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SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO Paper (artigo) Uniasselvi

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SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: 
Atuação do Assistente Social na Escola pública e privada.
Maria Lucilene Pinheiro da Silva
Orientadorª: Professora Lidiane Oliveira Lima
Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI
Curso/Bacharel em Serviço Social, Turma: SES 1027, Seminário Interdisciplinar: Introdução a pesquisa 11/07/2020.
RESUMO
Esta pesquisa é qualitativa feita através de estudos bibliográficos em artigos científicos, livros de leis: ECA e LDB. Pretende-se com este trabalho apresentar a contribuição do Assistente social dentro da educação, sua importância profissional. A problemática da pesquisa buscar responder as seguintes questões: Quais as contribuições do assistente social no âmbito educacional e na sociedade, qual a importância da família nesta instituição e qual a contribuição do assistente social na área educacional. Abordaremos sobre a inserção do Assistente Social escola pública e privada; a educação como estratégia de inclusão e as mudanças que garantem os direitos e deveres, cumprindo as regras da normatização da assistência social em prol da população. É fundamental que os assistentes sociais estejam sempre em parceria com as famílias e escola para desenvolver a vida escolar e social dos alunos a fim de torná-los cidadãos conhecedores dos seus direitos. Mediante ao que destacamos o objetivo deste trabalho é enfatizar a efetivação do Serviço Social na Educação contribuindo de forma positiva e garantindo a inclusão. Os pontos utilizados para o desenvolvimento desse trabalho foram pesquisas bibliográficas, as diretrizes e bases da educação, baseando-se nas contribuições e desenvolvimento da social dos indivíduos. Podemos compreender que o Serviço Social sempre foi pouco reconhecido dentro dos espaços educacionais. Porém recentemente tornou-se obrigatório. Sendo de fundamental importância a intervenção desses profissionais na política educacional e na gestão escolar.
Palavras-chave: Serviço Social, educação, inclusão, garantia de direitos. 
1. INTRODUÇÃO
A Finalidade deste artigo é contribuir na discussão acerca da inserção do Assistente Social na educação; a educação como facilitador da inclusão; a implantação das leis e das políticas sociais. Através dessa pesquisa será visto a importância do serviço social inserido na educação e suas contribuições na administração educativa e na sociedade. 
Essa intensificação é caudatária dos avanços e acúmulos teóricos da profissão nas discussões em torno das políticas sociais como lócus privilegiado da ação profissional (Almeida, 2003). Essa perspectiva denota a possibilidade de uma ampliação teórica, política e instrumental da própria atuação do Serviço Social e de sua vinculação às lutas sociais que se expressam na esfera da cultura e do trabalho.
Nesse sentido, “o campo educacional torna-se, hoje para o assistente social, não apenas um futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho em diferentes áreas de atuação que precisa ser desvelado” (Almeida, 2000, p. 74).
A atuação do Serviço Social baseia-se na proposta de construção conjunta com a comunidade. Participa de decisões nos projetos de ensino, refletindo sobre questões mais amplas, referente à formação da cidadania, mudando os conceitos da democrática e formas de organização social. A educação é um tema que está em pauta no debate atual, portanto é de extrema importância discutir o quanto ela é imprescindível para mudar uma sociedade, para que se possa formar cidadãos críticos, competentes, capazes de se reconhecerem como sujeitos de direitos, e que tenham capacidade de reivindicar, de lutar pela concretização de seus direitos.
Sabemos que uma boa educação além de formar para o mercado de trabalho, forma também para a vida. A escola deve ser vista como um local educação, de aprendizado e de conhecimento intelectual além de perceber o cidadão como um todo, buscando compreender suas dificuldades. Pois somente na escola podemos ver as contradições sociais e econômicas, além de encontrar os conflitos familiares, desemprego, fome, miséria e a vulnerabilidades na qual as pessoas estão impostas. 
Diferentemente dos profissionais de educação, os assistentes sociais têm uma formação distinta, a qual permite identificar os fatores sociais, culturais e econômicos que afligem o campo educacional. Os problemas educacionais precisam ser trabalhados através de intervenções conjunta entre os vários grupos de profissionais, pois cada atribuição e competências são diferenciadas. 
