Buscar

cad_C4_exercicios_3serie_4bim_1opcao_portugues

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PORTUGUÊS
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página I
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página II
– 1
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
FÍ
S
IC
A
 A
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
FRENTE 1Gramática
MÓDULO 25 Regência Verbal (II)
É frequente, embora incorreta, a construção de períodos com
verbos transitivos diretos e transitivos indiretos e um só
complemento, direto ou indireto, em função do verbo mais
próximo. Também incor retamente constroem-se períodos com
verbos tran sitivos indiretos que regem dife rentes prepo sições
e emprega-se somente a preposição exigida pelo verbo mais
próximo do complemento.
Exemplos
Eles não concordam, mas admitem seu ponto de vista.
O verbo concordar, transitivo indireto, rege a pre posição com.
O verbo admitir é transitivo direto. Nesse caso, o período
deveria ser reescrito. Sugestão: Eles não concor dam com o
seu ponto de vista, mas o admitem.
Eu me lembrei e respondi à sua carta.
Lembrar-se rege a preposição de e responder rege a prepo si -
ção a. O período deve, portanto, ser refor mulado. Su gestão:
Eu me lembrei da sua carta e respondi a ela.
1. (FUVEST) – A chamada jornalística que apresenta um par de verbos
com regências incompatíveis é:
a) Exposição mostra como a moda interfere e molda a figura da mulher.
b) O MST foi criado e mantido num tempo de impunidade.
c) Israel ataca e invade o QG de Arafat.
d) Estudo comprova que TV incita e amplifica atos de violência.
e) Tecnologia digital faz ET voltar e encantar com imagens inéditas.
RESOLUÇÃO: 
Os verbos interferir e moldar apresentam regências incom pa tíveis:
o verbo interferir é transitivo indireto (= interferir em) e moldar é
transitivo direto. A frase correta seria: “Exposição mostra como a
moda interfere na figura da mulher e molda-a.” Resposta: A 
2. (ESPM) – Embora de ocorrência frequente no cotidiano, a gramática
normativa não aceita o uso do mesmo complemento para verbos com
regências diferentes. Esse tipo de transgressão só não ocorre na frase:
a) Pode-se concordar ou discordar, até radicalmente, de toda a po lítica
externa brasileira. (Clóvis Rossi)
b) Educador é todo aquele que confere e convive com esses co nhe -
cimentos. (J. Carlos de Sousa)
c) Vi e gostei muito do filme O Jardineiro Fiel, cujo diretor é um brasileiro.
d) A sociedade brasileira quer a paz, anseia por ela e a ela aspira.
e) Interessei-me e desinteressei-me pelo assunto quase que simulta -
neamente.
Resposta: D 
Texto para a questão 3.
3. (UNESP) – Neste período do texto, considerando que o verbo
compreender não pede a preposição sobre, como ocorre com agir, a
construção ficaria sintaticamente mais ade quada com a substituição da
sequência “para compre ender e agir sobre o mundo real” por:
a) para compreender o mundo real e agir sobre este.
b) para compreender e agir o mundo real.
c) para compreender sobre o mundo real e agir.
d) para compreender o mundo real e agi-lo.
e) para compreender o mundo real e agir-lhe.
RESOLUÇÃO: 
Outra possibilidade, talvez mais elegante, de “nor malizar” a
construção com os dois verbos de regências diferentes seria:
“compreender o mundo real e agir sobre ele”. 
Resposta: A
Texto para a questão 4.
4. (FGV-SP-2019) – De acordo com a norma-padrão, as lacunas do
texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) a ... pelo ... que ... as ... do
b) em ... com o ... a que ... a ... ao
c) nos ... do ... em que ... às ... o
d) para ... com o ... que ... às ... do
e) a ... pelo ... a que ... à ... ao
RESOLUÇÃO: 
“Em seus shows” funciona como adjunto adverbial de lugar; o
adjetivo “satisfeita” rege preposição com; o emprego da preposição
a antes do pronome relativo que é regência do verbo “chegar”;
“devido a” é locução prepositiva; o adjetivo “próxima” rege
preposição a.
Resposta: B
E é na adolescência, como vimos, que a lingua gem adqui re essa
qualidade de instrumento para compreender e agir sobre o mundo real.
(Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa /
Coord. Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008. p. 16. Adaptado.)
Artistas do hip-hop estadunidense costumam incorporar ________
seus shows elementos altamente tecnológicos. É o que faz o rapper
Drake, com o uso de drones no palco durante seu single Elevate. A
empresa de drones está satisfeita _________ uso de seus dispositivos
aéreos nos shows do rapper: “Drake é o melhor __________ podemos
chegar”, disse Raffaello D’Andrea, fundador da Verity. Um concerto
ao ar livre representa desafios para o voo dos drones devido
_________ intempéries climáticas e restrições de espaço, além do
público. O mau funcionamento poderia ocasionar a queda dos drones
na multidão, de forma que foi decidido que os dispositivos voadores
ficassem apenas na região próxima _________ palco, em volta do
artista.
(https://canaltech.com.br. Adaptado)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 1
2 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
5. (UNIFESP) – Analise a capa de um folder de uma campanha de
trânsito. 
Explicitando-se os complementos dos
verbos em “Eu cuido, eu respei to.”,
obtém-se, em conformidade com a norma
padrão da língua portuguesa:
a) Eu a cuido, eu respeito-lhe. 
b) Eu cuido dela, eu lhe respeito. 
c) Eu cuido dela, eu a respeito. 
d) Eu lhe cuido e respeito. 
e) Eu cuido e respeito-a. 
RESOLUÇÃO:
Os verbos cuidar e respeitar têm regências diferentes; o primeiro é
transitivo indireto e rege a preposição a; o segundo é transitivo
direto, funcionando o pronome a como seu objeto direto.
Resposta: C
Texto para as questões 6 e 7.
6. (UNIFESP) – O título do texto é sugestivo, porque
a) ironiza o nome composto de um estado brasileiro para mostrar que
ele conta com 50% de sua cobertura florestal original.
b) recupera o nome composto de um estado brasileiro para reforçar a
ideia de se preservar a maior reserva da floresta tropical.
c) explora o nome composto de um estado brasileiro para mostrar que
nele se desenvolvem negócios lucrativos.
d) desconstrói o nome composto de um estado brasileiro para sugerir
o alto nível de desmatamento nele presente.
e) emprega em sentido figurado o nome de um estado brasileiro, para
sugerir que nele o desmatamento está em vias de retrocesso.
RESOLUÇÃO: 
O título do texto é polissêmico, pois pode referir-se ao nome do
estado (Mato Grosso), ou, com a pausa, ao progressivo
desmatamento do Estado. 
Resposta: D
7. (UNIFESP) – Com base nos princípios de regência, está correto o
contido em
a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.
RESOLUÇÃO:
No item I, o erro ocorre na regência do verbo chegar, que rege a
preposição a. Em II, o adjetivo devido rege a preposição a: ao
agronegócio, à exploração ma dereira nacional e à especulação
fundiária. 
Resposta: B
8. (ITA-SP-2019) – Assinale a alternativa em que ocorre desvio da
norma culta. 
a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal,
coisas de difícil compreensão. 
b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na
memória e, então, sinto até o cheiro da lama de Woodstock [...] 
c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...] 
d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de
expressão [...] 
e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando
e ainda tenho tanto a pichar... 
RESOLUÇÃO:
Os verbos criar e gostar possuem regências diferentes. “Criar” é
transitivo direto e “gostar” é transitivo indireto, regendo a
preposição “de”. Portanto, o correto para construção do período
seria: Depois arriscaria uma frase que criei e de que gosto.
Resposta: C
9. (FUVEST) – Dentre estas propostas de substituição para diferentes
trechos do texto, a única que NÃO está correta do ponto de vista da
norma-padrão é: 
a) “Para onde vai ele, (…)?” = Aonde vai ele, (…)? 
b) “O operário não lhe sobra tempo de perceber” = Ao operário não
lhe sobra tempo de perceber. 
c) “Teria vergonha de chamá-lo meu irmão” = Teria vergonha de
chamá-lo demeu irmão. 
d) “Tenho vergonha e vontade de encará-lo” = Tenho vergonha e
vontade de o encarar. 
e) “Quem sabe se um dia o compreenderei” = quem sabe um dia
compreenderei-o.
RESOLUÇÃO:
O pronome oblíquo átono o não poderia ser em pregado em
posição enclítica com o verbo no futuro. Correta é a forma presente
no texto. 
Resposta: E
I. Antes de o ônibus espacial Discovery chegar na Terra, a co man -
dante Eileen Collins chamou a atenção para o ritmo acelerado do
desmatamento no planeta.
II. O desmatamento no Brasil ocorre devido o agrone gócio, a explo -
ra ção madeireira irracional e a especu lação fundiária.
III. Segundo as projeções, existem possibilidades de que haja um ce -
ná rio ambientalmente catastrófico para o estado de Mato Grosso.
MATO, GROSSO ATÉ QUANDO?
Em agosto de 2005, quando os astronautas do ônibus espacial
Discovery retornaram à Terra, a comandante Eileen Collins cha mou a
atenção para o ritmo acelerado do desmatamento no pla ne ta,
facilmente observado do espaço. (...)
O Brasil destaca-se nesse cenário tanto por ter a maior floresta
tropical do mundo quanto por ser líder mundial em desmatamento. O
agronegócio, a exploração madei reira irracional e a especu lação
fundiária são as causas desse processo. Entre os estados, o Mato
Grosso responde por quase 50% do desmatamento anual na
Amazônia brasileira. A julgar pelo que ocorre no presente, as
projeções apontam para um cenário ambientalmente catastrófico para
esse estado, que chegará a 2020 com menos de 23% da sua
cobertura florestal original.
