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_Apostila_Modulo_117_Teologia_da_Pregacao

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TEOLOGIA DA PREGAÇÃO 
Uma Análise Profunda, Objetiva e Clara do Ministério da Pregação 
 
OBJETIVOS DO CURSO 
 
Seguem-se abaixo os principais objetivos do Curso de Teologia da 
Pregação: 
 
✓ Reavaliar o significado e as implicações de Teologia e Pregação; 
✓ Identificar a relação entre Teologia e Pregação; 
✓ Conhecer o desenvolvimento histórico da Pregação e sua influência 
nos dias atuais; 
✓ Reavaliar o significado de Ministério e aplicá-lo ao ofício da Pregação; 
✓ Conhecer os principais tipos de Pregação; 
✓ Determinar o perfil do Pregador; 
✓ Os desafios e a realidade da Pregação nos dias atuais. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A obra da pregação é a mais elevada, a maior e a mais gloriosa 
vocação para a qual alguém pode ser chamado. Se alguém quer conhecer 
outra razão, eu diria, sem hesitação, que a mais urgente necessidade da 
igreja cristã, na atualidade, é a pregação autêntica. E, visto que esta é a 
maior e mais urgente necessidade da igreja, evidentemente ela é também a 
maior necessidade do mundo. 
D. Martyn Lloyd-Jones 
 
O teólogo é o proclamador da verdade divina e inspirado por Deus, e teologia 
é a proclamação. 
Wolfhart Pannenberg 
 
 Teologia e Pregação são temas centrais e presentes na vida da 
Igreja. Geralmente estes assuntos são tratados separadamente. 
 
 Mas como veremos, fazer Teologia é pronunciar as verdades bíblicas 
(pregação) e Pregação é o anúncio das verdades bíblicas (teologia). 
 
Conforme veremos, toda Teologia deve ter como alvo a edificação da 
Igreja, tendo em vista alcançar os perdidos. E um dos principais meios para 
que isso se torne possível é o Ministério da Pregação. 
 
 Veremos ainda que, originalmente falando, a Teologia se propõe a 
tratar sobre Deus à partir das Escrituras, e a proclamação (Pregação) do 
Evangelho significa pregar a Cristo e tudo o que se relaciona a Ele (Rm 
15.20), pois sem Cristo não há evangelho (Lc 2.9-11). 
 
PANORAMA GERAL DO CURSO 
 
Apresentaremos os principais pontos que abordaremos neste Curso. 
 
✓ Introdução à Teologia 
✓ Panorama Hisótico da Pregação 
✓ Pregação e Ministério 
✓ Tipos de Pregação 
✓ O Pregador 
 
 
INTRODUÇÃO À TEOLGIA 
 
Definição do Termo 
 
Em linhas gerais, Teologia é a junção de duas expressões gregas “teo” 
(Deus) e “logia” (palavra, ciência, tratado ou estudo). 
 
 Não podemos restringir este termo apenas a uma explicação técnica, 
pois Teologia possui múltiplos significados, tornando extremamente ampla 
suas implicações. 
 
Inicialmente falando, Teologia aponta para o Logos (Palavra) que 
anuncia verdades referentes a Deus. 
 
É por meio da Teologia que a verdade de que Deus é o princípio e a 
fonte de todas as coisas e o seu Sustentador é fortalecida em nós. 
 
 Não podemos cometer o grave erro em atribuir ao homem a atividade 
primária da Teologia, como se a mesma tivesse sua origem na vontade 
humana. 
 
A Teologia é uma resposta ao ato de Deus em se revelar ao homem. 
 
“No conceito da teologia sempre já se pressupõe a verdade do 
discurso teológico como um discurso autorizado pelo próprio Deus. Um 
discurso a respeito de Deus fundamentado somente a partir do ser humano, 
a partir de necessidades e interesses e como expressão de concepções 
humanas de uma realidade divina, não seria teologia, e, sim, somente 
produto da força imaginativa humana”. 
Wolfhart Pannenberg 
 
A Teologia tem sua origem em Deus e não no homem. 
 
A Teologia se fundamenta em Deus e não no desejo humano. 
 
 O objetivo maior da Teologia é Deus e não os homens. 
 
Uma Análise Prática 
 
 Diante de tudo que temos visto, podemos afirmar que fazemos 
Teologia quando: 
 
✓ Cantamos um hino sobre Deus 
✓ Conversamos, ainda que informalmente, sobre Deus 
✓ Participamos de um culto de adoração a Deus 
✓ Pregamos ou ouvimos uma Pregação 
 
 “… Podemos conceber a teologia como Deus falando de si mesmo (o 
conhecimento que Deus tem de si mesmo) ou o homem falando de Deus (o 
conhecimento qu temos a respeito de Deus)…” 
Hermisten Maia Pereira da Costa 
 
“É importante que o teólogo conheça seu lugar. Ele não é senhor da 
situação. Ele não pode construir um sistema teológico com vistas a adequar 
suas fantasias, mais do que o astrônomo não pode ajustar o mecanismo dos 
céus segundo sua própria vontade. Como os fatos da astronomia se 
organizam em determinada ordem, e não admitirão nenhuma outra, assim se 
passa com os fatos da teologia. Teologia, portanto, é a exposição dos fatos 
da Escritura em sua ordem própria e relação, com os princípios ou verdades 
gerais envolvidos nos próprios fatos, os quais complementam e se 
harmonizam como um todo”. 
Charles Hodge 
 
A teologia se encarrega de buscar conhecer a visão de Deus a 
respeito de determinado assunto. Fazer teologia é o mesmo que buscar 
pacientemente o conhecimento que Deus dá de si mesmo nas Escrituras. 
 
 J. I. Packer diz: “Conhecer a Deus é um relacionamento capaz de 
fazer vibrar o coração do homem”. 
 
 Este conhecimento ultrapassa o intelecto, alcançando o coração e 
todos os sentidos do homem. Isto resulta em integridade e piedade. 
 
 
PREGAÇÃO 
 
O que de fato é Pregação? Quando há verdadeira Pregação? O que 
caracteriza uma Pregação aprovada por Deus? Seria importante definir e 
estudar sobre Pregação? 
 
 A Pregação e sua Importância 
 
 Iniciaremos com uma análise da importância da Pregação, buscando 
assim exaltar seu papel na obra que Deus está realizando na terra. 
 
 D. Martyn Lloyd-Jones diz que “as eras decadentes da história da 
igreja foram aquelas em que a pregação decaiu”. 
 
“Admito que pode ser ousado – e até chocante para alguns – dizer que 
a pregação é o componente central do culto cristão. Mas, como poderia ser 
de outro modo? É primariamente por meio da pregação da Escritura que 
chegamos a uma verdadeira visão do Deus vivo, reconhecemos nossa 
pecaminosidade, ouvimos a proclamação da redenção e somos chamados a 
responder com fé, arrependimento e serviço”. 
R. Albert Mohler, Jr. 
 
Como afirmou Stuart Olyott: “A obra de Deus no mundo e a pregação 
estão intimamente ligadas. Onde Deus age, ali a pregação floresce. Em todos 
os lugares em que a pregação é menosprezada ou está ausente, ali a causa 
de Deus passa por um tempo de improdutividade. O reino de Deus e a 
pregação são irmãos siameses que não podem ser separados. Juntos, eles 
permanecem de pé ou caem”. 
 
Historicamente falando, estudar sobre Pregação é extremamente 
importante, pelas seguintes razões: 
 
✓ Vivemos em um contexto de constantes mudanças 
✓ O pregador de hoje enfrenta os maiores desafios da Pregação Bíblica 
em todos os tempos 
✓ O pregador desse tempo desfruta de oportunidades e recursos nunca 
vistos antes 
 
 De certa forma, para serem comunicadas à Igreja, todas as doutrinas 
bíblicas dependem do ministério da Palavra, seja por meio da pregação ou do 
ensino. 
 
 Ao contrário do que muitos possam pensar, as pessoas não têm 
pensamentos tão esclarecidos acerca do que realmente a Pregação é. 
 
 Martyn Lloyd-Jones contribui mais uma vez, ao dizer: “Não podemos 
ler a história da igreja, mesmo de forma superficial, sem perceber que a 
pregação sempre ocupou posição central e predominante na vida da igreja, 
particularmente no protestantismo”. 
 
