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Livro do Professor Química Volume 6 Presidente: Ruben Formighieri Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy Autoria: Fábio Roberto Batista Supervisão Editorial: Jeferson Freitas Coordenação de Área: Milena dos Passos Lima Edição de Conteúdo: Gabriela Ido Sabino Edição de Texto: Juliana Milani Revisão: Chisato Watanabe, Willian Marques e Fabrízia Carvalho Ribeiro Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka Edição de Arte: Angela Giseli de Souza Projeto Gráfico: YAN Comunicação Ícones: ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Lightspring, ©Shutterstock/Chalermpol, ©Shutterstock/Macrovector e ©Shutterstock/Blinka Imagens de Abertura: ©Shutterstock/Texelart e ©Shutterstock/Blend Images Editoração: Studio Layout Ltda. Ilustrações: Divo, Jack Art e Marcos Gomes Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão) e Marina Gonçalves Grosso Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site: www.editorapositivo.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail: posigraf@positivo.com.br 2018 Contato editora.spe@positivo.com.br Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda. ©Editora Positivo Ltda., 2015 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) B333 Batista, Fábio Roberto. Química : ensino médio / Fábio Roberto Batista ; ilustrações Divo, Jack Art, Marcos Gomes. – Curitiba : Positivo, 2015. v. 6 : il. Sistema Positivo de Ensino ISBN 978-85-467-0230-5 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-0231-2 (Livro do professor) 1. Química. 2. Ensino médio – Currículos. I. Divo. II. Art, Jack. III. Gomes, Marcos. IV. Título. CDD 373.33 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones: Fora de escala numéricaFormas em proporçãoColoração artificial Imagem ampliadaImagem microscópicaColoração semelhante ao natural Representação artísticaEscala numéricaFora de proporção Termoquímica .............................................4 Trocas de energia em uma transformação .............................................................5 Reação química exotérmica e endotérmica ....................................................................................................... 6 Equação termoquímica ..................................................................................................................................... 9 Fatores que alteram a variação de entalpia da reação .................................................................................... 11 Casos especiais de entalpia ............................................................................................................................ 15 Métodos teóricos para determinar a variação de entalpia da reação....................18 Entalpia de formação ...................................................................................................................................... 18 Lei de Hess ...................................................................................................................................................... 18 Energia de ligação ........................................................................................................................................... 20 Cinética Química ........................................37 Velocidade de uma reação química ....................................................................38 Teoria das colisões ........................................................................................................................................... 39 Fatores que influenciam a velocidade de uma reação ..........................................43 Superfície de contato ...................................................................................................................................... 43 Temperatura ................................................................................................................................................... 44 Pressão ........................................................................................................................................................... 45 Catalisador ...................................................................................................................................................... 45 Concentração .................................................................................................................................................. 47 11 12 Sumário Acesse o livro digital e conheça os objetos digitais e slides deste volume. 4 Termoquímica Ponto de partida Uma das grandes descobertas do ser humano foi o fogo, uma manifestação de combustão rápida com emissão de luz e calor. 1. Você sabe o que é combustão? 2. De onde vem a energia envolvida nas reações de combustão? 3. O triângulo de fogo é a representação dos três elementos necessários para iniciar a combustão – COMBUSTÍ- VEL (sólidos, líquidos e gasosos), COMBURENTE (oxigênio acima de 13%) e CALOR (energia inicial). Explique o significado de cada um desses elementos. 11 1 ©Shutterstock/Toa55 5555555 ConexõesConexões Por que o fogo queima? 1. O fogo é resultado de uma reação química provocada por três ingredientes: oxigênio, combustível e calor. Quando eles se juntam, o oxigênio reage com o combustível, numa violenta oxidação*, chama- da de combustão. 2. O combustível é a substância que “queima” e pode ser sólido, líquido ou gasoso. Para reagir com o oxigênio, ele deve ser aquecido até uma temperatura mínima – cada material tem a sua. [...] 3. A combustão libera energia em forma de calor e de luz – provocando a chama. [...] Combustíveis orgânicos como a madeira – com carbono na composição – geram fumaça ao queimar. 4. [...] À medida que o combustível é consumido, a chama e o calor diminuem até o fogo sumir. Para apagar qualquer fogo, é só afastar o oxigênio – abafando o fogo, por exemplo – eliminar o combustível ou diminuir a temperatura da reação. [...] * Na oxidação, os átomos do gás oxigênio (O2) se separam para se combinar com outros elementos químicos. JOKURA, Tiago. Por que o fogo queima? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/fogo-queima-495841.shtml>. Acesso em: 26 abr. 2015. entender a energia envolvida nas reações químicas; conceituar as reações em endotérmicas e exotérmicas; analisar os fatores que influenciam os valores da variação de entalpia de uma equação termo- química; calcular a variação de entalpia de uma reação, por meio dos diferentes métodos teóricos. uímicas; xotérmicas; Objetivos da unidade: Trocas de energia em uma transformação O avanço conquistado no controle das diferentes formas de energia advém de transformações, geral- mente, acompanhadas de liberação ou absorção de energia na forma de eletricidade, luz ou calor. Desde a Pré-História, é constante o interesse do ser humano em conseguir controlar a energia. Inicialmente, ele aprendeu a manipular o fogo, fato que permitiu a ele cozinhar os alimentos e deixar de temer o frio. Mais tarde, o fogo foi utilizado para moldar metais e construir armas, mudando a história das batalhas. Atualmente, a dependência das várias formas existentes de energia é cada vez maior. Seja para uso industrial, seja em ambiente doméstico, percebe-se que não seria uma tarefa fácil se hojefosse necessário abdicar das facilidades que o uso da energia traz para o dia a dia. O estudo da energia e suas transformaç ões é realizado pela Termodinâ- mica. Já as relações entre as reações quí micas e as variações de energia envolvendo o calor são estudadas pela Te rmoquímica. Volume 66 O conteúdo energético envolvido em uma transformação química é chamado de entalpia; porém, não se conhece nenhuma maneira de determinar a entalpia de uma substância. Na prática, é possível apenas medir, experimentalmente, a va- riação da entalpia ( H) de uma transformação, com auxílio de um calorímetro. O funcionamento desse aparelho consiste no seguinte princípio: se a transformação libera calor para o meio, a água é aquecida; ao contrário, se absorve calor do meio, a água é resfriada. Ou seja, o aumento ou a diminuição da temperatura do sistema depende, respectivamente, da quantidade de calor liberado ou absorvido pela água e da sua quantidade presente no calorímetro. Matematicamente, essa quantidade de calor liberada ou absorvida pode ser calculada por meio da expressão: Q = m ⋅ c ⋅ ΔT Q = quantidade de calor liberada ou absorvida em um sistema fechado, sob pressão constante. m = massa de água presente no sistema. c = calor específico da água (4,18 J/g ⋅ ºC). T = variação de temperatura do sistema. Sob pressão constante, a quantidade de calor (Q) do sistema é igual ao valor da variação de entalpia ( H) do processo. Assim, pode-se definir a variação de entalpia como a diferença entre os estados final e inicial, conforme a equação matemática: H = HFinal – HInicial Com essa equação, é possível calcular os valores de energia sob a forma de calor liberado ou absorvido. Em função dessa energia, os processos físicos ou químicos podem ser classificados em exotérmicos e endotérmicos. Reação química exotérmica e endotérmica Para as reações químicas, a quantidade de calor liberada ou absorvida, medida pelo calorímetro, também é conhe- cida como calor de reação. O calorímetro é um dispositivo no qual o fluxo de calor é mo- nitorado pelas mudanças de temperatura do sistema. Além da água, o termômetro e o reci- piente sofrem trocas de calor. Porém, neste material serão discutidos so- mente cálculos em que a água libera ou absorve calor da reação. O calor específico é a quan- tidade de calor fornecido a 1 g de material para elevar sua temperatura em 1 oC. M ar co s G om es . 