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04 FAVENI APOST DESENVOLVIMENTO-HUMANO-TRANSTORNOS-SÍNDROMES-E-POTENCIALDADES

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1 
 
SUMÁRIO 
1 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................ 3 
1.1 A Inteligência é definida por dois aspectos .......................................... 3 
1.2 Assimilação e Acomodação ................................................................. 3 
2 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0-2 ANOS) .............................................. 4 
2.1 Reação Circular .................................................................................... 5 
2.2 Reações Circulares primárias .............................................................. 5 
2.3 Reações Circulares secundárias .......................................................... 5 
2.4 Reações Circulares terciária ................................................................ 5 
3 SUBESTÁGIO 1 (0-1 MESES) .................................................................... 5 
3.1 O exercício dos reflexos inatos ............................................................ 5 
4 SUBESTÁGIO 2 (1-4 MESES) .................................................................... 7 
4.1 As primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária ........ 7 
4.2 Contágio Condutual .............................................................................. 7 
5 SUBESTÁGIO 3 (4-8 MESES) .................................................................... 8 
5.1 A reação circular secundária ................................................................ 8 
5.2 Coordenação de esquemas secundários ............................................. 8 
6 SUBESTÁGIO 4 (8 - 12 MESES) ................................................................ 9 
6.1 Coordenação de Esquemas Secundários Aplicados a Relações Meios 
/ Fins 9 
6.2 Relações Meios / Fins. ......................................................................... 9 
6.3 Passagem ao subestágio 4 .................................................................. 9 
6.4 Esquemas do Subestágio 4 ................................................................ 10 
7 SUBESTÁGIO 5 (12 - 18 MESES) ............................................................ 11 
7.1 Reações Circulares Terciárias ........................................................... 11 
7.2 Desaparece o erro de subestágio 4 ................................................... 12 
 
 
2 
 
7.3 Erro de transposição no estágio V ..................................................... 12 
8 SUBESTÁGIO 6 (18 - 24 MESES) ............................................................ 13 
8.1 Invenção de novas combinações de esquemas a partir de suas 
representações. ..................................................................................................... 13 
9 ORIGEM DA FUNÇÃO SIMBÓLICA ......................................................... 14 
9.1 Evolução da inteligência sensório-motora. ......................................... 14 
9.2 Significantes e significados ................................................................ 15 
9.3 A inteligência sensório-motora depois de Piaget ................................ 15 
10 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA .......................... 16 
11 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR E ESTÁGIOS DE 
APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 16 
11.1 Estágios de aprendizagem .............................................................. 18 
11.2 Movimentos e atividades de dança ................................................. 19 
11.3 Coordenação ................................................................................... 20 
11.4 Empurrar e puxar ............................................................................ 21 
11.5 Atividades de equilíbrio ................................................................... 21 
11.6 Atividades de Conscientização do Corpo ........................................ 22 
11.7 Atividades de consciência espacial ................................................. 22 
12 DESENVOLVIMENTO HUMANO .......................................................... 23 
13 FASES DO DESENVOLVIMENTO ........................................................ 23 
14 ARTIGOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DE ESTUDOS ....................... 25 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41 
 
 
 
 
3 
 
1 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
Fonte: desenvolvimento-infantil.blog.br 
A conduta humana organiza-se em esquemas de ações ou de representações 
adquiridos, elaborados pelo indivíduo a partir de sua experiência individual, que 
podem coordenar-se variavelmente em função de uma meta intencional e formar 
estruturas de conhecimento de diferentes níveis. A função que integra essas 
estruturas e sua mudança é a inteligência. 
1.1 A Inteligência é definida por dois aspectos 
Organização: forma determinada de organização do conhecimento. Exemplo: 
não pensamos em como caminhamos, simplesmente caminhamos, ou seja, tenho 
uma estrutura conhecido, a ação é o plano representativo deste esquema. 
Adaptação: realiza-se através da assimilação e acomodação. 
1.2 Assimilação e Acomodação 
Assimilação: transforma o objeto de conhecimento de acordo com o que temos 
construído. Exemplo: comer maçã o organismo absorve, faz parte dele. 
Acomodação: adaptar-se ao objeto de conhecimento através do sujeito. O 
sujeito se transforma para acomodar o objeto. Exemplo: a criança difere que existem 
vários tipos de cães, pequeno, grande, feroz, amigo. 
 
 
4 
 
2 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0-2 ANOS) 
 
Fonte: www.guiadoscasados.com 
Desenvolvimento inicial das coordenações e relações de ordem entre ações, 
início de diferenciação entre o próprio corpo e os objetos; aos 18 meses, mais ou 
menos, constituição da função simbólica (capacidade de representar um significado a 
partir de um significante). No estágio sensório-motor o campo da inteligência aplica-
se a situações e ações concretas. 
 
Subestágios do estágio sensório-motor: 
 Subestágio 1(0-1 meses); 
 Subestágio 2(1-4 meses); 
 Subestágio 3(4-8 meses); 
 Subestágio 4(8-12 meses); 
 Subestágio 5(12-18 meses); 
 Subestágio 6(18-24 meses). 
 
 
5 
 
2.1 Reação Circular 
Segmento de conduta que o bebê associa a uma consequência que tenta 
reproduzir repetindo tal conduta. O resultado deste exercício é o fortalecimento do 
esquema motor, que tenderá a conservar-se e a aperfeiçoar-se. 
2.2 Reações Circulares primárias 
São esquemas simples, descobertos fortuitamente pelo bebê e circunscritos a 
seu próprio corpo. Exemplo: chupar a mão; 
2.3 Reações Circulares secundárias 
São coordenações de esquemas simples cujas consequências são inicialmente 
casuais. Ao contrário das primeiras, os efeitos associados à conduta ocorrem não 
mais no próprio corpo, senão no meio físico ou social. Exemplo: adulto tamborilar os 
dedos sobre a mesa, o bebê se agita e o adulto entende que deve repetir o ato. 
2.4 Reações Circulares terciária 
Resultam da coordenação flexível de esquemas secundários, experimentando 
novos meios que levam a um efeito desejado, servem para "ver o que acontece". 
Exemplo: a criança usa um objeto para lançar outro. 
3 SUBESTÁGIO 1 (0-1 MESES) 
3.1 O exercício dos reflexos inatos 
O bebê relaciona-se com o mundo através dos sentidos e da ação. Os reflexos 
inatos proporcionam-lhe um repertório mínimo de condutas, mas que é suficiente para 
sobreviver. 
A conduta reflexiva é desencadeada quando ocorre uma determinada 
estimulação. Exemplo: sucção. 
 
 
6 
 
 
 
Fonte: www.comerparacrescer.com 
Este estágio é caracterizado pela repetição dos esquemas motoresinatos. O 
processo fundamental na adaptação é a assimilação: a experiência derivada do 
exercício do reflexo permite ao recém-nascido adaptar-se a novas condições de 
estímulo repetindo assimiladoramente o mesmo esquema de ação; ou seja, reagindo 
de modo semelhante a ambas, a assimilação nova à anterior. 
A Assimilação apresenta 3 aspectos: 
Repetição: assimilação funcional ou reprodutora, que assimila o objeto à 
função. Exemplo: suga o mamilo sempre que este é aproximado; 
Generalização: assimilação extensiva a objetos novos e variados. Exemplo: 
suga todo objeto colocado próximo a boca (fralda, bico) 
Reconhecimento: a duração, intensidade ou os componentes do esquema 
motor reflexo diversificam-se em função das características do estímulo; por isso 
dizemos que o indivíduo reconhece o objeto. Exemplo: diferenciar o-chupável-que-
alimenta do o-chupável-que-não alimenta. 
 
