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6 AUTORREGULADA 4


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Prévia do material em texto

Professor 
Língua 
Portuguesa 
 
 
 CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess 
PPeeddaaggóóggiiccaass ddee 
AApprreennddiizzaaggeemm 
AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0044 
66ºº AAnnoo || 44ºº BBiimmeessttrree 
 
Disciplina Curso Bimestre Ano 
Língua Portuguesa Ensino Fundamental 4º 6º 
Habilidades Associadas 
1. Observar os aspectos formais relacionados ao verso, à estrofe e à exploração gráfica de 
espaços em textos poéticos nacionais, portugueses e/ou de origem africana. 
2. Identificar o sentido de palavras e/ou expressões a partir do contexto. 
3. Diferenciar poema e prosa. 
4. Identificar e corrigir dificuldades ortográficas recorrentes. 
 
2 
 
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o 
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem 
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes 
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. 
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma 
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar 
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma 
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções 
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. 
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das 
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades 
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é 
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. 
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, 
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o 
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. 
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior 
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para 
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as 
ferramentas da autorregulação. 
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se 
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o 
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. 
 A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da 
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede 
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim 
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às 
suas aulas. 
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer 
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material. 
 
Secretaria de Estado de Educação 
 
 
 
Apresentação 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/
mailto:curriculominimo@educacao.rj.gov.br
 
3 
Caro Tutor, 
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas 
habilidades e competências do 3º Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa 
do 6º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante 
o período de um mês. 
 A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades 
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as 
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir 
no percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento 
da disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional 
de nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI. 
Neste Caderno de Atividades, os alunos vão aprender sobre os Poemas. Na 
primeira parte deste caderno, eles irão conhecer um pouco desse gênero, descobrir os 
aspectos formais que o caracterizam e aprender a diferenciar poema e prosa. Na 
segunda parte, aprenderão a identificar o sentido de uma palavra ou expressão a partir 
do contexto, assim como a identificar e corrigir dificuldades ortográficas recorrentes. 
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas 
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal 
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o 
Professor Tutor. 
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas podem ser compostas por 
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias 
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e 
atividades respectivas. Estimule os alunos a lerem o texto e, em seguida, a resolverem 
as Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para 
reforçar a aprendizagem, propõem-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o 
assunto. 
 
Um abraço e bom trabalho! 
Equipe de Elaboração 
 
4 
 
 
 
 
 Introdução ..........................................................................................................3 
 Objetivos Gerais ................................................................................................... 5 
 Materiais de Apoio Pedagógico ........................................................................... 5 
 Orientação Didático-Pedagógica ......................................................................... 6 
 Aula 1: Alguma poesia... ....................................................................................... 7 
 Aula 2: Agora, um poema ............................................................................ 14 
 Aula 3: Rima, rimador! ................................................................................ 19 
 Aula 4: Verso e Reverso...................................................................................... 26 
 Aula 5: Diga-me com quem andas... .................................................................. 33 
 Aula 6: De Olho na Ortografia! ........................................................................... 39 
 Avaliação ............................................................................................................ 45 
 Pesquisa .............................................................................................................. 51 
 Referências ......................................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773561
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773562
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773563
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773564
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773565
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773566
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773567
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773568file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773569
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773570
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773571
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/4%20bi/2/Português%206º%20Ano%20Professor%204º%20Bimestre.docx%23_Toc370773572
 
5 
 
 
 No 6º ano do Ensino Fundamental, depois de ter contato com inúmeros 
gêneros textuais que são escritos em prosa, é importante que o aluno conheça os 
poemas, gênero repleto de musicalidade, que pode encantá-lo e nele despertar a 
emoção que, muitas vezes, os gêneros produzidos em prosa não transmitem. No dia a 
dia, movidos pela empatia com as músicas e, sobretudo, com manifestações de rap, 
alguns alunos costumam sair pelas salas a produzir rimas e repentes. O trabalho com 
Poemas fará com que os alunos compreendam seus aspectos formais e rítmicos, 
reconhecendo o sentido que palavras e expressões assumem dentro do contexto 
poético. Este gênero os levará a compreender que o poema difere da prosa não só 
pela forma de utilização da linha, mas também pela emoção que carrega em si e pela 
subjetividade que expressa. 
 
 
 
 No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais 
que podem auxiliá-lo. Vamos listar estes materiais a seguir: 
 
Aula 
Referência 
Teleaulas nº Orientações Pedagógicas do CM Reforço Escolar 
Aula 1 --- 
 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
Aula 2 --- 
 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
Aula 3 --- 
 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
 
Materiais de Apoio Pedagógico 
 
Objetivos Gerais 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
 
6 
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
 
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
Aula 4 --- 
 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
Aula 5 --- 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
 
Aula 6 --- 
http://www.conexaoprofessor.rj.g
ov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A
_4.pdf 
http://www.conexaoprof
essor.rj.gov.br/download
s/cm/cm_76_9_6A_4.pdf 
 
 
 
 
 Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula, 
sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no 
Caderno do Aluno: 
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado de modo que o aluno possa 
compreendê-lo sem o auxílio de um professor. 
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3. 
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual 
ou em dupla. 
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção 
Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o. 
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos 
abordados no texto base. 
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas 
ATIVIDADES. 
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com 
toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para 
que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade. 
 Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação. 
 
Orientação Didático-Pedagógica 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_11_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_76_9_6A_4.pdf
 
7 
 
 
 Durante todos os bimestres anteriores, vimos gêneros textuais que são escritos 
em prosa, ou seja, fazendo uso de toda a extensão de linha disponível ao escritor. No 
entanto, essa não é a única forma de produção do registro escrito. Neste bimestre, 
vamos aprender sobre o poema, gênero textual que, dentre outras características, 
geralmente apresenta rimas e não ocupa todo o espaço disponível da linha. 
 Quando lidamos com os poemas, uma das primeiras questões que precisamos 
saber responder é: “Qual a diferença entre poema e prosa?”. Por isso, antes de 
trabalharmos efetivamente com os poemas, precisamos saber diferenciá-los da prosa 
e, sobretudo, da poesia. Embora sejam usados muitas vezes como sinônimos, poema e 
poesia são distintos em sua essência. Veja: 
 
 Prosa: É a expressão natural da linguagem escrita ou falada. Não está sujeita a 
ritmo, à rima, nem a versos ou número de sílabas. É mais utilizada na 
linguagem do cotidiano e quando se quer expressar o pensamento racional. É 
estruturada em parágrafos e possui princípio, desenvolvimento e fim. São 
exemplos de prosa: os Contos de Fadas e os Contos Maravilhosos, o Romance, 
o Conto, a Novela e a Crônica. 
 Poesia: É a expressão de um olhar subjetivo. Refere-se àquela circunstância de 
comunicação em que prevalecem intenções voltadas para a subjetividade, 
permitindo múltiplas interpretações. Não tem a pretensão de informar, de 
instruir ou argumentar, mas de entreter, provocar emoções e despertar 
sentimentos. Prevalecem a sonoridade (ritmo, rima e a combinação de rimas), 
o jogo de palavras, o uso de imagens. Define-se como um estado de 
sentimentalismo. 
 Poema: É a forma da poesia, a sua roupa mais comum. Composição poética 
que constitui a arte de retratar no papel a poesia. Embora se possa escrever 
poesia em prosa, o mais comum é encontrá-la em forma de poema. Até a Idade 
Média, a poesia era cantada. Só depois é que se separaram a letra da poesia e a 
 
Aula 1: Algumapoesia... 
 
 
8 
sua música. Efetiva-se por meio de versos, que se caracterizam pelas linhas de 
um poema. Uma vez reunidos, compõem o que chamamos de estrofes. Tem 
elementos sonoros importantes, herança da música que o acompanhava: 
métrica, ritmo e rima. 
 
