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Possibilidade de Penhora de Salários e Investimentos

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INSTITUTO ENSINAR BRASIL FACULDADES 
DOCTUM DE JUIZ DE FORA CURSO DE 
DIREITO 
 
 
 
 
 
Bruna Aparecida Alves Nascimento Ribeiro 
Karina Nascimento Cabral 
Mariana Beatriz Nascimento Pereira 
Miriã de Almeida Vieira 
Natália Medeiros Leão Flôres 
 
 
 
 
Pesquisa jurisprudencial sobre a possibilidade ou não de penhora 
sobre salários, investimentos e aplicações financeiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brener Belozi 
 
 
 
JUIZ DE FORA – MG 
SETEMBRO DE 2020 
 
Trabalho apresentado à Faculdade de Direito da Rede de 
Ensino Doctum – Campus Juiz de fora Centro manhã, 
como requisito parcial para aprovação na disciplina Direito 
Processual Civil III 
Introdução 
 
Para efeito de contextualização do tema proposto ao presente trabalho, 
será primeiramente abordado brevemente sobre a integralidade da penhora, e 
após isto, introduzido o tema central (jurisprudência sobre a possibilidade ou 
não de penhora sobre salários, investimentos e aplicações financeiras). 
A penhora ocorre na fase de cumprimento de sentença, a qual 
reconheça a obrigação do pagamento de quantia certa ao devedor solvente. 
Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves, há dois requisitos primordiais 
ao início do procedimento do cumprimento de sentença, os quais são: o título 
executivo judicial e o inadimplemento do devedor. 
Segundo Didier (2017) para ocorrer o início de todo este procedimento, 
é preciso a iniciativa do credor, com base em petição solicitando a intimação do 
devedor para pagamento da dívida no prazo de 15 dias, (prazo disposto no art. 
523 do CPC), não ocorrendo o pagamento voluntário da quantia, será 
estabelecido o título executivo, sendo assim, dado início a fase de cumprimento 
de sentença. Além disso, segundo o autor se houver litisconsórcio passivo o 
prazo será contado individualmente, a contar da intimação. 
A petição citada anteriormente, deverá conter: 
 
“- Apresentar demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo do 
débito, indicando quais os itens que o compõem, na forma dos incisos 
do art. 524 do CPC. 
- Recolher as custas iniciais da execução, quando a lei estadual de 
custas o exigir. 
- Indicar se possível, quais os bens que deseja ver penhorados. A 
prioridade de indicação de bens é do credor, e se ele já tiver ciência de 
algum bem sobre o qual a penhora possa recair, deve indicá-lo desde 
logo. Se não o fizer, o oficial de justiça diligenciará, na tentativa de 
localizar algum bem penhorável.” (GONÇALVES, Marcus V. Direito 
processual civil esquematizado, 2018, p. 869-870). 
Ademais, conforme o autor, se o pagamento voluntário for realizado 
dentro do prazo estabelecido, não ocorre o início da fase executiva, pois a 
obrigação foi cessada, caso contrário, será iniciada esta fase citada, e 
expedido mandado de penhora e avaliação, sendo a obrigação aumentada em 
multa de 10% do valor da dívida, como estabelecido pelo art. 523 §1°. 
 
Conceito 
 
 Em síntese, a penhora consiste no ato de confiscar algum bem do 
devedor por ordem judicial como meio de garantia de pagamento da dívida de 
um direito já reconhecido ao credor, deste modo, o bem móvel ou imóvel será 
confiscado mesmo que, este signifique apenas a quantia parcial da divida, 
ficando o devedor impossibilitado de comercializar o bem. Além disso, trata-se 
de medida realizada no processo de execução. 
Definida por Gonçalves (2018), da seguinte maneira: “pode-se 
compreender que a penhora é a maneira de restringir a venda de um 
determinado bem, a fim de resolver a obrigação, ou parte dela, com 
determinado credor.” 
A penhora é necessária para o pleno cumprimento da execução por 
quantia certa. 
 “A penhora é ato essencial do processo de execução por quantia, sem a 
qual ela não pode alcançar o resultado almejado.”(Gonçalves 2018) 
Os parâmetros da penhora são estabelecidos do artigo 831 ao artigo 836 
do CPC. Sendo que, o artigo 833 descreve os bens impenhoráveis, como 
sendo os bens de família, os móveis e bens domésticos, vestuários, entre 
outros, ressalvados em caso desses bens possuírem elevado valor. Destarte 
que, dentre diversos bens citados neste artigo o inciso IV, expressa o salário 
como impenhorável, ressalvado na hipótese do parágrafo 2° do mesmo artigo, 
em que, este discorre sobre a exceção de penhora do salário em casos de 
pensão alimentícia. 
Ressalta-se que, nos termos do artigo 854 do CPC, há possibilidade de 
penhora online de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o que é 
possível através de bloqueio da conta do devedor pelo sistema eletrônico e 
sistema financeiro nacional (BacenJud) sem a ciência do devedor para que, 
este não aja de má-fé. Destaca-se a ordem de penhora prevista no artigo 835, I 
do CPC: “dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição 
financeira” 
Contudo, o artigo 833, X do CPC, define que, a quantia depositada em 
conta poupança tem o limite de proteção a impenhorabilidade de 40 salários 
mínimos, havendo assim o entendimento do STJ da extensão da aplicação 
deste dispositivo aos investimentos e aplicações financeiras. 
 