(Ciência Hoje, vol. 42, n.º 248, maio de 2008. Adaptado.)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 2
Texto para a questão 10. 
10. (FGV) – Considere as seguintes afirmações sobre o texto:
I) Ocorre oposição de sentido entre as expressões “plugados” e “off-
line”, bem como entre as palavras “generalistas” e “hierarquia”. 
II) A ordem alfabética de que se vale o texto correspon de à ordem
cronológica. 
III) Para caracterizar sociologicamente a geração Y, o redator se vale de
um subentendido. 
Está totalmente correto apenas o que se afirma em 
a) III. b) I. c) II. 
d) II e III. e) I e III. 
RESOLUÇÃO:
Em II, a sequência x, y e z designa três gerações sucessivas de
jovens, portanto há ordenação cronológica. Em III, o redator vale-
se do subentendido que os profissionais da geração y valorizam
menos a qualidade de vida do que poder aquisitivo, diversamente
da geração z que “valorizam mais a qualidade de vida ao poder
aquisitivo”. A palavra “diferentes” possibilita essa inferência.
Resposta: D
11. (FGV) – Pode-se corrigir o erro gramatical presente na frase
“valorizam mais a qualidade de vida ao poder aquisitivo”, substituindo
o verbo “valorizar” por “preferir” e fazendo as adaptações necessárias,
como ocorre em: 
a) preferem mais a qualidade de vida do que o poder aquisitivo. 
b) preferem menos o poder aquisitivo e mais a qualidade de vida. 
c) ao poder aquisitivo, preferem a qualidade de vida. 
d) do que o poder aquisitivo preferem mais a qualidade de vida. 
e) preferem ao poder aquisitivo mais que à qualidade de vida. 
RESOLUÇÃO:
O verbo preferir é transitivo direto e indireto e rege a preposição a:
preferem a qualidade de vida ao poder aquisitivo.
Resposta: C
12. (FUVEST-transferência) – A única frase correta quanto à regência
verbal é:
a) Ele disse que a festa que participou foi muito bem organizada.
b) O novo projeto possibilita a população a um acesso mais igualitário
aos bens culturais.
c) Para se encontrar, quem vem à Universidade precisa recorrer a ma -
pas e a pedir informações.
d) Houve, no passado, algumas encruzilhadas difíceis nas quais tive -
mos que decidir que lado estávamos.
e) O combate à inflação, em geral, implica a tomada de medidas
drásticas.
Resposta: E
Texto para a questão 13.
13. (USF) – Assinale a opção que relata o desvio gramatical encontrado
na propaganda.
a) A palavra dessa deveria ter sido grafada como desta, uma vez que
faz referência a uma informação que já foi dada no texto principal.
b) Em Língua Portuguesa, os adjetivos devem sempre aparecer depois
dos substantivos que caracterizam. Portanto, orgulhosa deveria vir
após patrocinadora.
c) O verbo agradecer é intransitivo, portanto a preposição a antes de
todos deveria ter sido omitida.
d) O verbo assistir, nesse caso, é transitivo indireto, portanto a
preposição a deveria aparecer antes do pronome relativo que, no
texto principal.
e) O verbo fizeram deveria ter sido conjugado como fizemos, porque o
autor da propaganda também se inclui dentre aqueles que
participaram do evento.
RESOLUÇÃO:
Segundo a norma culta da língua portuguesa, o verbo assistir – no
sentido de ver, presenciar – é transitivo indireto e rege a preposição a. 
Resposta: D
Observe a imagem veiculada na internet e responda a questão 14.
(UOL, 19/5/2011.)
14. (UNIFESP) – O texto verbal contém uma passagem em desacordo
com a norma-padrão da língua portuguesa. Corrige-se essa inadequação
com a substituição de
a) tem por têm.
b) vitais por vital.
c) aprenda por aprende.
d) a por à.
e) cuidá-lo por cuidar dele.
RESOLUÇÃO:
O verbo cuidar, no sentido em que está empregado (“ocupar-se de,
tratar de, preocupar-se com”), é transitivo indireto e rege a
preposição de. 
Resposta: E
Vivo, a orgulhosa patrocinadora da comemoração dos 450
anos de São Paulo agradece a todos que fizeram parte
dessa grande festa.
GERAÇÃO Z DESAFIA MERCADO 
Eles já nasceram plugados e não conhecem a vida off-line. São
generalistas, não gostam de hierarquia e querem fazer o próprio
horário. Diferentes dos profissionais das gerações X e Y, valorizam
mais a qualidade de vida ao poder aquisitivo. Empresas têm grande
desafio para se adaptar e reter essa mão de obra. 
Esse é o perfil dos jovens que nasceram depois de 1995 e
começam a entrar agora no mercado de trabalho. 
(Destak. 22 fev 2016. Adaptado)
– 3
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 3
4 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
CRASE
Comparando as frases Naquelas férias fui à Grécia (I)
e Naquelas férias fui a Israel (II), percebemos que em (I)
aparece um “a” com acento grave (à), o que não ocorre na
frase (II). Isso acontece porque, apesar de as duas frases
apresentarem o mesmo verbo fui (e quem vai, vai a algum
lugar), os substantivos Grécia e Israel guardam entre si
uma diferença. Grécia admite, antes dela, o artigo feminino
“a” (estou vindo da Grécia); ao passo que Israel já não é
precedido por artigo feminino “a” (estou vindo de Israel).
Assim, podemos estabelecer que, para que haja
crase (fusão de dois fonemas idênticos: a + a = à), é
preciso detectarmos se o termo que antecipa (o regente)
pede preposição “a” e se o termo que segue (o regido) é
precedido ou não de artigo feminino “a”, ou de qualquer
outro fonema “a” (a qual, as quais, aquele(s), aquela(s),
aquilo).
Exemplo
(1)regente (2)regido
O regente (dirigiu-se) pede preposição “a”, pois quem
se dirige, na frase acima, dirige-se “a” algum lugar.
↑
preposição
Já o regido (secretaria da escola) admite, antes de si,
artigo feminino “a” porque, substituindo o ver bo da re -
ferida oração, teríamos: o bedel está vindo da secre taria
da escola. ↑
artigo feminino
Portanto, havendo preposição “a” junto ao
e o artigo feminino “a” antes do , o cor rerá
obrigatoriamente a presença da crase.
Outros exemplos
Obviamente, se não ocorrerem a preposição “a” e o
artigo feminino “a”, não haverá crase.
Exemplos
Concluindo: o termo regente (entendo) não pede
preposição “a”, pois é um verbo transitivo direto.
Concluindo: o termo regido (Guará) não admite artigo
feminino “a”.
Naquele ano voltei a Guará.
(naquele ano estive em Guará)
Não entendo a indiferença de meu pai.
(não entendo o silêncio de meu pai)
Ele pediu à filha mais velha que o ajudasse.
↑
a + a
Quando cheguei à cantina, percebi que ela estava
vazia. ↑
a + a
Alguém se referiu à tristeza que havia no seu olhar.
↑
a + a
regidoregente
O bedel dirigiu-se à secretaria da escola.
(1) (2)
Desta forma, podemos estabelecer o seguinte:
1º) é muito importante ficarmos atentos à
regência verbal e nominal, para que possamos
perce ber a presença ou ausência da
preposição “a”;
2º) também não devemos nos esquecer de que,
em determinados casos, não ocorre artigo
feminino “a”, não havendo possibilidade de
existir crase.
MÓDULO 26 Crase – Regra, Ocorrência e Não Ocorrência
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 4
OCORRE CRASE
(1)Locuções adverbiais femininas.
Exemplos
(2)Locuções prepositivas. 
Exemplos
(3)Locuções conjuntivas.
Exemplos
(4)Expressões adverbiais indicando o número de
horas.
Exemplo s
(5)A expressão à moda de, mesmo que a pa la vra
“moda” esteja oculta.
Exemplo s
(6)Os pronomes pessoais de tratamento: senhora,
senhorita, dona e madame admitem artigo e poderão
aparecer pre cedidos de crase.
Exemplos
NÃO OCORRE CRASE
1.°) Antes de palavras masculinas.
Exemplo
2.°) Antes de verbo infinitivo.
Exemplo
3.°) Antes de pronomes.
Exemplos
4.°) Antes de nomes de cidade.
Exemplos
5.°) Nas expressões formadas por palavras repe tidas.
Exemplo
6.°) Quando um a (sem o “s” de plural) preceder um
nome no plural.
Exemplos
7.°) Palavra hora não determinada.
Exemplos
à noite, à tarde, à vontade, à vista, à direita, à toa,
às claras, às escon didas, às ocultas, às vezes, às
pressas etc.
Chegarei a Santos daqui a uma hora.
Porém: Chegarei a Santos às 13 horas.
Refiro-me a falhas absurdas...
Porém: Refiro-me às falhas que ele cometeu.
Os inimigos encontravam-se cara a cara.
Fui a Curitiba visitar meus avós.
Porém:
Fui à Curitiba de Dalton Trevisan.
↑
elemento modificador
Provando: 
Estou vindo da Curitiba de Dalton Tre visan.
↑
artigo feminino
Dirigiram-se a mim para emprestar-lhes o dinheiro.
Não contei a vocês a novidade.
O carro pertencia a alguém da casa ao lado.
Pus-me a reclamar da situação.
Ela não gostava de andar a cavalo.
Agradeço à senhora a oportunidade que me
foi dada.
Peço à senhorita que refaça o teste...
– bife à (moda) milanesa;
– estilo à (maneira de) Rui Barbosa.
à uma hora, às duas horas, às vinte horas etc.
à medida que, à proporção que.
à espera de, à custa de, à procura de, à cata de, à
vista de etc.
