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Epidemiologia Os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (freqüências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. PROPORÇÕES> representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total. COEFICIENTES (ou taxas)> representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.). Exemplo: 10/1000 > significa que a cada 1000 pessoas, 10 adoeceram = coeficiente ou taxa 1/10 > significa que a cada 10 mortos, 1 foi por COVID = proporção ou proporção ! Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).! Medidas de MORBIDADE (doenças) Coeficiente de Prevalência > representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma determinada comunidade num período de tempo especificado, casos existentes. Casos NOVOS + casos ANTIGOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n População da área no mesmo tempo Obs.: pode ser diminuída por cura, óbito,transferência... Também pode ser aumentada por: maior duração da doença, aumento de incidência, aumento da sobrevida/sem cura, por imigração de casos ou emigração de pessoas sadias, por melhoria dos recursos diagnósticos e por melhoria do sistema de informação. EXEMPLO: população= 3000, diabetes 2018-2019 = 500 casos, diabetes 2020= 50 casos novos prevalência de 2020= 500+50 x 1000 prevalência = 183,3/1000 3000 Coeficientes de Incidência > representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na população, mede a probabilidade ou frequência. Quanto maior a incidência maior o risco coletivo de adoecer! Casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n População da área no mesmo tempo n= depende da população que se desejar avaliar, pode ser 102, 103, 104... (103 é igual a 1000) EXEMPLO: população= 3000, diabetes 2020= 50 casos novos incidência= 50 x 103 (constante=1000) incidência=16,7/1000 3000 Obs: se a questão já traz a constante à ser usada, é preciso adicionar zero(s) ao valor do nº de casos conforme a necessidade, se o exemplo anterior desse uma constante de 10.000, o valor de caso (50) passaria a ser 500. 0,1/10 - 1/100 - 10/1000 - 100/10.000 - 1000/100.000 Medidas de MORTALIDADE (morte) Coeficiente de Mortalidade Geral (CGM)> Representa os riscos de morrer por todas as causas em uma população. CMG= nº de ÓBITOS em um dado local e período x 10n População do mesmo local e período Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)> uma estimativa do risco que as crianças nascidas vivas têm de morrer antes de completar um ano de idade. CMI= nº de ÓBITOS menores de 1 ano em dada comunidade e ano x 10n Nascidos vivos na mesma comunidade e ano Mortalidade neonatal > óbitos em crianças menores de 27 dias óbitos em crianças de 0 a 27 dias em dada comunidade e ano x 1000 Nascidos vivos na mesma comunidade e ano Mortalidade neonatal precoce > de 0 a 6 dias inclusive óbitos em crianças de 0 a 6 dias em dada comunidade e ano x 1000 Nascidos vivos na mesma comunidade e ano Mortalidade neonatal tardia > 7 a 27 dias óbitos em crianças de 7 a 27 dias em dada comunidade e ano x 1000 Nascidos vivos na mesma comunidade e ano Mortalidade pós-neonatal > óbitos de 28 dias a 364 dias inclusive óbitos em crianças de 28 a 364 dias em dada comunidade e ano x 1000 Nascidos vivos na mesma comunidade e ano Coeficiente por Causa (CMC) Coeficiente de Letalidade (CL) > proporção de óbitos entre os casos da doença mortes devido à doença “X” em determinada comunidade e tempo x 100 casos da doença “X” na mesma área e tempo Razão de Mortalidade Proporcional (RMP) Coeficiente de mortalidade perinatal > segundo a Classificação Internacional de Doenças em vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de gestação até a primeira semana de vida da criança. óbitos fetais a partir da 22ª semana de gestação + óbitos de menores de 7 dias de vida x 1.000 nascidos vivos + nascidos mortos na mesma comunidade e ano Coeficiente de mortalidade materna > representa o risco de óbitos por causas ligadas à gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um indicador da qualidade de assistência à gestação e ao parto numa comunidade. óbitos devidos a causas ligadas a gestação, parto e puerpério x 100.000 nascidos vivos na mesma comunidade e ano Obs.: * Somente as mortes que ocorrem até 42 dias após o parto entram no cálculo do coeficiente. *No cálculo do coeficiente de mortalidade materna entram: todos os casos de óbitos maternos, tanto por causas obstétricas diretas, como indiretas, que ocorreram em até 42 dias após o término da gestação. Coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis > é uma estimativa do risco da população morrer por doenças infecciosas e parasitárias óbitos devidos a doenças infecciosas e parasitárias (DIP) x 100.000 população estimada para o meio do ano na mesma área Medidas de