Compare os dois textos abaixo, que tratam de um mesmo assunto de forma 
diferente: 
 
Texto I 
Cãibra 
Um cacho de gente pendura-se ao meu lado, do estribo do bonde descendo a 
Presidente Vargas em demanda da Central. Na ponta do cacho, como uma banana não 
prevista, um mulatinho segura-se ao bonde por apenas dois dedos de cada mão. Numa 
hora lá, ouço-o dizer: 
- Puxa, que cãibra! 
Olho a penca humana do meu lugar à ponta do banco. Tenho à minha esquerda 
um velho que cochila, com toda a pinta de funcionário da Central, os punhos puídos e 
a gravata desfiando no nó. À minha frente há uma mulata gorda, de pé, ou melhor, no 
seu impressionante posterior, Vejo, nas caras à minha volta, sinais de imemorial fadiga 
e paciência, Dir-se-ia que estamos na Índia. A cor de todo mundo é a da desnutrição e 
da desesperança. Há poucos rostos escanhoados. Muitos olhos trazem sinais de 
conjuntivite crônica e paira um ar geral de avitaminose dentro do elétrico a 
transportar lentamente a sua carga humana para a cidade. O sol bate a pino no cacho 
pendente, como a querer amadurá-lo à força, e rapidamente. Lá de fora chega-me 
novamente a voz, meio aflita: 
- Tou com uma cãibra! 
Mas ninguém dá atenção. O bonde prossegue um pouco mais, eu de olho no 
mulatinho de cara contraída, os braços elásticos a abraçar de fora a penca de homens 
de cerrada catadura. "Ele vai cair…" penso comigo. Mas logo depois acho que não, que 
ele aguenta mais um pouquinho, porque já por estas alturas estamos atingindo a 
antiga Praça Onze, onde há um ponto de parada. Mas a voz chega novamente, 
 
9 
aflitíssima, enquanto eu vejo os dedos do mulatinho com as pontas brancas de 
esforço, agarrados como garras ao balaústre: 
- Não aguento mais essa cãibra! 
A queda veio em seguida, mas o "roxinho" era muito safo. Apesar de cair de 
costas, ele aproveitou o movimento, girou numa espetacular pantana e pôs-se de pé. 
Foi evidentemente sorte sua o bonde estar a fraca velocidade. 
Vi-o ainda sacudindo o braço da cãibra que o tomara, sem qualquer sinal 
aparente de ferimento ou choque. O seu substituto no cacho ficou olhando, o corpo 
estirado para fora do bonde, e comentou meio para si mesmo: 
- O homem devia tar com uma cãibra... 
MORAES, Vinicius de. Disponível em: 
http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=692. Acesso em: 21 set. 2013. 
 
Texto II 
Simpatia em Poema: Pra curar a Cãibra (II) 
Cãibra é uma dor muito forte 
Na barriga da perna ou pé, 
Se desse mal padecer, 
Precisa logo saber 
Que há boa simpatia. 
É só com cuidado ler 
Essas notas, que um dia 
Vieram pro meu saber. 
 
Nesta vida, sempre digo 
E às vezes até repito 
“Não há dor que não se sare 
Por remédio ou simpatia.” 
Já vi um cego enxergar, 
Aleijado estar em pé, 
Mulher idosa parir 
Criança birrenta dormir 
Bastando a cabeça cobrir 
 
10 
Com um pano de algodão 
E tantos outros milagres 
Que deles perdi a conta 
Mas aqui deixo assinado 
Se quiser, bem relatado, 
Tudo é questão de fé. 
 
Mas voltando aqui à cãibra 
Que dela não me esqueço 
Pois essa dor não tem preço: 
 
“Ponha um dedo em sua boca 
Molhando com a saliva 
Passe logo em seguida 
No lugar onde tem dor 
Fazendo o sinal da cruz 
Sempre em nome de Jesus.” 
 
Assim que a saliva secar, 
Acredite, se quiser. 
Alívio já vai notar. 
A tal cãibra dolorida 
Um tormento em sua vida, 
Não vai nunca mais voltar. 
Mas se o acaso assim quiser 
E de novo aparecer 
Repita a operação 
Tendo fé no coração 
Alívio não vai faltar. 
 
Disponível em: http://www.tagarelicesdaci.com/2011/01/simpatia-em-poema-pra-curar-caibra-ii.html. 
Acesso em: 21 set. 2013. 
 
 
11 
 
 
1) Qual é o assunto comum aos dois textos? 
Resposta Comentada: O aluno deve perceber que ambos os textos falam 
sobre a cãibra, dor muscular geralmente causada por esforço excessivo ou 
pelo frio. 
 
2) Qual é a diferença na abordagem do tema em cada um dos textos? 
Resposta Comentada: Há duas respostas possíveis para esta questão. O aluno 
pode concentrar-se na diferença de conteúdo, ou pode tratar da diferença 
formal. Em se tratando do conteúdo, é importante que o aluno perceba que o 
Texto I fala sobre a cãibra causada no esforço que a personagem fazia para se 
segurar ao bonde, enquanto o Texto II fala sobre uma simpatia para curar a 
cãibra. No aspecto formal, o Texto I é escrito em prosa, sem ritmo ou rima, 
expondo uma situação presenciada pelo narrador, enquanto o Texto II é 
escrito em versos, constituindo um poema que possui ritmo próprio e rima. 
 
3) A cãibra é uma dor muscular causada geralmente por um esforço excessivo ou 
pelo frio abundante. No Texto I, o que pode ter causado a cãibra na 
personagem? 
Resposta Comentada: Como a personagem estava pendurada na porta do 
bonde, devia estar se segurando com muita força para não cair e, por isso, 
começou a sentir cãibra. Professor, caso o aluno responda, condicionado pelo 
enunciado desta questão, que podia estar muito frio, mostre a ele que o 
próprio Texto I deixa bem clara que estava calor, como se vê no verso “O sol 
bate a pino no cacho pendente, como a querer amadurá-lo à força, e 
rapidamente”. 
 
 
 
 
Atividade Comentada 1 
 
12 
4) No Texto II, qual é a simpatia ensinada para curar a cãibra? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno consiga identificar 
informações explícitas em um texto e reconheça a simpatia. O poema ensina 
que se deve molhar um dedo com saliva e passá-lo no lugar onde se sente a 
dor, fazendo nele o Sinal da Cruz. Ensina, ainda, que o alívio virá assim que 
secar a saliva. 
 
5) O que revela o trecho “O homem devia tar com uma cãibra...”, que aparece ao 
final do Texto I? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno consiga inferir informações 
implícitas em um texto e reconheça que o trecho revela que, apesar de ele já 
ter declarado por três vezes que sentia cãibra, as pessoas que estavam por 
perto pareciam não conseguir ouvi-lo. O aluno pode argumentar, ainda, que 
as pessoas o ouviam, mas não podiam fazer nada que fizesse com que a dor 
diminuísse, já que o bonde estava lotado e já havia várias outras pessoas 
penduradas na porta. 
 
6) No Texto II, o poeta diz que “Não há dor que não se sare/ por remédio ou 
simpatia”. 
 
a) Quais são os “milagres” que o poeta diz já ter visto? 
Resposta Comentada: O aluno deve identificar informações explícitas em 
um texto, reconhecendo os versos em que são citados os milagres. O 
poeta diz já ter visto cego enxergar, aleijado estar em pé, mulher idosa 
parir e criança birrenta dormir bastando cobrir a cabeça com um pano. 
 
b) De todos esses “milagres”, qual é o único que pode ser comparado a uma 
simpatia ou compreendido como tal? 
Resposta Comentada: O aluno deve perceber que o único “milagre” que 
pode ser compreendido com uma simpatia é o que trata de uma criança 
birrenta dormir depois de ter sua cabeça coberta com um pano de 
algodão. 
 
13 
c) E os demais “milagres”? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno compreenda que os 
demais “milagres” devem ser atribuídos ao avanço científico, que permite 
à Medicina conquistar progressos cada vez mais notáveis nas variadas 
áreas da saúde humana. O aluno pode argumentar, ainda, que os demais 
“milagres” são verdadeiros Milagres, visto que não há simpatia que possa 
fazer com que um cego venha a enxergar, um aleijado venha a levantar-se 
e uma mulher idosa vir a engravidar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Como vimos na última aula, o poema é uma composição que constitui a arte de 
retratar a poesia no papel. Sua forma se caracteriza por versosque, uma vez reunidos, 
compõem o que chamamos de estrofes. Apresenta elementos sonoros importantes, 
como o ritmo e a rima. Vamos compreender um pouco esses elementos? 
 
 Verso: É cada linha de um poema. Caracteriza-se por possuir efeitos sonoros e 
apresentar unidade de sentido. Pode ser composto por uma só palavra ou por 
uma sequência de palavras. 
 Estrofe: É um conjunto de versos. No poema, as estrofes são separadas por 
uma linha em branco. 
 Rima: É um recurso do qual os poetas se utilizam para tornar ainda mais belos 
os poemas. Caracteriza-se pela coincidência de sons entre as palavras, 
principalmente no final dos versos. 
 
Observe o texto abaixo: 
 
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades 
Luís Vaz de Camões 
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança: 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 
 
Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança: 
Do mal ficam as mágoas na lembrança, 
E do bem (se algum houve) as saudades. 
 
 
Aula 2: Agora, um poema 
 
15 
O tempo cobre o chão de verde manto, 
Que já coberto foi de neve fria, 
E em mim converte em choro o doce canto. 
 
E afora este mudar-se cada dia, 
Outra mudança faz de mor espanto, 
Que não se muda já como soía. 
 