2 01 1. D ig ita l. Química 7 As reações que liberam calor são chamadas de exotérmicas e as reações que absorvem calor, endotérmicas. Para determinar se uma reação é exotérmica ou endotérmica, é necessário considerar que há ruptura de ligações entre os átomos no(s) reagente(s) e formação de novas ligações químicas no(s) produto(s). O saldo energético é que indica se a reação libera ou absorve energia. Com base na Lei da Conservação da Energia, em uma reação química: A energia total do(s) reagente(s) é igual à energia total do(s) produto(s). Portanto, em uma reação exotérmica, em que a energia é liberada na forma de calor, esse saldo é proveniente do conteúdo energético do(s) reagente(s). Isto é, a entalpia do(s) reagente(s) é maior que a entalpia do(s) produto(s) – HReagente(s) > HProduto(s). A reação exotérmica pode ser representada por várias equações, são elas: Reagente(s) Produto(s) + calor Reagente(s) – calor Produto(s) Reagente(s) Produto(s) H = –x calor Por meio de um gráfico, é possível representar um diagrama geral que relaciona a entalpia em função do desen- volvimento da reação. Entalpia (H) Reagente(s) Produto(s) Caminho da reação (tempo) ΔH = HP – HR HP < HR HP HR ΔH < 0 Um sistema composto de H2(g) e O2(g), por exemplo, tem mais energia interna que um sistema composto de H2O(ℓ). Isso ocorre porque o sistema perde energia ( H < 0) quando H2 e O2 são convertidos em H2O. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) H (kJ) H2O(ℓ) 0 –285,83 ΔH < 0 H2(g) + 1/2 O2(g) HReagentes = 0 HProduto = –285,83 kJ H = HFinal – HInicial H = HProduto – HReagentes H = –285,83 – (0) H = –285,83 kJ há liberação de 285,83 kJ Assim, H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) + 285,83 kJ H2(g) + 1/2 O2(g) – 285,83 kJ H2O(ℓ) H2(g) + 1/2 O2 (g) H2O(ℓ) H = –285,83 kJ A análise do gráfico demonstra que, nesse processo, a entalpia do(s) reagente(s) – HR – é maior que a entalpia do(s) produto(s) – HP –, e por isso há liberação de energia. Nos diagramas de entalpia, a seta indica o sentido da reação. Quando está para baixo, a energia é liberada (ΔH é negativo). Volume 68 Em uma reação endotérmica, em que a energia é absorvida na forma de calor, o saldo energético provém do(s) produto(s). Ou seja, a entalpia do(s) produto(s) é maior que a entalpia do(s) reagente(s) – HReagente(s) < HProduto(s). A seguir, as possíveis equações para representar uma reação endotérmica: Reagente(s) + calor Produto(s) Reagente(s) Produto(s) – calor Reagente(s) Produto(s) H = +x calor O diagrama geral, para essa reação, indica que a entalpia do(s) produto(s) – HP – é maior que a entalpia do(s) reagente(s) – HR –, e por isso há absorção de energia. Quando a seta, em um diagrama de entalpia, está para cima, a energia é absorvida ( H é positivo). Ao contrário da reação de formação da água, apresentada anteriormente como exemplo de reação exotérmica, a decomposição dessa substância é um processo endotérmico. HReagente = –285,83 kJ HProdutos = 0 H = HFinal – HInicial H = HProdutos – HReagente H = 0 – (–285,83) H = +285,83 kJ há absorção de 285,83 kJ Assim, H2O(ℓ) + 285,83 kJ H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) H2(g) + 1/2 O2(g) – 285,83 kJ H2O(ℓ) H2(g) + 1/2 O2(g) H = +285,83 kJ H (kJ) H2O(ℓ) 0 –285,83 ΔH > 0 H2(g) + 1/2 O2(g) Os calores, liberados ou absorvidos, são expressos, de acordo com o Sistema Internacional de Unidades (SI), em joule (J) ou seus submúlti- plos. Em algumas situações, como em rótulos de alimentos, é também expresso em caloria (cal). A equivalência entre caloria e joule é dada pela relação: 1 cal = 4,18 J Em uma reação química, a quantidade de calor é comumente expressa em quilojoule (kJ) ou em quiloca- loria (kcal). Faça os alunos perceberem, com os exemplos – formação e decomposi- ção da água –, que se em um sen- tido a reação é exotérmica, ou seja, libera calor, no sentido oposto, a reação absorve calor (é endotérmi- ca) e vice-versa. Isso será abordado com mais detalhes na sequência desta unidade. O joule é a unidade de trabalho e energia no SI. Sua definição é abordada pela disciplina de Física. Entalpia (H) Reagente(s) Produto(s) ΔH = HP – HR HP HR Caminho da reação (tempo) HP > HR ΔH > 0 Quando nos alimentamos, as molécu las presentes nos alimentos são metabolizad as (queimadas) pelo nosso organismo para li- berar (fornecer) energia que é utilizada p ara a manutenção dos nossos processos vitais . Ao final da unidade, na seção Química em foco, há um texto para leitura cujo tema é a quantidade de calorias na alimen- tação. Química 9 Organize as ideias Equação termoquímica A informação sobre a quantidade de energia liberada ou absorvida em reações químicas é de extrema importância. Porém, as condições em que as reações ocorrem – temperatura, pressão, estado de agregação e quantidade de matéria das substâncias envolvidas – influenciam no calor das reações. Por isso, essa grandeza é representada junto da equação a que se refere. Essa representação da reação química, conhecida como equação termoquímica, é fundamental, pois descreve as condições do sistema reacional e a variação de entalpia ( H). A equação termoquímica é a representação da reação química na qual devem constar as quantidades de matéria do(s) reagente(s) e do(s) produto(s), os estados físico e alotrópico (caso existam) das substâncias, a temperatura e a pressão na qual se encontra o sistema e a quantidade de calor liberada ou absorvida da reação ( H). Classifique as transformaçõesapresentadas em endotérmicas ou exotérmicas. a) C12H22O11(s) + calor 12 C(s) + 11 H2O(g) Endotérmica b) C6H12O6(aq) + 6 O2(g) 6 CO2(g) + 6 H2O(g) + calor Exotérmica c) H2O(ℓ) H2(g) + 1/2 O2(g) H > 0 Endotérmica d) HCℓ(aq) + NaOH(aq) – 13,8 kcal NaCℓ(aq) + H2O(ℓ) Exotérmica e) C2H6O(ℓ) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) H = –1 366,1 kJ Exotérmica f) H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(g) + 241,82 kJ Exotérmica g) H2O(g) H2(g) + 1/2 O2(g) H = +241,82 kJ Endotérmica h) Entalpia (H) HR HP Caminho da reação (tempo) Fe(s) + 1/2 O2(g) FeO(s) Exotérmica i) Entalpia (H) CO2(g) C(grafite) + O2(g) HP HR Caminho da reação (tempo) Endotérmica Volume 610 1 H2(g) + 1/2 O2(g) 1 H2O(g) H = –241,82 kJ 1 H2(g) + 1/2 O2(g) 1 H2O(ℓ) H = –285,83 kJ 2 H2(g) + 1 O2(g) 2 H2O(ℓ) H = –571,66 kJ 1 C(grafite) + O2(g) CO2(g) H = –393,51 kJ 1 C(diamante) + O2(g) CO2(g) H = –395,40 kJ Quando não for indicada a temperatura e a pressão em que a reação foi realizada, admite-se que ocorreu nas condições-padrão. Com os exemplos apresentados, é possível verificar que o estado de agregação (estado físico ou alotrópico) e a quantidade de matéria das substâncias envolvidas são fato- res que influenciam o calor da reação. Por isso, uma mesma reação química pode apresentar valores diferentes de H. Essa informação deve ser considerada para todas as equações termoquímicas que es- tão apresentadas neste material. Experimento Papel que não queima O experimento proposto envolve queima, por isso tome cuidado com a chama, pois po- dem ocorrer acidentes com a manipulação incorreta do fogo. Em Química, este símbolo é utilizado quando uma atividade envolve fogo e risco de incêndio. Materiais 1 béquer de 250 mL; pinça metálica grande; 50 mL de álcool isopropílico; 50 mL de água; bico de Bunsen; uma cédula de papel (dinheiro). Como fazer 1. No béquer, misture 50 mL de álcool isopropílico com 50 mL de água. 2. Molhe, completamente, a cédula de papel na solução. 3. Com o auxílio de uma pinça metálica, segure a cédula e coloque fogo. 4. Observe o ocorrido. Resultados e conclusão a) O experimento representa a reação de combustão total do álcool isopropílico (C3H7OH(ℓ)) em presença de oxigênio (O2(g)), em que são produzidos gás carbônico (CO2(g)), água (H2O(g)) e 1 987 kJ de energia. Com essas informações, indique a equação termoquímica balanceada e a variação de entalpia do sistema. b) Considerando a informação de que toda queima é classificada como um processo exotérmico, nesse experi- mento, a energia dos reagentes é maior ou menor que a energia dos produtos? c) Se a reação envolvida libera calor para o meio, por que o papel não queima? Caso prefira, podem ser usadas outras quantidades de água e álcool. Porém, é importante manter a mesma proporção em volume entre esses materiais. Nesse experimento a cédula de papel não é queimada, pois, ao mesmo tempo que ocorre a combustão do álcool isopropílico, o calor liberado dessa queima é absorvi- do pela água. Assim, não há calor suficiente para queimar o dinheiro. A pressão de 1 atm e a temperatura d e 25 oC são condições-padrão de um sistema. 2 Gabaritos. Química 11 Fatores que alteram a variação de entalpia da reação Em uma equação termoquímica, é necessário especificar informações como quantidade de matéria (mol), estado físico das substâncias ou estado alotrópico, pois esses fatores influenciam no valor do H da reação. Quantidade de matéria Por ser uma propriedade extensiva, a variação de entalpia é diretamente proporcional aos coeficientes estequiomé- tricos das substâncias que participam da reação. Ou seja, o valor do H, representado em uma equação termoquímica, está relacionado à quantidade de matéria (mol) do(s) reagente(s) e do(s) produto(s). Para a reação de formação da água no estado líquido, a partir do hidrogênio e oxigênio gasosos, por exemplo, há liberação de 285,83 kJ. 1 H2(g) + 1/2 O2(g) 1 H2O(ℓ) H = –285,83 kJ Entretanto, quando a reação é controlada para que 2 mols de H2(g) reajam com o oxigênio e formem 2 mols de H2O(ℓ), sob pressão constante, o sistema libera 571,66 kJ de calor. 