Definição do Termo 
 
“A pregação bíblica é um milagre duplo. O primeiro milagre é Deus 
usar um homem imperfeito, pecador e cheio de defeitos para transmitir a 
perfeita e infalível Palavra de Deus. Trata-se de um Ser perfeito usando um 
ser imperfeito como seu porta-voz. Só um milagre pode tornar isso possível. 
O segundo milagre é Deus fazer que os ouvintes aceitem o porta-voz 
imperfeito, escutem a mensagem por intermédio do pecador e finalmente 
sejam transformados por essa mensagem. Esse é o grande milagre da 
pregação! 
 Robson M. Marinho 
 
 É de admirar a grandeza da Pregação, principalmente quando 
pensamos que ela éa escolha de Deus (I Co 1.21). 
 
 Por meio da Pregação o que é divino se move por meio do que é 
humano; o eterno por meio do que é passageiro; o infinito pelo que é finito; o 
perfeito por vias imperfeitas; e o que é santo por meio do que é pecador. 
 
 Para John Stott, “expor as Escrituras é esclarecer o texto inspirado 
com tal fidelidade e sensibilidade que a voz de Deus seja ouvida e seu povo 
lhe obedeça”. 
 
“A pregação é a manifestação do Verbo encarnado, a partir do verbo 
escrito, por meio do verbo falado”. 
Bernard Manning 
 
 “A pregação é, acima de tudo, o testemunho do Deus que fala, do 
Filho que salva e do Espírito que ilumina”. 
Michael Duduit 
 
 Para Phillips Brookes a pregação é a “verdade mediada pela 
personalidade”. 
 
 
 
Os principais objetivos da Pregação 
 
 O sucesso de qualquer empreendimento depende diretamente de suas 
motivações e seus objetivos. 
 
 Sendo uma escolha de Deus, quais seriam os objetivos estabelecidos 
por Deus para a Pregação? 
 
 Quais os requisitos para que uma Pregação seja aprovada por Deus? 
 
 Agradar a Deus 
 
 Sendo Soberano, todas as coisas estabelecidas por Deus têm o 
objetivo máximo de agradá-lo. 
 
 Sendo uma escolha de Deus, a Pregação não tem como objetivo 
principal a salvação do perdido ou a edificação da Igreja, mas glorificar a 
Deus. 
 
 Atentemos para as palavras de Jay E. Adams: 
 
 “Pregar a Palavra de Deus do modo de Deus deveria ser o alvo de 
pregadores fiéis. Como soberano, Deus nos diz o que pregar e como fazer 
isso. Ministros da Palavra não têm o direito de se desviar de suas instruções. 
Idéias e especulações humanas, portanto, precisam ser estranhas ao 
púlpito”. 
 
 Salvação de Almas 
 
 A salvação do perdido está no âmago do propósito divino para a 
Pregação. 
 
 “Estamos buscando erguer o mundo para salvá-lo da maldição de 
Deus, aperfeiçoar a criação, atingir os propósitos da morte de Cristo, salvar a 
nós mesmos e os outros da condenação, vencer o Diabo, destruir seu reino, 
estabelecer o reino de Cristo, alcançar e ajudar outros a alcançarem o reino 
de glória”. 
Richard Baxter 
 
 Ser chamado a Pregar é um chamado a trabalhar incansavelmente 
entre os perdidos. 
 
 Ser chamado a Pregar é ser desafiado a ir além das fronteiras da 
comunidade da igreja. 
 
Mark Dever nos adverte veementemente: 
 
 “Eu geralmente sei que alguém não foi chamado para o ministério 
quando ele gosta de trabalhar somente com os crentes e fazer coisas da 
igreja”. 
 
 Se como Pregador você não tem como objetivo a salvação do perdido, 
significa que você não possui o amor de Deus no coração, e fatalmente 
revela que você não é chamado ao ministério da Palavra. 
 
“Ache um homem chamado e você descobrirá uma rede de não 
crentes que ele está evangelizando”. 
Dave Harvey 
 
 Alcançar a Igreja 
 
 A Pregação visa também edificar, consolar e exortar a igreja do 
Senhor Jesus. 
 
Robertson McQuilkin nos ensina: 
 
“… existem os mais novos modelos de formação espiritual – 
compartilhar em grupos pequenos e mentorear uns aos outros. Ou a última 
forma de discipulado pessoal – novo para os protestantes ao menos; recrutar 
um diretor espiritual. Mas a pregação ungida pelo Espírito Santo é o meio que 
parece o mais bem designado para ajudar na formação espiritual”. 
 
Por meio da Pregação a igreja passa a existir e também experimenta o 
verdadeiro crescimento. 
 
 
A PREGAÇÃO NA HISTÓRIA 
 
 A complexidade do estudo da História da Pregação repousa sobre a 
diversidade de personalidade dos pregadores. 
 
Falar de Pregação é entrar na história da própria igreja. 
 
A História da Pregação e a do Cristianismo caminham juntas, isto é, 
uma é parte da outra, conforme afirmou Michael Quicke: 
 
“A história da pregação, com sua procissão de personalidades e 
escolas de pregação, é tão rica e complexa quanto a própria história do 
cristianismo”. 
 
 A História da Pregação não pode e não está limitada a um período 
apenas; portanto, devemos entender que ela encontra-se exatamente onde 
Deus se revela ao homem. 
 
 Uma importante pergunta: “O que Deus está fazendo no mundo”? 
 
 A resposta é dada pelos pastores australianos Colin Marshal e Tony 
Payne: 
 
 “Deus está chamando um povo para o seu reino, por meio da 
pregação do evangelho guiada pelo Espírito. Ele está realizando um grande 
crescimento mundial da videira, que é Cristo e as pessoas unidas a ele”. 
 
 A história da pregação se estende desde o Antigo Testamento, 
passando pelo Novo Testamento, tendo Cristo como seu ponto alto, em seus 
discípulos e a igreja em todos as suas épocas. 
 
 Pregação no Antigo Testamento 
 
 A Pregação tem seu início no momento mais sombrio e triste da raça 
humana e de toda a criação. 
 
 “… a primeira promessa de um Redentor que está para vir é de 
tremenda relevância. Essa promessa foi feita a toda a raça humana. Gênesis 
3.15, o proto-evangelismo, a estrela da manhã em meio à mais escura noite 
da humanidade, é uma promessa de importância universal. 
George W. Peters 
 
 Não pode haver dúvida de que a Pregação tem suas raízes no Antigo 
Testamento. E a quem tiver dúvida, o maior argumento é: os profetas foram 
verdadeiros pregadores. 
 
 David Larsen afirma: 
 
 “A redescoberta deste livro perdido nos dias do jovem rei Josias e sua 
leitura e interpretação pela profetisa Hulda, levou a um dos mais notáveis 
despertamentos espirituais na história do povo de Deus da Antiguidade (cf. 2 
Cr 34:14ss)”. 
 
 O reverendo Hernandes Dias Lopes nos fornece um bom panorama 
sobre Pregação no Antigo Testamento: 
 
 “Josué pregou e explicou a Palavra de Deus a Israel (Js 23.2-26; 24.2-
27). Samuel também ensinou a Palavra de Deus a Israel, chamando o povo 
ao arrependimento (I Sm 7.2-17). Os Salmos de Davi revelam Deus em sua 
majestade de forma poética. Os Provérbios de Salomão nos oferecem 
igualmente um rico tesouro de instruções práticas. Ele foi chamado de o 
pregado´r (Ec 1.1)”.` 
 
 Algumas características da Pregação no Antigo Testamento 
 
✓ A explicação e a exposição da Palavra visava reformar e consertar a 
Casa do Senhor (II Rs 22-23) 
✓ Estudo e ensino da lei (Ed 7.10) 
✓ Comentários e exposições da lei (Ne 8.1-8) 
✓ Explicação de assuntos escatológicos (Dn 9) 
✓ Os profetas foram pregadores instrutores (I Sm 12.23; Is 30.9; Jr 
32.33; Ml 2.9) 
 
Pregação no Novo Testamento 
 
A doutrina da igreja é um daqueles assuntos que são apresentados de 
forma processual no Antigo Testamento e seu ponto alto no Novo 
Testamento. 
 
A Pregação encontra-se na natureza da igreja e sua existência, que 
são apresentadas no Novo Testamento com clareza e riqueza de detalhes. 
 
Na igreja primitiva não somente os apóstolos pregavam, mas todos 
aqueles que se convertiam (At 8.1,4), e isso porque a Pregação fazia parte 
de sua essência. 
 