 
7 
 
4 SUBESTÁGIO 2 (1-4 MESES) 
4.1 As primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária 
Formação das primeiras estruturas adquiridas: os hábitos. Exemplo: quando o 
bebê faz algo intencional que o agrada/atrai tenta repetir a ação; 
Esta é uma reação circular primária porque, por um lado, o efeito inicial 
produziu-se de maneira fortuita e porque, por outro, as ações que a criança repete de 
modo rotineiro e invariável estão concentradas em seu próprio corpo. Começam a 
surgir as primeiras coordenações motoras como pressão-sucção, visão-audição. 
4.2 Contágio Condutual 
 
Fonte: tademais.net 
O assimilador antecedente à assimilação: a criança só imita o adulto quando a 
conduta a ser imitada existe previamente no seu repertório. Exemplo: imitar um som 
que o adulto faça, que por sua vez imitou uma vocalização que a criança já produzia. 
 
 
8 
 
5 SUBESTÁGIO 3 (4-8 MESES) 
5.1 A reação circular secundária 
Reações circulares secundárias: A reação circular secundária envolve objetos 
externos; ex: casualmente o bebê alcança o móbile de seu berço; este movimento 
tende a ser repetido; o bebê começa a recuperar objetos escondidos. 
Neste estágio a criança já interage com o meio, sua estrutura já não é mais só 
biológica, os novos esquemas são mais ricos e variados e possibilitam uma atividade 
mais liberada. 
A assimilação generalizadora com os objetos é muito ativa, a criança explora 
com curiosidade aplicando esquemas conhecidos associados a efeitos que já é capaz 
de antecipar tais como: chupar sacudir e bater. 
5.2 Coordenação de esquemas secundários 
A criança já é capaz de encontrar objetos escondidos; no subestágio anterior, 
o bebê descobre o objeto por acaso; agora, desde o início, existe um objetivo; o bebê 
demonstra originalidade e procura utilizar esquemas antigos; seria o que Piaget 
chama de "assimilação generalizadora". 
A assimilação recognitiva também está relacionada com êxitos posteriores, pois 
neste subestágio aparece o reconhecimento motor ela já associa um objeto ao 
movimento, ao sacudir o braço ela faz soar o chocalho. Agora a atenção e o interesse 
da criança deslocam-se até o resultado das suas ações, ela não faz mais só por fazer, 
a criança é cada vez mais sensível as mudanças da realidade, fonte de desequilíbrio 
e novas acomodações. 
Os avanços na conduta mostram a proximidade da atividade intencional, porém 
ainda não foi estabelecida a coordenação entre meios e fins. 
 O efeito produzido pela reação secundária acontece com repetições 
casuais e também acontece casualmente. A relação entre a conduta e a meta, por 
exemplo espernear para conseguir mexer com os pés um brinquedo pendurado. 
 No terceiro subestágio, a criança imita somente a conduta visível em seu 
próprio corpo. A existência do objeto continua ligada as ações e percepções da criança 
 
 
9 
 
ela só o procura se ele está parcialmente oculto, o espaço está restrito a ação 
momentânea pois nesta fase existe a ausência da conservação do objeto. 
6 SUBESTÁGIO 4 (8 - 12 MESES) 
 
Fonte: formacaodeprofessoresrj.blogspot.com.br 
6.1 Coordenação de Esquemas Secundários Aplicados a Relações Meios / Fins 
Esquema Sucessão de ações que possuem uma organização de ações e que 
são sucessíveis de repetição em situações semelhantes. 
Ex: Sacudir um chocalho para fazê-lo soar. 
6.2 Relações Meios / Fins. 
Um esquema media o êxito de uma meta associada a outro esquema. Ex: 
Agarrar um brinquedo, retirando um obstáculo que está entre a criança e o brinquedo. 
6.3 Passagem ao subestágio 4 
 Aparecimento da intencionalidade. 
 Acentua-se a atenção que ocorre no meio. 
 
 
10 
 
 Aparecimento das primeiras coordenações do tipo meios-fios. 
 As reações secundárias coordenam-se em função de uma meta não 
imediata. 
 Meios adequados para a consecução do objetivo proposto. 
6.4 Esquemas do Subestágio 4 
 Procedem do repertório prévio da criança, havendo a coordenação 
intencional. 
 Sacudir um chocalho para produzir um som. 
 Os esquemas ainda não possuem a mobilidade necessária, a conduta 
se repete tipicamente como foi aprendida. 
 Encontrar um objeto que foi escondido, quando isso é feito diante dela. 
 Progressos nas habilidades de imitação aproximada. Entre chocar de 
mãos quando deve bater palmas. 
 Progressos nas habilidades de imitação análoga. Abrir e fechar as mãos 
quando deve abrir e fechar os olhos. 
 Possibilidade de imitar movimentos invisíveis. Mover os lábios. Tocar o 
nariz, a orelha. Mostrar a língua. 
 Coordenação dos esquemas de representação facilitando a 
compreensão de objetos e fatos. 
 Disposição de sair de casa quando lhe colocam determinada roupa. 
 Quando sua fralda é retirada sabe que irá tomar banho. 
 Esquemas de conhecimento têm progressos, como os relativos à 
captação do espaço. 
 Observação e provocação de deslocamentos de objetos. 
 Distinção das pessoas (6 - 8 meses) 
 Chorar quando algum estranho se aproxima sem que uma figura bem 
conhecida e protetora esteja presente. 
 Repetição de conduta tal como foi aprendida. 
 
 
 
11 
 
 
Fonte: www.calesita.com.br 
7 SUBESTÁGIO 5 (12 - 18 MESES) 
7.1 Reações Circulares Terciárias 
É o descobrimento de novas relações instrumentais como resultado de um 
processo de experimentação ajustada à novidade da situação. 
A assimilação agora não é mera repetição pois na reação circular terciária o 
esquema sensório-motor está integrado por elementos móveis e variáveis em cada 
repetição, à medida que as condições da ação são modificadas. 
A busca ativa de uma nova relação entre meios e fins inicia-se de modo 
intencional, mas é atingida normalmente de modo fortuito: quando um esquema prévio 
não é eficaz, a criança ensaia procedimentos aproximados até que o tateio leve à 
resposta correta. 
A criança começa a usar meios novos para atingir seus objetivos e realiza 
verdadeiros atos de inteligência e de solução de problemas. 
 Aproxima um objeto puxando algo sobre o qual está situado, por 
exemplo uma manta ou uma almofada. 
 A conduta do barbante é semelhante e consiste em atrair um objeto 
puxando o prolongamento do mesmo que pode ser um barbante; 
 
 
12 
 
 A conduta do bastão consiste em usar um bastão ou um pau para 
alcançar um objeto afastado. 
 Puxar um lençol sobre o qual está de pé até compreender que precisa 
sair de cima para poder pegá-lo. 
 Tentar passar um boneco horizontalmente através das grades verticais 
do parque até entender que precisa fazê-lo girar para conseguir fazê-lo passar. 
 A criança descobre o uso correto do ancinho como instrumento para 
aproximar objetos, brinca aproximando-os e afastando-os alternadamente. 
7.2 Desaparece o erro desubestágio 4 
 Já que o esquema de busca prévio não é eficaz, a criança ensaia outros 
procedimentos, até obter o resultado desejado. Ex: quando a bola desaparece sob a 
mesa, nós buscamos ali e não embaixo do sofá. 
7.3 Erro de transposição no estágio V 
 A criança não consegue ainda enfrentar os deslocamentos invisíveis do 
objeto. 
 A criança é incapaz de inferir que, se o objeto não está na mão do 
experimentador, deve estar embaixo do lenço. 
 Ainda pesam muito as evidências perceptivas diretas; por isso a 
elaboração da permanência do objeto ainda é vista com dificuldade quando ocorrem 
deslocamentos dos objetos com trajetórias ocultas para a criança. 
 A experimentação e o ensaio permitem à criança incorporar a seu 
repertório imitativo novos esquemas. 
 
