Buscar

EDS THAU 1 DP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

As bases conceituais de novas arquiteturas
Os anos 1960 foram um divisor de águas quanto à utilização dos conceitos da
arquitetura moderna presentes na primeira metade do século 20. As principais críticas a
essa arquitetura vieram de profissionais e arquitetos dos Estados Unidos e em seguida
alinharam-se também arquitetos europeus. Essa reflexão e crítica aos conceitos
modernos geraram, a partir dos Estados Unidos, textos escritos por Jane Jacobs com
"Morte e vida das grandes cidades" (1961), que foi o primeiro deles; Robert Venturi com
"Complexidade e contradição na arquitetura" (1966); e na Europa por Aldo Rossi com
"Arquitetura da cidade" (1966), Vittorio Gregotti com "Território da Arquitetura" (1966) e
Hassan Fathy com "Construindo com o povo; arquitetura para os pobres" (1969),
lançando um novo caminho para a arquitetura regional e vernacular.
Esse posicionamento crítico levou a um conjunto de movimentos e propostas
arquitetônicas com características diferentes entre si. É esse conjunto de novas
arquiteturas, que ocorrem entre 1960 e 2000, que são analisadas e explicadas nesta
disciplina.
Arquitetura Radical
A arquitetura radical se manifesta durante as décadas de 1960 e 1970, em diversos
países. A principal característica é a radicalidade, ou seja, suas propostas rediscutem
todos os conceitos existentes, tanto na arquitetura quanto no urbanismo, gerando
formas, soluções e construções que beiram a fantasia, usando o máximo da tecnologia
disponível.
As propostas são tão ousadas que nem sempre puderam ser transferidas do papel para 
a realidade, mas influenciaram muitos outros arquitetos. Muitas eram baseadas no uso
de megaestruturas.
Os principais grupos dessa arquitetura são o Archigram (Inglaterra), os Metabolistas
(Japão) e o Superstudio (Itália).
Um dos conceitos comuns a esses grupos de arquitetos era o da megaestrutura. Esse foi
um conceito criado nos anos 1960 e que envolvia ao mesmo tempo arquitetura e
urbanismo. A sua aplicação era essencialmente experimental e apareceu em diversas
propostas desses grupos de arquitetos. A megaestrutura não é apenas uma estrutura
gigantesca: esse conceito engloba a instalação, dentro dessa construção, de diversos
usos e espaços que podem ser considerados urbanos, incluindo desde habitação, até
comércio, serviços diversos, instalações de saúde, transporte, entre outros. A ideia é que
seria possível reunir todos os aspectos da vida em uma cidade tradicional dentro dessa
megaestrutura.
Arquitetura Radical - o grupo Archigram
O Archigram era formado por um grupo de arquitetos ingleses, entre eles Peter Cook, no
início dos anos 1960. Suas propostas buscavam aplicar o máximo da tecnologia para
gerar objetos e ambientes completamente diferentes do que era produzido na época,
com um desenho futurista e ousado.
Em 1964 o grupo lança o projeto Walking City, ou Cidade Andante, que representa o
auge do esforço criativo do grupo. Uma arquitetura sem fundações e sem raízes,
constituída por imensos blocos metálicos com pernas tubulares que se deslocam pelo
solo e pelas águas em constante movimento. Uma cidade sem lugar fixo, uma espécie de
mistura de nave espacial com submarino atômico.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 5 14/04/2020 17:33
Figura 1: Walking city: um dos blocos com sua megaestrutura (1964).
Disponível em: <http://www.archigram.net/projects_pics/walkingcity/walking_city_1.jpg>. Acesso em 15 jan 2016.
Figura 2: Walking city: a proposta inserida em Nova Iorque.
Disponível em: <https://archkiosk.files.wordpress.com/2013/11/archigram-walking-city.jpg?w=800>. Acesso em 15 jan. 2016.
A Plug-in-City foi criada pelo Archigram como suporte de todo um sistema sofisticado de
serviços. Além das residências básicas, em alguns nós dessa cidade-rede eram
posicionadas unidades arquitetônicas “inteligentes” voltadas para todo tipo de serviços,
com o objetivo de suprir todas as necessidades dos moradores. Nela podia-se encontrar
hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias, etc. No interior desses espaços
encontrava-se todo tipo de instalações, equipadas com aparelhos eletrônicos de última
geração, que tinham a função de apoiar as operações domésticas corriqueiras com um
simples apertar de botão.
É importante destacar que as propostas do grupo Archigram eram projetos
especulativos de alta tecnologia.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 5 14/04/2020 17:33
Figura 3: A proposta da Plug-in-City (Cidade conectada), feita em 1964.
Disponível em: <https://relationalthought.files.wordpress.com/2012/05/peter-cook-archizoom-maimum-pressure-area-plug-in-city-1962-64-
section.jpg>. Acesso em 10 jan. 2016.
Arquitetura Radical - Metabolismo
Os Metabolistas eram um grupo de arquitetos que buscava aplicar a tecnologia da época
para tentar resolver os problemas da alta densidade populacional nas cidades
japonesas, durante a década de 1960. A preocupação com o meio ambiente também era
parte integrante dos seus projetos.
Entre os arquitetos que fizeram parte desse grupo estão Kisho Kurokawa, Kenzo Tange,
Arata Isozaki, Kiyonori Kikutake, Fumihiko Maki e Kunio Maekawa.
Sua arquitetura era baseada na fusão entre megaestruturas e formas biológicas, com
aplicação de alta tecnologia.
As suas propostas também eram experimentais e de difícil execução, mas a partir da
década de 1980 esses arquitetos começam a executar vários projetos reais.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 5 14/04/2020 17:33
Figura 4: Plano urbano para a Baía de Tóquio, proposta por Kenzo Tange (1960).
Disponível em: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/7e/b9/d5/7eb9d51bfa93328993292538a3dde049.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Figura 5: Hotel cápsula Nakagin (1970-1972), localizado em Tokyo, projeto de Kisho
Kurokawa.
Disponível em: <http://grainedit.com/wp-content/uploads/2009/12/nakagin-capsule-1.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 5 14/04/2020 17:33
Arquitetura Radical – Superstudio
Em 1966, os arquitetos Adolfo Natalini e Cristiano Toraldo di Francia criaram o escritório
de arquitetura Superstudio, em Florença, na Itália.
Assim como os outros grupos de arquitetura radical, suas propostas beiravam a ficção e
tinham muita influência das histórias em quadrinhos.
O trabalho que lhes deu notoriedade foi o Monumento Contínuo: um modelo de
arquitetura para urbanização total, de 1969. A proposta conceitual é de uma
megaestrutura que engloba a cidade atual e nela se resolvem as principais questões
urbanas.
Figura 6: Movimento Contínuo: um modelo arquitetônico para urbanização total (1969),
proposta conceitual do Superstudio.
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-3nkhd-7smpY/T9sSBte4VeI/AAAAAAAAABI/DXfwgmm7AvM/s1600
/614b626a1fb16c4cf89164ebad9df443-orig.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 5 14/04/2020 17:33
Arquitetura High-Tech
A arquitetura High-Tech é baseada na aplicação de alta tecnologia na
construção civil. Ela inicia na década de 1970 e é realizada até hoje, pois
muitos de seus arquitetos ainda trabalham dentro dessa lógica arquitetônica.