A pregação é uma característica do Cristianismo. O povo de Deus é 
centrado na Bíblia. 
John A. Broadus 
 
 
 
 
 
 
 
Jesus Cristo 
 
Sem dúvida, Jesus Cristo é a fonte, o fundamento e o alvo da 
Pregação. 
 
Dargan afirma: 
 
“O fundador do Cristianismo foi, pessoalmente, o primeiro dos seus 
pregadores; mas foi antecedido pelo seu precursor e seguido pelos seus 
apóstolos, e na pregação destes a proclamação e ensino da Palavra de Deus 
por meio de discursos públicos ficaram sendo características essenciais e 
permanentes da religião cristã”. 
 
Cristo é o exemplo supremo na prática da Pregação que foi central em 
Seu ministério. 
 
Jesus iniciou Seu ministério com a Pregação (Lc 4.17-21); a Pregação 
e o Ensino foram centrais em Seu ministério (Mt 4.23); a Pregação contribuiu 
com a autenticação do ministério de Jesus (Mt 11.4-5); a Pregação esteve 
presente até os últimos momentos do ministério terreno de Jesus (Lc 24.27). 
 
Stuart Olyott escreve: 
 
“Como um comunicador, o encarnado Filho de Deus é um gênio”.Paulo 
 
Por que Paulo? 
 
✓ A riqueza de informações que a Bíblia nos fornece a respeito de 
Paulo como pregador 
✓ O fundamento de sua mensagem 
✓ Os resultados de seu ministério da Pregação 
 
O apóstolo Paulo, literalmente deixou-se gastar pelo Evangelho; 
dedicou sua vida toda à Pregação, desde que encontrou com o Senhor Jesus 
no caminho de Damasco. 
 
Quais foram suas motivações? 
 
✓ A imposição divina (I Co 9.16) 
✓ O constrangimento do amor divino (II Co 5.14) 
✓ O desejo em pregar Cristo e nada mais (I Co 2.1-5) 
✓ O amor que tinha pelos seus ouvintes (II Tm 2.10) 
 
Martyn Lloyd-Jones expõe a característica da Pregação de Paulo, 
revelando assim sua principal motivação: 
 
“Se não há poder não há pregação. A verdadeira pregação, afinal de 
contas, é uma atividade de Deus. Não se trata apenas de pronunciamentos 
humanos; é Deus fazendo uso do homem. Ele está sendo utilizado por Deus. 
Está sob influência do Espírito Santo; é o que Paulo chama em I Coríntios 2 
de “pregação em demonstração do poder do Espírito”. Este é um elemento 
essencial da verdadeira pregação”. 
 
O apóstolo Paulo era capaz de equilibrar razão e emoção; teoria e 
prática; técnica e lágrimas. Ele era um pregador completo e equilibrado. 
 
Quanto ao alcance e resultados de seu ministério como pregador, 
ninguém pode questioná-lo. Conforme afirma Roland Allen: 
“Em menos de dez anos, Paulo estabeleceu a Igreja em quatro 
províncias do império: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Antes de 47 d.C. 
não havia igrejas nessas províncias; em 57 d.C. Paulo pôde falar como se o 
seu trabalho já estivesse feito. (…) Este é um fato realmente espantoso. 
Igrejas serem estabelecidas tão rapidamente, tão solidamente, parece quase 
incrível para nós que estamos hoje acostumados às dificuldades, incertezas, 
fracassos, relapsos desastrosos de nosso trabalho missionário. Muitos 
missionários em épocas mais recentes tiveram um número maior de 
convertidos do que Paulo; muitos pregaram numa área mais ampla do que 
ele, mas nenhum estabeleceu tantas igrejas”. 
 
Uma das principais razões pelas quais Paulo obteve êxito em seu 
ministério, inclusive em termos numéricos e de durabilidade, se dá pelo seu 
comprometimento com seu chamado para Pregar e sua fidelidade à 
mensagem do Evangelho. 
 
Pregação no Período Pós-Apostólico 
 
Este período foi marcado por muitos desafios, principalmente em dois 
aspectos especiais: interno e externo. 
 
O interno diz respeito à morte dos apóstolos e a expectativa que havia 
quanto ao futuro da igreja com a falta de seus principais e maiores 
representantes. 
 
O externo diz respeito aos ataques que a igreja estava recebendo dos 
falsos ensinamentos que estavam minando as raízes doutrinarias da igreja. 
 
É neste período em que todos esperavam o fracasso da igreja, 
principalmente no campo da exposição das Escrituras, que mais uma vez a 
Soberania de Deus prevaleceu, conforme as palavras de Olavo Moesch: 
 
“Suas pregações atingem a realidade. Talvez em época alguma a 
igreja produziu tão grandes teólogos, que foram ao mesmo tempo, em muitos 
casos, tão grandes pregadores”. 
 
Neste período que surge aqueles que – merecidamente – tem sido 
chamados de “Os Pais da Igreja”. 
 
Duas características da Pregação neste período: 
 
✓ Com vista a expansão e o crescimento da igreja (externo) 
✓ Com vista a edificação e fortalecimento da igreja (interno) 
 
Uma triste realidade 
 
Diante dos ferozes ataques que a igreja enfrentou neste período, 
resultou em alguns pontos desagradáveis quanto à estrutura da igreja. 
 
James F. Stitzinger nos põe à par desta realidade: 
 
“Uma das principais causas da deterioração foi a importação da 
filosofia grega para o pensamento cristão pelos pais da igreja (…) Os três 
produtos da mente grega eram a metafísica abstrata (filosofia), a lógica (os 
princípios do raciocínio) e a retórica (o estudo da literatura e da expressão 
literária) (…) Uma indicação significativa desta adaptação foi pôr de lado a 
pregação, o ensino e o ministério da Palavra. Em seu lugar entrou a ‘arte do 
sermão’, mais envolvida com a retórica do que com a verdade”. 
 
De uma maneira bem prática e objetiva, o pastor Hernandes Dias 
Lopes escreve: 
 
“A forma do sermão tornou-se mais importante do que o seu 
conteúdo”. 
 
Em especial no século IV alguns nomes se destacaram como pessoas 
levantadas por Deus para sinalizar o caminho de volta à verdade das 
Escrituras, tais como: Ambrósio, Basílio, Gregório de Nissa, Gregório de 
Nazianzeno, João Crisóstomo e Agostinho. 
 
Dois gigantes deste período 
 
João Crisóstomo 
 
Sobre este grande “Pai da Igreja”, o Rev. Hernandes Dias Lopes 
testemunha: 
 
“João Crisóstomo (347-407 d.C.) pregou durante doze anos na 398 
d.C.. Foi o maior pregador da igreja grega. O papa Pio X referiu-se a ele 
como o santo patrono dos pregadores cristãos. Clarence E. Macartney 
considerou João Crisóstomo, o boca de ouro, como o mais famoso pregador 
da história do cristianismo depois dos apóstolos”. 
 
As palavras de John Broadus contribui muito para nossa compreensão 
do perfil e da importância deste extraordinário pregador: 
 
“Admita o que quiser, critique o que quiser, e permanece o fato de 
Crisóstomo nunca ter tido quem o superasse, e pode ser seriamente posto 
em dúvida que ele tenha tido um igual na história da pregação”. 
 
Seu perfil de mensagem é descrito pelo grande teólogo John Stott: 
 
“Era bíblica. Pregava sistematicamente por vários livros bíblicos em 
sequência, bem como recheava seus sermões de citações e alusões bíblicas. 
Sua interpretação era singela e direta. Seguia a escola de exegese literal de 
Antioquia em contraste com a de alegorização de Alexandria. Suas 
aplicações morais eram pertinentes à vida diária prática”. 
 
Agostinho 
 
É impossível ler ou contar a história do cristianismo sem dar uma 
atenção especial ao nome, obra e ministério de Agostinho. 
 
Lawless nos fornece uma resumida, porém abrangente biografia de 
Agostinho: 
 
“Ele estudou retórica em Cartago. Mais tarde, em Milão, deixou-se 
influenciar por Ambrósio. Foi feito sacerdote em 391. Continuou como bispo 
de Hipo até sua morte em 430. Agostinho foi o primeiro teórico da homilética. 
Seu livro De Doctrina Christiana foi o primeiro livro didático sobre o assunto. 
O quarto tomo da De Doctrina Christiana trata exclusivamente da arte da 
pregação. Agostinho enfoca a mensagem fundamental do cristianismo, como 
decodificá-la e finalmente, como comunicá-la a outros”. 
 
