Buscar

Neurociência e Aprendizagem - UNIDADE 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PEDAGOGIA
Curso de Graduação Online | UNISUAM
Neurociência e 
Aprendizagem
UN
ID
AD
E 
3
http://www.unisuam.edu.br
Disfunções 
Cerebrais e suas 
Implicações na 
Aprendizagem
Objetivos:
- Definir o que são disfunções cerebrais
- Citar as disfunções dos lobos frontal, parietal e temporal. 
- Descrever os distúrbios da linguagem falada e escrita. 
- Explicar o que é atraso de linguagem. 
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
2
3Disfunções 
Cerebrais e suas 
Implicações na 
Aprendizagem
T1
Introdução 
Na Unidade 2 estudamos outra função mental relacionada à aprendizagem: 
a linguagem. Aprendemos sobre a memória, os tipos de memória e como a 
linguagem se desenvolve.
Nesta aula, verificaremos algumas disfunções cerebrais e suas implicações 
na aprendizagem. Veremos algumas disfunções e os distúrbios da linguagem 
falada e escrita. 
Como já vimos, o cérebro interliga, recepta, processa e coordena todo 
estímulo do nosso Sistema Nervoso Central. Logo, qualquer falha por menor 
que seja nesta “máquina” poderá acarretar alguma dificuldade no processo 
de aprendizagem.
Uma disfunção cerebral origina uma patologia, modificando, naturalmente, a 
aprendizagem do sujeito. Mas o que é disfunção cerebral?
Disfunções Cerebrais
As disfunções cerebrais, também denominadas doenças dos hemisférios 
cerebrais, podem ter origem na formação do embrião e no desenvolvimento 
do feto, no parto ou em traumatismos posteriores. Estas são chamadas de 
disfunções orgânicas. 
Tais disfunções são localizadas em uma ou várias regiões do cérebro, 
“originando-se, assim, hierarquias de variadas deficiências, anomalias, 
perturbações ou alterações comportamentais de maiores ou menores 
dificuldades de recuperação, desenvolvimento integrado, vivência individual e 
integração social”. (FERNANDES, 2012, p. 153). Por isso, as disfunções orgânicas 
podem ser focais ou globais. 
Grande parte das disfunções focais é causada por anormalidades estruturais 
(lesões expansivas, acidente vascular cerebral, trauma, malformações) que 
geralmente afetam o cérebro. Já as disfunções globais são provocadas 
por distúrbios químicos e metabólicos ou lesões estruturais disseminadas 
(inflamação difusa, vasculopatia ou doenças malignas disseminadas). 
Além das disfunções orgânicas, há também as disfunções não-orgânicas (de 
causas desconhecidas). Neste caso, são incluídas as psicoses mais graves e 
os muitos distúrbios do comportamento.
Tanto as disfunções orgânicas quantos as não-orgânicas, no âmbito da 
aprendizagem, podem provocar os mais variados graus de dificuldades. De acordo 
3
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
com Fernandes (2012), a existência destes diferentes graus de dificuldades de 
aprendizagem está relacionada às causas, áreas ou regiões cerebrais, bem como 
aos graus de danificação provocados pela lesão ou lesões cerebrais. 
Vamos conhecer alguns distúrbios neurológicos provocados por disfunções 
dos lobos cerebrais!
Disfunções do Lobo Frontal
Já vimos em uma de nossas aulas que o lobo frontal é responsável pelo 
raciocínio, planejamento, partes da fala e do movimento (córtex motor), e 
também pelas emoções e soluções de problemas. Ele está localizado na 
região anterior, acima dos olhos. 
Os efeitos que uma lesão do lobo frontal podem 
provocar sobre o comportamento do sujeito 
variam de acordo com o tamanho e a localização 
do defeito físico. Geralmente, lesões pequenas não 
causam alterações comportamentais perceptíveis 
quando elas afetam apenas um lado do cérebro, 
embora às vezes produzam convulsões. 
Já as lesões grandes, da parte posterior dos lóbulos frontais, podem causar 
apatia, falta de atenção e indiferença. Se essas lesões forem localizadas 
mais próximas da parte anterior ou lateral dos lobos frontais, o indivíduo 
apresentará uma propensão a distrair-se facilmente, sente-se eufórico sem 
motivo aparente, argumenta excessivamente, torna-se vulgar e rude. Além 
disso, ele pode não ter consciência das consequências de seu comportamento.
Fo
nt
e
: a
u
la
d
e
an
at
o
m
ia
convulsões
Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária 
de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade 
elétrica em determinadas áreas cerebrais. As convulsões podem ser de dois tipos: 
parciais, ou focais, quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é atingida por 
uma descarga de impulsos elétricos desorganizados, ou generalizadas, quando os 
dois hemisférios cerebrais são afetados. Emoções intensas, exercícios vigorosos, 
determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como 
gatilhos das crises. Outras condições – febre alta, falta de sono, menstruação 
e estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são 
consideradas gatilhos.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/letras/c/convulsao-2/
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
4
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm
Disfunções do Lobo Parietal
O lobo parietal responde pela percepção dos estímulos relacionados ao tato, 
à pressão, à temperatura e à dor, conforme estudamos na Aula 2. Ele está 
localizado na parte superior central da cabeça. 
Pequenas lesões do córtex pós-central causam 
astereognose (perda do reconhecimento tátil), 
na mão e corpo contralateral. As lesões maiores 
do lobo parietal inferior no hemisfério dominante 
(geralmente o esquerdo) estão comumente 
associadas à afasia grave. As lesões maiores 
também podem provocar apraxia e, às vezes, 
desorientação da percepção esquerda e direita. 