 
13 
 
8 SUBESTÁGIO 6 (18 - 24 MESES) 
 
Fonte: www.fisher-price.com 
8.1 Invenção de novas combinações de esquemas a partir de suas 
representações. 
Caracteriza-se pelo aparecimento da representação e, então, os problemas 
podem começar a ser resolvidos no plano simbólico e não mais puramente prático. 
Esquemas e ações suscetíveis de ser realizadas com ou sobre os objetos que 
compartilham alguma propriedade (por exemplo agarrar objetos de certo tamanho, 
pode-se girar objetos redondos ou cilíndricos) assim, os esquemas assimilam os 
objetos. 
Os esquemas de ação proporcionam o primeiro conhecimento sensório-motor 
dos objetos como são sob o ponto de vista perceptivo; e o que pode ser feito com eles 
no plano motor. 
Através da ação dos esquemas, a criança vai elaborando o seu conhecimento 
dos próprios objetos e das relações espaciais e causais que colocam em contato 
certos objetos e acontecimentos com outros. 
O sujeito já não resolve, então, os problemas por tateio, mas parece fazer uma 
reflexão prévia. 
 A criança tentar subir num banquinho, mas, ao apoiar-se nele, ele se 
desloca. Em um momento determinado, a criança se detém na sua ação, parece 
refletir, pega o banquinho e o apoia na parede, evitando, assim, seu deslocamento e, 
a seguir, sob novamente. 
 A aquisição da linguagem mudará as relações da criança. 
 
 
14 
 
 Com o seu aparecimento entramos em uma nova etapa representativa, 
que abrirá novas perspectivas para o seu desenvolvimento intelectual. 
 As novas habilidades são exercitadas em ações predominantemente 
assimilatórias, tais como jogo simbólico, baseado na aceitação do "como se". Ex: 
Brincar com uma caixa "como se" fosse um carro. 
9 ORIGEM DA FUNÇÃO SIMBÓLICA 
 
Fonte: www.mundodastribos.com 
9.1 Evolução da inteligência sensório-motora. 
Os símbolos originam-se da ação tanto como significantes; quanto como 
significados. 
 
 SIGNIFICANTES 
Procedem predominantemente da imitação, são dados por práticas sociais das 
quais o indivíduo se apropria através da imitação: diferida ou internalizada (manejo de 
imagens mentais). 
 
 SIGNIFICADOS 
Tem seu valor como elementos de assimilação. 
 
 
15 
 
Dar significado ou compreender um objeto é assimilá-lo aos esquemas 
disponíveis. 
9.2 Significantes e significados 
Diferenciam-se, facilitam-se mutuamente, enriquecem-se e coordenam-se no 
desenvolvimento sensório-motor do mesmo modo que o fazem as funções de 
assimilação e acomodação. 
A experimentação e o ensaio permitem à criança incorporar a seu repertório 
imitativo novos esquemas. 
9.3 A inteligência sensório-motora depois de Piaget 
A descrição da fase sensório motora de Piaget foi feita com a observação de 
seus três filhos, então outras pessoas quiseram pesquisar se este processo ocorre 
igualmente em populações diferentes. E foi constatado que Piaget tinha razão, 
embora algumas diferenças cronológicas foram constatadas, mas por causa da 
estimulação, do meio e da forma como as crianças eram criadas. 
Após muitas pesquisas os psicólogos descobriram a capacidade dos bebês nas 
primeiras semanas de vida demonstrando uma conduta mais precoce do que Piaget 
supunha. A coordenação intersensorial aparece desde os primeiros dias de vida e a 
conservação do objeto ocorre antes do que Piaget supunha, principalmente se o 
objeto é algo significativo para a criança. O que Piaget interpretou em função da 
competência cognitiva foi interpretado posteriormente em função da execução motora. 
Piaget dizia que crianças não procuram o objeto, pois não tem uma representação do 
mesmo, enquanto outros autores dizem que a criança não tem é a habilidade motora 
para pegar o objeto, ex: bebês de nove meses levantam um obstáculo para buscar 
um objeto escondido sob. E um de 5 meses não o faz, mas é porque os de 9 já 
desenvolveram uma habilidade motora para tal. 
Na função simbólica os estudos de Piaget fecham com os novos dados 
coletados, a construção da função simbólica é a elaboração do conhecimento sobre a 
realidade e os dois aspectos principais são: a representação e a comunicação. Os 
símbolos são instrumentos criados a serviço da relação interpessoal e a permanência 
 
 
16 
 
do objeto adianta-se quando o objeto é uma pessoa relacionada a criança. O final 
deste estagio é paralelo a existência de ajustes entre mãe e filho a comunicação pré-
linguística e a aquisição da linguagem. 
10 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA 
 
Padrão motor: é uma série de movimentos inter-relacionados, para alcançar um 
objetivo. Ocorre em 3 fases: preparatória, ação e contínua 
Os elementos do movimento são 4: 
1 - Tempo; 
2 - Peso; 
3 - Espaço; 
4 - Forma. 
 
Fatores que afetam as respostas motoras: 
-Conhecimento do espaço 
-Qualidade da força 
-E seu inter-relacionamento 
11 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR E ESTÁGIOS DE 
APRENDIZAGEM 
Para a criança estar pronta para movimentos perceptivos motores e voluntários 
é necessário seguir o desenvolvimento dos movimentos básicos, que são 
fundamentais como pré-requisitos. 
 
 
17 
 
 
Fonte: www.calmatopic.com 
Movimento voluntário (2 a 6 anos – saindo do corpo vivido entrando no corpo 
percebido) 
Os movimentos reflexos são involuntários. São elementos fundamentais para o 
desenvolvimento motor 
Movimentos reflexos são executados sem o pensamento consciente em 
resposta a um estímulo. O desenvolvimento básico dos reflexos baseia-se em: 
posturais, segmentares e de preensão. 
-Equilibrar-se num pé só 
-Andar sobre uma linha em diferentes curvas e formas 
-Hiperestender o corpo em vários níveis e direções 
-Transportar objetos na cabeça 
-Correr para perto e para longe de objetos em movimento 
Movimentos básicos 
Essa é a fase mais crítica para que o desenvolvimento motor seja correto. 
Normalmente a criança desenvolve pela prática 
Podem ser: 
-Locomotores: Rastejar, andar, saltar, pendurar, rastejar 
-Não locomotores: puxar, empurrar, virar, curvar 
-Manipulativos: Em sala de aula (preensão, cópia, etc.) 
 