Broadus comenta o perfil do ministério de Pregação de Agostinho, 
afirmando: 
 
“Seus sermões eram exposições dos livros bíblicos, mais 
notavelmente os Salmos e o Quarto Evangelho. Agostinho pregou tanto 
sermões lectio selecta como lectio continua. Todos falados diretamente ao 
povo, insistindo sobre a necessidade de examinar suas vidas à luz do 
evangelho e de conformá-las a ele. Não pregou para impressionar o povo, 
mas para levá-los para o céu”. 
 
Hernandes Dias Lopes trata de nos informar sobre a vida devocional 
de Agostinho e o valor que dava à oração como base para o ministério da 
Pregação: 
 
“Em seu livro, Doctrina Christiana, Agostinho reforça fortemente a 
necessidade de orar e sublinha a importância de uma vida perseverante”. 
 
Pregação na Reforma 
 
Quem poderá minimizar a grandeza de importância deste período da 
história? Quem poderá dizer que a Pregação não foi essencial e central neste 
período do cristianismo? 
 
A Reforma foi marcada pelo reavivamento da Pregação; e a Pregação 
foi o grande instrumento para a proclamação e efetivação da Reforma. 
 
Falar sobre a Reforma sempre nos levará ao tema da Pregação. Tratar 
sobre a Pregação sempre nos levará ao período da Reforma. 
 
 A preparação para este grande acontecimento foi antecedido pelo 
período conhecido como “Pré-Reforma” que também foi marcado por grandes 
pregadoreslevantados por Deus, conforme afirma o pastor Hernandes Dias 
Lopes: 
 
“Deus sempre teve um remanescente fiel na história. Depois de um 
longo período de apostasia, o Senhor Todo-Poderoso levantou vários líderes 
no período da pré-Reforma, comprometidos com a pregação expositiva. Entre 
eles achava-se John Wycliffe (1330-1384), que se preocupava 
profundamente com a divulgação da Palavra de Deus. Ele acusou a 
pregação de seus contemporâneos, declarando que todos os sermões que 
não tratassem das Escrituras deviam ser rejeitados. Outros, inclusive John 
Huss (1373-1415) e Girolamo Savonarola (1452-98), tornaram-se estudiosos 
e pregadores das Escrituras. Todos foram perseguidos por causa da sua 
pregação, mas Huss e Savonarola foram mortos pela igreja”. 
 
Uma característica marcante da Pregação na Reforma foi o que é 
chamado de lectio continua que se trata em pregar ou ensinar a Bíblia de 
forma sistemática à partir de um capítulo ou mesmo um livro inteiro, 
versículo-por-versículo. 
 
 Por exemplo, Ulrich Zwingli (1484-1531) se dedicou inteiramente à 
pregação expositiva. Sempre começava com o evangelho de Mateus e o 
pregava inteiro, versículo-por-versículo, dia após dias, durante o ano todo. 
Sua contribuição com a Reforma foi com seu ministério da Pregação com 
esta característica, isto é, pregando livro por livro. 
 
 
Dois gigantes da Reforma 
 
 Lutero (1484-1546) 
 
 Sem dúvida, o que levou Lutero a ser o grande expoente da Reforma 
foi sua paixão e submissão à Palavra de Deus, sua grande motivação de luta 
pela Reforma. 
 
Ele mesmo falou: 
“Minha consciência é cativa da Palavra de Deus”, ele ainda disse: Eu 
simplesmente ensinei, preguei, escrevi a Palavra de Deus; nada fiz além 
disso (…) A Palavra fez tudo”. 
 
 À semelhança de Paulo, Lutero definia a pregação como o meio 
escolhido por Deus para salvar o homem, já que a salvação é pela fé e este 
vem por meio do ouvir a Palavra. 
 
Hernandes Dias Lopes apresenta-nos um resumo das obras de Lutero 
e sua contribuição como pregador da Palavra: 
 
“Mais da metade dos 4.000 sermões – ou mais – pregados por Lutero 
foram preservados e publicados. Embora não fosse o pastor da igreja e 
apenas um dentre os muitos que ali pregavam, foi um dos pregadores mais 
frequentes e certamente o que tinha mais autoridade. Ele costumava 
frequentemente pregar até quatro vezes no domingo. Salientava a 
importância da pregação para os simples e não para os cultos. Lutero 
também enfatizava a preparação espiritual do pregador, insistindo que orar 
bem é estudar bem”. 
 
 
 
Calvino 
 
No que diz respeito à exposição das Escrituras e pregador, Calvino foi 
a figura mais importante no período da Reforma, principalmente por ter tido 
duas características predominantes: capacidade de interpretação e 
desenvoltura na exposição daquilo que interpretava. 
 
Sobre o perfil da Pregação de Calvino, o teólogo J. I. Parker escreveu: 
 
“Domingo após domingo, dia após dia, Calvino subia as escadas do 
púlpito. Ali, ele guiava pacientemente sua congregação, versículo-por-
versículo, livro após livro da Bíblia. O que o levava a pregar e pregar como 
fazia? O impulso ou compulsão de pregar era teológico. Calvino pregava 
porque cria. Pregava como fazia por acreditar no que fazia. 
 
Para Calvino, a Pregação fiel da Palavra é a primeira e principal marca 
de uma verdadeira igreja. 
 
David Larsen também fala sobre o valor da Pregação no ministério de 
Calvino: 
 
“Durante os quatro anos de Calvino em Strasburgo, quando pastoreou 
a igreja francesa, ele pregava quase todos os dias e duas vezes aos 
domingos. Até sua morte o púlpito foi o coração do seu ministério. Ao ser 
chamado de volta a Genebra, em 1541, retomou sua exposição no versículo 
seguinte de onde havia parado. O hábito de pregar duas vezes nos domingos 
e em semanas alternadas em um serviço noturno diário continuou em 
Genebra. Ele pregava de improviso, isto é, sem um manuscrito. Um 
estenógrafo pago registrava os seus sermões. Ele consecutivamente 
passava de livro para livro”. 
 
Seguem-se abaixo algumas informações sobre o ministério de Calvino 
como pregador: 
✓ Genebra era bem alimentada pela Palavra 
✓ As duas igrejas maiores recebiam três sermões, enquanto a 
terceira dois 
✓ Haviam também sermões às segundas, quartas e sextas-feiras 
✓ Calcula-se que ele pregava em média 290 sermões por ano, e 
muitos deles se perderam 
✓ Durante sua vida, apenas 800 sermões foram publicados 
✓ Pouco menos de 1100 estão publicados em edições modernas 
✓ Estima-se que mais de 1000 sermões foram perdidos 
 
Pregação e os Puritanos 
 
Assim como na Reforma, é impossível falar de Pregação sem sermos 
tocados e influenciados pelo extremo zelo que os Puritanos tiveram na 
exposição das Escrituras. 
 
Em linhas gerais, o Puritanismo foi um movimento que visava a 
Reforma na igreja inglesa, e isso por meio de um movimento de renovação e 
incentivo ao povo para voltar-se para Deus, e sempre com base na Pregação 
fiel da Palavra. 
 
Algumas características importantes do Puritanismo: a) viveram numa 
era de grandes conflitos; b) diante de perseguições, opressões e até 
martírios, os puritanos se fortaleceram; c) criam na soberania de Deus; d) 
criam na supremacia das Escrituras; e) exaltavam a importância da 
Pregação. 
 
Martyn Lloyd-Jones fala com maestria sobre os Puritanos e a 
importância da Pregação para eles: 
 
“Os puritanos primavam pela pregação. Sua visão da pregação (…) 
era governada pela teologia. John Wycliffe foi um grande pregador e seus 
seguidores, os Lolardos, costumavam viajar por todo este país pregando ao 
povo ao ar livre e em outros lugares. Se considerar John Wycliffe como “a 
estrela da manhã” da Reforma verá que, no seu caso, seu despertamento 
pelo Espírito levou a uma grande ênfase na pregação. Esta foi sempre a 
principal característica de um período de reforma e reavivamento. Martinho 
Lutero foi preeminentemente um grande pregador, assim como João Calvino. 
Não nos esqueçamos disto. Esses homens foram, acima de tudo, pregadores 
regulares e grandes pregadores. Não é possível pensar em John Knox na 
Escócia, nem por um momento, sem pensar na sua esplêndida pregação. O 
mesmo se aplica a Zwínglio na Suíça”. 
 