AFAsIA
É um distúrbio de origem central que se manifesta por dificuldade na compreensão 
ou na expressão escrita e também oral, ou em ambas. A afasia é classificada de 
diferentes maneiras pelos neurologistas. Um exemplo é a classificação de HEAD 
em afasia verbal, nominal, sintática ou semântica.
Afasia verbal: a característica mais evidente é a dificuldade para se expressar em 
palavras. O afásico verbal geralmente consegue dizer sim, não e outras palavras 
monossilábicas, além de expressões emocionais, como droga! Nos casos de 
menor gravidade é possível a construção correta de frases, embora as palavras 
apresentem erros. Fica claro, então, que essa limitação na organização das 
palavras interfere diretamente na expressão escrita de um indivíduo portador de 
afasia verbal. Você deve ter identificado vários casos como esses em sua prática 
pedagógica, não é?
Afasia nominal: é a dificuldade para nomear alguma coisa. O afásico nominal 
geralmente usa uma frase descritiva em lugar do nome do qual não consegue se 
lembrar. É comum encontrarmos crianças e até mesmo alguns adultos com esse 
distúrbio.
Afasia sintática: é caracterizada pela elaboração de frases curtas ou com erros, 
faltando artigos, conjunções e preposições. 
Afasia semântica: esse tipo de afasia refere-se à dificuldade para compreender o 
significado geral daquilo que se ouve. O afásico semântico geralmente usa frases 
curtas, mas não há erro na pronúncia nem na construção das frases.
Fo
n
te
: a
u
la
d
e
an
at
o
m
ia
5
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm
Lesões no lobo parietal ainda podem produzir defeitos sutis no aprendizado 
de tarefas que requerem conhecimento espacial do que os rodeia, bem como 
o conhecimento das partes do próprio corpo, podendo, inclusive, interferir na 
memória anteriormente bem conhecida, como saber a hora nos relógios – por 
exemplo. 
Por essa razão, uma lesão súbita de algumas partes do lobo parietal, às vezes, 
faz com que o indivíduo ignore a gravidade de seu problema (anosognosia). 
Ele pode apresentar confusão mental ou delírios e pode tornar-se incapaz de 
se vestir sozinho ou de realizar tarefas comuns.
Disfunções do Lobo Temporal
Também vimos, na nossa Aula 2, que o lobo temporal é a área responsável pela 
audição, pelas emoções e também pela memória, fornecendoao indivíduo 
a capacidade de identificar e interpretar objetos ao recuperar informações 
passadas. Ele está localizado nas regiões laterais da cabeça, por detrás das 
orelhas.
Os indivíduos com uma lesão do lobo temporal 
direito podem apresentar alterações da 
personalidade como, por exemplo, a falta 
de humor, graus incomuns de religiosidade, 
obsessões e perda da libido.
Uma lesão no lobo temporal esquerdo interfere 
drasticamente na compreensão da linguagem 
oriunda de fontes externas ou internas e, 
tipicamente, impede que o indivíduo se expresse 
através da linguagem. 
Já que estamos falando de linguagem, vamos conhecer alguns distúrbios 
da linguagem1 falada e escrita! Comecemos definindo o que é distúrbio da 
linguagem. 
1 Distúrbio de linguagem é toda alteração na emissão, integração ou recepção da 
linguagem que impede a comunicação ou interfere negativamente nela.
prAxIA
A apraxia consiste em um distúrbio neurológico caracterizado por causar perda de 
habilidade para realizar movimentos e gestos precisos. A causa desta condição é 
uma disfunção dos hemisférios cerebrais, que pode ser resultado de traumas locais, 
tumores, dentre outros fatores.
Fonte: http://www.infoescola.com/doencas/apraxia/
Fo
nt
e
: a
u
la
d
e
an
at
o
m
ia
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
6
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm
Na nossa Aula 1, vimos que a linguagem verbal e escrita está localizada 
no hemisfério cerebral esquerdo. Nesse hemisfério, encontra-se a área 
responsável pela compreensão e interpretação da linguagem, a área de 
wernicke. A elaboração final da palavra falada tem sua origem também em 
uma área do hemisfério esquerdo conhecida como área de broca. Distúrbios 
da linguagem sempre se manifestarão quando alguma dessas áreas sofrerem 
lesões. 
Vamos seguir em frente!
Distúrbios da Linguagem 
Algumas pessoas, após lesões cerebrais, passam a ter dificuldades em pronunciar 
palavras ou em estruturar frases na língua materna. Outras falam bem as palavras, 
mas o que dizem não faz sentido, seja por utilizarem palavras de forma inadequada, 
seja por má estruturação das sentenças. Algumas leem fluentemente, mas não 
sabem o que estão falando. Outras, leem, porém não conseguem escrever. Esses 
fenômenos “corriqueiros” são chamados de distúrbios da linguagem. 
A seguir, apresentaremos alguns desses distúrbios da linguagem. 
A) Distúrbios da linguagem escrita
T2
Dislexia
Disgrafia
Disortografia
Caracteriza-se pela dificuldade em aprender a ler, acompanhada 
de erros ortográficos e gramaticais na escrita. As crianças 
disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, 
como "b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e".
Caracteriza-se por um distúrbio com a dificuldade na 
execução dos movimentos necessários à escrita. As letras 
são maltraçadas e seu tamanho pode ser desigual na mesma 
palavra. A disgrafia, embora com maior frequência esteja 
associada a lesões do sistema nervoso central, pode, em 
alguns casos, ter base emocional.
Caracteriza-se pela impossibilidade de visualizar a forma 
correta da escrita das palavras. A criança escreve seguindo 
os sons da fala. Por exemplo, em um ditado, a criança ouve a 
palavra “faca”, mas escreve “vaca”.