1-Perceptivo motor: 
 
 
18 
 
Baseia-se nos estágios anteriores, acrescentando outra dimensão: a 
percepção que antecede a resposta motora. A criança interpreta antes de responder 
a um movimento. Importantíssimo para o desenvolvimento da inteligência 
 
2-Habilidades físicas: 
Estas determinam adequação ao movimento. A criança muito nova não tem 
essa adequação. Adquire essas habilidades na fase do corpo percebido (5-6 anos). 
Essas habilidades são relativas ao esporte e à dança. Em habilidades mais complexas 
as crianças nessa idade ainda não têm maturidade total 
 
3-Movimentos criativos: 
É a resposta ao "movimento" através da comunicação. Aqui ocorre o 
desenvolvimento motor expressivo e interpretativo. Estímulos do ambiente são 
motivadores nessa faixa de idadeSão desenvolvidos também em classe (artes visuais- música) 
11.1 Estágios de aprendizagem 
 
Fonte: boanoticia.com 
1-Imitação: 
A criança observa e executa uma imitação do que está vendo (ação) 
 
 
19 
 
Esse movimento é carente de coordenação (ou controle muscular) - é uma 
forma imatura e imperfeita. Ocorre com crianças até 3 anos. 
 
2-Manipulação: 
A criança desempenha a ação de acordo com orientações dadas; não se baseia 
somente na observação 
 
3-Conceituação: 
Nessa fase a criança alcança exatidão, equilíbrio e outras habilidades de 
precisão podem ser alcançadas (na pré-escola) 
 
4-Discriminação: 
Coordenação de uma série de ações com sequência adequada. 
Começam a surgir as habilidades motoras rítmicas e a complexa coordenação 
óculo-motora 
-bater na bola de soprar com as mãos abertas procurando mantê-la no ar 
-Arremessar uma bola de meia ou pequenos sacos de areia num balde ou caixa 
com abertura de tamanho igual ao da bola 
-Em sala de aula: encaixar pinos de madeira- jogar bilboquê, etc. 
 
5-Naturalidade: 
Atinge o desempenho mais alto de capacidade e a ação quase não requer 
energia psíquica (pensamento). As respostas são automáticas e espontâneas 
Ex: andar é uma ação motora que se desenvolve na criança até o nível de 
maturidade 
11.2 Movimentos e atividades de dança 
A execução das atividades motoras grossas ocorre paralelamente ao 
desenvolvimento integral da criança. 
Para estimular o auto- conceito: movimentos com conhecimento das partes do 
corpo e do que o corpo pode executar 
Imagem corporal (melhorar o autoconceito) 
 
 
20 
 
-Esconder partes do corpo (nariz, orelha, etc.) 
-Mover braços, cabeça, pernas e pé de maneira ritmada 
-Colocar objeto sobre diferentes partes do corpo 
-Transmitir mensagens usando as diferentes partes do corpo 
-Desenhar partes do corpo num papel (em classe) 
-Mover parte do corpo em determinada direção 
-Tocar diferentes partes do corpo com os olhos fechados 
-Brincadeiras, como: "o macaco disse"- o professor dá os comandos 
-Espelhar-se num parceiro imitando seus movimentos 
11.3 Coordenação 
 
Fonte: delas.ig.com.br 
Falhas na coordenação motora podem ser causadas pela deficiência de 
movimentos desde o período de amamentação até a 1ª infância 
Andar (explorar diversas maneiras de andar, correr saltar) 
-Andar de lado 
-Andar com artelhos para fora e calcanhares unidos 
-Correr com as mãos sobre a cabeça 
-Correr com as mãos nos quadris 
-Correr com as mãos presas às costas 
 
 
21 
 
-Correr na ponta dos pés 
-Saltitar nos dois pés 
-Saltitar num pé só 
-Saltar para frente 
-Saltar para trás 
-Saltitar para o lado direito, para o esquerdo 
11.4 Empurrar e puxar 
 
Fonte: guiadobebe.uol.com.br 
-Cabo de guerra- dois a dois usando corda curta 
-Cobra: deitar em decúbito dorsal, braços estendidos sobre a cabeça, deslizar 
o corpo no solo, inclinando o quadril na linha da cintura, para a esquerda e para a 
direita 
-Peixe: em decúbito dorsal, no solo, executar movimentos de nadar 
-Urso: andar em quatro apoios, movimentando ao mesmo tempo, braço 
esquerdo, perna esquerda, braço direito, perna direita 
11.5 Atividades de equilíbrio 
-Subir escada, elevando o joelho o mais alto possível 
 
 
22 
 
-Passo de elefante: inclinada para frente na altura da cintura, deixar os braços 
e mão soltos imitando o elefante. (Propor outras imitações) 
-Andar de joelhos: a criança anda ajoelhada com as mãos no ar 
-Passo de pato: com as mãos seguras nas costas, em forma de cauda, andar 
inclinada ou agachada para frente ou qualquer outra variação 
-Pulo do coelho: saltitar para frente sobre dois pés e apoio com as mãos no 
solo 
11.6 Atividades de Conscientização do Corpo 
A criança necessita de atividade que envolvam os dois lados do corpo, para se 
obter o máximo de eficiência nos movimentos. 
-Deitada em decúbito dorsal, com os pés elevados do solo, executar círculos 
-Deitada em decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo, deslizar os 
dois braços ao mesmo tempo até tocar a cabeça com as mãos. 
-Deitada em decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo, deslizar o 
braço esquerdo para cima e perna esquerda para cima, perna direita para fora 
-Deitar no solo, com os olhos fechados e tocar as partes do corpo que forem 
citadas 
11.7 Atividades de consciência espacial 
 
Fonte: www.blogelian.com.br 
Usar a imaginação da criança. Não dar exemplo. 
 
 
23 
 
Pedir à criança: 
-Ser uma árvore 
-Procurar ser mais alta que possa 
-Procurar ser menor que possa 
-Apontar a uma parede. Tocar e voltar 
-Apontar uma parede. Correr até ela e voltar 
-Sem sair do lugar, mover os pés rapidamente 
12 DESENVOLVIMENTO HUMANO 
O desenvolvimento humano é muito rico e diversificado. Cada pessoa tem suas 
características próprias, que as distinguem das outras pessoas, e seu próprio ritmo de 
desenvolvimento. 
Por mais que estudemos e nos esforcemos para compreender o 
comportamento humano e seu desenvolvimento, ele sempre reserva surpresas e 
imprevistos. A singularidade do ser humano, que foge a padrões pré-estabelecidos é 
que produz o avanço, o progresso e a mudança. Como diz Piaget, “é o desequilíbrio 
que gera o desenvolvimento, pois este, é uma equilibração progressiva, uma 
passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio 
superior”. 
O que faz a vida valer a pena é essa constante incerteza quanto ao momento 
seguinte; é isso que nos estimula a inventar, a criar, a realizar, a tentar melhorar nosso 
mundo. Entretanto, apesar das diferenças e da incerteza que marcam o 
desenvolvimento humano, alguns pesquisadores estabeleceram fases de 
desenvolvimento, as quais obedecem a certa sequência, válida para todos. Isto é, 
todas as pessoas, ao se desenvolverem, passam por essas etapas embora varie a 
idade e as características. 
13 FASES DO DESENVOLVIMENTO 
O desenvolvimento humano, não apresenta momentos de modificações 
radicais; a evolução é gradual e contínua. Entretanto, em alguns momentos ocorrerão 
maiores alterações como por exemplo, o crescimento físico na infância e na 
 
