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Aspectos jurídicos dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais

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Aspectos jurídicos dos acidentes do trabalho 
e doenças ocupacionais 
 
 
RESUMO 
O presente artigo propõe-se a analisar, sob a égide jurídica e com 
respaldo na Lei 8.213/1991 os acidentes do trabalho e as doenças ocupacionais, 
trazendo à baila os conceitos, características, competência e especificações 
inerentes ao tema e, para tanto, utilizando como metodologia a pesquisa 
bibliográfica. Existem incontáveis casos de acidentes do trabalho, assim como 
de doenças ocupacionais em que os efeitos são danos, muitas das vezes 
irreversíveis para o trabalhador vitimado e sua família, pretende-se com o artigo, 
além de elucidar questões conceituais do tema escolhido, analisar e demonstrar 
as causas e consequências desses eventos danosos à saúde e vida do 
trabalhador, inquirir sobre a sua repercussão na esfera jurídica, bem como 
enfatizar a necessidade de um ambiente laboral apropriado, sadio, que assegure 
condições mínimas para o devido exercício da função, garantindo ao trabalhador 
qualidade de vida, destacando como indispensável uma parceria 
entre empregador e empregado para viabilização da extinção dos casos de 
acidentes e doenças relacionadas ao exercício laboral. 
Palavras-chave: Direito do trabalho, acidentes do trabalho, doenças 
ocupacionais. 
SUMMARY 
 
The present article proposes to analyze, under the legal aegis and with 
support in Law 8.213 / 1991, occupational accidents and diseases, bringing to 
the fore the concepts, characteristics, competence and specifications inherent in 
the subject and, therefore, using Methodology as the bibliographic research. 
There are countless cases of occupational accidents, as well as occupational 
diseases in which the effects are damages, many times irreversible for the 
victimized worker and his family, with the article, besides elucidating conceptual 
issues of the chosen theme, analyzing and Demonstrate the causes and 
consequences of these events harmful to the health and life of the worker, inquire 
about their repercussion in the legal sphere, as well as emphasize the need for 
an appropriate, healthy working environment that ensures minimum conditions 
for the proper exercise of the function, Worker quality of life, highlighting as 
indispensable a partnership between employer and employee to enable the 
extinction of cases of accidents and diseases related to the work. 
Key words: Labor law, occupational accidents, occupational diseases. 
https://jus.com.br/tudo/empregado
INTRODUÇÃO 
O acidente do trabalho pode ser conceituado como aquele que ocorre 
pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, 
permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da 
capacidade para o trabalho. Equiparam-se a eles as doenças ocupacionais, 
caracterizadas como aquelas que estão diretamente relacionadas à atividade 
desempenhada pelo trabalhador ou às condições de trabalho às quais ele está 
submetido. 
 O último Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho promovido e 
divulgado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revela que durante o 
ano de 2015, foram registrados no INSS cerca de 612,6 mil acidentes do 
trabalho. As ocorrências desses acidentes e das doenças ocupacionais geram 
consequências destrutivas e traumáticas em todos os âmbitos da vida do 
trabalhador vitimado, repercutindo também na sua família, na empresa e na 
sociedade em geral. 
Em algumas situações, os efeitos desses eventos danosos são parciais 
e reversíveis, no entanto, existem inúmeros casos em que esses efeitos se 
revelam de maneira permanente e irreversível, sendo a mais brutal dessas 
consequências o óbito do trabalhador. Insta salientar que, segundo últimas 
informações divulgadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o 
número de mortes por acidentes do trabalho em 2015 foi de 2.502. 
As causas dos acidentes no âmbito laboral, bem como das doenças 
ocupacionais são vastas, inúmeras. Três elementos contribuem diretamente 
para a incidência dos infortúnios trabalhistas, quais sejam, a condições 
inseguras, atos inseguros e fator pessoal de insegurança. Ainda segundo o 
anuário estatístico já mencionado, 86% dos acidentes do trabalho ocorrem por 
atos inseguros, 12% por condições inseguras e 2% pelo fator pessoal de 
insegurança. 
Como se vê, o Brasil ocupa lugar de destaque quando o assunto é 
acidentes do trabalho. A dimensão do problema e a necessidade de solução 
imediata exigem mudanças de atitude principalmente do que diz respeito à 
implantação de medidas preventivas, respeito às normas já existentes, maior 
fiscalização para a viabilização da minimização das causas que possibilitam a 
ocorrência desses acidentes. 