7
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
Esses distúrbios da linguagem escrita podem ser provenientes de fatores 
orgânicos (fisiológicos), ambientais, ou mesmo emocionais. É importante que 
tais distúrbios sejam descobertos, a fim de se auxiliar o desenvolvimento do 
processo educativo. Os professores têm um papel fundamental no processo 
de identificação e descoberta desses distúrbios, embora não possuam 
formação específica para realizar o diagnóstico. Este deve ser feito por médicos, 
psicólogos e psicopedagogos. 
Sendo assim, todos os envolvidos no processo educativo precisam estar 
atentos a tais distúrbios, observando se eles são temporários ou se 
persistem.
Vamos conhecer agora alguns distúrbios da linguagem falada?! Porém, antes 
é importante entendermos sobre o atraso de linguagem oral. 
O que é atraso de linguagem?
Considera-se atraso de linguagem quando a aquisição se faz de forma típica, 
embora mais tarde do que a idade habitual para cada etapa. Crianças que até 
1 ano e ½ não falam palavras isoladas e que a partir dos 2 anos não formam 
frases podem estar com atraso de linguagem. 
Na imagem a seguir, você pode visualizar as etapas de desenvolvimento 
da linguagem falada e alguns sinais de alerta quando ocorre uma 
ausência ou um retardo no surgimento da linguagem oral. Vale mencionar 
que nem sempre o processo de aquisição da linguagem acontece de 
forma ordenada e sequencial. Há variações nos padrões do crescimento 
do vocabulário inicial de cada criança, uma vez que nem todas as 
crianças apresentam as mesmas respostas, em termos de aquisição de 
linguagem.
Quer saber mais sobre:
Dislexia – Clique no link!
http://www.ipodine.pt/dislexia.php
Disgrafia e disortografia – Clique link! 
ht t p : //e d u c a j a . co m . b r/2 0 1 0 /0 5 /
disgrafia-e-disortografia-exercicios.html
saiba mais?
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
8
http://www.ipodine.pt/dislexia.php
http://educaja.com.br/2010/05/disgrafia-e-disortografia-exercicios.html
http://educaja.com.br/2010/05/disgrafia-e-disortografia-exercicios.html
Vários são os motivos que podem ocasionar o atraso na linguagem. Esses 
motivos são de natureza orgânica, emocional, ou ambiental. Quantos aos de 
origem orgânica, citam-se: baixa auditiva, autismo, problemas neurológicos e 
visuais. Dentre os de origem emocional, o mais comum é o trauma oriundo da 
separação dos pais, que afeta a comunicação oral da criança. E em relação aos 
motivos de natureza ambiental, todos sabem que a aprendizagem é resultante 
dos estímulos que o indivíduo recebe no decorrer de sua vida. Crianças que 
têm pouco estímulo nas fases iniciais da vida não formam certos circuitos 
neuronais, o que pode comprometer o desenvolvimento da linguagem, dentre 
outras habilidades físicas e motoras. 
Daí a importância de ficar atento ao desenvolvimento da criança e à intenção 
comunicativa dela! 
Aprofunde seus conhecimentos sobre 
atraso de linguagem.
Clique no link! 
http://neuropediatria.pt/para-os-pais/
atraso-na-linguagem 
saiba mais?
9
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
http://neuropediatria.pt/para-os-pais/atraso-na-linguagem
http://neuropediatria.pt/para-os-pais/atraso-na-linguagem
B) Distúrbios da linguagem falada
Vejamos cada um dos distúrbios da linguagem falada.
 
Disnomia
Disfasia
Dislalia
Dislogia
Disartria
Disfonia
É uma incapacidade em nomear pessoas ou objetos, 
mesmo quando estes são completamente percebidos e 
compreendidos, ou seja, mesmo quando a pessoa sabe como 
se chama determinado objeto.
Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da 
integração da linguagem sem sensorial ou fonatória; que 
podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente 
e cujo nível mental é considerado normal. São crianças que 
não elaboram frases, expressam somente as partes finais das 
palavras (por exemplo, “eta” por borboleta).
É um distúrbio da fala que se caracteriza pela dificuldade 
de articulação de palavras. A criança com dislalia pronuncia 
algumas palavras de forma incorreta, omitindo, trocando, 
distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas às mesmas. 
Um exemplo é o caso da personagem Cebolinha da banda 
desenhada, que confunde/troca o som R por L.
É uma perturbação (doentes mentais) que ocasiona a parada 
súbita em meio a uma frase com linguagem deturpada em seu 
sentido, com desvio da realidade.
É caracterizada por um distúrbio da articulação das palavras 
que consiste, sobretudo, na dificuldade em pronunciar as 
consoantes labiais (m, b, p) e linguais (t, d, l). A disartria 
perturba também o ritmo e a entonação das palavras, afetando, 
assim, a produção escrita de seu portador.
É o distúrbio do timbre e da intensidadedo som, sendo 
portanto, uma alteração na emissão natural da voz. As 
disfonias ocorrem por afecções do aparelho vocal, e podem ser 
de natureza orgânica ou funcional, e têm como conseqüência 
alterações na elaboração dos sons que serão articulados. O 
distúrbio é de timbre e de intensidade do som produzido. A voz 
é rouca, bitonal ou de falsete.
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
10
A identificação precoce desses distúrbios sensibiliza os educadores para 
o exercício de um olhar mais cuidadoso e participativo na vida escolar das 
crianças. Os distúrbios da linguagem falada, assim como os da linguagem 
escrita, podem provocar distúrbios mais gerais do desenvolvimento e da 
aprendizagem da criança, como a cognição, o comportamento e até mesmo 
as habilidades de interação social. 