As características dessa arquitetura são a leveza, flexibilidade e transparência
vinculadas à aplicação da tecnologia em arquitetura. Note-se que esse vínculo
é essencialmente conceitual, pois outros arquitetos também utilizam a
tecnologia em seus projetos, mas não dessa maneira.
Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Norman Foster, Renzo
Piano, Richard Rogers e Jean Nouvel. Eles atuam por meio de grandes
escritórios com dezenas ou centenas de arquitetos e engenheiros.
A aplicação da alta tecnologia nosprojetos dessa categoria não se limita à
estrutura ou aos revestimentos. Ela transparece em todos os aspectos do
projeto, incluindo instalações, como iluminação, elevadores e condicionamento
térmico, consumo energético e economia de recursos naturais.
O termo High-Tech também significa que a arquitetura, em sua leitura formal e
espacial, é materializada por essa tecnologia de ponta. Ou seja, a própria
arquitetura não é um mero invólucro, ela se materializa formalmente com a
aplicação tecnológica de materiais, instalações e técnicas construtivas.
Arquitetura High-Tech – Norman Foster
Certamente ele é o mais conhecido dos arquitetos da linha High-Tech, com
projetos distribuídos por vários países. Foster, de origem inglesa, acredita que
a tecnologia na arquitetura é endêmica, ou seja, é parte integrante da própria
arquitetura e sem ela não pode ser feita.
Os projetos desenvolvidos por seu escritório envolvem dezenas e às vezes
centenas de profissionais. O projeto arquitetônico inclui a elaboração de peças
específicas com materiais nobres, elevando bastante o custo da construção.
Uma das características de suas obras é que a estrutura aparece com clareza
como elemento definidor da volumetria arquitetônica, como se vê no edifício
Gherkin.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 5 14/04/2020 17:34
Figura 1: Edifício Gherkin (30 St Mary Axe), projeto de Norman Foster
Associates (2001-2003).
Disponível em: <http://personaltravelshopper.blogs.elle.es/files/2013/03/flat550x550075f.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
 Arquitetura High-Tech – Renzo Piano
A primeira grande obra do arquiteto italiano Renzo Piano, o Centro Pompidou,
foi feita em conjunto com Richard Rogers e Gianfranco Franchini. Esse projeto
contém algumas das principais características da arquitetura High Tech que
fariam parte da carreira de Piano: aplicação extensiva da tecnologia, uso das
instalações e estrutura como elementos formais da arquitetura, espaços
internos conectados com o exterior, e a influência das propostas do Archigram
inglês.
Ao longo do tempo, Renzo Piano modifica o seu repertório arquitetônico, mas
mantém o uso de alta tecnologia em suas obras. Em seus projetos amplia a
relação com o meio ambiente e busca soluções arquitetônicas mais específicas
para o lugar.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 5 14/04/2020 17:34
Figura 2: Centro Cultural Jean Marie Tjibaou (1993-1998), Nova Caledônia,
Polinésia Francesa, projeto de Renzo Piano Building Workshop.
Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAgrJ0AJ-10.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Arquitetura High-Tech – Richard Rogers
O arquiteto ítalo-inglês Richard Rogers é um dos precursores da arquitetura
High-Tech, como se vê na sua primeira grande obra, o Centro Pompidou, feito
em conjunto com Renzo Piano e Gianfranco Franchini. Nesse centro cultural já
estão todas as características da arquitetura que Rogers desenvolveria ao longo
do tempo. Uma das principais é o desnudamento do edifício, colocando as
instalações (canos de água, dutos de fiação elétrica e de ar condicionado) e
elementos estruturais do lado externo da edificação.
Essas características aparecem em outras obras como a sede da seguradora
inglesa Lloyd’s (1978-1986), em Londres.
Rogers é autor de Cidades para um pequeno planeta, influente livro sobre
urbanização contemporânea.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 5 14/04/2020 17:34
Figura 3: Centro Pompidou, Paris, França, conhecido como Beaubourg. Projeto
feito por Richard Rogers, Renzo Piano e Gianfranco Franchini, foi inaugurado
em 1977.
Disponível em: <http://www.oguiadeparis.com.br/wp-content/uploads/2015/02/centro-georges-pompidou_museu-de-arte-
moderna-de-paris-1024x768.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Em 1997 é publicado um livro intitulado Cities for a Small Planet (Cidades para um
pequeno planeta), do arquiteto Richard Rogers, no qual, segundo Leonardo
Benevolo “a arquitetura aparece como instrumento de reunião das funções
habitualmente segregadas e, pela complexidade das funções e das relações
espaciais, assume características novas, que ele tenta antecipar em suas
construções: a importância das transparências, a sobreposição das imagens, as
parafernálias sem espessura que se estendam livremente no ar”. Benevolo cita em
sua publicação “Arquitetura no novo milênio” um trecho do livro de Rogers:
“A arquitetura está mudando em resposta às exigências ambientais e à
disponibilidade de novos materiais de desempenho extremo e biologicamente
legitimado. Le Corbusier definiu a arquitetura como ‘o jogo sábio, correto e
magnífico dos volumes reunidos sob a luz’. No futuro, ao contrário, os edifícios
tenderão a desmaterializar-se. O ambiente será caracterizado não pelas massas,
mas pela transparência e pelos véus, por estruturas indeterminadas, adaptáveis,
flutuantes, em relação às mudanças ambientais cotidianas e à variedade dos usos.
Os edifícios do futuro [...] poderiam assemelhar-se, mais que aos imutáveis
monumentos do passado, a modernos autômatos móveis, pensantes e orgânicos.
Essas novas arquiteturas mudarão o caráter do espaço público. Enquanto as
estruturas se tornarão mais leves, os edifícios se tornarão mais permeáveis. Os
pedestres irão mover-se não em torno, mas através dos edifícios. A rua e o parque
entrarão no edifício, ou o edifício planará acima.” Cit. in BENEVOLO, Leonardo.
“Arquitetura no novo milênio”. São Paulo: Estação Liberdade, 2007, págs.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 5 14/04/2020 17:34
161-162.
Na sua proposta de idealizar uma arquitetura do futuro, Rogers define as principais
características dos novos edifícios.
Arquitetura High-Tech – Jean Nouvel
Jean Nouvel é um arquiteto francês, e sua primeira obra de grande porte foi o
Instituto do Mundo Árabe, em Paris. Nesse projeto, a volumetria relativamente
simples (o conjunto é formado por dois blocos, um linear e um curvo) esconde
a sofisticada trama mecânica de controle da luminosidade das fachadas, que
lembra a forma dos arabescos característicos da arquitetura islâmica.
Um dos seus mais ousados projetos é a Torre Agbar, em Barcelona, na
Espanha. A torre usa um sistema construtivo baseado em uma casca externa
de concreto e um núcleo rígido. Entre esses dois elementos situam-se os
pavimentos, que acompanham a forma externa da edificação.
Figura 4: Torre Agbar, Barcelona, Espanha, projeto de Jean Nouvel e b720
Arquitectos (2000-2003).
Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/68/Torre_Agbar_(Barcelona)_01.JPG>. Acesso em 15 jan.