 O artigo propõe-se a analisar a questão acidentária no âmbito 
trabalhista sob uma perspectiva jurídica e, para tanto, destaca-se nos dois 
primeiros tópicos a conceituação e as principais características desses dois 
institutos, posteriormente, dedica-se a enfatizar as principais causas e 
consequências do infortúnio laboral. No quarto tópico, analisam-se os danos 
materiais, morais e estéticos decorrentes do acidente do trabalho e suas 
especificações. E posteriori, trata da responsabilidade indenizatória e da 
competência para reger essas ações, e por fim, analisa um caso concreto 
visando fazer um paradigma entre o que prevê a lei e a realidade. 
https://jus.com.br/tudo/seguro
1 ACIDENTE DO TRABALHO A PARTIR DA LEI 8.213/1991 
Costumeiramente verificam-se incontáveis casos de acidentes do 
trabalho em que os efeitos são danos reversíveis ou irreversíveis para o 
trabalhador vitimado e sua família. Muitas vezes, esses danos não se limitam 
apenas ao físico do trabalhador, como também afetam sua integridade 
psicológica. A ocorrência desses acidentes trazem consequências traumáticas, 
abrangendo a ordem material, moral e também estética. 
O conceito de acidente do trabalho é definido no artigo 19 da Lei 8.213 
de 24 de Julho de 1991 que preceitua que: 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço de empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos 
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que 
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
De logo, a primeira noção a respeito do tema compreende a ideia de que 
o acidente do trabalho é um fato que resulta diretamente de um evento danoso 
no exercício do trabalhador ante a uma prestação de serviço à empresa ou 
empregador doméstico, ou seja, de um interrelacionamento patrão/empregado, 
sendo anterior e independente de qualquer definição jurídica (BRANDÃO, 2015, 
p. 124). 
A consequência desse evento danoso, no exercício laboral, como 
demonstra o supramencionado artigo, é a perda ou a redução permanente ou 
temporária da capacidade para a execução do trabalho, ou ainda a morte do 
trabalhador. Como elucida Bruna de Oliveira Medeiros (2009, p.2), em seu atrigo 
“Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais”, publicado pela UniBrasil: 
Cuida o artigo 19 de caracterizar o acidente tipo, ou 
macrotrauma, aquele decorrente do exercício do trabalho 
gerando lesão corporal ou perturbação funcional, podendo 
resultar em óbito, assim como na perda ou redução da 
capacidade permanente ou temporária para a prática do 
trabalho, configurando um evento único e imprevisto, de 
consequências imediatas. (MEDEIROS, 2009, P.2) 
Como se vê, o legislador se limitou no artigo 19 a formular o conceito do 
acidente típico/tipo, conceito estrito de acidente do trabalho, que, segundo Hertz 
Jacinto Costa (2009, p. 81), trata-se de “um ataque inesperado ao corpo humano 
ocorrido durante o trabalho, decorrente de uma ação traumática violenta, 
subitânea, concentrada e de consequências identificadas”. Desse modo, há a 
possibilidade de apontar com exatidão o momento em que ocorreu o dano, 
viabilizando, assim, a possibilidade de se estabelecer a cronologia entrelesões 
ocorridas sucessivamente. 
Importante salientar que não há uma legislação específica que disponha 
acerca dos acidentes do trabalho. O fundamento legal para conceituação, 
especificações, caracterização e competência dos acidentes do trabalho fica a 
cargo da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os planos e benefícios da Previdência 
Social. 
A já mencionada lei equiparou a doença profissional e do trabalho aos 
acidentes do trabalho, de acordo com o que dispõe o seu artigo 20: 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos 
termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I - doença profissional, assim entendida a 
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a 
adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada 
no inciso I. 
Portanto, levando-se em conta a abrangência dada pelo artigo 20 da Lei 
8213/91, considerar-se-á acidente do trabalho quando o resultado danoso 
ocorrer em razão do exercício e ambiente trabalhista, ou for desencadeado em 
razão de condições especiais relativas à realização laboral, sem que para isso o 
empregado tenha contribuído. O próprio exercício do trabalho, como se vê, 
desencadeia o infortúnio, resultando em incapacidade temporária, permanente 
(total ou parcial), e até mesmo o óbito. (RIBEIRO, 2002, p.2). 