O Puritano Thomas Watson diz: “Os ministros batem à porta do 
coração dos homens, o Espírito Santo vem com uma chave e abre a porta”. 
 
Os Puritanos eram extremamente zelosos quanto à fidelidade do texto 
sagrado, conforme afirma Hernandes Dias Lopes: 
 
“Alguns pregadores puritanos importantes, tais como Joseph Hall 
(1574-1656), Thomas Goodwin (1600-1680), Richard Baxter (1615-1691) e 
John Owen (1616-1683) demonstraram grande habilidade como expositores: 
não colocaram doutrina acima da Palavra – não começaram com doutrina e 
depois encontraram um texto que se ajustasse a ela – pelo contrário, 
começando pela Palavra encontravam a doutrina no texto”. 
 
A aplicação à vida prática das pessoas era uma característica forte da 
Pregação Puritana. 
 
Eles eram veementes e apaixonados na entrega da mensagem, 
conforme percebido nas palavras do extraordinário puritano Richard Baxter: 
““Preguei como se nunca mais fosse pregar novamente, como um moribundo 
a outro moribundo”. 
 
Pregação no Século XVIII 
 
Características predominantes desta época: 
 
✓ Declínio da fé evangélica 
✓ Colonização e suas consequências 
✓ Violência 
✓ Declínio espiritual e moral dos ministros 
 
Neste cenário de declínio, indiferença e frieza espirituais ocorreram 
grandes avivamentos, tendo como figuras importantes pregadores fiéis à 
exposição das Escrituras. 
 
Sobre John Wesley e George Witefield – os dois pregadores mais 
famosos da Inglaterra neste época – John Stott diz: 
 
“Embora John Wesley tenha ficado mais conhecido do público do que 
seu contemporâneo mais moço George Whitefield, (provavelmente por causa 
da conhecida denominaçãocristã que leva o nome de Wesley), Whitefield foi, 
certamente, o pregador mais poderoso. Na Grã-Bretanha e na América (que 
visitou sete vezes), dentro e fora de casa, ele fez uma média de cerca de 
vinte sermões por semana durante 34 anos. Eloquente, zeloso, dogmático, 
fervoroso, ele enriquecia sua pregação com metáforas vívidas, ilustrações 
simples e gestos dramáticos”. 
 
É impossível ler sobre Pregação neste período sem nos depararmos 
com o admirável pastor e pregador Jonathan Edwards que tem sido chamado 
por muitos de o maior e mais ilustre de todos os pregadores americanos. 
 
D. Martyn Lloyd-Jones dá o seguinte testemunho de Edwards: 
 
“Talvez seja tolice, mas sou tentado a comparar os puritanos aos 
Alpes, Lutero e Calvino ao Himalaia e Jonathan Edwards ao Monte Everest! 
Para mim, ele sempre foi o homem mais parecido com o apóstolo Paulo”. 
 
Ele foi extremamente influenciado por George Whitefield, tornando-se 
um defensor e incansável batalhador pela busca de avivamento. Dentre 
outras grandes mensagens, “pecadores nas Mãos de um Deus Irado” é a 
mais famosa por seus resultados imediatos e por ter marcado o ápice do 
avivamento em sua região. 
 
J. I. Packer diz o seguinte sobre Jonathan Edwards: “Por toda a sua 
vida, alimentou sua alma com a Bíblia; por toda sua vida, alimentou seu 
rebanho com a Bíblia”. 
 
Pregação no Século XIX 
 
No campo da Pregação, esta época teve duas marcas predominantes, 
uma negativa (terrível ataque à autoridade das Escrituras) e outra positiva 
(grandes despertamentos espirituais). 
 
A lista de grandes e importantes pregadores levantados por Deus 
neste século é grande, assim como suas contribuições com o trabalho no 
Reino de Deus. Mas nenhum supera a Charles H. Spurgeon, no que tange ao 
alcance de sua fama, e nem mesmo em grandeza de contribuição espiritual e 
durabilidade. 
 
O Rev. Hernandes Dias Lopes traça um perfil extremamente válido 
sobre este que tem sido chamado de “O Príncipe dos Pregadores”: 
 
“Spurgeon foi, na realidade, o pregador mais popular do século XIX no 
mundo de fala inglesa. Ele não só pregou para congregações maiores do que 
qualquer outro ministro na América ou Inglaterra, como também seus 
sermões dominicais apareciam no exemplar do dia seguinte de uma cadeia 
de jornais norte-americanos e australianos. De fato, ele foi uma das últimas 
celebridades do púlpito da Inglaterra; muito admirado e frequentemente 
imitado. Foi uma glória para o púlpito batista”. 
 
Pregação no Século XX 
 
Mesmo não tendo sido uma época de tão grandes expositores das 
Escrituras, o século XX teve seus pregadores de destaque que muito 
contribuíram com o avanço da igreja. 
 
Seguem-se abaixo as principais características do século XX: 
 
✓ Avanço da ciência 
✓ O homem se colocando como centro de todas as coisas 
✓ Avanço do humanismo 
✓ Arrogância e orgulho humano em virtude da prosperidade de 
algumas nações 
✓ Duas guerras mundiais marcaram também este período 
 
Mas, conforme as palavras do pastor Hernandes Dias Lopes: 
 
“Nesse período turbulento de bancarrota da credibilidade humana, a 
Palavra de Deus permaneceu sólida como uma mensagem única e digna de 
confiança para produzir transformação”. 
 
Com em todas as épocas, o Senhor da Seara continuou levantando 
ceifeiros na área da Pregação Bíblica, e um dos principais foi Dietrich 
Bonhoeffer (1906-1945), teólogo alemão e pregador que foi morto por mãos 
nazistas em 9 de abril de 1945 que sempre destacou a importância da 
pregação: 
 
“O mundo existe com todas as suas palavras por causa da Palavra 
proclamada. No sermão, é colocado o fundamento para um novo mundo. 
Nele a palavra original se torna audível. Não é possível fugir nem afastar da 
palavra dita no sermão; nada nos livra da necessidade deste testemunho 
nem sequer o culto ou a liturgia. O pregador deve estar seguro de que Cristo 
entra na congregação mediante essas palavras da Escritura por ele 
proclamada”. 
 
 Além deste, poderíamos citar outros, por exemplo William Edwin 
Sangster (1900-1960) que considerava a tarefa de pregar como a mais 
elevada de todas as funções aqui na terra, assim como Andrew Blackwood 
(1882-1966) que merecidamente é chamado de “Sr. Homilética”. 
 
A Pregação Hoje 
 
O pastor e professor Robson M. Marinho faz uma pergunta instigante e 
desafiadora aos pregadores deste tempo: 
 
“Será que um formato de pregação que foi consagrado como uma 
bênção poderosa na vida de uma geração deve por isso permanecer 
inalterado para todas as gerações posteriores”? 
 
O pregador que verdadeiramente deseja contribuir com a igreja e com 
o mundo de sua época, precisa conhecer o seu tempo e seus desafios. 
 
Pregação na Pós-Modernidade 
 
Em linhas gerais, a Pós-Modernidade é uma resposta que resulta da 
decepção humana com a ciência e a razão levantada no período Moderno. 
 
As principais características da Pós-Modernidade são: 
 
✓ Cada pessoa escolhe sua própria verdade 
✓ Ninguém tem autoridade sobre ninguém 
✓ Moralidade é questão de gosto 
✓ Espiritualidade sem religião 
✓ Anseio por comunidade e relacionamento 
 
Uma frase que define bem o papel do pregador neste período de 
tamanhos desafios: 
 
“A pregação que transforma não fala às pessoas acerca da Bíblia, e 
sim acerca delas mesmas – suas dúvidas, feridas, temores e lutas – a partir 
da Bíblia”. 
Haddon Robinson 
 
A maior dificuldade da exposição bíblica em nossos dias não está no 
ouvinte, mas no pregador, pois sempre encontrará barreiras quanto aos 
preconceitos existentes em si mesmo. 
 
É verdade que o conteúdo do Evangelho é sagrado e insubstituível; 
todavia, não existe um formato sagrado estabelecido nas Escrituras. Por esta 
razão, o pregador deve sempre adaptar a forma e não o conteúdo da 
mensagem com vista alcançar as necessidades daqueles que o ouvem. 
 
