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Módulo Nascimento - Problema 4 - Dequitação da placenta, Puerpério, Sangramento Uterino Pós-Parto, Camadas da Cesariana

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Thaís Pires 
1 
Problema 4 
1. Descrever a dequitação da placenta; 
 
Após a expulsão do feto, o corpo do útero adapta-se à 
redução volumétrica, se retraindo muito – essa retração é 
responsável pela DESINSERÇÃO placentária, levando, 
geralmente, 2 a 3 contrações para dequitá-la do corpo para 
o canal do parto / Os primeiros 6-10 mins do secundamento 
constituem o TEMPO CORPORAL, uma vez que a placenta 
permanece dentro do corpo uterino / Já no canal do parto, a 
placenta sofre as pequenas contrações do segmento inferior, 
que não é suficiente para a expulsão → para a exteriorização 
completa, são necessários ESFORÇOS EXPULSIVOS da 
paciente ou a AJUDA DE UM TOCÓLOGO 
 
É dividido em 3 TEMPOS FUNDAMENTAIS: 
 Descolamento – Decorrente da retração uterina, que 
diminui a superfície de contato com a placenta e culmina no descolamento da placenta / Nesse período, a 
DECÍDUA não é passiva aos fenômenos contráteis, uma vez que cede e se descola no nível da zona não 
resistente = CAMADA ESPONJOSA → essa é a região alvo tanto por ser menos resistente quanto pelos 
processos degenerativos/necróticos iniciados na última semana de gravidez 
O hematoma retroplacentário se expande por entre as paredes do útero e os cotilédones, auxiliando, muitas 
vezes, a DEQUITADURA! 
O descolamento pode ser CENTRAL (Baudelocque-Schultze) OU MARGINAL/PERIFÉRICO (Baudelocque-
Duncan), sendo definidos quando começam no CENTRO ou LATERALMENTE → classicamente, no central, a 
face placentária visualizada é a FACE FETAL, e apresenta a formação de um HEMATOMA RETROPLACENTÁRIO, 
sendo esse o que MAIS OCORRE 
Já na dequitação marginal/periférica, a face placentária observada na rima da vulva é a MATERNA, apresenta 
o escoamento de sangue antes da expulsão total da placenta e é MENOS FREQUENTE 
 
 Descida – as contrações uterinas e a ação da gravidade condicionam a migração da placenta 
 Expulsão ou Desprendimento – já no canal vaginal, a placenta provoca sensações de puxo, 
determinando esforços abdominais para a expulsão 
 
 
Thaís Pires 
2 
2. Definir o puerpério e seu acompanhamento; 
 
É iniciado na primeira hora após o parto, sendo denominado, nesse intervalo, de PERÍODO DE GREENBERG – 
nessa primeira hora, há ESTABILIZAÇÃO DOS SINAIS VITAIS + HEMOSTASIA UTERINA, incluindo os períodos de 
MIOTAMPONAMENTO, TROMBOTAMPONAMENTO, INDIFERENÇA MIOUTERINA e CONTRAÇÃO UTERINA 
 A redução do volume uterino causa ANGULAÇÃO das artérias UTERINA E OVARIANA, diminuindo a 
perfusão sanguínea; e a contração do útero causa OCLUSÃO DOS VASOS MIOMETRIAIS → 
MIOTAMPONAMENTO / o TROMBOTAMPONAMENTO é a segunda linha de defesa contra a hemorragia, 
sendo caracterizado pela formação de TROMBOS nos vasos uteroplacentários que se prolongam pelos 
coágulos intrauterinos e recobrem o leito placentário → a retirada dessa coagulão é um processo NÃO 
FISIOLÓGICO que deve ser evitado / a INDIFERENÇA MIOUTERINA é caracterizada pela contração e 
relaxamento das fibras miometriais e ocorre na primeira hora pós parto 
 