Uma série de sinais e sintomas, que ocasionam uma dificuldade de 
aprendizagem por parte da criança, podem sugerir a suspeita de algum 
distúrbio da linguagem e levar a procura de profissionais especializados para 
tal diagnóstico. Fique atento!
Aprofunde seus conhecimentos! Leia o texto 
Os distúrbios de aprendizagem e os distúrbios 
específicos de leitura e da escrita, de Jaime 
Luiz Zorzi. Clique no link!
http://www.cefac.br/library/artigos/2405
420cdd61d3c9ba0387897e1316ed.pdf
saiba mais?
Correção dos distúrbios da 
linguagem
Certamente, o tratamento adequado de um distúrbio da linguagem pressupõe 
um diagnóstico correto. Para tanto é necessário o serviço de especialistas, 
geralmente um fonoaudiólogo e um psicólogo.
Porém, dependendo do tipo de distúrbio, conforme já comentamos, o 
tratamento envolverá um ou mais dos seguintes profissionais: psicólogos, 
fonoaudiólogos, dentistas, neurologistas e psicopedagogos, além da 
participação dos pais.
Tais profissionais devem estar em contato com a escola e com o 
professor, realizando um trabalho conjunto. Por exemplo, no caso do 
fonoaudiólogo e do psicopedagogo, estes poderão orientar o professor 
a efetuar as adaptações pedagógicas tendo em vista o distúrbio de 
linguagem identificado. Não se trata de alfabetizar a criança, uma vez 
que essa é uma função do professor. Mas de explorar atividades de 
aprendizagem com objetivo de promover o desenvolvimento da leitura 
e da escrita na criança. 
T3
11
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
http://www.cefac.br/library/artigos/2405420cdd61d3c9ba0387897e1316ed.pdf
http://www.cefac.br/library/artigos/2405420cdd61d3c9ba0387897e1316ed.pdf
O tratamento é realizado em clínicas, consultórios ou na própria escola. O ideal 
seria que toda escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental mantivesse 
um serviço de diagnóstico e tratamento para os distúrbios da linguagem, ou 
convênios com especialistas. Assim, quando exequível, na própria escola em 
logoterapeuta faria o tratamento dos casos difíceis e orientaria os professores 
na condução dos casos mais fáceis. 
Infelizmente, poucas escolas brasileiras possuem estrutura desse tipo 
e, consequentemente, o psicopedagogo tem atuação reduzida no 
processo terapêutico. Além disso, em muitas regiões o educador é o 
único que pode prestar alguma ajuda à criança portadora de distúrbio 
da escrita.
continuando ...
A aprendizagem depende da integridade do cérebro, interesse, atenção e 
funcionalidade adequada de cada parte dele. Disfunções orgânicas e não-
orgânicas podem provocar problemas de aprendizagem. 
Lesões grandes lobo frontal podem causar apatia, falta de atenção e indiferença. 
No lobo parietal, afasia, apraxia, interferência na memória e no conhecimento 
das partes do corpo. Já lesões no lobo temporal podem ocasionar alterações 
na personalidade do sujeito e dificuldades na compreensão da linguagem. 
O uso da linguagem (falada e escrita) é uma habilidade social e cultural vital 
em nossos dias. Nesse sentido, os diferentes distúrbios tanto da linguagem 
escrita (dislexia, disgrafia e disortografia) quanto da linguagem falada (disnomia, 
disfasia, dislalia, dislogia, disartria e disfonia) devem ser identificados e tratados 
por especialistas para que não haja dificuldades na aprendizagem da criança 
devido a tais distúrbios. 
No Brasil, existem alguns laboratórios vinculados a Universidades que estudam a 
linguagem infantil, inclusive identificando e corrigindo distúrbios de linguagem em 
crianças. Dentre eles, podemos citar o Laboratório de Estudos das Alterações da 
Linguagem Infantil - LEALI da UNESP/ Marília e o Laboratório de Psicolinguística 
e Aquisição da Linguagem – LAPAL da PUC-Rio. Pesquise sobre esses e outros 
laboratórios para enriquecer seus estudos!
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
12
Transtornos Mentais e 
do Comportamento e a 
Aprendizagem
No tópico anterior, tivemos a oportunidade de conhecer algumas disfunções 
cerebrais do lobo frontal, do lobo parietal e do lobo temporal e, também, 
alguns distúrbios da linguagem falada e escrita. 
O nosso foco, nesta aula, será os transtornos mentais e do comportamento 
e suas implicações na aprendizagem. Sabemos que existem vários fatores 
que podem comprometer o trabalho educacional: emocionais (ansiedade, 
insegurança...); orgânicos (baixa visão/ audição...); neurológicos (lesão cerebral, 
paralisia cerebral...); comportamentais (TDAH, Asperger...) e muitos outros. 
Aqui, estudaremos apenas alguns transtornos do desenvolvimento psicológico, 
do comportamento e transtornos emocionais que aparecem habitualmente 
durante a infância ou a adolescência. 
Vamos lá?!
T4
13
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
O que é um transtorno?
Dentre as preocupações que cercam o cotidiano da escola e, especialmente, dos 
pais, está o Transtorno. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):
Transtorno não é um termo exato, porém é usado para 
indicar a existência de um conjunto de sintomas ou 
comportamentos clinicamente reconhecível associado, 
na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com 
funções pessoais (CID-10, 1992, p. 5).
Existem diferentes tipos de transtorno. A OMS criou um documento intitulado 
Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde 
–também conhecido como Classificação Internacional de Doenças – CID 
10, agrupando os diferentes transtornos mentais. Um desses agrupamentos 
corresponde aos Transtornos Mentais e Comportamentais, objeto do nosso estudo. 