2 H2(g) + 1 O2(g) 2 H2O(ℓ) H = –571,66 kJ Para cada caso, pode-se dizer que o H da equação termoquímica balanceada está associado explicitamente às quantidades de reagentes e de produto. Estado físico A variação de entalpia para uma reação também depende do estado físico do(s) reagente(s) e do(s) produto(s). Se o produto da reação entre hidrogênio e oxigênio gasosos correspondesse à água no estado gasoso em vez de água no estado líquido, o H seria –241,82 kJ e não –285,83 kJ. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(g) H = –241,82 kJ H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) H = –285,83 kJ A mudança no valor do H também ocorreria para a formação da água no estado sólido. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(s) H = –292,72 kJ Os valores do H relacionados aos diferentes estados físicos da água também podem ser representados pelo dia- grama: propriedade extensiva: propriedade que depende da quantidade da amostra. 3 Coeficientes estequiométricos e valor do H. Entalpia (kJ) HReagentes H(g) H(ℓ) H(s) Caminho da reação ΔH1 = –241,82 kJ ΔH2 = –285,83 kJ ΔH3 = –292,72 kJ H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) H2O(g) H2O(s) ΔHcondensação = –44,01 kJ ΔHsolidificação = –6,89 kJ ΔHvaporização = +44,01 kJ ΔHfusão = +6,89 kJ Verifica-se, dessa forma, que a entalpia da água: • no estado gasoso (H(g)) é a maior; • no estado líquido (H(ℓ)), intermediária; e, • no estado sólido (H(s)), a menor. Ja ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. Volume 612 Como o líquido e o vapor são estados mais energéticos que o sólido, a energia liberada para a formação da água no estado sólido é maior que nos estados líquido e gasoso. Essa diferença energética pode ser explicada pelo grau de agitação das moléculas, que aumenta do estado sólido para o estado de vapor. No diagrama, também se observa que as mudanças de estado físico de uma substância envolvem trocas de ener- gia, isto é, ocorrem com absorção ou liberação de calor. Assim, a variação de entalpia para uma reação inversa é igual em valores absolutos, mas oposta em sinal. Ou seja, se em um sentido há absorção de energia na forma de calor, no sentido oposto, ocorre liberação da mesma quantidade de calor. Veja os exemplos: H2O(ℓ) H2O(g) Hvaporização = +44,01 kJ H2O(g) H2O(ℓ) Hcondensação = –44,01 kJ Estado alotrópico A mudança no estado alotrópico dos participantes de uma reação química também é um fator que altera a variação de entalpia ( H) do sistema. Observe. C(grafite) + O2(g) CO2(g) H = –393,51 kJ C(diamante) + O2(g) CO2(g) H = –395,40 kJ Apesar de serem semelhantes, as equações termoquímicas diferem quanto à forma alotrópica do elemento químico. Por esse motivo, apre- sentam valores de H diferentes. As variedades alotrópicas mais comuns ocorrem com os elementos carbono e oxigênio. • Alótropos do carbono As formas alotrópicas mais conhecidas desse elemento químico são: a grafite e o diamante. A grafite, forma alotrópica mais estável do carbono, é um sóli- do macio, preto e escorregadio que tem brilho metálico e conduz corrente elétrica. Sua estrutura é formada por um rearranjo em folhas paralelas de átomos de carbono mantidas por interações de Van der Waals. Detalhes sobre a entalpia de formação de uma substância serão apresentados no decorrer desta unidade. O estado alotrópico mais comum é considerado o mais estável, o que justifica seu valor de entalpia mais baixo. Quando um mesmo elemento quím ico origina substâncias simples diferent es, tem-se uma variedade alotrópica. E sse fenômeno conhecido como alotropia – do grego allos (outro) e tropos (maneira) – pode ocorrer em razão das diferen tes estruturas das substâncias no estado só- lido ou da diferença quanto ao número de átomos que compõem a molécula. Reforce que a alotropia é um fenômeno exclusivopara as subs- tâncias simples. G et ty Im ag es /D or lin g K in d er sl ey As ligações entre os planos na grafite são fra- cas e permitem a movimentação dos elétrons, o que justifica a sua condutividade. D iv o. 2 01 5. D ig ita l. Em pressões e temperaturas muito altas, da ordem de 100 mil atm e 3 000 ºC, a grafite pode ser convertida em diamante. Disposição espacial dos átomos de carbono na grafite Química 13 O diamante, substância natural de maior dureza, é um sólido duro e transparente no qual os átomos de carbono formam uma rede cristalina. Disposição espacial dos átomos de carbono no diamante Outra forma alotrópica do carbono são os fulerenos. Porém, até hoje, esses compostos não tiveram suas propriedades totalmente elucidadas. Ao contrário da grafite e do diamante, em que há uma infinidade de áto- mos de carbono unidos constituindo um retículo cristalino, o fulereno é uma variedade formada por moléculas contendo no mínimo 60 átomos de carbono (C60). Os fulerenos foram descobertos, em 19 85, por Harold Walter Kroto (1939-), Rich ard Errett Smalley (1943-2005) e Robert Flo yd Curl (1933-). As estruturas contendo 60 átomos de carbono, conhecidas co mo buckminsterfulereno (em homenagem ao arquiteto Richard Buckminster Fuller), ap re- sentam a forma de uma bola de futebol c om 32 faces, sendo 20 hexagonais e 12 pen ta- gonais. Atualmente, é chamada simpl es- mente de fulereno ou C60. O prefixo nano- tem sido utilizado p ara materiais que têm pelo menos uma d as suas dimensões com tamanho inferio r a 100 nanômetros (1 nanômetro = 10 –9 m). A diferença de dureza entre a grafite e os nano- tubos de carbono deve-se ao tipo de estrutura, uma vez que os tubos são mais resistentes que as cama- das finas. Ilu st ra çõ es : D iv o. 2 01 5. D ig ita l. Disposição espacial dos átomos de carbono em nanotubo O C60 impulsionou a descoberta de outras estruturas de fulerenos, principalmente materiais nanoestruturados, sendo o maior destaque os nanotubos de carbono – estruturas formadas por átomos de carbono com ligações semelhantes às da grafite. Disposição espacial do fulereno contendo 60 átomos de carbono Volume 614 Molécula em forma de bola de futebol é encontrada no espaço Astrônomos detectaram as maiores moléculas já encontra- das no espaço em uma nuvem de poeira cósmica ao redor de uma estrela. As moléculas têm a forma de bola de futebol e são formadas por átomos de carbono. Descobertas [...] em experimentos de laboratório, essas mo- léculas, chamadas de fulerenos, consistem de [...] átomos de carbono [...]. Os fulerenos são uma terceira forma de carbono. As duas primeiras são grafite e diamante. Devido a sua estabilidade, esperava-se encontrar a molécula em estrelas bem desenvolvidas, ricas em carbono. O elemento forneceria a matéria-prima para a molécula, e sua estabilidade impediria sua quebra pela radiação interestelar. [...] um grupo de pesquisas liderado por Jan Cami, da Uni- versidade de Western Ontario, no Canadá, detectou as molécu- las usando o telescópio de infravermelho Spitzer da Nasa (agên- cia espacial americana). Em artigo publicado na revista “Science”, Cami e sua equipe descrevem ter identificado a assinatura em infravermelho da molécula. “[As moléculas] oscilam e vibram de várias maneiras e, ao fa- zerem isso, interagem com a luz infravermelha em comprimen- tos de onda bem específicos”, disse Cami [...]. Quando o teles- cópio detectou emissões nesses comprimentos de onda, Cami sabia que o sinal vinha de fulerenos. Harry Kroto, professor da Universidade Estadual da Flórida e Nobel de Física em 1996 pela des- coberta dos fulerenos, comemorou a descoberta. “Esse avanço entusiasmante fornece provas convin- centes de que os fulerenos, como sempre suspeitei, existiram desde tempos imemoriais nos recantos escuros da nossa galáxia.” O sinal originou-se em uma estrela de Ara, no hemisfério celestial sul, a 6 500 anos-luz de distância. ConexõesConexões Harold Kroto sentado em meio aos modelos de moléculas de fulerenos MOLÉCULA em forma de bola de futebol é encontrada no espaço. Folha de S.Paulo, São Paulo, Ciência. Disponível em: <http://www1.folha. uol.com.br/ciencia/771152-molecula-em-forma-de-bola-de-futebol-e-encontrada-no-espaco.shtml>. Acesso em: 8 abr. 2015. La tin St oc k/ Sc ie n ce P h ot o Li b ra ry /G eo ff T om p ki n so n • Alótropos do oxigênio O elemento oxigênio é encontrado em duas formas moleculares: O2 (gás oxigênio) e O3 (ozônio). A diferença entre esses alótropos é a atomicidade da molécula, ou seja, o número de átomos que a constituem. O gás oxigênio, presente em aproximadamente 21% do ar seco, é um gás indispensável à nossa respiração. O ozô- nio, gás presente em quantidades muito pequenas na parte mais alta da atmosfera e no ar poluído, protege a Terra dos efeitos da radiação ultravioleta. Química 15 Casos especiais de entalpia Há várias situações em que é importante conhecer a variação de entalpia associada a dado processo químico. No entanto, para isso, é necessário ter o valor da entalpia das substâncias que participam da reação. Diante da impossibilidade de se determinar experimentalmente o valor absoluto da entalpia de uma substância, foi adotado um referencial chamado de estado-padrão. O estado-padrão de uma substância corresponde a sua forma pura sob pressão atmosférica de 1 atm e temperatura de interesse, a qual normalmente é 298 K (25 ºC). Assim, a entalpia-padrão ( Hº) de uma reação é definida como a variação de entalpia quando todos os reagentes e produtos estão em seus estados-padrão. Arbitrariamente, é atribuído o valor zero para a entalpia dos elementos no estado-padrão, que são, em geral, subs- tâncias simples no seu estado físico mais comum ou na sua variedade alotrópica mais estável (menos energética). Observe alguns exemplos na tabela. Elemento Hidrogênio Oxigênio Carbono Enxofre Nitrogênio Flúor Cloro Bromo Iodo Substância simples com Hº = 0 H2(g) O2(g) C(grafite) S(rômbico) N2(g) F2(g) Cℓ2(g) Br2(ℓ) I2(s) Portanto, a variação de entalpia de uma reação pode ser determinada diretamente por algum experimento ou calculada usando as entalpias-padrão das substâncias. Entalpia-padrão de formação ( Hºf) Um importante processo utilizado para organizar dados termoquímicos em tabelas é a formação de uma subs- tância com base em seus elementos constituintes. A variação de entalpia associada a esse processo é chamada de entalpia-padrão de formação ou calor de formação. A entalpia-padrão de formação corresponde à variação de entalpia para a reação que forma 1 mol de uma substância com base em seus elementos, com todas as substâncias no estado-padrão. Se um elemento existir em mais de uma forma sob condições-padrão, a forma mais estável do elemento é utilizada na reação de formação. Observe as entalpias-padrão de formação para algumas substâncias. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) Hºf = –285,83 kJ C(grafite) + O2(g) CO2(g) Hºf = –393,51 kJ 1/2 N2(g) + 1/2 O2(g) NO(g) Hºf = +90,25 kJ A estequiometria das reações que foram exemplificadas indica que há sempre 1 mol da substância produzida. Por isso, os valores das entalpias de formação também podem ser representados em kJ/mol da substância. Como, por definição, a entalpia dos elementos no estado-padrão é zero, até mesmo porque não existe reação de formação apropriada quando o elemento já está em seu estado-padrão, a entalpia-padrão da reação de formação é numericamente igual à entalpia de 1 mol da substância produzida. O grau sobrescrito (º) na entalpia-padrão indica que o dado se refere às condições-padrão (1 atm e 25 ºC). Não há sistemas reais com energia nula. Ou seja, o valor zero para as entalpias das substâncias simples no estado-padrão é apenas um valor de referência. Volume 616 Assim, os valores das entalpias de várias substâncias são registradosem tabelas que podem ser utilizadas para determinar teoricamente as variações de entalpias para diferentes reações. Substância kJ/mol Substância kJ/mol CH4(g) –74,81 NaCℓ(s) –411,15 C2H2(g) +226,73 NaOH(s) –425,61 C2H4(g) +52,26 NaOH(aq) –470,11 CO(g) –110,53 Ca(OH)2(s) –986,09 CO2(g) –393,51 Ca(OH)2(aq) –1 002,82 SO2(g) –296,83 Aℓ(OH)3(s) –1 276 H2S(g) –20,63 O3(g) +142,7 HF(g) –271,1 AgI(s) –61,84 HBr(g) –36,40 AgI(aq) +50,38 HCℓ(g) –92,31 CH3OH(ℓ) –238,86 H2O(g) –241,82 CH3CH2OH(ℓ) –277,69 H2O(ℓ) –285,83 CaO(s) –635,09 H2O(s) –292,72 CaCO3(s) –1 206,9 NH3(g) –46,11 HCN(g) +135,1 NO(g) +90,25 H2SO4(ℓ) –813,99 NO2(g) +33,18 C6H12O6(s) –1 268 Fonte: ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 831-836. Entalpia-padrão de combustão ( Hºc) A energia associada às reações de combustão é denomina- da entalpia-padrão de combustão. A entalpia-padrão de combustão de uma substância corresponde à energia liberada na queima completa de 1 mol de uma subs- tância (combustível) pelo gás oxigênio (comburente), todos no estado-padrão. Por serem sempre reações exotérmicas, as variações de entalpia associadas às reações de combustão correspon- dem a valores negativos ( H < 0). CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(ℓ) Hºc = –890 kJ C3H8(g) + 5 O2(g) 3 CO2(g) + 4 H2O(ℓ) Hºc = –2 220 kJ Os produtos formados dependem da composição do combustível. Para compostos que apresentam carbono e hidrogênio, a queima completa produz gás carbônico e água. 4 Temperatura e valores das entalpias de combustão. Coincidência entre os valores de entalpia de combustão e de formação. 5 Em virtude do crescimento da popula ção mundial e do consequente avanço na demanda de e nergia, surgiu uma nova profissão com um campo promi ssor: a Engenharia de Energias Renováveis. O objetivo p rincipal do enge- nheiro é pesquisar matrizes energética s mais eficazes e de baixo impacto ambiental. Química 17 O conhecimento dos produtos da queima e o valor da energia-padrão de combustão auxiliam, por exemplo, na decisão sobre qual combustível é mais adequado para determinada aplicação. Entalpia-padrão de neutralização ( Hºn) A entalpia-padrão de neutralização corresponde à energia liberada na formação de 1 mol de água, a partir da neutralização de 1 mol de íons H+ por 1 mol de íons OH–, em soluções aquosas diluídas. Para ácidos e bases fortes (100% ionizados ou dissociados nos respectivos íons), a variação de entalpia de neutrali- zação é constante e corresponde a –58,0 kJ por mol de água formada. HCℓ(aq) + NaOH(aq) NaCℓ(aq) + H2O(ℓ) Hºn = –58,0 kJ HNO3(aq) + KOH(aq) KNO3(aq) + H2O(ℓ) Hºn = –58,0 kJ Lembre os alunos de que 1 kcal = 4,18 kJ. Portanto, –58 kJ corresponde a, aproximadamente, –13,8 kcal. Atividades A tabela apresenta as entalpias de combustão para di- ferentes substâncias, frequentemente utilizadas como combustíveis. Substância Entalpia de combustão (kJ/mol) (valores aproximados) CH4(g) –890 C3H8(g) –2 220 C4H10(g) –2 878 C8H18(ℓ) –5 471 CH3OH(ℓ) –726 C2H5OH(ℓ) –1 368 Fonte: ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 836. Com base nessas informações, resolva as seguintes questões: a) Represente as equações termoquímicas das rea- ções de combustão para cada combustível. b) Além de produzir o mínimo possível de poluição, a escolha de um combustível depende da quantidade de calor fornecida. Entre os combustíveis citados na tabela, qual libera a maior quantidade de calor por mol consumido? E por grama? c) Determine a quantidade de matéria de etanol (C2H5OH) a ser queimada para liberar 342 kJ. 1 mol de C2H5OH — 1 368 kJ x — 342 kJ x = 0,25 mol de etanol d) Determine a quantidade de energia liberada na queima de 32,4 kg de gasolina, cujo componente principal é o octano (C8H18). 114 g — 5 471 kJ 32,4 103 g — x x 1,555 106 kJ e) Calcule a massa de etanol (C2H5OH) necessária para gerar a mesma quantidade de calor liberada na queima de 1 mol de octano (C8H18). 1 mol de C8H18 — 5 471 kJ 46 g de etanol — 1 368 kJ x — 5 471 kJ x 183,9 g de etanol Sugestão de atividades: questões 1 a 24 da seção Hora de estudo. 6 Gabaritos. Volume 618 Métodos teóricos para determinar a variação de entalpia da reação Na prática, com auxílio de um calorímetro, pode-se determinar, sob pressão constante, a variação de entalpia de algumas reações químicas, como as que ocorrem em solução, por meio do ganho ou da perda de calor da solução para o conteúdo do calorímetro. Entretanto, isso nem sempre é possível, pois, além de serem muitas as reações, algumas, por exemplo, não ocorrem em condições experimentais normais. Por isso, existem vários métodos para determinar, teoricamente, a variação de entalpia de uma reação. Entalpia de formação As entalpias-padrão de formação de substâncias ( Hºf), predeterminadas e registradas em tabelas, podem ser uti- lizadas para calcular o H teórico de outras reações químicas. Assim, com os valores das entalpias de cada participante da reação, o cálculo pode ser realizado pela expressão: HºReação = [Σ Hºf Produto(s)] – [Σ Hºf Reagente(s)] Como a entalpia-padrão de formação de uma substância refere-se à en- talpia de 1 mol dessa substância, quando necessário, os valores tabelados devem ser multiplicados pelos coeficientes estequiométricos da referida substância, de acordo com a reação na qual participa. Para exemplificar, considere a reação de combustão da glicose. C6H12O6(s) + 6 O2(g) 6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) Dadas as entalpias-padrão de formação: C6H12O6 = –1 268 kJ; CO2 = –393,51 kJ; H2O = –285,83 kJ, é possível determinar o valor da energia liberada para essa reação. Comente com os alunos que, embora os métodos envolvam processos dife- rentes para a determinação do H de uma reação, o resultado final deve ser sempre o mesmo. A maior parte da energia de que n os- so corpo necessita vem de carboidra tos e gorduras. A glicose, um carboidr ato simples, é o principal açúcar no sang ue. Transportada pelo sangue para as célu las, esse carboidrato reage com o O2 em u ma série de etapas, produzindo CO2(g), H2O(ℓ) e energia. O valor do H da reação pode ser expresso em função da quantidade de matéria para qualquer participante da reação. Lei de Hess Estabelecida com base em resultados experimentais, a Lei de Hess foi enunciada, em 1840, pelo cientista suíço Germain Henri Hess (1802-1850), considerado um dos pioneiros da Físico-Química. Resolução: C6H12O6(s) + 6 O2(g) 6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) Hº = ? (–1 268) + 6 ⋅ zero 6 ⋅ (–393,51) + 6 (–285,83) –1 268 kJ (–2 361,06) + (–1 714,98) –1 268 kJ –4 076,04 kJ HºReação = [Σ Hºf Produto(s)] – [Σ Hºf Reagente(s)] Hº = [–4 076,04 kJ] – [–1 268 kJ] Hº = –4 076,04 + 1 268 Hº = –2 808,04 kJ 2 808,04 kJ liberados Recorde com os alunos que substâncias simples no seu estado físico mais comum ou na sua varie- dade alotrópica mais es- tável (menos energética) têm entalpia igual a zero. Química 19 CHAGAS, A. P.; AIROLDI, Claudio. Lavoisier, Hess e os primórdios da termoquímica. Química Nova, v. 4, n. 3, p. 95-96, jul. 1981. A variação de entalpia de uma reação química depende apenas do estado inicial do(s) reagente(s) e final do(s) produto(s). Em outras palavras, partindo-se de um estado inicial e chegando-se a um estado final, o H será sempre o mesmo, independentemente do caminho percorrido, seja uma reação direta, seja em etapas. A Lei de Hess pode ser conside- rada uma simples consequência do Princípio da Conservação da Energia, que estabelece que esta não pode ser criada nem destruída, apenas convertida em outra forma de energia. Mede o que é mensurável e torna mensurável o que não é. Galileu Galilei A grande utilidade desse método teórico é determinar a variação de entalpia das reaçõesque não se realizam na prática ou de reações que