Puerpério – período de 6 a 8 semanas que inicia após a expulsão da placenta – constitui uma fase ativa na 
qual acontecem fenômenos hormonais, psíquicos e metabólicos para o retorno dos órgãos reprodutivos e 
pela readaptação do corpo feminino - e é dividido em 3 períodos: 
 Puerpério Imediato – 1° ao 10° dia 
 Puerpério Tardio – 10° ao 45° dia 
 Puerpério Remoto – depois do 45° dia 
 
 Alterações Hemodinâmicas 
 DC – o débito cardíaco aumenta no puerpério IMEDIATO em função da saída da placenta e da 
descompressão aortocava / retorna aos valores normais em 2 semanas 
 Volume Plasmático – aumenta cerca de 10% no pós parto imediato pela descompressão 
aortocava e redistribuição dos líquidos corporais / retorna aos valores normais em 2 semanas 
 Resistência Vascular Periférica – aumento da RVP pela eliminação da circulação placentária 
 
Assistência Pós-Natal 
Cuidado Hospitalar – além dos cuidados médicos, a equipe de saúde também é responsável por 
instruir a mulher acerca das alterações fisiológicas ao longo do puerpério imediato e tardio, especialmente no 
que diz respeito aos LÓQUIOS, PERDA DE PESO, DIURESE E APOJADURA / Além do fisiológico, devem ser 
alertadas quanto aos sinais de complicações, como FEBRE, SANGRAMENTO VAGINAL EXCESSIVO, DOR, 
EDEMA OU HIPEREMIA DO MMII 
Também deve ser abordado acerca do RETORNO DAS ATIVIDADES SEXUAIS, indicado APÓS 2 SEMANAS do 
parto 
 Medidas Gerais – na 1ª HORA PÓS-PARTO, a mulher deve ser monitorada com cuidado, principalmente 
em busca de HEMORRAGIAS → a cada 15 MINS a equipe deve aferir a PA, BPM, avaliar sangramento vaginal 
e a contração uterina 
Caso o parto tenha sido com anestesia, a mulher deve ser acompanhada em ambiente ESPECIALIZADO com 
profissional especializado 
Quanto a DIETA, mulheres com parto vaginal eutócito não recebem nenhuma restrição alimentar 
 
 Deambulação – a mobilização e o caminhar precoce reduzem a incidência de RETENÇÃO URINÁRIA, 
CONSTIPAÇÃO e FENÔMENOS TROMBOEMBÓLICOS PÓS-NATAIS / Ao menos a primeira deambulação deve 
ocorrer SOB VIGILÂNCIA, pelo risco elevado de síncope! 
 
Thaís Pires 
3 
 Cuidados Genitais – com relação ao cuidado da região perineal, a mulher deve ser orientada a fazer a 
higiene vulvar no sentido ANTERIOR-POSTERIOR e utilizar GELO no primeiro dia para reduzir o desconforto 
local, principalmente em casos de episiotomia 
A utilização de ANTISSÉPTICOS locais e de ANTI-INFLAMATÓRIOS pode ser indicada 
 
 Temperatura – a temperatura pós-parto não segue os critérios normativos para condições 
extrapuerperais → nas PRIMEIRAS 24H, pode haver PIREXIA abaixo de 38°C – A chamada “FEBRE DO LEITE” 
pode ocorrer concomitante à apojadura no 3º dia 
 
 Avaliação da Involução uterina – o útero puerperal tem consistência FIRME, é INDOLOR e altamente 
MÓVEL pela flacidez dos elementos de fixação – Nas primeiras 12 HORAS do pós parto, a altura do fundo do 
útero mede cerca de 12cm, do 2 dia em diante diminui progressivamente 1cm/dia 
 
 Monitoramento da Função Vesical – buscar por retenção urinária, que possui como fatores de risco a 
primiparidade, doses elevadas de ocitocina, lacerações perineais → então mulheres com esses fatores de 
risco devem ser MONITORIZADAS / é possível também a INCONTINÊNCIA URINÁRIA E/OU FECAL no puerpério 
 
