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O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A PSICOLOGIA normal

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05/11/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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 MÓDULO 6 - O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A PSICOLOGIA
 
OBJETIVO:
Relacionar a política de direitos humanos presente no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com
o Código de Ética do Psicólogo, em seus eixos fundamentais, assim como refletir criticamente sobre a
questão da vulnerabilidade social de crianças e jovens.
 
INTRODUÇÃO
 No ano de 1990, o Brasil consolidou e complementou a lógica cidadã da Constituição Federal (1988),
aprovando a lei nº 8.069, denominada de Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa aprovação tinha
como meta promover uma lei nacional de proteção integral para crianças e adolescentes, apresentada
no artigo 3º:
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.( ELIAS, p 3,
1994)
 Como Dias, Sieben, Cozer e Alves (2003) reafirmam ao conceber o ECA como:
O estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e adolescentes,
determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a
família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus capítulos e artigos, discorre sobre as políticas referentes
à saúde, educação, adoção, tutela e questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos
infracionais. (DIAS, SIEBEN, COZER e ALVES, 2003 p 118)
 
 
O ECA pertence a um Sistema de Garantia de Direitos, distribuído em três grandes dimensões: (1)
promoção de direitos a partir de políticas de atendimento aos jovens, composto pelo Estado e sociedade
civil; (2) defesa: tem como objetivo estancar a violação dos direitos das crianças e jovens, por meio de
Conselhos Tutelares, ações da Defensoria Pública, entre outros; (3) controle social: avalia e monitora as
ações de promoção e defesa dos direitos dos jovens, pela sociedade civil organizada. (DIAS, SIEBEN,
COZER e ALVES, 2003)
O ECA significou um enorme avanço no cenário político e jurídico do Brasil. Primeiramente veio a
substituir o Código de Menores (1979), cujos princípios sinalizavam medidas assistencialistas e
protetivas dirigidas apenas aos menores em situação de vulnerabilidade psicossocial. Esse Código foi
alvo de críticas sociais, ao associar pobreza com delinquência, ocultando os determinantes sócio
históricos das dificuldades vividas por esses jovens. Essa ocultação reforçou o estigma social desse
adolescente como o menor abandonado, o marginal e perigoso. Essas crianças começaram a ser
compreendidas pela sociedade como se tivessem uma tendência natural à prática do crime e da
desordem social, não podendo se adaptar à vida social.
O ECA tornou-se um marco importante por garantir os direitos a todas as crianças e adolescentes em
âmbito nacional, ressignificando a concepção destes sujeitos como seres humanos complexos e em
desenvolvimento biopsicossocial. Portanto, compreendendo-os como seres sensíveis às transformações
psicossociais e merecedores de investimento afetivo pela sociedade brasileira.
anaol
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Considera-se, ainda hoje, o ECA como uma referência na Cultura de Direitos Humanos do país, pois ele
anuncia o compartilhamento da responsabilidade social entre família, Estado e sociedade, em defesa
dos direitos desses cidadãos. Além de contribuir socialmente, sem dúvida, com a inserção de temáticas
infanto-juvenis na agenda dos movimentos sociais e políticos e na discussão contemporânea dos
Direitos Humanos, promulgados nos artigos 4º do ECA e no 227º da Constituição Federal, como pode-
se ver nos seguintes deveres:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária. ( ELIAS, 1994)
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade
eopressão. (ConstituiçãoFederal<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>,
acesso novembro/2013).
Um pressuposto essencial do ECA, é a importância dada à instituição familiar, como aquela que deve
ser fortalecida com políticas públicas de assistência social e saúde para poder constituir a proteção
integral das suas crianças e jovens. A Psicologia do século XXI e seus estudos sobre desenvolvimento
do ciclo vital também tem dado destaque para o papel importante da família constituição do psiquismo
infantil.
A sustentabilidade psicoemocional e social da família em relação aos jovens e crianças também é
destacado pelo olhar público e pelo próprio ECA, como pode-se verificar na programação do ECA para:
 
.... regular as relações entre crianças, adolescentes, sociedade, instituições e suas famílias. As famílias
sempre tiveram o papel teórico do ninho de proteção, amparo e sustento, inviolável e soberano, sendo
consideradas por muitos, inclusive pelos profissionais responsáveis por sua assistência e proteção legal, o
melhor lugar, sem questionamento, para todas as crianças e adolescentes (SECRETARIA DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE, 2005).
 