Sendo assim cada um trabalha uma demanda especifica para possibilitar ações efetivas que dê acesso aos direitos dos indivíduos. Para compreender a importância do Serviço Social na Educação primeiro precisamos compreender a profissão nesse contexto, pois enquanto profissional tem a competência para planejar, propor, elaborar, coordenar, executar ações, projetos e programas sociais e institucionais.
Sob essa ótica esse profissional pode em diversos espaços, sejam eles privados, governamentais e não governamentais, em áreas como: educação, saúde, habitação, assistência, reabilitação, previdência social, sistema penitenciário e outros segmentos (IAMAMTO, 2000). A profissão de Serviço Social é regulamentada e, para exercê-la, necessário cursar a graduação em Serviço Social em faculdade reconhecida pelo MEC e obter o registro no Conselho Regional de Serviço Social.
O trabalho profissional do assistente social caracteriza-se também pelo atendimento às demandas e necessidades sociais de seus usuários, e podem construir resultados concretos quer nas dimensões materiais, sociais, políticas e culturais da vida da população, facilitando seu acesso às políticas sociais (IAMAMOTO, 2009). O assistente social, enquanto profissional inserido na política de educação, tem a possibilidade de garantir o acesso aos direitos de crianças e famílias em vulnerabilidade social, desde que atendidas as condicionalidades exigidas para recebimento dos benefícios sociais (LUNA et al. 2016).
A educação inclusiva tem sido discutida por muitos educadores, ainda que tenhamos uma legislação vigente que garante educação para todos. Especificamente, desde a Constituição de 1988, define-se como um dos princípios para o ensino “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola e preconiza o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência 
2. DESENVOLVIMENTO
O surgimento do Serviço Social no campo educacional se deu no ano de 1906, nos Estados Unidos da América, quando nos centros sociais designavam visitadoras para estabelecer uma ligação com as escolas do Bairro, com o intuito de descobrir o motivo pelo qual as famílias não enviavam seus filhos à escola, as razões da evasão escolar e a falta de aproveitamento escolar dessas crianças (PIANA, 2009). Tratando-se do início do Serviço Social escolar no Brasil há relatos de que os pioneiros foram os estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul, no ano de 1946. Trabalhando prioritariamente com a identificação de problemas sociais emergentes, os quais estivessem repercutindo no aproveitamento do aluno (PIANA, 2009).
A atuação do assistente social antes de 1950 era baseada não só pelas bases epistemológica mais também pelas suas características individuais, assim confirmava IAMAMOTO (1998). Este tinha uma outra visão que agiam da seguinte forma buscando “aprofundar e ampliar a intelectualidade de cada indivíduo”. Trabalhavam tendo uma ação individualista de cada aluno buscando agir através dos fenômenos sociais, a partir de 1950, os Assistentes Sociais passaram a visualizar os mesmos juntos aos programas sociais. 
A atuação do Serviço Social baseia-se na proposta de construção conjunta com a comunidade. Participa de decisões nos projetos de ensino, refletindo sobre questões mais amplas, referente à formação da cidadania, mudando os conceitos da democrática e formas de organização social. A educação é um tema que está em pauta no debate atual, portanto é de extrema importância discutir o quanto ela é imprescindível para mudar uma sociedade, para que se possa formar cidadãoscríticos, competentes, capazes de se reconhecerem como sujeitos de direitos, e que tenham capacidade de reivindicar, de lutar pela concretização de seus direitos.
Na escola podemos perceber as contradições sociais de toda ordem econômica e/ou social. Quando dizemos que a escola está envolvida em determinado contexto, estamos fazendo referência aos embates gerados pelos conflitos existentes no meio social, pelas relações familiares precarizadas, pela violência, pela fome, pela miséria, pelo desemprego, pela própria vulnerabilidade social à qual as pessoas estão sujeitas. E todos esses fatores interferem direta ou indiretamente na vida escolar do aluno, causando problemas diversos para os mesmos e também um alto índice de evasão escolar. (PIANA, 2009). 
Sabemos que uma boa educação além de formar para o mercado de trabalho, forma também para a vida. A escola deve ser vista como um local educação, de aprendizado e de conhecimento intelectual além de perceber o cidadão como um todo, buscando compreender suas dificuldades. Pois somente na escola podemos ver as contradições sociais e econômicas, além de encontrar os conflitos familiares, desemprego, fome, miséria e a vulnerabilidades na qual as pessoas estão impostas. 