 Cuidados Domiciliares 
 1ª Consulta – realizada entre 7 a 10 dias pós-parto – é importante para assegurar a saúde da 
mulher e do rn – avaliar o estado de saúde da mulher e do rn, orientar acerca da amamentação, identificar 
situações de risco e conduzi-las 
 2ª Consulta – realizada 6 semanas pós-parto – investigar as condições gerais da saúde da 
mulher e do rn; caracterizar o padrão de amamentação, reafirmando praticas no sentido de garantir os 6 
meses de AME; Avaliar o retorno do fluxo menstrual e da atividade sexual; Orientação quanto aos métodos 
contraceptivos 
Rastreio para agravos da saúde mental da mulher - 
 
3. Descrever a evolução uterina no pós-parto imediato e a influência dos hormônios envolvidos; 
 
Após a dequitação, o útero inicia o processo de INVOLUÇÃO – a RETRAÇÃO UTERINA é característica do 
MIOMÉTRIO, que permite a redução do TAMANHO FAZ FIBRAS MUSCULARES após sucessivas contrações 
(não diminui o número de células)→ o útero retraído contrai os vasos sanguíneos, dando aparência 
ISQUÊMICA ao órgão / Essa contração também atinge os VASOS INTRAMIOMETRIAIS, reduzindo o fluxo 
sanguíneo e prevenindo a HEMORRAGIA PÓS-PARTO / Os vasos calibrosos 
se obliteram (fazem trombose), atuando também como HEMSOTASIA para 
o pós-parto 
 
Após 24h pós-parto, o fundo do útero atinge a CICATRIZ UMBILICAL, e após 
1 semana desce para um ponto entre cicatriz umbilical e sínfise púbica → 
essa INVOLUÇÃO UTERINA costuma ser mais rápida em puérperas que 
amamentam e, habitualmente, no 12º dia pós-parto o fundo encontrasse 
RENTE À BORDA SUPERIOR DA SÍNFISE PÚBICA / Na SEGUNDA SEMANA, oútero não é mais abdominal, e sim PÉLVICO, atingindo suas medidas pré-
gravídicas em 6-8 SEMANAS DE PUERPÉRIO, i.e., no fim do puerpério!! 
 
Nos 3 primeiros dias de puerpério, as contrações uterinas provocam 
CÓLICAS ABDOMINAIS, que são mais intensas em MULTÍPARAS do que em PRIMÍPARAS, e que são 
Thaís Pires 
4 
INTENSIFICADAS durante a amamentação pela liberação de OCITOCINA pela neuro-hipófise → nas 12 
primeiras horas, essas contrações são COORDENADAS, REGULARES e de FORTE INTENSIDADE 
 