se realizam, porém são difíceis de serem medidas diretamente. Ou seja, é possível fazer uma previsão do H de uma reação sem realizá-la, por meio de outras reações cujos valores de entalpias estão disponíveis. As equações termoquímicas podem ser operadas como se fossem equações algébricas, em que a variação de entalpia da equação global será igual à soma das variações de entalpia das etapas individuais. HReação = HI + HII + HIII + ... + Hn Como exemplo, veja a utilização desse método para determinar a combustão incompleta do carbono. C(grafite) + 1/2 O2(g) CO(g) H = ? Na prática, é impossível medir diretamente a entalpia dessa reação. Para isso, utilizam-se as variações de entalpia das etapas que participam dessa queima. Observe as equações: I. C(grafite) + O2(g) CO2(g) H = –393,51 kJ II. CO(g) + 1/2 O2(g) CO2(g) H = –282,98 kJ [...] Em 1838 Hess começou suas investigações termoquímicas. Não havia tido anteriormente ne- nhum preparo em calorimetria, como todos os químicos de seu tempo, mas seu trabalho é pautado pela simplicidade, engenhosidade e precisão. Verificou ele que o calor de neutralização entre um ácido e uma base, ambos em solução aquosa, era o mesmo, quer se adiciona a ácido concentrado à água e depois à base, ou se fizesse o contrário, primeiro a base em água e depois o ácido. A soma dos calores obtidos à várias concentrações do ácido ou da base (fixando-se um deles) era constante dentro de um erro de 1% (!). Estes estudos levaram-no, em 1840, a enunciar a lei hoje conhecida como “Lei de Hess”, ou seja: “a quantidade de calor envolvida durante a formação de um dado composto é constante, indepen- dente se o composto é formado direta ou indiretamente em uma série de etapas”. Volume 620 Resolução: Com os valores das entalpias de combustão fornecidas, as equações devem ser combinadas a fim de que a soma resulte na equação de combustão desejada. Para isso, as equações I e II são ordenadas de tal modo que o C(grafite) esteja no lado do reagente e o CO(g) no lado do produto, conforme a equação principal. Ou seja, • A equação I é mantida e o C(grafite) continua como reagente. C(grafite) + O2(g) CO2(g) HI = –393,51 kJ • A equação II é invertida para que o CO(g) seja o produto. CO2(g) CO(g) + 1/2 O2(g) HII = +282,98 kJ A soma algébrica das 2 equações, nesse caso, possibilita o cancelamento do CO2(g), que aparece em ambos os lados das setas. I. C(grafite) + O2(g) CO2(g) HI = –393,51 kJ II. CO2(g) CO(g) + 1/2 O2(g) HII = +282,98 kJ Portanto, C(grafite) + 1/2 O2(g) CO(g) H = –110,53 kJ 7 Dica de como ordenar as equações secundárias para calcular a variação de entalpia da equação principal. 8 Relação entre os valores da variação de entalpia para a reação direta e inversa. Às vezes, é necessário multiplicar ou dividir determinada equação por certo número e, consequentemente, seu valor de H, para que a quantidade de matéria das substâncias envolvidas fique de acordo com a equação que se deseja calcular a variação de entalpia. Isso ocorre, pois, conforme já apresentado, a entalpia é uma propriedade extensiva, isto é, seu valor depende da quantidade de matéria de cada participante da reação. Também é possível determinar a variação de entalpia de uma reação, pela Lei de Hess, por meio da represen- tação gráfica. Observe a determinação do H para o exemplo apresentado anteriormente. C(grafite) + O2(g) ∆H = –393,51 kJ CO2(g) ∆H = –110,53 kJ CO(g) + 1/2 O2(g) ∆H = +282,98 kJ O diagrama de entalpia permite uma melhor visualização das diversas etapas do processo e a determinação do H da equação global. Energia de ligação Em uma reação química, as substâncias iniciais são consumidas para que novas substâncias sejam formadas. A nível microscópico, há um rearranjo entre os átomos presentes no(s) reagente(s) para que novas ligações entre esses átomos sejam obtidas no(s) produto(s). Em outras palavras, algumas ligações são quebradas e outras, formadas. Química 21 A tabela apresenta valores de entalpia de ligação média para algumas ligações. Para que ocorra a quebra de ligações no(s) reagente(s), é necessário o fornecimento de energia, pois se trata de um processo endotérmico. Ao contrário, para a formação de ligações no(s) produto(s), há liberação de energia, ou seja, é um processo exotérmico. A análise dessas energias permite determinar a variação de entalpia de uma reação química. Porém, como a energia absorvida no rompimento de uma ligação é numericamente igual à energia liberada para a sua formação, a entalpia de ligação é definida em termos de quebra de ligação. A entalpia de ligação é a energia necessária para romper 1 mol de ligações entre átomos no estado gasoso, em condições-padrão. Para romper, por exemplo, 1 mol de ligações do gás hidrogênio e formar átomos de H(g), é necessário fornecer 436 kJ de energia. Por isso, diz-se que a energia de ligação H – H equivale a 436 kJ. As entalpias de ligação sempre apresentam valores positivos, pois medem o calor necessário para a quebra de determinada ligação. A indústria automobilística busca cada vez mais o de- senvolvimento de motores que utiliza m combustíveis alternativos, como o H2. Apesar de se r considerado o combustível que não causa poluição, sua capacidade energética (mássica e volumétrica) é b aixa. H2(g) 2 H(g) ou H – H 2 H(g) H = 436 kJ/mol de ligação Fonte: ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001. O saldo energético resultante entre a energia absorvida na ruptura de ligações e a energia liberada na formação de novas ligações determina a variação de entalpia da reação e indica se o processo que prevalece é endotérmico ou exotérmico. Ligação Entalpias de ligação (kJ/mol) Ligação Entalpias de ligação (kJ/mol) H – H 436 N N 944 C – H 412 N = N 409 C – C 348 N – O 210 C = C 612 N = O 630 C C 837 O = O 496 C – O 360 O – H 463 C = O 743 F – F 158 C – N 305 Cℓ – Cℓ 242 C – F 484 Br – Br 193 C – Cℓ 338 H – F 565 N – N 163 H – Cℓ 431 N – H 388 H – Br 366 H = 436 kJ/mol de ligação Volume 622 Observe o cálculo, que utiliza valores da entalpia de ligação, para o seguinte processo: H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(g). Ligação Energia (kJ/mol) H – H 436 O = O 496 H – O 463 Atividades 1. Os valores das entalpias-padrão de formação de al- gumas substâncias foram registrados em uma tabela no decorrer desta unidade. Utilize esses dados para determinar teoricamente a variação de entalpia dos seguintes processos, indicando se é exotérmico ou en- dotérmico. a) Combustão do etanol: CH3CH2OH(ℓ) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) b) Processo da fotossíntese: 6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) C6H12O6(s) + 6 O2(g) 6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) C6H12O6(s) + 6 O2(g) 6 (–393,51) + 6 (–285,83) –1 268 + zero –4 076,04 –1 268 HºReação = [Σ Hºf Produtos] – [Σ Hºf Reagentes] H = –1 268 – (–4 076,04) H = +2 808,04 kJ (endotérmico) c) Oxidação da amônia: 2 NH3(g) + 5/2 O2(g) 2 NO(g) + 3 H2O(ℓ) 2 NH3(g) + 5/2 O2(g) 2 NO(g) + 3 H2O(ℓ) 2 (–46,11) + zero 2 (+90,25) + 3 (–285,83) –92,22 –676,99 HºReação = [Σ Hºf Produtos] – [Σ Hºf Reagentes] H = –676,99 – (–92,22) H = –584,77 kJ (exotérmico) Porém, é importante notar que o valor obtido por esse método é aproximado, pois as entalpias de ligação, em geral, correspondem a valores médios das energias de ligação para diferentes compostos. Resolução: As ligações são substituídas pelos valores de energia que correspondem à quebra de 1 mol de ligação. Para isso, são representadas as ligações de todas as substâncias envolvidas na reação. H – H + 1/2 O = O H – O – H Ligações rompidas Ligações formadas 436 + 1/2 ⋅ (496) (2 ⋅ 463) 684 kJ < 926 kJ Energia absorvida < Energia liberada Saldo energético = 242 kJ H = –242 kJ Faça os alunos perceberem que,além do coeficiente estequiomé- trico, o valor da energia de ligação também deve ser ajustado conforme a quantidade de cada ligação. No exemplo apresentado, o saldo energético indica um processo exotérmico, pois a reação libera mais energia na forma de calor do que absorve. CH3CH2OH(ℓ) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) –277,69 + zero 2 ⋅ (–393,51) + 3 (–285,83) –277,69 –1 644,51 HºReação = [Σ Hºf Produtos] – [Σ Hºf Reagentes] H = –1 644,51– (–277,69) H = –1 366,82 kJ (exotérmico) Química 23 2. O gás metano (CH4), principal componente do gás natural, tem sido a escolha de muitas indústrias e pro- prietários de veículos, pois, quando comparado com outros combustíveis derivados do petróleo, produz maior quantidade de calor, por quilograma queimado, resultando em menor impacto ambiental. Dadas as entalpias de formação do CH4 = –74,81 kJ/mol, do CO2 = –393,51 kJ/mol e do H2O = –285,83 kJ/mol, calcule a variação de entalpia, em kJ, para a reação a se- guir, a 25 ºC e 1 atm. CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(ℓ) CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(ℓ) –74,81 + 2 (zero) –393,51 + 2 (–285,83) –74,81 –965,17 HºReação = [Σ Hºf Produtos] – [Σ Hºf Reagentes] HºReação = –965,17 – (–74,81) HºReação = –890,36 kJ 3. (UEM – PR) É possível preparar gás oxigênio em laboratório pelo aquecimento cuidadoso de clorato de potássio, de acordo com a reação: 2 KCℓO3(s) 2 KCℓ(s) + 3 O2(g) H = +812 kJ Supondo-se que a entalpia do KCℓ(s) vale +486 kJ/mol e considerando o sistema a 25 ºC e 1 atm, qual é o valor da entalpia-padrão do KCℓO3(s) em kJ/mol? 2 KCℓO3(s) 2 KCℓ(s) + 3 O2(g) H = +812 kJ x 2 (+486) + 3 (zero) H = +812 kJ x +972 H = +812 kJ HºReação = [Σ Hºf Produtos] – [Σ Hºf Reagentes] +812 = +972 – x x = +160 kJ/2 mols de KCℓO3 +80 kJ/mol de KCℓO3 4. O valor de H de uma reação química pode ser previs- to, teoricamente, por diferentes métodos. Determine a variação de entalpia dos processos a seguir, pela Lei de Hess. a) SO2(g) + 1/2 O2(g) SO3(g) I. S(s) + O2(g) SO2(g) HI = –284,0 kJ II. S(s) + 3/2 O2(g) SO3(g) HII = –378,0 kJ I. SO2(g) S(s) + O2(g) HI = +284,0 kJ II. S(s) + 3/2 O2(g) SO3(g) HII = –378,0 kJ SO2(g) + 1/2 02(g) SO3(g) H = –94,0 kJ b) C(s, grafite) + 2 H2(g) + 1/2 O2(g) CH3OH(ℓ) I. C(s, grafite) + O2(g) CO2(g) HI = –393 kJ II. 