 
24 
 
adolescência e mais acentuado, e perceptível do que na idade adulta, que é um 
período de maior estabilidade. Mesmo considerando-se o desenvolvimento contínuo, 
para estudá-lo dividiu-se o processo em cinco fases, cada uma com características 
próprias. 
1. Pré-natal 
2. Infância de zero a 12 anos 
3. Adolescência - dos 12 a 18 anos ou 21 anos 
4. Idade adulta - dos 21 aos 60 anos 
5. Velhice - dos 60 ou mais. 
A divisão das fases vai depender dos critérios que se estabelecem para se 
concluir que alguém é adulto. No entanto estaremos focando apenas a fase da infância 
por ser esta a população atendida pelas atividades. A idade não pode ser o único 
critério na avaliação do grau de desenvolvimento do indivíduo, muito mais importante 
que a idade são as várias dimensões da maturidade, emocional, social, intelectual e 
física. 
Maturidade significa o nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, 
em comparação com a maioria das pessoas de sua idade. Os vários tipos de 
maturidade estão interligados; um não se desenvolve sem que os outros também se 
desenvolvam. A maturidade pode ser dividida em quatro dimensões principais: 
Maturidade emocional – diz respeito à expressão e ao controle das emoções 
nas diversas idades. Parte fundamental da vida humana. 
Maturidade social – compreenda a evolução da sociabilidade, no sentido de 
superação do egocentrismo infantil, na contribuição para o bem-estar social e a 
participação nas decisõesde interesse social. 
Maturidade física – engloba o desenvolvimento das características físicas, 
estatura, peso, sexo, ser canhoto, índio, etc. 
Maturidade intelectual – refere-se à maneira como a pessoa vai conhecendo a 
si mesma e ao mundo que a cerca. 
O desenvolvimento mental envolve: 
- A ampliação dos horizontes: o indivíduo torna-se sempre mais capaz de 
compreender e de pensar o passado, o presente e o futuro, a criança pequena só tem 
condições de perceber e viver o presente. 
- Há um aumento da capacidade para lidar com abstrações e símbolos. 
 
 
25 
 
O exemplo mais característico é o da linguagem, por volta dos 2 anos a criança 
usa 150 palavras; aos 7 anos pode utilizar aproximadamente 2500 palavras e com o 
desenvolvimento torna-se cada vez mais complexa e rica em expressões e ideias. 
- A capacidade de atenção e concentração por períodos cada vez mais longos; 
quanto mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e concentração em 
uma tarefa. Ela se cansa mais facilmente e tende a mudar de atividade. 
- Um declínio do devaneio e fantasia; os sonhos devaneios e fantasias infantis 
não constituem fuga da realidade, mas são normais e necessários para o 
desenvolvimento da criança. 
- O desenvolvimento da memória; não é na infância que a pessoa tem maiores 
possibilidades no campo da memória, pois a linguagem, as experiências, as 
percepções e a compreensão infantis estão longe de ter atingido o seu 
desenvolvimento máximo para essa possibilidade. 
- Um aumento da capacidade de raciocínio; o raciocínio será mais ingênuo e 
egocêntrico na fase infantil. 
14 ARTIGOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DE ESTUDOS 
 
Desenvolvimento Motor da Criança e 
Estimulação Precoce 
 
Resumo 
 
Sabe-se que o desenvolvimento motor é o processo de mudanças no comportamento 
motor que envolve tanto a maturação do sistema nervoso central, quanto a interação 
com o ambiente e os estímulos dados durante o desenvolvimento da criança. 
Verificou-se as fases de desenvolvimento da criança até os 18 meses de vida e como 
a estimulação precoce, principalmente em crianças nascidas pré-termo e com baixo 
peso, pode fazer a diferença em uma idade mais avançada da criança. 
 
 
 
26 
 
Palavras chave: Desenvolvimento motor, fases de desenvolvimento, estimulação 
precoce. 
 
Introdução 
 
O aprimoramento motor é o ponto de partida de todo o desenvolvimento motor da 
criança. A independência adquirida com a locomoção e a manipulação de objetos 
ampliou a visão de mundo do ser humano, contribuindo e levando-o a progredir 
continuamente [1]. 
O desenvolvimento motor é o processo de mudança no comportamento motor, o qual 
está relacionado com a idade, tanto na postura quanto no movimento da criança [2] 
O desenvolvimento é um processo de mudanças complexas e interligadas das quais 
participam todos os aspectos de crescimento e maturação dos aparelhos e sistemas 
dos organismos [3]. 
O desenvolvimento motor é dependente da biologia, do comportamento e do ambiente 
e não apenas da maturação do sistema nervoso [4]. Quando a criança nasce, o seu 
SNC ainda não está completamente desenvolvido. Ela percebe o mundo pelos 
sentidos e age sobre ele, criando uma interação que se modifica no decorrer do seu 
desenvolvimento. Deste modo, por meio de sua relação com o meio, o SNC se 
mantém em constante evolução, em um processo de aprendizagem que permite sua 
melhor adaptação ao meio em que vive [5]. 
Cada criança apresenta seu padrão característico de desenvolvimento, visto que suas 
características inerentes sofrem a influência constante de uma cadeia de transações 
que se passam entre a criança e seu ambiente. Mesmo assim, existem características 
particulares que permitem uma avaliação grosseira do nível e da qualidade do 
desempenho [3]. 
Um bom desenvolvimento motor repercute na vida futura da criança nos aspectos 
sociais, intelectuais e culturais, pois ao ter alguma dificuldade motora faz com que a 
criança se refugie do meio o qual não domina, consequentemente deixando de realizar 
ou realizando com pouca frequência determinadas atividades [1]. 
A maioria das crianças nasce sem problemas de desenvolvimento. As diferenças 
individuais entre elas são muitas, inclusive características físicas, temperamento e 
personalidade; mas a sequência de desenvolvimento é bastante previsível [6]. 
 
 
27 
 
Sabe-se que, na ausência de sinais severos, como nos casos de paralisia cerebral e 
retardo mental, um número significativo de crianças com história de prematuridade 
vem apresentar sinais de distúrbios de aprendizagem, dificuldades de linguagem, 
problemas de comportamento, déficits de coordenação motora e percepção 
visuoespacial na idade escolar [7]. De acordo com isso, foram constatados em 
estudos experimentais que a estimulação sensório motora em recém-nascidos de 
risco favoreceu a adequação de seus padrões motores [5]. 
Deve-se ter em mente que as informações obtidas através de pesquisas culturais 
cruzadas sobre o desenvolvimento motor de lactentes vêm alertar pesquisadores, 
médicos, terapeutas e educadores quanto à existência de diferentes padrões no 
desenvolvimento e quanto à necessidade de conhecimento dos padrões da população 
em que se atua, evitando interpretações equivocadas de testes motores e falhas no 
diagnóstico de desvios, atrasos ou precocidade no desenvolvimento motor [8]. 
Fases do Desenvolvimento da Criança 
 
Rápidas mudanças no desenvolvimento ocorrem durante os primeiros 24 meses após 
o nascimento e influenciam dramaticamente por toda a vida. As mudanças evolutivas 
que ocorrem durante esse período são resultado de complexo desenvolvimento 
neurológico, o qual é influenciado por fatores genéticos e ambientais [8]. 
O conhecimento do desenvolvimento motor assume importância fundamental 
na clínica pediátrica, sobretudo, em casos de o lactente apresentar ou correr o risco 
de apresentar, distúrbio motor devido a alguma lesão nervosa ou a uma anomalia do 
sistema osteomuscular [4]. 
Por isso, o fisioterapeuta precisa de noções e conhecimento claros sobre 
desenvolvimento, para poder avaliar o lactente ou a criança, sabendo identificar as 
características individuais do desempenho e que conheça mais as capacidades e 
respostas diante de certos estímulos que podem ser esperados em determinada idade 
[3]. 
Cada criança apresenta seu padrão característico de desenvolvimento, pela 
influência sofrida em seu meio. Durante os primeiros anos de vida os progressos em 
relação ao desenvolvimento costumam obedecer a uma sequência ordenada, mas 
existe considerável variabilidade individual, de acordo com cada criança [3]. 
 