Observações Complementares
– 5
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 5
6 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
1. Coloque devidamente o acento grave indicador de crase, quando for
necessário.
a) Assistimos a orquestra sinfônica no espaço cultural. A renda do es pe -
táculo será usada para assistir as (as) famílias atingidas pela en chente.
RESOLUÇÃO: à orquestra, às ou as famílias
b) Muitos aspiram a entrar na faculdade, pois visam a uma vida melhor.
RESOLUÇÃO: sem crase
c) A peça de teatro, só assistirei a ela se derem um convite a você
também.
RESOLUÇÃO: à peça de teatro 
d) Dirigiu-se a delegacia, esperou horas e chegou a universidade muito
tarde. 
RESOLUÇÃO: à delegacia, à universidade
e) Atitudes insensatas conduzem a mocidade a rebeldia.
RESOLUÇÃO: à rebeldia
f) Fui a Maceió e a Bahia.
RESOLUÇÃO: à Bahia
g) Procedeu-se a leitura do nome dos aprovados.
RESOLUÇÃO: à leitura
h) Chegaram a cidade a tarde e, a noite, foram a praça da igreja matriz.
RESOLUÇÃO: à cidade, à tarde, à noite, à praça
i) Desobedeceram a lei e adaptaram motor a gás nos carros.
RESOLUÇÃO: à lei
j) O homem infiel a esposa exige fidelidade da amante. 
RESOLUÇÃO: à esposa
l) Paguei a dívida a dentista a vista.
RESOLUÇÃO: à dentista, à vista 
m) Era uma criança indócil aos pais e a disciplina.
RESOLUÇÃO: à disciplina 
n) O escritório ficava aberto das 8 as 18 horas, de segunda a sexta.
RESOLUÇÃO: das 8 às 18 horas
o) Ficamos a espera do cumprimento das promessas do senador que
se elegeu a custa de nosso empenho.
RESOLUÇÃO: à espera, à custa
Texto para a questão 2.
2. (INSPER) – As lacunas desse excerto de Machado de Assis estão
corretamente preenchidas em
a) à, a, a, à. b) a, a, a, à. c) a, à, à, à. d) a, a, a, a. e) à, a, à, à.
Resposta: B
3. (ESPM) – Em todas as frases abaixo, está presente o acento grave,
indicador da ocorrência de crase. Em uma delas o acento foi usado
indevidamente (de forma proposital em razão da questão). Assinale-a.
a) O ataque terrorista à sede da ONU em Bagdá demons tra insanidade
do terrorismo agora globalizado.
b) O terrorismo deve ser repelido como grave ameaça à civilização e à
comunidade dos povos.
c) Às vésperas do 11 de setembro, as lições da tragé dia devem motivar
os países para ações conjuntas.
d) Há muitos mercados emergentes à beira do colapso.
e) Conselho de Segurança da ONU expediu, logo após à ofensiva
terrorista de 11 de setembro, leis mais rigorosas.
RESOLUÇÃO:
Há apenas artigo nesse caso.
Resposta: E
Texto para a questão 4.
4. (FGV) – As lacunas do trecho devem ser preenchi das, correta e
respectivamente, com:
a) à ... a ... a ... à
b) a ... à ... a ... à
c) à ... à ... a ... a
d) a ... à ... a ... a
e) à ... à ... à ... à
RESOLUÇÃO: 
O substantivo ataque rege preposição a e cidade admite artigo
feminino; entre palavras repetidas emprega-se apenas preposição;
o pronome ele não admite artigo feminino; ameaça rege
preposição a e população admite artigo feminino.
Resposta: A
5. (VUNESP) – A regência verbal e nominal e o emprego do sinal
indicativo de crase estão de acordo com a norma culta em:
a) Nosso imaginário ainda persiste em guardar à lembrança de 68,
como uma lição à todas as gerações. 
b) Quem não lembra daquele ano? Aliás, de 68 à 70 os jovens
questionaram ao regime militar. 
c) Os jovens de 68 legaram às gerações futuras uma história mítica,
baseada em resistir àquelas formas de opressão. 
d) A luta não se limitou à perspectivas políticas; estendeu-se à aspectos
da vida cotidiana. 
e) Essa geração revolucionou à cultura, e dela herdamos à concepção
romântica de lutar por ideais. 
Resposta: C
Talvez espante ao leitor ____ franqueza com que lhe exponho e realço
a minha mediocridade; advirto que ____ franqueza é a pri mei ra virtude de
um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, ____
luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os
rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz
à consciência; e o melhor da obrigação é quando, ____ força de embaçar
os outros, embaça-se um homem a si mesmo.
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis)
Capitão Vitorino apareceu na casa do mestre José Amaro para
falar-lhe do ataque __________ cidade do Pilar. Disse ao compadre
que D. Inês ficou cara __________ cara com Quinca Napoleão, que
queria saquear-lhe o cofre, mas ela não deu a chave __________ ele.
O homem era uma ameaça __________ população.
(José Lins do Rego, Fogo Morto)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 6
– 7
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
1. CRASE ANTES DA PALAVRA CASA
A palavra casa – significando lar, a residência própria
da pessoa –, se não vier modificada por um adjunto
adnominal, não admite artigo. Daí, nesse caso, não
ocorrerá a crase antes dela.
Exemplos
Provando
Porém:
Provando
2. CRASE ANTES DA PALAVRA DISTÂNCIA
A palavra distância só admite artigo definido
feminino a quando estiver especificada; daí, então,
ocorrerá crase junto a ela.
Exemplo
Provando
Porém:
Provando
3. CRASE ANTES DA PALAVRA TERRA
A palavra terra – em oposição a bordo e signi fi can do
chão firme –, se não vier modificada por adjunto
adnominal, não admite artigo definido feminino sin gular,
o que fará com que não ocorra crase antes dela.
Exemplos
Provando
Porém:
Provando
4. CRASE ANTES DOS PRONOMES RELATIVOS
a) Antes dos pronomes relativos que, quem, cujo,
não ocorrerá crase, pois esses pronomes não admitem
antes de si artigo definido feminino singular a ou as.
Exemplos
Cheguei a casa bem tarde.
Saí de casa bem tarde.
↑
preposição sem artigo definido feminino singular
Voltei à casa de meustios.↵
adjunto adnominal
Saí da casa de meus tios.
↑
artigo definido feminino singular
Fique à distância de 10 metros!
Preciso da distância de 10 metros...
↑
artigo definido feminino singular
— Fique a distância!
Preciso de distância...
↑
preposição sem artigo definido femi ni no singular 
Os marinheiros foram a terra buscar água potável.
Os marinheiros estiveram em terra buscando
água potável. ↑
preposição sem ar ti go definido femi ni no
↵
adjunto adnominal
Fomos à terra de meus avós.
 
Estamos vindo da terra de meus avós...
↑
artigo definido feminino singular
Pouca gente gostou da peça a que assistimos on -
tem.
Eram pessoas a quem confiamos quase tudo.
É um escritor a cuja obra sempre faço referência.
MÓDULO 27 Crase – Regras Especiais
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 7
8 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
b) Quanto aos pronomes relativos a qual, as quais,
por serem iniciados pelo fonema a, eles receberão o
acento grave indicador da crase, desde que o termo
regente peça preposição a.
Exemplos
Provando
5. CRASE ANTES DOS PRONOMES
DEMONS TRATIVOS
Sempre que o regente admitir preposição a, haverá a
fusão dessa preposição a com o fonema a dos pronomes
demonstrativos:
— aquele(s), aquela(s), aquilo
— a, as (= aquela, aquelas)
Exemplos
Provando
6. CRASE FACULTATIVA
Pode ou não ocorrer crase:
a) Antes de nomes próprios de pessoas femininos.
Exemplo
Provando
b) Antes de pronomes possessivos femininos.
Exemplo
Provando
c) Depois da preposição até.
Exemplo
Observe-se que a preposição até pode ser em pre gada
sozinha (até) ou em uma locução com a prepo sição a (até a).
Exemplos
Nas expressões que indicam tempo, é importante
não esquecer
(1)que “a” (preposição) indica tempo futuro (a ser
transcorrido).
Exemplo
(2)que “há” (verbo haver) indica tempo passado (que
já transcorreu).
Exemplo
Gostei da peça à qual você fez referência.
Não conheço as pessoas às quais ele não
perdoou nunca.
— Quem faz referência, faz referência a...
— Quem perdoa, perdoa a alguém...
Ninguém se referiu àquele erro que eu cometi.
Esta camiseta é igual à que meu irmão ganhou da
namorada.
— Quem se refere, se refere a alguém ou a
alguma coisa.
— Algo igual... é igual a alguma coisa.
Refiro-me a (à) Maria Fernanda Cândido... 
Penso em Maria Fernanda Cândido.
↑
preposição
ou
Penso na Maria Fernanda Cândido.
↑
artigo definido feminino singular 
Dirigi-me a(à) minha tia para pedir-lhe a foto.
Dependo de minha tia...
↑
preposição
ou
Dependo da minha tia...
↑
artigo definido feminino singular
Fomos até a (à) a lojinha da esquina.
Fomos até o bar da esquina.
ou
Fomos até a o bar da esquina.
↑
preposição
Observações Complementares
Daqui a duas horas estaremos no parque...
↑
preposição
Saímos do parque há duas horas...
↑
(faz) 
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 8
– 9
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
1. Coloque devidamente o acento indicador de crase, quando for
necessário.
a) A montanha ficava a distância de 100 quilômetros do vilarejo.
RESOLUÇÃO: à distância.
b) Aquela distância, ficava difícil divisar a aldeia de pescadores.
RESOLUÇÃO: àquela.
c) Ficou a distância, esperando a saída dos que estavam a bordo do
navio.
RESOLUÇÃO: não ocorre crase.
d) Dirigiram-se a cidade que ficava a quatro quilô metros de dis tância.