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/mudamse-os-tempos-mudamse-as-vontades-luis-vaz-de-camoes. 
Acesso em: 22 set. 2013. 
 
 Veja que, ao final de cada verso, há palavras que apresentam sons combinando 
com as palavras que encerram os versos seguintes. Veja, ainda, que os versos se 
agrupam, no caso deste poema, em conjuntos de três ou quatro versos. 
 Agora, observe este outro poema: 
 
 A bailarina 
Cecília Meireles 
Esta menina 
tão pequenina 
quer ser bailarina. 
 
Não conhece nem dó nem ré 
mas sabe ficar na ponta do pé. 
 
Não conhece nem mi nem fá 
Mas inclina o corpo para cá e para lá 
 
Não conhece nem lá nem si, 
mas fecha os olhos e sorri. 
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar 
e não fica tonta nem sai do lugar. 
 
16 
 
Põe no cabelo uma estrela e um véu 
e diz que caiu do céu. 
 
Esta menina 
tão pequenina 
quer ser bailarina. 
 
Mas depois esquece todas as danças, 
e também quer dormir como as outras crianças. 
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NjA4NzQy/. Acesso em: 22 set. 2013 
 
 
 
1) Toda criança sonha com o que vai ser quando for um pouco maior, quando for 
“grande”. O que a menina do poema quer ser? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno perceba que a menina 
retratada no poema tem o desejo de ser bailarina. 
 
2) Observe o trecho “Põe no cabelo uma estrela e um véu / e diz que caiu do céu”. 
Com o que a menina se compara ao dizer que caiu do céu? 
Resposta Comentada: Nesta questão, há duas respostas possíveis. O aluno 
pode relatar que a menina compara-se a um anjo, por possuir conhecimento 
de que os anjos moram no Céu. Pode, ainda, responder que a menina se 
compara a uma Fada, em virtude de ter colocado nos cabelos uma Estrela. 
 
 
 
 
Atividade Comentada 2 
 
17 
3) Na segunda, na terceira e na quarta estrofes, o poema declara que há coisas 
que a menina não conhece e outras que já lhe são familiares. 
a) O que a menina não conhece? 
( ) As outras crianças. A única menção que o poema faz a “outras crianças” é 
quando retrata que a menina que sonha em ser bailarina quer dormir, ao fim do 
dia, como as outras crianças, que não têm esse desejo. 
( ) Uma bailarina. O texto não comenta se a menina conhece alguma outra 
bailarina, mas, como ela sabe fazer os passos de ballet, acredita-se que faça aulas 
com uma bailarina profissional. 
( X ) As notas musicais. Quando menciona que a menina conhece os passos de 
ballet, o poema relata que a menina “Não conhece nem dó nem ré”, “Não 
conhece nem mi nem fá”, “Não conhece nem lá nem si”. 
( ) As danças. O poema não menciona se a menina conhece ou desconhece outras 
danças que não o ballet. Quando fala em esquecer “todas as danças”, refere-se 
aos passos de ballet aprendidos. 
 
b) O que a menina conhece? 
( ) As estrelas. A única menção que o poema faz à “Estrela” é quando retrata que 
a menina “Põe no cabelo uma estrela e um véu”. 
( X ) Os passos do ballet. O poema relata que a menina “sabe ficar na ponta do 
pé”, “inclina o corpo para cá e para lá”, “fecha os olhos e sorri”, “Roda, roda, roda, 
com os bracinhos no ar / e não fica tonta nem sai do lugar”. 
( ) A sua família. Não há menção à Família da menina em nenhuma estrofe do 
poema. 
( ) O céu. Assim como à “Estrela”, o poema só menciona o céu quando a menina 
diz ter de lá caído. 
 
4) Retire do texto: 
a) Um exemplo de verso. 
Resposta Comentada: Relembrando as explicações dadas durante a aula, o aluno 
pode retirar do poema qualquer linha isolada, que caracteriza um verso. É 
importante que ele compreenda a distinção entre verso e estrofe, para que não 
 
18 
confunda os dois conceitos. Um exemplo é o verso “Roda, roda, roda, com os 
bracinhos no ar”. 
 
b) Um exemplo de estrofe. 
Resposta Comentada: Da mesma forma, é importante que, relembrando as 
explicações dadas durante a aula, o aluno consiga identificar no poema os 
conjuntos de versos que aparecem. Um exemplo é a estrofe “Põe no cabelo uma 
estrela e um véu / e diz que caiu do céu”. Se for necessário, explique ao aluno que 
as barras inclinadas são utilizadas para mostrar que ali há mudança de verso. 
 
c) As rimas que conseguir identificar. 
Resposta Comentada: Relembrando as explicações dadas durante a aula, o aluno 
precisa identificar as combinações de sons que aparecem no decorrer de todo o 
poema. É importante que ele reconheça que as rimas nem sempre ocorrem 
somente entre pares de palavras, podendo haver três ou mais palavras cujos sons 
são coincidentes entre si. As rimas neste poema são: menina – pequenina – 
bailarina; ré – pé; fá – lá; si – sorri; ar – lugar; céu – véu; danças – crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Como vimos nas aulas anteriores, a rima é um recurso poético caracterizado 
pela coincidência de sons entre palavras. É através do uso da rima que o poema 
adquire a musicalidade, o ritmo e a sonoridade que lhe são característicos. Embora 
nem todo poema possua rimas, sendo possível que seja construído sem a utilização 
desse recurso, um poema rimado e ritmado parece sempre mais agradável aos nossos 
ouvidos do que aquele que não possui essa musicalidade própria. 
Nos poemas, as rimas podem ser internas ou externas. Quando internas, 
ocorrem entre palavras que se encontram em um mesmo verso, como se observa 
abaixo: 
 
Pedro Pedreiro 
Chico Buarque 
Pedro pedreiro penseiro esperando o trem 
Manhã parece, carece de esperar também 
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém 
Pedro pedreiro fica assim pensando 
Disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/45160/. Acesso em: 05 out. 2013. 
 
Quando externas, acontecem entre as palavras finais de cada verso da estrofe. 
Podem ser distribuídas de diferentes formas: 
 
a) Alternada (ABAB): O primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo rima com 
o quarto. 
 
 
 
 
 
 
Aula 3: Rima, rimador! 
 
20 
Soneto do Amor Maior 
Vinicius de Moraes 
 
Maior amor nem mais estranho existe 
Que o meu, que não sossega a coisa amada 
E quando a sente alegre, fica triste 
E se a vê descontente, dá risada. 
 
Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=136. 
Acesso em: 05 out. 2013. 
 
b) Interpolada (ABBA): O primeiro verso rima com o quarto, e o segundo rima 
com o terceiro. 
 
Soneto de Fidelidade 
Vinicius de Moraes 
 
De tudo, ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento 
 
c) Emparelhada (AABB):O primeiro verso rima com o segundo, e o terceiro rima 
com o quarto. 
 
A Lágrima 
Guerra Junqueiro 
 
Manhã de Junho ardente. Uma encosta escavada, 
Sêca, deserta e nua, à beira d'uma estrada. 
Terra ingrata, onde a urze a custo desabrocha, 
Bebendo o sol, comendo o pó, mordendo a rocha. 
 
21 
d) Misturada: Não possui esquema fixo. 
 
As Palavras Interditas 
Eugénio de Andrade 
 
Os navios existem e existe o teu rosto 
encostado ao rosto dos navios. 
Sem nenhum destino flutuam nas cidades, 
partem no vento, regressam nos rios. 
Na areia branca, onde o tempo começa, 
uma criança passa de costas para o mar. 
Anoitece. Não há dúvida, anoitece. 
É preciso partir, é preciso ficar. 
 
e) Versos Brancos: São os que não têm rima. 
 
Canção Amiga 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Eu preparo uma canção 
em que minha mãe se reconheça, 
todas as mães se reconheçam, 
e que fale como dois olhos. 
 
 Agora, observe o texto abaixo: 
 
Ou isto ou aquilo 
Cecília Meireles 
Ou se tem chuva e não se tem sol 
ou se tem sol e não se tem chuva! 
Ou se calça a luva e não se põe o anel, 
ou se põe o anel e não se calça a luva! 
 
Quem sobe nos ares não fica no chão, 
quem fica no chão não sobe nos ares. 
É uma grande pena que não se possa 
estar ao mesmo tempo em dois lugares! 
 
22 
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, 
ou compro o doce e gasto o dinheiro. 
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... 
e vivo escolhendo o dia inteiro! 
 