 
28 
 
Tendo em mente que cada criança é um indivíduo com padrão, ritmo de 
desenvolvimento e habilidades ligeiramente diferentes, Flehmig [9-22] esboça as 
típicas aquisições da criança em desenvolvimento: 
 
Primeiro Mês 
A postura do recém-nascido é a flexão fisiológica. Predomina a assimetria. Em 
decúbito dorsal ele é capaz de virar a cabeça para ambas as direções. Em decúbito 
ventral ele é capaz de estender os membros inferiores reciprocamente e de virar a 
cabeça para liberar as vias aéreas nessa posição. A cabeça do recém-nascido cai 
completamente para trás quando ele é puxado para a posição sentada. Quando 
segurado pelas axilas, apoia-se se mantendo erguido por alguns segundos sem 
fixação adequada e depois, cai fletindo os joelhos [9]. 
Durante as primeiras semanas de vida, o lactente é capaz de reagir às sensações 
táteis, gustativas, sonoras, aos movimentos e as imagens visuais, especialmente 
diante de um rosto humano, mas depende de alguém que o alimente, o proteja e o 
suportecontra a ação da gravidade e durante os movimentos no meio ambiente [3]. 
A criança recém-nascida move os braços, as pernas e o corpo inteiro ao mesmo tempo 
(movimento em bloco) porque não pode ainda diferenciar os movimentos separados 
[23]. Os movimentos em bloco se evidenciam principalmente durante a manipulação, 
embora também possam ocorrer durante outros movimentos, como parte gradativa do 
controle motor [4]. À medida que o córtex e as bainhas de mielina se desenvolvem, é 
estabelecida a conexão com a medula espinhal, com isso os movimentos em bloco 
diminuem e os movimentos voluntários se tornam mais precisos [23]. 
Objetos que se movem na linha visual são percebidos e já fixados por pouco 
tempo. Os olhos acompanham junto com a cabeça à estimulação por um objeto, ou 
pelo rosto da mãe, até a linha média. A criança reage a efeitos luminosos ou acústicos 
com enrugamento da testa, Reflexo de Moro, diminuindo a atividade ou ficando 
totalmente quieta. Já produz poucos sons laríngeos. Chora antes das refeições. 
Quando ouve ruídos, interrompe seus movimentos mas ainda não se vira para a fonte 
acústica [9]. 
Reflexos e Reações: Sucção e deglutição, quatro pontos cardeais, olhos de 
boneca, fuga à asfixia (até o resto da vida), glabelar, magnético, colocação palmar, 
colocação plantar, tônico cervical simétrico, preensão palmar, preensão plantar, tônico 
 
 
29 
 
cervical assimétrico, tônico labiríntico, Galant, Moro, positivo de apoio, cutâneo plantar 
em extensão, marcha automática e a reação de endireitamento da cabeça[10]. 
 
Segundo mês 
 
 Em decúbito dorsal, a criança ainda apresenta predomínio de flexão, mas realiza uma 
extensão melhor. O corpo já está simétrico. Na posição ventral já pode estender o 
segmento torácico. A cabeça levanta-se por curtos intervalos, ainda ligeiramente 
oscilando, mas não além dos 45º. Quando puxada para sentar, a cabeça ainda oscila, 
mas ela orienta-se para a posição ereta mais estável. Segurada pelas axilas, a criança 
ergue-se por alguns segundos de maneira mais estável e abandona a posição mais 
suavemente, fletindo os joelhos [11]. 
Objetos que se movem (à 30 ou 40 cm) são percebidos e fixados na linha visual. 
Os olhos param até que o objeto saia do campo visual. A criança reage a estímulos 
luminosos extremos com enrugamento da testa, choro, reflexo de Moro, ou diminuindo 
sua atividade, permanecendo quieta. Ouvindo ruídos, ela já inicia seus movimentos 
(pode se virar para a direção do som) [11]. 
Reflexos e reações: Os reflexos têm menor intensidade, mas se produzem bem 
equilateralmente. São eles: Sucção e deglutição, Quatro Pontos Cardeais, Glabelar, 
Marcha Automática, Magnético, Colocação Plantar, Colocação Palmar, Galant, RTCA, 
RTCS, Tônico Labiríntico, Preensão Plantar, Preensão Palmar, Positivo de Apoio, 
Cutâneo Plantar em Extensão, Moro e a Reação de Endireitamento da Cabeça[10]. 
 
Terceiro Mês 
 
A criança pode virar-se para os dois lados, não mais em bloco, mas já com 
certa rotação. A cabeça pode ser mantida na linha média, mas se coloca, 
frequentemente, para um dos lados. As mãos podem ser trazidas para a linha média. 
Ela já brinca com as mãos e pode segurar objetos, levando-os à boca. Na posição 
ventral, ergue a cabeça a 45º e o apoio sobre os antebraços ainda não é estável [12]. 
A criança já colabora quando se quer levantá-la da posição dorsal. A cabeça já 
acompanha bem, mas ainda oscila um pouco. Segurada pelas axilas, já permanece 
 
 
30 
 
mais estável na posição em pé. O tônus flexor já não predomina e a criança já mostra 
padrão extensor [12]. 
Percebem-se objetos na linha média e mesmo além dela para ambos os lados, 
na linha visual, à distância de 30-40cm. A criança acompanha o objeto a mais de 180º 
e já observa por tempo prolongado se este a interessar. Os movimentos dos olhos e 
cabeça já são, muitas vezes, simultâneos e coordenados. Ouvindo ruídos, a criança 
para de mover-se e vira logo para a fonte geradora [12]. 
Reflexos e Reações: RTCA, Tônico Labiríntico, Preensão Plantar, Preensão 
Palmar, Cutâneo Plantar em Extensão, Moro e Reações de Endireitamento da 
Cabeça, Postural Labiríntica, Óptica de Retificação e Retificação do Corpo sobre a 
Cabeça[10]. 
Em resumo, sentar e ficar em pé não são posturas independentes no primeiro 
trimestre. Mas o bebê mostra sinais do que está para acontecer. Lutando contra a 
gravidade, ele adquire controle da cabeça e dá um grande passo para vencer a força 
da gravidade que o havia deixado tão fisicamente dependente no momento do 
nascimento [2]. 
 
Quarto Mês 
 
As mãos são trazidas à linha média e contempladas, coordenadamente com a 
atitude da cabeça e do corpo. Em posição ventral, a cabeça já se ergue a quase 90º 
e apoia os antebraços com bastante estabilidade. Já iniciam os movimentos de 
rastejamento [13]. 
Quando levantada da posição dorsal, colabora com bom controle da cabeça. 
Sentada, o tronco ainda não é estável. Quando levantada pelas axilas, estende as 
pernas, encontra o suporte e faz peso ligeiramente mediante co-contração [13]. 
Percebe objetos na linha média e além dela à distância de 20-30cm. 
Acompanhada com os olhos e movimentos da cabeça um objeto até mais de 180º. 
Mãos, dedos e objetos são levados à boca e sugados. A criança opõe resistência 
quando lhe querem tirar um brinquedo. Já consegue distinguir bem as qualidades de 
sons [13]. 
Reflexos e Reações: RTCA, Tônico Labiríntico, Preensão Plantar, Preensão 
Palmar, Cutâneo Plantar em Extensão, Moro e Landau[10]. 
 