 Colo Uterino – tende a se fechar com as contrações pós-parto, não permitindo mais a exploração digital 
após 1 semana do parto → a media que se estreita, o colo adquire maior espessura e reconstitui a endocérvice 
/ o ORIFÍCIO EXTERNO DO COLO UTERIO da mulher que já pariu jamais reconstitui a sua forma puntiforme, 
uma vez que apresenta-se EM FENDA TRANSVERSA 
 Endométrio – a dequitadura leva consigo a camada ESPONJOSA da decídua, restando a camada 
superficial (é a decídua externa, enfraquecida e irregular, eliminada sob a forma de LÓQUIOS) e a camada 
basal (é a decídua interna, adjacente ao miométrio, responsável pela REGENERAÇÃO DO MIOMÉTRIO) / Nos 
primeiros dias de eliminação dos lóquios, há leucócitos suficientes para que sejam de COR VERMELHA = 
LOCHIA RUBRA → após 3 a 4 dias, esses vão tornando-se SEROSSANGUÍNEOS, devido à hemoglobina 
degradada = LOCHIA FUSCA → depois do 10º dia, há incorporação de leucócitos, assumindo coloração 
amarelada = LOCHIA FLAVA e, posteriormente, esbranquiçada LOCHIA ALBA 
O volume total da loquiação é cerca de 200 a 500mL, durando aproximadamente 4 semanas 
 Vagina – pequenas equimoses podem ser encontradas na mucosa traumatizada, que são cicatrizadas 
em 5-6 dias – é no puerpério que irá acontecer o reaparecimento do pregueamento das paredes vaginais 
 Função Ovulatória – retorna em aproximadamente 6-8 semanas caso não haja amamentação – nas 
que amamentam, a ovulação é menos frequente, sendo os ciclos menstruais, em sua maioria, anovulatórios 
 Mamas – são glândulas exócrinas modificadas que tem como função a nutrição do recém-nato e a 
transferência de AC maternos / no final da gestação, há diferenciação para atividade secretora com hipertrofia 
dos vasos sanguíneos, das células mioepiteliais, do tecido adiposo / a APOJADURA, descida do leite, ocorre 
entre o primeiro e terceiro dia 
 
1. Reconhecer as causas de sangramento uterino pós-parto; Descrever as modalidades terapêuticas 
clínicas e as indicações de intervenção cirúrgica nestes casos; 
 
As alterações fisiológicas que precedem a gravidez (aumento de 40% do volume plasmático e de 25% dos 
glóbulos vermelhos) ocorrem em ANTECIPAÇÃO à perda sanguínea do parto!! A dequitação da palcenta causa 
hemorragia que é tratada pelo VASOESPASMO local, formação de trombos nos vasos uterinos e CONTRAÇÃO 
E RETRAÇÃO do miométrio, comprimindo os vasos! 
 Hemorragia Pós-parto – definida e diagnosticada clinicamente como SANGRAMENTRO EXCESSIVO que 
torna a paciente SINTOMÁTICA (visão turva, vertigem, síncope) e/ou resulta em SINAIS DE HIPOVOLEMIA 
(hipotensão, taquicardia, oligúria) / Essa hemorragia pode ser classificada em PRIMÁRIA (nas primeiras 24h 
pós parto) e em SECUNDÁRIA (entre 24h e 12 semanas pós-parto) 
 
As principais causas de HPP são ATONIA UTERINA, RETENÇÃO DE FRAGMENTOS PLACENTÁRIOS e 
LACERAÇÕES DO CANAL DE PARTO 
 HPP Primária – a atonia uterina está em 80% dos casos – esse efeito se dá pela contração 
incompetente do miométrio, permitindo que o fluxo de 600mL/min saia de forma profusa pelas artérias 
ESPIRALADAS do útero, o que justifica a rapidez do desenvolvimento de um choque HIPOVOLÊMICO / Como 
Thaís Pires 
5 
principais fatores para atonia uterina, destacam-se SOBREDISTENSÃO UTERINA (macrossomia, gestação 
múltipla), USO DE MEDICAÇÕES, 2º PERÍODO DO PARTO PROLONGADO 
Além da atonia, outras complicações obstétricas podem causar hemorragia pós-parto, como: 
• Lacerações do períneo, da vagina ou do colo 
uterino 
• Coagulopatia dilucional (placenta prévia) ou 
de consumo (descolamento prematuro de 
placenta) 
• Retenção placentária ou acretismo 
placentário 
• Inversão Uterina 
• Rotura uterina 
• Hemostasia inadequada 
• Laceração de histerotomia com 
acometimento vascular 
• Obesidade 
• Alta paridade 
 
Conduta 
 
O obstetra deve coordenar uma série de intervenções clínicas e 
cirúrgicas, avaliando o sucesso da intervenção e a necessidade ou não 
de avançar para um outro tratamento / Se o tratamento for 
postergado, resultará em maior sangramento, com maior taxa de 
histerectomia, morbidade por hipovolemia e óbito materno 
 