A educação reproduz a sociedade, pois a contradição e o conflito não são tão manifestos na sociedade, porque a reprodução é dominante, observando-se que a educação acaba por fazer o que a classe dominante lhes pede. Como a sociedade, a educação é um campo de luta entre várias tendências e grupos. Ela não pode fazer sozinha a transformação social, pois ela não se consolida e efetiva-se sem a participação da própria sociedade (GADOTTI, 1995).
Segundo a lei Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
Em um país extremante desigual e capitalista, muito cedo crianças e/ou adolescentes vindas de família de baixa renda, são obrigadas a trabalhar e abrem mão ao direito a infância e juventude em situações sub-humanas, com a intenção e obrigação de auxiliar a renda domiciliar. No entanto tem vários direitos violados de acordo com o ECA, prejudicando a educação, lazer e cultura, perdendo assim a dignidade. 
Frente a esta situação, o estudante chega muitas vezes à escola apresentando comportamentos agressivos, irritado, inquieto e às vezes chega a brigar na escola, perdendo a concentração nas aulas, ou torna-se distante, retraído e, assim, o seu aprendizado torna-se difícil, ocasionando muitas vezes na evasão escolar. Diante deste cenário, a escola deve estar preparada para ver além das atitudes desses estudantes, preocupando-se com as causas que levam a esse comportamento, buscando estabelecer um diálogo com esses indivíduos e, principalmente, conhecer as legislações, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990), apropriando-se desse instrumento como forma de enfrentamento da violação dos direitos.
Diferentemente dos profissionais de educação, os assistentes sociais têm uma formação distinta, a qual permite identificar os fatores sociais, culturais e econômicos que afligem o campo educacional. Os problemas educacionais precisam ser trabalhados através de intervenções conjunta entre os vários grupos de profissionais, pois cada atribuição e competências são diferenciadas. 
Sendo assim cada um trabalha uma demanda especifica para possibilitar ações efetivas que dê acesso aos direitos dos indivíduos. Para compreender a importância do Serviço Social na Educação primeiro precisamos compreender a profissão nesse contexto, pois enquanto profissional tem a competência para planejar, propor, elaborar, coordenar, executar ações, projetos e programas sociais e institucionais.
Para que o direito a educação seja plenamente assegurado muitas transformações devem ocorrer na área social, já que a realidade de grande parte da população é caracterizada pela pauperização, desemprego, fome, exclusão social. Estes fatores são responsáveis pela fragilização dos processos escolares no Brasil na medida que a família não tem o suporte necessário para as suas crianças e adolescentes e acabam reproduzindo práticas que constituem-se como violação de direitos, a exemplo o trabalho infantil, a exploração sexual da criança e do adolescente, a violência doméstica seja ela física ou psicológica, além de em muitos casos estas crianças e adolescentes presenciarem os pais alcoolizados e conflitos dentro de casa (MONTEIRO, 2011).
Para Aranha (1996), a educação no país passou a despertar maior atenção a partir da década de 30, podendo ter uma série de motivos, tais como: movimentos dos educadores; iniciativas governamentais ou resultados concretos alcançados. Nessa década é criado o Ministério da Educação e Saúde, responsável pelas reformas educacionais no âmbito nacional e pela estruturação da universidade. Ocorre maior autonomia didática e administrativa, bem como o interesse pela pesquisa e difusão da cultura, com a finalidade de beneficiar a comunidade.
“Após a primeira Guerra Mundial, com a industrialização e a urbanização, forma-se a nova burguesia, e estratos emergentes de uma pequena burguesia exigem o acesso à educação. [...], estes segmentos aspiram à educação acadêmica e elitista [...]” (ARANHA, 1996, p. 198).
Para Paulo Freire, grande expoente da educação brasileira, a escola é o espaço onde se dá o diálogo entre os homens, mediatizados pelo mundo ao redor, surgindo daí a necessidade de transformação do mundo. Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história (...). Freire, 1980. Freire considera a escola como um espaço político para a organização popular.