 
Nos artigos 19º e 22º do ECA afirma-se que:
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. (
ELIAS, p 19, 1994)
 
Outra contribuição social essencial promovida pelo ECA é a cultura da denúncia social que se fez
presente, das instituições educacionais aos indivíduos, a partir da consolidação social dos artigos 13 e
56 nos campos educacionais e institucionais, como as escolas. São artigos que afirmam que :
 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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outras providências legais.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho
Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
 ( ELIAS, p 38, 1994)
Ainda cabe o apontamento sobre a questão da quebra do sigilo profissional no Código de Ética do
Psicólogo e aquilo que se encontra no ECA.Com relação ao Código da Psicologia, há a defesa do
dever de respeito ao sigilo profissional no artigo 9º, mas salvaguarda-se o direito a quebra de sigilo no
artigo 10º, sendo:Art. 9º - dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Art. 10 - Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e
as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o
psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo Único - Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo
deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias.
(Código de Ética Psicologia, 2005 <http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-
etica/>,acesso novembro 2013)
 
Para a Psicologia, o valor ético-moral do sigilo profissional é um dever, historicamente mantido, em
todos os âmbitos profissionais da Psicologia, como se vê no artigo 9º. Porém o artigo seguinte (nº10) faz
uma referência fundamental às situações que envolvem crianças e jovens em vulnerabilidade
psicossocial, tornando a quebra do sigilo um direito profissional, ou seja, o psicólogo pode ou não
decidir por essa quebra. Essa é uma mudança recente na cultura psicológica, e tem sido praticada por
aqueles que trabalham em instituições, como a Fundação CASA (Atendimento Sócio Educativo do
Adolescente), em que existe a premência da denúncia, mesmo em casos de suspeita de violência
contra os jovens. Os psicólogos têm sido orientados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), a
quebrar o sigilo quando trabalham em instituições com esse caráter, por exemplo, numa escola,
seguindo em primeiro lugar as diretrizes do ECA (art 56).
O Código de Ética do Psicólogo está em consonância direta com a Cultura dos Direitos Humanos
promovidos pelo ECA, por exemplo, ao vetar, no artigo 2, item A, quaisquer práticas ou atos que
caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; e no artigo 13,
quando o código enuncia que no atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser
comunicado aos responsáveis o estritamente essencial. 
Os cuidados éticos da Psicologia com a saúde das crianças e adolescentes coincidem com a lógica
cidadã presente no ECA, por exemplo, no artigo 8 do Código de Ética do Psicólogo, que prevê o dever
de assegurar o consentimento dos pais para realizar qualquer tipo de atendimento psicológico,
assegurando o conhecimento desse tipo de atendimento em menores de idade, medida assegurada
pelo próprio ECA e Constituição Federal. Desse modo, o Código de Ética do Psicólogo afirma que:
 
Art. 8º - Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter
autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente;
http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
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§1° - No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado
às autoridades competentes;
§2° - O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a
proteção integral do atendido.
(Código de Ética Psicologia, 2005 <http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/>,acesso
novembro 2013) 
Associada à cultura de denúncia social, desenvolveu-se uma maior aceitação civil dos Conselhos
Tutelares, que passaram a compor o imaginário social, no que diz respeito ao cuidado com a infância e
adolescência no Brasil. A população reconhece o Conselho Tutelar como a instância sócio-participativa
e responsável pelo cumprimento de direitos das crianças e adolescentes, vide os artigos 131, 132 e 136
do ECA, que dizem respeito a essa função:
Art. 131 - O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos
nesta Lei.
Art. 132 - Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco
membros, escolhido pela comunidade local para mandato de três anos, permitida uma
recondução (Nova redação conforme Lei Federal 8.242/91, de 12/10/91) 
CAPÍTULO II - DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Art. 136 - São atribuições do Conselho Tutelar: 
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as
medidas previstas no Art. 101, I a VII; 
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no Art. 129, I a
VII; 
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: 
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança; 
b) representar perante à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações. 
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou
penal contra os direitos da criança ou adolescente; 
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; 
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, entre as previstas no Art. 101,
de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional; 
VII - expedir notificações; 
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando
necessário; 
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; 
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no Art.
220, § 39, inciso II da Constituição Federal; 
XI - representar ao Ministério Público, para efeito das ações de perda ou suspensão do pátrio
poder.
( ELIAS, PP 113-117, 1994)
 