 
 Conduta Inicial 
 Massagem do fundo do útero – o útero deve ser 
ELEVADO E MASSAGEADO – a elevação estira as artérias uterinas, 
comprimindo-as, enquanto a elevação do miométrio o impele para 
CONTRAÇÃO / A bexiga deve ser esvaziada por meio de cateterismo, 
já que a repleção vesical pode interferir na contratilidade do 
segmento inferior 
 Acesso Venoso Calibroso – para adm de líquidos, sangue e medicações 
 Adm de drogas uterotônicas 
 Ocitocina – 10 a 40 UI em 1.000mL de solução salina contínua- age estimulando 
contrações na porção superior do corpo uterino – tem início de ação RÁPIDO (1 min), meia vida curta, adm IV 
ou IM – NÃO DEVE SER INFUNDIDA EM BOLUS SEM DILUIÇÃO pelo risco de hipotensão e arritmia cardíaca 
grave 
 Metilergometrina – 0,2g IM de 2 a 4 h – provoca contrações na porção superior e 
inferior do útero – Tem início de ação com 2 a 5 mins 
 Prostaglandina E1 – 800 a 1000 microgramas via retal 
 Infusão de Cristaloides para prevenir hipotensão 
Thaís Pires 
6 
 Transfusão de hemoderivados – permitir a perfusão tecidual 
 
 Hemorragia não responsiva a uterotônicos – caso não tenha 
funcionado a conduta inicial, posicionar a pct para exame ginecológico em 
sala cirúrgica, sob avaliação do anestesista, para REVISÃO DO CANAL DE 
PARTO 
 Compressão uterina bimanual / Manobra de Hamilton – uma 
das mãos fixa a porção posterior do útero enquanto a outra é posicionada 
fechada pelo canal vaginal ANTERIORMENTE AO COLO UTERINO, de modo 
que as duas paredes uterinas sejam comprimidas 
 
 Reparo de Lacerações – avaliação da vagina e do colo para o reparo de lacerações, caso 
existentes – caso necessário, utilizar anestesia 
 Curagem ou Curetagem uterina – se o sangramento for de ORIGEM UTERINA, deve ser 
realizada a curetagem para remover qualquer fragmento placentário – nesse processo, buscar ROTURAS que 
causem SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE 
 Tamponamento Uterino – colocação do tampão em toda a cavidade uterina – é considerada 
perigosa e ineficaz por muitos obstetras, porém apresenta sucesso – antes de iniciar o tamponamento, deve-
se excluir qualquer possibilidade de HEMORRAGIA SECUNDÁRIA A LACERAÇÕES DE COLO E VAGINA 
Pode ser realizado o tamponamento pela SONDA DE FOLEY, BALÃO DE SENGSTAKEN-BLAKEMORE ou BALÃO 
DE BAKRI que possuem capacidade de acomodar 400 a 500mL de solução salina na cavidade uterina 
 
Thaís Pires 
7 
 
 Embolização Arterial – consiste em uma alternativa segura e efetiva à cirurgia – essa decisão 
demanda mais tempo, mobilização pessoal e equipamentos apropriados → caso a pct não esteja estável o 
suficiente para aguardar a embolização OU caso descompense durante a embolização, prosseguir para a 
LAPAROTOMIA 
A embolização percutânea é realizada sob visão fluoroscópica na sala de radiologia, sob anestesia apropriada. 
Pela técnica de Seldinger, introduz-se um cateter angiográfico na artéria femoral, progredindo-se o cateter 
até a bifurcação da aorta e, desta, até a artéria ilíaca interna ou até a artéria uterina. Uma angiografia 
diagnóstica é então realizada para a visualização do(s) local(is) de sangramento, evidenciado(s) pelo 
extravasamento do contraste radiológico. Utilizam-se diferentes agentes embolizantes, como a esponja de 
gelatina absorvível (gelfoam), o álcool polivinílicoe, mais recentemente, as microsferas 
 