 
31 
 
O contato com o ambiente melhorou e, por causa disso, a criança começa a 
investigar seu ambiente e mostra-se mentalmente mais adiantada do que lhe permite 
a motricidade. A criança já tem, além das fases da satisfação de necessidades 
alimentares, o desejo de contatos com o ambiente. Se não os consegue, chora [13]. 
 
Quinto Mês 
 
Em decúbito dorsal pode virar-se de um lado para o outro e, às vezes, atingir o 
decúbito ventral. Já leva os pés à boca. Em decúbito ventral, a cabeça ergue-se bem 
até 90º. Começa o deslocamento de peso para um dos lados, a fim de liberar um dos 
braços. Estabilidade incipiente do tronco. Quando erguido pelas axilas, há maior 
flexibilidade no joelho [14]. 
Reflexos e Reações: Preensão Plantar, Cutâneo Plantar em Extensão, Landau 
e inicia-se a Reação de Equilíbrio[10]. 
 
Sexto Mês 
 
Se a criança se senta, pode-se tirar as mãos por curtos períodos. Ela joga-se, 
então, para adiante, tendo um controle de peso insuficiente. Quando colocada em pé, 
apresenta boa simetria da postura, mas não se mantém independentemente [15]. 
Já pode falar algumas palavrinhas como papai e mamãe [15]. 
Reflexos e Reações: Preensão Plantar, Cutâneo Plantar em Extensão 
(dependendo da criança pode se extinguir nesse mês, mas em algumas perdura até 
1 ano), Landau e Reações de Retificação da Cabeça sobre o Corpo, Endireitamento 
do Corpo sobre o Corpo, Postural de Fixação e de Proteção[10]. 
 
Sétimo Mês 
 
Não permanece mais em decúbito dorsal, virando-se para um dos lados. Em decúbito 
ventral, às vezes tenta ficar de gato. Sentada, apresenta bom equilíbrio quando se 
inclina para frente. Quando segurada pelas axilas, tenta equilibrar-se, mas oscila [16]. 
A criança agarra objetos e tenta estabilizar-se neste sentido. Objetos menores 
e maiores são agarrados, quase sempre com a palma da mão. Já existe boa 
 
 
32 
 
coordenação dos músculos oculares, boa coordenação olho-mão, já acompanha em 
todos os planos [16]. 
Já come biscoitos que lhe são dados, bebe em xícara que alguém segura para 
ela e come com colher [16]. 
Reflexos e Reações: Landau[10].Oitavo Mês 
 
Da posição ventral, pode, fletindo-se, passar para a posição de gato. Sentada, já se 
apoia com rotação muito boa para adiante e lateralmente. Apoiando-se, já consegue 
ficar em pé [17]. 
A criança tornou-se muito mais estável e chega à posição ereta embora ainda 
sem segurança. Assim, do ponto de vista mental, há uma melhor situação e pode, a 
partir daí, descobrir melhor o seu meio. Movimentos continuados, modificações na 
posição e tentativas constantes de alcançar alguma coisa no espaço determinam o 
desenvolvimento [17]. 
 
Nono Mês 
 
Quase nunca assume a posição dorsal e ventral. Senta-se estavelmente e, quando 
perde o equilíbrio, reage com contra movimento do corpo. Fica em pé com maior 
estabilidade e, quando segurada, apresenta bom equilíbrio. Sentada ou em pé apoia-
se sobre os quatro membros, locomovendo-se com maior rapidez [18]. 
Nessa idade, o brinquedo bem agarrado já pode ser atirado. Pega objetos 
pequenos com o polegar e o indicador (pinça) [18]. 
 
Décimo Mês 
 
Atinge o sentar sem apoio independentemente, com bastante equilíbrio. 
Também já fica em pé sozinha segurando em objetos. Passa da posição em pé para 
sentada e sentada para em pé [19]. 
 
 
33 
 
Esta idade é o estádio intermediário da horizontal para a vertical ainda instável. 
Os estádios intermediários melhoram. A criança fica em pé e tenta largar-se. Anda ao 
longo dos móveis, engatinha. Por isso, já não se pode deixá-la só [19]. 
 
Décimo Segundo Mês 
 
Ainda preferem engatinhar, pois é uma locomoção mais rápida, mas já começam a 
dar os primeiros passos [20]. 
 
Décimo Quinto Mês 
 
O engatinhar já não é o recurso mais utilizado para se locomover, mas ainda é usado. 
A criança já pode deslocar seu peso e adaptar-se bem à modificação da sua posição 
no espaço. Já pode caminhar livremente [21]. 
Têm boa compreensão do que lhe dizem e consegue expressar-se dizendo, 
por exemplo, papá (comer), au-au (cão) [21]. 
 
Décimo Oitavo Mês 
 
A criança mostra equilíbrio adequado às posições. Bom controle de cabeça e 
tronco, boa rotação, boa flexão de quadril na posição sentada, boa extensão de quadril 
em pé e boa mobilidade das articulações [22]. 
Ela já pode agarrar um objeto e transportá-lo. Arruma os objetos, tenta colocá-
los em ordem, desarruma, apalpa, distingue materiais e superfícies. Melhora de forma 
constante a sua integração perceptiva, acompanhada pelo desenvolvimento da fala. 
A evolução motora está realizada, de modo que a criança pode experimentar amplas 
dimensões evolutivas [22]. 
Em estudo realizado buscou-se observar de que maneira o homem vem 
completando seu desenvolvimento motor normal e os fatores que podem levar a 
dificuldades motoras futuras, mostrando a importância da estimulação na fase de 
maior desenvolvimento, que vai de 0 a 18 meses. Concluiu-se que existem fases bem 
pouco vivenciadas do DMN e que estas, quando corretamente estimuladas, levam à 
obtenção de melhor condição de vida para as crianças, tanto presente quanto 
 
 
34 
 
futuramente porque o estímulo dado, mesmo que por curto período de tempo, faz com 
que as crianças respondam e vivenciem as fases estimuladas [1]. 
Também foram realizados estudos comparando o desenvolvimento motor em 
lactentes brasileiros e norte-americanos a fim de descobrir se há ou não diferenças 
no comportamento e desenvolvimento motor entre uma cultura e outra. Constataram 
que, de maneira geral, os lactentes brasileiros apresentaram uma evolução maior no 
desenvolvimento nos primeiros oito meses, seguido de um período de relativa 
estabilização. Assim concluíram, de acordo com várias pesquisas, que o padrão de 
desenvolvimento motor não é universal [8]. 
 
Estimulação Motora Precoce 
 
Em nenhuma fase do ser humano o desenvolvimento motor vai ser tão rápido 
como o de 0 a 1 ano e 8 meses. Portanto, este é o período em que o bebê ainda terá 
maiores possibilidades de se normalizar sem se defasar no seu desenvolvimento [24]. 
Independente da perspectiva adotada, mais biológica ou social, são muitas as 
evidências de que crianças pré-termo estão sob maior risco para apresentar atraso 
perceptual, motor e cognitivo, associado ou não a problemas de comportamento e 
déficit de atenção [7]. Ao se pensar em lesão cerebral que ocorreu pré, peri ou pós-
natal tem que se pensar, ao mesmo tempo, em intervenção precoce nas áreas 
sensório-motoras para atingir o mais rápido possível um desenvolvimento que ainda 
está com toda a sua plasticidade e capacidade de receber as sensações normais e 
integrá-las [24]. 
Pensava-se que o SNC era imutável após o seu desenvolvimento. Com a 
descoberta da neuroplasticidade sabe-se que as conexões sinápticas são modificadas 
pela demanda funcional. Como substrato da aprendizagem do indivíduo em sua 
interação com o ambiente, pode-se perceber a importância da criança experimentar 
movimentos e posturas normais desde seu nascimento, favorecendo a sua 
habilitação; caso contrário se esta criança começar a realizar movimentos e posturas 
anormais durante seu desenvolvimento, estará aprendendo a interagir com o mundo 
em padrões anormais, reforçando circuitos neuronais de comportamentos anormais, 
dificultando e limitando sua qualidade de vida [5]. 
 