Com relação às funções do Conselho Tutelar encontra-se uma específica que diz respeito à prática da
Psicologia, referente ao pedido de serviços de assistência técnica para lidar com os jovens, fazendo
valer seus direitos, por exemplo ao exigir do psicólogo a confecção de laudos em casos que envolvam
as crianças e jovens. Está previsto no artigo 151 do ECA o que:
 
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Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas
pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária,
assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. ( ELIAS, p 133, 1994)
 
A avaliação psicológica é uma prática técnica, mas acima de tudo ética e política do psicólogo no Brasil, 
que tem sido muito cuidada pelo CFP. Este tema será melhor explorado no módulo seguinte, o VI, que
trata da Avaliação Diagnóstica.
 Outro ponto em destaque na cultura implementada pelo ECA diz respeito às medidas sócio
educativas, que são aquelas aplicadas pelo poder público, com fins pedagógicos a crianças e jovens
que incidiram em atos infracionais, por exemplo, envolvidos em roubos. Teoricamente, essas medidas
possuem uma função educativa, mais do que punitivas, porém o que muitas vezes se tem percebido é a
adoção de medidas extremas, como a internação em estabelecimentos (Fundação CASA) pelos juízes,
em casos que não caracterizariam perigo extremo à sociedade. São as medidas previstas no artigo 112
do ECA, capítulo IV,
· Advertência;
· Obrigação de reparar o dano;
· Prestação de serviço à Comunidade;
· Liberdade Assistida;
· Inserção em regime de semiliberdade;
· Internação em estabelecimento educacional;§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e
especializado, em local adequado às suas condições.
 
Drummond (2008) apresenta as mudanças que o ECA sofreu nas últimas décadas em dialogo com a
sociedade brasileira. O autor afirma que o ECA depende da aprovação de novas leis que poderiam
subsidiar melhor os cuidados éticos com as crianças e adolescentes, tais como:
 
o PL 4850/05, que amplia a definição de estupro; o PL 4851/05, que tipifica como crime
disponibilizar o acesso de cenas de sexo envolvendo criança ou adolescente na Internet; o PL
4852/05, contra hospedagem de criança ou adolescente sem autorização dos pais; o PL
4125/04, que exige em hotéis, bares e restaurantes informação contra a exploração sexual de
crianças e adolescentes; e, por último, e o mais importante de todos, o PL 4126/04, que cria
regras especiais para a realização de apuração pericial/policial, no sentido de estabelecer um
depoimento único gravado das vítimas infanto-juvenis, a fim de não transformar o processo
penal numa revitimização das próprias vítimas.
 
Com relação às mudanças implementadas pelo ECA nos últimos 20 anos, tem-se apontado alguns
desafios que a sociedade brasileira ainda enfrentará, tais como: o aumento do número de casos de
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gravidez na adolescência, o homicídio de jovens na faixa entre 10 e 19 anos e as disparidades étnicas,
raciais e regionais.
Apesar de todos esses desafios a serem enfrentados pelos cidadãos brasileiros, considera-se que a
convivência cidadã com o ECA tem produzido novos discursos e práticas sociais em uma sociedade em
desenvolvimento. A partir dele, se produz novos sentidos da infância e do adolescer, sem se ater a
concepções cristalizadas e estigmatizadas, que pretendiam ser universais. Desta forma, é
imprescindível a contribuição social das profissões afinadas com a lógica cidadã do ECA. A Psicologia
está inserida como uma das profissões que auxilia a transformação da visão da infância e da juventude,
como fenômenos psicossociais, multideterminados pela sociedade, a cultura e a economia presentes, e
não como fases fechadas e essenciais do desenvolvimento humano. Essa profissão também, tende a
promover reflexões contínuas sobre o que significa adolescer e ser criança num país de terceiro mundo
como o Brasil, que ainda enfrenta tantos desafios éticos e técnicos em direção a uma cultura de Direitos
Humanos.
 
BIBLIOGRAFIAS BASICAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Psicologia. 2005, disponível em
 <http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/>,acesso novembro 2013.
Estatuto da Criança e do Adolescente, disponível <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>,
acesso novembro/2003.
 