Além da equiparação trazida pelo artigo 20 da Lei 8213/91, o legislador 
no art. 21 alínea d, cuidou de tratar dos acidentes de trajeto, também 
equiparados aos acidentes do trabalho: 
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do 
trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao 
trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para 
redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou 
produzido lesão que exija atenção médica para a sua 
recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local 
e no horário do trabalho, em conseqüência de: 
(...) 
d) no percurso da residência para o local de 
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de 
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
https://jus.com.br/tudo/propriedade
Nesse sentido, pode-se classificar os acidentes do trabalho em espécies 
distintas, quais sejam, acidente-tipo; acidente de trajeto e acidente atípico 
(SILVA, 2010, p. 54). Onde Acidente-tipo é o disposto no já mencionado artigo 
19 da Lei 8213/91, que ocorre na execução do trabalho, dentro do ambiente 
laboral e durante o horário de expediente; o acidente de trajeto é todo acidente 
que ocorre no trajeto da residência para o trabalho, e do trabalho para a 
residência, observadas as regras gerais, e por fim, o acidente atípico que 
compreende as possibilidades dispostas nos artigos 20 e 21 da Lei 8213/91, 
entre as quais estão as doenças ocupacionais, que serão vistas adiante. 
2 DOENÇAS OCUPACIONAIS 
O ilustre doutrinador Hertz Jacinto Costa (2009, p. 72) preceitua que: 
“Doenças ocupacionais são as moléstias de evolução lenta e progressiva, 
originárias de causa igualmente gradativa e durável, vinculadas às condições de 
trabalho”. Elas estão dispostas nos artigos 20 e 21 da Lei 8213/91 e equiparam-
se aos acidentes do trabalho. 
De acordo Mozart Victor Russomano (1988, p. 250 apud, OLIVEIRA, 
2013, p. 50) a equiparação entre o acidente e a enfermidade se faz apenas no 
plano jurídico uma vez que ambos preservam conceitos próprios. De modo que, 
enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional 
vem a ser um estado patológico ou mórbido, ou seja, é uma perturbação da 
saúde do trabalhador. 
O acidente, nesse prisma, caracteriza-se pela ocorrência de um fato 
súbito e externo ao trabalhador, ao passo que a doença ocupacional 
normalmente vai se instalando paulatinamente e se manifesta internamente, com 
tendência ao agravamento. 
A legislação em vigor, como já mencionado, equipara as doenças 
ocupacionais aos acidentes do trabalho e cuida em subdividi-las em: doença 
profissional e doença do trabalho. De modo que as doenças profissionais são 
aquelas inerentes exclusivamente à profissão e não ao trabalho do segurado. 
São causadas por agentes físicos, químicos ou biológicos inerentes a certas 
funções ou atividades do gênero (MARTINS, 2011, p. 401). 
Nas lições de Sebastião Medeiros de Oliveira (2013, p.51): 
A doença profissional é aquela peculiar a 
determinada atividade ou profissão, também chamada de 
doença profissional típica, tecnopatia, ou ergopatia. O 
exercício de determinada profissão pode produzir ou 
desencadear certas patologias, sendo que, nessa 
hipótese, o nexo causal da doença com a atividade é 
presumido. (OLIVEIRA, 2013, p.51) 
De outra banda, as doenças do trabalho, também denominadas 
mesopatias, ou moléstia profissional atípica, não tem como causa única o 
trabalho, não estão necessariamente ligadas à profissão. São adquiridas ou 
desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado 
e com ele se relacione diretamente. Atualmente, a tenossinovite é o tipo mais 
evidente de doença profissional, também conhecida como doença dos 
digitadores, e tem seu nexo presumido em lei. (BORGES, 2004, p.2). 
Os casos de doenças ocupacionais são cada vez mais perceptíveis e 
vêm aumentando gradativamente ao passo que é notável o aumento da 
concessão de auxílio doença por doenças ocupacionais, como informa o 
Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da 
Previdência Social. 
Considerando a extensão do rol dessas doenças, cabe destacar quatro 
delas que aparecem com maior incidência e por isso são tidas como doenças 
ocupacionais mais comuns de acordo com as estatísticas, sendo estas: a perda 
auditiva induzida por ruído (PAIR); asma ocupacional; a lesão por esforço 
repetitivo (LER) e as doenças da coluna. 
3 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO E 
DOENÇAS OCUPACIONAIS 
Os acidentes de trabalho, aqui também compreendidas as doenças 
ocupacionais, apresentam inúmeras causas, normalmente, um conjunto de 
fatores acumulam-se e contribuem para ocorrência do evento danoso. As 
principais causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a três fatores, 
quais sejam, condições inseguras, atos inseguros e fator pessoal de 
insegurança. O risco de acidentes, neste sentido, é inerente à própria atividade 
do trabalhador em seu exercício laboral e observa-se que ao galgar do avanço 
das tecnologias e maquinários no ambiente de trabalho esses riscos têm 
aumentado consideravelmente. 