Não sei se brinco, não sei se estudo, 
se saio correndo ou fico tranquilo. 
Mas não consegui entender ainda 
qual é melhor: se é isto ou aquilo. 
 
Disponível em: http://poemas-infantis.blogspot.com.br/. Acesso em: 05 out. 2013. 
 
1) Considerando o Poema “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles, indique: 
a) O número de estrofes do poema: 4. 
b) O número de versos do poema: 16. 
c) O número de versos de cada estrofe: 4. 
Resposta Comentada: É importante que o aluno, retomando as explicações dadas em 
aulas anteriores, seja capaz de identificar o que são as estrofes do poema e o que são 
os versos, podendo diferenciá-los em um exercício simples de contagem. 
 
 
 
 
 
 
Atividade Comentada 3 
 
23 
2) No poema, podemos encontrar várias rimas entre os versos de cada estrofe. 
Identifique as palavras que rimam entre si e indique em qual verso e em qual estrofe 
elas se encontram. 
Rima Verso Rima Verso Estrofe 
Chuva 2 Luva 4 1 
Ares 6 Lugares 8 2 
Dinheiro 10 Inteiro 12 3 
Tranquilo 14 Aquilo 16 4 
 
Resposta Comentada: Neste exercício, pretende-se que o aluno, retomando a 
explicação dada a respeito da rima, seja capaz de identificar quais são as palavras 
que, em um poema, rimam entre si. Identificando, ainda, o número do verso e da 
estrofe em que aparecem, fixam ainda mais essas noções tão importantes à 
compreensão da estrutura poética. 
3) Depois de ter identificado as rimas, encontre as palavras abaixo no caça-
palavras: 
Chuva Doce Calça Grande Isto 
Sol Luva Ares Aquilo Estudo 
Anel Dinheiro Chão Brinco Correndo 
 
Disponível em: http://estagiocm.wordpress.com/projeto-de-intervencao/. Acesso em: 05 out. 2013 
 
24 
 
4) Muitas vezes, nos encontramos em situações nas quais temos de fazer escolhas 
e elas nem sempre são fáceis. Então, pensamos: “Por que não posso ter as duas 
coisas?” Leia as opções apresentadas abaixo e crie versinhos com rimas que expressem 
o desejo de fazer as duas coisas, mas só poder fazer uma delas. Se possível, tente fazer 
rimas com as frases que for formando. 
 
CINEMA VIAGEM ITALIANO 
 ÁRABE AZUL 
FESTA TEATRO PRETO 
 
Veja o exemplo: 
Recebi convite para o Cinema, 
Mas já tinha uma festa marcada. 
Não sei se vejo o filme com amigos 
Ou se vou à festa com a namorada 
Algumas possibilidades de respostas: 
a) Recebi convite para o Cinema, 
Mas o ingresso para o Teatro já estava comprado. 
Não sei se vejo o filme com amigos 
Ou se vou ao teatro com a namorado. 
 
b) Fui almoçar em um Restaurante 
Sugeriram escolher comida árabe 
Mas fiquei com a ideia de Juliano 
E escolhi um Restaurante italiano. 
 
c) Não sei se escolho o preto 
Ou se fico com o azul 
Só sei que preciso de um casaco 
Para ir ao Rio Grande do Sul. 
 
 
25 
d) Queria ir à Festa de Formatura 
Queria fazer uma viagem 
Não sei em qual das duas escolhas 
Sairia em mais vantagem. 
Resposta Comentada: Neste exercício, a ideia é fazer com que os alunos se 
acostumem com o trabalho de produzir versos e rimas, para que posteriormente 
possam produzir todo um poema. 
 
5) As frases que se seguem foram retiradas do poema “Ou isto ou aquilo”, de 
Cecília Meireles, mas se encontram embaralhadas. Ligue os versos da coluna à 
esquerda aos versos da coluna à direita, formando os pares de acordo com a 
mensagem: 
 
 
 
Resposta Comentada: É importante verificar o nível de atenção que os alunos 
dispensaram ao texto e a capacidade de relacionar os versos embaralhados a partir 
da mensagem que está contida em seu interior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Até o momento, estamos trabalhando exclusivamente com a estrutura formal 
dos poemas, mas também é importante reconhecermos os aspectos significativos que 
estão relacionados às escolhas feitas pelo poeta. Em Língua Portuguesa, há uma área, 
denominada semântica, que dá conta justamente do significado das palavras. Um 
aspecto importante, que devemos ressaltar em nosso estudo, é que as palavras podem 
ter significados semelhantes ou absolutamente diversos. Compare os grupos de 
palavras abaixo: 
 
Cansado – Fatigado – Exausto 
Casa – Residência – Habitação 
Especialista – Perito – Entendido 
Bonito – Feio 
Luz – Escuridão 
Juntar – Separar 
 
As palavras que aparecem na primeira coluna de nosso quadro apresentam 
significados parecidos, enquanto as palavras da segunda coluna de nosso quadro 
apresentam significados opostos. Vamos entender o que isso representa em nossa 
língua? 
 
 Sinônimos: São palavras que têm sentido igual ou semelhante. Mantêm relação 
de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia. Mas: Por 
que “praticamente” a mesma ideia? Porque são muito raros os sinônimos 
perfeitos, que tenham sentido exatamente idênticos em qualquer ocasião. 
Veja: 
 
Marina está cansada. 
vs. 
Marina está exausta. 
Embora ambas as palavras (cansada e 
exausta) estejam relacionadas a um 
desgaste físico, estar exausto dá uma 
ideia de um cansaço maior do que o 
estar cansado. 
 
Aula 4: Verso e Reverso 
 
 
27 
 Antônimos: São palavras que têm sentido contrário, de forma que um se opõe 
ao outro ou lhe nega o significado. Podem ser palavras de origem diferente, 
como feio e bonito, ou podem se originar da utilização de prefixos negativos ou 
opostos, como fazer e desfazer. 
 
Agora, observe o texto abaixo: 
 
 Certas Coisas 
Lulu Santos 
Não existiria som 
Se não houvesse o silêncio 
Não haveria luz 
Se não fosse a escuridão 
A vida é mesmo assim, 
Dia e noite, não e sim... 
 
Cada voz que canta o amor não diz 
Tudo o que quer dizer, 
Tudo o que cala fala 
Mais alto ao coração. 
Silenciosamente eu te falo com paixão... 
 
Eu te amo calado, 
Como quem ouve uma sinfonia 
De silêncios e de luz. 
Nós somos medo e desejo, 
Somos feitos de silêncio e som, 
Tem certas coisas que eu não sei dizer... 
 
A vida é mesmo assim, 
Dia e noite, não e sim... 
 
 
28 
Cada voz que canta o amor não diz 
Tudo o que quer dizer, 
Tudo o que cala fala 
Mais alto ao coração. 
Silenciosamente eu te falo com paixão... 
 
Eu te amo calado, 
Como quem ouve uma sinfonia 
De silêncios e de luz, 
Nós somos medo e desejo, 
Somos feitos de silêncio e som, 
Tem certas coisas que eu não sei dizer... 
 
Disponível em: http://letras.mus.br/lulu-santos/35063/. Acesso em: 06 out. 2013. 
 
1) No poema acima, que é uma músicade Lulu Santos, percebemos que há uma 
série de antônimos que, colocados lado a lado, reforçam a ideia de que o poeta 
não sabe dizer “certas coisas”. Identifique alguns desses antônimos. 
Veja o exemplo: 
 Som – Silêncio 
 Luz – Escuridão 
Dia Noite 
Não Sim 
Canta o Amor Não diz 
Não diz Quer dizer 
O que cala Fala mais alto 
Medo Desejo 
Silenciosamente Eu te falo 
 
Atividade Comentada 4 
 
29 
Resposta Comentada: Este exercício pretende fixar as noções de sinônimos e 
antônimos apresentadas aos alunos, com a intenção de verificar se 
conseguiram compreender os conceitos que lhe foram passados e se são 
capazes de identificar tais aspectos em um texto de extensão maior do que 
uma frase. 
 
2) Observe as palavras destacadas abaixo, que foram retiradas do poema “Certas 
coisas”. Indique um sinônimo para cada uma delas: 
 
Palavra Sinônimo 
Som Barulho 
Luz Claridade 
Escuridão Trevas 
Amor Paixão / Romance 
Sinfonia Concerto 
 
Resposta Comentada: Procurando formar pares de sinônimos que não estão 
expressos no texto trabalhado, pretende-se que os alunos coloquem à prova 
o vocabulário de que têm conhecimento, a fim de que possam compreender 
como podem evitar a repetição de palavras em um texto. Embora essa 
habilidade não seja o foco no momento, é importante exercitá-los, mesmo 
sem perceberem, nos mecanismos de coesão de que a Língua Portuguesa 
dispõe. 
 
