857 * 0,1425) + (0,1429 * 0,3340) = 0,1399 = 13,99%
O retorno da carteira será de 13,99%. O ativo A representa 57,14% do investimento 
total de R$ 3.500,00, e tem retorno estimado de 9,00%. Devido a sua maior proporção, 
terá forte influência em baixar o retorno da carteira. O ativo B representa 28,57% e tem um 
retorno esperado maior de 14,25%. O ativo C representa apenas 14,29% do investimento 
e tem um retorno esperado bem maior, de 33,40%.
Podemos verificar que os valores alocados nos ativos foram simulados pelo retorno e 
pelo risco envolvidos em cada ativo, deixando mais recursos no ativo A, menos arriscado, 
uma quantidade menor de recursos no ativo B, um pouco mais arriscado, e bem menos 
recursos no ativo C, mais arriscado. O valor do retorno da carteira será uma média dos 
retornos esperados de cada ativo conforme o volume de recursos investidos e seus re-
tornos esperados.
Quando estudamos a dimensão risco, vimos que temos o poder de escolher o quanto ar-
riscar de nossos recursos. E quando se trata de retorno também precisamos ter o poder de 
determinar quanto ganhar ou perder. Vários investimentos têm um alvo de sucesso, um ob-
jetivo que precisamos visualizar para traçar com firmeza uma meta que, ao ser alcançada, 
deve liquidar o investimento. Dessa forma, além de nos tornarmos disciplinados, evitamos 
a ansiedade pelo êxito em continuar com o investimento e correr o risco de passarmos por 
uma reviravolta e o preço do ativo despencar, trazendo prejuízo. Tenha em mente o seguin-
te: prefira sorrir com pequenos ganhos a todo o momento, do que chorar prolongadamente 
com uma grande perda. Acertar é bom, errar nos faz melhores. Teste sua estratégia. Apren-
da uma nova. Acerte e erre. Aprenda, desenvolva-se. Depois vá pra valer!
Um exemplo de meta: no dia 22 de dezembro de 2015, na página do Banco Central do 
Brasil (<http://www.bcb.com.br>) foi informado que o rendimento mensal da poupança 
era 0,6789% ao mês, ou 8,46% ao ano. A poupança seria um investimento praticamente 
livre de risco (só se confiscarem ou congelarem sem rendimentos) e seu retorno é baixo. 
O rendimento por vezes é inferior à inflação, que nessa mesma data estava 9,62% só nos 
onze meses de 2015, ou 0,8385% ao mês. Um investimento tem de ser maior que a infla-
ção para não deteriorar o patrimônio do investidor, tendo em vista que se o dinheiro rende 
menos que a inflação o capital não foi protegido da perda de poder monetário de compra 
e assim ficará descapitalizado e comprará menos produtos no futuro. A previsão dos espe-
cialistas de mercado nessa data é que a inflação fechará 2015 em 10,71%. Portanto, seu 
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investimento precisaria render mais que isso ao ano (ou 0,8515% ao mês) para não perder 
o poder de compra. Atingido esse objetivo é hora de repensara continuidade do investi-
mento, 2016 pode ou não ser bom para o segmento escolhido. É preciso analisar sempre.
As modalidades de investimento 
Conforme abordado anteriormente, ativos são bens ou direitos com capacidade de ge-
rar benefícios econômicos futuros. Investir em um ativo é esperar alocar um capital que em 
um tempo futuro lhe renda benefício econômico, quer seja pelo lucro obtido na diferença 
entre o preço de compra menor que o de venda ou de receitas periódicas conhecidas no 
mundo financeiro como “fluxos de caixa”, que podem ser aluguéis, dividendos, juros, etc.
Esses ativos podem ser reais como bens ou direitos, baseados em bens físicos como 
prédios, automóveis e empresas, como negócios ou ativos financeiros, que por sua vez 
se dividem em ativos mobiliários e não mobiliários. Os primeiros são ações de empresas, 
debêntures, e os ativos não mobiliários são os investimentos em renda fixa, que você verá 
agora com mais detalhes.
Investimentos em ativos reais
Mais familiar para a maioria das pessoas no nosso país, adquirir bens reais é uma for-
ma popular de investimentos no Brasil. Vamos estudar alguns deles.
Investir em automóveis
Antes de se investir em automóveis, algumas situações devem ser levadas em conside-
ração. Por um lado temos cidades cada vez mais caóticas, trânsito engarrafado e a falta 
de prioridade de investimentos em transportes públicos como metrôs, o que incentiva à 
compra de um automóvel. Por outro lado, há o custo do encarecimento de impostos, dos 
licenciamentos, dos seguros, do combustível, da manutenção (lembre-se da qualidade das 
nossas ruas e estradas), a redução de áreas de estacionamento livre (e os altos preços 
dos estacionamentos privados) e a redução de áreas na habitação, cada vez menos com 
áreas de garagem.
Inicialmente já nos cabe uma revisão de conceito. O automóvel será usado para loco-
moção ou como máquina de trabalho? Se for para uso em locomoção pessoal de casa para 
trabalho e lazer então não é bem um investimento, pois não é um ativo que gere fluxo de 
caixa e sim uma despesa e uma fonte de passivo que irá demandar recursos, e não gerá-
Dividendo: Parcela 
de lucro distribu-
ída para os que 
possuem ações da 
empresa.
Dividendo: Parcela 
de lucro distribu-
ída para os que 
possuem ações da 
empresa.