RESOLUÇÃO: à cidade.
e) Escreveram uma carta a Gisele Bundchen.
RESOLUÇÃO: facultativo (à/a).
f) Ela deve chegar a casa antes da meia-noite.
RESOLUÇÃO: não ocorre crase.
g) Dizia a todos que voltaria a terra natal, a pátria amada.
RESOLUÇÃO: à terra, à pátria.
h) Em represália a prisões, deram apoio as invasões.
RESOLUÇÃO: às invasões.
i) Houve adesão do público jovem a marca a qual me referi.
RESOLUÇÃO: à marca, à qual.
j) Ela fez um sinal sugestivo aquele rapaz.
RESOLUÇÃO: àquele.
k) Esperou até a véspera, para dizer que não iria a casa de Pedro. 
RESOLUÇÃO: à/a véspera, à casa.
l) A situação em que me encontro é semelhante a que você superou.
RESOLUÇÃO: à que.
m) As vezes, o fenômeno a que aludi é visível a noite a olho nu.
RESOLUÇÃO: às vezes, à noite.
2. (CÁSPER LÍBERO) – Não dedicamos este trabalho ___ uma pessoa,
mas ___ todas que nele encontrem soluções. Nossos leitores são ___
recompensa maior. ___________ que se lançarem ___ releitura
descobrirão muito mais ___ cada página.
Assinale a alternativa em que os acentos de crase aparecem empre -
gados corretamente:
a) à, à, a, Àqueles, à, à. b) a, à, a, Àqueles, a, à.
c) a, a, a, Àqueles, à, a. d) a, a, a, Aqueles, à, a.
e) à, à, a, Aqueles, à, a.
Resposta: D
3. (PUC) – Em referência ao trecho Se a prática leva à perfeição..., acerca
da crase (no caso, a junção da prepo si ção a com o artigo feminino a), é lin -
guisti camente adequado afirmar que sua ocorrência é
a) inadequada, pois, além de não haver junção de preposição com
artigo, não altera o sentido do que é dito.
b) facultativa, porque, mesmo havendo a jun ção de preposição com
artigo, não altera o sen tido do que é dito.
c) necessária, pois, além de haver a junção de preposição com artigo,
sugere que a prática seja resultante da perfeição.
d) necessária, pois, além de haver a junção de preposição com artigo,
sugere que a perfeição seja resultante da prática.
e) facultativa, porque, indiferentemente de haver ou não junção de
preposição com artigo, crase é uma questão estilística. 
4. (FGV) – Considere os enunciados.
• O acesso ao celular no Brasil é uma fotografia idêntica ______ da
renda. Quanto menor a remuneração numa região, mais baixa é a
penetração do telefone móvel.
• As trajetórias de Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil sem
dúvida merecem consideração. Gosto ______ parte, o valor artístico
de suas obras – assim como as de Djavan, Erasmo Carlos e Milton
Nascimento – também é patente.
• No mês passado, atracou no porto de Roterdã, na Holanda, o pri mei -
 ro navio cargueiro chinês ___ navegar até ___ Europa pelo Ártico.
Assinale a alternativa em que os termos completam correta e
respectivamente as lacunas das frases, extraídas do jornal Folha de
S.Paulo, de 08.10.2013.
a) à ... a ... a ... a b) a ... à ... à ... à c) à ... à ... a ... a
d) a ... a ... à ... à e) à ... à ... à ... à
RESOLUÇÃO:
Pode-se confirmar que ocorra crase da preposição a com o artigo
a substituindo-se a palavra seguinte feminina por outra mas cu lina;
se com o masculino estiver presente o artigo o, no feminino
também estará presente o artigo a, resultando daí a crase. Assim,
as substituições confirmariam as crases em idêntica à (fotografia)
da renda (idêntica ao quadro da renda) e em à parte (ao lado). Em
a navegar não há crase, que nunca ocorre antes de infinitivo. Em
até a Europa seria igualmente correta a ocorrência de crase, pois a
preposição até pode ou não ser associada à preposição a; caso o
fosse, ocorreria crase (até à Europa). 
Resposta: C
RESOLUÇÃO:
O verbo levar, no sentido de "conduzir", é transitivo indireto e rege
a pre posição a. A fusão da preposição com o artigo feminino a, de
a perfei ção, produz a crase, que é graficamente marcada pelo
acento grave. 
Resposta: D
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 9
10 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
5. (INSPER) – Compare estes períodos: 
A respeito das construções sintáticas, é correto afirmar que
a) em I, a ausência do acento grave constitui infração na regência do
verbo depor que, por ser transitivo indireto, exige preposição
obrigatória. 
b) em II, a inclusão do acento grave diante do substantivo femi nino
revela um erro de regência verbal, que é corri gido na frase I. 
c) a ausência do acento grave no período I atribui ao verbo depor um
significado completamente diferente do que ocorre no período II. 
d) os dois períodos exemplificam os casos em que a crase é facul -
tativa, sem que haja qualquer alteração de sentido. 
e) a ocorrência de crase é obrigatória por haver a junção de pre posição
e artigo na indicação de quem é o sujeito daação. 
RESOLUÇÃO:
Em I, “a relatora da OAB” é objeto direto do verbo depor que
significa “destituir do cargo”. Em II, “à relatora da OAB” é objeto
indireto do verbo depor que tem a seguinte acepção: “testemunhar
em âmbito jurídico”.
Resposta: C
Texto para a questão 6.
6. (FGV-Econ.-SP-2019) – Em conformidade com a norma-padrão, as
lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) a ... sobre ... à ... sobre ... À
b) à ... sob ... a ... sobre ... À
c) a ... sob ... à ... sobre ... À
d) à ... sobre ... a ... sob ... A
e) a ... sobre ... à ... sob ... A
RESOLUÇÃO: 
O adjetivo relativo rege preposição a; sobre é preposição e significa
no texto “com referência a, com respeito”; o verbo voltar rege a
preposição a; sob é preposição e indica a localização daquilo que se
encontra colocado numa posição inferior a outra, “embaixo de,
debaixo de”.
Resposta: E
7. (FGV) – Os trechos a seguir, extraídos do editorial Derrotar o racismo
(Folha de S.Paulo, 30.08.2014), foram intencio nal mente transcritos com
algumas passagens em desa cor do com a norma-padrão da língua
portuguesa. Reescreva esses trechos, considerando o item indicado
entre parênteses.
a) Manifestações racistas dirigidas à jogadores de fute bol, que se
tornaram frequentes em torneios na Europa, propagam-se também
no Brasil. Casos que antes pareciam esporádicos e isolados passa ram
à se repetir em estádios nacionais com preocupante assidui dade. Não
é demais lembrar que manifestações de preconceito tam bém se
verificam em outros esportes e não se resumem a cor da pele. Trata-
se de uma questão internacional, a qual o Brasil tal vez se sentisse
imune por ser um país miscigenado, com tradição de relativa
tolerância étnica. (Uso ou não do acento indicativo da crase)
RESOLUÇÃO: 
Manifestações racistas dirigidas a jogadores de futebol, que se
tornaram frequentes em torneios na Europa, propagam-se tam bém
no Brasil. Casos que antes pareciam esporádicos e isolados
passaram a se repetir em estádios nacionais com preocupante
assiduidade. Não é demais lembrar que manifes ta ções de
preconceito também se verificam em outros esportes e não se
resumem à cor da pele. Trata-se de uma questão internacional, à
qual o Brasil talvez se sentisse imune por ser um país miscigenado,
com tradição de relativa tolerância étnica.
b) As motivações dessa minoria [preconceituosa] cer tamente daria
margem a estudos sociológicos e psicossociais – e o contexto de
rivalidade e de conflito entre torcidas certamente são um fator a ser
considerado. Campanhas contra o racismo tem sido patrocinado por
entidades do esporte, como a própria Fifa, e precisam continuar.
(Concordância nominal e verbal)
RESOLUÇÃO: 
As motivações dessa minoria [preconceituosa] certamente dariam
margem a estudos sociológicos e psicossociais – e o contexto de
rivalidade e de conflito entre torcidas certamente é um fator a ser
considerado. Campanhas contra o racismo têm sido patrocinadas
por entidades do esporte, como a própria Fifa, e precisam
continuar.
I. Morta a testemunha que depôs a relatora da OAB. 
II. Morta a testemunha que depôs à relatora da OAB.
A divulgação dos dados econômicos relativos __________ junho
permite afirmar que ficaram para trás os efeitos diretos da greve dos
caminhoneiros ________________ a atividade e a inflação. Em vários
setores, como comércio, serviços e indústria, as perdas decorrentes
da paralisação, em maio, foram quase inteiramente recuperadas. Do
mesmo modo, as variações nos preços de alimentos voltaram
________ normalidade. O risco de novas quedas não está afastado,
porém, dado que o ambiente financeiro permanece tensão desde o
segundo trimestre. _______ começar pelos juros, que estão em alta.
(Editorial. Folha de S.Paulo. 24.08.2018. Adaptado)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 10
– 11
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
MÓDULO 28 Colocação Pronominal
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem
bem as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre
que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a
menos que prejudique a eufonia da frase.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia
da frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso
do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos
em que a norma culta prescreve o emprego do pronome no
meio – mesó clise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se
inicia um período com pronome oblíquo átono. Assim,
se na linguagem falada diz-se Me encontrei com ele, na
linguagem escrita, formal, usa-se Encontrei-me com ele.
CASOS DE PRÓCLISE
Palavra de sentido negativo
Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo
Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos
Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos
Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas
Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito
anteposto ao verbo
Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas
Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que
não sejam reduzidas.
Percebia que o observavam.
Este é o homem que te procura.
Caso me ausente, cuide dos nossos negócios.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em.