 
35 
 
Quanto mais tarde a criança iniciar o plano de normalização, mais defasado 
estará o seu desenvolvimento motor, juntamente com a perda na área sensorial, 
refletindo na perda da noção espacial, esquema corporal, percepção, que poderá 
contribuir com a falta de atenção ou dificuldades cognitivas [24]. O tratamento por 
meio do conceito neuroevolutivo (Bobath) foi originalmente desenvolvido pelos Bobath 
na Inglaterra no início da década de 1940 para o tratamento de indivíduos com 
fisiopatologias do SNC. Esse método foi descrito como um conceito de vida e, como 
tal, continuou a evoluir com o passar dos anos [25]. 
O tratamento pelo desenvolvimento neurológico, como planejado por Bobath, 
usa o manuseio para inibir respostas anormais enquanto facilita reações automáticas. 
O manuseio proporciona experiências sensoriais e motoras normais que darão base 
para o desenvolvimento motor. Com as abordagens sensório-motoras, estímulos 
sensoriais específicos são administrados para estimular uma resposta 
comportamental ou motora desejada. Técnicas de integração sensorial algumas vezes 
são incorporadas nos programas sensório-motores. A intervenção sensório-motora 
pode ser aplicada a bebês de alto risco de várias maneiras, por exemplo, o rolamento 
linear em uma bola pequena para estimular o sistema vestibular e promover um estado 
de alerta. Estímulos proprioceptivos e táteis profundos poderão promover um 
comportamento calmo e auto regulatório [25]. 
As atividades lúdicas são um meio para atingir os objetivos terapêuticos. A 
brincadeira original não é como tirar férias da vida; é vida. O terapeuta e a criança 
estão sempre crescendo e mudando. A brincadeira original não se baseia no medo, 
mas em uma relação de confiança com a vida. Como um amiguinho, o terapeuta se 
junta a criança de tal forma que ambos se sentem amados, respeitados e ansiosos 
por explorar. As habilidades necessárias para a brincadeira serão a curiosidade, 
confiança, resistência, vigilância [6]. 
A arte de normalizar o tônus é brincar com ele. Se o tônus é baixo, trazê-lo para 
um tônus mais alto e normalizado; se o tônus é alto, trazê-lo para o tônus mais baixo 
e normalizado. Assim que obtiver um tônus mais normalizado, é necessário dar-se a 
reação de equilíbrio. São essas reações de equilíbrio, rotação, tirar da linha média, 
que vão manter o tônus normalizado e fazer com que o cérebro integreessas reações 
e mantém o tônus [24]. 
 
 
36 
 
Antes que a criança chegue é necessário planejar como utilizar o ambiente e 
os brinquedos para trabalhar no sentido das metas de desenvolvimento da criança. É 
importante ter pelo menos um plano de reserva para a seção de fisioterapia, pois a 
criança pode não querer realizar atividade proposta. O uso criativo do equipamento e 
dos brinquedos é uma habilidade muito importante. Um adjunto à flexibilidade é 
aprender a usar o ambiente como instrumento de fisioterapia. Uma grande motivação 
para as crianças pequenas são irmãos, pais e avós. A família pode conseguir que a 
criança faça alguma coisa que o terapeuta não consegue. Também sabem o tipo de 
brincadeira que a criança gosta e podem incorporar jogos familiares às sessões. A 
música também pode ser de grande motivação; pode ser de fundo, para incrementar 
a atmosfera da sessão de fisioterapia, usada como meio para as rotinas de exercícios, 
tocada em um gravador acionado por botões para incentivar movimentos específicos 
[6]. 
Estudo comparativo sobre desempenho perceptual e motor em crianças em 
idade escolar que nasceram pré-termo e a termo mostrou diferenças significativas de 
desempenho entre os dois grupos em quase todos os testes. Chama a atenção para 
a importância do acompanhamento que deve ser dado do desenvolvimento de recém-
nascidos pré-termo, principalmente os nascidos abaixo da 34º semana de gestação e 
com menos de 1500g, até a idade escolar. Uma recomendação pertinente, frente aos 
dados apresentados, é que além de programas de detecção precoce de sequelas 
neuromotoras, crianças com história de prematuridade e que não apresentam quadro 
neurológico evidente, deveriam ser encaminhados a programas de intervenção 
precoce [7]. 
Em análise sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças nascidas com muito 
baixo peso na idade pré-escolar, constatou-se um funcionamento intelectual limítrofe 
no momento da avaliação, indicando possível dificuldade escolar, reforçando a 
necessidade de se promover estimulação adequada à criança [26]. 
É muito importante fazer um plano de tratamento, visualizando-se o bebê com 
o que se apresenta, e como será se não for possível normalizá-lo, para que se trabalhe 
muito mais nas suas dificuldades e que, pelo bom posicionamento, a normalização 
adquirida na terapia ou pelo manuseio adequado dado pela mãe (que deve ser bem 
orientada) perdure por mais tempo. Essa é a ideia fundamental da intervenção 
precoce: normalizar o tônus e permitir que, pela plasticidade, estas sensações 
 
 
37 
 
normais sejam absorvidas e que sejam mantidas pelo maior tempo possível, para que 
as sensações anormais sejam colocadas em segundo plano, fazendo com que o 
cérebro só integre as sensações normais e depois as use para sempre [24]. 
De nada adianta o bebê ir diariamente à sessão de terapia e depois passar o resto do 
dia em posturas que não favoreçam esta normalização. É muito mais vantajoso um 
bebê ir uma a duas vezes por semana na terapia onde a mãe é sempre orientada e 
assiste o tratamento. Ela é a grande força para a normalização de um bebê pequeno, 
e por isso ela deve ser respeitada, conquistada e amada pelo terapeuta [24]. 
 
Objetivos 
 
Fazer um levantamento quanto às fases de desenvolvimento motor normal da criança 
e sobre como e o porquê da estimulação precoce na criança de risco. 
 
Metodologia 
 
Foram pesquisadas e utilizadas referências bibliográficas de 1990 à 2004, 
encontradas na biblioteca do Centro Universitário Hermínio Ometto e na base de 
dados Scielo Brasil. 
 
Conclusão 
 
Pode-se concluir que o período de 0 a 18 meses é o de maior desenvolvimento da 
criança, sendo que as diferenças são notadas claramente. Também que cada criança 
tem seu tempo e se desenvolve de acordo com a maturação de seu SNC, juntamente 
com a ação do meio em que vivem; mas pode-se considerar, por alto, uma sequência 
de desenvolvimento normal que deve ser seguida. Sabe-se da necessidade que 
algumas crianças possuem, através de estudos realizados, de estimulação nessa 
primeira fase de sua vida, mesmo não possuindo problemas neurológicos 
(geralmente, crianças que nascem pré-termo, com extremo baixo peso). E é a partir 
disso que a fisioterapia faz uso da estimulação precoce, ajudando, através de 
brincadeiras, as crianças a se desenvolverem da melhor maneira possível. 
 
 
38 
 
 
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