3) Agora, observe este outro texto: 
 
As coisas que a gente fala 
Ruth Rocha 
As coisas que a gente fala 
saem da boca da gente 
e vão voando, voando, 
correndo sempre pra frente. 
Entrando pelos ouvidos 
de quem estiver presente. 
Quando a pessoa presente 
É pessoa distraída 
 
30 
Não presta muita atenção. 
Então as palavras entram 
E saem pelo outro lado 
Sem fazer complicação. 
 
[...] 
 
E depois que elas se espalham, 
Por mais que a gente procure, 
Por mais que a gente recolha, 
Sempre fica uma palavra, 
Voando como uma folha, 
Caindo pelos quintais, 
Pousando pelos telhados, 
Entrando pelas janelas, 
Pendurada nos beirais. 
 
Por isso, quando falamos, 
Temos de tomar cuidado. 
Que as coisas que a gente fala 
Vão voando, vão voando, 
E ficam por todo lado. 
E até mesmo modificam 
O que era nosso recado. 
[...] 
 
Sejam palavras bonitas 
Ou sejam palavras feias; 
Sejam mentira ou verdade 
Ou sejam verdades meias; 
São sempre muito importantes 
As coisas que a gente fala. 
Aliás, também têm força 
As coisas que a gente cala. 
Ás vezes, importam mais 
Que as coisas que a gente fez... 
"Mas isso é uma outra história 
que fica pra uma outra vez...
Disponível em: http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historias_14.htm. Acesso em: 06 out. 2013. 
 
a) Na primeira estrofe do poema, identifique um par de antônimos: 
Resposta Comentada: É importante que o aluno saiba identificar a noção de 
estrofe, trabalhada nas aulas anteriores, e possa então praticar os conceitos 
de sinonímia e antonímia ora exercitados. O par de antônimos a ser 
encontrado é “Entram – Saem”. 
 
b) Na segunda estrofe, encontre um par de sinônimos: 
Resposta Comentada: O par de sinônimos a ser encontrado é “Caindo – 
Pousando”. Da mesma forma que no primeiro exercício desta questão, o 
aluno deve saber identificar o que é uma estrofe para poder praticar o 
conceito de sinonímia solicitado. 
 
31 
 
c) Na última estrofe, identifique os pares de antônimos que você puder 
encontrar: 
Resposta Comentada: Assim como nos exercícios anteriores desta questão, o 
aluno precisa saber identificar o que é uma estrofe para então poder praticar 
o conceito de antonímia solicitado. Os pares de antônimos a serem 
encontrados são: “Bonitas – Feias”, “Mentiras – Verdades”, “Calar – Falar”. 
 
4) Ligue as palavras da primeira coluna às da segunda coluna, encontrando os 
pares de sinônimos: 
 
Resposta Comentada: Ao praticar um exercício simples de ligar as colunas, o 
aluno pode fixar mais perfeitamente a lição que lhe foi transmitida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
5) Agora, ligue as palavras da primeira coluna às da segunda coluna, encontrando 
os pares de antônimos: 
Resposta Comentada: Ao praticar um exercício simples de ligar as colunas, o 
aluno pode fixar mais perfeitamente a lição que lhe foi transmitida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 E te direi quem és. Muitos de nós já ouvimos essa frase com relação às nossas 
companhias, no sentido de que acabamos por reproduzir muito do que essas 
companhias são para nós. Quem é que nunca pegou algumas “manias” de seu melhor 
amigo? Assim também é com as palavras, que assumem significados diferentes a 
depender do contexto em que se encontram. Contexto é o texto que precede ou 
segue determinada palavra, frase ou texto, contribuindo para o seu significado. 
 Em Língua Portuguesa, podemos ilustrar esse conceito de que as palavras 
dependem muitas vezes do contexto em que se encaixam para assumirem significados 
com dois grupos que conheceremos agora: os homônimos e os parônimos. Trata-se de 
palavras que são muito semelhantes, na grafia ou na pronúncia e, por esse motivo, só 
podem ser compreendidas em seu real significado quando inseridas em um ambiente. 
Vamos compreender o que eles representam em nossa língua? 
 
 Homônimos: São palavras que possuem a mesma pronúncia e/ou a mesma 
grafia, mas apresentam significados diferentes. Dividem-se em: 
 
o Homônimos homógrafos: Possuem escrita idêntica, mas diferem na 
pronúncia: 
 Muito legal o jogo que ganhei de presente. 
 Hoje sou eu que jogo futebol à tarde. 
 
 Coloque apenas uma colher de açúcar. 
 Vou colher umas flores para dar de presente à minha mãe. 
 
o Homônimos homófonos: Possuem pronúncia idêntica, mas diferem na 
escrita: 
 Vou acender a luz, porque já não consigo enxergar as letras. 
 O elevador vai ascender rapidamente até o 13º Andar. 
 
Aula 5: Diga-me com quem andas... 
 
 
34 
 
 Hoje assisti a um concerto da Orquestra Sinfônica. 
 Meu computador está no conserto. 
 
o Homônimos perfeitos: Possuem pronúncia e escrita idênticas. 
 Hoje vou à Escola por aquele caminho. 
 Eu caminho todos os dias durante trinta minutos. 
 
 Estou livre desse trabalho cansativo! 
 Deus nos livre de todo o mal. 
 
o Parônimos: São palavras com pronúncias e grafias tão parecidas que 
podem ser confundidas. No entanto, seus significados são diferentes, 
muitas vezes opostos. 
 
 Comprei uma cesta de chocolates para presentear mamãe. 
 Após o almoço, tirarei a minha sesta. 
 
 Precisamos retificar (corrigir) aquele relatório. 
 A Direção irá ratificar (confirmar) a ordem divulgada ontem. 
 
Agora, observe o poema abaixo: 
Moda da Menina Trombuda 
Cecília Meireles 
É a moda 
da menina muda 
da menina trombuda 
que muda de modos 
e dá medo. 
(A menina mimada!) 
 
 
É a moda da menina muda 
que muda de modos 
e já não é trombuda. 
(A menina amada!) 
 
Disponível em: 
http://versosdecrianca.blogspot.com.br/2008/09/
moda-da-menina-trombuda-ceclia-meireles.html. 
Acesso em: 14 out. 2013. 
 
 
1) O poema “A Moda da Menina Trombuda”, de Cecília Meireles, utiliza um par de 
palavras que podem ser consideradas homônimos perfeitos. 
a) Qual é esse par de palavras? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno, retomando as 
explicações dadas a respeito de homônimos e parônimos, consiga 
identificar que os homônimos perfeitos são a palavra muda, em função de 
adjetivo, e a palavra muda, em função de verbo. 
 
b) Qual o significado de cada uma das palavras que compõem o par? 
Resposta Comentada: O aluno deve conseguir distinguir o significado das 
palavras envolvidas no caso de homonímia, reconhecendo que o adjetivo 
muda se refere a pessoas que não falam ou não possuem voz e que o 
verbo muda se refere a ação de sofrer transformações. 
 
2) O poema fala de uma menina que muda de modos e assume duasformas 
diferentes de ser. 
a) Consulte um dicionário e descubra qual é o significado da palavra “modos” 
no contexto em que se encontra. 
Resposta Comentada: O aluno deve perceber que a palavra “modos” 
indica maneira de ser ou de se portar, conduta ou comportamento. É 
importante, neste caso, que a consulta ao dicionário revele os variados 
sentidos que essa mesma palavra pode assumir, a depender do contexto, 
e que o aluno consiga identificar o que mais perfeitamente se adequa ao 
uso que é feito no poema analisado. 
 
b) Quais são as formas de ser da menina que o poema retrata? 
Resposta Comentada: Nessa questão, pretende-se avaliar se o aluno é 
capaz de identificar informações explícitas no texto e observar que a 
 
Atividade Comentada 5 
 
36 
menina é retratada no texto ora como “menina mimada”, ora como 
“menina amada”. 
 
c) Quando passa a ser amada, qual é a característica física que o poema diz 
que desaparece? 
Resposta Comentada: Da mesma forma que na questão anterior, 
pretende-se avaliar se o aluno é capaz de identificar informações 
explícitas no texto. Ele deve reconhecer que a menina, quando passa a ser 
amada, deixa de ser trombuda. 
 
3) O poema fala de uma menina trombuda. Sabendo que tromba é o focinho mais 
extenso de alguns animais, como o elefante, qual o significado que o adjetivo 
“trombuda” assume no contexto do poema? 
(a) Nariguda. 
(b) Emburrada, Bicuda. 
(c) Gorda. 
(d) Orelhuda.
 