Numa perspectiva realmente progressista, democrática e não arbitrária, não se muda a “cara” da escola por portaria. Não se decreta que, de hoje em diante, a escola será competente, séria e alegre. Não se democratiza a escola autoritariamente. A administração precisa testemunhar ao corpo docente que o respeita que não teme revelar seus limites a ele, corpo docente. A administração precisa deixar claro que pode errar. Só não pode é mentir. (Freire, 1980).
O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1° O Poder Público deverá assegurar atendimento por psicólogos e assistentes sociais a alunos das escolas públicas de educação básica que dele necessitarem.
 § 1º O atendimento previsto no caput deste artigo será prestado por psicólogos vinculados ao Sistema Único de Saúde – SUS e por assistentes sociais vinculados aos serviços públicos de assistência social. 
§ 2º Os sistemas de ensino, em articulação com os sistemas públicos de saúde e de assistência social, deverão prever a atuação de psicólogos e assistentes sociais nos estabelecimentos públicos de educação básica ou o atendimento preferencial nos serviços de saúde e assistência social a alunos das escolas públicas de educação básica, fixando, em qualquer caso, número de vezes por semana e horários mínimos para esse atendimento. 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), a LDB anterior foi considerada obsoleta, mas só em 1996 o debate sobre essa lei foi concluído. Nesse sentido, a atual LDB (Lei 9394/96) foi sancionada pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso e pelo Ministro da Educação na época, Paulo Renato. Essa Lei é baseada no princípio do direito universal à educação para todos. A LDB define e regulariza o sistema de educação brasileirocom base nos princípios presentes na Constituição Federal /88. E de assistência social nas escolas públicas de educação básica”.
2.1 ASSISTENTE SOCIAL COMO FACILITADOR DA INCLUSÃO SOCIAL
A primeira reunião do Conselho Deliberativo ocorreu em março de 1955, na sede da Sociedade de Pestalozzi do Brasil (SALABERY, 2007). Pela primeira vez no Brasil, discutia-se a questão da pessoa portadora de deficiência com um grupo de famílias que trazia para o movimento suas experiências como pais de deficientes e, em alguns casos, também como técnicos na área. Conforme Munhós e Pereira (2015), o Movimento Apaeano, como foi chamado na época, se expandiu para diversos estados do Brasil, com o objetivo de integrar as pessoas com deficiência na comunidade através da valorização e desenvolvimento harmonioso entre família, escola e comunidade. 
Na idade antiga, (Grécia e Roma antigas, dentre outras) a sociedade tratava os deficientes como classes inferiores, sendo eles responsáveis pelos serviços braçais; em algumas outras sociedades, eles eram valorizados como força humana para a guerra ou para a agricultura; enfim, o contexto social dependia deles para sua sobrevivência, porém, em caso de deficiência física era considerada intolerável, matando-se os deficientes físicos no momento do nascimento (SASSAKI, 1997).
De acordo com MAZZOTTA (1999) o sistema educacional brasileiro pautava-se, até os anos 70, no modelo de integração. Todos os estudantes deviam seguir o mesmo método pedagógico, avançar no mesmo ritmo e serem avaliados da mesma forma. Os alunos que não conseguiam enquadrar-se nos padrões considerados aceitáveis, eram rotulados como "deficientes" ou "excepcionais", devendo ser encaminhados para salas ou escolas "especiais".
MAZZOTTA (1999) por sua vez afirma que o contexto histórico sobre a inclusão de pessoas com deficiências, passou da marginalização para o assistencialismo e deste para a educação, reabilitação, integração social e, mais recentemente, para a inclusão social. Esse percurso não aconteceu de forma linear, pois essas diferentes posturas ainda convivem entre si e direcionam práticas e políticas públicas. Tendo em vista o contexto histórico da educação inclusiva no Brasil, nos séculos XVII e XVIII, é possível ver que se evidenciam teorias e práticas sociais de discriminação, promovendo inúmeras situações de exclusão. Esse período é conhecido pela ignorância e rejeição do indivíduo deficiente pela sociedade em geral, que condenava esses sujeitos de uma forma extremamente preconceituosa. 
Portanto, é possível dizer que com a Constituição Federal temos um grande avanço para a inserção da educação inclusiva, que trouxe um profundo significado pedagógico e democrático, iniciando o rompimento do modelo tradicional de ensino segregado, iniciando nos anos 90 propostas de uma educação inclusiva. Nessa perspectiva Mazzotta (1999) diz que os alunos com e sem deficiência devem conviver nas mesmas escolas e salas, aprendendo com suas diferenças e ajudando-se mutuamente a desenvolver suas potencialidades. 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais (Lei nº 8.069/1990, p25). Art. 11º É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. § 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado (Lei nº 8.069/1990, p27). 