2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 5 14/04/2020 17:34
Arquitetura Pós-moderna
A arquitetura pós-moderna inicia na década de 1960 e se estende até os anos
1980, como uma resposta de jovens arquitetos às posturas funcionalistas,
universais e formais da arquitetura moderna (1920-1940) e do Estilo
Internacional (1950-1960). É caracterizada, de um lado, pela busca de uma
nova arquitetura, menos dogmática e universal e, por outro lado, pelo uso
constante de referências formais do passado histórico, sem se preocupar em
legitimar essas escolhas por razões lógicas.
Essa postura crítica dos arquitetos pós-modernos era acompanhada, em certos
momentos, de uma atitude irônica e caricatural, usando elementos antigos de
maneira ousada e livre.
Para compreender melhor a postura crítica e a busca de uma nova forma de
fazer arquitetura por parte dos pós-modernos veja a seguinte comparação
entre as propostas modernas, do início do século 20 e as características dos
projetos pós-modernos.
Os arquitetos modernos adotaram um conceito sobre o homem para propor
uma arquiteturaque fosse universal e pudesse se adequar a todas as culturas e
a todo o mundo. Isso é visível, por exemplo, no trecho da Carta de Atenas,
mostrado a seguir, em que todo o conceito de urbanismo se reduz a quatro
funções. Essa simplificação da vida é característica da arquitetura e do
urbanismo modernos:
“O dimensionamento de todas as coisas no dispositivo
urbano só pode ser regido pela escala humana. A medida
natural do homem deve servir de base a todas as escalas
que estarão relacionadas à vida e às diversas funções do
ser. Escala das medidas, que se aplicarão às superfícies ou
às distâncias; escalas das distâncias que serão
consideradas em sua relação com o ritmo natural do
homem; escala dos horários, que devem ser determinados
considerando-se o trajeto cotidiano do sol. As chaves do
urbanismo estão nas quatro funções: habitar, trabalhar,
recrear-se (nas horas livres), circular.”
Trecho da Carta de Atenas, de 1933, elaborada Assembleia do CIAM – Congresso Internacional
de Arquitetura Moderna.
A proposta arquitetônica pós-moderna teve várias vertentes, mas é possível
fazer um resumo de algumas características comuns a todas elas:
I – Crítica a homogeneidade e a padronização da arquitetura moderna, evitando
ignorar os avanços produzidos por essa mesma arquitetura;
II – Valorização da arquitetura histórica, usando referências formais e
conceituais de estilos do passado: nos Estados Unidos muitos arquitetos se
vinculavam a essa linha de raciocínio acrescentando a visão de que a
arquitetura pode ser usada como meio de comunicação.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 5 14/04/2020 17:35
III – Reinterpretação da arquitetura vernacular (arquitetura produzida
localmente, cuja origem é popular e desenvolvida espontaneamente) local e
tradicional.
IV – Essa arquitetura surge em locais que tentam resistir à forte influência da
ideia de “universalização da forma de viver”, proveniente de alguns centros
considerados mais desenvolvidos.
Também é possível dividir a arquitetura pós-moderna em duas vertentes
principais. Uma de caráter historicista, muito presente nos EUA, e da qual
participam Robert Venturi e Charles Moore, entre muitos outros. Nessa
vertente o uso de imagens populares, presentes na história da arquitetura ou
nas edificações mais comuns da região, era uma maneira de tentar tornar os
edifícios mais próximos das pessoas: era uma tentativa de usar o edifício como
meio de comunicação. A outra, de caráter mais tipológico, buscava usar as
formas arquitetônicas do passado e de outras culturas, porém buscando uma
coerência com os contextos projetuais e urbanos. Essa vertente é mais comum
na Europa, com arquitetos como James Stirling, Aldo Rossi, Ricardo Bofill e
Paolo Portoghesi.
A influência do pós-moderno chega ao Brasil, mas de maneira mais superficial.
O pós-modernismo aparece com mais intensidade nas obras de Sylvio Podestá,
Éolo Maia e Jô Vasconcellos nas décadas de 1970 e 1980.
Arquitetura Pós-moderna – Robert Venturi
Venturi é um arquiteto norte-americano, principal fundador do escritório
Venturi, Scott Brown Associates e um dos mais influentes teóricos da
arquitetura pós-moderna. Tão importante quanto seus projetos são os livros
que publicou e que foram divulgados mundialmente: Complexidade e
Contradição na Arquitetura e Aprendendo com Las Vegas. Mais do que criticar a
arquitetura moderna (1920-1940) e o Estilo Internacional (1950-1960), Venturi
propõe uma nova abordagem formal e espacial, evitando o racionalismo e
buscando soluções na arquitetura popular e na historiografia.
Seus projetos são pautados pelo uso de formas arquitetônicas do passado de
maneira livre, evitando soluções universais.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 5 14/04/2020 17:35
Figura 1: Residência de Vanna Venturi, projetada por seu filho Robert Venturi e
construída entre 1962-1964 na Pensilvânia, EUA.
Disponível em: <http://cdn.cstatic.net/images/gridfs/55a8188ef92ea12a4100e66d/ld2e05445-m1r.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Arquitetura Pós-moderna – Charles Moore
Dos arquitetos pós-modernos, Charles Moore é considerado um dos mais
irônicos e sarcásticos. Ele acreditava que os edifícios podiam e deviam falar,
estabelecendo ligações com o passado e contando histórias. No projeto da
Piazza (praça) d’Italia, o arquiteto transportou cenários das cidades italianas e
da história da arquitetura para Nova Orleans, nos EUA. O que se vê da praça
não é funcional ou estruturalmente verdadeiro. Tudo é revestido e a própria
praça não tem a função de local de reunião social. Ela é, de fato, um cenário
com um discurso irônico e contraditório sobre a arquitetura.
Além de atuar como autor de projetos, foi professor e escreveu vários livros.
Sua forma de projetar é tão exagerada que é considerada kitsch por seus
críticos.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 5 14/04/2020 17:35
Figura 2: Piazza d’Italia, Nova Orleans, EUA (1978). Projeto de Charles Moore e
Perez Architects.
Disponível em: <http://www.gonola.com/images/piazza.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Arquitetura Pós-moderna – Paolo Portoghesi
Paolo Portoghesi é um arquiteto italiano cuja carreira começa como estudioso
da arquitetura clássica e barroca. A partir da década de 1960 abre um
escritório de arquitetura, e com a ampliação dos seus estudos sobre
arquitetura moderna, começa a buscar formas mais orgânicas, influenciado
pelo seu colega, o historiador italiano Bruno Zevi.
Uma das características de seus trabalhos é o uso coerente e cuidadoso de
elementos históricos. Essa preocupação aparece claramente em suas obras,
como a Mesquita de Roma. Nela, o uso dos sofisticados desenhos geométricos
da arquitetura árabe aparecem na estrutura, assim como outros elementos
típicos de uma mesquita, mas aplicados dentro de uma tecnologia construtiva
atual.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 5 14/04/2020 17:35
Figura 3: Mesquita de Roma (1974), Itália, projeto de Paolo Portoghesi, Vittorio
Gigliotti e Sami Mousawi.