Em se plantando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição.
Seus intentos são para nos prejudicarem.
CASOS DE ÊNCLISE
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro
do indicativo.
Trago-te flores.
CASOS DE MESÓCLISE
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente
ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
COLOCAÇÃO DO PRONOME ÁTONO NAS
LOCUÇÕES VERBAIS
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio
Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise,
o pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois
do verbo principal.
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar
antes do auxiliar ou depois do principal.
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio
Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará
depois do auxiliar.
Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes
do auxiliar.
Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo
Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes cons truções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Verbo no imperativo afirmativo
Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela
preposição em. 
Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da prepo sição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise.
Apressei-me a convidá-los.
Estava para dizer-lhe a verdade. /
Estava para lhe dizer a verdade.
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 11
12 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
1. (UNISAL) – A gramática normativa determina que os pronomes
oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, se, nos, vos) apareçam antes do
verbo quando houver palavras negativas, advérbios, conjunções subordi -
nativas, prono mes relativos, indefinidos ou demons tra tivos antes dele.
Verifique a aplicação dessa regra nas frases seguintes:
I. Luís jamais me olhou de novo.
II. Nós esperávamos que nos dissessem toda a ver dade. 
III. Agora escute-me, por favor.
IV. Avisaram-me sobre o acidente.
Estão corretas, segundo a gramática normativa, as frases:
a) I e IV. b) I, II, III e IV. c) I, II e IV.
d) I, II e III.e) III e IV.
2. (FGV) – Assinale a alternativa em que a posição dos pro nomes áto -
nos, na frase, está de acordo com a norma-padrão do português escrito.
a) A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que cerca vam-no...
b) As obscuras determinações das coisas acertadamente o haviam
erguido até ali.
c) Ele julgava-se e só o que parecia-lhe grande entrava nesse julga mento.
d) ... uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase
falavam-lhe.
e) As obscuras determinações das coisas, acertadamente, mais alto
levariam-no.
RESOLUÇÃO:
Nas demais alternativas há ênclises indevidas: em a e c porque os
verbos são antecedidos por pronomes relativos; em d porque antes
vem um advérbio; em e porque se trata de futuro do pretérito. 
Resposta: B
3. (FGV) – Assinale a alternativa correta quanto à colocação pro no minal
e à pontuação.
a) Falou-lhe com bondade, minha mãe, mas ele não atendia a coisa
nenhuma, repetindo: “Já disse que mato-me!”
b) Falou-lhe, com bondade, minha mãe, mas ele não atendia a coisa
nenhuma, repetindo: “Já disse que me mato!”
c) Falou-lhe, com bondade, minha mãe, mas ele não atendia a coisa
nenhuma, repetindo: “Já disse que mato-me!”
d) Lhe falou, com bondade minha mãe, mas ele não atendia a coisa
nenhuma, repetindo: “Já disse que mato-me!”
e) Lhe falou com bondade minha mãe, mas ele não atendia a coisa
nenhuma, repetindo: “Já disse que me mato!” 
RESOLUÇÃO:
De acordo com a norma culta, não se inicia período com pronome
oblíquo átono, daí “Falou-lhe”. Em “Já disse que me mato”, o
pronome “me” proclítico está corretamente colo ca do. Na
alternativa b, as vírgulas foram empregadas corretamente para: (1)
destacar o adjunto adverbial (“com bondade”) no meio da primeira
oração; (2) separar a oração coordenada assindética (“Falou-lhe...
minha mãe”) da coordenada sindética adversativa (“mas ele não
atendia...”); (3) separar a oração reduzida de gerúndio
(“repetindo...”). 
Resposta: B
4. (ESPM) – A colocação pronominal foge ao que se recomenda para
o padrão culto em: 
a) Não se sabia ao certo, sem os resultados da pesquisa, quantos
beneficiariam-se com a distribuição de alimentos. 
b) Tratava-se de um procedimento normal, informou a secretária, pois
a dispensa de funcionários decorria da queda de arrecadação. 
c) Quem se dispuser a trabalhar em benefício das pessoas carentes da
comunidade deve apresentar-se ao coordenador, amanhã cedo, no
Centro de Solidariedade.
d) Não houve quebradeira de empresas e de bancos, porque já se sabia
dos riscos de uma desvalorização e as companhias se protegeram,
comprando dólares.
e) Presumo que o erro foi causado pelo fato de muitos economistas
terem deduzido que a história se repete, e não foi o que se observou,
nesse caso.
5. (CEFET-MG) – A posição do pronome oblíquo destacado na frase
está de acordo com o que preconiza a norma padrão em:
a) “A velhice nos lembra da proximidade do fim (...)”
b) “Me sentirei honrada com o reconhecimento da minha força.”
c) “Quando chegar a minha hora, por favor, me chamem de velha.”
d) “(...) em um programa de TV, o entrevistador me perguntou sobre a
morte.”
e) “(...) se alguém me disser (...) que estou na ‘melhor idade’, vou
romper meu pacto pessoal de não violência.”
Resposta: E
6. (TOLEDO) – Para as questões seguintes, assinale:
A) quando somente a I estiver correta;
B) quando I e II estiverem corretas.
a) I. O gado ia finar-se, até os espinhos secariam.
II. O gado ia-se finar, até os espinhos secariam.
b) I. Compadre, eu não lhe quero dizer coisa alguma.
II. Compadre, eu não quero dizer-lhe coisa algu ma.
c) I. Preciso contar, senhor delegado, como se foi formando entre nós
esse espírito de briga.
II. Preciso contar, senhor delegado, como foi for mando-se entre nós
esse espírito de briga.
d) I. As visões da caatinga tinham-se dissipado.
II. As visões da caatinga tinham dissipado-se.
(Graciliano Ramos. Vidas secas. Ed. Martins, pp. 30, 36.)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) B / B / A / A b) A / B / A / B c) B / B / B / A
d) A / A / A / B e) B / A / A / A 
RESOLUÇÃO: 
No item III, o correto é: Agora me escute...
Resposta: C
RESOLUÇÃO: 
Na passagem ...quantos beneficiariam-se... existe um erro de
colocação pronominal, porque o pronome interroga tivo quantos
atrai o pronome se para antes do verbo, havendo assim próclise:
“...quantos se beneficiariam com...” 
Resposta: A
RESOLUÇÃO: 
A frase As visões da caatinga tinham dissipado-se está er rada
porque não se prende pronome oblíquo átono ao parti cípio. 
Resposta: C
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 12
7. (FGV) – O emprego e a colocação do prono me estão de acordo com
a norma culta na alternativa:
a) Trata-se, evidentemente, de material muito simples, mas muitos dos
que são alfabetizados não conse guem lê-lo, nem compreendê-lo.
b) Pensemos na desobediência, na heresia e nas seitas e em como o
conhecimento lhes introduziu no mundo.
c) Lembre-se das rodas dentadas da pobreza, da igno rância, da falta de
esperança e da baixa autoestima e de como usam-as para criar um
tipo de máquina do fracasso perpétuo.
d) Temos dilemas que nos perseguem e inteligências brilhantes, que
poderiam ajudar a solucionar eles rapida mente.
e) Existe a ideia de que a capacidade de ler, o conheci mento, os livros
e os jornais são potencialmente peri go sos; os tiranos e os autocratas
sempre compreenderam-na.
RESOLUÇÃO: Em lê-lo, compreendê-lo, houve fusão do pronome
oblí quo o, na função de objeto direto, com a terminação verbal (ler
+ o = lê-lo; compreender + o = compreendê-lo); em b, a forma
pronominal lhes deve ser trocada por as (introduziu-as); em c e e,
deve haver próclise (como as usam), (sempre a com preenderam);
em d, solucionar eles é variante popular; deveria ser regis trada a
forma solucioná-los. Resposta: A
8. (CEFET-MG) – A alteração na ordem da palavra em desta que
promoveu um desvio da norma-padrão, exceto em:
a) Já não se encolhe...
Já não encolhe-se...
b) ...as pessoas nunca se comunicaram tanto quanto na internet...
...as pessoas nunca comunicaram-se tanto quanto na internet...
c) ...que se abre de par em par, passando para o outro lado, e se
entregando...
...que se abre de par em par, passando para o outro lado, e en -
tregando-se...
d) ...a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que se alastra...
...a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que alastra-se...
e) Encontram-se, em bibliotecas monumentais como a do Congresso
americano...
Se encontram, em bibliotecas monumentais como a do Congresso
americano...
Resposta: C
9. (FGV-2019) – Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de
colocação pronominal.
a) Vai-se o sertanejo no êxodo para a costa, para as serras distantes –
esvazia-se o sertão, ainda que a saudade acompanhe o retirante.
b) Quando acaba-se o flagelo, é como se todos os problemas fossem
esquecidos, e tudo se reestabelecesse como antes.
c) Por fim, o sertanejo se dobra e, depois de tantos retirantes à sua
porta, rapidamente amatula-se em um daqueles bandos.
d) Ainda que o flagelo tenha ameaçado-o, o sertanejo volta ao sertão,
movido pela saudade por estar meses longe de sua casa.
e) Se vê, com assombro, a primeira turma de retirantes atravessar o
terreiro, e depois outras seguem-se nos dias posteriores.
RESOLUÇÃO: 
Ambos os pronomes oblíquos átonos estão em ênclise por ser
início de oração. Em b, “quando se acaba”; em c, “rapidamente se
anula”; em d, “tenha-o ameaçado”; em e, “Vê-se... e depois outras
se seguem”. Resposta: A
Texto para a questão 10.