 Laparotomia – deve ser realizada pela INCISÃO MEDIANA INFRAUMBILICAL, para melhor 
exposição do campo cirúrgico – a atonia uterina e os locais de sangramento extrauterinos podem ser 
facilmente visualizados → se um PEQUENO VASO FOR RESPONSÁVEL pelo sangramento, deve ser 
CLAMPEADO 
 Ligadura de artérias uterinas – são artérias de fácil acesso - Após a identificação do ureter, um 
fio de sutura com agulha curva (categute cromado 0 ou Vicryl® 0) é passado de cada lado da margem lateral 
do segmento inferior do útero, tão próximo quanto possível do colo uterino, retornando lateralmente pelo 
ligamento largo e passando rente aos vasos uterinos. Após a ligadura bilateral das artérias uterinas, observa-
se o sangramento. Se essa medida não for suficiente para contê-lo, os vasos uterovarianos também devem 
ser ligados distalmente ao corno uterino, passando o fio de sutura pelo miométrio, medialmente a 
esses vasos 
 Sutura de B-lynch – essa sutura COMPRIME O ÚTERO de forma semelhante à compressão 
uterina bimanual - Uma agulha grande de categute cromado 2 é usada para entrar e sair lateralmente na face 
anterior do segmento inferior do útero. O fio é levado posteriormente ao útero, passando a agulha nessa 
altura e convergindo de uma porção lateral à outra, agora na face posterior do segmento inferior. Ao sair, o 
fio é levado novamente para a porção anterior, passando pelo fundo uterino, e ancorado na face anterior do 
segmento inferior, paralelo e do lado oposto ao ponto inicial. Os fios são ligados, havendo efeito de 
compressão uterina 
Thaís Pires 
8 
 