Resposta Comentada: Recordando-se de que as palavras assumem significados 
diferentes a depender do contexto em que se encontram, o aluno deve compreender 
que o adjetivo “trombuda” não significa exatamente que a menina esteja sendo 
comparada com um elefante em suas características. Ou seja, não está sendo 
chamada de nariguda, gorda ou orelhuda. No caso, é uma característica da menina 
de emburrar-se por mimo e, provavelmente fazer bicos de chateação, sendo, então 
comparada à tromba do elefante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Agora, observe o texto abaixo, que é o trecho da música “Tira as mãos de mim”, de 
Chico Buarque. 
Tira as mãos de mim 
Chico Buarque 
Éramos nós 
Estreitos nós 
Enquanto tu 
És laço frouxo 
Tira as mãos de mim 
Põe as mãos em mim 
E vê se a febre dele 
Guardada em mim 
Te contagia um pouco 
Disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/86065/. Acesso em: 14 out. 2013. 
 
4) O poema “Tira as mãos de mim”, de Chico Buarque, também utiliza um par de 
palavras que podem ser consideradas homônimos perfeitos. 
a) Qual é esse par de palavras? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno, retomando as 
explicações dadas a respeito de homônimos e parônimos, consiga 
identificar que os homônimos perfeitos neste trecho do poema são a 
palavra nós, em função de pronome, e a palavra nós, em função de 
substantivo. Ainda que não saiba nomear as classes gramaticais a que 
pertence cada uma das palavras, é suficiente que tenha compreendido o 
conceito de homonímia. 
 
b) Qual é o sentido de cada uma dessas palavras? 
Resposta Comentada: O aluno deve conseguir distinguir o significado das 
palavras envolvidas no caso de homonímia, reconhecendo que o pronome 
nós se refere a um grupo de mais de uma pessoa, necessariamente 
envolvendo aquela que fala, e corresponde à primeira pessoa do plural; e 
 
38 
que o substantivo nós se refere ao entrelaçamento de fios amarrados de 
maneira bastante apertada, quase impossível de ser desatado. 
 
5) No trecho “És laço frouxo”, por que podemos dizer que o adjetivo “frouxo” era 
desnecessário no contexto? 
Resposta Comentada: É importante que o aluno ative os seus conhecimentos 
de mundo e se recorde de que o laço já é algo que denota frouxidão, uma vez 
que pode ser facilmente desatado, enquanto os nós, também mencionados 
no poema, são mais firmes e quase impossíveis de serem desfeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Uma das maiores dificuldades de todos os falantes de Língua Portuguesa está 
na ortografia, palavra que vem do Grego ortho, que significa "correto", e graphos, que 
significa "escrita" (HOUAISS, 2009). É a parte da gramática que ensina a escrever 
corretamente as palavras de uma língua. 
É comum nos depararmos com algumas palavras que não sabemos se são 
escritas com G ou com J, com X ou com CH, com S ou com Ç. Quando não conhecemos 
a palavra, é ainda mais difícil descobrirmos como devemos escrevê-la; e, mesmo 
quando a conhecemos, às vezes nos “dá um branco” e não conseguimos lembrar como 
deve ser escrita. 
Como estamos trabalhando com poemas, que tal aprendermos um pouco de 
ortografia com alguns versinhos de Cordel? Observe os textos abaixo: 
 
EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS 
Janduhi Dantas 
X OU CH? 
“É com x ou ch?” 
– quem nunca se perguntou 
diante de uma palavra 
que estranha lhe soou 
e, sem saber a resposta, 
dicionário não olhou?! 
 
COM X 
Escreve-se x depois 
de ditongo decrescente: 
ameixa, frouxo, caixote; 
tendo a sílaba en na frente 
da palavra: enxoval, 
enxada... (Mas não enchente!) 
 
EXCEÇÕES 
Exceções a essa regra 
veem-se a todo momento: 
encher e seus derivados – 
enchendo, preenchimento, 
preenchendo, preencher, 
enchido, enchente, enchimento... 
 
PREFIXO EN 
Junção do prefixo en 
a um radical começado 
por ch veja exemplos: 
Aula 6: De Olho na Ortografia! 
 
40 
de chumaço, enchumaçado; 
de chocalho, enchocalhar; 
de chiqueiro, enchiqueirado. 
ESCRITAS COM CH 
Com ch, mais palavras 
poderemos encontrar: 
advinda de desfecho, 
a grafia é desfechar; 
pichar deriva de piche; 
de aconchego, aconchegar... 
 
COM X 
Também quando a sílaba me 
é a sílaba inicial 
da palavra, põe-se x 
(ch fica ilegal): 
“Mexedor mexeriqueiro 
mexicano"... (Está legal?) 
 
EXCEÇÃO 
Mas como em nossa gramática 
pra exceção sempre há brecha, 
é preciso adiantar-se 
veloz tal qual uma flecha 
pra dizer que a exceção 
a essa regrinha é mecha. 
 
COM J 
Com exceção de Sergipe 
(que com g deve vir), 
as palavras oriundas 
do idioma tupi 
serão escritas com j: 
jiboia, pajé, Moji... 
 
Pessoas, tempos e modos 
de verbos com fim em jar 
devemos grafar com j: 
“Viaje” – de viajar; 
de sujar – “Que eles não sujem”; 
“Beije a mamãe” – de beijar. 
 
PALAVRAS ESCRITAS COM G 
Palavras com g anote, 
faça o seu apontamento: 
coragem, ágio, agiota, 
estrangeiro, rabugento, 
colégio, relógio, monge, 
megera, vagem, sargento... 
 
NA MESMA PISTA: G-G; J-J; Z-Z 
A palavra derivada 
seguirá na mesma pista 
da palavra primitiva: 
de loja virá lojista; 
de cozinha, cozinheira; 
de massagem, massagista. 
 
COM E 
Continue ou continui, 
como se deve grafar? 
formas de verbos findados 
em uar e em oar 
serão escritas com e: 
 
41 
continue – continuar. 
 
COM I 
De instruir vem instrui, 
possui vem de possuir – 
veja que a forma verbal 
será escrita com i 
se o verbo no infinitivo 
tiver final em uir. 
 
EMPREGO DO I 
Sobre o emprego do i 
há mais para se dizer: 
empregamos i nas formas 
de verbos de fim oer, 
também com fim em air – 
sai (sair) e rói (roer). 
 
COM E E COM I 
Para escrever ante ou anti 
você tem dificuldade? – 
anteontem, antebraço... 
ante: anterioridade; 
anticristo, antialérgico... 
anti é contra, na verdade. 
 
S EM ESE E OSE 
Usa-se s nas palavras 
findadas com ese e ose: 
diurese, catequese, 
exegese, simbiose, 
sudorese, anamnese, 
mitose, osmose, teose... 
 
PEL – PULS 
A correlação pel – puls 
de uso do s é motivo: 
de impelir, se tem impulso; 
de repelir, repulsivo; 
de expelir, tem-se expulsão, 
expulsório, expulsivo... 
 
ND – NS 
O s também se emprega 
quando há correlação 
nd e ns: 
pretender dá pretensão; 
suspender dá suspensivo, 
suspensório, suspensão... 
DANTAS, Janduhi. Lições de Gramática em Versos de Cordel. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,2011. 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
1) Complete as lacunas abaixo com s ou ss: 
2) Complete as lacunas abaixo com s ou ss: 
 
a) dezesseis 
b) manso 
c) progresso 
d) valsa 
e) classe 
f) consulta 
g) dispensado 
h) assim 
i) vassoura 
j) personagem 
k) classificado 
l) universo 
m) possuir 
n) aniversário 
o) conversa 
p) necessidade 
q) pensamento 
r) recurso 
s) assinante 
t) salsicha 
u) assobio 
v) pulseira 
 
3) Complete as lacunas abaixo com r ou rr: 
 
a) tenra 
b) barra 
c) arara 
d) charrete 
e) coruja 
f) ferro 
g) marujo 
h) maravilha 
i) enrugar 
j) terreiro 
k) carretel 
l) enrolado 
m) ferradura 
n) senhora 
o) socorro 
p) companheiro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Comentada 6 
 
43 
4) Complete as lacunas abaixo com l, r ou s e descubra palavras conhecidas: 
 
a) altura 
b) fósforo 
c) estrela 
d) cartola 
e) pasta 
f) calma 
g) calçado 
h) formiga 
i) almofada 
j) espuma 
k) circo 
l) cobertor 
m) maldade 
n) hospital 
o) cálculo 
p) martelo 
q) coronel 
r) gargalhada 
s) salto 
t) balde 
u) corda 
v) culpa 
w) casca 
x) filtro 
y) papel 
z) bolsa 
 
5) Complete com u ou l: 
 
a) couve 
b) calmante 
c) soldado 
d) automóvel 
e) vassoura 
f) chapéu 
g) anzol 
h) cantil 
i) cenoura 
j) autoridade 
 
6) Ao falar sobre as regras de utilização de algumas letras, o poeta também fala 
sobre exceções a essas regras. 
a) Qual é a constatação do poeta a respeito dessas exceções? 
Resposta Comentada: O aluno deve saber identificar informações explícitas no 
texto e reconhecer que, segundo o autor, “Em nossa gramática pra exceção há 
sempre brecha”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
b) Qual é a exceção apresentada: 
o No emprego de x: 
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer informações explícitas no texto e 
observar que duas são as exceções apresentadas para o emprego do x. A 
primeira delas diz respeito ao fato de a palavra mecha ser a única que se inicia 
com a sílaba me- que não se grafa com x. A segunda diz respeito ao fato de a 
palavra encher ser a única em que, após a sílaba en- inicial, não se empega a 
letra x. 
 
o No emprego de j: 
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer informações explícitas no texto e 
observar que a exceção apresentada para o emprego do j diz respeito ao fato de 
a palavra Sergipe ser a única de origem tupi a não ser escrita com j. 
 
