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Thaís Pires 1 Problema 8 1. Estudar a incontinência urinária nos idosos e as consequências em sua qualidade de vida; Incontinência Urinária – definida com qualquer perda involuntária de urina, exceto para crianças, objetivamente demonstrável, causando problema SOCIAL OU HIGIÊNICO que pode se manifestar com: ➔ Sinais: observada ao exame físico ➔ Sintomas: relatado pela pct como perda involuntária de urina – pode estar relacionada ao armazenamento (enchimento vesical), esvaziamento da bexiga (sintomas miccionais) e pós- miccionais ➔ Observações Urodinâmicas Epidemiologia – Embora haja certa variação entre os estudos acerca da prevalência da IU, sabe-se que o SEXO FEMININO é o mais acometido pelas CAUSAS ANATÔMICAS, e que o ENVELHECIMENTO aumenta a PREVALÊNCIA E GRAVIDADE dos casos Está relacionada a um aumento de ITUs, disfunções sexuais, além de contribuir para o isolamento social, depressão, institucionalização precoce Por acreditarem que a IU é uma consequência NATURAL E INEVITÁVEL do envelhecimento, mais da metade dos idosos não procuram auxílio médico Fisiologia do Sistema Urinário – o trato urinário inferior é composto por BEXIGA, URETRA e ESFÍNCTERES, que têm como função o ARMAZENAMENTO E ELIMINAÇÃO DA URINA / A micção é um processo complexo que envolve a integração de NERVOS PERIFÉRICOS, MEDULA e CENTROS ENCEFÁLICOS (no córtex cerebral, ponte, bulbo e mesencéfalo), na qual consiste em AFERÊNCIAS sensitivas desses órgãos e EFERÊNCIAS excitatórias ou inibitórias Centros controladores em áreas corticais (GIROS FRONTAL E CINGULADO) e subcorticais promovem a INIBIÇÃO DA MICÇÃO ao nível pontinho e a EXCITAÇÃO do esfíncter uretral externo, o que permite o controle voluntário desse processo!! O CENTRO PONTINO DA MICÇÃO (CPM) é responsável por coordenar os efeitos do SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO no TUI ➔ Na fase de ESVAZIAMENTO VESICAL, o CPM envia estímulos EXCITATÓRIOS para a MEDULA SACRAL e INIBITÓRIOS para a COLUNA TORACOLOMBAR ➔ Na fase de ENCHIMENTO VESICAL, o COM envia estímulos INIBITÓRIOS para a MEDULA SACRAL e EXCITATÓRIOS para a COLUNA TORACOLOMBAR Inervação Simpática – Emerge da medula ao nível de T11-L2 (toracolombar)e faz sinapses nos plexos HIPOGÁSTRICO E MESENTÉRICO INFERIOR, depois segue pelo NERVO HIPOGÁSTRICO até os RECEPTORES BETA-ADRENÉRGICOS (localizados no corpo vesical) e ALFA-ADRENÉRGICOS (localizados na uretra proximal), além de fazerem sinapse em GÂNGLIOS PARASSIMPÁTICOS da parede do MÚSCULO DETRUSOR, onde tem efeito INIBITÓRIO Receptores beta-adrenérgicos – corpo vesical (+) Receptores alfa-adrenérgicos – uretra proximal (+) Gânglios parassimpáticos do detusor - (-) A ativação simpática culmina na liberação de NOREPINEFRINA que relaxa o detrusor (beta3) e contrai o esfíncter uretral interno (alfa1) Thaís Pires 2 Inervação Parassimpática – Emerge da coluna ao nível de S2-S4 (sacral) e, por meio de fibras pré- ganglionares, segue até os GÂNGLIOS DO PLEXO PÉLVICO de onde surgem fibras pós-ganglionares que se direcionam para a BEXIGA (possui receptores M2 e M3 muscarínicos) – Essas fibras tem efeito EXCITATÓRIO na musculatura, causando CONTRAÇÃO DO DETRUSOR – Já ao nível da URETRA PROXIMAL, o parassimpático induz a liberação de ÓXIDO NÍTRICO que relaxa a uretra ➔ M2 e M3 – aCh estimula a contração do detrusor ➔ Óxido Nítrico – relaxa uretra proximal Na região do CORNO ANTERIOR de alguns segmentos da coluna sacral, há o NÚCLEO DE ONUF, de onde emerge a INERVAÇÃO DA URETRA EXTERNA Enchimento Vesical – a distensão da bexiga ativa neurônios sensitivos da parede vesical que levam impulsos AFERENTES aos centros superiores, onde faz INIBIÇÃO DO CPM e ATIVAÇÃO DE ONUF – simultaneamente, ocorre a ATIVAÇÃO REFLEXA SIMPÁTICA com contração da musculatura lisa da uretra, o parassimpático é inibido e o detrusor relaxa, o que permite o ARMAZENAMENTO VESICAL Esvaziamento Vesical – impulsos do CPM inibem o núcleo de Onuf e causam relaxamento do esfíncter externo – Inibição simpática e estimulação parassimpática permitem contração do detrusor! Envelhecimento ➔ Aumento nas fibras de colágeno na bexiga, prejudicando a elasticidade ➔ Alteração na sensibilidade dos barorreceptores, o que causa contrações durante a fase de enchimento vesical ➔ Hiperatividade do detrusor ➔ Uretra mais fibrosa, menos flexível e com perda de densidade muscular – falha esfincteriana Thaís Pires 3 ➔ Enfraquecimento do períneo – envelhecimento muscular, carências hormonais, parto, sequelas de intervenções uroginecológicas Feminino: o hipogonadismo diminui a irrigação dos tecidos, causando atrofia da mucosa uretra, o que a torna mais sensível a infecções que alteram a sensibilidade dos barorreceptores / Além disso, o hipog. Altera o ph, flora e tecidos vaginais, favorecendo infecções que podem, pela proximidade, se expandirem pelo TUI Masculino: A HBP constitui o principal fator relacionado às alterações de fluxo urinário Classificação A continência é uma condição multifatorial que depende da integridade do TUI, controle neurológico, cognição, mobilidade – Além disso, comorbidades clínicas e medicamentos interferem nela / Geralmente, nos INDIVÍDUOS JOVENS, a IU é decorrente de DISFUNÇAÕ DO TUI, enquanto em idosos é uma SOBREPOSIÇÃO de diversas causas Incontinência Urinária Transitória – perda de urina precipitada por INSULTO PSICOLÓGICO, MEDICAMENTOSO OU ORGÂNICO, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante → suas causas são DIURAMID ➔ Delirium ➔ ITU ➔ Uretrite e vaginites ➔ Restrição de mobilidade ➔ Aumento do débito urinário ➔ Medicamentos ➔ Impactação Fecal ➔ Distúrbios Psíquicos A restrição de mobilidade, embora facilmente compreensível, é muito subestimada, uma vez que o medo de cair dificulta a chegada ao toalete, justificando os episódios de incontinência O aumento do débito urinário refere-se às condições como ingesta excessiva de fluidos, distúrbios hidroeletrolíticos, ICC, insuficiência venosa periférica, hipoalbuminemia A impactação fecal contribui pela irritação local ou compressão direta da parede vesical Medicamentos – agonistas alfa-adrenérgicos; AINE; álcool; anticolinérgicos; tricíclicos; Incontinência Urinária Estabelecida – é subdividida em 5 tipos Incontinência Urinária de Estresse – Perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, atividade física) na AUSÊNCIA DE CONTRAÇÕES VESICAIS / Acomete mais frequentemente as mulheres jovens e tem como principais mecanismos a HIPERMOBILIDADE URETRAL e a DEFICIÊNCIA ESFINCTERIANA INTRÍNSECA – a primeira decorre do comprometimento do suporte anatômico dos órgãos pélvicos, resultando na DESCIDA E ROTAÇÃO do colo vesical e uretra proximal; a segunda decorre de alguma lesão neuromuscular ou atrofia uretral No homem, a incontinência urinária de estresse é INCOMUM, e, quando presente, é decorrente de DEFICIÊNCIA ESFINCTERIANA SECUNDÁRIA A CIRURGIAS PROSTÁTICAS Incontinência Urinária de Urgência – perda de urina precedida ou acompanhada de um DESEJO IMPERIOSO DE URINAR (URGÊNCIA), é o tipo mais comum de incontinência nos idosos na comunidade / Acredita-se que resulte da HIPERATIVIDADE DO DETRUSOR levando a contrações involuntárias deste durante a fase de enchimento vesical, tendo como causa os transtornos neurológicos, anormalidades vesicais e idiopática. Hiperatividade do detrusor com hipocontratilidade – quando ocorre hiperatividade do detrusor em pcts com contratilidade vesical comprometida, que cursa com volumes residuais pós-miccionais elevados Thaís Pires 4 Incontinência Urinária por Hiperfluxo ou Transbordamento - decorre de inabilidade de esvaziamento vesical devido a hipocontratilidade do músculo detrusor, a obstruções uretrais ou ambos – em homens, acausa mais comum é a obstrução ureteral secundária a HPB Incontinência Urinária Mista - É a coexistência de mais de um tipo de incontinência no mesmo paciente. Condição frequente entre idosos, especialmente nas mulheres que apresentam hiperatividade do detrusor e deficiência esfíncteriana associadas Incontinência Funcional - Tipo distinto de incontinência atribuído a fatores externos ao trato urinário, tais como comprometimento cognitivo, fatores ambientais que dificultem a chegada ao