Vale destacar que, além da CID-10, existem outros manuais que também 
organizam o entendimento das doenças. Entre eles, o Manual de Classificação 
de Doenças Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM), que é 
relativamente bem parecido com o CID-10. 
Baseado na Organização Mundial de Saúde (OMS), podemos caracterizar os 
transtornos mentais e comportamentais como alterações do modo de pensar e/ou 
do humor (emoções), e/ou por alterações mórbidas do comportamento associadas 
à angústia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global. 
Embora existam todas essas classificações, aqui, estudaremos apenas 
alguns Transtornos do Desenvolvimento Psicológico e os Transtornos do 
Comportamento e Transtornos Emocionais que aparecem habitualmente 
durante a infância ou a adolescência. 
Os Transtornos Mentais e Comportamentais são classificados, de acordo com a CID, em:
• Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos
• Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa
• Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes
• Transtornos do humor [afetivos]
• Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos 
somatoformes
• Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos
• Distorções da personalidade e do comportamento adulto
• Transtornos do desenvolvimento psicológico
• Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que aparecem 
habitualmente durante a infância ou a adolescência
• Transtorno mental não especificado
Neurociencia e AprendizagemGraduação | UNISUAM 
14
Transtornos do 
Desenvolvimento Psicológico
Apresentaremos, a seguir, algumas considerações sobre o Autismo, a síndrome 
de Asperger, o Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno de Rett – 
considerados Transtornos do Desenvolvimento Psicológico. Na nova edição, 
do DSM (edição V), lançada em 2013, não existem mais a diferenciação entre 
essas categorias. Todas são denominadas Transtornos do Espectro Autista. 
Por fins didáticos, elas serão vista aqui separadamente. 
A - Autismo
O autismo é um transtorno bem mais comum do que se possa imaginar. Um 
estudo realizado, em 2012 – pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças 
(CDC), nos Estados Unidos –, revelou que ele afeta uma em cada 88 crianças. 
Esse estudo dá uma ideia da proporção de casos existentes. Porém, apesar 
da frequência, ainda há pouca informação sobre o transtorno.
Entenda melhor o autismo, assistindo à entrevista com a psiquiatra Ana Beatriz 
Barbosa, no programa Sem Censura.
Clique no link do vídeo abaixo para assisti-lo!
http://youtu.be/n6mlEpjRISw
Depois de assistir ao vídeo, você já sabe que o Autismo é um transtorno global 
do desenvolvimento caracterizado pela dificuldade de interagir socialmente 
e pela dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com 
jogos simbólicos. Também já sabe que os autistas possuem um padrão de 
comportamento restritivo e repetitivo e que há vários graus de autismo. 
T5
Para saber mais sobre o Autismo, leia o material 
Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem - 
Autismo, elaborado pelo MEC por intermédio 
da Secretaria de Educação Especial, para servir 
de orientação e fonte de consulta a professores 
da rede de ensino regular.
Clique no link :
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
pdf/educacao%20infantil%203.pdf
saiba mais?
15
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
http://youtu.be/n6mlEpjRISw
B - síndrome de Asperger
É também considerado um transtorno invasivo do desenvolvimento, mas, 
diferentemente do autista, a pessoa com Síndrome de Asperger não apresenta 
atraso no desenvolvimento cognitivo e intelectual. 
Comparado com jovens com outras formas de autismo, os autistas possuem 
maior probabilidade de converter-se em adultos independentes, com uma 
vida absolutamente normal.
AUTISMO ASPERGER
- Coeficiente intelectual geralmente abaixo 
do normal. 
- Coeficiente intelectual geralmente 
acima do normal. 
- Normalmente o diagnóstico se realiza 
antes dos 3 anos. 
- Normalmente o diagnóstico se realiza 
depois dos 3 anos.
- Atraso no aparecimento da linguagem.
- Aparecimento da linguagem em tempo 
normal. 
- Cerca de 25% são não-verbais. - Todos são verbais.
- Gramática e vocabulário limitados.
- Gramática e vocabulário acima da 
média. 
- Desinteresse geral nas relações sociais. 
Não desejam ter amigos. 
- Interesse geral nas relações sociais. 
Desejam ter amigos e se sentem 
frustrados pelas suas dificuldades sociais. 
- Um terço representa convulsões. 
- As queixas dos pais são os problemas 
de linguagem, ou em socialização e 
conduta.
- Nenhum interesse obsessivo de “alto 
nível”. 
- Um terço apresenta convulsões.
- Os pais detectam problemas por volta 
dos 18 meses de idade. 
- Interesse obsessivo de “alto nível”. 
- As queixas dos pais são os retardos da 
linguagem. 
- Os pais detectam problemas por volta 
dos dois anos e meio.
Fonte: guiainfantil.com
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
16
Que tal aprender vendo um bom filme?
A dica é a animação “Mary e Max – Uma Amizade 
Diferente” que mostra os problemas dos “aspies”. 
Na ficção, Mary, de 8 anos, uma menina gordinha 
e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga 
de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome 
de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm 
dificuldade de fazer amigos e passam a trocar 
correspondências onde compartilham alegrias e 
decepções. Na animação, Max é um homem de 
44 anos que tem síndrome de Asperger (foto). Um 
bom filme para você!
c - Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno de rett
No Transtorno Desintegrativo da Infância, a criança tem um desenvolvimento 
normal, em média, até os dois anos, depois se inicia uma deterioração das 
habilidades adquiridas que segue um curso contínuo e, na maioria dos 
casos, vitalício. As dificuldades sociais, comunicativas e comportamentais 
permanecem relativamente constantes durante toda a vida. 
