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Economia de Moçambique de 1885-2000

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Raquel Zacarias Dinis
Economia de Moçambique de 1885-2000
Universidade Pedagógica
Beira
2014
Raquel Zacarias Dinis
	
Economia de Moçambique de 1885-2000
Departamento de Ciências Sócias
Curso de Licenciatura FILD. 
4º Ano
Universidade Pedagógica
Beira
2014
3
Índice
Introdução	3
Economia de Moçambique de 1885-2000	4
O legado colonial	4
A construção do socialismo (1977-1983/4)	5
A abertura da economia e para uma transição política (1984-1992)	5
Reconstruindo uma nova sociedade (1992-1999)	6
Conclusão	7
Bibliografia	8
Introdução 
O impacto do capitalismo colonial e a sua relação com a economia sulafricana e o paradigma dos movimentos de libertação dominaram as temáticas da maior parte das pesquisas realizadas durante este período, uma ilustração dos esforços feitos na época para a ‘recuperação’ da história de Moçambique e da interpretação dos diversos processos de luta que haviam ocorrido, envoltos em novas análises.
Do período da produção socialista à economia de mercado e ao processo de paz e reconstrução, a produção em Ciências Sociais no período pós-independência em Moçambique, mostra-nos uma marcada influência dos diversos desafios, processos de transição e reformas que num período tão curto abrangeram Moçambique. Assim, o processo relativo à implantação de uma economia e uma sociedade socialista, o impacto da guerra, o processo de paz e a construção de uma sociedade democrática, marcam a produção científica em Moçambique. Não se pode de modo algum ignorar o contexto regional, onde a dominação económica sulafricana, o regime do apartheid e a nova África Austral pós-apartheid fazem também parte dos interesses dos cientistas sociais deste período.
Economia de Moçambique de 1885-2000
O legado colonial
Entre a chegada do primeiro navegador português a Moçambique (1498) e o controle efectivo do território e a instalação da administração colonial, decorreu um processo difícil de dominação das diversas organizações políticas africanas que detinham o poder no território. A ocupação efectiva ocorreu em finais do século passado, com a dominação do Estado de Gaza no sul do país, embora apenas na década de 20, a administração colonial tenha passado a assumir um real controlo do território. O desenvolvimento do colonialismo Português em Moçambique, pode ser grosseiramente dividido em três períodos:
· 1885-1926: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos de exportação (sisal, açúcar e copra), no centro e norte do país, com base em mão-de-obra barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de força de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica, Congo Belga e em alguns casos a África do Sul (WUYTS, 1980:12-13). No sul, predominava a exportação de mão-de-obra para alimentar o capital mineiro da África do Sul. Os acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da mão-de-obra, traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de impostos, quer da utilização dos caminhos-de-ferro que ligavam o porto de Lourenço Marques à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para o trânsito de mercadorias;
· 1926-1960: sob influência da construção do nacionalismo económico, este período é marcado por uma intensificação do trabalho forçado e integração crescente da economia de Moçambique numa economia regional dominada pela África do Sul. O princípio do trabalho forçado e da introdução de culturas forçadas marcam este período, como uma forma de proteger a burguesia portuguesa, incapaz de concorrer com o capital mineiro e com as plantações, no acesso à mão de obra.
· 1960-1973: As mudanças políticas mundiais e a crise do regime de Salazar durante este período levaram a diversas reformas políticas e económicas, que conduziram, entre outras medidas, à abolição do trabalho e das culturas forçadas e ao traçar de novas estratégias de desenvolvimento para as colónias. Algumas das consequências das reformas políticas levaram à modernização do capital, com a abertura da economia ao investimento estrangeiro. É neste período e neste contexto de modernização do capital que se fazem investimentos na indústria manufactureira.
A construção do socialismo (1977-1983/4)
Com a criação do Partido Marxista-Leninista, em 1977, criaram-se também os ‘movimentos democráticos de massas’ para enquadrar os trabalhadores, as mulheres, a juventude, organizações criadas ‘de cima para baixo’ sob a tutela e orientação do Partido. Durante este período, Moçambique estabelece relações com os países do Leste europeu, de quem recebe inicialmente uma ajuda no campo militar. Recorde-se que os primeiros indícios de conflitos armados haviam surgido em 1976.
A abertura da economia e para uma transição política (1984-1992)