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(ℓ) HII = –572 kJ III. CH3OH(ℓ) + 3/2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(ℓ) HIII = –726 kJ (inverte a equação) I. C(s, grafite) + O2(g) CO2(g) HI = –393 kJ II. 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(ℓ) HII = –572 kJ III. CO2(g) + 2 H2O(ℓ) CH3OH(ℓ) + 3/2 O2(g) HIII = +726 kJ C(s, grafite) + 2 H2(g) + 1/2 O2(g) CH3OH(ℓ) H = –239 kJ (inverte a equação) (repete a equação) (repete a equação) (repete a equação) Volume 624 c) C(s) + 2 H2(g) CH4(g) I. C(s) + O2(g) CO2(g) HI = –393,5 kJ II. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(ℓ) HII = –285,8 kJ III. CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(ℓ) HIII = –890,3 kJ (inverte a equação) I. C(s) + O2(g) CO2(g) HI = –393,5 kJ II. 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(ℓ) HII = –571,6 kJ III. CO2(g) + 2 H2O(ℓ) CH4(g) + 2 O2(g) HIII = +890,3 kJ C(s) + 2 H2(g) CH4(g) H = –74,8 kJ 5. (UTFPR) O metanol é um excelente combustível alter- nativo para motores de alta compressão, bem como um dos combustíveis usados em aviões a jato e foguetes. Ele pode ser produzido através da reação controlada do oxigênio do ar com metano do gás natural. CH4(g) + 1/2 O2(g) CH3OH(ℓ) Dadas as equações abaixo, CO(g) + 3 H2(g) CH4(g) + H2O(g) H = –206,1 kJ (inverte a equação) 2 H2(g) + CO(g) CH3OH(ℓ) H = –128,3 kJ (repete a equação) 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(g) H = –483,6 kJ (divide por 2 a equação) podemos afirmar que a entalpia-padrão de reação para a formação de 1 mol de metanol a partir de metano e oxigênio é igual a: X a) –164,0 kJ b) –818,0 kJ c) –405,8 kJ d) –576,2 kJ e) –92,6 kJ 6. Considere a seguinte reação: HCℓ(g) H(g) + Cℓ(g) H = +431 kJ Determine o valor da energia de ligação. (repete a equação) (multiplica por 2 a equação) I. CH4(g) + H2O(g) CO(g) + 3 H2(g) HI = +206,1 kJ II. 2 H2(g) + CO(g) CH3OH(ℓ) HII = –128,3 kJ III. H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(g) HIII = –241,8 kJ CH4(g) + 1/2 O2(g) CH3OH(ℓ) H = –164,0 kJ Para formar o hidrogênio e o cloro isolados, é necessário romper a ligação H – Cℓ. Como nenhuma nova ligação é formada, a entalpia da reação é igual à energia absorvida no rompimento da ligação da molécula de HCℓ, ou seja, a energia de ligação do HCℓ é igual a 431 kJ. 7. Os valores das energias de ligação de algumas subs- tâncias foram apresentados no decorrer desta unidade. Utilize esses dados para determinar teoricamente a va- riação de entalpia das seguintes reações. a) 2 HF H2 + F2 2 H – F H – H + F – F Ligações rompidas Ligações formadas 2 (565) 436 + 158 1 130 kJ > 594 kJ Energia absorvida > Energia liberada Saldo energético = 536 kJ H = +536 kJ b) 3 Cℓ2 + 2 NH3 6 HCℓ + N2 3 Cℓ – Cℓ + 2 H – N – H 6 H – Cℓ + N ≡ N H Ligações rompidas Ligações formadas 3 (242) + 2 (3 388) 6 (431) + 944 3 054 kJ < 3 530 kJ Energia absorvida < Energia liberada Saldo energético = 476 kJ H = –476 kJ c) CH4 + Cℓ2 CH3Cℓ + HCℓ H H H — C — H + Cℓ — Cℓ H — C — Cℓ + H — Cℓ H H Ligações rompidas Ligações formadas 4 (412) + 242 3 (412) + 338 + 431 1 890 kJ < 2 005 kJ Energia absorvida < Energia liberada Saldo energético = 115 kJ H = –115 kJ Sugestão de atividades: questões 25 a 50 da seção Hora de estudo. Química 25 Cuidado: as calorias enganam O método de calcular a energia dos alimentos caducou. E os pneuzinhos provam que podemos estar consumindo mais do que os rótulos dizem No final do século 19, um químico americano descobriu que era possível contar a quantidade de energia dos alimentos. E é por causa dele que, até hoje, somos tentados a dar uma olhada, mesmo que discreta, nas calorias indicadas nos rótulos dos alimentos. Uma colher de Nutella engorda tanto quanto duas de requeijão light. [...] Feliz com a confirmação de que o mais gostoso vale a pena, você come o doce de avelã [...] e ainda acredita que está mantendo o peso. Ledo engano. O que os rótulos não dizem (ou preferem não mostrar) é que seu corpo pode digerir cada um desses alimentos de forma muito diferente. Por isso, modo de preparo, textura, composição ou mesmo dúvidas sobre o método de contagem de calorias são capazes de diminuir ou aumentar a energia extraída da comida em até 50%. Quando aquele químico, Wilbur Olin Atwater (1844-1907), fez suas contas e descobriu que carboidratos e proteínas geravam 4 quilocalorias (kcal) por grama e gorduras 9 kcal por grama, ele esqueceu de considerar que o corpo humano absorve cada tipo de alimento de forma diferente. E que isso pode simplesmente virar de cabeça para baixo esses números que aparecem nas embalagens – e nos quais muita gente baseia cegamente suas dietas. Um exemplo são as fibras, presentes em cereais e alimentos integrais. Mais resistentes à digestão que outros elementos, as fibras diminuem o tempo que a comida leva para passar pelo intestino. Com menos tempo de trânsito intestinal, os ingredientes também têm menos tempo para ser absorvidos e isso significa que menos calorias são aproveitadas. É aí que aparece Geoffrey Livesey, médico e nutricionista na cidade de Norfolk, Inglaterra. Ele considera, com razão, ultrapassada a metodologia de Atwater, o cara que queimava os alimentos no século 19 enquanto a maioria da população nem sequer sonhava em fazer dieta. Os estudos de Live- sey estimam que as fibras são capazes de diminuir em até 25% a energia fornecidapelos alimentos. Ele diz, por exemplo, que numa dieta com esses ingredientes, as proteínas não geram 4 kcal, mas 3,2 kcal. “Uma pessoa vegetariana, que come mais fibras que a média, absorve as calorias de forma diferente”, afirma a nutricionista Helena Simonard Loureiro, da PUCPR. “Parte dos nutrientes pode passar muito rápido pelo intestino e, se não houver absorção, também não há calorias.” [...] “No balanço calórico total do dia é importante somar não só os números das etiquetas, mas também esses outros elementos e até mesmo o estado físico do dia, se a pessoa está com intestino preso ou solto, por exemplo.” Química em foco LOIOLA, Rita. Cuidado: as calorias enganam. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT111996-17579,00. html>. Acesso em: 11 maio 2015. Hora de estudo 26 Volume 6 1. (UFRGS – RS) Em nosso cotidiano ocorrem processos que podem ser endotérmicos (absorvem energia) ou exotérmicos (liberam energia). Assinale a alternativa que contém apenas fenômenos exotérmicos ou apenas fenômenos endotérmicos: X a) explosão de fogos de artifício; combustão em moto- res de automóveis; formação de geada. b) secagem de roupa; formação de nuvens; queima do carvão. c) combustão em motores de automóveis; formação de geada; evaporação de lagos. d) evaporação de água de lagos; secagem de roupas; explosão de fogos de artifício. e) queima de carvão; formação de geada; derretimen- to de gelo. 2. (UNIR – RO) Considere os seguintes fenômenos: I. combustão da madeira; II. vaporização do álcool; III. solidificação da água; IV. dissolução de ácido sulfúrico concentrado em água. São exotérmicos os fenômenos: a) II e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. X c) I, III e IV, apenas. d) I, II, III e IV. e) II e IV, apenas. 3. (UEM – PR) Admitindo-se que a reação C8H18 + 25 2 O2 → 8 CO2 + 9 H2O + calor se complete no sentido indicado, assinale a alternativa correta: X a) Há menos energia armazenada nos produtos do que nos reagentes. b) A quantidade de calor liberada independe do estado físico dos produtos. c) Trata-se de uma reação endotérmica. d) A quantidade de energia liberada independe da massa de reagentes. e) A combustão de 228 g de C8H18 produz 352 g de CO2. 9 Gabaritos. A resolução das questões desta seção deve ser feita no caderno. 4. (UEA – AM) Um dos princípios que serviram de alicerce no estudo e na evolução da Termoquímica foi o Princípio de Berthelot, que pode ser enunciado da seguinte maneira: “Quando num sistema químico se processam diversas reações, sem intervenção de energia externa, realiza- -se primeiramente aquela que desprender maior quan- tidade de calor”. Baseando-se nesse princípio e nos dados da tabela a seguir, pode-se afirmar que, quando o gás hidrogênio (H2) se encontra em presença de F2, Cℓ2, Br2, I2 e N2, forma-se primeiramente o hidreto de: Reação Hº H2(g) + F2(g) → 2 HF(g) –64 kcal H2(g) + Cℓ2(g) → 2 HCℓ(g) –44 kcal H2(g) + Br2(g) → 2 HBr(g) –27 kcal H2(g) + I2(g) → 2 HI(g) –13 kcal 3 H2(g) + N2(g) → 2 NH3(g) –22 kcal X a) flúor b) cloro c) bromo d) iodo e) nitrogênio 5. (UEL – PR) As bolsas térmicas consistem, geralmente, de dois invólucros selados e separados, onde são ar- mazenadas diferentes substâncias químicas. Quando a camada que separa os dois invólucros é rompida, as substâncias neles contidas misturam-se e ocorre o aquecimento ou resfriamento. A seguir estão represen- tadas algumas reações químicas que ocorrem após o rompimento da camada que separa os invólucros com seus respectivos H. Analise as reações e os valores correspondentes de H° e assinale a alternativa que correlaciona, adequadamente, as reações com as bol- sas térmicas quentes ou frias. I. CaO(s) + SiO2(s) CaSiO3(s) H = –89,5 kJ/mol 27QuímicaQuímica 27 II. NH4NO3(s) + H2O(ℓ) NH4 + (aq) + NO3 – (aq) H = +25,69 kJ/mol III. CaCℓ2(s) + H2O(ℓ) Ca 2+ (aq) + 2 Cℓ – (aq) H = –82,80 kJ/mol a) I. fria, II. quente, III. fria. X b) I. quente, II. fria, III. quente. c) I. fria, II. fria, III. fria. d) I. quente, II. quente, III. fria. e) I. quente, II. quente, III. quente. 