10. (UFAL) – Assinale a alternativa correta em relação aos aspectos
formais da língua padrão culta.
a) O termo “vê-la-íamos” é traduzido por “vimos a verdade”.
b) O termo “Basta-nos” pode ser substituído por “Nos basta”.
c) A expressão “não se compreende” pode ser substituída por “não
compreende-se”.
d) O ponto e vírgula utilizado após a expressão “vê-la-íamos” pode ser
substituído por um ponto, sem causar mudança de sentidoao texto.
e) O trecho “ser homem é saber que não se compreende” pode ser
reescrito da seguinte forma: “ser homem é saber, que não se
compreende”.
RESOLUÇÃO: Pode ocorrer a substituição porque a oração
seguinte “Tudo o mais é sistema e arredores” é independente
(coordenada). Resposta: D
Se conhecêssemos a verdade, vê-la-íamos; tudo o mais é
sistema e arredores. Basta-nos, se pensarmos, a incompreensi bi -
lidade do universo; querer compreendê-lo é ser menos que homens,
porque ser homem é saber que não se compreende.
PESSOA, Fernando. O livro do desassossego. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 117.
– 13
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
1. (FGV) – Assinale a alternativa em que a colocação dos pronomes
oblíquos átonos atende à norma culta.
a) Era claro que Nestor estava preocupado, mas otimista. “Erguerei-
me depressa, enfrentando-lhe todos os arroubos.”
b) Não disse-lhe palavra. Partiu a galope, sem olhar para trás.
c) Ao ver-se cercado pelas emas, concluiu: os animais
poder-se-iam perder, se o ajudante não os controlasse.
d) Farei-o melhor do que você, embora não tenha tanta prática.
e) Tendo encontrado-a sozinha na sala, deu-lhe um beijo maroto na face.
RESOLUÇÃO
Com infinitivo preposicionado, a norma culta reco men da a ênclise do
pronome oblíquo átono, como em c, em bora a próclise também seja
corrente e admissível no Brasil. Na mesma alternativa, a próclise antes
de pala vra negativa e a mesóclise com o futuro do pretérito são de
regra, embora neste último caso também se ad mi tisse a próclise.
Erros: em a e d, o verbo no futuro não admite ên cli se; em b, dian te
de palavra negativa não se admite ên clise, a não ser com verbo no
infinitivo; em e, particípio não ad mite ênclise.
Resposta: C
2. (ANHEMBI-MORUMBI) – Em Você nunca me viu sozinho / e você
nunca me ouviu chorar, os pronomes assinalados estão empregados
corretamente de acordo com as regras de colocação pronominal.
Assinale a alternativa que esteja de acordo com a norma culta da
língua:
a) Nos explicaram que nem tudo era mentira.
b) Explicariam-nos que nem tudo era mentira?
c) Essa é a pessoa que explicou-me toda a verdade.
d) Não explicarei-lhe mais nada sobre o assunto.
e) Explicar-nos-ia o que aconteceu naquela noite?
RESOLUÇÃO
Em a, o pronome átono deveria estar depois do verbo (Explicaram-
nos); em b, com o verbo no futuro do pretérito, deveria ocorrer
mesóclise (explicar-nos-iam); em c, o pronome relativo que atrai o
pronome átono me para antes do verbo (que me explicou); em d, o
advérbio de negação não atrai o pronome átono lhe para antes do
verbo (não lhe explicarei).
Resposta: E
Aplicações
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 13
14 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
MÓDULO 25 Clarice Lispector (I)
FRENTE 2Literatura
1. Vida
Clarice Lispector (Ucrânia, 1925 – Rio de Janeiro, 1977)
De Alfredo Bosi:
Recém-nascida, veio para o Brasil com os pais, que se
estabele ce ram no Recife. Em 1934 a família transferiu-se
para o Rio de Janeiro, onde Clarice fez o curso ginasial e os
preparató rios. Adoles cen te, lê Graci li ano, Herman Hesse,
Julien Green. Em 1943, aluna da Faculdade de Direito,
escreve o seu primeiro ro man ce, Perto do Cora ção
Selvagem, que é recusado pela editora José Olympio.
Publica-o no ano seguinte, pela editora A Noite e recebe o
Prê mio Graça Aranha. Ainda em 1944 vai com o marido
para Nápoles, onde tra balha num hospital da Força
Expedicionária Brasileira. Voltando para o Brasil, escreve
O Lustre, que sai em 1946. Depois de longas estadas na
Suíça (Berna) e nos Estados Unidos, a escritora fixa-se no
Rio, onde viveu até a morte.
(História Concisa da Literatura Brasileira)
2. Considerações críticas
Já no romance Perto do Cora ção Selvagem, há
aproximação com os ficcionistas de vanguarda da época:
James Joyce, Vir gi nia Woolf e William Faulkner, pelo uso
intensivo da metá fo ra insó li ta, do fluxo de cons ciência
e pela rup tu ra com o enredo factual, elementos que
preser va rá até a última obra.
Caracteriza-se pela exacerba ção do momento interior,
de tal modo intensa que, a certa altura de seu itinerário,
a própria subjetividade entra em crise. O espírito, perdi do
no labirinto da memória e da autoanáli se, reclama um
novo equilí brio, trans cendendo do pla no do psicológico
para o me tafísico. A própria nar rado ra re vela a cons ciência
desse salto, quando diz:
Além do mais a “psicologia” nun ca me interessou. O
olhar psico ló gi co me impacientava e me impa cien ta, é um
instrumento que só trans pas sa. Acho que desde a ado les -
cên cia eu havia saído do estágio do psicoló gico. 
(A Paixão se gundo G.H.)
Ou ainda:
Uma vida completa pode aca bar numa identificação tão
abso luta com o não-eu que não haverá mais um eu para
morrer. 
(Bernard Berenson, cita do em epígrafe 
por Clarice em A Paixão segundo G.H.)
A obra toda de Clarice é um romance de educação
senti men tal. Até a Paixão segundo G.H., Clarice faz a
prospecção do mundo interior, como quem macera a
afeti vidade e afia a aten ção, para colher amostras, numa
tentativa de absorver o mundo. A partir desse romance
não há mais os recursos habituais do romance
psicológico. Não há etapas de um drama. Cada
pensamento envolve todo o drama: logo, não há um
começo definido no tem po, nem um epílogo. Há um
contínuo denso na experiência exis tencial e o reconhe -
cimento de uma verdade que despoja o eu das ilusões
cotidianas e o entre ga a um novo sentido da reali dade:
Perdi alguma coisa que me era essencial, que já não me
é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse
perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava
de andar, mas que fazia de mim um tripé estável. 
(A Paixão segundo G.H.)
A palavra neutra de Clarice Lispector articula essa
experiência metafí si ca radical, valendo-se do ver bo “ser”
e de constru ções sintáti cas anômalas que obrigam o leitor
a re pen sar as relações con ven cionais prati cadas pela sua
própria lingua gem:
Eu estava agora tão maior que não me via mais. Tão
grande como uma pai sagem ao longe (...) como poderei
dizer senão timi da mente assim: a vida se me é. A vida se
me é, e eu não entendo o que digo. Então adoro.
(A Paixão segundo G.H.)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 14
Texto para o teste 1.
Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo
involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos quis que ela
não fugisse e falou: 
— Repita o que você disse, Lóri.
— Não sei mais.
— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente disse:
um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a
minha extrema individualidade de pessoa, mas seremos um só.
— Sim.
Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade.
De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era
felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me
transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos
poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço
dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como
uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou
minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e
me assusta? Não, não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah,
milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se
um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e
preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase
correndo: ele era o perigo.
(LISPECTOR, C. Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.)
1. A obra de Clarice Lispector alcança forte expressi vi -
dade em razão de determinadas soluções narrativas.
No fragmento, o processo que leva a essa
expressividade fundamenta-se no
a) desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso.
b) exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador.
c) registro do processo de autoconhecimento da personagem.
d) discurso fragmentado como reflexo de traumas psicológicos.
e) afastamento da voz narrativa em relação aos dramasexistenciais.
RESOLUÇÃO:
[ENEM-2018 – 2.a aplic.] No texto, a partir do diálogo e do trecho
narrado na sequência — predominantemente em discurso indi reto
livre —, observa-se que Lóri discute e reflete intensamente sobre
seu lugar diante de um mundo “impersonalizado”, sobre a
felicidade e o amor. Portanto, pode-se afirmar que, na passagem
apresentada, a “expressividade fundamenta-se no registro do
processo de autoconhecimento da personagem”.
Resposta: C
Texto para o teste 2.
A PARTIDA DE TREM
Marcava seis horas da manhã. Ângela Pralini pagou o táxi e pegou
sua pequena valise. Dona Maria Rita de Alvarenga Chagas Souza
Melo desceu do Opala da filha e encaminharam-se para os trilhos. A
velha bem-vestida e com joias. Das rugas que a disfarçavam saía a
forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma boca que outrora
devia ter sido cheia e sensível. Mas que importa? Chega-se a um
certo ponto — e o que foi não importa. Começa uma nova raça. Uma
velha não pode comunicar-se. Recebeu o beijo gelado de sua filha
que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a subir no
vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela se colocara do lado.
Quando a locomotiva se pôs em movimento, surpreendeu-se um
pouco: não esperava que o trem seguisse nessa direção e sentara-
se de costas para o caminho.
Ângela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou:
— A senhora deseja trocar de lugar comigo?
Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, disse que não,
obrigada, para ela dava no mesmo. Mas parecia ter-se perturbado.
Passou a mão sobre o camafeu filigranado de ouro, espetado no
peito, passou a mão pelo broche. Seca. Ofendida? Perguntou afinal
a Ângela Pralini:
— É por causa de mim que a senhorita deseja trocar de lugar?
(LISPECTOR, C. Onde Estivestes de Noite.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980 – fragmento.)
2. A descoberta de experiências emocionais com base
no cotidiano é recorrente na obra de Clarice Lispector.