Washington Luiz da Trindade (1989, p.9) destaca 
que: 
Esta permanente exposição ao perigo é 
ineliminável na vida da sociedade industrial. Mas, tendo 
que a segurança corresponde á ausência de perigo, a 
atividade perigosa será tanto mais segura quanto mais se 
aproximar de níveis aceitáveis de convivência com seus 
riscos. (TRINDADE, 1989, p.9) 
Como visto, as causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a 
três fatores principais, nesse aspecto, necessário se faz trazer à baila o 
entendimento de Arlindo Veivanco (2014 ,p.21): 
O acidente ocorrido por uma condição insegura 
significa que o ambiente de trabalho, foi o causador do 
acidente ou contribuiu para a ocorrência deste. Se o 
acidente foi causado por uma forma incorreta de executar 
alguma tarefa mesmo que de maneira inconsciente, 
caracteriza-se o ato inseguro. Quando a principal causa do 
acidente foi o comportamento humano caracteriza-se um 
fator pessoal de insegurança. (VEIVANCO, 2014 ,p.21) 
Em simples análise, pode-se compreender o risco por condição insegura 
como aquele que compromete de alguma forma a segurança do trabalhador, em 
consequência, por exemplo, de defeitos em maquinários, processos de trabalho 
ou riscos ambientais não controlados. No que diz respeitoaos atos inseguros, 
entende-se que estão relacionados a um ato com imperícia do próprio 
trabalhador no exercício da sua função e por fim, acerca do fator pessoal de 
insegurança, trata-se da causa relativa ao comportamento humano que propicia 
a ocorrência de acidentes como, por exemplo, excesso de horas extras. 
Segundo as estatísticas, entre as principais causas de acidentes de 
trabalho no Brasil, destacam-se: a não utilização do EPI adequado; negligência 
na instrução do trabalhador; falta de conhecimento técnico; atitudes 
imprudentes, ausência ou negligência na fiscalização; não-cumprimento de leis 
trabalhistas; não manutenção ou não-reposição de maquinários. Em se tratando 
de doenças ocupacionais em sentido estrito, são variadas as possíveis causas 
dessas doenças como, por exemplo: movimentos repetitivos, cargas excessivas, 
situações de estresses elevados etc. (AMORIM, 2012, p.4) 
Inúmeros são os fatores e causas que contribuem e podem oportunizar 
o acontecimento de um acidente do trabalho quando não há a devida prevenção, 
e por conseguinte, tem-se o desencadeamento de eventos danosos indesejados 
no ambiente laboral que produzem consequências vastas, de diversa ordem, 
com efeitos induzidos aos mais variados níveis. 
Segundo Djalma Dias Freitas (2011, p. 4) em seu artigo “Acidente de 
trabalho: causas e suas consequências” publicado pela Conteúdo Jurídico: “Para 
além da incidência econômica e da problemática dos custos, existe uma 
multiplicidade de consequências indireta dos acidentes. Em todos os casos 
qualquer acidente tem, sempre, consequências individuais, familiares, sociais e 
econômicas.”. 
O art. 19 da Lei 8.213/1991 expõe as consequências individuais do 
trabalhador, quais sejam: a perda ou a redução permanente ou temporária da 
capacidade para a execução do trabalho, ou ainda a morte do trabalhador. Além 
dessa consequência inerentes ao próprio trabalhador, pode-se evidenciar as 
consequências que recaem sob a família, a empresa, a sociedade e a 
Previdência social. 
A família do trabalhador vitimado, em consequência ao acidente do 
trabalho, reduz sua capacidade de rendimento financeiro, e isso se justifica uma 
vez que o empregado que se afastar do trabalho por mais de quinze dias, passa 
a receber um benefício denominado auxílio acidente que é concedido pela 
Previdência Social. O auxílio equivale apenas a cerca de 80% do salário. 
Com o acometimento do indesejado evento danoso no ambiente laboral, 
as empresas, consequentemente, terão seus custos operacionais aumentados 
devido a perda de mão de obra e necessária contratação de um novo empregado 
para a substituição do acidentado. 
A sociedade, em consequência do acidente do trabalho, terá seu número 
de inválidos e dependentes do SUS – (Sistema Único de Saúde) aumentado, 
congestionando postos de saúde e hospitais, além de gerar mais dependentes 
da Previdência Social. E por fim, sofre também as consequências a Previdência 
Social, que segundo informativo liberado no site da instituição no ano de 2014, 
gasta R$ 1,7 bilhão com cerca de 400 mil acidentes de trabalho por ano. 