toalete, limitações físicas e psíquicas Abordagem Anamnese – importantes elementos para a história incluem CARACTERÍSTICAS DA PERDA URINÁRIA, QUANTIDADE, GRAVIDADE e SINTOMAS ASSOCIADOS (frequência, noctúria, urgência, esforço) Pode-se utilizar o DIÁRIO MICCIONAL, que consiste no registro da INGESTA DE LÍQUIDOS, FREQUÊNCIA, VOLUME URINÁRIO, EPISÓDIOS DE PERDA URINÁRIA e CIRCUNSTÂNCIAS A ELA ASSOCIADAS Atenção – comorbidades, medicamentos Exame Físico ➔ Avaliação cognitiva, da mobilidade ➔ Exame neurológico detalhado – reflexos, sensibilidade, integridade das vias sacrais (testar reflexo bulbocavernoso) ➔ Toque retal para avaliar tônus esfincteriano, presença de massas, fecalomas e avaliação prostática ➔ Exame pélvico – retocele, vesicocele, prolapso uterino ➔ Teste de Estresse – pct supino, bexiga cheia, tossir vigorosamente → se a IU for simultânea, indica deficiência esfincteriana; se for alguns segundos após, indica contração detrusora Exames Complementares Laboratoriais – Sumário de urina para investigação de sinais de infecção, hematúria e glicosúria Medida do Volume Residual Pós-Miccional – Útil para excluir retenção urinária significativa, podendo ser realizado por US – pcts com alto risco de retenção, como os portadores de diabetes, doenças neurológicas, uso de anticolinérgicos Estudo Urodinâmico – tem como objetivo avaliar a QUALIDADE das contrações vesicais e dos esfíncteres uretrais – compreende cistometria, medida da pressão de perda sob esforço e urofluxometria Citoscopia – realizado em casos de suspeita para f´situlas Tratamento O tto deve ser INDIVIDUALIZADO, atentando-se ao TIPO DE INCONTINÊNCIA, COMORBIDADES, RISCOS, BENEFÍCIOS – o primeiro passo do tratamento consiste em ESTABELECER METAS E OBJETIVOS a serem atingidos a fim de melhor a qualidade de vida do pct!!! Tto não-farmacológico – as primeiras medidas a serem tomadas são os MÉTODOS CONSERVADORES como as MUDANÇAS DO ESTILO DE VIDA E TERAPIAS COMPORTAMENTAIS, que são ttos simples, de baixo efeitos adversos e de baixo custo Thaís Pires 5 Mudanças no estilo de vida – perda de peso; não ingerir líquidos de forma abundante; evitar cafeína – essa substância, além de possuir efeito diurético, é considerada um irritante vesical, o que contribui para a instabilidade do detrusor Terapias Comportamentais – incluem exercícios para os músculos pélvicos (de Kegel), treinamento vesical, diário miccional – esses exercícios objetivam reeducar os músculos, dando maior poder de contração voluntária / uso de CONES VAGINAIS DE PESO variado para que a pct consiga contrair a musculatura para impedir o deslizamento dos pesos Tto Farmacológico Medicamentos de Ação Mista Propiverina – derivado do ácido benzílico, absorvido rapidamente e sofre alto metabolismo de primeira passagem – possui ação ANTIMUSCARÍNICA e de BLOQUEIO DOS CANAIS DE CÁLCIO Medicamentos Antimuscarínicos Oxibutinina – possui diversas apresentações, recomenda-se a em GEL – 2,5 mg 12/12h ➔ Potente ação antimuscarínica e não seletiva para os receptores muscarínicos vesicais ➔ Leve ação no relaxamento do músculo liso mediante bloqueio dos canais de cálcio ➔ Propriedades anestésicas locais ➔ Propriedades antihistamínicas. Solifenacina – antimuscarínico seletivo da bexiga, com especificidade para M3 Tolterodina - É uma antagonista do receptor muscarínico com relativa seletividade pelos receptores da bexiga, atuando mais sobre estes do que sobre os receptores das glândulas salivares – pobre capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (pouco solúvel) Trospium – baixa passagem pela BHME – Não seletivo para os receptores muscarínicos Darifenacina – antagonista altamente seletivo para M3 Fesoterodina – antagonista COMPETITIVO do receptor muscarínico Agonistas beta-adrenorreceptores - Muitos estudos têm mostrado um efeito miorrelaxante dos agonistas betaadrenorreceptores, entretanto, o papel dos agonistas seletivos dos beta3adrenorreceptores permanece para ser elucidado Mirabegron – age ativando os beta 3 adrenorreceptores relaxando o musculo detrusor e aumentando a capacidade vesical Utilizado para IU de urgência e bexiga hiperativa – dose inicial de 25mg Os efeitos adversos relatados mais comuns são: distúrbios gastrintestinais, incluindo constipação intestinal, boca seca, dispepsia e náuseas. Taquicardia, infecção do trato urinário, fibrilação atrial e aumento da pressão sanguínea também já foram relatados. É um fármaco relativamente novo e ainda não existem estudos em idosos. Agonista do receptor vaniloide - Estes receptores estão presentes nos neurônios sensoriais aferentes que inervam o detrusor e a uretra Thaís Pires 6 Capsaicina - suprime contrações involuntárias do detrusor após lesões crônicas da medula espinal situadas acima dos segmentos sacrais Incontinência de Estresse Os exercícios de Kegel demonstram taxas de cura ou melhora aos 3-6 MESES, sendo a primeira linha - Os fármacos têm um escasso papel no tratamento da incontinência urinária de estresse (IUE) devido a sua baixa eficácia e seus efeitos secundários Alfa-adrenérgicos – estimulam a contração do músculo liso uretral – NÃO SÃO RECOMENDADOS POIS MUITOS EFEITOS Tricíclicos – utilizado pelos efeitos anticolinérgicos e alfa-agonista, porém poucos dados Duloxetina – antidepressivo IRSN – tem capacidade de estimular o núcleo de Onuf, aumentando a contratilidade do esficter uretral Estrógenos – desconhecem resultados a longo prazo Cirurgia – indicada para pcts irresponsivos para farmacológico Incontinência de Urgência O treinamento da bexiga constitui a primeira linha de tratamento. Consiste em ensinar ao paciente a urinar em períodos fixos e se baseia em dois princípios: (1) realizar micções frequentes voluntárias para manter um baixo volume de urina na bexiga (2) treinamento para inibir as contrações do detrusor, quando se apresenta a urgência. Técnicas de distração e relaxamento estão entre as ferramentas para supressão da urgência. Sua realização durante 3 meses se mostrou tão eficaz quanto o tratamento com antimuscarínicos, porém sem efeitos adversos. Anticolinérgicos – primeira linha de tratamento para incontinência urinária de urgência e bexiga hiperativa – atuam bloqueando os receptores muscarínicos e deprimindo as contrações involuntárias do músculo detrusor Antidepressivos - doses empregadas são inferiores às utilizadas na depressão, portanto a toxicidade tende a ser menor. A imipramina é a mais estudada. Toxina Botulínica – Por meio da citoscopia, injeta-se a toxina no músculo detrusor para aliviar os sintomas de IU refratária ao tto anticolinérgico → apresenta elevada taxa de retenção urinária pós procedimentos ➔ NA IUU, A CIRURGIA É ÚLTIMO RECURSO Incontinência Mista – tto de IUE e IUU Incontinência por Transbordamento O tratamento mais efetivo é a cirurgia que é a melhor forma de tratar as dificuldades causadas por um útero miomatoso ou uma HPB. Uma alternativa à cirurgia para diminuir ou eliminar a urina residual é a sondagem intermitente. Em casos de contraindicação para tto cirúrgico, indica-se tto farmacológico com ALFABLOQUEADORES e AGONSITAS PARASSIMPÁTICOS 2. Estudar a relação entre a doença de Parkinson e os distúrbios miccionais; Parkinson – doença em que há degeneração dos neurôniosDOPAMINÉRGICOS do sistema NIGROESTRIATAL, cujo marcador é a presença de corpos de Lewy no SNC, principalmente na substância negra e no locus ceruleus → OS CORPOS PODEM SER ENCONTRADOS NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO!!! / Os distúrbios do movimento são decorrentes de DISFUNÇÕES DO NÚCLEO DA BASE Thaís Pires 7 Do ponto de vista clínico, a DP caracteriza-se por RIGIDEZ, TREMORES DE REPOUSO, BRADICINESIA e INSUFICIÊNCIA AUTONÔMICA – os distúrbios do TUI são frequentes em pcts com DP, estimando-se que cerca de 27% a 78% apresentem no curso da doença (risco 2x maior de desenvolver distúrbios miccionais em pcts com DP) / Foi percebido que a prevalência da disfunção miccional em pacientes com DP aumenta proporcionalmente com a GRAVIDADE DA DOENÇA, especialmente os pcts com DISTÚRBIOS DE MARCHA, que apresentam mais distúrbios micionais Sabendo-se que o sistema nervoso é responsável pela coordenação precisa dos órgãos do sistema urinário a fim de garantir a CONTINÊNCIA durante o enchimento