Antes do surgimento da doença, a criança apresenta alguns sintomas, 
como: irritabilidade, ansiedade e hiperatividade. Em seguida, ocorre a perda 
significativa da linguagem e da fala. Além de prejuízo na interação social, 
comunicação e atividades. O Transtorno Desintegrativo da Infância também 
é chamado de Síndrome de Heller ou Psicose Desintegrativa.
Já o Transtorno Global de Rett é caracterizada pela perda progressiva das 
funções neurológicas e motoras após um período de desenvolvimento 
aparentemente normal, que vai de 6 a 18 meses de idade – época em que 
nosso cérebro é obrigado a exibir a mais importante de suas habilidades: a 
plasticidade condicionada pela experiência.
Em um vídeo Rett Syndrome (2010), criado por Arnold Worldwide em Boston, 
um menino lê um poema que escreveu para a sua irmã contando como é a 
história dela com a Síndrome de Rett. Leia!
Ela (irmã) é forte, mas silenciosa.
Ela vai crescer, mas sua voz não.
Ela precisa de ajuda, mas ajuda os outros ainda mais.
É poética, mas não consegue fazer uma rima.
Ela ouve, mas não pode ser ouvida.
Por dentro ela pode ajuda, mas ninguém ouve.
Ela é cheia de respostas, mas está guardando para a hora certa de responder.
Ela está procurando uma voz, mas não consegue achar a certa para usar.
Ela é uma lutadora, mas não tem comando.
Essa é a vida sem ser ouvida!
17
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
A partir do poema, podemos perceber algumas características da 
Síndrome de Rett: perda das habilidades adquiridas (como fala, 
capacidade de andar e uso intencional das mãos), surgindo estereotipias 
manuais (movimentos repetitivos e involuntários das mãos). É comum 
também que a criança com essa Síndrome apresente desaceleração do 
crescimento e distúrbios respiratórios e do sono, especialmente entre 
os 2 e os 4 anos de idade.
Ainda não há cura ou tratamento para as manifestações clínicas subjacentes 
à Síndrome de Rett. No entanto, há muitas intervenções que podem ajudar 
pacientes com tal Síndrome a ter um ciclo de vida significativamente mais 
saudável.
Como o Autismo, a síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo 
da Infância e o Transtorno de Rett possuem um conjunto comum de 
sintomas e que nem sempre é possível determinar se o quadro é 
compatível com Autismo, Asperger etc, admite-se que eles sejam 
melhor representados por uma única categoria. Por isso, englobaram 
todos esses transtornos em uma só categoria chamada de Transtornos 
do Espectro Autista.
Pense no quanto os Transtornos do Espectro Autista podem afetar a 
aprendizagem de uma criança! Vale à pena uma pesquisa!
Assista ao vídeo Rett Syndrome (2010), criado 
por Arnold Worldwide em Boston. Clique no 
link! 
http://youtu.be/BuGs7hE5dig
Você também pode se aprofundar mais sobre: 
Transtorno Desintegrativo da Infância.Clique 
no link! 
http://www.indicedesaude.com/artigos_ver.
php?id=2443
Síndrome de Rett. Clique no link! 
http://www.abrete.org.br/sindrome_rett.php
saiba mais?
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
18
http://youtu.be/BuGs7hE5dig
http://www.indicedesaude.com/artigos_ver.php?id=2443
http://www.indicedesaude.com/artigos_ver.php?id=2443
http://www.abrete.org.br/sindrome_rett.php
Transtornos do comportamento e 
transtornos emocionais que aparecem 
habitualmente durante a infância ou a 
adolescência
De acordo com a OMS, os Transtornos de Comportamentos e Emocionais são 
aqueles que têm início, precocemente, nos primeiros cinco anos de vida. Eles 
são, normalmente, acompanhados de déficit cognitivo e de retardo específicodo desenvolvimento da motricidade e da linguagem.
Incluem nestes tipos de transtornos: Transtorno de conduta, Transtornos 
emocionais com início especificamente na infância, Transtorno Hipercinético 
(Hiperatividade). 
A - Transtorno de conduta
Manifestações excessivas de agressividade e de tirania; crueldade com relação 
a outras pessoas ou a animais; destruição dos bens de outrem; condutas 
piromaníacas; roubos; mentiras repetidas; faltar aulas e fugir de casa; crises 
de birra e de desobediência anormalmente frequentes e graves, podem ser 
diagnosticados como Transtornos de Conduta.
Os Transtornos de Conduta são caracterizados por padrões persistentes de 
conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Veja a classificação dos transtornos 
de conduta!
Classificação dos Transtornos de Conduta
TIPO dE TRAnSTORnO CARACTERíSTICA
Distúrbio de conduta restrito ao 
contexto familiar
Comportamento dissocial e agressivo que se manifesta 
exclusiva ou quase exclusivamente em casa e nas 
relações com os membros da família nuclear.
Distúrbio de conduta não-socializado
Comportamento dissocial e agressivo que se manifesta 
na relação com outras crianças.
Distúrbio de conduta do tipo 
socializado
Comportamento dissocial e agressivo que se manifesta 
em indivíduos habitualmente bem integrados com seus 
companheiros.
Distúrbio desafiador e de oposição
Caracterizados essencialmente por um comportamento 
provocador, desobediente ou perturbador e não 
acompanhado de comportamentos delituosos ou de 
condutas agressivas ou dissociais graves.
19
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
Como, geralmente, as condutas aparecem na infância e podem evoluir 
negativamente, é importante que se caracterize os limites do que seja 
“normal” do que seja um Transtorno de conduta. O diagnóstico deve ser 
feito somente se o comportamento anti-social continuar por um período 
de pelo menos seis meses, e assim representar um padrão repetitivo e 
persistente.