4 LESÕES ACIDENTÁRIAS: DANO MATERIAL, DANO MORAL, DANO 
ESTÉTICO 
Os acidentes do trabalho sempre produzirão danos ao trabalhador, 
sejam eles em menor ou maior nível. Eles podem ser caracterizados como danos 
morais pela dor física e psíquica experimentada; como danos materiais, uma vez 
que a morte ou lesão corporal resultará redução total ou parcial, permanente ou 
temporária de sua capacidade para o trabalho, provocando assim a diminuição 
de seus rendimentos econômicos por determinado período, ou para sempre; ou 
como danos estéticos, que são aqueles associados ao sofrimento causado por 
uma deformação, que poderá deixar sequelas permanentes e, com isso, ser 
facilmente perceptível aos olhos humanos. (BORGES, 2015, p.1) 
Acerca dos danos materiais, Cristiano Amorim (2012, p. 5) traz o 
seguinte entendimento: 
As lesões acidentárias causam perdas patrimoniais 
significativas ao trabalhador. Em primeiro lugar, no tocante 
aos próprios gastos implementados para sua recuperação, 
em segundo lugar, podem produzir restrições relevantes ou 
até inviabilização da atividade laborativa do empregado, 
dependendo da gravidade sofrida da lesão. Tais perdas 
patrimoniais traduzem-se nos danos materiais, o que 
efetivamente se perdeu (dano emergente) e aquilo que se 
deixou de ganhar (lucros cessantes). (AMORIM, 2012, p. 
5) 
Nesse sentido, entende-se que o dano material é aquele que produz um 
decréscimo do patrimônio econômico do trabalhador vitimado, uma vez que em 
consequência ao acidente do trabalho surgirão gastos diretamente relacionados 
à lesão ou oportunizados pela diminuição da capacidade laboral, esta, que 
compromete o valor econômico do trabalho. 
Em relação aos danos morais, sabe-se que estão relacionados 
as substanciais dores físicas e psicológicas nos indivíduos, com intensidade 
imediata ou até mesmo permanente. A corroborar com esse 
entendimento, Gustavo Nardelli Borges (2015, p. 2) assevera que: 
O dano moral decorrente do acidente de 
trabalho constitui-se em damnum in re ipsa, presumindo-se 
https://nborges.jusbrasil.com.br/
https://jus.com.br/tudo/dano-moral
https://jus.com.br/tudo/acidente-de-trabalho
https://jus.com.br/tudo/acidente-de-trabalho
pelas circunstâncias do caso. Prescinde de prova da dor, 
aflição ou constrangimento, pois estes intrínsecos à vítima 
do infortúnio, precisando apenas da demonstração de que 
fora violado direito da personalidade, porquanto a 
responsabilidade do empregador na atual concepção da 
reparação do dano moral se opera pela simples prática do 
ato ilícito, qual seja a inobservância das normas relativas à 
medicina e segurança do trabalho que resultaram no 
acidente. (BORGES, 2015, p.2) 
Também tem de se falar no âmbito estético, que é caracterizado quando 
a lesão compromete a harmonia física da vítima, possuindo, dessa forma, dupla 
dimensão, pois repercute tanto na esfera íntima do lesionado quanto no âmbito 
externo a partir de deformidades em sua compleição física, como por exemplo, 
a perda de um membro. A comprovação do dano estético depende de prova 
pericial médica, cujo ônus caberá ao reclamante (AMORIM, 2012, p. 4) 
Para exemplificar, insta trazer à baila uma decisão do Egrégio Tribunal 
Regional do Trabalho da 01ª Região, qual seja: 
DANO ESTÉTICO – O dano estético deriva de 
lesão desfiguradora acarretada por acidente de trabalho, 
de modo a tornar o empregado desarmônico sob o aspecto 
visual, projetando uma imagem pessoal desforme no meio 
social, causando-lhe desconforto permanente. Assim, faz-
se necessária a sua reparação mediante indenização 
pecuniária adequada à extensão do dano sofrido. (TRT-01ª 
R. – RO 0000928-26.2012.5.01.0050 – 3ª T. – Rel. Angelo 
Galvao Zamorano – DOERJ 25.05.2015) 
Insta salientar que o dano estético está compreendido dentro do gênero 
dano moral, mas, como visto, com ele não se confunde, ambos possuem 
conceitos e características próprias. Apesar de pertencerem ao mesmo gênero, 
tanto o dano moral quanto o dano estético podem ser pleiteados por meio de 
indenizações separadas, significando pedidos cumulados, conforme previsão da 
Súmula 387 do STJ. (VACILOTTO, 2015, p.1) 
 
5 RESPONSABILIDADE INDENIZATÓRIA E COMPETÊNCIA 
JUDICIAL 
O artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal dispõe que, é direito 
do empregado o seguro contra acidentes de trabalho, sob responsabilidade do 
empregador, sem contudo haver exclusão da indenização a ser paga pelo 
empregador ao empregado vitimado, quando aquele incorrer em dolo ou culpa. 