 Ligadura das Artérias Ilíacas Internas - ligadura das artérias ilíacas internas deve ser 
considerada somente quando a ligadura das artérias uterinas não surtir o efeito desejado. Se o obstetra não 
tiver muita experiência no manejo do retroperitônio, ele deverá omitir esse passo e realizar a histerectomia 
a seguir, a não ser que possa consultar prontamente algum cirurgião oncológico ou outro cirurgião 
familiarizado com essa técnica. 
 Histerectomia – ÚLTIMO RECURSO 
Thaís Pires 
9 
2. Descrever as vias de acesso e a anatomia da parede abdominal 
A parede abdominal NÃO POSSUI PROTEÇÃO ÓSSEA, sendo a coluna 
lombar a única parte do esqueleto situada nessa região – as porções 
POSTERIOR E ANTEROLATERAL, que são eminentemente musculares, 
sofrem as ALTERAÇÕES IMPOSTAS PELA GRAVIDEZ 
A parede abdominal pode ser dividida superficialmente em 3 
ANDARES, COM 2 LINHAS IMAGINÁRIAS HORIZONTAIS E 2 
VERTICAIS → forma 9 áreas - 
• Linha superior – tangencia os arcos costais, sendo o limite 
inferior do epigástrio e sua divisão com o mesogástrio 
• Linha Inferior – passa pela EIAS bilateralmente 
• Linhas Verticais – continuam da linha hemiclavicular até a 
horizontal inferior 
Parede Anterolateral do Abdome 
 Suas principais funções são PROTEÇÃO DOS ÓRGÃOS ABDOMINAIS; MANUTENÇÃO DA POSIÇÃO 
ERETA; ESTABILIZAÇÃO DA PELVE → Para realizar essas funções, a parede possui ALTA RESISTÊNCIA E 
O MÍNIMO DE ESPESSURA 
 Três pares de músculos laminares se sobrepõem nessa região com fibras em sentidos opostos → 
OBLÍQUO EXTERNO; OBLÍQUO INTERNO; OBLÍQUO TRANSVERSO 
 Além dos oblíquos, existem o RETO DO ABDOME e o PIRAMIDAL, que estão em um plano antero 
medial 
Bainha do reto do abdome 
O reto do abdome é o músculo de maior extensão na formação da parede abdominal e, por possuir 
diversos ventres musculares separados por intersecções tendíneas, é denominado um MÚSCULO 
POLIGÁSTRICO → essas intersecções tem função de PRODUÇÃO DE FORÇA MUSCULAR acima da cicatriz 
umbilical / O reto do abdome é envolvido por uma CAPA APONEURÓTICA = BAINHA DO RETO DO 
ABDOME formada pelos OBLÍQUOS 
A bainha tem características diferentes acima e abaixo da linha arqueada: 
 Acima da linha arqueada – na porção anterior, a bainha é formada pela FUSÃO DA APONEUROSE 
DO OBLÍQUO EXTERNO com o prolongamento anterior da divisão da aponeurose do OBLÍQUO INTERNO 
Thaís Pires 
10 
– na região posterior, há fusão da APONEUROSE DO TRANSVERSO com a PORÇÃO POSTERIOR DA 
APONEUROSE DO OBLIQUO INTERNI 
 Abaixo da linha arqueada - as APONEUROSES DO OBLÍQUO EXTERNO, DO OBLÍQUO INTERNO E DO 
TRANSVERSO SE FUNDEM e formam anteriormente a bainha do reto do abdome. Posteriormente ao 
músculo reto do abdome, encontra se uma membrana fibrosa chamada FÁSCIA TRANSVERSAL. Assim, 
abaixo da linha arqueada, a bainha do reto é composta pelas aponeuroses dos três músculos da parede 
anterolateral, e abaixo da linha arqueada, na porção posterior ao músculo, só resta a fáscia transversal. 
Incisão Abdominal 
O tipo de incisão na pele é escolhido para OTIMIZAR O ACESSO AO EVENTO cirúrgico com mínima 
morbidade materna e máximo efeito estético 
 Incisão Vertical – infraumbilical – executada facilmente e de forma rápida, causando trauma mínimo 
ao tecido subcutâneo – NÃO HÁ SEPARAÇÃO DO PLANO MUSCULAR em relação a aponeurose – após 
abertura da aponeurose, atinge-se o plano muscular e os músculos reto do abdome e piramidais – a fascia 
transversal e a gordura pré-peritoneal são dissecadas, atingindo-se o peritônio parietal 
 Incisão Transversa 
 Incisão de Pfannenstiel – a mais utilizada – diminuição da incidência de hérnias incisionais 
em comparação à técnica vertical - Em contrapartida, essa incisão predispõe potencialmente a hematomas 
subaponeuróticos quando da hemostasia inadequada dos vasos perfurantes. Outra desvantagem é a 
parestesia prolongada provocada pela secção dos nervos sensitivos superficiais / Nessa técnica, a incisão na 
pele é transversa, suprapúbica (1 a 2 cm acima da borda do púbis), levemente arciforme com concavidade 
superior e tem extensão de 10 a 12 cm 
 Incisão de Maylard – A incisão de Maylard é outro tipo de incisão transversa, escolhida para 
se ter acesso pélvico lateral exuberante. Possibilita manter boa estética, mas predispõe a risco maior de 
hematoma causado pela lesão de vasos epigástricos. Essa técnica inclui incisão muito ampla, com 
extremidades próximas às espinhas ilíacas e secção dos músculos retos do abdome. A incisão é mais alta 
quando comparada com a técnica de Pfannenstiel. 
 Incisão de Cherney – gfd - permite ampla exposição da pelve da mulher, especialmente do 
espaço de Retzius. A priori, é utilizada para cirurgias oncológicas, e só excepcionalmente é utilizada para a 
cesárea. Diferencia-se da técnica de Pfannenstiel porque há secção dos músculos retos do abdome

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