B - Transtornos emocionais com início especificamente na infância
Ter ciúmes do irmão, certa vergonha de conversar com alguém que acabou 
de conhecer, pavor de separar-se dos pais, são comportamentos naturais da 
infância, saudável para o amadurecimento, uma vez que é nessa fase que o 
sujeito se desenvolve, tanto física quanto emocionalmente.
Tais comportamentos podem ser considerados normais, em termos de faixa 
etária (início da infância), até certo ponto. Mas se esses comportamentos são 
frequentes podem ser indícios de algum transtorno emocional.
Os Transtornos emocionais com início especificamente na infância constituem 
uma exacerbação de manifestações normais do desenvolvimento, mais do 
que um fenômeno qualitativamente anormal por si próprio. Veja a lassificação 
dos transtornos emocionais com início especificamente na infância!
Classificação dos transtornos emocionais com início especificamente na 
infância
TIPO dE TRAnSTORnO CARACTERíSTICA
Transtorno ligado à angústia de 
separação
Caracteriza-se pelo temor relacionado com a 
separação, ocorrendo pela primeira vez durante os 
primeiros anos da infância. Neste tipo de transtorno, 
as crianças têm pavor de separar-se dos pais, 
por exemplo, para ir à escola, dormir na casa de 
parentes, ou amigos, viajar sem os pais etc.
Transtorno fóbico ansioso da infância
Caracteriza-se pela presença de medos da 
infância, altamente específicos de uma fase do 
desenvolvimento, e ocorrendo, num certo grau, 
na maioria das crianças, mas cuja intensidade é 
anormal.
Distúrbio de ansiedade social da infância
Caracteriza-se pela presença de retraimento com 
relação a estranhos e temor ou medo relacionado 
com situações novas, inabituais ou inquietantes.
Transtorno de rivalidade entre irmãos
Caracteriza-se pela perturbação decorrente do 
nascimento de um irmão ou de uma irmã. Neste 
transtorno, a reação emocional é evidentemente 
excessiva.
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
20
Para que o tratamento tenha sucesso, é fundamental diagnosticar a causa 
básica ou específica que leva a criança a adotar certo comportamento. Dentre 
as possíveis causas podem ser destacadas:
• Perda de um dos pais (morte ou divórcio)
• Urinar na sala de aula
• Perder-se; ser deixado sozinho
• Ser ameaçado por crianças mais velhas
• Ser o último do time
• Ser ridicularizado na classe
• Brigas dos pais
• Mudar de classe ou de escola
• Novo bebê na família
O tratamento inclui terapia tanto para a criança quanto para a família, podendo 
ser utilizado também medicamentos.
c - Transtorno Hipercinético (Hiperatividade)
Garanto que poucos associam os adjetivos: criativo, trabalhador, energético, sensível, 
leal, divertido, prático e observador às pessoas que têm TDAH. Você já vivenciou 
uma realidade dessas? Conhece alguém que seja portador desse distúrbio?
Vamos pensar por um minuto em Thomas Edison, que inventou a lâmpada; 
em Benjamim Franklin, que descobriu a eletricidade; em Magic Johnson, que 
tanto fez pelo basquete mundial; em Ziraldo e seu Menino Maluquinho... Quem 
nunca riu com as piadas de Whoopi Goldberg e Robin Williams? E quem nunca 
ouviu a maravilhosa música de Mozart e Beethoven?
O que essas pessoas têm em comum? Você imagina? Pense um pouco! Pois é, 
todos têm TDAH. Entenda melhor esse transtorno assistindo ao vídeo a seguir. 
Clique no link do vídeo abaixo para assisti-lo!
Fonte: http://youtu.be/c9PXlqMnsgA
No vídeo, você deve ter notado que nem toda instabilidade que surja de repente 
pode ser diagnosticada como hiperatividade. Isso porque a criança hiperativa 
nasce hiperativa. Uma criança não se torna TDAH. Ela é hiperativa desde que nasce. 
A Hiperatividade, ou Transtorno Hipercinético – atualmente classificada pelo 
DSM como Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) –, é um 
distúrbio causado por diversos fatores, como ambientais, genéticos, traumatismos 
cranianos, corantes, drogas, entre outros. Tem início na infância, mas pode 
perpetuar na vida adulta. Afeta a conduta emocional, a adaptação social e o 
rendimento escolar. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção 
e aprender. 
21
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
file:///C:\Users\paginasHTML\Psicopedagpgia\pos-psico_m02_d02_a03_p02_THOMAS%20EDISON.htm
file:///C:\Users\paginasHTML\Psicopedagpgia\pos_psico_m02_d02_a03_p01_%20ziraldo.htm
file:///C:\Users\paginasHTML\Psicopedagpgia\pos-psico_m02_d02_a03_p02_Mozart.htm
file:///C:\Users\paginasHTML\Psicopedagpgia\pos_psico_m02_d02_a03_p02_%20Beethoven.htm
http://youtu.be/c9PXlqMNsgA
Você deve estar pensando: “Conheço várias crianças que são hiperativas!” 
Cuidado! Não podemos rotular uma criança de hiperativa, sem antes conhecer 
bem seus sintomas.
sintomas de Hiperatividade (TDAH)
Três fatores principais ajudam a distinguir o hiperativo da criança que tem 
apenas um distúrbio de atenção mais leve e daquela que busca apenas 
chamar a atenção: 
1 Impulsividade.
2 Contínua agitação motora.
3 Impossibilidade de se concentrar, seja em brincadeiras ou em atividades pedagógicas.
Essas atitudes devem ser constantes durante pelo menos seis meses 
seguidos. Para a criança hiperativa e sua família, uma ida a um parque de 
diversão ou supermercado pode ser desastrosa. Há simplesmente muita coisa 
acontecendo – muito estímulo ao mesmo tempo. Devido à sua incapacidade 
de concentrar-se e ao constante bombardeamento de estímulos, a criança 
hiperativa pode estar estressada. 