As escolas devem respeitar as características dos alunos e oferecer alternativas pedagógicas que atendam às suas necessidades comuns e específicas. Com o advento da Lei nº 8.069, ou Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabeleceram-se procedimentos nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização, trabalho e atos infracionais, no atendimento a crianças e adolescentes, inclusive os que têm deficiência.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014). Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes (BRASIL, 1990, p29).
Esses dispositivos foram reforçados por outros documentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei 8069 de 1990, em seu artigo 53 (inciso I) e artigo 54 (inciso III), a Declaração de Salamanca de 1994; e a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei 9394 de 1996. Assim, a união entre serviço social e educação sugere um progresso no atendimento a pessoas com deficiência e tende a fomentar melhorias nas ações realizadas pelo assistente social no setor educativo. Com vistas nesses aspectos, esta proposta de pesquisa busca descrever as práticas desse profissional em sua atuação na educação especial.
No aspecto de legislação no Brasil, em 1961 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 4024 – fundamenta o atendimento educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”, onde pontua que: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade.” Em 1971 a Lei nº 5692, a segunda lei de diretrizes e bases da educação do Brasil, foi promulgada em plena ditadura militar e substituiu a anterior.
Em 1994 a Política Nacional de Educação Especial, em seu texto foi considerado um atraso, por permitir o ingresso em classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (PEREIRA, 1980). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 1996 – Lei Nº 9.394) em vigor tem um capítulo específico para a Educação Especial. 
Com a Constituição Federal do Brasil de 1988 verifica-se especificamente os direitos das pessoas com deficiência em diversos artigos, dentre os quais é possível destacar:
No Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: Inciso IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 5º Todos são iguais perante a lei. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: Inciso XXXI – Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência. Art. 205º A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: Inciso I: Igualdade de condições de acesso e permanência na escola, como um dos princípios para o ensino. Art. 208º O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: Inciso III: atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988, p34).
No mesmo patamar da Constituição, outras leis federais e estaduais foram criadas visando o objetivo da inclusão. A preocupação da LDB em seus artigos 58, 59 e 60 visa incluir os alunos com necessidades educacionaisespeciais na rede regular de ensino, o que representa um importante avanço para o nosso sistema educacional. 
Porém, como ressalta Carlos Brandão e está especificado na letra da lei, “o atendimento deverá ser ministrado por professor capacitado o que pressupõe que o profissional deva se manter sempre atualizado para atender as necessidades de seu alunado, o que é condição fundamental para o sucesso da proposta.” (BRANDÃO, 2007: 129-34).
Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e autoritarismo. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento profissional (BRASIL, 1993).
Despontando neste momento a participação dos sujeitos coletivos, trabalhadores e suas respectivas categorias, na busca por mudanças significativas na realidade das escolas e seus sujeitos. Neste cenário de luta e possiblidades o assistente social apresenta-se como trabalhador engajado na efetivação dos direitos sociais da classe trabalhadora e segmentos vulneráveis. Somente assim, a inclusão escolar de alunos com algum tipo de deficiência ou necessidade especial escolar ocorrerá realmente em nossas escolas, sejam elas públicas ou privadas. (NOB-RH/SUAS/2006).
2.2 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL, FAMÍLIA E ESCOLA PULBLICA 
Este projeto de lei tem por objetivo estabelecer deveres e responsabilidades à criança e ao adolescente estudante, prevendo a responsabilização daqueles que desrespeitam seus professores e violam as regras éticas e de comportamento das instituições de ensino que frequentam. Infelizmente, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras, e o número de casos de violência contra professores por parte de alunos aumenta assustadoramente. 
Em caso de descumprimento desse dever, estabelece como responsabilização a suspensão do aluno por prazo determinado e, em caso de reincidência à autoridade judiciária competente, para que as medidas necessárias sejam tomadas a fim de se resguardar estudantes e docentes. Certo de que meus nobres pares reconhecerão a conveniência e oportunidade da medida legislativa que se pretende implementar, conclamo-os a apoiar a aprovação deste projeto de lei. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. (BRASIL 1990, p3).