Dessa forma, pode-se afirmar que o empregado sempre terá amparo da 
Previdência Social, uma vez que dela é segurado obrigatório, sendo irrelevante 
o fato de o trabalhador vitimado perquirir sobre culpa, dolo, ou responsabilidade 
pelo evento danoso ocorrido. (MANUS, 2015, p.1) 
No que diz respeito à indenização devida pelo empregador ao 
empregado, em consequência de acidente ocorridono âmbito laboral, pode-se 
dizer que há a necessidade do suprimento de alguns requisitos indispensáveis, 
ou seja, a indenização não é devida automaticamente e em qualquer hipótese. 
Ao corroborar com este pensamento Christiano Amorim (2012, p. 6) diz que: 
É do empregador, obviamente, a responsabilidade 
pelas indenizações por dano moral ou à imagem 
resultantes de conduta ilícita por ele feita. Também recai 
sobre o empregador as responsabilidades pelas 
indenizações por dano material, moral ou estético 
decorrentes de lesões vinculadas infortunas do trabalho, 
sem prejuízo do pagamento pelo INSS. Há de se seguir 
requisitos para a responsabilidade empresarial, sem a 
união unitária dos tais requisitos, não há de se falar em 
indenizar. Os requisitos são o dano, nexo causal e culpa 
empresarial. 
Como se vê, a responsabilidade do empregador de indenizar o 
empregado é evidenciada apenas quando for constatado além do dano e nexo 
causal, o dolo ou a culpa empresarial. De modo que, não é qualquer acidente 
que enseja a responsabilidade do empregador, pois é preciso que estejam 
presentes e concorram os elementos necessários para se configurar a 
responsabilização. Não constatada a presença desses requisitos, não está o 
empregador obrigado a qualquer ressarcimento. (MANUS, 2015, p.1) 
A título de exemplo, insta trazer à baila o caso concreto julgado pela 7ª 
Turma do Tribunal Superior do Trabalho, cujo relator foi o ilustre Ministro Douglas 
Alencar Rodrigues, e cuja ementa ilustra, de forma didática e clara, o tema em 
debate: 
ACÓRDÃO: RECURSO DE REVISTA. ACIDENTE 
OCASIONADO POR COLEGA DE TRABALHO DURANTE O 
INTERVALO INTRAJORNADA. AUSÊNCIA DE CULPA DO 
EMPREGADOR PELO INFORTÚNIO. NEXO CAUSAL NÃO 
CONFIGURADO. PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. O ordenamento jurídico pátrio (CF, art. 7º, XXVIII, da Carta 
Magna) fixou, como regra, a teoria da responsabilidade subjetiva do 
empregador por danos causados a empregado decorrentes de 
acidente do trabalho. Contudo, não se cuidando de hipótese de 
responsabilização objetiva do empregador (art. 927, parágrafo único, 
do CCB), a reparação perseguida pressupõe o concurso dos 
seguintes requisitos: ação ou omissão do empregador, culpa ou dolo 
do agente, dano e relação de causalidade. 
2. Segundo as premissas adotadas pelo Tribunal Regional, 
soberano na análise do acervo fático-probatório, o acidente foi 
causado por explosão decorrente da inserção de álcool em lata de 
tinta utilizada pelos trabalhadores para “cheirar fumo”, lata que já 
contava com brasas acesas, provocando queimaduras no 
Reclamante que a utilizava naquela instante. 
3. Nesse contexto, não é possível reconhecer a 
responsabilidade do empregador ante a ausência de conduta 
culposa, omissiva ou comissiva, que guarde nexo de causalidade 
com o acidente (CC, arts. 186 e 927). Sem prejuízo dos efeitos 
previdenciários resultantes do infortúnio sofrido (Lei 8.213/91, art. 21, 
parágrafo 1o), o fato de o acidente ter sido causado por colega de 
trabalho no local da prestação de serviços não autoriza a 
responsabilização automática do empregador, com fundamento no 
artigo 932, III, do Código Civil. Afinal, além de o infortúnio não ter 
resultado do exercício do trabalho, tampouco em razão, é certo que 
o acidente ocorreu durante o intervalo intrajornada – momento em 
que o empregado não está à disposição do empregador, podendo 
frui-lo para refeição, lazer ou descanso. Durante os intervalos legais, 
portanto, estando ou não o empregado no ambiente físico da do 
empregador ou que não tenham relação direta com o trabalho 
executado, não ensejarão a responsabilidade do empregador. No 
caso, à luz das premissas fáticas adotadas pelo Regional, não seria 
possível ao empregador, ainda que diligente e consciente do dever 
de garantir ambiente de trabalho seguro e saudável aos empregados 
(CLT, art. 157, I e II), prever ou evitar o acidente ocorrido. Não 
evidenciados os elementos da responsabilidade civil, consagrados 
nos artigos 186 e 927 do Código Civil, não subsiste o dever de 
indenizar do empregador. Divergência jurisprudencial inespecífica 
nos termos da Súmula 296/TST. Recurso de revista não conhecido. 