Disponível em: <http://www.mimoa.eu/images/1395_l.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 5 14/04/2020 17:35
Arquitetura Desconstrutivista
O Descontrutivismo surge na arquitetura na segunda metade dos anos 1980, tendo como
base aspectos filosóficos. Essa origem conceitual se traduz em uma forma de operar que
“desconstrói” os conceitos de fechamento e de tipologias. Essa arquitetura, partindo de
dentro do conceito do projeto para fora, abre a construção e os espaços, evitando soluções
tipológicas convencionais.
No início, a maioria dos arquitetos que seguiam essa linha projetual desconstruíam sistemas
cartesianos simples, como se vê nas folies do Parc La Villette, projeto de Bernard Tschumi, ou
nas primeiras propostas conceituais de Peter Eisenmann.
Mais tarde, a partir dos anos 1990, a profundidade das desconstruções vão além de sistemas
compostos por uma geometria comum distorcida, e se amplia em direção a formas abertas e
livres, cujo único vínculo é o espaço que a construção precisa criar para se tornar um edifício.
Nessa forma de trabalhar se encaixam as primeiras obras da arquiteta Zaha Hadid e Frank
Gehry. Suas obras são formalmente e espacialmente ousadas.
Nessa arquitetura não há uma relação direta entre os espaços internos e os externos, e a
estrutura do edifício não é, necessariamente, um elemento definidor do volume.
 Arquitetura Desconstrutivista – Bernard Tschumi
Bernard Tschumi é um arquiteto suíço, que inicia sua carreira como intelectual, pesquisador e
professor, logo depois de se formar. Nas suas pesquisas começa a desenvolver novos
conceitos arquitetônicose urbanos, que teriam de esperar uma oportunidade para serem
aplicados na prática.
Essa oportunidade surge com o concurso para o Parque La Villette, em Paris. É o seu primeiro
grande projeto executado, em que ele pôde propor os conceitos arquitetônicos e urbanos que
estava desenvolvendo. A proposta é uma nova estratégia de organização urbana, um novo
tipo de parque, baseado mais em um conceito de cultura do que no conceito de natureza. A
partir dele inicia o seu escritório de arquitetura, Bernard Tschumi Architects.
Figura 1: Parque La Villette (1982-1998), Paris, França. A percepção do seu espaço é, em grande
parte ,definida pelas folies de cor vermelha.
Disponível em: <http://images.lesechos.sdv.fr/archives/2012/LesEchos/21096/ECH21096037_1.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 5 14/04/2020 17:36
Figura 2: Vista de uma das folies. Essas pequenas construções de cor vermelha marcam
espacialmente a área do parque. Cada uma é o resultado de uma variação espacial em torno de
um volume cúbico de 9m x 9m x 9m.
Disponível em: <http://www.lemoniteur.fr/media/IMAGE/2010/02/25/IMAGE_2010_02_25_1069812.jpg>. Acesso em 20 jan. 2016.
Arquitetura Desconstrutivista – Zaha Hadid
A estação de combate a incêndio do Museu Vitra, na Alemanha em 1993, foi a primeira obra
construída de Zaha Hadid, e a projetou internacionalmente. Nesse projeto já estão presentes
as características formais e de organização espacial dos seus futuros projetos: decomposição
das formas em elementos autônomos, ausência de simetria e de ortogonalidade, organização
interna fluida e uso de formas abertas.
Além de ter ganho vários prêmios, ela foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Pritzker de
Arquitetura, em 2004.
As suas obras mais recentes possuem volumes menos desconstruídos e mais flexíveis e
curvos.
Figura 3: Estação de Bombeiros e de combate a incêndio (1993), Museu Vitra, Weil am Rheim,
Alemanha.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 5 14/04/2020 17:36
Disponível em: <https://archeetah.files.wordpress.com/2012/11/zahahadidfirestationmain.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
Arquitetura Desconstrutivista – Frank Gehry
Frank Gehry, arquiteto naturalizado norte-americano, começa a carreira com projetos
relativamente comuns. Em uma mudança radical em sua vida, começa a propôr uma
arquitetura deslocada e formalmente desmontada, com uma lógica construtiva ousada.
O Museu Guggenheim, situado em Bilbao, na Espanha, é um dos mais importantes projetos
do escritório desse arquiteto. Essa obra foi parte de um esforço para revitalizar aquela
cidade e hoje recebe visitantes de todo o mundo. De acordo com Leonardo Benevolo esse
museu é um artefato insólito, onde a aparência externa é mais importante do que os
espaços internos.
Figura 4: Museu Guggenheim (1992-1997), Bilbao, Espanha. Projeto de Frank Gehry para a
Fundação Solomon R. Guggenheim.
Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Guggenheim-bilbao-jan05.jpg>. Acesso em 15 jan. 2016.
O conceito de museu durante a maior parte do século 20 se baseia em duas finalidades desse
tipo de projeto, ainda vinculadas à sua origem, no século 19: a constituição de um acervo, que
deve ser preservado, e a exposição ao público, seja desse mesmo acervo ou de outros
conteúdos provenientes de outros lugares. Nesse contexto, a exposição ao público é de suma
importância e justificaria por si só a existência desse espaço. No entanto, a partir dos anos 1990
consolida-se um tipo de espaço também chamado de museu, em que a arquitetura começa a
concorrer com a finalidade de exposição e de acervo. Nesse tipo de museu, torna-se tão ou mais
importante do que conhecer a exposição ou a própria existência de um acervo, a arquitetura.
Nesse sentido, é possível considerar que a filial do Museu Guggenheim em Bilbao pertence a
esse tipo de edificação. Nele a aparência externa e a voluptuosidade dos espaços internos
sobrepõem-se com relativa intensidade ao caráter de museu, no sentido tradicional da palavra.
Isso não é uma característica da arquitetura desconstrutivista, mas as formas expansivas,
irregulares e voluntariosas dessa arquitetura, ainda mais quando proveniente das mãos de
Frank Gehry, contribuem significativamente para a geração desse novo tipo de museu.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 5 14/04/2020 17:36
Figura 5: Vista interna do Museu Guggenheim em Bilbao (note a escala humana).
Disponível em <http://www.spanishcontemporaryart.gallery/wp-content/uploads/2015/06/f9.jpg>. Acesso em 22 jul. 2016.
Arquitetura Desconstrutivista – Daniel Libeskind
Daniel Libeskind é um arquiteto norte-americano de origem polonesa, e seu primeiro
grande projeto internacional foi a ampliação do Museu Judaico. Apesar de a sua arquitetura
ser considerada desconstrutivista, seus projetos não são definidos pela justaposição de
elementos formais discrepantes ou desconexos. Sua arquitetura é principalmente formada
por volumes fechados, com ângulos variados. Essa solução formal permite uma inserção no
terreno mais livre, principalmente quando se trata de criar ampliações de edifícios
existentes.
Atualmente, tornou-se conhecido por ser o arquiteto principal da construção do novo World
Trade Center, cujas torres foram destruídas nos ataques a Nova Iorque em 2001.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 5 14/04/2020 17:36
Figura 6: Anexo e ampliação do Museu Judaico (aberto em 2001), Berlim, Alemanha. Projeto do
Studio Daniel Libeskind.
Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dd/JewishMuseumBerlin.jpg>. Acesso em 15 jan. 2015.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 5 14/04/2020 17:36
Regionalismo crítico
O momento na arquitetura denominado de Regionalismo crítico (1960-1980),
também chamado de Contextualismo crítico ou neorracionalismo, foi identificado
pelo historiador Kenneth Frampton. Segundo ele, os arquitetos que se encaixam
nessa categoria, como herdeiros das críticas feitas sobre o Estilo Internacional e
sobre o Modernismo, fazem propostas profundamente vinculadas às realidades dos
locais onde os projetos são feitos, evitando soluções genéricas.
As características dessa arquitetura são: o respeito ao contexto de implantação do
projeto (relevo, meio ambiente, edificações existentes), adequação à cultura local,
uso de materiais e técnicas construtivas da região e reinterpretação de formas
arquitetônicas tradicionais.
Dentro dessa categoria estão incluídos arquitetos como Tadao Ando (principalmente
nos primeiros anos de sua carreira como arquiteto), Luís Barragán, Álvaro Siza,
Vittorio Gregotti e Rafael Moneo.
A preocupação em fazer projetos que respeitem as características do local é
totalmente oposta às propostas universalizantes e repetitivas feitas a partir da
década de 1950 pelos profissionais diretamente relacionados com a arquitetura
moderna. Mas também não podem ser considerados arquitetos pós-modernos, pois
sua relação com a história da arquitetura não é formalista (eles não buscam usar
formas históricas) nem tipológica. O seu interesse é principalmente cultural e local,
sem retrocessos formais, buscando novas soluções arquitetônicas.
Regionalismo crítico – Tadao Ando
Tadao Ando é um arquiteto japonês, autodidata, e que em suas primeiras obras fez
uma interpretação contemporânea da arquitetura tradicional japonesa. Ando reduz
a arquitetura aos seus elementos mínimos (muitas vezes é chamado de
minimalista) para ressaltar a sua interpretação das tradições construtivas e
filosóficas japonesas.
O uso intenso do concreto armado aparente é feito para evitar elementos
construtivoscomplementares, como na residência Azuma. Nela o arquiteto
estabelece uma relação direta entre o interior da casa e alguns dos elementos
naturais (sol chuva, neve, vento), em uma solução que choca com os costumes
ocidentais, mas que foi feita dentro da cultura do cliente, além de ampliar o
pequeno espaço interno da casa.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 8 14/04/2020 17:38
Figura 1: Residência Azuma (1976), Osaka, Japão . Fachada, plantas, vista
axonométrica (note que o pátio não tem cobertura).
Disponível em: <https://c2.staticflickr.com/4/3436/3890107884_1e7f8d52e5_b.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Regionalismo crítico – Luís Barragán
Barragán (1902-1988), arquiteto mexicano, no começo de sua carreira era muito
influenciado pelas propostas de Le Corbusier e pelo funcionalismo modernista.
Porém, criticando essas propostas começa a reinterpretar a arquitetura mexicana.
Ele fez projetos que valorizam fatores específicos do lugar, como clima, insolação,
relevo, luminosidade.
Ao reinterpretar a arquitetura vernacular local e tradicional, Barragán não estava
negando as conquistas modernas, nem buscando reviver o passado, mas sim
propondo uma nova arquitetura local.
Ele é um dos arquitetos que conseguiu resistir à forte influência da ideia de
“civilização universal”, proveniente de alguns centros considerados mais
desenvolvidos.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 8 14/04/2020 17:38
Figura 2: Residência e haras San Cristóbal (1966-1968), Cidade do México, México.
Disponível em: <http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/2012/09
/1346515961_cortes2-530x354.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Figura 3: Residência e haras San Cristóbal (1966-1968), Cidade do México, México.
Vista da área aberta do haras.
Disponível em: <http://design.designmuseum.org/media/item/3856/-1/1_4Lg.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Regionalismo crítico – Álvaro Siza
Álvaro Siza é um arquiteto português cuja formação inicial foi muito
influenciada pelas propostas de Fernando Távora e outros profissionais que
começaram, nas décadas de 1950 e 1960 , a valorizar e reinterpretar as
tradições construtivas e arquitetônicas de Portugal.
Siza começa com projetos de pequeno porte, mas logo assume grandes
encargos, apoiando-se no respeito ao contexto, tanto em áreas abertas, quanto
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 8 14/04/2020 17:38
em áreas urbanas. No entanto isso não o impediu de aplicar, sempre que fosse
adequado, formas de organização espaciais internas mais livres, pouco
ortogonais, usando ângulos variados e criando situações inusitadas. Ele
também evita usar as mesmas soluções arquitetônicas em projetos diferentes.
Figura 4: Casa de Chá Boa Nova (1958-1963), Matosinhos, Portugal.
Disponível em: <http://archtendencias.com.br/wp-content/uploads/2014/07/casa-de-cha-boa-nova-alvaro-siza-vieira-31.jpg>.
Acesso em 20 jan 2016.
Regionalismo crítico – Vittorio Gregotti
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti começa sua carreira com uma postura
crítica à arquitetura moderna na década de 1960, usando elementos racionais,
porém respeitando o contexto local, como no Palazzo per Uffici, em Novara. Ele
tem sido solicitado para fazer projetos em locais com tradições arquitetônicas
antigas pelo seu respeito às características do lugar, como no projeto do Centro
Cultural de Belém.
No projeto em Belém as formas e cores utilizadas são uma maneira de
respeitar a arquitetura do passado, pois as construções existentes na região
possuem cores e formas semelhantes; o revestimento é uma pedra comum em
construções antigas, assim como a forma, que é resultado da união de vários
volumes retangulares com diferentes tamanhos.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 8 14/04/2020 17:38
Figura 5: Centro Cultural de Belém, Belém, Portugal (1988-1993). Projeto da firma
Gregotti Associati.
Disponível em: <http://consulmar.pt/wp-content/uploads/ccb-1_FW.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Regionalismo crítico - Rafael Moneo
Rafael Moneo é um arquiteto espanhol nascido em 1937 e cujas obras se
caracterizam por, ao mesmo tempo, respeitar a escala e a história, usando formas
originais e inovadoras. O historiador Leonardo Benevolo assinala Rafael Moneo
como um dos mais importantes arquitetos da atualidade e para caracterizar sua
arquitetura descreve o seu raciocínio arquitetônico: “Nesse jogo, o personagem
mais original, que emerge progressivamente e se impõe em campo internacional, é
Rafael Moneo Vallés. Suas variadíssimas escolhas, que são quase infalivelmente
apropriadas aos lugares e trabalhosas funções dos projetos, fazem entrever a
possibilidade de um ecletismo atualizado, sem a componente irônica e polêmica,
própria de seu tempo, de Stirling a Venturi, mas cultivado seriamente, como no
passado, o que evita o desgaste da repetição e conserva a espontaneidade das
experiências singulares. Seus principais talentos são o interesse específico em
cada um dos temas em que trabalha e o correspondente desinteresse em cultivar
um repertório genérico, pessoal ou de grupo. Declara precocemente: ‘Gostaria de
não cair no ridículo do equívoco linguístico, a sensação que temos frequentemente
quando contemplamos algumas das arquiteturas recentes, destruídas pela
intenção de identificar paradigmas, esquecendo os problemas reais.’ Reais, nesse
discurso, são os problemas que cada ocasião individual coloca, irreais são os
paradigmas abstratos. Assim ele se reconhece fora das oposições estilísticas já no
período de sua formação. Essa abordagem lhe serve para resolver os quesitos
específicos dos novos tempos, e o coloca naturalmente em sintonia com a virada
inovadora dos anos 90.”