Trata-se de projeto de lei que visa adicionar ao Estatuto da Criança e do Adolescente norma relativa às obrigações das crianças e adolescentes estudantes. A justificação se refere à necessidade de coibir a onda de violência e comportamento inaceitável de crianças e adolescentes nas escolas, que vem aumentando em todo o país. A proposição é de apreciação conclusiva nas Comissões e nesta não recebeu emendas. (BRASIL 2011). 
A inserção do profissional do serviço social nesse campo de atuação nos impõe a tarefa de construir uma intervenção qualificada, enquanto profissional da educação. Tendo como princípios fundamentais de seu código de ética profissional o posicionamento em favor da equidade e da justiça social que assegure a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociai. O sistema de ensino vem se modificando significativamente nas últimas décadas e na maioria das vezes para atender as exigências de organismo internacionais. 
Compreender a educação como uma política social que tem o compromisso de garantir os direitos sociais, indica uma ampliação do conceito de educação onde precisa ser assimilada a partir da perspectiva de sua produção social e do papel que a escola assume na sociedade. A perspectiva da garantia dos direitos da concretização de uma cidadania fundada no acesso e garantia dos bens materiais, sociais e morais nos remete necessariamente a compreender o que vem ocorrendo em uma década enquanto estratégia de desmonte do sistema de garantia dos direitos conquistados. 
Segundo o relatório do Projeto de Lei n° 3.688-C, DE 2000 (Do Sr. José Carlos Elias), que “dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica”, trata da ampliação da participação desses profissionais na educação básica. Em sua Justificação, o Autor do Projeto de Lei inicial, ou seja o de nº 3.688, de 2000, defende que a atuação de assistentes sociais nas escolas, por intermédio de seu trabalho junto aos estudantes e suas famílias, contribuiriam positivamente para o aperfeiçoamento e incremento do rendimento escolar, uma vez que estes seriam capazes de abordar e propor soluções no trato dos problemas sociais que interferem no cotidiano de escolarização e formação social das crianças. 
Conforme o art. 205 da Constituição Federal, a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2000, p4)
A tramitação na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei em análise, incluiu, além do profissional de assistência social, os psicólogos, foi aprovado na Câmara dos Deputados em 07/08/2007, e seguiu para o Senado Federal em 21/8/2007, sendo apreciado e aprovado nos termos do Substitutivo apresentado, como Projeto de Lei nº 3.688-D, em 12 de novembro de 2010. A proposição foi distribuída às Comissões de Seguridade Social e Família, de Educação e Cultura e de Constituição e Justiça e de Cidadania. No prazo regimental, não foram apresentadas emendas à proposição nesta Comissão de Seguridade Social e Família.
Ofício (SF) nº 2.225/2010 SUBSTITUTIVO DO SENADO FEDERAL AO PROJETO DE LEI Nº 3.688-C, DE 2000, que “dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica”.
O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1° O Poder Público deverá assegurar atendimento por psicólogos e assistentes sociais a alunos das escolas públicas de educação básica que dele necessitarem.
 § 1º O atendimento previsto no caput deste artigo será prestado por psicólogos vinculados ao Sistema Único de Saúde – SUS e por assistentes sociais vinculados aos serviços públicos de assistência social. 
§ 2º Os sistemas de ensino, em articulação com os sistemas públicos de saúde e de assistência social, deverão prever a atuação de psicólogos e assistentes sociais nos estabelecimentos públicos de educação básica ou o atendimento preferencial nos serviços de saúde e assistência social a alunos das escolas públicas de educação básica, fixando, em qualquer caso, número de vezes por semana e horários mínimos para esse atendimento. 
Art. 2º Os sistemas de ensino, de saúde e de assistência social disporão de 1 (um) ano, a partir da data de publicação desta Lei, para tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas disposições. 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Substitutivo do Senado ao Projeto de Lei da Câmara nº 60, de 2007 (PL nº 3.688, de 2000, na Casa de origem), que “Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de assistência social nas escolas públicas de educação básica”. Substitua-se o Projeto pelo seguinte: Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica.