(TST-RR 947-18.2011.5.05.0612, 7ª Turma, Relator Ministro Douglas 
Alencar Rodrigues). 
O egrégio colegiado, no caso concreto exposto acima, concluiu que não 
há a configuração de responsabilidade do empregador, uma vez que o fato 
ocorreu em momento em que os empregados não estão à disposição e sob 
fiscalização do empregador. Além do mais o ato praticado nada teve a ver com 
as funções laborais dos empregados. Dessa forma, vê-se evidenciada a 
necessidade da presença e cumulatividade dos requisitos indispensáveis 
à responsabilização do empregador; no caso exemplo, vê-se a ausência tanto 
do nexo causal quanto do dolo ou culpa do empregador. 
No que tange à responsabilidade indenizatória do empregador, portanto, 
para que haja de fato indenização, tem que existir prova que a doença ou 
acidente foi causado por culpa do empregador, isto é, esteja presente a 
negligência, imprudência ou imperícia. Ademais, cumulado a este requisito, há a 
necessidade do reconhecimento do "nexo causal", que nada mais é que a 
relação entre trabalho e o fato lesivo que resultou em dano ao trabalhador 
vitimado, seja este dano moral, material ou estético. 
https://jus.com.br/tudo/responsabilidade-civil
Acerca da competência para julgar as causas de acidentes do trabalho, 
sabe-se que com o advento da Ementa Constitucional nº 45, a competência que 
antes era da justiça comum passa a ser da justiça do trabalho. O que prevalece 
na atualidade, portanto, é o entendimento do STF e STJ que asseveram, como 
já mencionado, que é da justiça do trabalho a competência para ações 
acidentárias propostas pelo empregado contra o empregador por danos 
materiais, morais e estéticos. (AMORIM, 2012, p. 7). 
 7 ANÁLISE DO ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇAS 
OCUPACIONAIS SOB A PERSPECTIVA DE UM CASO CONCRETO 
Após a análise de importantes conceitos e características do tema sob 
comento e afim de promover uma correlação entre a teoria estudada no presente 
artigo e um caso concreto, objetivando analisar de maneira mais precisa e 
didática o tema discutido, insta trazer à baila a ação de número 0001044-
98.2014.5.06.0413, proposta em 16/10/2014, ajuizada por Waldemar Ventura da 
Silva em face de Altair Novais de Lacerda, perante a 3ª Vara do Trabalho de 
Petrolina. 
Em rápida síntese, o reclamante alegou ter sido admitido pelo reclamado 
em 02/12/2002 estando em gozo de benefício junto ao INSS, decorrente de 
acidente de trabalho que ocorreu em relação trabalhista anterior, envolvendo os 
mesmos sujeitos que figuram a reclamação trabalhista em comento, uma vez 
que antes do vínculo que teve início em 02/12/2002, o reclamante já havia 
trabalhado para o reclamado, ocasião na qual sofreu um acidente de trabalho, 
perdendo um dedo. 
O novo vínculo empregatício resultou em um novo acidente do trabalho 
e desta vez, o reclamado teve a mão fraturada e esmagada. Alegou o reclamante 
que o acidente se deu em consequência da negligência do reclamado uma vez 
que este não fornecia os materiais, ferramentas e EPI’s necessários para a 
realização das atividades laborais propostas. Alegou ainda que se viu 
desamparado pela empresa reclamada, que além de se negar a emitir a CAT, 
não prestou nenhum auxilio financeiro ao reclamante. 
Em razão aos fatos expostos, o reclamante requereu a condenação do 
reclamado ao pagamento por dano estético, em decorrência das sequelas 
visuais a que foi acometido; à indenização por danos materiais, em decorrência 
das limitações físicas e incapacidade permanente para o exercício da sua 
profissão, sendo certo que existirão consequências na esfera financeira; e por 
fim, a indenização por danos morais, em decorrência ao abalo no bem-estar, no 
equilíbrio psicológico, na normalidade da vítima e na preservação da sua 
dignidade, dentre outros. 
