Buscar

AULA 04 - EFICÁCIA DAS NORMAS JURIDICAS E EFEITOS SOCIAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 
 
UNIDADE II 
AULA 04 - EFICÁCIA DAS NORMAS JURÍDICAS E SEUS EFEITOS 
SOCIAIS1 
NOÇÕES DE VALIDADE E EFICÁCIA 
• Validade da norma jurídica. 
• Eficácia da norma jurídica 
a) Quanto aos efeitos da norma 
b) Quanto à eficácia da norma 
c) Adequação interna da norma 
 
A Sociologia Jurídica e Judiciária tem como objeto de investigação tão-somente 
perquirir os fatores sociais determinantes (causas e efeitos) que possam 
provocar no âmbito jurídico, especialmente, sobre a efetividade ou eficácia da 
norma jurídica como fato social. Tem como objeto de conhecimento a vida 
social em seus aspectos jurídicos, a fim de examinar a facticidade do direito, ou 
seja, a realidade social do direito. 
 
A partir daí elabora uma teoria sociológica dos fenômenos jurídicos, que não se 
confunde com as questões técnicas da interpretação do direito nem com os 
aspectos axiológicos (valorativos), que são objeto respectivamente da Ciência 
do Direito e da Filosofia Jurídica. 
 
 
NOÇÕES DE VALIDADE E EFICÁCIA 
As normas jurídicas devem ser estudadas sob três enfoques diferentes, que 
são os planos de validade, existência ou vigência e de eficácia. 
 
NO PLANO DA VALIDADE, a norma emana de uma autoridade superior e 
obedece a um processo legislativo legítimo e regular. Validade se refere ao 
processo através do qual a norma se integra a um sistema normativo, 
passando a pertencer a um ordenamento jurídico. Só poderá ser reputada 
válida a norma jurídica que se encontrar inserida no contexto de um 
ordenamento jurídico, positivando-se. "Sancionada a norma legal, para que se 
inicie o tempo de sua validade, ela deve ser publicada”. Publicada a norma, diz-
se, então, que ela é vigente. 
 
NO PLANO DA EFICÁCIA, uma norma é considerada socialmente eficaz 
quando é observada por seus destinatários, apresentando os efeitos esperados 
quando de sua aplicação, seja porque impediu a instalação do conflito ou 
quando a sua violação é efetivamente punida pelo Estado. Em ambos os casos 
a previsão normativa é respeitada: seja de forma espontânea, seja através de 
uma intervenção coercitiva ou punitiva do Estado. 
 
Denomina-se eficácia do preceito (ou primária) a que decorre do respeito 
espontâneo à norma e como eficácia da sanção (ou secundária) a que resulta 
da intervenção repressiva do Estado. Então imagine que, por exemplo, 30% 
 
1
 Podemos encontrar alguns termos que se referem a eficácia das normas jurídicas - as extensões da eficácia da lei, 
entre sociólogos do direito há grandes controvérsias teóricas e terminológicas, sendo possível encontrar os termos 
"eficácia", "eficácia social", "efetividade" e "eficiência". 
2 
 
dos contribuintes sonega o imposto de renda, subtraindo informações em sua 
declaração anual. No caso de todos serem identificados e punidos, pode-se 
afirmar que a norma que regula a arrecadação do imposto de renda foi eficaz: o 
preceito teve eficácia para 70% dos contribuintes e a sanção teve eficácia para 
100% dos sonegadores. 
Para a socióloga Ana Lucia Sabadell, as repercussões sociais de uma norma 
jurídica formalmente válida se dão em três dimensões: 
 Quanto aos Efeitos da Norma: qualquer repercussão social provocada 
pela norma constitui um efeito social. Exemplo: uma lei estadual 
estabelece um aumento de 50% dos impostos a serem pagos por 
empresas de capital estrangeiro. Algumas empresas decidem mudar-se 
para outros estados onde a tributação é menor. Não se trata de 
descumprimento da lei, apenas um dos seus efeitos. 
 Quanto a Eficácia da Norma: é o grau de cumprimento da norma na 
prática. Uma norma é considerada eficaz quando é respeitada por seus 
destinatários ou quando a sua violação é efetivamente punida. 
Exemplo: se todos os condutores de veículos que ultrapassem o limite 
de velocidade nas estradas brasileiras forem efetivamente punidos, 
então é possível afirmar que as normas em questão são plenamente 
eficazes. O mesmo aconteceria se todos os condutores respeitassem 
essas normas. 
 Quanto a adequação interna da norma: estabelecida pelo legislador. 
Exemplo: a lei que prevê a responsabilidade do empregador em caso 
de acidente de trabalho. O empregador tem o dever de indenizar os 
empregados vítimas de tais acidentes (responsabilidade objetiva). Para 
prevenir-se de eventuais gastos, muitos empresários estabelecem 
contratos com seguradoras. Os prêmios pagos por tais seguros são 
embutidos no preço dos produtos fabricados e incorporados no valor 
final da mercadoria. Desse modo, o objetivo do legislador não é 
alcançado: não é o empregador, mas o consumidor que arca com os 
custos dos acidentes trabalhistas, ao adquirir os produtos. 
 
NO PLANO DA EXISTÊNCIA OU VIGÊNCIA, liga-se ao campo da norma 
enquanto instância de validade técnico-formal, que ocorre com a sua 
publicação e entrada em vigor, quando suas disposições passam a ser 
passíveis de exigência. A vigência possui uma dimensão temporal, podendo 
dar-se por tempo determinado ou indeterminado e situa-se entre a validade e a 
eficácia, que é sua aceitação social, podendo abranger e até suplantar esta 
última (visto que há normas que continuam vigentes, mas perdem sua eficácia 
em dado momento). 
 
O termo "vigência" traduz a existência específica de uma norma e não se 
confunde com a validade. Uma norma pode ser válida, se regularmente 
completou o processo de integração ao ordenamento jurídico, cumprindo os 
requisitos de produção para que sua gênese atendesse às exigências do 
ordenamento, mas pode ainda não ser vigente, por depender da verificação de 
condição suspensiva ou de vacância, ou mesmo ter tido sua vigência exaurida 
ou encerrada. Ao contrário, toda norma vigente deverá ser necessariamente 
válida, porque a validade é sinônimo de integração ao ordenamento, que por 
sua vez é pressuposto para a vigência. 
3 
 
 
A vigência de uma norma pode ser temporária ou indeterminada, conforme 
disponha o seu instituidor no momento da elaboração. Se fixado um período 
delimitado de vigência, esta cessará ao término do mesmo, quando chegará ao 
seu termo final. Na ausência de fixação de prazo de vigência, presume-se a 
indeterminação. 
 
A vigência também poderá ser obstada pela ocorrência de revogação, seja na 
hipótese de ab-rogação (supressão total da norma anterior), ou derrogação 
(supressão parcial da norma anterior). No primeiro caso a norma perde seus 
efeitos totalmente, enquanto que, no segundo, apenas em relação à parte 
regulada por nova lei ou cujos efeitos tenham sido expressamente revogados. 
 
Dependendo, ainda, no momento em que a norma ingressa no mundo jurídico 
ou faz incidir seus efeitos, poderemos falar em vigência imediata, vigência 
futura, ou mesmo em vigência retroativa, que se dá quando as disposições da 
norma jurídica alcançam um fato ocorrido no passado. 
 
O ordenamento pátrio aceita a retroatividade da norma, em certos casos. A 
regra, entretanto, é que a norma em vigor tem efeito imediato e geral, valendo 
para o futuro, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa 
julgada.

Outros materiais

Outros materiais