Jurisprudência 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1812780 - SC (2019/0128828-6) 
EMENTA PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS VIA BACENJUD. 
IMPENHORABILIDADE DE SALÁRIO. ALCANCE. APLICAÇÃO 
FINANCEIRA. LIMITE DE IMPENHORABILIDADE DO VALOR 
CORRESPONDENTE A 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS. SÚMULA 83 
DO STJ. RECURSO NÃO PROVIDO. 
De acordo com a ementa, esta jurisprudência trata-se de um improvido 
recurso especial interposto contra a decisão judicial decretada pelo Tribunal 
Regional Federal da 4º região. 
A decisão proferida pela 2º seção do Supremo Tribunal de Justiça 
permitiu ampliar o entendimento sobre a matéria legislada através do art. 833 
do CPC/2015, com o argumento implícito que o legislador pretendeu proteger 
não especificamente o tipo de conta, mas o fim para o qual está sendo 
utilizado, considerando como impenhorável o valor poupado 
independentemente em qual tipo de conta o valor está, desde que, não 
ultrapasse o limite legal estabelecido. Sendo assim, não se trata da escolha da 
aplicação do valor que diz respeito a essencialidade da verba poupada 
disponível, e sim sobre a proteção do mínimo existencial no aspecto sócio 
cultural através da reserva financeira, atentando-se para a segurança alimentar 
ou familiar do devedor. 
Ademais, em mesmo direcionamento há o seguinte recurso do TJMG: 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: N° 1.512.613 - 
MG 
PROCESSUAL CIVIL, AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL, RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC, EXECUÇÃO 
DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, PENHORA DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS, 
LIMITE DE IMPENHORABILIDADE AO VALOR CORREPONDENE A 40 
SALÁRIOS MINÍMOS PRECEDENTES, AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO 
Neste caso o TJMG julgou improcedente o recurso, constando na 
decisão que o posicionamento da corte é forte no sentido de impenhorabilidade 
do salário ou aplicações financeiras com a quantia não superior a 40 salários 
mínimos, a menos que, comprovada má-fé ou nos casos de pensão 
alimentícia. 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.756.914 - SP 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO 
DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA. PREVIDÊNCIA PRIVADA 
COMPLEMENTAR. AFERIÇÃO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. 
PRECEDENTE. AGRAVO NÃO PROVIDO. 
 De igual modo, das jurisprudências anteriores, o TJSP julgou não 
provido o recurso especial, em que o devedor possuía uma dívida no valor de 
R$78.182,73 e possuindo um saldo de R$120.163,46, sendo protegido o valor 
de 40 salários mínimos , porém sendo autorizada a penhora do valor acima 
deste. Ressaltando o citado neste trabalho que a penhora pode ocorrer mesmo 
que esta signifique somente parte da dívida. 
Conclusão 
 
 Conclui-se que, os salário são impenhoráveis com exceção da pensão 
alimentícia, bem como, as aplicações financeira e investimentos são 
impenhoráveis, isto se entendede igual modo ao fundo de previdências 
privadas. Contudo, a proteção destes possui limite de 40 salários mínimos, 
excedido esta quantia, há sim, a possibilidade da penhora online dos mesmos. 
Vale ressaltar que, não existe proteção de impenhorabilidade referente à 
conta salário ou poupança, pois não se trata diretamente ao tipo de conta, mas 
do fim para qual ela é utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Didier Jr., Fredie, Curso de direito processual civil: execução / Fredie Didier Jr., 
Leonardo Carneiro da Cunha, Paula Sarno Braga, Rafael Alexandria de 
Oliveira - 7. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2017. 
Rios, GONÇALVES, Marcus V. Curso de direito processual civil v 3 - execução, 
processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões. Editora Saraiva, 
2019. 
Rios, GONÇALVES, Marcus V. Direito processual civil esquematizado. Editora 
Saraiva, 2018. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

Outros materiais