Em sede de contestaçãoo réu, representado por seu advogado, refutou 
as afirmações do autor e afirmou que embora ciente da ocorrência do evento 
danoso, afasta a responsabilidade da empresa vez que, segundo o registro de 
ponto que comprova a presença do obreiro no âmbito laboral, na data e horário 
que o reclamante alega ter sofrido o acidente, não há registro da presença do 
trabalhador vitimado. 
Ademais, a defesa utiliza-se de provas para contrariar o que diz o autor 
acerca do horário que afirma ter sofrido o acidente, fazendo relação entre o que 
o reclamante alega e o que diz os pareceres médicos. Em suma, o reclamado 
afirma que há má-fé nas alegações do reclamante, que este não sofreu o 
acidente prestando serviços à empresa reclamada e sim em exercício de suas 
funções laborais para um terceiro. 
Após a juntada de provas, realização de perícias, audiências, 
arrolamento de testemunhas e frustradas as tentativas conciliatórias, o juiz 
prolatou sentença a favor do autor, deferindo os pedidos de indenização moral, 
material e estético, embasando a sua decisão no fato de estarem presentes, para 
o cabimento da indenização por acidente de trabalho ou doença ocupacional, 
todos os pressupostos da responsabilidade civil, quais sejam: o dano, o nexo 
causal entre o ato ilícito e o dano e, por fim, a culpa do empregador. 
A priori, observa-se que a competência para julgar a ação acidentária foi 
da justiça do trabalho conforme elucidado no decorrer do artigo e não da Justiça 
comum. Em conseguinte, percebe-se que ao motivar a decisão pro autor, o juiz 
compreendeu que o caso concreto é, de fato, um caso de acidente do trabalho 
por resguardar todas as características e especificações necessárias para tal. 
 Ao deferir o pedido de indenização por danos morais, materiais e 
estéticos, o magistrado afirma estarem demonstrados e presentes os requisitos, 
já mencionados na presente pesquisa, que obrigam o empregador a 
responsabilizar-se pelas indenizações requeridas pelo autor. 
Diante do caso concreto detalhado de forma sucinta, vê-se que ao 
comparar-se a teoria, muito bem elucidada pelos doutrinadores e estudiosos no 
decorrer do presente artigo, e o desenrolar da reclamação trabalhista ora 
analisada, pode-se afirmar categoricamente que ambas andaram de mãos 
dadas. Percebe-se que as características do tema sob comento foram 
minunciosamente observadas na ação trabalhista sob análise. Pode-se perceber 
claramente presentes todos os elementos indispensáveis para a caracterização 
da ação acidentária bem como todos os requisitos que ensejam à 
responsabilização do empregador frente aos danos sofridos pelo trabalhador 
vitimado. 
CONCLUSÕES 
Os casos de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais possuem 
alto número de incidência no Brasil. O acontecimento desses eventos danosos 
possuem efeitos e consequências tanto capazes de afetar o trabalhador de forma 
individual quanto de alcançar negativamente a empresa, a família do obreiro 
vitimado e a sociedade como um todo. Desse modo, verifica-se que o combate 
aos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais deve ser uma preocupação 
emergente. 
As causas que deflagram o acontecimento dos acidentes do trabalho e 
das doenças ocupacionais são inúmeras, normalmente estão ligadas a 
condições e atos inseguros, falta de equipamentos adequados, ambientes 
inapropriados para a realização do exercício laboral e total descompromisso, por 
parte do empregador, com a saúde do trabalhador. A não se observar as regras 
e obrigatoriedades para a prática de determinado dever funcional, abre-se 
brechas para o acontecimento dos infortúnios trabalhistas. 
As consequências podem repercutir na esfera moral, material e estética 
na vida do trabalhador, uma vez que o acontecimento desses acidentes são 
capazes de interferir na normalidade e dignidade da vítima, diminuir ou dar fim 
à sua capacidade para o trabalho, interferindo em sua situação financeira e por 
fim, trazer-lhe modificações e deformações físicas. 
Frente a isso, cabe ao empregador propiciar todos os meios de evitar o 
acontecimento de acidentes do trabalho, fornecendo os materiais e 
equipamentos necessários; disponibilizando um ambiente laboral apropriado 
para o exercício das funções empregatícias; informando, orientando e 
preparando os trabalhadores para que não sejam vítimas desses infortúnios 
trabalhistas. 
Ignorando o empregador as recomendações para que se possa evitar os 
acidentes do trabalho, incorrendo em culpa ou dolo para o acontecimento dos 
mesmos, causando danos e prejuízos ao trabalhador, aquele terá 
responsabilidade civil de indenizar o obreiro vitimado. E, nesse caso, 
a competência para a ação é de competência da Justiça do Trabalho. 
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