6. (UECE) O sal de cozinha, em contato com a água, mesmo na forma de gelo, tende a se dissolver. Essa dissolução é um processo endotérmico, isto é, exi- ge uma quantidade de energia para se concretizar. A temperatura da mistura pode chegar a –18 oC e, em 5 minutos, seu isopor será capaz de fazer por uma latinha de cerveja o que o freezer faria em 15 minutos. Assinale a opção que contém o gráfico que representa um processo endotérmico, em uma reação química: a) b) c) X d) 7. (UFSM – RS) A queima do dirigível Hindenburg, em Nova Jersey, no ano de 1937, marcou o fim do uso de hidro- gênio em dirigíveis, potencializando o uso de aviões. O hidrogênio reage ao ar de acordo com a equação: 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(g) H = –483,6 kJ Considerando a equação, analise as afirmações: I. Como o valor de H é negativo, o sistema libera calor para a vizinhança. II. O valor da variação da entalpia permanece o mes- mo, independente da quantidade de reagentes con- sumida no processo. III. A entalpia dos reagentes é maior que a entalpia dos produtos. IV. A reação é endotérmica. Estão corretas: a) apenas I e II. X b) apenas I e III. c) apenas II e III. d) apenas II e IV. e) apenas I, III e IV. 8. (UERN) O conceito de entalpia-padrão de formação constitui uma das ideias mais brilhantes da termoquímica. A partir desse conceito, é possível se determinar o valor da variação de entalpia de uma reação química. O dia- grama apresenta as entalpias-padrão de formação de algumas substâncias químicas. De acordo com essas informações e com esses dados, é correto afirmar: 01) A formação de CO(g) a partir das substâncias sim- ples C(graf.) e oxigênio é endotérmica. 02) A entalpia-padrão de formação de CO2(g) é +394,0 kJ. 03) A variação de entalpia da reação CO2(g) C(graf.) + O2(g) é igual a zero. X 04) A transformação de CO2(g) em CO(g) apresenta va- riação de entalpia igual a +284,0 kJ. 2828 Volume 6 9. (UFAM) “...Amazônia está queimando ai, ai que dor, ai, ai que horror...” (Lamento de raça – Emerson Maia) O efeito estufa é um fenômeno de graves consequên- cias climáticas ocasionado por altas concentrações de dióxido de carbono no ar. O CO2 é produto da respira- ção dos seres vivos (animais e vegetais) e da queima de combustíveis (carvão, gasolina, querosene, óleo diesel, etc.) e árvores da floresta. Quando se queima o carbono em excesso de oxigênio à pressão constante, forma-se dióxido de carbono. Dados: C = 12 u, O = 16 u. C(s) + O2(g) CO2 H = –393,5 kJ/mol É correto afirmar que: a) um mol de carbono sólido reage com 32 g de oxigê- nio gasoso, liberando 196,75 kJ de energia na for- mação de dois mols de dióxido de carbono gasoso. b) a entalpia do produto dióxido de carbono gasoso é maior que a entalpia dos reagentes carbono sólido e oxigênio gasoso. c) trata-se de uma reação endotérmica, pois a variação de entalpia é negativa. d) dois mols de carbono sólido reagem com 32 g de oxigênio gasoso, absorvendo 787,0 kJ de energia na formação de dois mols de dióxido de carbono gasoso. X e) 12 g de carbono sólido reagem com 32 g de oxigê- nio gasoso, liberando 393,5 kJ de energia na forma- ção de 44 g de dióxido de carbono gasoso. 10. (UFES) O hidrogênio, H2(g), é usado como combustível de foguetes. O hidrogênio queima na presença de oxigênio, O2(g), produzindo vapor-d’água, segundo a equação: 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(g) H = –484 kJ A energia liberada na queima de um grama de hidro- gênio, H2(g), é: a) –242 kJ b) 242 kJ c) –121 kJ X d) 121 kJ e) 60,5 kJ 11. (UFMG) O gás natural (metano) é um combustível utili- zado, em usinas termelétricas, na geração de eletricida- de, a partir da energia térmica liberada na combustão: CH4(g) + 2 O2(g)CO2(g) + 2 H2O(g) H = –800 kJ/mol Em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, está em fase de instalação uma termelétrica que deverá ter, aproximadamente, uma produção de 2,4 . 109 kJ/hora de energia elétrica. Considere que a energia térmica liberada na combus- tão do metano é completamente convertida em ener- gia elétrica. Nesse caso, a massa de CO2 lançada na atmosfera será, aproximadamente, igual a: a) 3 toneladas/hora b) 18 toneladas/hora c) 48 toneladas/hora X d) 132 toneladas/hora 12. (FATEC – SP) Os carboidratos são uma importante fon- te de energia em nossa dieta alimentar. Nas células, as moléculas de monossacarídeos são metabolizadas pelo organismo, num processo que libera energia, re- presentado pela equação: C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + energia Essa equação química corresponde ao processo global popularmente denominado “queima da glicose”. Cada gra- ma desse açúcar metabolizado libera cerca de 4 kcal de energia, usada para movimentar músculos, fazer reparos nas células, manter constante a temperatura corporal, etc. A massa de oxigênio consumida, em gramas, quando a “queima” desse açúcar metabolizado li- berar 1 200 kcal é: (Dados: massas molares (g/mol): H = 1; C = 12; O = 16) a) 300 X b) 320 c) 400 d) 800 e) 1 800 13. (UEA – AM) Um grupo de estudantes realiza pesquisa de campo em uma área próxima ao Rio Unini, afluente do Rio Negro. Eles deverão pernoitar no local e utiliza- rão etanol em gel, combustível utilizado em acampa- mentos. Que massa de etanol precisa ser queimada para fornecer 300 kJ de calor? 29QuímicaQuímica 29 Equação termoquímica: C2H5OH(ℓ) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) Hº = –1380 kJ Dados: C = 12 u; H = 1 u; O = 16 u X a) m = 10,0 g b) m = 8,0 g c) m = 5,0 g d) m = 7,5 g e) m = 8,5 g 14. (UFMS) A reação de combustão completa do hidrocar- boneto etino (comercialmente conhecido como acetile- no) é representada pela equação: C2H2(g) + 5/2 O2(g) 2 CO2(g) + H2O(g) H° = –1 255 kJ/mol Numa oficina onde são substituídos escapamentos em automóveis, consumiram-se 650 g de acetileno, qual foi a energia liberada? (Dados: Massas atômicas em g/mol: C = 12; H = 1). X a) –31 375 kJ b) –26 275 kJ c) –15 020 kJ d) –12 410 kJ e) –25 525 kJ 15. (UERJ) Explosivos, em geral, são formados por subs- tâncias que, ao reagirem, liberam grande quantidade de energia. O nitrato de amônio, um explosivo muito empregado em atividades de mineração, se decompõe segundo a equação química: 2 NH4NO3(s) 2 N2(g) + O2(g) + 4 H2O(g) Em um teste, essa decomposição liberou 592,5 kJ de energia e produziu uma mistura de nitrogênio e oxigê- nio com volume de 168 L, medido nas CNTP. Nas mesmas condições, o teste com 1 mol de nitrato de amônio libera, em quilojoules, a seguinte quantidade de energia: a) 39,5 b) 59,3 X c) 118,5 d) 158,0 16. (UFAC) O aumento da concentração de CO2 na atmosfera, resultante da queima de combustíveis orgânicos, contribui para a intensificação do efeito estufa e o consequente au- mento no aquecimento global do planeta. A 25 ºC, a queima do etanol e do metano libera 1 400 kJ/mol e 900 kJ/mol de energia, respectivamente. A razão entre a quantidade de energia liberada por mol de CO2 emitido pela combus- tão do etanol e do metano são, respectivamente: a) 1 400 e 900 kJ/mol X b) 700 e 900 kJ/mol c) 700 e 450 kJ/mol d) 200 e 900 kJ/mol e) 1 400 e 1 800 kJ/mol 17. (UPE) Uma mistura gasosa de massa total 132,0 g é formada por igual número de mols de etano (C2H6) e butano (C4H10). A combustão total dos gases consti- tuintes dessa mistura libera para o ambiente (Dados: os calores de combustão dos gases eta- no e butano, são, respectivamente, –1 428 kJ/mol e –2 658 kJ/mol; ma (C) = 12 u, ma (H) = 1 u) a) 4 897 kJ b) 8 172 kJ c) 3 372 kJ d) 4 086 kJ X e) 6 129 kJ 18. (UNIR – RO) O Brasil é o maior exportador de etanol do mundo e a primeira economia em ter atingido um uso sustentável dos biocombustíveis. A reação de combus- tão do etanol pode, graficamente, ser representada por: Sobre essa reação, analise as afirmativas: I. A 25 ºC e 1 atm, 1 mol de etanol líquido reage com 3 mols de oxigênio, formando 2 mols de gás carbô- nico e 3 mols de água, liberando 1 368 kJ de calor. II. A combustão de 5 mols de etanol produz 170 g de água. III. O volume de gás carbônico, medido nas CNTP, pro- duzido quando se queima 23 g de etanol, é 2,24 L. IV. Considerando detanol = 0,8 g cm –3, na queima de 1,25 L de etanol, são liberados 29 740 kJ de calor, aproximadamente. Estão corretas as afirmativas: X a) I e IV, apenas. b) I, II e III, apenas. c) II e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 3030 Volume 6 19. (UPE) Há muito que se conhece que o metanol e o eta- nol podem ser usados como combustíveis de veículos automotores, pois queimam facilmente, no ar, liberan- do energia. Há previsões de que os álcoois vão crescer em importância como combustíveis automotivos, já que, na atualidade, têm nichos de mercado, em escala internacional, muito promissores. Utilize a tabela como subsídio à sua resposta: Combustíveis Densidade (g/mL) ΔHcombustão (kJ/g) Metanol 0,80 23 Etanol 0,80 30 Gasolina 0,75 43 (Dados: ma (C) = 12 u, ma (H) = 1 u, ma (O) = 16 u) Em relação aos combustíveis metanol, etanol e gasoli- na, é correto afirmar que: a) o metanol libera mais energia por mL do que o eta- nol e a gasolina pura. b) 1,0 mL de etanol libera mais energia que 1,0 mL de gasolina pura. X c) a diferença entre a energia liberada na combustão de 1,0 mL de gasolina pura e 1,0 mL de metanol é 13,85 kJ. d) 1,0 mL de etanol, quando queimado, libera aproxi- madamente 50% a mais de energia que 1,0 mL de metanol. e) a energia liberada, quando se queima 1,0 mL de gasolina, é maior de que quando se queima 1,0 mL de etanol + 1,0 mL de metanol juntos. 