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 8 14/04/2020 17:38
Ao mesmo tempo que Moneo se identifica com as propostas do regionalismo
crítico, nas sua relação respeitosa e de leitura atenta em relação ao lugar da
arquitetura, ele propõe um novo olhar sobre o projeto, com a inserção de formas
interessantes e adequadas à inserção urbana.
Um exemplo dessa atitude é o projeto da ampliação da prefeitura de Múrcia, uma
peuqena cidade na Espanha, em um local de difícil implantação, no meio de uma
área muito adensada, e em frente a um largo. Sobre esse projeto o historiador
Leonardo Benevolo destaca: “A ampliação do edifício da prefeitura de Múrcia
(1991-1998) está em um arriscado cenário histórico, ao lado dos monumentos
principais da cidade. A escolha de tratá-lo como um edifício tradicional gera a
exigência, igualmente tradicional, de dar-lhe uma veste decorativa individual.
Moneo inventa uma elegante fachada-retablo em pedra local, no eixo da igreja,
mas contida em uma rua lateral, que, pelo desenho assimétrico e pela colocação
“fora de prumo” de algumas pilastras, afasta-se do contexto antigo (...)”.
BENEVOLO, Leonardo. A arquitetura no novo milênio. São Paulo: Estação
Liberdade, 2007, pág. 107. A fachada-retablo é uma forma de descrever a fachada
voltada para a praça como um elemento de contemplação (Figura 1), como os
antigos retábulos de igrejas católicas, diante do qual o espectador deveria ficar
admirado.
Figura 1: Vista geral da implantação da ampliação da prefeitura de Múrcia, Espanha, voltada para o largo. Disponível em
<https://umbrasileironaespanha.files.wordpress.com/2016/04/p3090188.jpg?w=584&h=438>. Acesso em 19 jul. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
6 of 8 14/04/2020 17:38
Figura 2: Fachada principal da ampliação da Prefeitura de Múrcia. Disponível em <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals
/37/d0/7c/37d07c443091a258e449c4a6b598bbd4.jpg>.Acesso em 19 jul. 2016.
Figura 3: Implantação da ampliação (em destaque) da Prefeitura de Múrcia. Disponível em <https://encrypted-tbn3.gstatic.com
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
7 of 8 14/04/2020 17:38
/images?q=tbn:ANd9GcRntJCYv1cZgJM6E0FiVkLygZPfFFa84CY0alGNi17y5XApq1qBsQ>. Acesso em 19 jul. 2016.
Essas características são nítidas nos seus projetos, como a reforma da estação de
trem Atocha, em Madri, Espanha. Nesse projeto, Moneo transforma a antiga
plataforma de trens (figura 2) em um grande jardim coberto. Ao lado desse antigo
e grande edifício ele projeta o novo acesso principal da estação (figura 1) e as
modernas plataformas de trem. O novo acesso mostra nitidamente uma referência
à antiga gare, com o uso de cores, materiais e um ritmo de fachada que remetem
plasticamente ao prédio antigo.
Figura 1: Novo acesso da estação de trem Atocha. Dispnível em <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons
/3/3d/Estación_de_Atocha_(Madrid)_02.jpg>. Acesso em 19 jul. 2016.
Figura 2: Entrada principal da antiga gare da estação, onde ficavam as plataformas de trem. Disponível em
<https://umbrasileironaespanha.files.wordpress.com/2013/07/p7170103.jpg>. Acesso em 19 jul. 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
8 of 8 14/04/2020 17:38
Pluralismo moderno
Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Zaha Hadid (em seus
trabalhos posteriores a 1990), Santiago Calatrava, Herzog & de Meuron e Rem
Koolhaas. Em seus escritórios, o pluralismo se manifesta na diversidade de
soluções arquitetônicas e formas inusitadas, decorrentes de novas formas de
projetar e do uso de novos softwares para arquitetura e construção civil. Também
colaboram para a realização de projetos únicos a farta disponibilidade de materiais
construtivos e de linguagens formais muito diferentes do que tem sido feito até a
década de 1990.
Uma das características dessa categoria é que não se trata de um movimento, e
sim de um ambiente global que cria oportunidades para a realização de projetos
ousados.
Esse pluralismo persiste até hoje e é muito adequado a um tipo de necessidade
arquitetônica que, apesar da diversidade de programas que os clientes tem
necessidade de resolver, tem um fato em comum: quando um arquiteto, entre os
citados, é chamado para fazer um projeto, não se espera dele ou dela outra coisa
senão uma arquitetura única, particular, ousada, capaz de se destacar não apenas
regionalmente, mas muitas vezes mundialmente.
Portanto, essa arquitetura é específica, não do lugar apenas, mas nas formas e no
uso criativo dos materiais; espera-se dela que se destaque no cenário
arquitetônico; valorize o seu uso e, muitas vezes, contribua para divulgar o local e
a finalidade do projeto na mídia em geral.
Pluralismo moderno – Zaha Hadid
Após um período inicial desconstrutivista, Zaha Hadid amplia o seu repertório
formal e volta-se para uma composição mais volumétrica, ainda que não menos
ousada. Alguns de seus projetos lembram as famosas curvas dos projetos de
Oscar Niemeyer, mas com uma liberdade de eixos construtivos e de uso dos
materiais muito maior.
Um dos projetos que demonstram esse momento é o Centro Cultural Heydar
Aliyev. O Azerbaijão é um país que, após conquistar sua independência da extinta
União Soviética, está modernizando seu urbanismo e sua arquitetura, e para isso
chamou para fazer esse centro uma arquiteta conhecida por seus projetos ousados
e inovadores. Essa é uma das características dessa categoria arquitetônica.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 5 14/04/2020 17:38
Figura 1: Centro Cultural Heydar Aliyev (2007-2012), Baku, Azerbaijão.
Disponível em: <http://www.designboom.com/wp-content/uploads/2011/09/zaha.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Pluralismo moderno – Santiago Calatrava
Santiago Calatrava é um arquiteto espanhol em cujas obras a engenharia
estrutural é o destaque. As formas ousadas e inovadoras, beirando a fantasia,
também são parte integrante de suas propostas, mas o aspecto construtivo se
destaca.
Em suas obras as partes móveis do projeto sempre chamam a atenção:
coberturas, portas, quebra-sóis e aberturas que se movimentam mecanicamente
são uma importante característica. Essa linha projetual é por vezes criticada, seja
pelo alto custo de execução e manutenção desses mecanismos, seja pela
sobreposição desses artifícios mecânicos à organização espacial e à forma do
projeto.
Suas obras são únicas, como se vê no Museu do Amanhã concluído em 2015.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 5 14/04/2020 17:38
Figura 2: Museu do Amanhã (2010-2015) Rio de Janeiro, Brasil. O projeto é parte
da revitalização da área portuária da cidade.
Disponível em: <http://www.jornalgrandebahia.com.br/wp-content/uploads/2015/12/Museu-do-Amanhã-loclaizado-na-cidade-do-
Rio-de-Janeiro-5.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Pluralismo moderno – Herzog & de Meuron
Herzog & de Meuron é uma grande firma de arquitetura fundada por Jacques
Herzog e Pierre de Meuron em 1978, na Suíça. Desde então tem feito um amplo
leque de projetos, desde os de pequena escala, como residências, até grandes
projetos urbanos.