7) Para identificar se a palavra será escrita com g ou com j, o poeta dá uma dica. Que 
dica é essa? 
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer, no texto, o trecho que expõe a 
dica para saber se a palavra deve ser escrita com g ou com j e identificar que o 
poeta declara que “A palavra derivada seguirá na mesma pista da palavra 
primitiva”, de modo que as letras também se repetirão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 Caro Professor Aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as turmas 
que estão utilizando este material: 
 Nas disciplinas em que os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se 
utilizar a seguinte pontuação: 
 Saerjinho: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
 As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho podem utilizar a 
participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades do caderno como 
uma das três notas. Neste caso, teríamos: 
 Participação: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
Caro aluno, agora, você fará uma verificação de tudo que aprendemos neste 
caderno. Vamos lá? Você é capaz! 
 
Leia o texto abaixo: 
 
Chuva, suor e cerveja 
Caetano Veloso 
Não se perca de mim 
Não se esqueça de mim 
Não desapareça 
A chuva tá caindo 
E quando a chuva começa 
Eu acabo de perder a cabeça 
Não saia do meu lado 
Segure o meu pierrot molhado 
E vamos embolar 
Ladeira abaixo 
 
Avaliação 
 
 
46 
Acho que a chuva 
Ajuda a gente a se ver 
Venha, veja, deixa 
Beija, seja 
O que Deus quiser... (2x) 
 
A gente se embala 
Se embora se embola 
Só para na porta da igreja 
A gente se olha 
Se beija se molha 
De chuva, suor e cerveja... (2x) 
Não se perca de mim 
Não se esque___a de mim 
Não desapare___a 
A ___uva tá caindo 
E quando a ___uva come___a 
Eu acabo de perder a cabe___a 
Não saia do meu lado 
Segure o meu pierrot molhado 
E vamos embolar 
Ladeira abai___o 
A___o que a ___uva 
Ajuda a gente a se ver 
Venha, veja, dei___a 
Beija, seja 
O que Deus qui___er... (2x) 
 
A gente se embala 
Se embora, se embola 
Só para na porta da igre___a 
A gente se olha 
Se bei___a se molha 
De ___uva, suor e ___erve___a... (6x) 
 
Disponível em: http://letras.mus.br/caetano-veloso/43870/. Acesso em: 20 out. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
1) As lacunas nas palavras esque___a, desapare___a, come___a e cabe___a 
devem ser preenchidas por qual das letras abaixo? 
 
a) Ç 
b) SS 
c) S 
d) X 
 
Resposta Comentada: Ao complementar as lacunas de cada palavra, os alunos 
precisam perceber que todas elas são escritas com Ç. No caso de esqueça, 
desapareça e começa, são flexões de verbos que terminam em ecer ou eçar, o que 
faz com que mantenham as correspondências C-Ç e Ç-Ç em ambientes que não 
precedam as vogais e e i. No caso de cabeça, derivada de caput, a convenção 
ortográfica assim determinou. 
 
2) As lacunas nas palavras ___uva, abai___o, a___o e dei___a devem ser 
preenchidas, respectivamente, por qual das letras abaixo? 
 
a) CH – CH – X – X 
b) X – CH – X – X 
c) CH – X – CH – X 
d) X – CH – CH – CH 
 
Resposta Comentada: O aluno deve perceber que cada uma das palavras as palavras 
abaixo e deixa são escritas com x porque antes possuem um ditongo decrescente. Já 
as palavras chuva e acho são escritas com ch porque são derivadas, respectivamente, 
do latim pluvia e afflare, cujos grupos consonantais pl- e fl- se transformaram no 
dígrafo ch da Língua Portuguesa. 
 
 
 
 
48 
3) Qual das opções abaixo apresenta duas palavras que podem ser consideradas 
sinônimas? 
 
a) A gente se embala / Só para na porta da Igreja 
b) Não se perca de mim / Não desapareça 
c) A chuva começa / Eu acabo de perder a cabeça 
d) Vamos embolar ladeira abaixo / De chuva, suor e cerveja 
 
Resposta Comentada: Considerando-se o contexto em que é usada, a palavra 
desapareça apresenta sentido semelhante ao da expressão se perca de mim, porque 
ambas remetem a um afastamento das personagens, embora o perder-se possa ser 
considerado involuntário e o desaparecer possa ser considerado voluntário. 
 
4) Qual das opções abaixo apresenta duas palavras que podem ser consideradas 
antônimas? 
 
a) A gente se olha / Se beija, se molha 
b) Não saia do meu lado / Vamos embolar ladeira abaixo 
c) Venha, veja, deixa / Seja o que Deus quiser 
d) A gente se embala / Só para na porta da Igreja 
 
Resposta Comentada: O verbo embalar remete a movimento de acelerar-se ou 
adquirir impulso, enquanto o verbo parar remete a suspensão de movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
5) Identifique qual das opções abaixo apresenta rima: 
 
a) E quando a chuva começa / Eu acabo de perder a cabeça 
b) A chuva tá caindo / E quando a chuva começa 
c) Só para na porta da Igreja / De chuva, suor e cerveja 
d) E vamos embolar / Ladeira abaixo 
 
Resposta Comentada: Relembrando as explicações dadas durantes as aulas 
anteriores, o aluno deve reconhecer que a rima é a coincidência de sons entre as 
palavras, que ocorre principalmente no final dos versos. 
 
6) No trecho “Acho que a chuva / Ajuda a gente a se ver / Venha, veja, deixa / 
Beija, seja / O que Deus quiser”, a sucessão de sons semelhantes parece imitar 
qual som da natureza? 
 
a) Chuva 
b) Trovoadas 
c) Buzina de automóveis 
d) Bateria de uma Banda de Rock 
 
Resposta Comentada: A sucessão dos sons de /s/, /ch/, /x/ e /j/, /g/ faz com que o 
poema se assemelhe ao som emitido pela chuva.50 
7) No trecho “Eu acabo de perder a cabeça”, qual é o significado da expressão 
sublinhada? 
 
a) Foi degolado e sua cabeça desprendeu-se do corpo. 
b) Deixou a cabeça guardada e não sabe onde guardou. 
c) Esqueceu a cabeça em algum lugar e não conseguiu encontrá-la. 
d) Enlouqueceu. 
 
Resposta Comentada: Os significados apresentados nas opções a, b e c representam 
traduçõs literais da expressão perder a cabeça. No contexto em que é utilizada, no 
entanto, a expressão remete à loucura adquirida pelo eu-lírico após o fato de ter 
começado a chover, possivelmente porque ele não gosta de chuva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
Caro aluno, agora que já estudamos todos os principais assuntos relativos ao 4° 
bimestre, é hora de relaxar um pouco. 
 Leia atentamente as questões a seguir e, através de uma pesquisa e da 
discussão com o seu grupo, responda cada uma delas de forma clara e objetiva. 
Solicite ao professor aplicador que os leve até a sala de informática ou que 
disponibilize jornais, revistas e livros na sala de leitura da escola para dinamizarem o 
trabalho com novas possibilidades de fontes de pesquisa. 
Atenção: Não se esqueça de identificar as fontes de pesquisa, ou seja, o nome 
dos livros e sites utilizados. 
 
Leia o texto abaixo: 
A ARCA DE NOÉ 
Vinicius de Moraes 
Sete em cores, de repente 
O arco-íris se desata 
Na água límpida e contente 
Do ribeirinho da mata. 
 
O sol, ao véu transparente 
Da chuva de ouro e de prata 
Resplandece resplendente 
No céu, no chão, na cascata. 
 