No fragmento, o narrador enfatiza o(a)
a) comportamento vaidoso de mulheres de condição social privile giada.
b) anulação das diferenças sociais no espaço público de uma estação.
c) incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações dife -
rentes.
d) constrangimento da aproximação formal de pessoas desconhe cidas.
e) sentimento de solidão alimentado pelo processo de envelheci mento.
RESOLUÇÃO:
[ENEM-2016] O texto apresenta uma cena em que uma senhora é
condenada a “não pode[r] comunicar-se” por ser “uma velha”. A
personagem vê-se em uma situação de abandono afetivo, como
comprova o fato de ter recebido um “beijo gelado de sua filha que
foi embora antes do trem partir”. Dentro desse contexto de vazio
emotivo, espanta-se com a delicadeza de outra mulher, que lhe
oferece um lugar mais confortável no trem. Dessa forma, percebe-
se o desenvolvimento do tema da solidão a que se é destinado por
causa do envelhecimento.
Resposta: E
– 15
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 15
16 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
Texto para o teste 3.
AUTOR – Eu sou o autor de uma mulher que inventei e a quem
dei o nome de Ângela Pralini. Eu vivia bem com ela. Mas ela
começou a me inquietar e vi que eu tinha de novo que assumir o
papel de escritor para colocar Ângela em palavras porque só então
posso me comunicar com ela. 
Eu escrevo um livro e Ângela outro: tirei de ambos o supérfluo. 
Eu escrevo à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de
dia porque é quase sempre luz alegre. 
Este é um livro de não memórias. Passa-se agora mesmo, não
importa quando foi ou é ou será esse agora mesmo.
(…)
ÂNGELA – Viver me deixa trêmula.
AUTOR – A mim também a vida me faz estremecer.
ÂNGELA – Estou ansiosa e aflita.
AUTOR – Vejo que Ângela não sabe como começar. Nascer é
difícil. Aconselho-a a falar mais facilmente sobre fatos? Vou ensiná-la
a começar pelo meio. Ela tem que deixar de ser tão hesitante porque
senão vai ser um livro todo trêmulo, uma gota d’água pendurada
quase a cair e quando cai divide-se em estilhaços de pequenas gotas
espalhadas. Coragem, Ângela, comece sem ligar para nada.
(Clarice Lispector, Um Sopro de Vida)
3. (BARRO BRANCO) – Na construção da narrativa, revela-se que
Autor e Ângela têm algumas preferências
a) opostas e estabelecem entre si uma relação de interdependência,
por meio da qual se evidenciam seus questionamentos íntimos.
b) contraditórias e são naturalmente indecisos e apegados às
memórias, reforçando a ideia de introspecção psicológica.
c) comuns, notadamente aquelas alinhadas à tranquilidade de suas
índoles, o que revela comportamentos previsíveis.
d) excêntricas, e isso se deve à forma pouco entusiasmada como veem
a vida, o que permite vislumbrar sem encantamento suas
intimidades.
e) ambíguas, fruto de uma concepção de vida pautada no medo de
serem autênticos, o que destoa do caráter intimista da narrativa.
RESOLUÇÃO:
O Autor e Ângela Pralini têm “preferências opostas” (“Eu escrevo
à meia-noite porque sou escuro. Ângela escreve de dia porque é
quase sempre luz alegre.”). A relação de interdependência
comprova-se pelo fato de a existência de Ângela Pralini ser uma
invenção do Autor, com personalidade própria, porém ainda
hesitante, como “uma gota d’água pendurada quase a cair”. O
Autor confessa que a vida o “faz estremecer” também. Portanto,
revela-se na narrativa “uma relação de interdependência” entre o
Autor e Ângela Pralini, destacando-se “seus questionamentos
íntimos”.
Resposta: A
Texto para o teste 4.
DECLARAÇÃO DE AMOR
Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não
é fácil. Não é maleável. (...) A língua portuguesa é um verdadeiro
desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando
das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às
vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. 
Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto
de manejá-la — como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo
pelas rédeas, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa
chegasse ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que
escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos
dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que
escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma
coisa que lhe dê vida. 
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do
encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O
que recebi de herança não me chega. 
Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e me
perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que
é preciso e belo. Mas, como não nasci muda e pude escrever,
tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era
escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras
línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem
e límpida. 
(LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999 – adaptado.)
4. O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor
pela língua portuguesa, acentuando seu caráter
patrimonial e sua capacidade de renovação, é: 
a) “A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.” 
b) “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre
uma herança de língua já feita.” 
c) “Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do
pensamento alguma coisa que lhe dê vida.” 
d) “Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi
aprofundada.” 
e) “Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha
abordagem do português fosse virgem e límpida.” 
RESOLUÇÃO:
[ENEM-2017] A referência a Camões acentua o caráter patrimonial
da Língua Portuguesa, mas essa herança não basta. A expressão
individual e as mudanças de costumes exigem que se transponha
o código clássico camoniano. 
Resposta: B
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 16
Texto para o teste 1.
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim
a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a
pré-históriada pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
(...)
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a
escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes
de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar
é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o
que estou escrevendo. (...) Felicidade? Nunca vi palavra mais doida,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes. 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma
visão gradual — há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo
os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais
tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que
sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a
morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
(LISPECTOR, C. A Hora da Estrela.
Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)
1. A elaboração de uma voz narrativa peculiar acom pa -
nha a trajetória literária de Clarice Lispector, culmi -
nada com a obra A Hora da Estrela, de 1977, ano da
morte da escritora. Neste fragmento, nota-se essa peculiaridade porque
o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma óptica distante,
sendo indiferente aos fatos e às personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos
que levaram aos eventos que a compõem.
c) se revela um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre
a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da
complexidade para escolher as palavras exatas.
e) se propõe a discutir questões de natureza filosófica e metafísica,
incomuns na narrativa de ficção.
RESOLUÇÃO:
[ENEM-2013] O narrador Rodrigo S. M. reflete sobre a própria
escrita (“Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de
uma visão gradual”) e sobre questões existenciais. A visão crítica
da linguagem e a crise existencial são elementos fundamentais da
narrativa de Clarice Lispector.
Resposta: C
Texto para as questões de 2 a 4.
Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que vida
incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo, mesmo alma
rala como a sua. Imaginavazinha, toda supersticiosa, que se por
acaso viesse alguma vez a sentir um gosto bem bom de viver — se
desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em
bicho rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria
ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia em
grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia-
se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco
de sua vida para esta não acabar. Essa economia lhe dava alguma
segurança, pois quem cai, do chão não passa.
(Clarice Lispector, A Hora da Estrela)
2. (UFSCar – modificada) – Neste trecho, Clarice Lispector principia a
falar de Macabéa, uma nordestina que, tendo partido de Alagoas com
destino ao Rio de Janeiro, sofre o choque social da cidade grande.
a) Tendo em vista o tema social tratado na obra A Hora da Estrela e,
mais especificamente, o texto apresentado, o que caracteriza a
escritura da autora, no tratamento desse tipo de tema?
RESOLUÇÃO:
Em A Hora da Estrela, Clarice Lispector tematiza tanto a exclusão
social da migrante nordestina, quanto a crise existencial, o vazio
nauseante que ronda o ser. Essa percepção do incômodo de existir
já se exprime no primeiro período: “Talvez a nordestina já tivesse
chegado à conclusão de que vida incomoda bastante, alma que não
cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua.” 
b) Uma das características de Clarice Lispector, segundo Alfredo Bosi,
é o uso da metáfora insólita. Aponte uma metáfora insólita
empregada pela autora no trecho transcrito.
RESOLUÇÃO:
É inteiramente insólita a metáfora “alma rala”, em que se aplica a
algo imaterial um adjetivo de sentido físico, inteiramente
inesperado no contexto.
– 17
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
MÓDULO 26 Clarice Lispector (II)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 17
18 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
3. (UFSCar – modificada) – Ainda se considerando o estilo da escrita
de Clarice Lispector, que efeito ela consegue ao empregar a derivação,
também insólita, imaginavazinha (2.° período do texto)?
RESOLUÇÃO:
O diminutivo da forma verbal imaginava, recurso que foge à norma
culta, apequena a personagem Macabéa, sugerindo limitação de
sua capacidade imaginativa e reflexão abstrata. O narrador, em
vários momentos da narrativa, assume postura irônica para falar da
pequenez de alma da personagem, como acontece com a
expressão metafórica “alma rala”.
4. (UFSCar – modificada) – O narrador faz alusão a um conto de fadas.
Valendo-se de seu conhecimento de mundo, qual é o conto de fadas
aludido e qual seria, então, o “bicho rasteiro”?
RESOLUÇÃO: 
Após associar Macabéa a uma princesa, o narrador diz que, de
súbito, ela se transformaria em um “bicho rasteiro”. Trata-se de
uma alusão ao conto de fadas Cinderela, no qual a princesa, à meia-
noite, volta a ser plebeia e seus cavalos, ratos.
Textos para as questões 5 e 6.
Texto 1
[Fabiano] Ouvira falar em juros e em prazos. Isto lhe dera uma
impressão bastante penosa: sempre que os homens sabidos lhe
diziam palavras difíceis, ele saía logrado. Sobressaltava-se
escutando-as. Evidentemente só serviam para encobrir ladroeiras.
Mas eram bonitas. Às vezes decorava algumas e empregava-as fora
de propósito. Depois esquecia-as. Para que um pobre da laia dele
usar conversa de gente rica?
(Graciliano Ramos, Vidas Secas)
Texto 2
Havia coisas que [Macabéa] não sabia o que significavam. Uma
era “efeméride”. E não é que seu Raimundo só mandava copiar com
sua letra linda a palavra efemérides ou efeméricas? Achava o termo
efemírides absolutamente misterioso. Quando o copiava prestava
atenção a cada letra. (...) Enquanto isso a mocinha se apaixonara pela
palavra efemérides.