NATALIDADE (nascimento) Coeficiente de natalidade > pode ser calculado pela seguinte equação (ou também por regra de três) Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 população da mesma área, no meio período Coeficiente de fecundidade > está relacionado à população feminina em idade fértil, é dado pela fórmula (ou calculado por regra de três): Nascidos vivos em determinada área e período x 1.000 mulheres de 15 a 49 anos da mesma área, no meio do período Medidas de Proporção Obs.: os resultados são sempre em percentuais! Mortalidade proporcional por idade > é um indicador muito útil e fácil de se calcular. Com base no total de óbitos, fazemos uma regra de três, calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos ou de menores de 1 ano, por exemplo. Mortalidade infantil proporcional > proporção de óbitos de menores de 1 ano em relação ao total de óbitos. Mortalidade proporcional de 50 anos ou mais > também conhecida como Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional = proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de idade em relação ao total de óbitos. Mortalidade proporcional por causas de morte > é a proporção que determinada causa (ou agrupamento de causas) tem no conjunto de todos os óbitos. Por exemplo, a mortalidade proporcional por doenças do aparelho circulatório é a proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório em relação ao total de óbitos no mesmo período e local. Taxa de nascidos vivos com baixo peso ao nascer > % nascidos vivos com peso ao nascer < 2500 gramas em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de tempo e local. Taxa de nascidos vivos com mães adolescentes > % de nascidos vivos com mães de idade < 20 anos (até 19 anos inclusive) em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de tempo e local. Taxa de nascidos vivos por cesárea > % nascidos vivos por cesárea em relação ao total de nascidos vivos em determinado período de tempo e local. Taxa de nascidos vivos prematuros > % de nascidos vivos com menos de 37 semanas (até 36 inclusive) de gestação. Conceitos Endemia – presença habitual de uma doença em uma determinada área geográfica. Epidemia – ocorrência de uma doença em uma frequência não usual (inesperada) Surto= área geográfica delimitada e menor nº de doentes Exemplo: um caso de uma doença que já foi erradicada (como a varíola), de uma doença rara (como o Botulismo) ou de uma doença eliminada em um determinado lugar (como o Sarampo), serãoconsideradas um SURTO. Pandemia – epidemia em vários países Epizootia – epidemia em população de animais DIFERENÇA ENTRE DADO vs INFORMAÇÃO: Informação – é a representação de uma situação (dado) que foi selecionada, tratada, resumida e organizada Dados – é uma descrição/representação limitada de uma situação, não expressa a essência do pensamento. Tipo > Dados primários (o que a gente vai coletar) e dados secundários (dados já prontos) Fontes: SIM- Sistema de Informação sobre Mortalidade, SINASC- Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, SINAN- Sistema de Informação de Agravos de Notificação, SIH/SUS- Sistema de Informações Hospitalares, IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, PNSB- Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Relatos da população por meio de entrevista, levantamentos especiais (prontuários, inquéritos sorológicos...) Métodos de coleta: entrevistas, busca ativa (registros de atendimento, prontuários de pacientes, registros laboratoriais) e levantamento on line (acessando sistemas de informação e sites de instituições de referência) Organização dos dados: tabelas, gráficos e diagramas Sistematização do processo investigatório (fase descritiva): quem, quando e onde Organização dos dados por tempo: Tendências Secular> comportamento da incidência por períodos longos Ex.: crescimento da incidência de doenças crônico-degenerativas Persistência ou decréscimo de doenças infecciosa Cíclica> regularidade da variação dos valores máximos e mínimo de incidência, segundo o intervalo de tempo recorrente. Ex.: doenças infecciosas em que o período entre os picos de incidência corresponde ao tempo necessário para que se acumulem susceptíveis na população (novos nascimentos) Sazonal> variações cíclicas, segundo épocas ou períodos específicos (estações ou meses do ano, dias da semana horas do dia) Ex.: doenças diarreicas em meses quentes, doenças respiratórias agudas em meses frios Curto prazo> surtos em geral *quanto a organização dos dados por LUGAR, verificar se o evento: afeta os grupos étnicos, afetou outras espécies animais com manifestações similares a humanos, afetou pessoas saudáveis que entram na área ou se não afetou pessoas de grupos similares de outras áreas e se não afetou habitantes que se mudaram.
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