Art. 1º As redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais. § 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver ações voltadas para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais. Art. 2º Necessidades específicas de desenvolvimento por parte do educando serão atendidas pelas equipes multiprofissionais da escola e, quando necessário, em parceria com os profissionais do Sistema Únicode Saúde – SUS. Art. 3º Os sistemas de ensino disporão de 1 (um) ano, a partir da data de publicação desta Lei, para tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas disposições. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (BRASIL, 2019; 198o /131o). 
2.3 ATUAÇÃO DO SERCIÇO SOCIAL NA ESCOLA PRIVADA
O Serviço Social em escolas privadas e/ou filantrópicas vem sendo inserido por meio de implantação, monitoramento, avaliação e coordenação de Projetos Sociais, os quais possam atender às demandas inerentes ao público escolar. As atribuições do assistente social tendem a ser de assegurar os direitos à população e reduzir as desigualdades sociais. Toda atuação e intervenção visam mobilizar e organizar a população, fazer a leitura das situações de vulnerabilidade e risco e acessar direitos nas diversas políticas setoriais. Toda criança tem direito a educação de qualidade. Uma educação de qualidade é a melhor forma de se construir uma sociedade menos desigual e com mais oportunidades. 
É importante ressaltar que, em virtude dessas mudanças o Assistente Social tem sido requisitado também nesta realidade escolar para realização de estudos socioeconômicos: “XI – Realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefício e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas priva- das e outras entidades” (BRASIL, 2012, p. 45). 
A inserção do serviço social na educação proveniente das escolas privadas e/ ou de cunho filantrópica se dá em virtude das modificações na legislação concernentes aos últimos anos. A lei federal n.º 12.101/2009 (Lei da Filantropia) que estabelece a inclusão do profissional de serviço social na equipe multidisciplinar para obter certificação junto ao CEBAS (Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social). Tal lei dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social. Tal Lei é atualizada pela Lei 12868/2013 (BRASIL, 2009; 2013).
Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de Assistencia Social; regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social; altera a lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivos das leis 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429 de 26 de dezembro de 1996, 9.732, de 11 de dezembro de 1998, 10.684, de 30 de maio de 2003, e da medida provisoria 2.187-13, de 24 de agosto de 2001; e da outras providencias. (publicação original [diário oficial da união de 30/11/2009] (p. 1, col. 3)
É importante dizer que, o CEBAS - Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social é a certificação opcional para entidades sem fins lucrativos das áreas de educação, de saúde e de assistência social. Trata-se de requisito para fins de fruição da imunidade de contribuições sociais, conforme o disposto na Lei 12.101/2009. Segundo a Lei 12.101/2009 atualizada pela Lei 12868/2013: 
Para além das bolsas sociais, o profissional pode criar novas estratégias de intervenção construindo ações que incidam diretamente na cidadania dos segmentos marginalizados. Segundo Iamamoto “Os objetivos e projetos propostos, que direcionam a ação, têm uma importância fundamental, na afirmação da condição dos indivíduos sociais como sujeitos históricos.” (IAMAMOTO apud AMARO, 2012, p. 102).
As entidades de educação devem estar cientes de que deverão ofertar bolsas em todas as suas unidades, atendendo a proporção mínima de 1 bolsa integral para cada 25 alunos (ar t. 13-B, §3o), ofertando esses benefícios em todos os seus cursos (art. 13-B, §4o), segregando as atividades beneficentes por nível de educação, básica e superior (ar t. 13-B, §5o), sendo vedada, em qualquer hipótese, a cobrança de taxa de matrícula ou custeio de material didático (BRASIL, 2013). 
Segundo Soares (2001, p.39), essa proposta de minimização do Estado remete, nas entrelinhas, a um componente ideológico de caracterização do setor público como ineficaz, ao contrário do setor privado que passa a ser rotulado como o único capaz de proporcionar o crescimento econômico. Diante dessa retórica, abre-se espaço para outra proposta do ideário neoliberal, qual seja, a proposta privatizante. Sobre essa concepção, Borón (2001, p.66) o cita o exemplo da Argentina, que privatizou empresas públicas a preços mínimos e sem precauções óbvias, vendendo-as para multinacionais privadas.