Assim como os outros projetos dessa categoria arquitetônica, o escritório Herzog &
de Meuron se notabilizou pela diversidade formal e construtiva de seus projetos.
Esse foi, inclusive, um dos motivos citados para justificar sua escolha para fazer o
Complexo Cultural Luz, no centro da cidade de São Paulo, como parte do processo
de revitalização do bairro da Luz.
Figura 3: Complexo Cultural Luz (projeto de 2009, ainda não executado), São
Paulo, Brasil. Vista superior.
Disponível em: <http://revistaveneza.files.wordpress.com/2011/02/divulgacao_01.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 5 14/04/2020 17:38
Figura 4: Complexo Cultural Luz (projeto de 2009, ainda não executado), São
Paulo, Brasil. Vista interna.
Disponível em: <http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/03/21/projeto-2--verde.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Pluralismo moderno – Rem Koolhaas
Rem Koolhaas é um arquiteto holandês, fundador do O.M.A. (Office for
Metropolitan Architecture – Escritório para Arquitetura Metropolitana). Desde o
início de carreira sempre defendeu ideias controversas, como demonstram o título
e o conteúdo de seus dois livros mais famosos: Nova Iorque Delirante e S,M,L,XL.
A proposta de trabalhar como artista conceitual, criando formas e soluções
inusitadas, que vão desde uma balão como cobertura para um stand em um
parque, até edifícios que parecem envelopados, não o impediu de receber grandes
encargos em várias partes do mundo.
Um exemplo disso é a sede da Televisão Estatal da China (CCTV), que gerou
grande polêmica e cumpriu seu papel de criar um edifício único, com uma
geometria especial.
Figura 5: Sede da CCTV (2002-2008), Pequim, China, projeto do O.M.A.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 5 14/04/2020 17:38
Disponível em: <http://blog.archpaper.com/wp-content/uploads/2013/11/CCTV.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
5 of 5 14/04/2020 17:38
Bioarquitetura
A bioarquitetura é uma forma de projetar edifícios que tenham baixo impacto
no meio ambiente em que são realizados e tenham, ao longo de sua vida útil,
uma baixo consumo energético e um reduzido consumo para manutenção e
conservação.
A bioarquitetura também é denominada de arquitetura verde ou sustentável.
Os elementos que tornam a bioarquitetura efetiva são: osmateriais da
construção, a execução da obra, o consumo energético e de insumos (água,
gás, etc.) do edifício e a relação com o meio ambiente. A bioarquitetura efetiva
depende de como eles são usados e aplicados no projeto, na obra e no uso do
edifício. A relação com o meio ambiente é provavelmente o aspecto mais
extenso da bioarquitetura pois tem início com o projeto (definições das
características ambientais dos espaços, do consumo de energia, da escolha de
materiais, etc.), passa pela execução da obra e se estende por todo o tempo
de existência da edificação (consumo, forma de uso dos espaços, manutenção,
reformas, etc).
Bioarquitetura - critérios projetuais
Portanto, para que um projeto seja enquadrado na bioarquitetura os critérios
projetuais a serem usados na definição dos elementos e fatores arquitetônicos
são os seguintes:
A execução da obra deve gerar a menor quantidade possível de resíduos, e
quando isso for inevitável, os resíduos devem ser devidamente tratados.
O consumo energético e de insumos deve ser o mais econômico e o de menor
impacto ambiental. O reuso de água, captação de águas pluviais, uso de
equipamentos e instalações que consomem menos energia elétrica e/ou gás
são exemplos de soluções muito usadas.
Os materiais da construção devem ser preferencialmente recicláveis e de
fontes renováveis.
A relação com o meio ambiente deve permitir o máximo de aproveitamento do
que o meio ambiente pode fornecer, como iluminação natural, ventilação,
insolação, vegetação, etc.
Um outro critério projetual da bioarquitetura, pouco usado na prática, é a
preocupação em usar materiais e mão-de-obra da região em que o projeto é
executado. Quando há essa preocupação, há uma grande economia indireta na
redução do transporte desses fatores.
Bioarquitetura – definições projetuais
Assim, um exemplo de projeto que se enquadraria de forma plena nos critérios
de bioarquitetura deve usar:
Materiais naturais (não industrializados, como terra).
Materiais recicláveis e renováveis (madeira, bambu).
Reduzir ao máximo o uso de materiais industrializados (vidro, cimento, aço,
alumínio).
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 4 14/04/2020 17:39
Usar técnicas construtivas de baixo impacto ambiental (construção com terra
ou que reduz a quantidade de pilares e de fundações)
Usar equipamentos e instalações de baixo consumo energético.
Aproveitar ao máximo a luz e o vento naturais.
Realizar um projeto com materiais e aberturas que reduzam a necessidade de
aquecimento e/ou resfriamento mecânico.
Definir implantações que diminuam a necessidade de movimentação de terra
e evitar sempre que possível a impermeabilização do solo.
Utilizar fontes renováveis de energia e de água (captação de energia solar
e/ou eólica, captação de águas pluviais).
Elaborar projetos complementares de hidráulica que reutilizem parte ou toda
a água consumida na edificação.
Um dos escritórios que desenvolve projetos com essas características é o
Renzo Piano Building Workshop. Como exemplo temos a Academia de Ciências
da Califórnia.
Figura 1: Academia de Ciências da Califórnia (2000-2008, nova sede),
Califórnia, EUA. Fundada em 1853, teve sua nova sede projetada pelo Renzo
Piano Building Workshop.
Disponível em: <http://www.calacademy.org/sites/default/files/assets/images
/KW_IMAGES_DO_NOT_USE/_a6y3982-edit.jpg>. Acesso em 03 fev 2016.
Bioarquitetura – limites
Apesar de a bioarquitetura ser reconhecidamente importante para a preservação
do meio ambiente e para a qualidade de vida, nem todo projeto arquitetônico
consegue aplicar em uma construção os critérios projetuais citados anteriormente.
Há alguns selos de qualidade que destacam as construções que conseguem atingir
altos níveis de sustentabilidade, mas que, mesmo assim, não usam todos os
critérios citados.
Exemplo: em um edifício como o Museu do Amanhã, em que os projetistas
afirmam que o consumo energético é até 40% inferior ao que ocorre em um
edifício semelhante, foi usado o aço como elemento estrutural. Mas o aço, para ser
produzido, consome volumes enormes de energia e de matéria-prima não
renovável. Portanto, ele é um material que é, ao mesmo tempo, reciclável (pode
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 4 14/04/2020 17:39
ser reutilizado de inúmeras maneiras) mas não renovável (o aço é feito a partir de
minérios que não se reproduzem).
A escolha dos materiais a serem usados em uma construção é um importante
aspecto na definição da bioarquitetura. Os materiais podem ser renováveis
(podem ser gerados naturalmente ou artificialmente, usando poucos recursos),
recicláveis (o material pode ser usado e depois de descartado pode ser manipulado
e voltar a ser usado como material de construção) e reutilizável (um elemento
construtivo, como uma janela de madeira, pode ser usado em uma obra e depois
retirado e utilizado novamente em outra). Mas essas categorias não são exatas.
