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Intervenção de Terceiros- Arthur Arruda

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SALVADOR.
ARTHUR ARRUDA DOURADO.
TRABALHO DE PESQUISA:
Intervenção de Terceiros.
Salvador- BA 2020
ARHUR ARRUDA DOURADO
TRABALHO DE PESQUISA
Intervenção de Terceiros
Trabalho acadêmico solicitado pelo ínclito docente Aleksandro Brasileiro, como avaliação da 2ª unidade, referente à matéria de Direito Processual Civil I.
Salvador 2020
INTRODUÇÃO.
O presente estudo tem como objetivo discernir resumidamente sobre a intervenção de terceiros e suas modalidades, segundo a perspectiva do Novo Código de Processo Civil.
É de notório saber que intervenção de terceiros acontece quando a responsabilidade é ampliada para um terceiro, ou seja, se torne uma parte, ou para que o mesmo opine sobre a ação. Essa intervenção pode ser voluntaria ou forçada, veremos ainda nesse estudo algumas de suas modalidades.
DA ASSISTÊNCIA
Como mencionado, há modalidades de intervenção voluntaria e forçada, a assistência, como a própria nomenclatura sugere é uma modalidade voluntaria, ou seja, a iniciativa parte do próprio terceiro, no entanto esse terceiro necessita ter nexo causal e relação jurídica, provando que a sentença poderá beneficiá-lo ou prejudicá- lo. Vale ressaltar, que o Código de Processo Civil dispõe sobre dois tipos de assistência: assistência simples e litisconsorcial.
Segundo o cristalizado no CPC, o assistente simples atuará como auxiliar e poderá praticar todos os atos processuais, e se o assistido for revel, omisso o assistente substituirá o mesmo no processo, vejam-se:
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. (GRIFO NOSSO)
Ademais, vale salientar que o assistente não pode intervir na escolha do assistido, no que tange a procedência do processo, desistência do processo ou renuncia do direito, já que ele que dispõe do direito material.
A assistência litisconsorcial é diferente da simples, pois o direito material pertence também ao assistente, que participa do processo não para auxiliar, mas sim para requerer direitos ou protegê-los, nessa relação não importa se a “parte principal” renuncia do direito, já que nas palavras do ilustre docente Aleksandro Brasileiro “uma parte não contamina a outra”, ou seja, atos prejudiciais não afetam o litisconsórcio. Vejamos o disposto no Art. 124, do CPC, que elucida sobre o “assistente” também ser parte principal:
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. (GRIFO NOSSO).
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Essa modalidade de intervenção de terceiros, é uma intervenção forçada, portanto, o terceiro é invocado pela parte principal e não por iniciativa própria como na assistência. A denunciação somente ocorrerá conforme o disposto no Art. 125 do CPC, averiguemos:
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. (GRIFO NOSSO).
É bom lembrar que o terceiro poderá ser chamado pela parte autora (na petição inicial) ou pela ré (na contestação), se for pelo autor o invocado passa a posição de litisconsorte e acrescentara fatos na petição inicial, o mesmo acontecerá com a denunciação invocada pelo réu em que o denunciado não seja revel, só que será feita na contestação. O Código de Processo pátrio dispõe claramente sobre a matéria, observemos:
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. (GRIFO NOSSO).
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. (GRIFO NOSSO).
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo, assim como a denunciação da lide é uma intervenção de terceiro forçada, no entanto, tem como enfoque somente o réu, o qual será o fiador do afiançado ou deverá chamar ao processo os outros possíveis devedores denominados solidários. Ratificando o supracitado com a legislação,
temos o disposto no Art. 130 do Código de Processo Civil, que traz as possibilidades de chamamento, analisam-se:
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. (GRIFO NOSSO)
Como elucidado, o chamamento é requerido pelo réu, portanto, é feito na contestação que a legislação determina prazo de 30 dias, salvo se o chamado residir em outra comarca ou local incerto estende-se por dois meses.
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A desconsideração de personalidade jurídica é disciplinada no CPC apenas como aplicação de sanção e observará o previsto em lei, quanto ao requerimento, o CPC dispõe sobre a instauração, e elucida que o pedido é da parte ou do Ministério Público. Além do CPC, o Código Civil pátrio também estabelece quanto à instauração no seu Artigo 50, vejam-se:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Em conformidade com a CPC, uma vez acolhida a desconsideração da personalidade, “a alienação ou oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente”, ou seja, poderá pedir o aperfeiçoamento da penhora do bem que pertence ao novo devedor.
DO ANIMUS CURIAE
Conforme o petrificado no Código de Processo Civil, o “animus curiaeu” ou amigo da corte, como a própria nomenclatura sugere é aquele que colabora com a Justiça, convocado pelo juiz para ajudar na compreensão dos fatos, a única modalidade de terceiro que não tem interesse próprio, contribui com conhecimento técnico necessário para o julgamento do magistrado, vale ressaltar, que o animus curiaeu poderá recorrer da “decisão” de julgar.
CONCLUSÃO
Diante o exposto, conclui-se que a intervenção de terceiro acontece quando um terceiro é envolvido na relação processual, seja ela voluntaria ou forçada e na maioria das vezes, exceto no animus curiaeu tem um interesse próprio a resguardar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 30 mai. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 30 mai. 2020.
IYUSUKA, Mayke Akihyto. Breve análise das modalidadesde intervenção de terceiros no novo CPC. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21,
n. 4871, 1 nov. 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/53377. Acesso em: 1 jun. 2020.
Arruda, ALVIM, E. Direito processual civil. Editora Saraiva, 2019. [Minha Biblioteca].

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