E abre-se a porta da Arca 
De par em par: surgem francas 
A alegria e as barbas brancas 
Do prudente patriarca 
 
Noé, o inventor da uva 
E que, por justo e temente 
Jeová, clementemente 
Salvou da praga da chuva. 
 
Tão verde se alteia a serra 
Pelas planuras vizinhas 
Que diz Noé: "Boa terra 
Para plantar minhas vinhas!" 
 
E sai levando a família 
A ver; enquanto, em bonança 
Colorida maravilha 
Brilha o arco da aliança. 
 
Pesquisa 
 
52 
Ora vai, na porta aberta 
De repente, vacilante 
Surge lenta, longa e incerta 
Uma tromba de elefante. 
 
E logo após, no buraco 
De uma janela, aparece 
Uma cara de macaco 
Que espia e desaparece. 
 
Enquanto, entre as altas vigas 
Das janelinhas do sótão 
Duas girafas amigas 
De fora as cabeças botam. 
 
Grita uma arara, e se escuta 
De dentro um miado e um zurro 
Late um cachorro em disputa 
Com um gato, escouceia um burro. 
 
A Arca desconjuntada 
Parece que vai ruir 
Aos pulos da bicharada 
Toda querendo sair. 
 
Vai! Não vai! Quem vai primeiro? 
As aves, por mais espertas 
Saem voando ligeiro 
Pelas janelas abertas. 
 
Enquanto, em grande atropelo 
Junto à porta de saída 
Lutam os bichos de pelo 
Pela terra prometida. 
 
"Os bosques são todos meus!" 
Ruge soberbo o leão 
"Também sou filho de Deus!" 
Um protesta; e o tigre - "Não!" 
 
Afinal, e não sem custo 
Em longa fila, aos casais 
Uns com raiva, outros com susto 
Vão saindo os animais. 
 
Os maiores vêm à frente 
Trazendo a cabeça erguida 
E os fracos, humildemente 
Vêm atrás, como na vida. 
 
Conduzidos por Noé 
Ei-los em terra benquista 
Que passam, passam até 
Onde a vista não avista. 
 
Na serra o arco-íris se esvai... 
E... desde que houve essa história 
Quando o véu da noite cai 
Na terra, e os astros em glória 
 
Enchem o céu de seus caprichos 
É doce ouvir na calada 
A fala mansa dos bichos 
Na terra repovoada. 
 
 
 
Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/arca-de-noe. Acesso 
em: 20 out. 2013. 
 
I – O poema “A Arca de Noé”, de Vinicius de Moraes, faz parte da produção infantil 
deste poeta cujo centenário foi recentemente celebrado. Todos os poemas desta 
coletânea, também intitulada “Arca de Noé”, foram escritos para seus filhos, Suzana e 
Pedro. Em 1970, o conjunto de poemas infantis ganha o mundo quando, na Itália, 
Vinicius conhece Toquinho, seu parceiro para toda a vida, e é preparado um disco 
chamado L’Arca. Em 1980, dois discos dedicados a essa produção infantil são lançados 
no Brasil. A Arca de Noé tornou-se um dos livros mais populares de Vinicius de Moraes, 
por ter criado um laço com as crianças. 
Na Literatura, muitas vezes lidamos com o fenômeno da Intertextualidade, que 
se caracteriza pela criação de um texto a partir de outro já existente. Trata-se de um 
fenômeno que está diretamente relacionado ao Conhecimento de Mundo, que deve 
ser comum entre o produtor e o receptor. Ou seja, se o leitor do texto não conhecer 
aquele em que se baseia, não poderá compreender a mensagem que pretende 
transmitir. 
 
a) Neste poema, o autor relata um episódio bíblico bastante conhecido por todos 
nós. Qual é esse episódio? Discuta com o seu grupo, pesquise em livros na 
Biblioteca de sua Escola e pergunte a seus pais. 
Comentário: Os alunos, recorrendo às mais variadas formas de pesquisa 
possíveis, devem reconhecer que o poema A Arca de Noé remete ao Episódio 
Bíblico em que Noé resgata do dilúvio um casal de cada espécie de animais. 
 
b) Quando um texto se baseia no fenômeno da intertextualidade para ser criado, 
geralmente ele recria o texto original, podendo acrescentar aspectos que não 
constavam naquele que lhe serviu de base. Observando com atenção o texto 
lido e o episódio bíblico mencionado, o poema parece ter sido fiel ao texto 
bíblico ou recriou-o com elementos que não estavam descritos nele? Se 
recriou, quais foram os elementos que foram acrescentados? 
 
54 
Comentário: Os alunos devem perceber que o poema recria o episódio 
Bíblico, inserindo momentos em que os animais falam, disputam entre si para 
ver quem sairá primeiro da arca e quem ficará com a terra. 
 
II – Em determinado momento do poema, os animais começam a falar e a conversar 
entre si. Embora três animais estejam envolvidos na conversa, apenas dois deles são 
identificados. 
 
a) Que animais são esses? 
Resposta Comentada: O aluno deve saber reconhecer informações explícitas 
no texto e observar que os animais identificados são o leão e o tigre. 
 
b) Qual dos dois animais determina algo para todos os outros? E qual é a ordem 
dada por ele aos outros animais? 
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer informações explícitas no 
texto e observar que o Leão determina que os bosques são todos seus. 
 
c) O outro animal identificado apenas diz uma palavra: “Não!”. Em sua opinião, 
ele parece discordar da ordem do Leão de que os bosques todos lhe pertencem 
ou discordar da afirmação do outro animal? 
Resposta Comentada: O aluno deve saber interpretar as informações 
explícitas e reconhecer informações implícitas, percebendo que a fala do tigre 
é em resposta ao protesto do animal que não foi identificando e afirma que 
também é filho de Deus, de modo que o tigre concorda que os bosques 
pertençam todos ao leão. 
 
III – Observe com atenção o texto. 
a) Identifique os animais que vão aparecendo no decorrer do texto. 
Resposta Comentada: Ora mencionados explicitamente, ora pelos barulhos 
que emitem, ora ainda por suas características físicas, os animais que vão 
aparecendo no poema são o elefante, o macaco, as girafas, a arara, o gato, o 
burro, o cachorro, as aves, o leão e o tigre. 
 
55 
 
b) No trecho “Grita uma arara, e se escuta / De dentro um miado e um zurro”, 
quais são os animais referidos pelos barulhos miado e zurro? Discuta com seu 
grupo ou pesquise em dicionários e enciclopédias para descobrir qual é o 
animal que mia e qual é o animal que zurra. 
Resposta Comentada: O aluno deve reconhecer informações explícitas no 
texto e avaliá-las conforme a pesquisa que empreender, reconhecendo que o 
miado é um som emitido pelo gato, enquanto o zurro é um som característico 
do burro, animais que são mencionados posteriormente na mesma estrofe. 
 
IV – Retire do texto um trecho que relaciona os animais da Arca deNoé aos seres 
humanos na vida. 
Resposta Comentada: “Os maiores vêm à frente / Trazendo a cabeça erguida / E os 
fracos, humildemente / Vêm atrás, como na vida”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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[1] BRANDÃO, Sérgio Vieira. Laboratório do Jovem Escritor: Gêneros Literários e 
Narração. São Paulo: Paulinas, 2010. 
 
[2] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. 
São Paulo: Atual, 2009. 
 
[3] DANTAS, Janduhi. Lições de Gramática em Versos de Cordel. Petrópolis, Rio de 
Janeiro: Vozes, 2011. 
 
[4] MARCHUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: 
DIONÍSIO, Ângela P.: MACHADO, Anna R.: BEZERRA, Maria A. (org) Gêneros e ensino. 
2ª edição Rio de Janeiro: Lucena, 2003. 
 
[5] SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 Lições com mais de 1700 Exercícios. 
São Paulo: Ática, 1984. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
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COORDENADORES DO PROJETO 
 
Diretoria de Articulação Curricular 
 
Adriana Tavares Maurício Lessa 
 
Coordenação de Áreas do Conhecimento 
 
Bianca Neuberger Leda 
Raquel Costa da Silva Nascimento 
Fabiano Farias de Souza 
Peterson Soares da Silva 
Ivete Silva de Oliveira 
Marília Silva 
 
PROFESSORES ELABORADORES 
Anna Carolina C. Avelheda 
Andréia Alves Monteiro de Castro 
Aline Barcellos Lopes Plácido 
Flávia dos Santos Silva 
Gisele Heffner 
Leandro Nascimento Cristino 
Lívia Cristina Pereira de Souza 
Tatiana Jardim Gonçalves 
 
Equipe de Elaboração