A criança hiperativa muitas vezes se sente isolada dos colegas, mas 
não entende por que é tão diferente. Fica perturbada com suas próprias 
incapacidades. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança 
na escola, no playground ou em casa, ela pode sofrer de estresse, tristeza e 
baixa autoestima.
Hoje sabemos que o TDAH é um distúrbio neurológico sério, mas tratável, 
embora de difícil diagnóstico e acompanhamento, devido à necessidade 
de um trabalho multidisciplinar contínuo. A maneira mais eficiente de trataro TDAH é exatamente o trabalho em grupo, que envolve tanto abordagens 
individuais com o portador (medicação, acompanhamento psicológico, 
terapias específicas, técnicas pedagógicas adequadas), como estratégias 
para as outras pessoas que convivem com ele (terapia para os pais ou família, 
esclarecimento sobre o assunto para pais e educadores e treinamento de 
profissionais especializados).
É possível afirmar que as pessoas portadoras de TDAH, apesar das dificuldades 
decorrentes, podem aprender a tirar o melhor partido das suas características 
e a explorar todo o seu potencial.
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
22
Faça o teste, a seguir, para identificar se o seu filho sofre de TDAH. 
Clique no link a seguir, para responder o questionário!
https://dda-deficitdeatencao.com.br/testesonline/tdah-infantil.html
Qual foi o resultado? Vale lembrar que o resultado deste teste é apenas um 
indicativo. Sempre é bom buscar ajuda de um profissional para realizar o 
diagnóstico e um possível tratamento do TDAH.
Pense no quanto os Transtornos do comportamento e transtornos emocionais 
que aparecem habitualmente durante a infância podem afetar a aprendizagem 
de uma criança! Vale à pena uma pesquisa!
Conclusão
Os Transtornos Mentais e do Comportamento são caracterizados por uma 
alteração nos modos de agir, de interagir com o outro ou das funções mentais. 
Porém, nem sempre um comportamento anormal sinaliza que uma pessoa 
esteja com um transtorno mental ou de comportamento. Para que isso 
ocorra, esse comportamento deve persistir por mais de 6 meses, causando 
perturbação ao sujeito. 
A origem dos Transtornos Mentais e Comportamentais pode ser 
biológica, psicológica, social e, também, genética, mesmo que isso 
ainda não seja comprovado. Esses transtornos afetam o sistema nervoso 
central, trazendo modificação ao sistema cognitivo (memória, atenção, 
concentração, pensamentos), bem como distúrbios relacionados às 
emoções e ao stress. 
Para saber mais sobre TDAH, le ia o 
texto Transtorno de Déficit de Atenção –
Hiperatividade na Criança e no Adolescente: 
Diagnóstico e Tratamento, de Marcelo Gomes 
e Luiz Celso Pereira. Clique no link! 
http://www.revistaneurociencias.com.br/
edicoes/1999/RN%2007%2003/Pages%20
from%20RN%2007%2003-8.pdf
saiba mais?
23
Unidade 03 Disfunções Cerebrais e Suas Implicações na Aprendizagem
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/1999/RN%2007%2003/Pages%20from%20RN%2007%2003-8.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/1999/RN%2007%2003/Pages%20from%20RN%2007%2003-8.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/1999/RN%2007%2003/Pages%20from%20RN%2007%2003-8.pdf
Os Transtornos Mentais e Comportamentais são classificados em vários outros 
transtornos, de acordo com a CID. Dentre tais transtornos, destacam-se: os 
Transtornos do Desenvolvimento Psicológico (que englobam os Transtornos do 
Espectro Autista – Autismo, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo 
da Infância e Transtorno de Rett) e os Transtornos do comportamento e 
transtornos emocionais que aparecem habitualmente durante a infância ou 
a adolescência (Transtorno de conduta, Transtornos emocionais com início 
especificamente na infância, Transtorno Hipercinético – Hiperatividade).
Diagnosticam-se os Transtornos Mentais e Comportamentais através de 
entrevistas feitas com o próprio paciente e com pessoas próximas a ele, 
incluindo a própria família; de exames clínicos para avaliar o estado mental e 
as condições físicas do paciente; de outros testes e exames especializados 
que forem necessários. Um diagnóstico preciso é fundamental para que seja 
feita uma intervenção apropriada. 
Na próxima aula, falaremos sobre a Inteligência. Até lá!
Referências Bibliográficas
COLLARES, C. A. L. e MOYSÉS, M. A. A. A História não Contada dos 
Distúrbios de Aprendizagem. Cadernos CEDES no 28, Campinas: 
Papirus, 1993.
FERNANDES, Evaristo Vicente. Aprendizagem humana e suas 
dificuldades: cérebro, emoção, mente e ação. Clube dos Autores, 2012.
COLLARES, C. A. L. e MOYSÉS, M. A. A. A História não Contada dos 
Distúrbios de Aprendizagem. Cadernos CEDES no 28, Campinas: 
Papirus, 1993. 
FERNANDES, Evaristo Vicente. Aprendizagem humana e suas 
dificuldades: cérebro, emoção, mente e ação. Clube dos Autores, 2012.
ZORZI, J.L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: questões 
clínicas e educacionais. Porto Alegre: ArtMed, 2003.
Neurociencia e Aprendizagem Graduação | UNISUAM 
24

Continue navegando