BIBLIOGRAFIAS COMPLEMENTARES
CRUZ, L.; HILLESHEIM, B.; GUARESCHI, N. Infância e Políticas Públicas: Um Olhar sobre as
Práticas Psi. Psicologia & Sociedade, v.17, n. 3, p. 42-49, set-dez, 2005.
 DIAS, SIEBEN, COZER & ALVES. Estatuto de Criança e do Adolescente: aprendendo a cidadania.
Revista Inclusão Social, v. 2, n. 2, abr/set 2007, PP 116-123.
DRUMMOND, A. A maioridade do ECA e a violência sexual contra crianças e
adolescentes.Disponível<http://www.cmdcapontapora.com.br/visualizar_artigo.php?id=17>, acesso em
nov/2013.
ELIAS, R. Comentários ao Estatuto da Criança e do adolescente. SP: Ed Saraiva, 1994.
SILVA, José Luiz. Estatuto da criança e do adolescente: 852 perguntas e respostas. São Paulo:
Juarez de Oliveira, 2000.
 
REFLEXÃO INQUIETANTE: Como a sociedade civil pode transformar o ECA frente as mudanças
sociais e culturais que se vive na atualidade, incluindo questões como a relação da infância com
as novas mídias, ao discutir fenômenos como pedofilia na internet?
 
SUGESTÃO HIPERMIDIÁTICA
Conheça os links externos com material pertinente ao conhecimento do ECA e sua relação com a
Psicologia:
UNICEF. Cartilha Nasci e Cresci com o ECA, disponível em
<http://www.unicef.org/brazil/pt/nasci_cresci_com_eca.pdf>, acesso em 2013.
http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
http://www.cmdcapontapora.com.br/visualizar_artigo.php?id=17
http://www.unicef.org/brazil/pt/nasci_cresci_com_eca.pdf
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ZIRALDO&UNICEF. Cartilha sobre Direitos Humanos, disponível em
<http://portal.mj.gov.br/sedh/documentos/CartilhaZiraldo.pdf<, acesso em 2013.
Projeto ECA para conhecer e reconhecer. Disponível
<http://www.forumdacidadania.org.br/CARTILHA ECA 2013.pdf>, acesso em nov/2013.
 
ATIVIDADES TEÓRICO PRÁTICAS:
I) Leia a Cartilha do CRP/SP, disponível no endereço abaixo indicado e grife os trechos
importantes, destacados nesse módulo, como a relação do ECA com os Direitos Humanos
 
Fonte : CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Cartilha A Psicologia e sua Interface com os
Direitos da Criança. Disponível
<http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cartilhas/a_gente/Cartilhas-CRP-ECA.pdf>, acesso
nov/2013.
 
II) Salve o ECA em seu computador e grife os artigos relacionados com os cuidados
que a sociedade civil e o Estado devem ter com as crianças e adolescentes. Anote as
medidas sócio educativas, apresentadas no site da Fundação Casa, disponível no
endereço a seguir: <http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/index.php/medidas-
socioeducativas>, acesso em novembro 2013.
 
EXERCÍCIO COMENTADO
 
No Estatuto da Criança e do Adolescente, no Cap. III- Do direito a convivência familiar e comunitária, a
FAMÍLIA é considerada como:
A Uma instituição em crise, facilmente substituída por outras formas de convivência social
B Uma instituição precedida pelo Estado em sua importância no desenvolvimento pessoal
C Uma instituição social básica no desenvolvimento saudável da criança/jovem na sociedade.
D Uma instituição dispensável como espaço de formação ética
E Uma instituição desnecessária ao homem contemporâneo, pois o mundo atualmente funciona na
lógica individualista.
 
Comentários: o aluno deve reler esse módulo, para lembrar que a família é considerada a instituição
fundamental na constituição da infância e juventude, que ela deve ser preservada e cuidada pela
sociedade civil e pelo Estado por meio de políticas públicas, por ex, de assistência social, inclusive pela
Psicologia. Desta forma, o aluno deveria assinalar o item C, que apresenta essa importância. As outras
alternativas são equivocadas, seja porque apresentam uma visão moralizante, como a alternativa D, ou
então colocam a família como instituição falida e desnecessária.
 
http://portal.mj.gov.br/sedh/documentos/CartilhaZiraldo.pdf
http://www.forumdacidadania.org.br/CARTILHA%20ECA%202013.pdf
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cartilhas/a_gente/Cartilhas-CRP-ECA.pdf
http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/index.php/medidas-socioeducativas
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