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Evolução dos Direitos nas Constituições Brasileiras

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A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS: COMPARAÇÃO DESDE A CONSTITUIÇÃO DE 1824 ATÉ A DE 1988
No Brasil, nossa primeira constituição foi na verdade uma Carta Constitucional outorgada por D. Pedro I em 1824 de cunho liberal que tivera a influência da Constituição francesa de 1814.
A Constituição Imperial brasileira de 1824 adotou o despotismo esclarecido e teve seu início na vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808 e, promoveu a constitucionalização da monarquia de D. Pedro I.
O fato ocorreu quando Napoleão Bonaparte ter decretado o bloqueio continental à Inglaterra como reação ao bloqueio marítimo britânico. Portugal se encontrava nessa época completamente dependente da Inglaterra inclusive por vários tratados comerciais.
A constituição brasileira de 1891 que inaugurou a forma de governo republicano no Brasil, mas, com efeito, o Decreto nº 01 de 15/11/1889, ratificando não só a república mas a forma do Estado Federal.
A Constituição federal brasileira de 1934 teve caráter inovador pois garantiu direitos sociais, com a influência da Constituição de Weimar.
Assim o texto constitucional de 1934 elevou ao patamar de garantia constitucional os direitos dos trabalhadores (oito horas diárias, salário-mínimo, férias anuais) e instituiu a Justiça do Trabalho além das normas disciplinadoras da ordem econômica e social.
A Justiça do Trabalho foi criada pela Constituição de 1934 enquanto que foi a Constituição brasileira de 1946 que lhe conferiu o caráter jurisdicional.
Na Constituição do Estado Novo de 1937considerou a greve como verdadeiro delito. Foi marcada pela centralização do poder político nas mãos do Presidente da República reforçando e ampliando suas prerrogativas.
A Constituição de 1937 em seu art. 187 declarava que entraria em quando fosse submetido ao plebiscito nacional, fato que jamais ocorreu.
Com o final da Segunda Grande Guerra Mundial e, com a derrota dos sistemas totalitários, necessitava que o Brasil retornasse ao regime democrático e pluralista. Assim a Constituição de 1946 foi caracterizada pela diversidade e pluralismo no tocante à Assembléia Constituinte.
Adotou ao disciplinar o plano econômico, a linha francamente intervencionista e, valorizou o trabalho e a livre iniciativa. Adotou o bicameralismo perdido em 1934. Surge então os primórdios do postulado da justiça social e o aparecimento das linhas iniciais do Estado de Direito Social.
Destaque-se que somente na Constituição brasileira de 1946 que a Justiça do trabalho passou a integrar o Poder Judiciário, reconhecendo-se seu exercício jurisdicional. E, assegurou também a participação dos empregados nos lucros das empresas, a liberdade de associação e o direito de greve a ser disciplinado em lei especial.
A Constituição brasileira de 1967 não negou os direitos sociais já consagrados e sofreu ruptura quando emitido o Ato Institucional nº 5 de 13/12/1968. E, mais tarde, novamente ocorreu nova ruptura implementada desta vez pela Emenda Constitucional nº 1, vigorante a partir de 30/10/1969.
Em verdade significava bem mais que mera emenda constitucional e, sim, um novo texto constitucional a inaugurar ordem jurídica distinta posta em serviço da consecução de objetivos vinculados ao desenvolvimento econômico (art. 160 da CF de 1969).
Continuava a Carta de 1969 a manter o sistema constitucional centralizador, fortalecendo a posição do Chefe do Poder Executivo federal. E, o AI 5/1968 veio municiar o Presidente da República de espécie normativa mais autoritária podendo até mesmo decretar o recesso do Congresso Nacional, de qualquer Assembléia Legislativa ou Câmara de Vereadores, intervir nos Estados ou municípios, mesmo sem previsão constitucional, suspender direitos políticos de qualquer cidadão, decretar após interligação, confisco de bens.
Foi suspensa a ordem de habeas corpus (art. 10) e proibida a apreciação judicial de qualquer ato atinente ao governo militar.
Ou seja, tivemos um regime de exceção com vigência das Constituições de 1967 e 1969. O que fez que o constituinte de 1986 importasse com a consagração de novo Estado Social de Direito, o que veio a refletir diretamente na Constituição Federal Brasileira de 1988, não à-toa é conhecida como “Constituição Cidadã”.
A Constituição de 1967 conduziu ao fortalecimento do Poder Executivo, sobretudo, por dar mecanismo mais rápidos de elaboração legislativa, tornando a função do Congresso Nacional secundária.
O decreto-lei expirado no prazo de 60 dias de sua edição examinado pelo Congresso Nacional, considerava-o aprovado por prazo. A partir da constituição de 1988 não permite edição de decretos-leis pelo Presidente da República. No entanto, todos os decretos já emitidos até 04/10/1988 e que não seja contrário com a Constituição continuam regular, sendo assim.
Extinto o decreto-lei, temos agora a medida provisória.
O controle de constitucionalidade sofreu alteração pela Carta Magna de 1967 conferindo atribuição ao Procurador-Geral da República para promover representação de inconstitucionalidade perante o STF. É assim, inaugurado o controle abstrato de constitucionalidade.
Foi a Constituição de 1934 nosso marco histórico no constitucionalismo social e a Constituição de 1988 impôs sua plena consagração.
ALUNO: Alex Wanderley Mendonça de Oliveira
MATRÍCULA: 2020102354

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