Alcançando o Ouvinte Pós-Moderno 
 
Com base no perfil desta geração de pessoas e considerando suas 
preferências, seguem-se abaixo uma pequena lista de ideias que poderão 
cooperar com a eficácia da Pregação neste tempo: 
 
✓ Interatividade com os ouvintes (emocional, mental e verbal) 
✓ O uso de histórias 
✓ Uma abordagem jornalística 
✓ Drama e arte 
 
 
 
 
 
 
O MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO 
 
 O pregador (...) não é um profissional; seu ministério não é uma 
profissão; é uma instituição divina, uma devoção divina. 
E. M. Bounds 
 
 Somos loucos por causa de Cristo, mas os profissionais são sensatos; 
somos fracos, os profissionais, porém, são fortes. Eles são sempre honrados, 
mas ninguém nos respeita. Não tentamos garantir um estilo de vida 
profissional; antes, passamos fome, sede, nudez e falta de morada. 
John Piper 
 
 Infelizmente, muitos têm sido os nomes dados àqueles que trabalham 
na exposição das Escrituras, entretanto, do ponto de vista bíblico, pregar é 
ministério e nada mais. 
 
 Portanto, se queremos conhecer a natureza da Pregação, precisamos 
consultar a Bíblia acerca do que ela tem a nos dizer sobre Ministério. 
 
 Ministério é servir; ajudar; auxiliar; cuidar; desempenhar um papel em 
favor de outro. 
 
 No Novo Testamento a palavra Ministério vem do grego diakonia e 
indica algum tipo de serviço ou trabalho. Conforme vemos nas palavras dos 
apóstolos: “... e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério 
(diakonia) da palavra.” (At 6.4) 
 
 Portanto, a Pregação deve ser vista como um serviço ao próximo, mas 
que visa em primeiro lugar a glória de Deus. As palavras de John Piper e 
Wayne Gruden definem bem esta verdade: 
 
 “O pregador que concede vida é um homem de Deus, cujo coração 
está sempre sedento de Deus, cuja alma está sempre seguindo com afinco a 
Deus; cujos olhos estão fixos em Deus e em quem, pelo poder do Espírito de 
Deus, a carne e o mundo têm sido crucificados e seu ministério se apresenta 
como a corrente abundante de um rio doador de vida”. 
 
 Uma visãoclara, pura e bíblica do que verdadeiramente é o Ministério 
da Pregação é capaz de evitar erros que resultam em males à vida espiritual 
da igreja. 
 
 Motivações equivocadas têm sido as causas principais de ministérios 
falidos espiritualmente e que, por sua vez têm sido responsáveis por 
inúmeros escândalos de todas as naturezas. 
 
Uma motivação impura resultará em um Ministério da Pregação 
impuro; contudo, uma motivação pura conduzirá um Ministério da Pregação a 
ser puro. 
 
Para que haja motivação pura no exercício do Ministério da Pregação 
é indispensável uma visão correta do que verdadeiramente é Ministério. 
 
O mundo estabelece a agenda do homem profissional; Deus 
estabelece a agenda do homem espiritual. 
John Piper 
 
O pregador verdadeiramente escolhido por Deus tem na verdade um 
chamado diário: negar-se a si mesmo em favor de Deus e dos outros. 
 
O grande balizador do Ministério de um pregador deve ser a cruz de 
Cristo. D. A. Carson contribui nesse sentido, ao escrever: 
 
“A cruz estabelece não somente o que devemos pregar, mas também 
a maneira como pregamos. Ela prescreve o que os líderes cristãos têm de 
ser e como devem ser vistos pelos membros das igrejas. A cruz nos diz como 
servir e nos atrai a prosseguir no discipulado, até que entendamos o que 
significa ser cristãos transculturais”. 
 
O pregador é servo da igreja e não o contrário. Ele deve servir a igreja 
e não ser servido por ela. 
 
Pregação como Treinamento 
 
Uma motivação pura e uma consciência ministerial equilibrada levarão 
o pregador a exercer seu ministério a favor dos outros, e nunca com 
propósitos pessoais. 
 
Além de outras funções, o pregador é instrumento divino com vista o 
aperfeiçoamento (treinamento) dos santos. 
 
Transmitir a Palavra de Deus é o mesmo que compartilhar verdades 
espirituais, e o treinamento cristão tem em sua base esse objetivo, conforme 
escrevem Colin Marshal e Tony Payne: 
 
“O âmago do treinamento não é transmitir capacidade, e sim transmitir 
sã doutrina. Bom treinamento bíblico resulta em vida piedosa baseada em sã 
doutrina que produz maturidade”. 
 
A maturidade cristã da igreja e a salvação do perdido são os maiores 
resultados do Ministério da Pregação. 
 
O treinamento cristão baseia-se em três pilares: 
 
✓ Mente (convicção) 
✓ Caráter (estilo de vida) 
✓ Coração (sentimento e motivação) 
 
Definindo pregação, Peter Adam escreve: 
 
“Explicação e aplicação da Palavra à congregação de Cristo, a fim de 
produzir preparação coletiva para serviço, unidade de fé, maturidade, 
crescimento e edificação”. 
 
É importante o pregador procurar conhecer os resultados posteriores à 
sua Pregação. Afinal de contas, o pregador não pode limitar-se apenas 
naquilo que está pregando ou ensinando, mas também na forma com que os 
ouvintes estão aprendendo e aplicando. 
 
Um verdadeiro Ministério da Pregação é marcado pelo interesse que o 
pregador têm pelas pessoas e seu desenvolvimento espiritual. 
 
Mais uma vez cito Colin Marshal e Tony Payne: 
 
“A ideia de ministério pessoal em conjunto com o ministério de 
pregação é admirável e difícil de alguém discordar. É também completamente 
bíblica. Paulo disse aos presbíteros de Éfeso que ele jamais deixara “de vos 
anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também 
de casa em casa” (At 20.20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À HOMILÉTICA 
 
 
 Uma breve definição 
 
 Etimologicamente, o termo homilética vem do grego “hehomilia” 
(“homilêtike”). O verbo “homilein” era usado pelos gregos sofistas para 
expressar o sentimento de relacionar-se, conversar; ou ainda, “discurso com 
a finalidade de agradar”. 
 
 Do ponto de vista técnico, a homilética é a ciência que ensina os 
princípios fundamentais dos discursos públicos, que proclamam o ensino da 
verdade. 
 
 Numa visão do Novo Testamento “hehomilia” sinaliza para o estar 
junto, o relacionamento com a finalidade de anunciar e compartilhar a 
verdade divina em cultos cristãos em seus mais variados aspectos. 
 
 No século XVII a igreja cristã se aproveitou dos recursos criados pelos 
gregos na retórica, levando-os para a prática da entrega da mensagem do 
Evangelho. 
 
 Basicamente, os recursos da Homilética contribui – e muito – com uma 
melhor entrega da mensagem por parte daqueles que têm esta 
responsabilidade. 
 
 Há uma ligação muito forte entre Homilética (a arte de pregar) e a 
Hermenêutica (a arte de interpretar). A Homilética se propõe a facilitar a 
entrega daquilo que a Hermenêutica contribui para interpretar, tornando 
assim a mensagem compreensível e eficaz. 
 
 Principais elementos técnicos da Homilética 
 
 Oratória 
 
 É a técnica de falar em público de forma elegante, precisa, fluente e 
atrativa. 
 
 Eloquência 
 
 É o dom natural da palavra desenvolvido de forma coordenada, 
coerente e fluente com vistas a persuasão do ouvinte. 
 
 Leon Fletcher nos apresenta dois grandes segredos para o sucesso na 
eloquência: 
 
✓ Não tentar imitar nenhuma outra pessoa, mas ser orador com 
personalidade própria, independente e natural 
✓ Não fazer nenhum discurso sem se preparar devidamente 
 
Duan Litfin nos concede uma boa definição de eloquência, ao 
escrever: “A eloquência é a arte de dizer tudo o que deveria ser dito, e não 
tudo o que poderia ser dito”. 
 
Retórica 
 
Do termo rhetorike, que significa a arte de falar bem, de comunicar-se 
de forma clara e conseguir transmitir verdades com convicção. 
 
Quanto mais retórica, mais claro e convincente o discurso. 
 