20. (UNESP) A tabela apresenta informações sobre as composições químicas e as entalpias de combustão para três diferentes combustíveis que podem ser utilizados em motores de combustão interna, como o dos automóveis: Combustível ΔHcombustão kcal mol–1 Massas molares g mol–1 Gasolina (C8H18) –1 222,5 114,00 Etanol (C2H5OH) –326,7 46,0 Hidrogênio (H2) –68,3 2,0 Com base nas informações apresentadas e comparan- do esses três combustíveis, é correto afirmar que: a) a gasolina é o que apresenta menor impacto am- biental e vantagem energética. b) o álcool é o que apresenta maior impacto ambiental e vantagem energética. X c) o hidrogênio é o que apresenta menor impacto am- biental e maior vantagem energética. d) a gasolina é o que apresenta menor impacto am- biental e maior vantagem energética. e) o álcool é o que apresenta menor impacto ambiental e maior vantagem energética. 21. (UFAL) O consumo de um automóvel movido a álcool etílico é de 12 km/kg de álcool. Sabendo que a energia de combustão desse álcool é da ordem de 103 kJ/mol, quantos kilojoules são necessários para o automóvel ir de Maceió para o Recife (ou seja, percorrer 245 km)? (Dado: álcool etílico: C2H6O) a) 2 103 kJ b) 3 104 kJ X c) 4 105 kJ d) 1 106 kJ e) 4 106 kJ 22. (UFSJ – MG) Alguns alimentos, como, por exemplo, o chocolate, que tem 5,18 kcal/g, são proibidos em caso de dietas alimentares para emagrecimento. A corrida, como atividade física, consome cerca de 2 600 kJ/h. Assim sendo, quanto tempo uma pessoa que comeu uma barra de 200 g de chocolate deve correr para gas- tar a energia adquirida? (Dado: 1 cal = 4,18 J) a) 45 minutos b) 60 minutos X c) 100 minutos d) 120 minutos e) 160 minutos 23. (UCS – RS) A energia que um ciclista gasta ao pedalar uma bicicleta é de aproximadamente 1 800 kJ por hora acima de suas necessidades metabólicas normais. A sacarose, C12H22O11, fornece cerca de 5 400 kJ/mol de energia. A massa de sacarose que o ciclista deverá ingerir, afim de obter energia extra para pedalar uma hora, é igual a: a) 121 g X b) 114 g c) 107 g d) 135 g e) 128 g 31QuímicaQuímica 31 24. (UNIMONTES – MG) A nutrição parenteral é usada em pacientes incapazes de ingerir uma nutrição adequada, oralmente. Os lipídeos podem ser utilizados para for- necer energia quando o corpo não pode obter toda a necessidade energética dos carboidratos. A proporção de calorias providas por lipídeos é normalmente 30% das calorias diárias totais. Os lipídeos provêm 9 cal de energia por grama, e o limite máximo de gordura para uma dieta saudável deve ser inferior a 65 g. Foi preparada para um paciente uma dieta de 3 000 calorias diárias. Considerando os padrões de limi- tes aceitáveis, pode-se afirmar que a quantidade de lipídeos na dieta é: a) aceitável, inferior a 50 g. X b) indesejável, igual a 100 g. c) indesejável, superior a 100 g. d) aceitável, igual a 64 g. 25. (UDESC) Determine o calor de combustão ( Ho) para o metanol (CH3OH) quando ele é queimado, sabendo- -se que ele libera dióxido de carbono e vapor-d’água, conforme reação descrita abaixo: Substância ΔHºf, kJ ⋅ mol –1 CH3OH –239,0 CO2 –393,5 H2O –241,8 CH3OH + 3/2 O2 CO2 + 2 H2O a) Ho = +638,1 kJ mol–1 b) Ho = –396,3 kJ mol–1 X c) Ho = –638,1 kJ mol–1 d) Ho = +396,3 kJ mol–1 e) Ho = –874,3 kJ mol–1 26. (UFMA) De acordo com a equação abaixo e os dados fornecidos, C2H2(g) + 5/2 O2(g) 2 CO2(g) + H2O(ℓ) Dados: Hºf do C2H2(g) = +226,5 kJ/mol Hºf do CO2(g) = –393,5 kJ/mol Hºf da H2O(ℓ) = –285,8 kJ/mol indique qual o valor da entalpia-padrão de combustão do acetileno (C2H2(g)): a) +1 299,3 kJ/mol X b) –1 299,3 kJ/mol c) –905,3 kJ/mol d) +905,3 kJ/mol e) –625,8 kJ/mol 27. (UNIMONTES – MG) É comum o cozinheiro utilizar-se do bicarbonato de sódio (NaHCO3) para apagar chamas causadas pela combustão da gordura. Quando lançado sobre as chamas, o sal decompõe-se, originando gás carbônico, que abafa ainda mais a chama. A equação de decomposição do bicarbonato de sódio e as entalpias-padrão de formação ( Hºf) das substân- cias envolvidas estão representadas a seguir: 2 NaHCO3(s) Na2CO3(s) + H2O(ℓ) + CO2(g) Hºf (CO2, g) = –393,5 kJ Hºf (H2O, ℓ) = –285,9 kJ Hºf (NaHCO3, s) = –947,7 kJ Hºf (Na2CO3, s) = –1 131,0 kJ Sob condição-padrão, a decomposição do bicarbonato de sódio: a) libera 85 kJ X b) absorve 85 kJ c) absorve 1 185 kJ d) libera 1 185 kJ 28. (CESUPA) Estalactites e estalagmites são formações rochosas sedimentares que se originam, respectiva- mente, no teto e no chão de grutas ou cavernas, pela deposição de carbonato de cálcio (CaCO3), arrastado pela água que goteja do teto. Nessas formações, o car- bonato de cálcio reage com uma solução diluída de ácido carbônico (CO2 dissolvido em água), de acordo com a equação química, não balanceada, a seguir: CaCO3(s) + H2CO3(aq) Ca 2+ (aq) + HCO3 – (aq) A partir dos valores dos calores de formação medidos a 25 ºC apresentados abaixo, encontra-se que o Hº para a reação em questão, expresso em kJ/mol, é aproximadamente igual a: 32 Volume 632 Volume 6 Espécie química CaCO3 H2CO3 Ca 2+ HCO3 – ΔHof (kJ/mol) –1 207,10 –699,65 –542,83 –692 a) –4,6 X b) –20,0 c) –160,5 d) –294,0 29. (UESPI) Sulfetos metálicos têm importante papel na química analítica para a identificação de metais. Uma das primeiras etapas na refinação desses sulfetos é o processo de ustulação, na qual o minério é aquecido com oxigênio para formar o óxido metálico e SO2(g). Em um processo de ustulação da esfalerita (ZnS), qual será, em kJ, o H298? Dados de calor de formação em kcal ⋅ mol–1 (25 ºC): ZnS = –49,23; ZnO(s) = –83,24; SO2(g) = –70,994 (1 kcal equivale a 4,184 kJ). a) –105,00 kJ b) –205,97 kJ c) –296,83 kJ d) –348,27 kJ X e) –439,32 kJ 30. (UFRN) A civilização moderna consome muita energia. Uma grande quantidade dessa energia é produzida pela queima de derivados do petróleo, como a gasoli- na, da qual um dos compostos fundamentais é o octa- no (C8H18). A seguir, representa-se a equação ajustada da combustão completa do octano, a 298 K e 1 atm: C8H18(ℓ) + 25/2 O2(g) 8 CO2(g) + 9 H2O(ℓ) a) Se HoReação = Σ HfoP – Σ HfoR, calcule a variação de entalpia para a combustão de um mol de octano, de acordo com os dados da tabela abaixo: (Dados: a 298 K e 1 atm) Substância ΔHof kJ/mol C8H18(ℓ) –5 110,0 CO2(g) –394,0 H2O(ℓ) –286,0 b) Uma alternativa para se diminuir o impacto poluente do CO2(g) produzido pela combustão da gasolina é o uso de etanol (C2H5OH). Escreva a equação da combustão completa do etanol e explique, considerando o impacto do CO2(g), por que ele é menos poluente que a gasolina. 31. (UFC – CE) Considerando a reação de combustão com- pleta da sacarose (C12H22O11) e de acordo com os va- lores de entalpia-padrão de formação abaixo, assinale a alternativa que expressa corretamente o valor da entalpia-padrão de formação (em kJ/mol) de um mol de sacarose. Dados: Hof (H2O, ℓ) = –286 kJ/mol; Hof (CO2, g) = –394 kJ/mol; Hof (O2, g) = 0; Hocombustão (C12H22O11, s) = –5 654 kJ/mol. a) 220 b) 110 c) –1 110 X d) –2 220 e) –4 440 32. (UFRN) Considere a tabela seguinte: Entalpias de formação a 25 ºC e 1 atm Substância ΔHof, kJ ⋅ mol –1 NO2(g) +33,0 H2O(ℓ) –286 HNO3(aq) –207 Usando-se a equação 4 NO2(g) + 2 H2O(ℓ) + O2(g) 4 HNO3(aq) e os dados contidos na tabela, é correto afirmar que a variação de entalpia-padrão ( Hº) para a produção de 2 mols de HNO3(aq) é: a) –388 kJ X b) –194 kJ c) +228 kJ d) +200 kJ 33. (PUC-Rio) Dada reação a seguir a 300 ºC: 1 Fe2O3(s) + 2 Aℓ(s) 2 Fe(s)+1 Aℓ2O3(s) a) Calcule a entalpia dessa reação, sabendo que as entalpias de formação do Fe2O3(s) e do Aℓ2O3(s) a 300 ºC são, respectivamente, 830 e 1 500 kJ/mol. b) Calcule o número de mols de Fe(s) obtidos, quando 8,0 g do óxido de ferro (III) reagem completamente com excesso de Aℓ(s). 33QuímicaQuímica 33 34. (UFRN) Alex, jogando futebol, sofreu uma luxação no tornozelo, sendo obrigado a imobilizá-lo com bota de gesso. Durante a aplicação da bandagem ortopédica devidamente molhada, o estudante observou que, à medida que enxugava, o gesso se aquecia. Na con- valescença, aproveitando o tempo livre, Alex resolveu consultar seus livros de Química. Daí descobriu que a cristalização do gesso ocorre com aumento da água de hidratação e diminuição do conteúdo de energia, conforme a equação abaixo: [CaSO4⋅1/2 H2O](amorfo) + 3/2 H2O(ℓ) [CaSO4⋅2H2O](cristal) Hº < 0 Continuando sua pesquisa bibliográfica, numa tabela termoquímica, abaixo reproduzida, Alex encontrou os valores para os calores de formação-padrão ( Hºf) do gesso cristalizado (endurecido), do gesso amorfo (em pó) e da água líquida: Calores de formação-padrão (25 ºC e 1 atm) [CaSO4⋅2H2O](cristal) [CaSO4⋅1/2H2O](amorfo) H2O(ℓ) ΔHºf (kJ/mol) –2 020 –1 573 –286 Então, Alex calculou corretamente a quantidade de calor liberada pelo processo de hidratação do gesso como sendo igual a: a) 733 kJ/mol b) 161 kJ/mol X c) 18 kJ/mol d) 876 kJ/mol 35. (UFPB) O consumo de carboidratos é essencial à die- ta humana, pois eles têm a função de suprir as ne- cessidades energéticas do organismo. A sacarose (C12H22O11) é um exemplo dessa classe de compostos, cujo suprimento de energia ocorre pela sua queima re- presentada pela equação abaixo: C12H22O11(s) + 12 O2(g) 12 CO2(g) + 11 H2O(ℓ) Sabendo-se que a variação de entalpia-padrão des- sa reação ( Hor) é igual a –5 653 kJ mol –1 e que as entalpias-padrão de formação ( Hof) de CO2(g) e H2O(ℓ) são, respectivamente, –395 kJ mol–1 e –285 kJ mol–1, identifique as afirmativas corretas: a) A ingestão de 100 g de sacarose consome 1 653 kJ de energia do organismo. X b) A queima da sacarose é uma reação exotérmica. c) A queima de um mol de sacarose fornece 1 653 kJ de energia ao organismo. X d) A entalpia-padrão de formação
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