O CEBAS tem validade e deve ser renovado, conforme a lei: “será considerado tempestivo (dentro do prazo) o requerimento de renovação da certificação protocolado no decorrer dos 360 (trezentos e sessenta) dias que antecedem o termo final de validade do certificado (a Lei 12.101/2009 previa prazo de 6 (seis meses)” (BRASIL, 2013). Todavia, o trabalho do assistente social deve ir além de atender ao CEBAS. Neste contexto, foi realizada uma pesquisa em uma escola privada para verificar como é o trabalho do assistente social na escola privada. 
Com o “livre jogo do mercado”, as relações econômicas não precisam ser reguladas por um organismo central, fazendo com que a existência de um Estado interventivo e forte se torne algo desnecessário e, até mesmo, negativo para os neoliberais. Além do ponto de vista econômico, o Estado mínimo também apresenta consequências no âmbito político, configurando a democracia como adversária da liberdade do mercado. Trata-se de intervenções antidemocráticas de empresas transnacionais em determinadas questões do país. 
Dessa forma, a não participação do Estado na livre economia de mercado toma proporções maiores, atingindo tanto o nível econômico, quanto o político e, sem dúvida, deixando consequências drásticas para toda a sociedade. Configura-se, portanto, Estado mínimo nos direitos trabalhistas, no controle dos preços de produtos, na não regulação das remunerações ou qualquer outra intervenção que atingisse diretamente ao livre mercado. 
O Estado mínimo passou a cumprir apenas algumas funções básicas como a educação primária, a saúde pública e a criação e manutenção de uma infra-estrutura essencial ao desenvolvimento econômico. (Soares (2001, p.38). Assim, colocava-se a proposta de “desregulamentação” da economia que, basicamente defendia a abolição da regulação do Estado sobre os preços da economia em geral e sobre as relações capital trabalho. Essa regulação, considerada como geradora de “distorções”, seria substituída pelo “livre jogo do mercado”, cujos mecanismos de regulação seriam automáticos, tecnicamente isentos, proporcionando assim uma distribuição de recursos mais “racional”. (SOARES, 2001, p.38).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar a função Assistente Social no âmbito educacional, verificou-se que através de sua atuação pôde haver mudanças positivas com relação a inclusão e interação entre escola, família e comunidade. Como mostram os decretos de Leis, nas últimas décadas observou-se que houve a necessidade de se criar programas e leis voltadas ao direito das crianças e adolescentes na educação e a proteção do mesmo, garantindo um apoio emocional e ideológico para um futuro modelo social. 
Entendemos como é necessário que um profissional de serviço social esteja inserido para contribuir trabalhando diretamente com as problemáticas sociais dos alunos. Este profissional auxilia no combate das múltiplas expressões da questão social vivenciada pelos alunos em seu contexto familiar e social, que são refletidas na escola. O trabalho do assistente social na educação é muito importante por que busca entender o contexto histórico do aluno, como é a sua convivência família e social.
É interessante que a escola entenda todo o contexto histórico, família, social que o aluno está inserido para junto com o profissional de Serviço Social faça uma intervenção que possibilite melhorias para esse aluno dentro da escola evitando a evasão escolar, repetição, diminuir o índice de drogas entre outros fatores. Nesse caso o assistente social, com seu conhecimento a respeito dos direitos dos cidadãos, poderá fazer a mediação entre a escola ea comunidade, contribuindo assim para que a instituição de ensino alcance sua função social garantindo os direitos fundamentais da população.
Embora seja compreendida à importância da inserção do assistente social nas escolas públicas, ainda há um grande empecilho para que haja a efetivação desse profissional nesse campo, que são desafios e as limitações que a profissão enfrenta para estar inserido no âmbito escolar. A efetivação do compromisso de luta da educação um direito social de qualidade, que deve ser implementado pelo Estado, para consolidação e reconhecimento deste campo de atuação profissional. 
Sua prática deve esta pautada no Projeto Ético-Político da profissão desenvolvendo uma práxis fundamentada teórico e politicamente nas relações de trabalho da organização objetivando a melhoria dessas relações de forma justa e legal. Para atuação em qualquer organização é necessário que o profissional tenha conhecimento dos documentos que legitimam sua profissão (LOAS e CÓDIGO DE ÉTICA DE 1993), além do Estatuto da organização e normas operacionais básicas da área que está atuando de acordo com legislação do setor.
REFERÊNCIAS
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