Seguem-se abaixo os Seis Processos Retóricos: 
 
✓ Narração 
✓ Interpretação 
✓ Ilustração 
✓ Aplicação 
✓ Argumentação 
✓ Exortação 
 
Perguntas básicas da lógica 
 
✓ Quem? 
✓ Que/Qual? 
✓ O quê? 
✓ Por quê? 
✓ Quando? 
✓ Onde/Aonde? 
✓ Como? 
 
Palavra Chave 
 
Podendo ser um substantivo, adjetivo ou um verbo, é a palavra que 
norteará todo o sermão, evitando que o pregador se perca na linha de seu 
raciocínio, tornando assim a mensagem clara ao ouvinte. 
 
Diferentes abordagens 
 
Segue-se abaixo uma lista das principais abordagens que o pregador 
deve conhecer com a finalidade de facilitar a compreensão daqueles que o 
ouvem. 
 
✓ Do ponto de vista do ouvinte 
✓ Do ponto de vista de personagens 
✓ Do ponto de vista de Deus 
✓ Cronológica 
✓ Espacial 
✓ Ética 
✓ Jurídica 
✓ Psicológica 
 
Sete apelos da Pregação 
 
Conforme temos visto, a Pregação sempre deve ser acompanhada de 
uma convocação aos ouvintes; ela sempre irá requerer uma resposta do 
ouvinte, seja ela negativa ou positiva. 
 
Numa Pregação é possível encontrar sete tipos diferentes de apelos, 
como segue. 
 
✓ Apelo para o altruísmo 
✓ Apelo para a aspiração 
✓ Apelo para a curiosidade 
✓ Apelo para o dever 
✓ Apelo para o temor 
✓ Apelo para o amor 
✓ Apelo para a razão 
 
Tipos de Sermões 
 
Como escreveu o pastor Luiz Antonio da Luz: 
 
“Nem todo sermão religioso é uma pregação bíblica, mas toda a 
pregação bíblica é um sermão religioso. Um sermão identifica-se como tal 
quando possui início, meio e fim devidamente concatenados”. 
 
Os sermões podem ser classificados de diversas formas, sendo 
algumas mais comuns e outras não. 
 
Geralmente os sermões são classificados com base no assunto ou 
ainda em seu conteúdo geral. Por exemplo: 
 
✓ Interpretativos 
✓ Éticos 
✓ Devocionais 
✓ Doutrinarios 
✓ Filosóficos ou apologéticos 
✓ Sociais (família, educação, etc.) 
✓ Evangelísticos 
 
Estrutura do Sermão 
 
Seguem-se abaixo quatro tipos de estruturas de um sermão: 
 
✓ Exposição (um texto, uma passagem, um livro, uma biografia ou 
uma cena) 
✓ Argumento (dedutivo ou indutivo) 
✓ Enfoque múltiplo (diferentes ângulos de um assunto) 
✓ Analogia (comparação, parábola, etc.) 
 
Métodos Psicológicos de um Sermão 
 
Seguem-se abaixo quatro tipos de métodos psicológicos de umsermão: 
 
✓ Normativos (visam levar à obediência) 
✓ Persuasivos (visam levar à convicção) 
✓ Cooperativos (visam a busca de soluções para os problemas 
mútuos, do pregador e da congregação) 
✓ Interrogativos (levantam uma dúvida e procuram esclarecê-la) 
 
Os tipos de sermões mais usados são três: temático, textual e 
expositivo. 
 
Num resumo básico Robson m. Marinho afirma: “O temático é aquele 
cujas ideias básicas se originam de um tema, independentemente do texto. 
No textual, as ideias básicas originam-se de um breve texto da Bíblia. No 
expositivo, as ideias básicas originam-se numa passagem ou num texto mais 
longo, que é interpretado em relação a um assunto”. 
 
O Sermão Temático 
 
Este tipo de sermão tem suas divisões principais do tema e não do 
texto. O pregador determina o assunto que quer abordar e então busca na 
Bíblia os textos que servirão de base para o devido assunto. 
 
A preparação do Sermão Temático 
 
✓ Escolha do assunto 
✓ Estudar o assunto 
✓ Selecionar o tema a ser colocado com base no assunto geral 
✓ Definir a ideia central do sermão 
✓ Pode usar diferentes formas de organizar 
✓ Distribuir as divisões 
✓ Determinar a sequência de acordo com o propósito 
 
O Sermão Textual 
 
Este sermão tem como base e fonte uma pequena porção da Bíblia. O 
assunto é extraído de um pequeno texto bíblico, geralmente de um só verso, 
de onde provém a ideia central e suas principais divisões. 
 
No temático o assunto sai da mente do pregador, enquanto no textual 
o tema sai do texto bíblico. 
 
No temático o tema vem antes do texto; no textual, o texto vem antes 
do tema. 
 
A preparação do Sermão Textual 
 
✓ Defina a ideia central do texto (ele pode conter mais que um 
tema) 
✓ Defina a sequência das divisões principais que podem vir 
conforme o texto ou como o pregador desejar 
✓ Sempre buscar o ponto alto do sermão 
 
O Sermão Expositivo 
 
Robson M. Marinho contribui mais uma vez: 
 
“No sermão expositivo todas as ideias saem do texto e do contexto. A 
ideia central, as divisões principais e todas as subdivisões originam-se de 
uma passagem maior da Bíblia e são interpretadas à luz do contexto, o qual 
fornece o tema as aplicações do sermão... É a exposição do texto 
propriamente dita”. 
 
Qual a diferença entre o Sermão Textual e o Expositivo? 
 
O pastor Luiz Antônio da Luz nos responde: “A diferença básica está 
no fato de que o textual tece seu comentário no texto sem fazer a exegese do 
mesmo, enquanto o expositivo esmera-se em fazer a exposição do 
significado de cada palavra ou frases do texto que serve de base ao sermão”. 
 
O sermão expositivo não dá ao pregador a oportunidade de impor 
nada ao texto escolhido, mas somente expor as verdades contidas nele. 
 
A preparação do Sermão Expositivo 
 
✓ Estudar sistematicamente a passagem bíblica, buscando 
descobrir seu significado real 
✓ Atentar para palavras ou frases do texto que podem sinalizar 
ou formar as divisões do esboço 
✓ As divisões devem ser extraídas das verdades expostas no 
texto 
✓ Examine o contexto histórico e cultural da passagem 
✓ Os detalhes do texto devem ser examinados corretamente 
✓ Aplicar as verdades do texto à realidade atual 
 
 
 
O PREGADOR 
 
 É inevitável que ao falar sobre a vida do pregador o assunto do 
chamado pessoal apareça. 
 
Ao se referir a um chamado divino, Dave Harvey diz: “... uma 
convocação é uma chamada para deixar uma coisa em direção a outra”. 
 
O Pregador e sua Vida Devocional 
 
 Um chamado divino não começa no homem, mas em Deus. 
 
 Antes de ser chamado para o ministério, o pregador é chamado para 
Deus, conforme escreve Edmund P. Clowney: 
 
 “Não há chamada para o ministério que não seja primeiramente uma 
chamada para Cristo. Não ouse levantar sua mão para colocar o nome de 
Deus na invocação de bênção sobre pessoas, se você mesmo ainda não as 
ergueu em oração penitente em clamor pela graça salvadora. Até que você 
tenha feito isso, a questão com que você se depara não é realmente uma 
chamada para o ministério. É a sua chamada para Cristo”. 
 
 Os dois fundamentos de um ministério frutífero são: Palavra e Oração. 
É fato que um ministério centrado em Deus, profundamente moldado por Sua 
Palavra e pela Oração, produz frutos aprovados. 
 
 A Oração aproxima o pregador de Deus. 
 
 A Palavra aproxima Deus do pregador. 
 
 Uma pergunta central: “Se faltar-lhe o púlpito, o que restará de sua 
vida com Deus”? 
 
 Dave Harvey diz: 
 
 “Um homem descobre onde está verdadeiramente a sua identidade 
quando ele não pode mais realizar o ministério que se sentiu chamado a 
realizar”. 
 
 Algo que todo pregador precisa saber: “Nenhum homem se torna 
pregador por suas próprias capacidades ou seu potencial. Ele é feito 
pregador pela graça de Deus que já está atuando nele”. 
 
 Características do pregador piedoso 
 
✓ Convertido 
✓ Servo 
✓ Exemplo de sua mensagem 
✓ Vida de oração 
✓ Apego à Palavra 
✓ Consagrado 
 
O Pregador e sua Vida Familiar 
 
 De acordo com a Bíblia, o lar de um obreiro confirma ou não sua 
chamada e autoridade no exercício do ministério. 
 