A Receita Federal usa critérios contábeis para reconhecer a depreciação 
dos bens, e nos automóveis de passeio essa depreciação é de 20% ao ano, 
ou seja, a cada ano o automóvel perde 20% de seu valor. Um carro de R$ 
40.000,00 mil após um ano terá o valor de depreciação de R$ 8.000,00. O 
veículo teria, a princípio, o valor de R$ 32.000,00 e assim sucessivamente 
até o quinto ano, quando o bem ficará com o valor totalmente depreciado, 
restando apenas o valor residual.
Curiosidade
Além da depreciação, outros itens pesam no bolso do proprietário de automóvel. Vamos 
seguir com o exemplo de um automóvel de R$ 40 mil.
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-los. Seria um investimento se fosse um ativo gerador de fluxo de caixa, como os automó-
veis adquiridos para taxi ou food-truck, por exemplo.
Outro fator a se considerar é a depreciação do veículo. Em uma breve pesquisa nos sites 
das montadoras nacionais e importadas que comparou preços de fábrica com os preços de 
sites de revenda, percebeu-se que os veículos em revenda do próprio ano tem uma redução 
no preço em 20% em relação ao preço de fábrica. Dentro desse valor de revenda já está 
embutido o valor da comissão da loja, o que nos deixa um valor ainda maior de redução. 
Todo bem automotor está sujeito a desgaste por uso, a chamada depreciação.
Food-truck: 
tradução do inglês: 
caminhão ou carro 
de comida. É um 
espaço móvel que 
transporta e vende 
comida.
Figura 10 –Tabela de despesas com automóvel de passeio novo valor R$ 40 mil
Fonte: autoria própria (2016).
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Investir em Imóveis
Investir em imóveis talvez seja uma boa estratégia e pode render um bom dinheiro. 
Geralmente isso ocorre em um prazo mais longo, em torno de cinco anos.
Comprar um terreno por um preço baixo em uma área mais distante e aguardar valori-
zar quando chegarem os serviços públicos como água, luz, telefone e correios é uma forma 
comum de investir. Os riscos são alguma ameaça de invasores ou a área não valorizar. 
Mesmo valorizando, você corre o risco de haver ainda uma diferença insignificante entre 
preço de compra e de venda, ou seja, pode render menos que a inflação.
Outras pessoas buscam investir comprando imóveis na planta para vender ou alugar 
depois de prontos. É arriscado e são muitos os casos em que a construtora fecha ou não 
consegue concluir a obra. Quanto à análise de retorno, usa-se a mesma análise para o 
terreno (preço de venda menos o de compra). Para o aluguel, é preciso saber se o imóvel 
pode render um fluxo de caixa que seja superior à inflação para o proprietário.
Um grande benefício do fluxo de caixa de aluguel está em proporcionar, com 
a entrada de receitas, o financiamento de outro imóvel e facilitar a expansão 
patrimonial.
Investir em negócios
Abrir a própria empresa, adquirir uma franquia ou uma microempresa para complemen-
tar a renda como microempresário individual ou tornar-se empreendedor tem sido uma 
forma cada vez mais usada pelos brasileiros para geração de renda.
Leia a Lei Complementar 128/2008 para mais detalhamento sobre o Mi-
croempreendedor Individual (MEI).
Querendo mais 
Segundo dados do SEBRAE (2013, p. 19), após completar 2 anos de abertura, de cada 
100 empresas, 76 permanecem abertas e 24 encerram as atividades. Os principais moti-
vos de insucesso são:
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• Falha no planejamento; 
• Baixa diferenciação do produto concorrente; 
• Dificuldade no cumprimento da legislação; 
• Má gestão do fluxo de caixa; 
• Não separação da pessoa física da jurídica.
Abrir uma empresa é uma tarefa árdua. Ser empresário requer muito sacrifício pessoal 
e dedicação ao negócio, principalmente no início. No nosso país, que possui uma alta car-
ga de impostos, isso se torna um desafio ainda maior. É preciso gerir uma ampla cadeia 
de fornecedores, funcionários, clientes, governo e sociedade, além de manter os padrões 
de controle e de qualidade. O retorno do investimento é medido através do desempenho 
da empresa e identificado pelo lucro líquido obtido descontando do faturamento todos os 
custos e despesas.
Caro aluno, faça uma pesquisa no site da Bovespa. Acesse o site <http://
www.bmfbovespa.com.br> e na aba “produtos” clique em “renda variá-
vel” e depois em “empresas listadas”. Navegue pelas letras, tentando 
localizar uma empresa de seu interesse. Depois de escolher uma empre-
sa, clique em “Relatórios Financeiros” e depois “Informações trimes-
trais”. Analise o relatório e veja como está o desempenho econômico da 
empresa. Divida o Lucro / Prejuízo pelo faturamento e descubra a ren-
tabilidade líquida da empresa. Faça isso para os três últimos trimestres. 
Essa rentabilidade foi de quanto em média? Você investiria para abrir 
uma empresa e ter esse retorno?
Atividade 01
Investimentos em ativos financeiros
Devido aos esforços empregados, já há alguns anos os produtos financeiros estão cada 
vez mais acessíveis e muitos brasileiros buscam esses ativos para investir. Farei uma breve 
apresentação dos investimentos em ativos financeiros mobiliários, ações e debêntures e 
depois os investimentos em ativos financeiros não mobiliários, como renda fixa.
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Investir em ações
Seja para ganhar com o ágio, na diferença entre preço de compra e preço de venda 
ou pela receita de dividendos, o investimento em ações tem sido cada vez mais buscado 
pelos investidores. Veja um exemplo das ações da empresa NATURA S.A.: no período de 
23/12/13 a 23/12/15. No dia 18/09/15 a cotação caiu para o menor valor histórico 
dos últimos 3 anos e que poderia ser um piso que, ao chegar nesse

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