e o ESVAZIAMENTO durante a micção, doenças que afetem o SN interferem nesse processo → BEXIGA NEUROGÊNICA As lesões cerebrais que interferem na função vesical são divididas em SUPRAPONTINAS MEDULARES E SUBSACRAIS – As lesões suprapontinas desencadeiam HIPERATIVIDADE DETRUSORA pois lesa os centros cerebrais inibitórios, além de BRADICINESIA e ESPASTICIDADE DO ESFÍNCTER EXTERNO Os sintomas urinários são em dois tipos: Irritativos (mais frequentes na DP) – aumento da frequência miccional durante o dia; urgência miccional; incontinência urinária; noctúria Obstrutivos – esvaziamento incompleto; interrupção do jato urinário; jato urinário fraco; esforço para iniciar a micção Obstrução Infravesical – distúrbio frequente nos homens marcado por micções com pressão detrusora elevada e fluxo reduzido – jato fraco, intermitente – pode ser causada pela obstrução prostática ou pela falta do relaxamento esfincteriano / No caso da DP, a principal causa é a BRADICINESIA ESFINCTERIANA, i.e., retardo no relaxamento esfincteriano Hiperatividade Detrusora - contração involuntária do detrusor no enchimento – responsável pelos sintomas de urge-incontinência, aumento da frequência urinária, noctúria / Estudos em animais têm mostrado que o GLOBO PÁLIDO e a SUBSTÂNCIA NEGRA exercem influências inibitórias sobre a bexiga→ seria a ausência desta inibição que explicaria as contrações involuntárias da bexiga Segundo Araki e Kuno, a degeneração dos neurônios dopaminérgicos poderia promover SINTOMAS IRRITATIVOS URINÁRIOS NA DP, devido à perda dos impulsos inibitórios da substância negra sobre o centro pontino da micção 3. Entender os determinantes do asilamento no idoso na nossa sociedade; Diante de algumas complicações, tais como a presença de doenças crônicas e limitações para atividades de vida diária, surge a necessidade de acompanhamento profissional, inclusive com encaminhamento para instituições de longa permanência para idosos A necessidade de cuidados além dos domicílios deve-se à instalação de agravos crônicos com suas complicações e à indisponibilidade dos familiares no suporte contínuo que idosos dependentes necessitam, seja pela dificuldade em permanecer em casa por tempo integral, seja por impossibilidade de contratar profissionais especializados Determinantes mais citados: número reduzido de integrantes da família, ausência de condições físicas, financeiras e psicológicas para prestar o cuidado em domicílio e o desejo do próprio idoso em não perturbar seus familiares Thaís Pires 8 Nos casos de vulnerabilidade do sistema familiar do idoso, do sistema formal (representado pelo governo), ou de abandono do idoso por ambos, tem-se como principal conseqüência a inserção do idoso em uma instituição asilar, EXCLUINDO-O DE SUA COLETIVIDADE. Tal situação apresenta vários efeitos deletérios sobre sua qualidade de vida Como exemplos de tais efeitos, tem-se a PERDA DE SEUS PAPÉIS SOCIAIS, A QUEDA DA AUTO- ESTIMA, O ISOLAMENTO E A DEPRESSÃO “a admissão de pessoas idosas em instituições, corresponde a uma amputação de sua personalidade” 4. Conhecer a realidade do acesso do idoso aos serviços de saúde. O Elsi- Brasil apontou que 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde, sendo que 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. Quase 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais como diabetes, hipertensão ou artrite. Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica. o sistema de saúde brasileiro assiste a uma mudança recente de perfil de morbidade, onde as doenças infecto-contagiosas agudas da infância e do adulto jovem subitamente convivem com doenças crônico- degenerativas da população que envelhece O termo “envelhecimento ativo” foi adotado pela Organização Mundial de Saúde no final da década de 90 e refere-se ao “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.” - As políticas de saúde devem promover não somente melhoria das condições físicas de saúde, mas também da saúde mental e das relações sociais Tratar idosos requer um sistema amplo, coordenado e contínuo de ações
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