 John Kitchen afirma: “A vida que você leva em particular determina o 
ministério que você pode ter em público”. 
 
 O lugar mais desafiador para se viver uma vida cristã é no convívio do 
lar. Como escreve Dave Harvey: 
 
 “... O lar oferece a maior exposição que revela se você satisfaz as 
qualidades de caráter para o ministério apresentadas nas Escrituras. Nesse 
sentido, o lar é essencial à análise da chamada. Acho que isso acontece 
porque Deus sabe algo que ignoramos frequentemente. Você pode fingir no 
trabalho ou se mostrar religioso na igreja, mas sua família sabe e revela a 
sua verdadeira condição”. 
 
 Use sua casa, seu convívio familiar como um laboratório onde você 
pode ser moldado com o propósito de honrar a Deus e ter autoridade na 
entrega da mensagem. 
 
 É inadmissível alguém que se julgue pregador que compartilha o 
Evangelho com várias pessoas, mas não é capaz de fazê-lo na comunhão de 
seu lar. 
 
 Em I Timóteo 3.2 está escrito: “É necessário, portanto, que o bispo 
seja irrepreensível, esposo de uma só mulher”. 
 
 Ser irrepreensível é o mesmo que não ter nada que possa ser motivo 
de repreensão. Essa é uma qualificação essencial ao ministro (pregador), e o 
ambiente onde isso é primeiramente aplicado é no casamento. 
 
 Sua família demonstrará se verdadeiramente você é chamado por 
Deus ao ministério. 
 
 Ser perfeito é impossível; ser diligente é indispensável ao pregador. 
 
 Dedique-se em estruturar sua família. Coloca-la na direção para a qual 
ela foi criado por Deus. 
 
 A Vida do Pregador 
 
 A autoridade do pregador consiste no que ele é, não no que ele faz ou 
de que forma o faz. 
 
 A Pregação eficaz requer do pregador qualidades técnicas e um estilo 
de vida fora do comum. 
 
 Caráter 
 
 Isso diz respeito à moralidade, , honestidade, critério e integridade. 
Isso dá ao pregador autoridade que fará com que as pessoas lhe ouça. 
 
 Cativar as pessoas enquanto prega é necessário mais que qualidades 
técnicas; é preciso uma vida atraente que seja capaz de conquistar o respeito 
e a aprovação dos ouvintes. 
 
 Entusiasmo 
 
 Isso impulsiona a expressão verbal. 
 
 O pregador precisa ser vibrante na entrega da mensagem, 
demonstrando empolgação com aquilo que ele está compartilhando. 
 
 Se o que o pregador está falando não é capaz de empolga-lo, como 
poderá empolgar que o ouve? 
 
 Falar com entusiasmo é resultado de uma vida entusiasmada. 
 
 Vibrar com as ideias é resultante de vibração com a vida. 
 
 Determinação 
 
 É a vontade incontrolável de conquistar o que se deseja. 
 
 Se não houver determinação na vida, não haverá no púlpito. 
 
 Inspiração 
 
 É a busca de melhores ideias. 
 
 É a forma com o pregador cria o seu sermão. 
 
 A inspiraçãopara o pregador é sobrenatural. Resulta de uma 
comunhão plena com Deus, do estudo incansável da Bíblia, da vontade de 
ser um porta-voz de Deus. 
 
 O pregador precisa ser também uma inspiração aos outros. 
 
 Sensibilidade 
 
 É a capacidade de adaptar a mensagem à realidade dos ouvintes. 
 
 Isso só será possível se o pregador tiver contato com as pessoas e 
pensar em seu bem-estar. 
 
 Não pode cometer o erro de negociar a mensagem em nome da 
sensibilidade. 
 
 Capacidade de Síntese 
 
 Habilita o pregador a dizer tudo o que for preciso, somente com o que 
for preciso, e nada mais do que preciso. 
 
 Como diz Robson M. Marinho: 
 
 “Se tudo que você falar for consistente e objetivo, o ouvinte terá menos 
oportunidade de desvia a atenção. A melhor comunicação é a que expressa 
mais ideias com menos palavras”. 
 
 Imaginação e Criatividade 
 
 A imaginação serve como instrumento da criatividade. 
 
 A Bíblia é a maior fonte de imaginação. 
 
 Ao contar parábolas, Jesus dá exemplo da importância do uso da 
imaginação. 
 
 Memória 
 
 O pregador precisa cultivar e trabalhar sua memória. 
 
 O pregador precisa também de uma mente capaz de manter a 
finalidade da mensagem e a ordem das ideias. 
 
 Boa aparência 
 
 O pregador precisa ser discreto. Ele deve se vestir de acordo com o 
ambiente, hora e assunto. 
 
 Vocabulário 
 
 O melhor vocabulário é aquele que se adapta a qualquer auditório. 
 
 Humildade 
 
 Humidade leva o pregador a ser dependente de Deus. 
 
 Humildade não se finge. 
 
 A igreja sempre saberá se o pregador é humilde ou não. Isso é 
demonstrado no semblante e expressões. 
 
 Para ser humilde no púlpito é preciso ser humilde na vida pessoal e no 
relacionamento com as pessoas. 
 
 O Pregador e seu Preparo 
 
 Segue abaixo alguns preparos fundamentais ao pregador que deseja 
ser eficaz em seu ministério: 
 
✓ Físico 
✓ Social 
✓ Intelectual 
✓ Personalidade 
✓ Psicológico 
✓ Espiritual 
✓ Ministerial 
 
Preguei... E Agora? 
 
Um grande risco no processo do Ministério da Pregação é pensar que, 
após o preparo e a entrega da mensagem, o pregador não tem mais 
compromisso com os ouviram o sermão. 
 
Existem pelo menos dois grandes compromissos que o pregador têm 
após a entrega da mensagem: ele precisa ter um círculo de pessoas que ele 
esteja treinando para Deus; orar por aqueles que ouviram a mensagem por 
ele entregue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Para a conclusão deste Curso, separei duas exposições de dois 
grandes homens e que definem bem aquilo que vem a ser o Ministério da 
Pregação e tudo o que envolve a sua prática. 
 
“Uma boa pregação exige trabalho árduo... Estou convencido de que o 
motivo básico das pregações pobres é a falta de gastar o devido tempo e 
energia na preparação”. 
Jay Adams 
 
“É comum sermos negligentes em nossos estudos. São poucos os que 
se preocupam em ser bem informados e preparados para a realização 
progressista da obra. Alguns não têm prazer nenhum em seus estudos, 
tomando para isso uma hora aqui, uma hora ali, e ainda como uma tarefa não 
bem-vinda, que são forçados a fazer. Alegram-se quando podem escapar 
desse jugo. 
Que precisamos para manter-nos apegados aos nossos estudos e 
fazermos a nossa árdua busca da verdade? Será o desejo natural de 
aprender? Será o impulso espiritual para conhecermos a Deus? Será a 
consciência da nossa grande ignorância e fraqueza? Ou será o senso do 
solene dever que temos para com a obra ministerial? Nem o desejo natural 
do conhecimento, nem o desejo espiritual de se conhecer a Deus e as coisas 
divinas, nem a consciência de nossa grande ignorância e fraqueza, nem o 
peso de nosso ministério – nenhuma dessas coisas deve privar-nos de 
nossos estudos e impedir-nos de procurar a verdade. 
Na verdade, quantas coisas há que o ministro tem de compreender! 
Quão defeituoso é ignorá-las! Quanto perdemos, quando não utilizamos esse 
conhecimento em nosso ministério! Muitos ministros só estudam o bastante 
para o preparo dos seus sermões e pouca coisa mais. Todavia, existem 
muitos livros que podem ser lidos e vários assuntos com os quais podemos 
nos familiarizar. 
Mesmo em nossos sermões, muitas vezes negligenciamos o estudo 
mais apurado e deixamos de ir mais fundo, para ver como poderemos fazer 
com que essas questões invadam os corações das pessoas. Devemos 
estudar as maneiras de persuadir os outros, de conquistar-lhes o íntimo e de 
expor a verdade ao vivo – não deixá-la no ar. A experiência nos diz que não 
podemos ser cultos ou sábios sem um estudo árduo, trabalho incansável e 
exercício constante”. 
Richard Baxter

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