As pressões políticas no campo interno e externo e a necessidade de receber ajuda alimentar para superar a crise económica e as consequências da guerra e das calamidades naturais levaram a FRELIMO a redifinir a sua política externa: i) em 1982 o governo ‘começou a cortejar os Estados Unidos e a fazer a sua viragem para o Ocidente (HANLON, 1997: 15); ii) em 1984, assinou o Acordo de Nkomati com a África do Sul, uma tentativa de cortar os apoios da África do Sul à RENAMO. Com este acordo, criaram-se também alguns espaços para negociações sobre a mão-de-obra moçambicana, e sobre o fornecimento da energia eléctrica de Cabora-Bassa para a África do Sul. Depois de uma fase de economia centralmente planificada, em 1985 dão-se os primeiros passos para a sua liberalização, o que leva a uma transição. Visando reverter as tendências negativas do crescimento económico através de um reajustamento estrutural, em 1987 é introduzido o Programa de Reabilitaçao Económica (PRE) e em 1990 o Programa de Reabilitação Económica e Social (PRES). O programa de ajustamento estrutural, é um pacote que envolve o livre comércio, a desregulamentação e a privatização. O governo liberalizou os preços, praticamente terminou a sua gestão do mercado, cortou o seu orçamento nos sectores sociais, e introduziu mudanças nas políticas da saúde e da educação, onde foi estabelecido um sistema que atribui acesso com base no rendimento. As reformas económicas introduzidas em Moçambique, nas duas últimas décadas levaram a uma revitalização da economia, o que não pode ser mecanicamente traduzido por uma redução da pobreza. “A pobreza, entendida como ausência das condições para uma vida longa, instrução e um padrão de vida aceitável, afecta a maioria esmagadora da população de Moçambique” (PNUD, 1996: 81). Organizações como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional classificaram este país na posição dos mais pobres do mundo.
Reconstruindo uma nova sociedade (1992-1999)
Em 1990 a FRELIMO introduziu uma nova constituição que permitia eleições multipartidárias, a liberdade de imprensa e o direito à greve. Desde 1987 que se faziam esforços para estabelecer conversações entre a FRELIMO e a RENAMO. Em Julho de 1990 o governo e a RENAMO deram início às conversações em Roma e em Outubro de 1992, também em Roma, Joaquim Chissano e Afonso Dlakama assinaram o Acordo de Paz. O processo de cessar-fogo, a desmobilização e o repatriamento decorreram sem incidentes de maior, e em Outubro de 1994, realizavam-se as primeiras eleições multipartidárias (presidenciais) em Moçambique. Em 1998 realizaram-se as primeiras eleições para os órgãos locais, estando também em preparação as segundas eleições presidenciais, calendarizadas para 1999.
Conclusão 
A produção científica na área das Ciências Sociais tem um papel fulcral a desempenhar no diagnóstico e interpretação dos diversos processos sociais. No entanto, ela não deixa de estar permeável ao meio ambiente em que se insere, ficando assim exposta a manipulações que podem servir os interesses dos poderes políticos. Com um enfoque no período pós-independência, na nossabreve análise tentaremos ilustrar essa interpenetração entre produção científica e o meio em que os seus produtores se inserem.
Nas colónias portuguesas, o desenvolvimento das Ciências Sociais, moldado para legitimar o sistema político vigente, transformara o Estado colonial no sujeito da história e as populações africanas no seu objecto. Em Moçambique, a maior parte dos estudos produzidos durante este período, consistiam em descrições etnográficas, estatísticas, estudos sobre questões da diplomacia portuguesa, monografias, leis e instituições coloniais, visando legitimar e dar visibilidade à presença portuguesa em Moçambique. O sistema de educação fora estruturado para reforçar a ideologia do regime, e os paliativos introduzidos com as reformas tentavam contornar a possibilidade de produzir uma élite educada que viesse a constituir uma oposição política e um grupo forte de intelectuais.
Bibliografia 
· BRITO, Luís. Dependência Colonial e Integração Regional. Estudos Moçambicanos, 1980, pp.23-32.
· COELHO, João Paulo. A investigação recente da luta armada de libertação nacional: contexto, práticas e perspectivas.   1997 pp.159-179
· HANLON, Joseph. Mozambique, the revolution under fire. London: Zed Books, 1984.
· HEDGES, David org. História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo, 1930-1961 (vol.3). Maputo: Departamento de História, Universidade Eduardo Mondlane. 1993
· HOILE, David. Mozambique, a nation in crises. London: The Claridge Press. 1989 
· MAZULA, B. ed. Moçambique, Eleições, Democracia e Desenvolvimento. 1989.
· NEWIT, Malyn. História de Moçambique. Lisboa: Publicações Europa-América. 1997. 
· PNUD. Moçambique: paz, crescimento económico: oportunidades para o desenvolvimento humano. Maputo: Relatório Nacional do Desenvolvimento Humano. 1998.

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