(Clarice Lispector, A Hora da Estrela)
O tema comum aos dois textos é a relação das personagens com a
linguagem culta. Considerando essa informação, responda:
5. (FUVEST – adaptada) – Em que Fabiano e Macabéa se
assemelham?
RESOLUÇÃO:
São ambos nordestinos, vítimas da marginalização social, da
incomunica bilidade gerada pela incapacidade de expressão verbal.
Há em ambos o mesmo fascínio pela linguagem, pelo significante
em seu corpo sonoro, ainda que desprovido, para eles, de
significação. 
6. (FUVEST – adaptada) – Em que se distinguem um do outro?
RESOLUÇÃO:
Em relação à linguagem culta, Fabiano revela um nível de
consciência mais crítico, pois, ainda que as admire, conhece o
poder que as palavras têm de ludibriar, de “encobrir ladroeiras”.
A atitude de Fabiano é também mais complexa, pois, mesmo
temendo as “palavras difíceis”, invejava os que as dominavam e
desejava que seus filhos estudassem num lugar incerto,
vagamente relacionado com o Sul. Macabéa, mesmo vítima da
dificuldade de expressão, mesmo manipulada pelos que detêm o
domínio da linguagem, é presa de seu poder encantatório. 
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 18
– 19
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
MÓDULO 27 João Cabral de Melo Neto
1. Vida
João Cabral de Melo Neto (Recife, 1920 – Rio de Janeiro, 1999)
João Cabral de Melo Neto pas sou a infância em São
Lourenço da Mata, interior de Pernambuco, em contato
com os engenhos de açúcar, os canaviais e a literatura de
cordel, que costumava ler para os emprega dos dos
engenhos da família. Aos dez anos, muda-se para Recife,
cur sando o primário e o secundário no colégio dos irmãos
maristas. Traba lhou como auxiliar de escritório, vendedor
de apólices de seguro e foi campeão juvenil pelo Santa
Cruz Futebol Clube. Em 1945, vivendo no Rio de Janeiro,
ingressa na carreira diplomática, ser vindo em países da
América do Sul, Europa e África. Em 1952, acusado de
subversão pelo Ministério dasRelações Exteriores, é
posto em “dis ponibilidade inativa”, pelo então presi dente
Getúlio Vargas, só retomando suas funções em 1954.
Estreou na literatura com o livro Pedra do Sono, mas é
com O Engenheiro (1945) que sua poesia toma um rumo
definitivo, marcado por uma postura antirromântica, que
privile gia o cere bralismo, a precisão e a cla re za, mais do
que a intuição ou inspi ração: “Eu procuro uma poe sia que
fosse como uma cafeína. Uma poe sia que fosse um
excitante, um esti mulante, e não um calmante. De forma
que é daí que vem toda a minha imagística valorizando o
áspero. (...) Eu não escrevo com algo dão (...) Eu prefiro
escrever com pedras.” (João Cabral, Revista 34 Letras).
Em 1969, é eleito para a Academia Brasi leira de Letras e,
nos anos 90, é agraciado com o “Neustadt International
Prize”, que o qua li fica para o Nobel de Literatura.
2. Considerações críticas
Associado de início à Gera ção de 45, João Cabral
trilhou, na ver da de, um caminho inteira mente próprio. Sua
obra, como ele mesmo sugeriu, divide-se em duas águas:
de um la do, a poesia-cons trução, voltada so bre si mesma,
tematizando com fre quência a própria poesia; de outro, a
poesia-participação, voltada para problemas sociais.
Constitui, com Drummond e Murilo Mendes (poetas
com os quais mantém afinidades, especialmente nos
primeiros livros), o grupo mais denso e expressivo da
poesia moderna brasileira.
Absorvendo a perspectiva da pin tura cubista de
Picasso, deforma a rea lidade aparente, para destacar as
linhas estru turais básicas. É comum in vocar-se a influência
do visua lismo sur realista de Murilo Mendes. Talvez seja
melhor falarmos em con fluência de ideias, em co munhão
em torno do ideal de construção rigorosa do poema.
João Cabral é um poeta de pou cas palavras e poucos
assuntos. Seus poemas comunicam-se por si mes mos,
presos a um rigoroso es que ma tismo, e fundados em
palavras com sentido denotativo, pala vras con cretas,
tecidas em fios de tramas complicadas e surpreen dentes,
co mo um tear, como “má quina do poema”.
• Uma poética antirromântica
As imagens da realidade em João Cabral são
reduzidas à sua essência. São imagens des carna das, que
deixam visí veis os seus “esque le tos”, isto é, as suas
linhas estruturais bá sicas. O poeta não está preo cu pa do
com sua ex pres são in dividual; pre tende, ao contrá rio,
tornar o poe ma inde pendente dessa visão indi vidual. O
poe ma deve funcionar co mo forma de comunica ção por
sua pró pria força interior, sem interfe rên cia do poeta.
• Uma educação pela pedra
A pedra nos remete à aridez humana e geográfica do
Nordeste, e é símbolo constante na obra do autor,
fazendo confluir a temática social (lin guagem-objeto) com
a reflexão sobre o fazer poético no próprio texto artístico
(metalinguagem).
• Uma poesia prosaica
Sua poesia não é melódica, mas rítmica. João Cabral
começou a escrever em verso livre, mas, a partir de O Cão
sem Plumas, adotou a métrica tradicional, dando preferên -
cia ao verso de oito e nove sílabas (octas sílabo e
eneassílabo) e à rima toante, cuja sonoridade, estranha à
língua portuguesa, aproxima a sua poesia do ritmo da prosa:
Você aqui reencontrará
as mesmas coisas e loisas
que me fazem escrever
tanto e de tão poucas coisas:
o não-verso de oito sílabas
(em linha vizinha à prosa)
que raro tem oito sílabas,
pois metrifica à sua volta;
a perdida rima toante
que apaga o verso e não soa,
que o faz andar pé no chão
pelos aceiros da prosa.
(“A Augusto de Campos”, Agrestes – fragmento)
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 19
20 –
P
O
R
T
U
G
U
ÊS
Texto para os testes de 1 a 3.
O NADA QUE É
Um canavial tem a extensão
ante a qual todo metro é vão.
Tem o escancarado do mar
que existe para desafiar
que números e seus afins
possam prendê-lo nos seus sins.
Ante um canavial a medida
métrica é de todo esquecida,
porque embora todo povoado
povoa-o o pleno anonimato
que dá esse efeito singular:
de um nada prenhe como o mar.
(João Cabral de Melo Neto,
Museu de Tudo e Depois)
1. (UNIFESP) – Ao comparar o canavial ao mar, a imagem construída
pelo eu lírico formaliza-se em
a) uma assimetria entre a ideia de nada e a de anonimato.
b) uma descontinuidade entre a ideia de mar e a de canavial.
c) uma contradição entre a ideia de extensão e a de canavial.
d) um paradoxo entre a ideia de nada e a de imensidão.
e) um eufemismo entre a ideia de metro e a de medida.
RESOLUÇÃO:
O paradoxo ou oxímoro encontra-se no verso “de um nada prenhe
como o mar”, ou seja, um nada — que por definição é vazio —
prenhe, cheio, como o mar.
Resposta: D
2. (UNIFESP) – Nos versos iniciais do poema, “Um canavial tem a
extensão / ante a qual todo metro é vão”, metro é concebido como
a) forma ineficaz de se medir a extensão de um canavial.
b) forma de se medir corretamente um canavial.
c) meio de se dizer mais de um canavial do que só sua extensão.
d) tradução subjetiva da extensão de um canavial.
e) meio de se medir a extensão de um canavial com precisão.
RESOLUÇÃO:
Vão (“vazio”, “oco”) tem também o sentido de “ineficaz”, “inútil”.
Resposta: A
3. (UNIFESP) – O poema está organizado em versos de 
a) dez sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia
descaracterizada pela falta de emoção.
b) oito sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia de
expressão emocional contida.
c) doze sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia que prima
pela razão, mas sem abrir mão da emoção.
d) cinco sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia de
expressão sentimental exagerada.
e) sete sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia de
equilíbrio entre razão e sentimentalismo.
RESOLUÇÃO:
Os versos têm oito sílabas métricas, com diversas elisões e
sinéreses, e apresentam a contenção característica da poesia do
autor.
Resposta: B
C4_3ANO_SP_LARANJA_TEORIA_EXERC_2020_PORT_GK.qxp 10/06/2020 21:45 Página 20
Textos para o teste 4.
Texto I
— O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
(MELO NETO, J. C. Obra Completa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 – fragmento.)
Texto II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao
retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no
caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala
inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define,
menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre
partilhados por outros homens.
(SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos.
Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 – fragmento.)
4. Com base no trecho de Morte e Vida Severina
(texto I) e na análise crítica (texto II), observa-se que
a relação entre o texto poético e o contexto social a
que ele faz referência aponta para um problema social expresso
literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas
Senhorias?” — A resposta à pergunta expressa no poema é dada por
meio da
a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-nar rador.
b) construção da figura do retirante nordestino como um homem
resignado com a sua situação.
c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros
Severinos que compartilham sua condição.
d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do
próprio poeta, em sua crise existencial.
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser
descendente do coronel Zacarias.
ESOLUÇÃO:
Quem fala em Morte e Vida Severina é o retirante, Severino, que é
símbolo de todos os excluídos que migram para buscar melhor
condição de vida: “há muitos Severinos”.
Resposta: C
Texto para o teste 5.
DOIS PARLAMENTOS
— Nestes cemitérios gerais
não

Continue navegando