Um exemplo é o concreto: atualmente ele pode ser reciclado, mas com limites,
pois não o material resultante não pode ser usado novamente como concreto
plenamente, anão ser que seja usado como agregado em uma nova mistura. Um
outro exemplo é a madeira: seuma peça de madeira, como uma porta, está tão
desgastada que não pode voltar a ser usada como porta é possível reciclar esse
material, mas normalmente haverá uma perda de massa na sua manipulação
(serras e cortes tiram pedaços da madeira), ou seja, não é possível reciclar o
material integralmente.
Essa situação é mostrada de uma maneira genérica na tabela abaixo:
MATERIAL Reciclável Renovável Reutilizável*
Concreto parcialmente não não
Madeira sim sim sim
Vidro sim não sim
Aço sim não sim
Alumínio sim não sim
Ferro sim não sim
Cerâmica** parcialmente não parcialmente
Polímeros*** parcialmente não parcialmente
Cimento**** parcialmente não não
* O conceito de reutilizável depende muito da maneira que o material foi usado.
Exemplo: uma telha feita de concreto pode ser reutilizada várias vezes, pois é
muito resistente e pode ser levada de uma obra para outra, mas a superestrutura
de um edifício feita em concreto armado moldado in loco não pode ser reutilizada
depois de demolida. Nesse item foi usado o critério da situação mais comum para
aquele material, mas sempre há exceções.
** As cerâmicas aparecem na construção civil em forma de blocos, pisos,
elementos vazados, telhas e revestimentos.
*** Os polímeros são materiais produzidos artificialmente através de processos
químicos e são muito comuns no nosso cotidiano. Exemplos de polímeros usados
com frequência na construção civil: Isopor (poliestireno) é usado como material
inerte em estruturas de concreto, PVC (policloreto de vinilo) é usado em
esquadrias, portas, forros e revestimentos, Policarbonato é usado como substituto
para o vidro, etc.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 4 14/04/2020 17:39
**** O cimento é um dos principais componentes do concreto, mas foi colocado
separado pois também é utilizado como material principal em argamassas
diferentes do concreto, usadas em assentamento de pisos e revestimentos,
inclusive ele próprio como piso e revestimento, produção de elementos
construtivos (telhas de fibrocimento, placas de vedação, etc).
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo ... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 4 14/04/2020 17:39
Arquitetura nos países emergentes
No final do século 20 e início do século 21, alguns economistas criaram o conceito
de países emergentes. São nações que conseguiram sair de um estado de
subdesenvolvimento, em comparação com parâmetros ocidentais dos países
considerados ricos, e estão caminhando para se equipar a eles em termos
principalmente econômicos, mas também no que se refere à qualidade de vida.
Dentre esses países destacam-se os BRICS,sigla em inglês que inclui Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul (South Africa, em inglês).
Apesar dos critérios para essa definição serem discutíveis, esses países se
destacaram mundialmente de fato.
Arquitetura - China
O arquiteto chinês Wang Shu fundou em 1997, com sua esposa Lu Wenyu, o
escritório Amateur Architecture Studio, no qual desenvolveu um tipo de
regionalismo crítico chinês. Ganhador do prêmio Pritzker de arquitetura em 2012,
sua arquitetura tem sido vista por críticos como uma abertura de novos horizontes,
ao mesmo tempo que se relaciona com o lugar e a memória.
O escritório tem uma postura crítica em relação à produção imobiliária chinesa, que
tem demolido vários quarteirões de construções tradicionais. Em seus projetos,
tenta recuperar parte das tradições e imagens locais chinesas, que estão
desaparecendo em face do intenso desenvolvimento econômico daquele país.
Figura 1: Academia de Arte da China – fase I (2004), Hangzhou, China. A forma
evoca o relevo chinês que está desaparecendo rapidamente. A fase II (2007) do
campus também foi feita pelo Amateur Architecture Studio.
Disponível em: <http://www.zeng-han.com/files/gimgs/32_wang-shu-hangzhou-china-
academy-of-art-13.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Arquitetura – Brasil
Gustavo Penna é um dos arquitetos brasileiros que tem contribuído para realizar no
país uma arquitetura em sintonia com o design atual, usando formas que, se de um
lado lembram a voluptuosidade da arquitetura moderna carioca dos anos 1950 e
1960, por outro são inovadoras na riqueza de soluções arquitetônicas e urbanas.
Seu escritório, Gustavo Penna Arquiteto & Associados tem desenvolvido vários
projetos nas mais diversas escalas. O design característico é marcado pelo uso de
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
1 of 4 14/04/2020 17:40
formas sólidas que se mesclam em relevos, aberturas e topografias criando
edifícios e espaços únicos, sem criar soluções padronizadas.
Figura 2: Sede da Rede Bandeirantes de Rádio e TV (2009-2010), São Paulo, Brasil.
Disponível em: <http://www.gustavopenna.com.br/img/projetos
/gd/20110609144930.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Arquitetura – Rússia
O arquiteto russo Mikhail Khazanov desenvolveu no início do século 21 importantes
obras em seu país, como o conjunto residencial em Serebriany Bor (1998-2002), a
reconstrução e restauração do Teatro Bolshoy (1999-2002) e o Centro Nacional de
Artes Contemporâneas (2001-2002), todos situados em Moscou, Rússia.
Suas propostas de recuperação de edifícios antigos para novos usos geram formas
provocativas, sem destruir aspectos da arquitetura pré-existente.
Figura 3: Centro Nacional de Arte Contemporânea (2001-2002), Moscou, Russia. O
edifício reformado era um antigo galpão de produção de cenários para teatro. A
intervenção, do lado externo, abraça a construção antiga.
Disponível em: <http://images.adsttc.com/media/images/524d/7bb6/e8e4/4e67
/bf00/0455/newsletter/NCCA.jpg?1380809649>. Acesso em 20 jan 2016.
Arquitetura – Índia
Balakrishna Vithaldas Doshi é considerado um dos mais importantes arquitetos
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
2 of 4 14/04/2020 17:40
indianos pela sua habilidade em combinar técnicas tradicionais com tecnologia
moderna em uma arquitetura funcional com uma estética própria. Atualmente é
uma das figuras centrais na Índia dentro do debate sobre arquitetura sustentável.
Seu trabalho é muito influenciado pela arquitetura tradicional indiana, e foi um dos
pioneiros no desenvolvimento de projetos sustentáveis, começando as suas
pesquisas em 1955. Sua carreira já completou 60 anos e recebeu inúmeros
prêmios na Índia pelo seu trabalho.
Figura 4: Amdavad ni Gufa (1992-1995), Ahmedabad, Índia. Galeria de arte
subterrânea feita para expor o trabalho do artista plástico Maqbool Fida Husain. Vista
externa.
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons
/9/9f/Amdavad_ni_gufa.jpg>. Acesso em 20 jan 2016.
Figura 5: Amdavad ni Gufa (1992-1995), Ahmedabad, Índia. Vista interna.
Disponível em: <https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/07/92/64/23
/amdavad-ni-gufa.jpg> [com alterações]. Acesso em 20 jan 2016.
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
3 of 4 14/04/2020 17:40
UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo
4 of 4 14/04/2020 17:40

Continue navegando